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Emerson Dias: ‘O samba do Salgueiro para 2024 explodiu fora da bolha do carnaval’

Emerson Dias, intérprete do Salgueiro, conversou com a equipe do site CARNAVALESCO, após a gravação oficial do samba-enredo para o Carnaval 2024. Veja abaixo o papo exclusivo.

Lançamento do Carnaval 2024 dos ‘Doentes da Sapucaí’ terá concurso de Samba em SP

O que você vai fazer no final de tarde/noite do um feriado no meio da semana? Que tal um sambinha? Os “Doentes da Sapucaí” irão realizar o lançamento do Carnaval 2024 nesta quarta-feira, 15 de novembro, com muito samba, alegria e a final do seu Concurso de Samba 2024.

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Foto: Divulgação

Além de muito samba de roda, o público irá curtir aqueles sambas-enredo clássicos deliciosos e participará ativamente da escolha do samba que os Doentes da Sapucaí levarão para a rua em 2024.

Este ano, a disputa conta com quatro sambas, todos eles cheios de homenagens à quarentona do ano: a Marquês da Sapucaí, que completa 4º anos em 2024.

As composições de Guilherme Cimimo (samba 03), Negão/Bertola/Wlad (samba 04) e Adriano Polesi/Alessandra Magalhães Polesi/Zeca Magalhães (samba 09) vem para brigar com força pelo 1º lugar este ano.

A parceria de Alexandre Araújo (samba 07), compositor vencedor de diversos concursos de samba, buscará o bicampeonato, uma vez que em 2023 os Doentes levaram para a avenida um samba de sua autoria.

O evento acontecerá no próximo dia 15 de novembro no PraTiFaria Bar (Av. Brigadeiro Faria Lima, 2627 – em frente ao Clube Pinheiros, SP), a partir das 16h. Os ingressos já estão à venda via Sympla, pelo link https://www.sympla.com.br/evento/doentes-do-sapucai-15-de-novembro-quarta-feira-pra-ti-faria-bar/2200061

O evento também será transmitido ao vivo pelo Instagram dos Doentes da Sapucaí (@doentes_da_sapucai)

Programação do Evento:
• 16h: Abertura da casa (samba ambiente)
• 18h: Roda de samba enredo (clássicos)
• 20h: Concurso para a escolha do samba Doentes 2024
• 22h: Roda de samba
• 23h: Término

Sem a presença de Pixulé, bateria comanda ensaio da Paraíso do Tuiuti e faz grande show

O Paraíso do Tuiuti realizou, na noite da última segunda-feira, o terceiro ensaio de rua da temporada para 2024. A azul e amarela ocupou o Campo de São Cristóvão e fez o seu treino em aproximadamente uma hora e vinte minutos. A agremiação teve de driblar uma série de desfalques entre os seus principais segmentos, sendo o maior deles a ausência do intérprete oficial Pixulé. A falta do cantor, que teve problemas de agenda, impactou o rendimento do samba-enredo e a performance da harmonia, que foi marcada por um canto pouco empolgante da comunidade. Em meio a esse cenário adverso, a bateria “Super Som” acabou se destacando de forma positiva e proporcionou mais uma apresentação de altíssimo nível, sendo responsável pelos momentos de maior êxtase durante a passagem da escola. O diretor de Carnaval do Tuiuti, André Gonçalves, conversou com a reportagem do site CARNAVALESCO e comentou os efeitos gerados pelo não comparecimento do comandante do microfone principal, fazendo questão de enaltecer o time de apoio, em especial o intérprete Hudson Luiz.

