A edição de novembro do Botequim da Cidade do Samba chega na segunda-feira recheada de atrações para movimentar o já tradicional happy hour da região portuária do Rio de Janeiro. O popular encontro entre sambistas contará com shows de Dudu Nobre, Pique Novo, Toninho Geraes, Pretinho da Serrinha, Julio Sereno e Grupo Pirraça.
Foto: Divulgação
Já conhecido pelos componentes de escolas de samba e trabalhadores dos prédios e escritórios vizinhos ao local onde são produzidas as alegorias e fantasias do Carnaval carioca, o evento promete uma confraternização agradável, com comidas e bebidas típicas de botequim.
Para comprar ingresso antecipadamente, com preços a partir de R$ 20, basta acessar o site www.ingresse.com/botequim-da-cidade-do-samba-13-11. Mulheres não pagam entrada até as 19h. Também há estacionamento no local, que custa R$ 20. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (21) 99811-7953.
A Cidade do Samba fica na Rua Rivadávia Correa, 60, na Gamboa.
Botequim da Cidade do Samba
Edição de novembro
Data: 13/11
Horário: a partir das 18h
Local: Cidade do Samba – Rua Rivadávia Correa, 60 – Gamboa
Atrações: Dudu Nobre, Pique Novo, Toninho Geraes, Pretinho da Serrinha, Julio Sereno e Grupo Pirraça
A cantora Valesca Popozuda é a mais nova musa da Unidos do Porto da Pedra para o Carnaval de 2024. Com uma longa história na vermelha e branca de São Gonçalo, a funkeira está de volta à agremiação e foi oficialmente apresentada para a comunidade, na noite dessa quinta-feira, durante o ensaio de quadra. No evento, a dona do hit “Beijinho no ombro” recebeu a faixa das mãos da atual rainha de bateria da agremiação, Tati Minerato. Ela foi ovacionada pelo público presente, com gritos e aplausos entusiasmados, e se emocionou ao discursar no palco. Em seguida, a beldade fez questão de ir para o meio da galera interagir com os segmentos, sendo bastante tietada. A artista se mostrou atenciosa com os componentes, atendendo os pedidos de beijos, fotos e abraços.
Fotos: Diogo Sampaio/CARNAVALESCO
“Não teria lugar melhor para eu voltar do que a Porto da Pedra. Eu amo o Carnaval, sempre gostei da festa, e já era mais de uma década fora dele. Esse ano, no desfile, fiquei extremamente emocionada vendo a escola passar na Avenida. Tinha feito questão de chegar cedo na Sapucaí e fiquei ali na grade, esperando, até chegar a hora. Eu já tinha vontade de voltar e, quando eles passaram, várias pessoas da comunidade vieram falar comigo, o que me tocou muito e me fez pensar: ‘cara, eles não se esqueceram de mim’. Não esperava um carinho daquele tamanho. Então, quando me fizeram o convite, nem pensei uma única vez, só aceitei”, relatou a funkeira, em entrevista concedida para a reportagem do site CARNAVALESCO.
O retorno de Valesca Popozuda para a Porto da Pedra ocorre quase 14 anos depois do último desfile dela pela agremiação. A funkeira reinou à frente dos ritmistas da bateria “Ritmo Feroz” nos carnavais de 2009 e 2010. Após deixar o cargo, ela saiu da agremiação e virou destaque no Acadêmicos do Salgueiro nos anos seguintes. Em 2013, chegou a ser anunciado um retorno da cantora para vermelha e branca de São Gonçalo, que acabou não se concretizando. Agora, a artista finalmente está de volta, dessa vez como musa, e passa a integrar o time de beldades da escola, que conta com nomes como Giovana Cordeiro, Erika Schneider, Luisa Langer, Isadora Marinho e Paolla Nascimento.
“Acho que não tem diferença nenhuma da minha primeira passagem para essa. Tem muita gente nova na escola, mas também tem muitas pessoas que pegaram a minha estadia aqui. A única mudança é que naquela época a Valesca era rainha e hoje ela é musa. E independente do posto, me sinto muito honrada e feliz de estar de volta para essa agremiação linda. Eu amo o Tigre de São Gonçalo, a Porto da Pedra. E agora é se jogar, viver intensamente esse Carnaval de 2024, que é isso que a gente quer. Nossa comunidade é só amor”, declarou Valesca.
O presidente de honra da Unidos do Porto da Pedra, Fábio Montibelo, esteve presente na apresentação de Valesca Popozuda na quadra e se mostrou bastante contente com a volta dela para escola. De acordo com o dirigente, em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO, a ideia de convidá-la para retornar surgiu justamente ao vê-la no Sambódromo assistindo ao desfile campeão da agremiação. Ele ainda aproveitou para exaltar a relação entre a funkeira e a comunidade do Tigre de São Gonçalo.
“A história envolvendo a volta da Valesca foi um negócio muito interessante. A Porto da Pedra estava desfilando em 2023 e quando eu passei vi ela chorando para caramba. Então, pensei: ‘a mulher é a escola, ama isso daqui’ e me veio a ideia de fazer o convite para ela retornar. E o resultado disso a gente viu nessa apresentação na quadra, em que a comunidade de São Gonçalo abraçou ela. A Valesca, por mais que seja uma celebridade, tem uma forte identificação com o povo gonçalense. O pessoal gosta dela. E tenho certeza que vai ser mais um sucesso desse nosso desfile do ano que vem. E digo mais se preparem. Tem pessoas que estão falando que a Porto da Pedra está brigando para permanecer. Isso esquece, pois nossa briga é para voltar nas campeãs. A estrutura que montamos, o investimento que estamos fazendo é muito alto. É que tem gente que não aceita isso, mas irão ver na hora em que pisarmos forte na Avenida”, afirmou o presidente de honra.
Quem também conversou com a reportagem do site CARNAVALESCO sobre esse retorno de Valesca Popozuda para a Porto da Pedra foi o vice-presidente da agremiação, Fabrício Montibelo. Assim como o pai, o presidente de honra Fábio Montibelo, ele enalteceu o carinho da cantora com a comunidade da escola e vice-versa. Ainda no bate-papo, o jovem dirigente deu mais detalhes de como foram as tratativas até ser oficializado o nome da artista no time de musas da vermelha e branca.
