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De olho nos quesitos: julgadores de Evolução citaram 65 vezes ‘falta de coesão e fluidez’ para tirarem décimos

Site CARNAVALESCO inicia série de análises das justificativas para apontar um guia para as escolas

Imbuído de sua missão de realizar uma cobertura voltada para a competição na avenida, pilar do desfile das escolas de samba, o site CARNAVALESCO inicia a temporada 2024 da já tradicional série ‘De olho nos quesitos‘. Uma sequência de nove reportagens analisando cada um dos quesitos em julgamento na pista. Na edição deste ano, nossa reportagem se debruçou sobre notas e justificativas dos quatro jurados escolhidos pela Liesa para o julgamento de 2024. Quais as justificativas mais comuns? Quais as notas mais baixas? Há muita diferença entre as notas para as escolas da primeira e segunda noite? Respostas que buscaremos encontrar a partir do texto abaixo, iniciando com o quesito evolução.

Foto: Diego Mendes/Divulgação Rio Carnaval

Os quatro julgadores de evolução anunciados pela Liesa para 2024 estiveram também em 2023. A jurada Verônica Torres é a única presente em todos os anos analisados pelo CARNAVALESCO, desde 2018. Lucila de Beaurepaire está desde 2019. E Gerson Martins e Mateus Dutra entraram em 2022. Considerando todas as notas aplicadas pelos quatro, 46% foram 10. Das 13 notas aplicadas para agremiações que abriram o domingo, apenas a Imperatriz em 2022 recebeu uma nota 10 no quesito, dada pelo julgador Mateus Dutra.

‘Falta de fluidez e coesão’ domina justificativas

O manual do julgador da Liesa, ao explicar o que está em julgamento no quesito evolução explicita: “é a progressão da dança de acordo com o ritmo do samba que está sendo executado e com a cadência mantida pela bateria”. São critérios de julgamento do quesito a fluência da apresentação; a espontaneidade dos desfilantes e a coesão do desfile.

Neste sentido os julgadores que terão a incumbência de julgar evolução este ano vêm seguindo à risca aquilo que determina o manual. Nosso levantamento encontrou termos como ‘fluidez’ e ‘coesão’ (ou a falta deles) impressionantes 65 vezes nos últimos cinco anos nas justificativas veiculadas pela Liesa após os desfiles. A falta de fluidez e coesão em um desfile é quando a escola de samba passa a ter lentidão em excesso ou correria desenfreada em dados momentos de sua apresentação. Os julgadores chegaram a apontar o “efeito sanfona” de alguns desfiles, quando se registra lentidão e correria o mesmo desfile. Esse é portanto o aspecto de maior relevância quando se busca uma evolução nota 10 na avenida.

Temidos buracos

Outro aspecto que causa muita perda de pontos em evolução são os temidos buracos. Já houve escola deixando de ser campeã por uma apresentação arrebatadora mas que abriu buraco e outras que quase foram parar no acesso pelo mesmo motivo. Portela e Mocidade sofreram recentemente com evoluções acidentadas que jogaram as respectivas agremiações nas últimas colocações. Os buracos podem surgir mediante acidentes no desfile, como a quebra de uma alegoria ou por mera desorganização da escola, quando se abrem clarões dentro das alas.

Embora tenha entrado no corpo de jurados em 2022, o julgador Gerson Martins já detém o recorde de ser o maior encontrador de buracos na pista. Em seus registros de justificativas ele explicou que estava despontuando algum desfile por algum buraco nada menos que 15 vezes. Gerson é bastante rígido e aplicou apenas nove notas 10 em 24 desfiles avaliados.

Correria e alas emboladas

É quase um déjà-vu. Quem está no trecho final da Avenida Marquês de Sapucaí atesta todo no a correria desenfreada nos últimos minutos de desfile de uma escola de samba. Especialmente aquelas que se enrolam com o tempo. No Grupo Especial cada escola tem 70 minutos para se apresentar. Quando o relógio se torna inimigo da tranquilidade de diretores de harmonia registram-se componentes que mais parecem corredores de maratona do que sambistas. Posicionados no setor 10 da Sapucaí, os julgadores do último módulo de julgamento não deixam passar essa falha e apontam a correria como um dos principais aspectos que causam perdas de décimos nos desfiles.

Foto; Alexandre Vidal/Divulgação Rio Carnaval

Talvez, a falha de evolução que mais deva irritar um diretor de harmonia é aquela que aponta para alas emboladas. Afinal de contas trata-se da falha humana de responsabilidade dos diretores de cada ala. Uma escola de samba ensaia dois, três meses em sua quadra e na rua, além do ensaio técnico na Sapucaí, para chegar no dia do desfile sem falhas. Porém um dos aspectos mais apontados nas justificativas de evolução são as alas embolando umas nas outras, causando confusão visual em quem vê o desfile de cima. O antídoto para esse problema é extrema atenção com as fileiras iniciais de uma ala e finais da outra para não jogar por terra meses de trabalho árduo.

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