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Foto: Diogo Sampaio/CARNAVALESCO

“O cantor oficial da escola faz a diferença, a ausência dele não deixa de ter um certo impacto. Porém, tivemos um número um pouco reduzido de componentes também. A verdade é que a gente tem que trabalhar mais e mais. Pode acontecer uma falha? Pode acontecer. É normal até ocorrer erros, mas a gente tem que consertar o quanto antes, não podemos deixar o problema se esticar, prolongar. Hoje, tivemos o Hudson Luiz que assumiu o microfone no lugar do Pixulé nesse ensaio. Ele é cantor oficial em São Paulo, já comandou carro de som aqui no Rio de Janeiro no Salgueiro, teve passagens também pela Mangueira e por outras grandes escolas. Ou seja, é um profissional mais do que capacitado para estar à frente de um microfone como primeiro. Então a gente escolheu ele, escolheu certo, mas é aquele lance, não é que assumiu o primeiro, todos são um time. Aqui na Paraíso do Tuiuti é assim. Eu não sou sozinho, a direção de harmonia não é sozinha, a comissão de frente não é sozinha, todo mundo é um time. A gente acha que todos nós estamos capacitados a quando não tiver um, o outro assumir e assumir fazendo algo bem feito”, ponderou o diretor.

No ano que vem, a Paraíso do Tuiuti será a quinta agremiação a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí na segunda-feira de Carnaval, dia 12 de fevereiro, pelo Grupo Especial. Na ocasião, a escola do bairro de São Cristóvão apresentará o enredo “Glória ao Almirante Negro!”, uma homenagem ao marinheiro João Cândido, que atuou na liderança da Revolta da Chibata. O desenvolvimento do tema é do carnavalesco Jack Vasconcelos, que está de volta a azul e amarela para sua terceira passagem por lá.

Comissão de frente

Os coreógrafos Cláudia Mota e Edifranc Alves trouxeram novamente uma apresentação especialmente elaborada para os ensaios de rua no Campo de São Cristóvão. A performance foi a mesma das últimas duas semanas, marcada por uma teatralização em cima da letra do samba e passos bem definidos. O ponto alto, mais uma vez, ocorreu quando uma das integrantes foi erguida para o alto e, durante os versos “Glória aos humildes pescadores/Yemanjá com suas flores/E o cais da luta ancestral”, simulava todo um gestual representando a orixá, para em seguida se jogar de costas e ser amparada por outros componentes. A novidade deste terceiro treino a céu aberto ficou por conta da coreografia ter sido executada por um outro grupo de membros da comissão, também formado por 11 pessoas, sendo três mulheres e oito homens.

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“Hoje a gente ensaiou com um grupo novo, que é o segundo grupo da comissão, e assim demos um descanso para os outros integrantes. Como a gente teve a vantagem de ter o samba mais cedo, já montamos essa estrutura que não tem nada haver com o que a gente vai levar para Avenida. É até importante deixar isso bem claro, não estamos fazendo nada da coreografia oficial no ensaio, os grupos estão misturados, então a gente vem mesmo para ter esse contato com a comunidade. Para nós da comissão, os ensaios de rua são uma oportunidade da gente já se acostumar com o som da bateria, o ritmo do samba, o andamento adotado pela escola. Além disso, é algo que ajuda no condicionamento físico, até porque aqui a gente tem um percurso mais longo. E para os integrantes é ótimo. A gente vê o lado bom de ter um ensaio segunda-feira, porque a gente se organiza durante a semana pra ter os outros ensaios. Então, a gente deixa a segunda-feira para trabalhar dentro do barracão e a noite está com um grupo aqui. Não deixa de ser um ensaio”, relatou Cláudia Mota.

Samba-enredo

Um dos quesitos que mais “sentiu” a ausência do intérprete Pixulé foi o samba-enredo. A obra composta por Cláudio Russo, Moacyr Luz, Gustavo Clarão, Júlio Alves, Alessandro Falcão, Pier Ubertini e W Correia teve um desempenho abaixo no comparativo aos dois primeiros ensaios de rua e por pouco não arrastou. O time de cantores da agremiação, conduzido por Hudson Luiz neste treino, ainda tentou manter o bom rendimento apresentado nas semanas anteriores, porém não conseguiu impedir que a obra sofresse com uma queda perceptível de performance ao longo de pouco mais de uma hora e vinte minutos de ensaio. Os dois refrões ainda funcionaram muito bem durante toda a passagem da escola, porém as demais partes foram pouco cantadas ou entoadas com menos vigor. As caídas mais bruscas aconteceram especialmente na segunda estrofe do samba, em que era possível observar diversos componentes parando de cantar logo assim que acabava o refrão do meio. O canto só voltava a crescer próximo à subida para o refrão principal.