“Resgatar o passado sempre é bom, né? E a Valesca é a escola. Esse retorno foi a concretização de uma vontade das duas partes. Um amigo conversou com ela, comentou desse desejo nosso de tê-la de volta, e houve uma resposta positiva. Então, esse amigo falou para gente que existia esse interesse também por parte dela, que foi a deixa que precisávamos para fazer o convite. A partir daí, marcamos uma reunião no barracão, conversamos e acertamos tudo. E desde já garanto que ela fica o tempo quiser. As portas estão totalmente abertas. A Valesca é apaixonada pela Porto da Pedra, assim como a nossa comunidade é por ela”, contou Fabrício Montibelo.
Responsável por assinar a parte plástica da Unidos da Porto da Pedra em 2024, Mauro Quintaes também compareceu ao ensaio de quadra da noite dessa quinta-feira e prestigiou a apresentação da mais nova musa da agremiação. Em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO, o artista celebrou essa chegada da cantora e deu detalhes de como será a participação dela no desfile. Segundo Mauro, Valesca Popozuda virá em frente ao último carro da escola e o desenho da fantasia que ela usará já foi concluído.
“O figurino já está pronto. Ela vem na frente da última alegoria, que é uma grande homenagem ao Antônio Nóbrega, uma figura que catalisa toda a força do Lunário Perpétuo contemporâneo. Então, a presença do Antônio já está confirmada e ela vem na frente desse carro representando todo esse folclore que o Lunário nos remete. E a volta da Valesca é interessante para a comunidade da Porta da Pedra, que tem um carinho muito grande para ela. Acho que a escola passa por um momento muito importante agora de renovação, voltando a sua posição, o seu status de escola de Grupo Especial, então está tudo encaixadinho, tudo certinho. Agora, é o cuidado para que ocorra perfeitamente bem no desfile oficial, saindo conforme planejado”, revelou Mauro Quintaes.
De volta ao Grupo Especial do Rio após mais de uma década, o Tigre de São Gonçalo levará para o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no ano que vem o enredo “O Lunário Perpétuo: A Profética do Saber Popular”, de autoria do enredista Diego Araújo e do carnavalesco Mauro Quintaes. O tema tem como proposta celebrar o saber popular, além de narrar a história do almanaque escrito na Espanha e que veio parar no Brasil depois de 200 anos, se tornando o livro mais lido pelo povo nordestino. A vermelha e branca terá a missão de abrir os desfiles no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro.
As escolas de samba do Carnaval carioca podem receber um incentivo financeiro do Governo do Estado. Cada agremiação do Grupo Especial, por exemplo, pode receber aproximadamente R$ 3 milhões por ano. A determinação é do Projeto de Lei 331/23, de autoria original do deputado Vitor Junior (PDT), que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou nesta quinta-feira, em primeira discussão. O texto precisa ser votado novamente pela Casa.
Foto: Diego Mendes/Rio Carnaval
A proposta contempla as escolas de samba do Grupo Especial, das Séries Ouro, Prata e Bronze e do Grupo Mirim, com o objetivo de incentivar e promover o turismo, a cultura popular e a geração de emprego por meio do fomento ao Carnaval.
Os valores anuais de fomento a cada escola de samba são os seguintes:
I – Grupo Especial: 690 mil UFIRs-RJ, aproximadamente R$ 3 milhões;
II – Grupo Série Ouro: 115 mil UFIRs-RJ, aproximadamente R$ 498,3 mil;
III – Grupo Série Prata: 90 mil UFIRs-RJ, aproximadamente R$ 390 mil;
IV – Grupo Série Bronze: 80 mil UFIRs-RJ, aproximadamente R$ 346,6 mil;
V – Grupo Mirim: 24 mil UFIRs-RJ, aproximadamente R$ 104 mil.
Esses valores serão distribuídos às escolas de samba ao longo de cada ano, sempre durante os últimos seis meses – entre julho e dezembro. Segundo o texto, os recursos do fomento deverão ser utilizados em contratos com empresas fluminenses. Já a prestação de contas deverá ser entregue pelas escolas de samba ao órgão estadual responsável pelo fomento até 30 de março do ano subsequente ao repasse. Além disso, na prestação de contas, deverá constar nota fiscal com discriminação do serviço prestado ou produto adquirido. A escola de samba poderá utilizar até 20% do total do recurso com mão de obra de serviço.
As despesas do financiamento deverão ser custeadas pelo Fundo Estadual de Cultura e aberto à captação. Caso seja sancionada pelo governador, a norma deverá ser regulamentada pelo Poder Executivo através de decretos.
O deputado Vitor Júnior alegou que o Carnaval do Rio é um dos maiores ativos culturais e de fomento ao turismo e geração de emprego. “Em 2023, a RioTur estima que o Carnaval movimentou R$ 4,5 bilhões na cidade do Rio. Um terço da movimentação econômica no país inteiro durante os quatro dias do feriado vem da cidade do Rio de Janeiro, segundo a prefeitura. O total de vagas de emprego criadas temporariamente para o Carnaval 2023 foi de 24,6 mil”, afirmou o parlamentar.
Também assinam o texto como coautores os seguintes deputados: Rodrigo Amorim (PTB), Rafael Nobre (União), Luiz Claudio Ribeiro (PSD), Zeidan (PT), Verônica Lima (PT), Yuri (PSol), Dani Balbi (PCdoB), Índia Armelau (PL), Dionísio Lins (PP), Carla Machado (PT) e Júlio Rocha (Agir).
Gilsinho, intérprete da Portela, conversou com a equipe do site CARNAVALESCO, após a gravação oficial do samba-enredo para o Carnaval 2024. Veja abaixo o papo exclusivo.
Dez anos é o tempo em que o Sereno de Campo Grande está afastado da Marquês de Sapucaí. Após o título da Série Prata, a Azul e Branca da Zona Oeste ganhou o direito de voltar a pisar no sambódromo, buscando não apenas fazer aquele bate e volta, mas permanecer, se estruturar, desenvolver processos para no futuro poder sonhar com voos mais altos da Coruja, animal símbolo da agremiação que figura inclusive no pavilhão. O título do enredo é “4 de dezembro” e está sendo desenvolvido pelo carnavalesco Thiago Avis, que está no Sereno desde o carnaval passado. A ideia é apresentar a festa de Santa Bárbara, que toma as ruas do pelourinho no final do ano, encontrando espaço no maior espetáculo da terra, a partir do encontro de duas forças unidas por um raio, pelas batalhas e pela devoção. Sobre este retorno à Avenida, o presidente Carlos Alberto “Galego” informou que pensa em fazer um trabalho para que a escola possa permanecer no grupo e crescer.
Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO
“A expectativa é a melhor possível, muito trabalho, com toda a dificuldade que o carnaval tem, para a gente, para todas as coirmãs, mas eu tenho certeza que nós vamos fazer um bom carnaval. O desejo da comunidade é que a gente não chegue, depois de 10 anos, para fazer aquele bate e volta. Estamos vindo com tudo para ficar e valorizar cada vez mais a Série Ouro”, promete o mandatário.
E para vencer este desafio, a aposta da agremiação é a mistura da experiência de quem já está no Sereno há algum tempo, como o cantor Antônio Carlos Sampaio, com aqueles jovens talentos que chegam para somar, como por exemplo, o intérprete Igor Pitta. Antônio foi intérprete da Azul e Branca entre 2006 e 2013, e retornou ao posto em 2022. O experiente cantor tem ainda passagens por Renascer de Jacarepaguá, Vizinha Faladeira e Acadêmicos do Engenho da Rainha. Em conversa com o site CARNAVALESCO durante as gravações do álbum da Liga Rj, Antônio falou sobre sua relação com Pitta que vem desde o Engenho da Rainha e se disse feliz com o momento da escola.
“A minha parceria com o Igor está sendo maravilhosa, até porque eu estou um pouquinho na história dele, nos conhecemos em disputa de samba da Mangueira, e começamos a conversar, na época eu era o cantor principal da Acadêmicos do Engenho da Rainha e levei ele para lá. Três anos depois, eu já tinha saído e ele se transformou no cantor da agremiação. E segue a carreira dele, tenho muito orgulho de ver ele no carro de som da Beija-Flor. E fico feliz de ele sempre lembrar de mim. Acho que estamos fazendo um trabalho muito bom, vai ficar melhor ainda, um trabalho no crescente”.
O samba foi produzido sob encomenda pelos compositores Cláudio Russo,Jaci Campo Grande, André Baiacu, Sérgio Alan, Beto BR, Fabinho, Marcelinho, Fábio Bueno, Reinaldo Chevette, Aurélio Brito e Laio Lopes. O intérprete Antonio Carlos falou mais sobre a obra que o Sereno vai levar para a Sapucaí.
“A gente tem um mestre à frente da confecção de samba-enredo que é o Cláudio Russo. Um cara super campeão, mais o Sérgio Allan, campeão na Unidos da Tijuca em outros momentos. O samba do Sereno briga por todos os prêmios que tiver. A gente está muito feliz com isso, essa volta do Sereno será ainda mais triunfal pelo samba-enredo poderoso que temos em mãos. O pessoal da Marquês de Sapucaí tem motivo para chegar mais cedo e curtir a abertura do sábado de carnaval com o Sereno. Será uma abertura grandiosa”, aposta o cantor.
Chegando à agremiação para o Carnaval 2024 e trabalhando em paralelo com o carro de som da Beija-Flor, onde é apoio, Igor Pitta chega ao Sereno já com a experiência do desfile de 2023 pela Em Cima da Hora que lhe rendeu bastantes elogios. O jovem cantor falou mais sobre a recepção da agremiação e o trabalho com o Antônio Carlos.
“Fui muito bem recebido pela escola, pela direção de carnaval, presidente, direção de harmonia, o Sereno é uma grande família, a gente está pronto para encarar esse desafio na Marquês de Sapucaí. O trabalho é simples, eu e o Antônio já nos conhecemos há muito tempo e a divisão é simples, só deixar o ego de lado, fazer o trabalho como deve ser feito e fazer um ótimo trabalho. Pode ter certeza que a faixa do Sereno será um acontecimento especial do CD”, promete o intérprete.
Mestre Vinícius revela ligação antiga com a escola
Outro ponto em que o Sereno apostou em uma renovação foi na bateria. Após alguns carnavais com Celsinho do Repique, a Swing da Coruja trouxe o mestre Vinícius, que, indiretamente, pela família, já possui uma história com a agremiação.
“Meu pai foi mestre de bateria do Sereno de Campo Grande nos anos de 2012 até 2014, mestre Marquinhos, então eu já tenho essa ligação com escola, estivemos ajudando neste trabalho naqueles anos, tem uma galera da escola que já me conhece, é mais fácil trabalhar. A recepção foi calorosa, minha chegada acho que agradou a comunidade, cheguei com a minha equipe e os ritmistas estão vindo, estão participando. Fica mais fácil trabalhar com o apoio de todos”.
Com o samba divulgado em agosto, o trabalho maior agora foi adaptar a obra ao trabalho de bateria que é recente, pois mestre Vinicius chegou há poucas semanas na agremiação. O comandante da Swing da Coruja, no entanto, garante que o trabalho para a gravação da faixa foi bem feito e que agora o foco está em ajustar o ritmo para a Sapucaí.
“O trabalho que a escola está fazendo é um trabalho de renovação, de segmentos e fui contratado, fui procurado para trazer uma renovação para a bateria, uma outra galera para somar no trabalho. A proposta é bem simples da escola. A gente vai procurar ousar um pouco, mas tudo dentro do que pede, procurar tudo na medida ‘certinha’, para a gente não tentar inventar muita coisa. A gente vai vir compacto, mas valorizando o ritmo, bem bonito mesmo, valorizando o som da bateria.Tivemos dois ensaios até o dia da minha apresentação como mestre, no dia 21 de outubro, e esses ensaios também focaram na gravação. A partir de agora vamos procurar valorizar a batida de caixa, fazer aquele trabalho de base, com os ritmistas da casa, passando uma proposta nova de trabalho”, esclarece o mestre.
Diretor dá ênfase a animação da comunidade
Campeão da Série Prata em 2023, o Sereno de Campo Grande ”fugiu” da sexta-feira, e irá abrir a segunda noite de apresentações da escolas da Série Ouro na Marquês de Sapucaí. Com aquela pressão que sempre acontece com a escola que sobe, carregando o estigma de em geral acabar retornando para o grupo de baixo, o Sereno vem apostando no trabalho com a comunidade para abrir a segunda noite da Liga RJ com bastante animação e apostando no samba para colocar o clima bem lá em cima. O diretor de carnaval André Baiacu, um dos segmentos que permaneceram do desfile passado, apontou que tem percebido um grande envolvimento da comunidade com o Sereno.
