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Emoção na batida do coração! Independente Tricolor celebra união com samba escolhido pela alma para o Carnaval 2026

A Independente Tricolor escolheu o samba-enredo que irá embalar o Carnaval de 2026. Em uma disputa diferente, os sambas finalistas não se apresentaram. Houve apenas o anúncio do intérprete oficial, Chitão Martins. Todo o processo de eliminatórias foi realizado internamente e divulgado pela internet, até chegar aos sambas 3 e 6, que foram para a decisão. A expectativa era grande, mas o favoritismo foi confirmado. Uma obra que foi aclamada nas redes sociais desde o início e que foi eleita o hino da escola para o próximo carnaval. O samba é assinado pelos compositores: Cláudio Russo, Silas Augusto, Turko, Dário Silva, Zé Paulo Sierra, André Malheiros e Fábio Souza. A família tricolor tem como enredo “Ngoma, a primeira festa no amanhã do mundo”, assinado por uma comissão de carnaval. Dentro do projeto para o desfile do ano que vem, a festa marcou o primeiro contato com a comunidade. Sendo assim, houve promessas de inovação, entrega e união, com o objetivo de retornar a Independente Tricolor ao Grupo Especial. O novo comandante da bateria “Ritmo Forte”, mestre Higor, foi apresentado para a comunidade e agradeceu à diretoria pela recepção que tem tido desde quando acertou sua ida para a Vila Guilherme.

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Fotos: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

Samba que ‘se escolheu’

O diretor de carnaval, Raphael Maslionis, contou o processo de eliminatórias da escola. Segundo ele, o samba-enredo foi escolhido a partir do momento em que os finalistas foram levados para os segmentos e departamentos participarem da dinâmica. “Quando conversamos lá atrás no projeto, já era vontade da escola trazer mais opções e uma maior pluralidade de sambas. Foram 12 parcerias convidadas para evitar esse choque. A arrecadação do Grupo de Acesso para os compositores ainda é muito baixa. Oito parcerias se inscreveram, e escolhemos quatro para a próxima fase, que foram gravadas na voz do Chitão. Desses quatro, selecionamos dois sambas com linhas distintas. O samba 6 era o mais convencional em alguns aspectos, e o 3 cresceu bastante dentro da quadra, momento em que o trouxemos para uma audição com a comunidade, bateria e ala musical, para que os segmentos e departamentos se manifestassem. O samba 3 foi o que se escolheu”, explicou.

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Diretor de carnaval, Raphael Maslionis

Para garantir uma safra de qualidade, o segredo é oferecer ao compositor uma sinopse bem construída, além de liberdade para compor. Maslionis também falou sobre a ideia do enredo e o trabalho que foi desenvolvido em cima dele. Vale ressaltar que não há carnavalesco assinando o desfile da Independente Tricolor. “Eu trouxe a ideia inicial, que passou por alguns ajustes no meio do processo. O Fernando Baggio chegou ao time um pouco depois, propôs alguns ajustes no começo do enredo para fortalecer a parte de criação. Foi um trabalho da escola, vamos colocar assim. Eu trouxe essa ideia e, juntos, fomos ajustando, e hoje conseguimos um bom resultado de samba para a nossa escola”, comentou.

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Escolha criteriosa e promessa de briga pelo título

Danilo Zamboni, diretor-geral da agremiação, revelou que a escolha foi feita com bastante rigor. O gestor também comentou que, apesar de ser uma final entre dois sambas, uma junção não foi cogitada. “Estamos muito felizes. Sempre tentamos inovar em alguma coisa. A escolha foi criteriosa. Houve um empate, e pensamos bem no que era melhor para a escola. Muitas vezes, um samba tem uma parte mais bonita, o outro tem outra parte melhor, mas em nenhum momento foi cogitada uma junção. Agora, é trabalhar bastante. A Independente é uma escola forte, e nosso objetivo principal é retornar ao Grupo Especial”, declarou.

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Danilo Zamboni, diretor-geral da agremiação

Zamboni também destacou a importância de valorizar a cultura brasileira, como a escola fará com o enredo “Ngoma, a primeira festa no mundo”. Ele afirmou que a Independente Tricolor vai brigar pelo título do Grupo de Acesso. “É um enredo forte, que fala da primeira festa do mundo, dos tambores africanos. Isso mexe muito com a nossa história e cultura. O Brasil precisa disso, a gente precisa valorizar as nossas raízes. Apostamos nisso e temos a convicção de que faremos um grande desfile. Com todo respeito às outras escolas, nosso objetivo é disputar o título”, afirmou.

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Samba valente

O intérprete Chitão Martins avaliou a escolha de forma positiva, tanto pela diretoria quanto pela comunidade. “A Independente já vinha de um tempo com encomendas de sambas, e este ano o presidente quis fazer uma disputa. Ficamos muito felizes com o resultado. Tinha dois sambas na final, e qualquer um deles poderia ganhar, o que daria um resultado legal. Mas optamos por um samba que achamos que combina com o Carnaval do Acesso. Fizemos um ensaio na terça-feira com a comunidade, e os dois sambas estavam muito bem cantados. Hoje, percebemos a resposta do público. Estamos felizes por escolher um samba que agradou à diretoria e à comunidade”, comentou.

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Intérprete Chitão Martins

Dentro das características melódicas da obra, o cantor também destacou que o samba se encaixa muito bem na sua voz, por suas características. “É um samba valente, do jeito que eu gosto de cantar, com refrões fortes, sempre atacando. Sabemos que o Acesso será mais disputado do que nos anos anteriores. Queríamos um samba forte para chegar com tudo na pressão”, concluiu.

Felicidade de um compositor

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Turko, um dos compositores que assinou a obra vencedora, contou o sentimento de vencer a disputa na agremiação. O experiente escritor de sambas-enredo tem a sua primeira vitória na Independente Tricolor e esbanja felicidade, torcendo pela volta da comunidade da Vila Guilherme ao Especial. “É uma satisfação enorme, ainda mais em uma escola que vem de um processo diferente. A gente ficou muito feliz já com o resultado quando terminamos a obra. É um enredo excelente e veio essa vitória para coroar. Nós estamos transbordando de felicidade. A nossa parceria nunca havia participado de nada na Independente, e é uma satisfação enorme vencer o concurso de primeira. Ficamos ainda mais contentes porque o resultado estava estampado na comunidade. O povo explodiu no momento do anúncio. Quando a bateria, comunidade e diretoria estão satisfeitos com o samba, já é meio caminho andado para o sucesso do carnaval. Com uma certa experiência, nós já sabemos esses caminhos. A Independente Tricolor é uma escola gigante e tem tudo para voltar ao Grupo Especial do carnaval de São Paulo”, finalizou.