Harmonia

Após despontar com um dos pontos altos da Paraíso do Tuiuti nesse começo de temporada na rua, a harmonia acabou sendo o quesito com mais problemas neste terceiro ensaio. A comunidade, que anteriormente tinha mostrado estar com o samba na ponta da língua, apresentou um canto mais comedido, que só explodia nos refrões. Outros trechos como a subida para o refrão principal, “Salve o Almirante Negro/Que faz de um samba enredo/Imortal!”, e o falso refrão que antecedia o do meio, “Ôôô A Casa Grande não sustenta temporais/Ôôô Veio dos Pampas pra salvar Minas Gerais”, até foram bem entoados, mas com menos força. Em relação às alas em si, o destaque positivo ficou por conta do canto mais aguerrido das baianas e das passistas. Já alas como a que vinha atrás do terceiro casal e a que antecedia a bateria chamaram a atenção negativamente pelo canto mais fraco, apesar dos esforços dos diretores de harmonia que as acompanhavam e que tentaram incentivar os componentes a soltar mais a voz.

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Ao ser questionado sobre esse menor rendimento no canto da comunidade de um ensaio para o outro, o diretor de Carnaval da Paraíso do Tuiuti, André Gonçalves, fez questão de negar que tenha ocorrido uma queda e justificou: “Não teve caída de canto. O que aconteceu é que existem alguns concertos e algumas colocações de notas que a gente tem que botar para a comunidade. Como já disse em outras oportunidades, temos que trabalhar muito em cima do samba ao longo dos ensaios. É um samba fácil, de letra acessível, só que a comunidade tem que estar com a gente acertando em notas. Parece que foi aquela coisa que não teve o desenvolvimento em algumas alas, mas não. Tem algumas alas que realmente dão uma parada de cantar para gente poder acertar isso aí, mas vamos acertar”. “Temos um chão muito forte, uma comunidade grande e participativa. E assim como todo mundo, a gente depende hoje de muito ensaio para conseguir atingir uma excelência no trabalho. Estamos em uma reta final, esse ano temos poucas datas na rua, o Carnaval é no início de fevereiro, então vai ser uma coisa muito rápida e a gente tem que trabalhar mais”, completou André.

Evolução

O rendimento mais fraco do samba-enredo, com a comunidade cantando com menos força, impactou de certa forma a evolução da agremiação. Apesar de desfilarem soltos, sem amarras ou fileiras rígidas, alguns componentes passaram com desânimo, sem cantar e nem sambar. A temperatura acima do normal, registrada na noite de segunda-feira no Rio de Janeiro, também contribuiu para esse cenário, sendo possível observar desfilantes reclamando do calor e sentindo mal-estar. Mesmo assim, como ponto positivo, não houve a abertura de clarões e nem embolamentos. O ritmo da escola foi um pouco mais lento, porém as paradas ficaram restritas aos momentos de apresentação dos segmentos nas cabines simuladas de jurados.

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Bateria

Em um ensaio marcado por problemas de canto e um carro de som desfalcado, a bateria “Super Som” se sobressaiu positivamente e promoveu um verdadeiro espetáculo. Os ritmistas, liderados pelo mestre Marcão, executaram diversas bossas e exploraram diferentes desenhos em cima da melodia do samba, que enriqueceram a apresentação e animaram o público que compareceu ao Campo de São Cristóvão. Um dos momentos de maior destaque foi a sequência realizada no refrão principal, na qual a batida de um coração era reproduzida no primeiro verso, seguida do toque que simulava uma marcha militar durante o trecho da letra “O dragão de João e Aldir”. Quanto ao andamento, a mesma pegada adotada nas semanas anteriores foi mantida, prezando assim por um ritmo mais cadenciado, sem correrias.

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Outros destaques

A rainha Mayara Lima segue sendo uma atração à parte nos ensaios de rua da azul e amarela do bairro de São Cristóvão. A beldade, que veio com um conjunto nas cores da escola e que tinha o brasão estampado no peito, mais uma vez esbanjou simpatia, além de muito samba no pé. Extremamente participativa, ela buscou em vários momentos interagir com os ritmistas da “Super Som”, assim como atender os apelos e retribuir o carinho do público que assistia a apresentação da agremiação. Em um dado momento, a majestade ainda fez questão de ir para o meio da ala que desfilava à frente da bateria para incentivar o canto mais forte dos componentes.