“Já nos reunimos com os diretores gerais de Harmonia e já fizemos o cronograma todo até o desfile. Já iniciamos os ensaios de canto com a comunidade e faremos três ensaios de rua em novembro, dois em dezembro e janeiro com um ensaio de rua e o ensaio técnico. A perspectiva é a melhor possível, essa nossa volta para a Sapucaí, após 10 anos fora, foi muito esperada e a comunidade está em peso nos ensaios de quadra. O trabalho está sendo bem legal, porque voltou o namoro com a comunidade. Campo Grande é o bairro mais populoso da América Latina e a comunidade está se fazendo presente”, garante o diretor.
Com o enredo “4 de dezembro”, em 2024, o Sereno vai abrir a segunda noite de desfiles das escolas da Série Ouro.
A Unidos de Vila Isabel ocupou novamente o Boulevard 28 de setembro, na noite dessa quarta-feira, para realizar mais um ensaio de rua visando o Carnaval de 2024. A agremiação foi a primeira do Grupo Especial a dar início a sua temporada de treinos e já está colhendo os resultados desse calendário antecipado de trabalho. Tendo como bases o excelente carro de som e a inspirada bateria “Swingueira de Noel”, a nova versão do clássico “Gbala – Viagem ao templo da criação”, de autoria de Martinho da Vila, cresceu ao decorrer das últimas semanas, o que desencadeou em um canto cada vez mais potente da comunidade. Esse desempenho da obra também mostra reflexos na evolução da escola, marcada pela leveza e descontração dos componentes. No ano que vem, a azul e branca do bairro de Noel apresentará uma reedição do samba e do enredo que embalaram o desfile de 1993, originalmente desenvolvido pelo carnavalesco Oswaldo Jardim, e que desta vez ganhará a assinatura do artista multicampeão Paulo Barros. A Vila Isabel será a terceira a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí na segunda-feira de Carnaval, dia 12 de fevereiro, em busca do seu quarto título de campeã na elite da folia carioca.
Fotos: Diogo Sampaio/CARNAVALESCO
Mestre-sala e Porta-bandeira
Por conta da ausência dos integrantes da comissão de frente, coube ao primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas, a responsabilidade de vir à frente da escola, abrindo os caminhos para mais um ensaio de rua. A dupla, que em 2024 irá fazer seu terceiro desfile consecutivo conduzindo o pavilhão principal da agremiação, apostou em um figurino simples e leve, nas cores azul royal e nude acetinado. Em relação ao bailado, os dois realizaram uma dança predominante mais tradicional, mas que contou com alguns passos coreografados. O ritmo mais intenso não foi empecilho para que os movimentos fossem precisos e houvesse bastante sincronia de um com o outro. Os anos de parceria contribuem para que o entrosamento entre eles seja excelente, sendo possível observar momentos em que se comunicam e se entendem apenas pelo olhar, algo que reflete positivamente nas apresentações, não sendo diferente no treino da noite dessa quarta-feira.
Bateria
A “Swingueira de Noel” foi um dos grandes destaques desse quarto ensaio de rua da Vila Isabel para o Carnaval de 2024. A boa performance dos ritmistas comandados por mestre Macaco Branco foi fator primordial para o ótimo rendimento do samba-enredo, levantando o público presente no Boulevard 28 de Setembro com suas bossas e convenções. O andamento adotado variou entre 142 e 143 BPM (batidas por minuto), tendo como intuito preservar as características melodiosas da obra. Logo após o término do treino, o comandante da bateria concedeu entrevista para a reportagem do site CARNAVALESCO e fez um balanço do trabalho realizado até aqui. De acordo com Macaco Branco, o que está sendo executado nos ensaios é exatamente aquilo que pretende levar para Marquês de Sapucaí no desfile oficial.
“Gosto de executar bem, fazer no ensaio de rua como se estivesse no campo mesmo jogando. Está tudo cronometrado, tudo certinho, pensado como se tivesse os módulos dos jurados. E a gente está fazendo praticamente a mesma pegada que foi no desfile de 1993. Para a época, já era um andamento excelente. O 142 BPM (batidas por minuto) não é rápido, mas sim bem tranquilo. Então, a gente está valorizando mesmo e respeitando toda a métrica, o andamento perfeito, para que o samba funcione bem na Avenida. Nossa ideia é ir para o desfile oficial com três bossas mais ou menos, todas na divisão do samba. A primeira é ali na segunda do samba, brincando com essa divisão; já a segunda bossa é no meio, na caída de segunda, que a gente faz um compasso 6/8 (seis por oito), uma parada afro e depois faz um jongo para brincar com os ritmos africanos; já a terceira é na cabeça do samba, quando a letra fala que ‘Quando acaba a criação/Desaparece o Criador/Para salvar a geração/Só esperança e muito amor’, que a gente faz uma dinâmica, uma brincadeira, que zera tudo (para momentaneamente) e volta só com os tamborins, com as caixas e tem uma resposta de primeira e segunda que fica maneiro pra caramba. Enfim, tenho certeza que todos vão gostar demais do que a gente está preparando”, afirmou o mestre de bateria da Vila.
Samba-enredo
Após perder pontos preciosos neste quesito no Carnaval de 2023, que a atrapalharam na briga pelo campeonato na ocasião, a Unidos de Vila Isabel decidiu apostar em uma reedição para o ano que vem. O samba-enredo escolhido para passar novamente pela Marquês de Sapucaí com a escola foi o clássico “Gbalá – Viagem ao Templo da Criação”, de autoria do cantor e compositor Martinho da Vila, maior baluarte da história da agremiação. Tal decisão, até o momento, se mostrou extremamente acertada, vide o ótimo rendimento da obra nos ensaios de rua. O carro de som da azul e branca do bairro de Noel, um dos melhores da folia carioca, foi fundamental para que o samba melodioso, que não possui um momento de explosão, caísse nas graças da comunidade e fosse bem cantando. O intérprete Tinga, responsável por liderar o time de cantores, conduziu a composição de uma maneira vibrante, a ponto de empolgar componentes e espectadores. A bateria “Swingueira de Noel”, comandada pelo mestre Macaco Branco, também ajudou nesse processo, dando um tempero a mais para o hino.