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Mocidade define primeira baixa e apresenta quatro destaques no início da disputa de samba para o Carnaval 2026

A Mocidade Independente de Padre Miguel realizou sua primeira eliminatória de samba-enredo no último domingo. Na semana passada, houve apenas a apresentação de todos, sem corte. Dessa vez, o primeiro samba eliminado foi o de Fernando Muniz e parceria. Doze composições continuam na disputa, cuja próxima etapa será realizada no próximo domingo, 3 de agosto. Abaixo, veja a análise do CARNAVALESCO.

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Parceria de Franco Cava: Abrindo a temporada de disputas na quadra da Vila Vintém, a parceria de Franco Cava, André Baiacu, J. Giovanni, Gulle, Almir, Flavinho Avellar, Renato Duarte e Fabinho contou com Leozinho Nunes, uma das vozes oficiais da União do Parque Acari, no comando do microfone principal. A apresentação foi conduzida com tranquilidade pelo intérprete e os cantores auxiliares. O ponto alto do samba foi o refrão “Que tal nós dois / Na banheira de espuma / Lança, lança! Perfume no carnaval / Independente! Tem corpo caliente / O importante é gozar no final”. Destacaram-se também o refrão do meio e a segunda parte da obra, com melodia interessante. O próprio Franco Cava, vestido de noiva, participou da apresentação ao lado de outro compositor caracterizado como Rita Lee. * OUÇA AQUI O SAMBA

Parceria de Zélia Duncan: Zé Paulo Sierra, intérprete da União de Maricá, liderou a apresentação da parceria de Zélia Duncan, Frejat, Arlindinho Cruz, Zé Paulo Sierra, André, Prof. Renato Cunha, Rafael Falanga, Diego Estrela e Igor Leal. A letra valorizou figuras femininas marcantes na história da Mocidade, além de representar a homenageada com epítetos criativos. A segunda parte do samba se destacou, especialmente, o verso “Auê da ovelha negra” até o final, remetendo a uma das músicas de Rita. O samba empolgou parte do público presente, que cantou os refrões com entusiasmo. Foi o primeiro destaque da noite. * OUÇA AQUI O SAMBA

Parceria de Jurandir: Defendida por Emerson Dias, voz da Acadêmicos de Niterói, a parceria de Jurandir (Didi), Jorge Carvalho, Dunga, Jorge Alves, Raimundo, Tim Maia Daflon, Althair, Bitão, Leo Lopes e Jorginho Mocidade teve bons momentos, especialmente, na segunda parte. Destacaram-se os versos “Trilha livre no prazer / Pra de amor ninguém morrer de fome / Aos frascos e comprimidos / Derramai vossos versos sagrados” e o refrão do meio, com os versos “Todas as mulheres vencem no dia a dia / No chão, no mar, na lua, na melodia”. * OUÇA AQUI O SAMBA

Parceria de Paulinho Mocidade: Rafael Tinguinha, intérprete da São Clemente e da Barroca Zona Sul, e Paulinho Mocidade deram vida à parceria composta também por Sandra Sá, Gabriel Teixeira, Lico Monteiro, Gabriel Simões, Rodrigo Feiju, Tamyres Ayres, Christiane e Trivella. Com uma pegada irreverente, o samba empolgou parte da quadra, principalmente, com o refrão: “Eu não sou puta, nem sou freira / Santa Profana, a Padroeira / Desculpe o auê, ardente é o querer… / Agora só falta você!”. A segunda parte manteve o tom provocativo e descontraído, chamando a escola para um momento de prazer. * OUÇA AQUI O SAMBA

Parceria de Santana: A obra de Santana, Paulo Senna Poeta, Valdeci Moreno, Carlos Augusto, Gustavinho Souza, Edvaldo Lucas e Everaldo Silva teve como intérpretes Leonardo Bessa e Serginho do Porto, da Renascer, e da Estácio, respectivamente. A apresentação foi leve, com destaque para o refrão final animado. Alguns versos se sobressaíram: “Um belo dia resolvi mudar / Te colori com azul do meu olhar / Reafirmei minha bandeira” e “Me desculpe o auê / Baila comigo na luz do luar / Em poesias que trago lá do céu / Abrindo a festa de Padre Miguel”. O refrão do meio, apesar de animado, soou genérico. * OUÇA AQUI O SAMBA

Parceria de Rafael Drumond: Única com uma mulher no comando vocal, a cantora Millena Wainer, do carro de som da Mocidade, liderou a apresentação da parceria de Rafael Drumond, Gilberto Paizão, Gil Paiva, Giovane Paiva, Vinicius Ramaldes, Pinóquio do Cavaco, Roberto Sade, Emerson Zona Sul, Luiz Antônio Santista e Thainá do Tan Tan. O samba foi bem recebido e cantado com força. Com letra rica e irreverente, destacou-se com o refrão: “Desculpe o auê, desculpe o auê / Agora só falta você! / Ovelha Negra é raiz, que ‘porraloca’! / Vintém, você me dá água na boca…”. * OUÇA AQUI O SAMBA

Parceria de Paulo César Feital: Com Igor Pitta e Roni Caetano nos vocais, a obra de Paulo César Feital, Dudu Nobre, Claudio Russo, Alex Saraiça, Denilson do Rozario, Carlinhos da Chácara, Júlio Alves, Marcelo Casa Nossa, Anderson Lemos e Leo Peres foi animada e bem recebida. Versos como “Ela zombou do falso moralismo / Quando à beira do abismo o país tava nublado / E a Tropicália foi o sol da resistência / Era ruiva a providência de um tempo amordaçado” tiveram destaque e garantiram lugar entre os principais sambas da noite. * OUÇA AQUI O SAMBA

Parceria de Jefinho Rodrigues: Com Wander Pires, da Viradouro, à frente, a parceria de Jefinho Rodrigues, Diego Nicolau, Xande de Pilares, Marquinho Índio, Richard Valença, Orlando Ambrosio, Renan Diniz, Lauro Silva, Cleiton Roberto e Cabeça do Ajax apresentou uma obra com letra impactante e refrões fortes. Versos como “Cabelo de fogo e a lente encarnada / Mutante da pele marcada / Transo rock e samba pra sentir prazer / Agora só falta você…” e “Vem, seja Pagu, se entrega” marcaram a apresentação. * OUÇA AQUI O SAMBA