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“Ser rainha de bateria é um cargo que eu sempre sonhei, não é novidade para ninguém, e o Tuiuti é uma escola que sempre me deu oportunidade. Hoje eu estou aqui como rainha de bateria e acho que nada mais justo do que essa minha entrega diante de uma escola que sempre me devolveu o reconhecimento, através do meu amor pelo samba. Então, o que eu faço aqui é isso. É uma coisa que eu sempre falo também, mas é bom repetir e frisar: tudo que faço é por amor. Amo o samba, amo transmitir as minhas emoções através dele e amo transmitir a energia para a minha comunidade. Eu sei que é cansativo essa maratona que a gente faz, então eu acho que a melhor energia é a positiva. É isso que eu troco com a minha comunidade, com meus ritmistas. E quanto ao ensaio de rua em si, é algo maravilhoso. É bom para treinar o canto, obviamente, mas a gente ganha aquela resistência, que aí quando passamos na Sapucaí é tanta emoção que nem sentimos. Então, acho que eles são importantes para isso: ajudar no canto da escola, na energia da comunidade e no meu caso em específico na minha evolução como rainha de bateria”, afirmou Mayara Lima em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO, logo após a conclusão do treino.

Além da beldade, outro ponto alto deste terceiro ensaio de rua da Paraíso do Tuiuti foi a passagem do segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira da agremiação, Leonardo Thomé e Rebeca Tito. Por conta das ausências de Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane, coube à dupla a missão de vir conduzindo o pavilhão da escola logo na abertura, atrás da comissão de frente. Os dois deram conta do recado e apresentaram um bailado mais tradicional. Com um gestual elegante, eles tiveram movimentos precisos e mostraram ter bastante sincronia um com o outro.

Mancha Verde realiza ensaio geral marcado pela competência técnica

Por Gustavo Lima e Lucas Sampaio

Todas as agremiações têm uma identidade. Se fosse definir a Mancha Verde em palavras, poderia facilmente ser: ‘escola técnica’. Claro que há outras características dentro de uma entidade carnavalesca, mas sempre existe aquela que predomina e nos faz refletir. Não à toa a ‘Mais Querida’ é bicampeã e carrega dois vices. Isso tudo nos últimos quatro carnavais. Realmente é uma potência a ser explorada.

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É costumeiro dizer que os ensaios de quadra são importantes para as escolas ensinarem os componentes o que se deve fazer de forma correta. No caso da Mancha Verde, observou-se uma condução do quesito evolução da comunidade de forma interessante. Os componentes estavam soltos, balançando o corpo para lá e cá no ritmo do samba. A bela quadra, localizada na Barra Funda, quer fazer a comunidade plantar as maiores esperanças possíveis, como diz o samba-enredo para 2024.

O hino da Mancha Verde divide opiniões no mundo do carnaval. Porém, internamente, é muito bem-visto. De acordo com Paolo Bianchi, diretor de carnaval da agremiação, a comunidade abraçou e isso está sendo vital para o andamento do projeto.

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“No primeiro ensaio a gente percebeu que pegou, funcionou. A comunidade está cantando. É um samba que no começo dele tem um swing e a galera curte demais e está indo. A gente faz exercícios na escolha do samba e privilegia quem vem de baixo para cima. Não é uma escolha da diretoria porque é o mais bonito ou tecnicamente mais perfeito. A gente canta com nosso método, ouve no CD e muda o rumo de quem vai ser o vencedor, mas também mostra que vai mexer com as pessoas e vai render na avenida. Esse método se comprovou, pois quando tocou pela primeira vez na quadra, deu certo. Ainda falta aparecer 30 e 40% dos componentes na quadra, mas tenho certeza de que essa galera está ouvindo o samba e estamos felizes com ele”, disse.

Sobre projetos, não é segredo que a agremiação adora investir em alegorias, especialmente, nos últimos anos. Perguntado sobre qual será o trunfo da escola para o Carnaval 2024, o diretor exaltou a comunidade e falou do abre-alas, que pode impactar.