Harmonia
Além do desempenho espetacular do carro de som e da bateria, o canto da comunidade foi outro fator que contribuiu para que o samba-enredo fosse a grande estrela desse quarto ensaio de rua da Unidos de Vila Isabel. O refrão principal, com os versos “Gbala é resgatar, salvar/E a criança, esperança de Oxalá/Gbala, resgatar, salvar/A criança é esperança de Oxalá”, foi entoado a plenos pulmões por boa parte dos componentes. Além dele, outros dois trechos se sobressaíram e foram cantados com bastante afinco: a subida para o refrão, “Conheceram os valores/Do trabalho e do amor/E a importância da justiça/Sete águas revelaram em sete cores/Que a beleza é a missão de todo artista”, e o início da cabeça do samba, “Meu Deus/O grande Criador adoeceu/Porque/A sua geração já se perdeu”. Entre as alas em si, as que mais se destacaram foram as três primeiras da escola e as duas últimas, que mesmo estando mais afastadas, berraram a obra do começo ao fim.
Evolução
Embalado pela boa performance do samba, a evolução dos componentes da Vila Isabel foi marcada pela descontração e pela leveza. Os desfilantes vieram soltos, brincando, pulando e cantando. Alguns ainda fizeram uso de acessórios como balões, bastões de luzes e pom poms, que deram um charme a mais para a passagem. Mesmo com esse clima mais relaxado, ao longo de aproximadamente uma hora de ensaio, a escola passou extremamente correta, sem abrir buracos ou ocorrer embolamentos entre as alas. Quanto ao ritmo, as paradas para simular as apresentações em cabines não atrapalharam o andamento da agremiação, que passou de forma cadenciada. Além disso, a entrada e a saída da bateria do recuo aconteceu de forma tranquila, não tendo clarões e nem outros tipos de transtornos.
Outros destaques
A rainha de bateria da Unidos de Vila Isabel, Sabrina Sato, esteve presente no ensaio dessa quarta-feira. Animada, a beldade sambou, cantou e brincou à frente dos ritmistas da “Swingueira de Noel”, liderados pelo mestre Macaco Branco. Com um figurino composto por um vestido azul e uma camisa curta da escola sobreposta, a apresentadora esbanjou beleza e simpatia por onde passou. Ela foi extremamente tietada pelo público que compareceu no Boulevard 28 de Setembro e fez questão de retribuir todo o carinho recebido, tanto que a artista por diversos momentos parou para dar beijos e abraços nos espectadores que lotavam as calçadas, além de tirar diversas fotos com os fãs. Após a conclusão do treino, Sabrina conversou com a reportagem do site CARNAVALESCO e relatou sobre o sentimento de estar na rua junto com a agremiação.
“Estar na Vila Isabel, na minha escola, é sempre uma emoção. Eu vim aqui no dia das crianças, participei da festa que fizeram para garatoda da comunidade, e ter vivido hoje esse ensaio de rua foi algo lindo. A rua lotada, cheia da energia do povo da Vila Isabel e com esse samba que fala de resgatar a nossa criança, o nosso lado infantil, de dar valor para os pequenos. Afinal, eles são a chave para evolução. É um samba que fala muito também sobre a criação, a importância de se preservar, que tem uma mensagem realmente linda, que fez história em 1993 e vai arrasar novamente agora. O mestre Macaco Branco deu o gingado dele nessa nova versão, colocou lá todo o swing, e tenho certeza que vai ser um sucesso”, declarou Sabrina Sato.
Localizada no Trevo das Palmeiras, na Barra da Tijuca, a Cidade das Artes Bibi Ferreira foi o local escolhido para sediar as gravações do álbum oficial com os sambas-enredo das escolas do Grupo Especial para o Carnaval de 2024. Em uma iniciativa inédita, o projeto foi todo elaborado para ter um formato audiovisual, com o intuito de trazer para as faixas a emoção do ao vivo, recriando nelas o clima dos desfiles no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Para isso, intérpretes, mestres de bateria, ritmistas, integrantes dos carros de som e compositores das doze agremiações da elite da folia carioca ocuparam a Sala de Ensaios Três, situada no terceiro andar do complexo cultural, onde foi montado todo um aparato para as captações do áudio e do vídeo. Em entrevista exclusiva concedida para a reportagem do site CARNAVALESCO, a responsável pelo equipamento público, Daniela Santa Cruz, deu detalhes sobre como foram as tratativas com a Edimusa, editora musical da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), até ser fechado o acordo para receber a empreitada.
Fotos: Divulgação
“Foi uma conjunção de fatores. Desde que assumi a gestão da Cidade das Artes, estamos tentando democratizar esse espaço. A ideia é fazer com que aqui aconteçam eventos e espetáculos que interessem a todas as idades, classes sociais e gostos. É claro que, efetivamente, o samba é um dos nossos temas. Nada mais carioca, mais popular do que o samba. Então, acho que o Hélio Motta, que é o presidente da Edimusa, percebeu isso e teve como ideia vir para cá fazer essa gravação. É um projeto muito diferenciado do que eles já fizeram, a questão da imagem está muito mais presente nele, então era importante que fosse uma sala que tivesse uma boa acústica e também fosse uma sala bonita. Eles fizeram uma visita técnica e entenderam que esse lugar era o melhor e isso veio super de encontro ao que a gente queria também”, explicou Daniela.
A presidente da Cidade das Artes ainda explicou que a Sala de Ensaios Três, que possui 7,5 m de altura e 12,8 m de largura, foi inicialmente pensada para abrigar orquestras, mas que com o tempo passou a ser utilizada para outros fins como preparação de peças de teatro. Segundo a gestora, o espaço em questão foi o escolhido após se mostrar o mais compatível diante das necessidades do projeto de gravação do álbum dos samba-enredo, uma vez que tem uma excelente acústica e infraestrutura, podendo ser facilmente adaptado para se transformar em um estúdio.
“Todas as nossas salas são muito preparadas acusticamente. Uma delas é a Sala de Ensaio Três, que foi preparada para ensaios de orquestra, de música, de câmara. Nessa intenção de trazer mais espetáculos, a gente tem usado também para teatro e variados. Além de ter uma sala anexa que serve de produção, a acústica dela é realmente muito boa. Aliás, cada sala de ensaio é um pouquinho diferente. Uma dessas salas tem a possibilidade de o público assistir, tem uma que é a sede da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), e a terceira é a Sala de Ensaio Três, que é multiuso e totalmente voltada para a música de forma estruturada. Tinha espaço suficiente para receber todo mundo, grande o suficiente para ter equipamento de áudio, vídeo, as pessoas da bateria, e a sala contígua foi muito importante para que a operação estivesse próxima da gravação”, pontuou Daniela Santa Cruz.