Parceria de Rogerinho: Décima da noite, a parceria de Rogerinho, Nito de Souza, Duda Coelho, Itamar Trindade, Marcinho.com, Junior Diniz, Anderson Migão, Gordo de Muriqui, João Vitor e Gabriel teve Pixulé (Tuiuti) e Thiago Brito (Ponte) nos vocais. O samba se destacou pelo refrão do meio, repleto de referências a Rita Lee, e pela subida final: “Vai buscar os anéis de Saturno / Vivendo o presente, pintando o futuro / Erva venenosa, manifesto de poder / Agora só falta você”. * OUÇA AQUI O SAMBA

Parceria de Zulu: Com Thiago Acácio no microfone, a parceria de Zulu, Fabio, Vanderléa, Gilmar Eugênio, Ribeirinho Luz, Mauro Jarbas, Guedes, Delvanir e Piririco apresentou um samba com forte identidade da homenageada. A segunda parte se destacou com os versos: “Cabelo vermelho, guitarra maluca / De cabeça feita, sem grilos na cuca / Rainha do rock, de verbo afiado / Que fez do deboche seu gesto sagrado”. * OUÇA AQUI O SAMBA

Parceria de Beto Corrêa: Defendida por Pitty de Menezes, a parceria de Beto Corrêa, Samir Trindade, Rodrigo Medeiros, Cristiano Plácido, Guto Listo, Gilberto Monteiro, Wilson Paulino, Giacomo Peter Corrêa e Márcia Carvalho animou a quadra com refrões fortes. Destaque para “Se Padre Miguel é amor, sexo é Mocidade” e a crítica embutida em “Sonhei uma ‘Insana’ poesia / Um carnaval de ‘Ritas’ e ‘Marias’”. * OUÇA AQUI O SAMBA

Parceria de Jaci Campo Grande: Última da noite, a parceria de Jaci Campo Grande, Paulo Ferraz, Dr. Marcelo, Alex Cruz, Elian Dias, Marcinha Mocidade, Lúcio Flávio, Paulo Bachini, Aurélio Brito e Lê da Vila foi defendida por Evandro Malandro e Vitor Cunha. Versos como “Sua força vocal nenhum macho detém / Canonizada da Vila Vintém” e o refrão “Rogai, Rita Lee, ó padroeira!” encerraram a noite em tom poético e irreverente. * OUÇA AQUI O SAMBA

Vídeos: apresentações dos sambas classificados no segundo dia de eliminatória na Mocidade

Rosa Magalhães é homenageada com a Ordem do Mérito Cultural, maior honraria da cultura brasileira

Uma das maiores artistas da história do carnaval brasileiro, a carnavalesca Rosa Magalhães foi homenageada in memoriam com a Ordem do Mérito Cultural (OMC) de 2025, no grau máximo da honraria, a Grã-Cruz. A condecoração, concedida pelo Ministério da Cultura, reconhece personalidades e instituições que contribuem de forma marcante para a construção da diversidade e da riqueza cultural do Brasil. Responsável por desfiles memoráveis e vencedora de sete títulos do Grupo Especial do Rio de Janeiro, Rosa entra para um seleto grupo que representa o mais alto reconhecimento público no campo da cultura nacional. Seu legado no Carnaval carioca, especialmente à frente de escolas como Imperatriz Leopoldinense e Salgueiro, é reconhecido não apenas como espetáculo popular, mas como obra de arte e patrimônio cultural do país.

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Foto: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

A edição deste ano da OMC teve um caráter especial: mais de 11 mil sugestões populares foram recebidas em uma consulta pública nacional. A escuta da sociedade ajudou a selecionar 112 pessoas físicas e 14 instituições de diversas regiões, expressões artísticas e gerações. Além de Rosa, outros nomes homenageados com a Grã-Cruz foram Beth Carvalho (também in memoriam), Milton Nascimento, Martinho da Vila, Alceu Valença, Alaíde Costa, Fernanda Torres e Paulo Gustavo (in memoriam), entre outros.

A lista completa foi publicada no Diário Oficial da União. A pluralidade dos premiados abrange áreas como música, literatura, teatro, cinema, circo, cultura digital, arquitetura, patrimônio histórico e, claro, cultura popular brasileira — na qual o Carnaval ocupa papel de destaque.

A presença de Rosa Magalhães entre os agraciados representa um reconhecimento à força criativa do samba, aos artistas do carnaval e ao poder simbólico dos desfiles como manifestação artística e identitária do povo brasileiro. É também um gesto de valorização da memória de uma artista que transformou a avenida em tela, o samba em narrativa e o carnaval em arte.

A trajetória de Rosa segue viva na memória afetiva do povo e nos aplausos que ecoam a cada vez que sua obra é lembrada. A honraria reafirma: o Brasil celebra e reconhece sua genialidade.

Salgueiro anuncia fim das alas comerciais e desfile 100% com a comunidade no Carnaval 2026

O Salgueiro vai colocar toda a sua comunidade no desfile de 2026. Em uma decisão inédita na gestão do presidente André Vaz, a escola optou por extinguir as alas comerciais e distribuir gratuitamente 100% das fantasias para os componentes salgueirenses.

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“Salgueiro não vai vender fantasia esse ano. Isso foi conversado logo após o carnaval com a diretoria. Esse ano vai ser 100% comunidade. Tínhamos duas alas que a gente vendia. Esse ano vai ser um ano que vai ser comunidade 100%”, explicou o presidente André Vaz, em entrevista ao CARNAVALESCO.

Segundo o diretor de carnaval, Wilsinho Alves, a mudança tem base técnica. Uma análise detalhada do desempenho da escola em 2025 apontou que as únicas notas descartadas nos quesitos de Harmonia e Evolução vieram justamente das alas comerciais.

“Tiramos a questão das alas comerciais por conta de uma análise técnica. Tanto o julgamento de Harmonia como o de Evolução, apesar de terem sido duas notas descartadas, foram em cima das duas alas comerciais do Salgueiro. Para que a gente não corra nenhum risco, o presidente decidiu que a gente não teria mais as alas comerciais para o próximo carnaval. E a gente tem uma comunidade muito potente”, reforçou o diretor.

Wilsinho ainda destacou que todos os componentes da escola foram recadastrados, garantindo que quem cumpriu os compromissos no último desfile está apto para continuar representando a agremiação.

“Todo mundo que desfilou, cumpriu os requisitos, entregou sua fantasia, está apto. Já se recadastraram. Toda a nossa comunidade está recadastrada”.

om o enredo intitulado “A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, de bacalhau e nem do pirata da perna-de-pau”, a escola celebrará a obra, o legado e o universo criativo da saudosa carnavalesca Rosa Magalhães, que se consagrou como a maior campeã da Sapucaí.