“A gente confia no nosso povo, no chão. É uma comunidade que canta bastante e entendeu o jeito de desfilar. São aguerridos e essa é a troca que a gente tem com eles. São bem tratados e respeitados em vários aspectos. Mas nas últimas semanas é impressionante como o nosso barracão vem crescendo. Nosso abre-alas vai ser monstruoso, bem elaborado, com uma mensagem bem legal e com menções bem impressionantes. Ontem estava na sala do presidente, você vê de cima, olha a maquete e vê que está ficando igualzinho e acho que em alegoria a gente vai vir bem novamente. Vamos chegar com bastante componente nesse abre-alas de novo, com uma galera super identificada e que estão ensaiando há três meses já”, contou.

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Novos mestres trazem novidades para a bateria

A bateria “Puro Balanço” chegará em 2024 carregada de novidades implementadas pelos mestres Cabral e Viny. Os novos líderes dos ritmistas da Mancha Verde revelaram algumas das mudanças que serão apresentadas ao longo do atual ciclo.

“A gente está iniciando um trabalho. Já vínhamos trabalhando juntos na diretoria do mestre Guma, e agora que a gente está dando sequência ao trabalho dele. É o primeiro trabalho nosso junto também, é tudo muito novo para gente, para bateria e para escola também como um todo. Como mudanças, acredito que a principal mudança nossa foi o chocalho. A gente trocou o instrumento, então a tendência com a bateria é vir um pouco mais grave do que ela costumava ser. E a terceira também que a gente tirou no meio da levada, tiramos a atrasada dela, jogamos tudo para frente. Não virá desenhada como nesses anos também, vai ficar mais solta”, revelou Viny.

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“A primeira mudança foi o instrumento chocalho. Viremos com um chocalho com um som mais pesado, mais preciso, para dar mais um peso para a bateria. As bossas também a gente elevou um pouquinho o grau de dificuldade, não muita coisa, porque é um trabalho bem lento. O processo é lento porque a bateria da Mancha está vindo desde 2020 liderada pelo Guma, então teve que ser muito com calma porque aqui não é uma escola de comunidade, com muitas pessoas que vêm de São José dos Campos, de Suzano, entre outras cidades. Mas, resumindo, a mudança, chocalho, vai dar mais um peso na bateria, a gente está elevando um pouco o grau das bossas também esse ano”, completou Cabral.

Diante da temática rural proposta pelo enredo, a dupla acredita que o caminho para a “Puro Balanço” é o conjunto de instrumentos, apontando que não haverá destaque para algum dos utilizados pela bateria.

“No nosso trabalho a gente não quer deixar nenhum instrumento de destaque. Como a bateria é conjunto, todos os instrumentos vão sobressair na mesma intensidade. Não vai ter algum que se destaque mais ou menos”, disse Cabral.

“É igual ao que o Cabral falou. A gente está pesquisando bastante o equilíbrio sonoro, e aí no lance do tema rural, na cabeça do samba é um tema mais afro. Ele entra na parte mais afro, e a gente pesquisou bastante. Chegamos num toque de Okô, que é o que a gente vai fazer na cabeça do samba, então isso acho que vai ser um ponto-chave da nossa bateria no desfile. No ensaio vocês não vão notar, porque não está com a viola caipira ainda, mas já o violão 7 cordas já faz um desenho, então vocês vão se ligar que a gente vai fazer um negócio diferente aí”, revelou Viny.

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“Na segunda do samba, tem já o lance rural, né? Tem a moda de viola, que vai rolar”, acrescentou Cabral.

Com as mudanças no regulamento em relação ao julgamento do carro de som, uma sintonia maior entre todo o setor musical das escolas se fará necessária. Os mestres acreditam que na Mancha Verde esse não será um problema, apontando um elemento do trabalho desenvolvido em conjunto.

“Para a gente é supertranquilo porque a troca é muito verdadeira. Tem que ser, porque o trabalho do setor musical não é só a ala musical em si, que são as cordas, os vocais, então entra também a bateria. É um conjunto, e se não trabalhar em conjunto não vai funcionar. A gente está trabalhando com total sinergia. Vai dar certo, se Deus quiser”, garantiu Viny.