Com 97 mil metros quadrados de área construída, a Cidade das Artes ostenta o título de maior complexo cultural da América Latina. O prédio escultural, erguido a dez metros do chão, abriga três salas de espetáculos — a Grande Sala, o Teatro de Câmara e a Sala Eletroacústica — e 21 espaços multiuso, que incluem salas de ensaio, salas de aula, sala de leitura, lojas, galeria, cafeteria e restaurante. Há ainda os jardins integrados, totalmente abertos para o público, e um estacionamento com 750 vagas. Com tamanha estrutura, o local possui capacidade para receber eventos e espetáculos dos mais variados tamanhos e propostas. É justamente pensando nesse potencial que Daniela Santa Cruz tem buscado afastar o estigma de se tratar de um espaço meramente dedicado à cultura erudita, adotando uma política de democratização. Com isso, uma gama de atrações mais diversificadas passou a ser oferecida, aliada a outros tipos de ações que tem como intuito fazer com que uma grande parcela da população que ainda não conhece ou não tem o costume de frequentar o complexo passe a ocupá-lo também.
“Este ano tivemos a possibilidade de começar a mudar essa visão. É um fato que realmente existe aqui uma orquestra sinfônica residente, o espaço foi concebido para este tipo de música, mas as possibilidades de utilização desse complexo é tão grande, tão importante para o Rio de Janeiro, que efetivamente precisa ser usado e explorado das mais diversas maneiras. Até mesmo em função de todos os recursos que foram colocados aqui. Desde que assumi a gestão em fevereiro, a gente teve uma gama variada de eventos e espetáculos, de musicais internacionais que vieram da Broadway a Expo Favela, por exemplo. Aliás, a Expo Favela foi um grande momento em que as pessoas que não estão acostumadas a vir à Cidade das Artes, que não entendiam esse espaço como delas, puderam estar aqui dentro, sendo bem recebidos e verificar que é um espaço aberto para elas. E além dos eventos, festas, peças de teatro e shows de dança, a gente tem tentado tornar isso aqui um lugar de convivência. Nossos jardins estão completamente abertos para piqueniques, o que já tem acontecido. Ou seja, na hora que que a população percebe que a gente tem agora os BRTs amarelos, os amarelinhos, funcionando em plena carga, até o final do ano em todas as trans, da TransOeste a Transcarioca, além de termos uma ligação direta com o terminal Alvorada, vê que é extremamente fácil chegar aqui. Na hora que você dá essa dignidade, que o povo pode vir para cá em um amarelinho como esse com ar condicionado e USB, aumenta esse interesse do público em frequentar a Cidade das Artes. A gente já tem, inclusive, pessoas da Zona Sul vindo de BRT, quebrando um pouquinho o estigma e entendendo que é a forma mais fácil de chegar aqui. Então, a pessoa vem, passa o dia aqui, faz um piquenique, depois vai para um dos eventos ou espetáculos infantis, e acaba ficando até mais tarde para um festival de comida. Já tivemos vários dias em que esses casos, como o do exemplo, foram comuns. Famílias que chegaram aqui de manhã para participar dos eventos gratuitos na sala de leitura, depois ficaram para o piquenique, assistiram uma peça infantil e ainda no final da noite curtiram um festival cervejeiro. Essa é uma meta nossa e queremos que cada vez mais gente tenha esse hábito, essa cultura”, defendeu a gestora.
As atrações e os eventos ligados ao universo do samba estão incluídos nos planos de democratização da Cidade das Artes. Além de servir de palco para as gravações das faixas oficiais das escolas do Grupo Especial para o Carnaval do ano que vem, o complexo irá receber, ainda nos meses de novembro e dezembro, edições especiais do Jongo da Serrinha e da Feira das Yabás. Para os dias de folia em 2024, um calendário totalmente voltado para festa está sendo elaborado, junto com a Riotur, para movimentar o espaço. Na entrevista concedida para a reportagem do site CARNAVALESCO, Daniela Santa Cruz afirmou que essas iniciativas são apenas o começo de uma série de ações para trazer, cada vez mais, a cultura genuinamente popular e carioca para o local.
“É sempre um desafio a gente trazer para cá, por exemplo, rodas de sambas ou outras atrações que já acontecem por todo o Rio de Janeiro, porque é uma experiência nova para todos. Mesmo assim, temos alguns projetos em andamento ou engatilhados. Possivelmente, no ano que vem, vai ser feito aqui um sambabook da Beth Carvalho, por exemplo. Além disso, está previsto para o início do ano, possivelmente junto com a Riotur, uma série de eventos de Carnaval na Cidade das Artes. A ideia é que durante o período de folia termos eventos acontecendo aqui ligados a festa. Ainda em 2023, vamos ter uma edição da Feira das Yabás em dezembro e o Jogo da Serrinha em novembro, como parte da programação especial pelo Dia da Consciência Negra. Tendo isso em vista, a minha impressão é que a o samba está chegando. Infelizmente, eu entrei em cima do último Carnaval, não pude organizar isso para 2023, mas tudo está tendendo para a gente conseguir a partir do ano que vem trazer o samba de verdade pra cá”, relatou a presidente.
Apesar de estar em pleno funcionamento somente a pouco mais de dez anos, a Cidade das Artes é um projeto que começou a ganhar forma ainda em 2002, quando tinha previsão de entrega para o fim de 2004. Na ocasião, o complexo cultural, concebido com o nome de Cidade da Música, sofreu com atrasos e aumentos de custos até ser finalmente inaugurado, mesmo que inacabado, em 26 de dezembro de 2008. No entanto, o espaço não chegou a ser utilizado e foi fechado no ano de 2010 para a conclusão das obras. Dessa forma, o local só foi entrar em atividade em 16 de maio de 2013. A partir daí, diferentes gestões passaram pelo comando do equipamento pertencente à Secretaria Municipal de Cultura do Rio. Ao assumir o posto em fevereiro deste ano, Daniela Santa Cruz fez questão de promover algumas mudanças, que vão além da programação mais ampla, como a implantação da política de encerrar os eventos obrigatoriamente até 01h e o fim das raves. Outras alterações são estudadas e envolvem o diálogo com os mais diferentes órgãos para tornar a experiência do público frequentador cada vez mais agradável.