Assinado pelo carnavalesco Jorge Silveira em parceria com o curador Leonardo Antan, o enredo propõe um cortejo lúdico e fabuloso, inspirado na trajetória de Rosa, com passagens por bibliotecas encantadas, reinos imaginários e encontros com personagens clássicos dos contos de fadas, da mitologia e do folclore brasileiro. A proposta é mergulhar no processo criativo de Rosa Magalhães, reverenciada por sua genialidade estética, rigor histórico e sensibilidade artística. Além de Jorge e Antan, a equipe de criação do enredo conta com Ricardo Hessez e Allan Barbosa.

Em 2026, o GRES Acadêmicos do Salgueiro fecha a última noite de desfiles do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí, na terça-feira de Carnaval, dia 17 de fevereiro.

Sinopse do enredo do Jacarezinho sobre Xande de Pilares para o Carnaval 2026

Enredo: “O ar que se respira agora inspira novos tempos”

logo jacarezinho2026
Logo: Marcos Paulo

Como homenagear um dos maiores versadores do samba? Antes que me puxem a orelha, ou digam que estou puxando sardinha para um dos meus filhos pródigos, todos sabem que nosso Xande é um dos grandes improvisadores da nossa cultura. Então, se me permitem arriscar um verso, podemos dar início aos trabalhos.

“Falo de um cria do Turano
Que também morou no Andaraí
Até parece Andarilho
Gosta de andar por aí
Não posso esquecer de Trindade
E falo dele com carinho
Leva o nome de Pilares
Mas estourou no Jacarezinho”

Este verso não é uma mera coincidência, afinal, toda essa história se inicia no Morro do Turano. Não apenas uma história de vida, mas também os caminhos que guiaram sua trajetória. Caminhos que foram preenchidos por percalços, mas que não o impediram de sonhar. Fosse ao longo do tempo como entregador, auxiliar de serviços gerais, durante os momentos que escrevia seus nomes pelas paredes e jardins, dando vazão à veia artística através de marcas que foram constantemente apagadas pelos patrões. Ainda assim, não importa quantas vezes tentaram apagar seu nome, ele continuou sendo escrito e reescrito, perseverando em sua força de vontade, que o fez chegar onde está. Está, pois para Xande, o sonhador precisa continuar a sonhar, então não existem linhas de chegada: sempre há chão para trilhar.

Foi no Turano que conheceu e se encantou pelos versos falados da Folia de Reis, referência que mais tarde se juntou ao repente de Jackson do Pandeiro e Caju & Castanha, além do verso cantado do Cacique de Ramos, de tantas visitas com o primo Guará, gerando seu estilo único, afiado e marcante. De lá, encontrou rumo do Morro do Andaraí, onde viu as primeiras referências. Seja a aproximação com o universo das escolas de samba por intermédio da Alegria da Passarela, ou pelo contato com ídolos geracionais como, Geraldo Babão, Gaspar, Nonô, Adalto Magalha e Almir Guineto.

O fascínio pelo samba continuou a aflorar quando novos ventos sopraram rumo à Trindade, em São Gonçalo. Lá, teve contato com a rivalidade entre Boêmios da Trindade e o Juazeiro do Caçador, abrilhantando seu encanto com os blocos de carnaval, agregando à sua paixão pela festa. O samba, então, deixou de ser apenas a menina de seus olhos, tornando-se também ganha pão. Ao chegar na comunidade do Águia de Ouro, o Viaduto de Pilares se transformou símbolo da vida pendular, o atravessar de caminhos para conquistar o que era seu. Se, para um lado do viaduto estava a busca pelo pão, do outro lado, ficavam pelo trajeto do Viaduto as lágrimas que não tinham lugar dentro de casa. Pilares de tantos desabafos, onde Guará o nomeou Alexandre de Pilares, que depois virou apenas Xande, até que, com o espelho de Carlinhos, finalmente se tornou Xande de Pilares.

A vida ganha novos destinos e novas possibilidades frente à chegada ao Morro do Jacarezinho. O encontro com Barbeirinho, Zé Dedão e outros lhe rendeu inspiração, ainda mais obstinado a vencer. Aqui, mais do que irmanados, nos tornamos cúmplices. Cumplicidade na sobrevivência e cumplicidade num sonho, que se revelava cada vez mais. Não foi nessas ruas que ouviu pela primeira vez “Compasso do Amor” tocar nas rádios? Não foi descendo as ruas e vielas deste morro para tocar com o Revelação que as coisas começaram a virar? Então a celebração será em nosso chão.

“Nos mistérios do Senhor da Luz
Bolou um papo na escala de Fá
Desvendando um Eldorado submerso
E lá no Bixiga fez Sankofa
Com os sabores do fundo do quintal
Em Gaia fez um alerta ao mundo inteiro
Versou as senhoras do ventre ancestral
De corpo fechado só entende quem é Salgueiro”

Se a trilha da caminhada artística de Xande floresceu no Jacarezinho, foi também aqui que os passos começaram a ser trilhados para o samba-enredo. Foi frente aos mistérios do Senhor da Luz que pela primeira vez seus versos ecoaram na sagrada avenida. Num delírio Tupi-Parintintim, a caneta inspirada musicou a jornada da Unidos de Padre Miguel para descortinar os mistérios de um Eldorado submerso, e trespassando barreiras geográficas, pôs tinta no papel para exaltar Sankofa, ecoando no Anhembi a preta batucada do Vai-Vai. Teve também o privilégio de musicar a maior homenagem que um sambista pode receber, e rolou aquele papo que cabe na escala de fá, perfeito para o partideiro versar, para que o Império Serrano pudesse homenagear Beto Sem Braço.

Mas passear pelas obras e influência de Xande no carnaval brasileiro, é inevitavelmente traçar a rota para o Morro do Salgueiro. Não só como fonte de inspiração, mas a verdadeira jóia no coração desse salgueirense da cabeça aos pés. O início de uma jornada traçada pela exaltação à criação do mundo por intermédio de Olorum, trazendo um alerta ao mundo inteiro sobre a necessidade de prezar pela vida em nossas mãos, que atravessou os profundos saberes e sabores do fundo de quintal, e nos brindou com a exaltação da mulher negra em toda a sociedade, ventre ancestral que gerou a vida que se espraiou na Terra.

E nos parece somente justo que, a trajetória daquele que emprestou não somente caneta mas como também voz, tenha tido como capítulo mais recente a exaltação à proteção espiritual. Com Oxóssi, Oxaguian e Oxum a cuidar-lhe a cabeça, Ogum a proteger e o povo cigano a guiar-lhe os caminhos, Xande pôde mais uma vez apresentar à Academia do Samba o que tem de melhor, ecoando uma vez mais na Sapucaí a potência dos versos malandriados na escola de coração.

“O ar que se respira agora inspira novos tempos
Parcerias que deixam radiante o meu coração
Alegrias, tristezas, amores e decepções
Emoções que eu senti com o grupo Revelação
Nosso filho pródigo Xande de Pilares
Com muito orgulho eu vou te falar
Você é nosso enredo tá escrito
É Deus quem aponta a estrela que tem que brilhar”

Mas na nossa realidade, trajetórias não se constroem de maneira isolada. No mundo do samba, principalmente, as parcerias se tornam pontos centrais das nossas estradas, e acabam se misturando e se tornando parte de nossa própria identidade. A exaltação à Xande, passa também, por exaltar as grandes parcerias desenvolvidas ao longo dos anos, aqueles com quem nosso poeta desenvolveu tantas e tantas letras, e construindo um legado que desfilou pelo Pagode da Tia Gessy, Vem que Tem, Pagode dos Magnatas, Olimpo, Cacique de Ramos e tantos outros palcos que edificaram o samba na cultura popular.

Se pensarmos nas parcerias, não seria surpresa que o Revelação merecesse um capítulo por si só. Aqui, não se trata somente da junção de pessoas para construir uma canção, mas da conexão de ideias que revolucionaram a história do samba. Seja por intermédio das canções de própria autoria, ou dando voz e vazão à construção poética de tantos outros compositores, o grupo tem protagonismo claro e evidente em meio às parcerias que perpassam a vida de Xande. Entretanto, neste capítulo, é impossível não traçar um anexo para Mauro Júnior, o colaborador mais prolífico da sua carreira enquanto compositor, exemplificando um entrosamento que superou os limites dos palcos e das rodas de samba, e foi de encontro aos telefonemas, vinhos e churrascos para ajustar versos e melodias.

Conexões que não se encerram apenas nos entornos do grupo, mas que agregam e trazem para perto de si outros irmãos de caminhada, de composição, de vida. Tratar da figura de Xande de Pilares sem tratar da figura de Gilson Bernini seria como separar o arroz do feijão, analogia que se faz não só pela combinação perfeita, mas pelo que a dupla nutriu o meio do samba ao longo de tantos anos de irmandade. Elo que também se mostra resistente e frutífero com Helinho do Salgueiro, autor de tantas composições que afloram o sentimento e falam ao coração, e grande responsável não só pela união do Revelação, mas também por convencer Xande a ser o cantor do grupo. Que se mantém forte na parceria com um ídolo de tantos como Arlindo Cruz, e também mora na continuidade do legado imortal do Fundo de Quintal nas colaborações com André Renato, cedendo também, junto de Moisés Santiago, caneta para que o maior grupo de samba do Brasil possa cantar.

Ao final do dia, as letras de Xande nos afetam de forma diferente. Poesia que nos acompanha nos momentos de felicidade, de tristeza, de amor, de coração partido, de retribuição e de agradecimento. Talvez, more naqueles que são seus versos mais famosos, a inspiração que todo sambista já precisou ouvir uma vez na vida, o combustível para seguir em frente. A certeza de que, mesmo que demore um pouco, a felicidade há de chegar, e é justamente por isso que não devemos parar de sonhar. Se até aqui fizemos verso e prosa aos poetas que irão musicar esta merecida homenagem, agora a comunidade do Jacarezinho fala para você.

Quando Tia Dozinha lhe disse para engolir o choro frente à baixa do Quartel, é porque ela sabia que o “sim” de Exu é um presente, e o “não” são dois. Se é Deus que aponta a estrela que tem que brilhar, Xande, então não temos dúvidas que tua trajetória iluminada tá escrita, através da própria tinta de Deus, posta a próprio punho no papel para refletir tamanha jornada. E, tu que tanto cantou, se permita deixar com a gente esse capítulo da sua jornada: Vem ser cantado pela tua gente! Hoje, o Jacarezinho canta Xande de Pilares, que também é Xande do Jacarezinho, inspirando novos tempos para uma comunidade que transformou prata em ouro com fé de que sua hora ia chegar.

E chegou.

Carnavalesco: Bruno Oliveira
Enredista: João Luiz Silveira

Coisa de preto quilombola! Crias da casa são bicampeões na Unidos de São Lucas

Como é tradicional, a Unidos de São Lucas realizou a final de samba-enredo da agremiação no Arraiá da São Lucas, com presença da comunidade da Zona Leste de São Paulo. Não foi a única semelhança com outros tantos eventos da agremiação em anos anteriores, por sinal. A safra da escola, mais uma vez elogiada no universo do samba paulistano, coroou, pela segunda vez seguida, a composição de Bruno Leite e Ricardinho Olaria – os compositores assinaram a obra que embalará o desfile de “Meu Tambor É Ancestral – Heranças e Riquezas de Um Povo… Um Brasil de Festas Pretas”, assinado pelo carnavalesco Anselmo Brito. Presente no Arraiá da São Lucas, o CARNAVALESCO entrevistou uma série de nomes importantes para o projeto da agremiação e traz tudo para você.

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Compositores Bruno Leite e Ricardinho Olaria. Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Mais que samba

Iniciado às 18h, o Arraiá da São Lucas teve tudo que uma festa julina merece: barracas de doces (própria reportagem experimentou um doce à base de amendoim) e salgados, bebidas típicas, bandeirinhas e até mesmo música sertaneja. Conforme a noite avançava, a comunidade chegava com mais peso à tradicional quadra, localizada na rua Carminha, Zona Leste de São Paulo.

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A partir do momento que a bateria começou a tocar, por volta das 21h30, entretanto, ouviu-se apenas sambas-enredo – que deram o tom dali em diante. Foram relembrados grandes sambas da história da agremiação e, após a execução também de alusivos da Unidos de São Lucas, foram iniciadas as apresentações dos quatro finalistas do concurso para definição da execução da música que embalará o desfile de 2026.

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Os primeiros dois sambas a se apresentar (os de número 13 e 07, respectivamente), apostaram na força do palco, sem a presença das tradicionais torcidas com bandeiras e afins. Os dois últimos (pela ordem: 04 e 05) tinham pessoas da comunidade com tais artifícios. Todos os intérpretes e compositores, entretanto, buscavam ganhar a simpatia da comunidade e tentavam interagir com o chão da agremiação – que, inclusive, recebeu com simpatia as quatro obras.

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Antes do anúncio do vencedor, os intérpretes que estavam presentes na quadra executaram grandes obras das escolas que atualmente defendem e/ou que tiveram alguma relação anteriormente. A comunidade, porém, extravasou no anúncio da obra escolhida.