“O nosso principal trabalho hoje é trazer o público. Queremos que as pessoas entendam que podem chegar, se divertir aqui dentro, pois esse espaço é delas. Algo muito interessante é que este espaço não tem portas. É um complexo cultural que você pode entrar por todos os lados. Então, na hora que o que a própria população entende que é um espaço que ela pode usufruir, não vai ter gestão que possa proibir, né? A não ser que realmente comece a pautar coisas que são muito pouco interessantes, mas o público já vai ter entendido que isso daqui também é deles. Então, para o futuro, a gente está querendo muito focar na questão do BRT, que é a forma mais interessante de chegar aqui. Apesar da gente ter muitas vagas de estacionamento para o público, quando o complexo está funcionando a pleno vapor, elas não dão vazão suficiente. Com o BRT unindo todos os lados da cidade, trazendo pessoas de onde quer que venham, elas podem chegar aqui com dignidade. Esse é um foco muito importante para gente no ano que vem. Estamos fazendo trabalhos em conjunto com a Mobi-Rio. Um exemplo disso é o projeto que temos para a edição da Feira das Yabás que vai acontecer aqui. Nossa ideia é conseguir trazer as yabás de BRT, uma espécie de BRT do samba. No dia 02 de dezembro, tradicionalmente tem o trem do samba, do Marquinhos de Oswaldo Cruz, que é um projeto lindo e queremos meio que fazer uma coisa parecida”, revelou Daniela.
Se estivesse vivo, Mestre Louro teria completado na última quinta-feira, 2 de novembro, 75 anos, sendo 30 deles, dedicados à Bateria do Acadêmicos do Salgueiro. A Furiosa. De onde ele estiver, certamente, está comemorando o presente que ele e todos os apaixonados salgueirenses receberam nesta quarta-feira. A bateria Furiosa foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial do Rio. A iniciativa do vereador Marcos Braz (PL), a Lei nº 8.157/2023 foi publicada no Diário Oficial do Município de hoje.
A Furiosa tem 70 anos de história e já foi consagrada com sete Estandartes de Ouro e várias outras premiações. O marcante ritmo salgueirense tem o tarol como instrumento de identidade.
Hoje, a Furiosa é comandada por duas crias do Morro do Salgueiro: mestres Guilherme e Gustavo. os irmãos, de DNA genuinamente vermelho e branco, cresceram na Academia do Samba e estiveram por anos à frente da Bateria Furiosinha, do Aprendizes do Salgueiro. Filhos do saudoso tio Tuninho, um dos maiores ritmistas da escola, os dois mestres mergulharam no mundo da música e se aperfeiçoaram como gigantescos percussionistas e produtores musicais, orgulhando imensamente a Família Salgueirense. Os dois levam o ritmo do Torrão Amado para os quatro cantos do mundo.
Para o vereador, Marcos Braz, o título se deve também ao trabalho realizado durante todo o ano pelos mestres Gustavo e Guilherme e toda a direção da escola de samba na valorização de seus ritmistas.
“O árduo trabalho dessa grande orquestra popular durante todo o ano que se traduz em um ritmo firme, cadenciado, cheio de ginga no desfile na avenida, se revela em um verdadeiro patrimônio cultural de valor único”, disse.
No próximo sábado, a Bateria Furiosa será homenageada pela diretoria salgueirense durante mais uma edição do “Salgueiro Convida”, na quadra da Academia do Samba, no Andaraí. Na ocasião, será inaugurado o novo paredão Instagramável da sala de instrumentos, grafitado pela artista Rafa Mon.
Na posição de uma das mais consagradas muralistas do mundo, Rafa Mon trouxe a arte urbana para as paredes da Academia do Samba, em parceria com a Bateria Furiosa.
A artista começou com um painel interno que traz os mestres Guilherme e Gustavo destacados em meio a diversos tons de vermelho e um painel em homenagem aos povos indígenas na entrada da sala, que promete se tornar o lugar mais fotografado da quadra.
No próximo sábado, 11, o Salgueiro Convida conta com a participação da coirmã Unidos da Tijuca. Os portões da Academia do Samba abrem às 20h30.
Sobre a Bateria Furiosa
Nome de uma orquestra de percussão que pulsa em vermelho e branco. É o ritmo salgueirense que chega para abalar no sagrado terreiro do carnaval. E quando vem… não há quem consiga ficar parado.
Quando se ouve a nossa bateria, surge em forma de ritmo, um patrimônio cultural de valor único, forjado na batida do Alujá, o toque sagrado de Xangô, orixá padroeiro do Salgueiro. Um ritmo firme, cadenciado, cheio de ginga. O corpo responde, em louvação.
É a Furiosa, bateria que tem Lourival Serra, nosso inesquecível Mestre Louro, como seu maior nome. É a batida de um coração que explode cada vez que ela se posiciona na avenida e abre os caminhos para o nosso cortejo africano que desfila todos os anos.
Fazendo jus à máxima de que “o bom filho à casa torna”, a comunidade da Unidos do Porto da Pedra recebe, nesta quinta, Valesca Popozuda como musa para o carnaval 2024.
“Muito feliz e realizada com essa novidade: meu retorno como musa da Porto da Pedra. É uma escola que marcou a minha história no samba e poder retornar ao carnaval carioca, ao lado deles, é de uma enorme satisfação. Eu já sinto esse clima de carnaval e não vejo a hora de poder pisar na avenida novamente”, diz a funkeira que foi rainha de bateria da escola em 2012 e 2013.
Valesca chega para integrar o time de beldades composto por Giovana Cordeiro, Erika Schneider, Luisa Langer, Isadora Marinho e Paolla Nascimento, esta última, cria da comunidade gonçalense. Juntas, elas irão defender as cores do Tigre de São Gonçalo em seu retorno ao Grupo Especial, quando a escola vai abrir os desfiles da elite do carnaval com o enredo “Lunário Perpétuo: a Profética do Saber Popular”, uma criação de Mauro Quintaes com pesquisa de Diego Araújo.