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Bicampeonato de crias da casa

Autores do elogiadíssimo samba-enredo que embalou “Ijexá” em 2025, Bruno Leite e Ricardinho Olaria venceram pelo segundo ano consecutivo na agremiação que é do bairro em que ambos foram criados. A enxuta parceria (que, na realidade, é uma dupla) tem um segredo para, novamente, sagrar-se campeã do concurso: a forte interação entre ambos: “A gente tem uma parceria de longa data – e não é só de carnaval. A gente escreve samba de meio de ano também, a gente tem um trabalho no Spotify de músicas nossas. Isso alavancou a gente a continuar fazendo nossos trabalhos de samba-enredo. O que ajuda a gente enquanto dupla é termos uma conexão. A gente gosta de se juntar”, declarou Ricardinho.

Ele próprio destacou que o processo de composição da obra lembra a dos antigos partideiros do samba: “A gente se junta para escrever o samba e a nossa decisão é rápida: eu canto um refrão, ele canta outro refrão, a gente bate qual ficou melhor e já vamos para a próxima. A gente já vai para a próxima saída, depois para o refrão do meio e assim vai. A gente tem uma conexão que ajuda muito para o final da obra acontecer”, comentou.

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A identificação com a agremiação foi citada por Bruno: “Para a gente é uma honra estar aqui mais um ano, defendendo a nossa escola, nosso pavilhão. A gente passou bem com o samba nesse ano corrente aqui, a comunidade ficou feliz com o samba. O resultado talvez não tenha agradado tanto, a gente sabe que é um grupo competitivo – e, infelizmente, a São Lucas acabou descendo”, lamentou, relembrando o resultado da escola no Grupo de Acesso I em 2025.

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Ricardinho também passou pelo fato de ser morador do Parque São Lucas ao falar do enredo da agremiação para 2026: “O tema da São Lucas desse ano agradou muito, com tema afro, falar de ancestralidade, da nossa cultura quilombola, coisa de preto. Ajudou bastante para a gente poder escrever. E a gente é da comunidade: o Bruno mora aqui, eu moro na rua de baixo. Essa conexão com o povo da São Lucas é maravilhosa”, comemorou.

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Comparação inevitável

Quando uma conquista acontece pela segunda vez consecutiva, é natural que comparações surjam entre os dois triunfos. Bruno Leite destacou que o samba-enredo de 2026 é bem diferente de Ijexá: Saiu bastante assim da estética do samba do ano passado. É um samba novo, uma proposta diferente. O enredo, apesar de ter uma conexão com Ijexá, também tem uma proposta diferente. A gente achou por bem não trazer nada do samba do ano passado – e a gente foi feliz no resultado. Trouxemos um samba com outra estética para esse ano”, pontuou.

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Prova da conexão

Quando a reportagem pediu para que cada compositor falasse qual a parte favorita de cada um deles no samba-enredo, ambos escolheram o mesmo: “Minha parte favorita da obra é o refrão de cabeça: ‘é coisa de preto, quilombola/o som do batuque, o corpo de mola’. Esse é o ato de resistência do povo preto. Batucar e mexer o corpo do jeito que a gente sabe mexer”, explicou.

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Ricardinho Olaria, entretanto, gosta de tal parte na composição por outro motivo: “O meu também é o refrão de cabeça, e eu gosto de citar, também, a ligação com a escola: ‘vem curimbar, São Lucas chegou/se liga no rufar do meu tambor’”, cantou.

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Por falar em enredo…

A temática da Unidos de São Lucas para 2026 foi muito elogiada por uma série de nomes importantes na agremiação. Bruno Leite foi um deles: “Para levar a escola de volta para o Grupo de Acesso I e, depois, para o Grupo Especial (que é o lugar onde ela merece estar), a gente se dedicou bastante para escrever esse samba. A gente leu bastante a sinopse, fez uma pesquisa adicional. A primeira inspiração que vem é sempre inspirada num samba antológico, num samba anterior que a gente tenha feito. Mas a gente procurou olhar para esse tema com todo o carinho, tentando criar as divisões melódicas de acordo com o que o tema pedia”, afirmou o compositor.

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Outras pessoas importantes da instituição, entretanto, elogiaram “Meu Tambor É Ancestral – Heranças e Riquezas de Um Povo… Um Brasil de Festas Pretas”, enredo da Unidos de São Lucas para 2026. Tuca Maia, intérprete da agremiação, foi um deles: “A expectativa era muito grande. Mais um ano e mais um tema muito bom! A primeira coisa que a escola tem que acertar é o tema, e nós acertamos nisso, graças a Deus. E, hoje, tivemos quatro grandes sambas na final, com um grande vencedor. A escola está muito feliz e estamos na expectativa para ver o que vai rolar ao longo do restante desse ciclo carnavalesco. Foi uma grande final, com certeza”, comentou, aproveitando para elogiar os finalistas do concurso.

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Anselmo Brito, carnavalesco da instituição, também fez elogios à temática: “Eu posso dizer para você que vai ser um grande desfile, à altura do que a escola merece e do que a escola já vem apresentando. Tenho certeza que quem estiver no Anhembi para ver o nosso desfile vai se encantar. A história é fantástica! A amarração é maravilhosa, é uma escola que vai viajar por esse Brasil através do tambor. Nada pode ser melhor do que isso. É um enredo totalmente cultural, é um enredo que fala sobre ancestralidade. Esse tambor sai lá da África, vai viajar todo o Brasil, todas as regiões do Brasil, de Norte a Sul, Leste a Oeste. Imagina a riqueza disso: levar o Brasil e a nossa cultura – que é riquíssima”, destacou.

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O carnavalesco, porém, destacou que o mérito é da comunidade, e não exclusivamente dele: “Mais que falar do enredo ou da sinopse, é importante falar que é um trabalho feito em conjunto. Esse enredo foi feito com muito carinho e eu tive a colaboração do presidente, do meu diretor de carnaval, do diretor de Harmonia… houve o envolvimento da escola toda”, refletiu.

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Principal nome da escola, Adriano Freitas, popularmente conhecido como Nanão, presidente da instituição, também mostrou muita simpatia ao enredo: “A gente vem trabalhando nesses últimos quatro anos com a essência do carnaval: exaltar a ancestralidade. É o que eu costumo dizer, eu bato sempre na mesma tecla. Posso dizer, sem sombra de dúvidas, que nós trouxemos enredos afros muito bons, que tiveram uma aceitação muito boa da comunidade e dos compositores. Eu não tenho do que reclamar”, comemorou.

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Elogios gerais

Como não poderia deixar de ser, o samba-enredo campeão foi elogiado por todos os ouvidos pela reportagem. Eles, entretanto, não foram os únicos elogiados. Everton Coelho, diretor de carnaval da Unidos de São Lucas, foi um deles: “Mais um ano de arraial e festa julina, o pessoal das alas se imbuiu juntamente com a comunidade para fazer uma festa gostosa. Em relação ao samba, nós tínhamos quatro opções bacanas e fortes, mas foi um voto da comunidade para escolher o vencedor, do Bruno Leite e do Ricardinho Olaria. Só um baita samba poderia vencer esse concurso, já que nós tínhamos aquele refrão do meio maravilhosa do samba 07, o contexto muito bom do samba 05 (da parceria do Xandinho Nocera) e toda a construção do samba 13. O campeão vem na mesma linhagem do ano passado. Vamos para cima!”, destacou, aproveitando para exaltar o evento como um todo.

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Nanão foi além: “São sambas que, se eu pudesse desfilar três ou quatro dias e passar com cada um deles na avenida, eu passaria. Em disputas assim, entretanto, um ganha e os outros não. O que saiu vencedor, entretanto, foi o melhor para a escola. A comunidade vai cantar com toda a garra e com todo o carinho. A gente vai agradecer muito àqueles que vieram, deram a canetada e ajudaram a escola”, exaltou.

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Anselmo foi na mesma linha: “Com certeza, gostei muito do samba escolhido! Estou feliz, a escola está feliz e a nossa comunidade está feliz porque fizemos a escolha de um samba extremamente técnico, um samba muito alegre e de um trabalho já continuado da escola, que vem dando resultado. É aquela coisa: em time que está ganhando não se mexe”, destacou.

O carnavalesco, entretanto, aproveitou para falar sobre a safra da escola como um todo: “O bom é que, aqui na São Lucas, todo mundo participa, todo mundo ajuda a construir a história. O resultado são tantos bons sambas, porque realmente todos os sambas que estavam na final foram merecedores e tinham condições também de ser o hino da escola. A gente fica muito feliz agora”, destacou.

Afago de peso

Sinônimo de Unidos de São Lucas, Vânia Cordeiro, histórica intérprete da agremiação (com destaque para os anos de 2001 e 2002, anos em que a agremiação desfilou no Grupo Especial), apareceu de supetão enquanto a reportagem entrevistava a dupla de compositores campeã. E as palavras não poderiam ser mais elogiosas: “Essas crianças aqui… eles são demais! Eu ia falar um palavrão, mas como é entrevista eu não vou falar. Sabe o que é ser demais? Eles são. Conheço eles desde que eles eram pequenininhos. Trabalhamos várias vezes juntos. Já cantei composição deles na avenida. Vários! E os meninos são demais. São comunidade mesmo, eles sabem tudo aqui da escola. Criados aqui! Olha, não é por nada não, mas acho que vai ser difícil… se eles continuarem nessa vibe aqui, com essa mão, com essa caneta nervosíssima… não vai ter como não, viu? Vai continuar. O ano de 2027 está logo aí. Minhas crianças são demais!”, previu.

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Mudanças?

Mais natural que os elogios ao samba-enredo campeão, apenas as mudanças que a obra sofre ao longo do processo. Everton foi bem detalhista a respeito da composição: “No ano passado, mesmo com um samba tão elogiado, nós também tivemos algumas mudanças. Nós estamos observando tudo isso. Vai sim ter ajuste, todos os quatro precisariam de ajustes de acordo com a nova forma de julgamento. Nós vamos sentar e verificar. Tem uma parte desse samba que faz uma transposição, que ela dá uma mudança meia brusca, a gente deve equacionar essa questão. Vai ter umas duas ou três mudanças pontuais de letra para encaixe de contexto também, mas foi o samba que menos precisava mexer. Até mesmo pelo sucesso, pela melodia, pelo clima que ele criou aqui hoje na quadra, foi a nossa opção”, pontuou.

O carnavalesco também destacou que já existem questões que a escola está considerando: “Ele está, sim, no contexto de roteiro, como a gente diz, para a defesa do nosso enredo daquilo que nós vamos apresentar artisticamente na avenida. É claro que tem três frases ali que vão ter que ser adequadas, mas a escola está trabalhando para já fazer essas mudanças. São coisas muito pequenas que as pessoas nem vão perceber muito, mas vão estar lá”, tranquilizou.

Daqui em diante

Mesmo com o samba-enredo escolhido, Nanão pontuou que a escola não descansará até o dia do desfile: “Temos nosso cronograma tanto para a quadra quanto para o trabalho em geral. Nós estamos com as nossas alegorias em andamento, elas já estão em construção. Nosso barracão está a mil por hora. As nossas fantasias já saíram, os pilotos já estão em fase de reprodução. A gente espera em breve um bate-papo com a direção e até com a comunidade para fazer uma festa de apresentação desses pilotos. E, agora, a gente está trabalhando para o nosso próximo grande evento, que é o aniversário da escola – e que não tem como passar batido. Mas, em termos de carnaval, está tudo bem, está tudo andando. A gente vai anunciar mais algumas renovações que estão vindo para o nosso carnaval de 2026. A gente não parou de trabalhar e eu acho que não vamos parar e acredito que todas as nossas coirmãs estão nessa forma, trabalhando. O carnaval, agora, não te dá mais aquele tempo de descanso: você termina um ano um projeto e você já tem outro engatilhado para apresentar para o ano seguinte”, finalizou.

Carlão reflete sobre retorno da Tom Maior ao Grupo Especial e revela aprendizado

Até 2024, a Tom Maior era uma escola em franca ascensão no carnaval paulistano. Desde quando tinha voltado pela última vez ao Grupo Especial, em 2017, a agremiação contava com dois quartos lugares em apurações com desfiles memoráveis. No ano citado, entretanto, veio o baque. Com um enredo aclamado e um desfile esteticamente elogiado, a agremiação da Zona Oeste foi rebaixada. Em 2025, reeditando a clássica apresentação de 2009, intitulada “Uma nova Angola se abre para o mundo! Em nome da paz, Martinho da Vila canta a liberdade!”, a instituição foi campeã do Grupo de Acesso I e retornou à divisão de elite da folia paulistana. Sobre período tão atribulado da história da vermelho e amarelo, o CARNAVALESCO conversou com Carlos Alves, o Carlão, presidente e mestre da Tom 30, bateria da instituição, focando nas funções administrativas do profissional. A entrevista foi realizada antes da entrega do Estrela do Carnaval 2025, organizado pelo CARNAVALESCO.