Natal Sem Fome
Também nesta quinta, a escola lança sua campanha para arrecadar alimentos que serão doados a famílias carentes da região. A entrada para os ensaios semanais passa a valer 1kg de alimento não perecível.
O ensaio começa às 20h e vai até as 23h. A quadra da Porto da Pedra fica na Travessa João Silva, 84.
Serviço: Ensaio de Comunidade da Porto da Pedra com apresentação de Valesca Popozuda
Data: 09 de novembro, quinta
Horário: 20h
Valor : gratuito (1kg de alimento não perecível)
Classificação: Livre
Produtor musical, instrumentista, músico conceituado e mestre de bateria da Vila Isabel. Além de tudo, é um nome bastante respeitado no mundo do samba. Competências que gabaritam Macaco Branco a estar, pelo terceiro ano consecutivo, produzindo o álbum da Liga RJ. Depois do sucesso nas duas últimas edições, a Liga decidiu manter a equipe, que também contempla o técnico de gravação, mixagem e masterização Maurício Fonseca, dono do M&C Studio em Marechal Hermes, local em que acontecem as gravações, onde também o produto final é mixado e masterizado. Formado como produtor musical pelo IATEC (Instituto de Artes e Técnicas em Comunicação), e há alguns anos músico que acompanha a cantora Mart’nália, Macaco Branco, em entrevista ao site CARNAVALESCO, durante as gravações, falou mais sobre a confiança que a Liga Rj depositou em seu trabalho.
“Para mim é um prazer imenso estar produzindo pelo terceiro ano consecutivo esse álbum. Hoje em dia não é mais mídia física, é um álbum de áudios para colocarmos nas plataformas digitais e com isso divulgarmos todos os sambas da Série Ouro. Eu só tenho que agradecer a Deus e aos orixás, também ao presidente Wallace Palhares por confiar no meu trabalho e de toda a minha equipe. Claro que eu não trabalho sozinho, tem o Maurício ( Fonseca), que é um irmão, todas as minhas produções eu tento fazer aqui no estúdio dele. É um trabalho que é quase um casamento a grosso modo. A gente se dá muito bem, a gente pensa muito igual, a gente pensa sempre em coisas novas, para poder estar sempre buscando e alcançando sonoridade bastante diferenciada e de qualidade. Estou muito feliz de estar pelo terceiro ano responsável por esse álbum que tem grandes sambas da Liga RJ”, revela o profissional.
Sob a confiança do presidente Wallace Palhares, o produtor musical comanda o processo de confecção do disco que apresenta os sambas da Série Ouro, desenvolvido para as plataformas digitais. Mestre Macaco Branco tem colecionado elogios dos segmentos, entre cantores, mestres, diretores musicais e de carnaval. O profissional aponta que o segredo é fazer tudo com muito carinho e trabalhar em conjunto com os profissionais que compõem a equipe para produção das faixas.
“O segredo é o amor, é o carinho, a gente quando ama o que faz sempre busca o melhor, não o melhor para mim ou para você, mas o melhor para o todo. É um gênero musical, é o samba-enredo. A galera que vem da escola já vem com grandes ideias e a gente tem um time de arranjadores que é de primeira com o Kaio Calado, o Victor Nascimento, Victor Alves, Andy Lee e o Hugo Bruno. São grandes referências e arranjadores. São multi instrumentistas e já bebem dessa fonte do samba, e vivem disso 365 dias por ano. Ninguém melhor do que os arranjadores do segmento para fazer grandes trabalhos junto com os diretores musicais das escolas, mestres de bateria e cantores. A gente entra, faz uma reunião, dialoga e define, sempre tendo uma proposta de qual vai ser o formato, mas cada um trazendo para sua linguagem, respeitando a identidade de cada escola, a característica de cada bateria. O segredo é a gente lutar pelo melhor. A gente sempre está buscando incessantemente qual é a melhor ideia, o que não vai agredir a música, o que não vai perder a característica das instituições, tudo isso em conjunto”, explica o produtor do álbum da Série Ouro.
Além de mestre de bateria da Unidos de Vila Isabel, comandando a Swingueira de Noel, Macaco tem suas produções musicais ao longo do ano. O músico já trabalhou com direção musical de algumas agremiações, além de outras funções, o que lhe rendeu uma vasta experiência na produção de sambas, lhe conferindo também o conhecimento nos processos. Isto, por exemplo, facilitou a escolha do M&C Studio, lá em 2022, no primeiro ano do projeto, para ser a sede deste trabalho e na escolha dos profissionais.
“Durante o ano eu passo boa parte do tempo gravando. Eu conheço muitos estúdios. Entres os três que eu mais gravo, aqui no M&C Studio, no Cesinha e no Léo, que são pessoas que fazem um trabalho maravilhoso, como já passo muito tempo aqui com o Maurício, desenvolvemos o projeto há três anos atrás, são três grandes estúdios, mas tenho com o Maurício um carinho e uma liberdade de sentar, trocar uma ideia antes de fechar qualquer projeto, de qual caminho seguir em relação a mixagem, de trabalho técnico, de linguagem, de identidade, a gente conversa e quando começa a trabalhar com a escola, a gente já tem uma proposta alinhada, até porque a gente dialoga muito com a galera da Liga RJ, com o presidente Wallace Palhares, até para a gente poder a cada ano ter um diferencial. E acredito que esse álbum de 2024 vai emocionar todo mundo, a nossa proposta é emocionar o sambista, o sambista raiz , aquele que gosta do verdadeiro samba-enredo”, projeta Macaco Branco.
Além de manter os mesmos profissionais das últimas edições, a Liga RJ também optou por seguir com sua própria gravadora, o que oferece mais agilidade e liberdade no processo de criação. Macaco promete um álbum feito para os sambistas que vai respeitar a identidade de cada escola, cada bateria, cada artista do carnaval.
“O sambista pode esperar um álbum que vai ficar no top 10 das playlists de Spotify, Deezer, Amazon Music, e todas as plataformas digitais. A qualidade sonora está absurdamente boa e as escolas estão vindo com grandes ideias, com ritmistas ‘top de linha’, tocando bem. Os mestres estão com bossas e paradinhas bem elaboradas, respeitando a identidade, a métrica e a melodia do samba, e os cantores estão voando baixo. Aguardem o álbum da Liga RJ para 2024, o povo vai ficar feliz”, promete o produtor musical.