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Foto: Felipe Araujo/Liga-SP

Volta por cima

Apontada como uma das favoritas para o Grupo Especial de 2024, a Tom Maior encerrou a apuração em uma decepcionante 13ª colocação. Pior que a classificação em si, apenas o rebaixamento em um ano que poderia ser o da consagração da tradicional escola. A prova do trabalho bem feito pela instituição apesar da queda de divisão foi a conquista do Estrela do Carnaval na categoria “Melhor Conjunto de Alegorias” daquela temporada.

Assim como acontece com toda escola que vai para o Grupo de Acesso I, a Tom Maior teve que sair da Fábrica do Samba e montar o Carnaval 2025 nos barracões da Fábrica do Samba II, popularmente conhecida como FUPE, já que a área, próxima do Shopping Center Norte, antigamente, pertencia à Federação Universitária Paulista de Esportes. Sobre a montagem do desfile de 2025, Carlão não escondeu as dificuldades: “Foi um ano em que nós sofremos muito por conta da saída da Fábrica do Samba. Foi um ano longo. Mesmo assim, com o trabalho muito bem feito da nossa equipe, entregamos um carnaval de altíssimo nível e obtivemos o nosso objetivo: o retorno ao Grupo Especial com o título”, destacou.

Retorno

O acesso a uma divisão superior é marcado por alguns momentos canônicos. O primeiro deles, obviamente, é a explosão na nota que garante a subida a um patamar mais elevado na hierarquia das escolas de samba. Instantes depois, é a hora do anúncio oficial no Sambódromo, para que todos estejam cientes e para que a chancela oficial seja dada. Na sequência, a entrega da taça. Fora da passarela, é a hora de comemorar com a comunidade em uma festa que não tem hora para encerrar.

Após um dia tão agitado como o da apuração, um novo momento tornou-se especial para quem volta ao Grupo Especial desde a inauguração da Fábrica do Samba: o de assumir um dos barracões destinados às escolas do principal pelotão do carnaval paulistano. Carlão resumiu o que representou tal ato: “Voltar para a Fábrica do Samba foi o momento em que caiu a ficha de que voltamos. Com todo o respeito, é um local muito melhor que o espaço onde estávamos, o que nos dá muito mais possibilidades de fazer o desfile grandioso que a Tom Maior está acostumada”, projetou.

O Estrela do Carnaval 2025 premiou a Tom Maior em três categorias do Grupo de Acesso I: Melhor Samba, Melhor Bateria e Melhor Intérprete – o microfone principal da vermelho e amarelo é comandado por Gilson da Conceição, o Gilsinho.

Sucinto

Carlão também foi perguntado pela reportagem sobre qual foi o aprendizado que a Tom Maior teve ao longo do ciclo para o Carnaval 2025 após o rebaixamento. A resposta foi enfática: “Aprendemos que não pode errar”, finalizou.

Feijoada do Jacarezinho acontece neste domingo com entrega de sinopse e shows de Xande de Pilares e bateria do Salgueiro

A Unidos do Jacarezinho faz feijoada neste domingo para apresentar sinopse e logo do enredo do próximo carnaval. A agremiação que retornou à Série Ouro e terá como enredo de 2026 o cantor, compositor e ator Xande de Pilares receberá em seu palco o próprio homenageado, além da Bateria Furiosa do Salgueiro e shows de Yan e Bruna Oliveira. O evento iniciará às 14h e os ingressos poderão ser obtidos antecipadamente através do Sympla.

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Foto: Ygor Gusmão/Divulgação Jacarezinho

A agremiação rosa e branco do Jacaré abre às portas de sua quadra às 13h. As atrações musicais começam às 14 horas. A feijoada será servida por apenas R$ 20,00. Quem quiser adquirir o ingresso por valor promocional de forma antecipada, basta acessar o site Sympla. As mesas com 4 lugares e feijoada inclusa custam R$ 250,00 e podem ser adquiridas através do WhatsApp da escola 21 98821-3456. Os camarotes estão esgotados. Esquentando o público, o pagode de Bruna Oliveira seguido dos shows da Unidos do Jacarezinho e Acadêmicos do Salgueiro. O ponto alto da festa é a revelação do título do enredo, logo e sinopse com a presença do homenageado, Xande de Pilares. Fechando a noite, o cantor que domina o top 5 das músicas mais tocadas no momento: Yan.

Para a construção do seu carnaval de 2026, a Unidos do Jacarezinho faz um movimento de olhar para dentro de sua própria comunidade, e construir a partir dos reflexos de vida de um de seus mais notórios moradores, uma história que possa não somente emocionar a sua comunidade, mas também gerar nela um espelho na qual ela consiga se enxergar, e também reflita o novo momento vivido pela escola em seu retorno para a Marquês de Sapucaí. A trajetória de Xande personifica, para além do sucesso alcançado pelas suas composições e também do seu trabalho como cavaquinista e intérprete, a história de tantos e tantas que buscaram na cultura popular uma maneira de sobreviver, reinventando a existência em consonância com uma vida de serviço ao nosso bem maior: o samba.

A Unidos do Jacarezinho desfilará na sexta-feira de carnaval, dia 13 de fevereiro, sendo a primeira a pisar na Sapucaí. A quadra da escola fica situada à Avenida Dom Hélder Câmara 2233. A classificação é livre.

Serviço:
Feijoada do Jacarezinho
Atrações: Xande de Pilares, Bateria do Salgueiro, Bruna Oliveira e Yan
Dia 27 de julho de 2025
Local: Quadra da escola – Avenida Dom Hélder Câmara, 2233 – Jacaré
Horário das 14:00 às 00 (abertura dos portões 13h)
Classificação Livre
Ingressos: Pista – R$ 30 (antecipado) / Mesa com 4 convites e 4 feijoadas – R$ 250,00 / Camarotes esgotados
Link de Vendas Antecipadas – https://www.sympla.com.br/evento/feijoada-do-jacarezinho/3010528?referrer=sympla.queue-it.net

Ouça os sambas finalistas da Estácio para o Carnaval 2026 e vote na parceria favorita

A Estácio de Sá realiza na próxima sexta-feira, dia 1º de agosto, a final de samba-enredo para o Carnaval 2026. Quatro parcerias estão classificadas. A escola levará para Sapucaí “Tata Tancredo – O Papa Negro no Terreiro do Estácio”, que será desenvolvido pelo carnavalesco Marcus Paulo. Abaixo, você pode ouvir os sambas e votar na parceria favorita. Vamos divulgar o resultado na sexta-feira.

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