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“É isso. Já trabalhando junto para que tudo dê certo. O lance da moda de viola, que a gente está querendo fazer, já é um conjunto de tudo isso, e acreditamos que vai dar certo”, concluiu Cabral.

Confiança na comunidade e estudos da nova regra

O intérprete Fredy Vianna, que é um cantor de longa data da Mancha Verde e totalmente identificado com a escola, foi mais um a exaltar a comunidade da ‘Mais Querida’.

“A Mancha é uma escola muito séria, como outras entidades também. Mas eu enxergo que todos tem um objetivo, que é conquistar a nota máxima. Eles nunca vão chegar aqui e vão fazer corpo mole. Você pode estar no pior dia, mas pode chegar aqui que eles te levantam. É um trabalho minucioso, árduo e tenho muito orgulho do meu carro de som. A comunidade trabalha em prol de uma coisa só, que é o tricampeonato”, afirmou.

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Falando em carro de som, o cantor comentou a questão do novo regulamento, que irá julgar a ala musical. Fredy diz que várias novidades serão impostas.

“O regulamento deste ano colocou a gente em jogo. Vai valer 0,1, e vai ser muito importante na nota final, porque o jurado vai ser mais rigoroso com o samba-enredo, o que eu acho correto. É nós que damos voz ao samba-enredo e temos que estar inserido nisso. O trabalho está sendo minucioso. Eu sempre tento manter todo mundo junto, fazer ensaios de estúdio, a letra tem que estar corretíssima, a divisão melódica em cima. Eu também prezo por um canto mais suave para dar um entendimento a isso. Tudo isso é muito importante nessa nova regra que vai pegar muitas coisas assim. Se você fizer um contracanto eles vão pegar, se você fizer uma abertura de voz e errar, eles vão pegar, se o intérprete oficial não estiver bem, vão pegar. Tudo isso engloba dentro do décimo. Esse é um samba que cabe muito bem na minha voz e estou confortável”, explicou

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O músico contou a relação que tem com os novos mestres da escola, Vinny e Cabral. De acordo com ele, é a melhor possível, pois já estavam na escola e eram diretores do mestre Guma.

“É maravilhoso. Eles eram diretores do Guma. Eu estou ensaiando e fico conversando com o Cabral sobre bossas e tudo mais. Acho que a bateria continua valente e com uma explosão a mais. Eles são bem ousados e eu gosto disso. Deram uma cara bem jovem para a bateria, está bem para cima, eu gosto disso, vai dar uma explosão a mais no desfile. Então é só agradecer a eles pela parceria. Sempre me dei muito bem com os mestres que por aqui passaram. Caju, Moleza, Guma e agora com eles não será diferente”, completou.

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Novo regulamento 

Se aproximando do décimo carnaval defendendo o pavilhão principal da Mancha Verde, Marcelo Silva e Adriana Gomes, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, seguem a preparação para mais um ciclo com o objetivo de deixar os décimos perdidos em 2023 para trás. Com as datas do carnaval do próximo ano ocorrendo na primeira metade de fevereiro, trata-se de mais um ciclo curto de trabalhos e, somado às mudanças que o quesito sofrerá, tornam o desafio da dupla ainda maior.

“O mais desafiador desse carnaval é o tempo. A gente tem um carnaval muito cedo. Acho que nos últimos dez anos que a gente está aqui na Mancha é o mais cedo que a gente já pegou. Acho que em 2015 foi cedo também, mas não tanto quanto agora. Então, assim, a gente está numa preparação física e psicológica. Primeiro da gente tentar não pensar naquilo que acarretou a nota do ano passado e começar um trabalho novo. Aí a gente tem que pensar também o novo regulamento e tudo aquilo que foi falado para os jurados. A gente tem que alinhar tudo isso. Novos movimentos, novos posicionamentos de pista, porque a gente tem novo posicionamento de pista. Estamos tentando fazer tudo isso se alinhar para aquilo que a gente já faz como dupla nesses 10 anos que a gente está dançando”, declarou Adriana.

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As mudanças profundas no regulamento de um quesito tão tradicional incomodam Marcelo, mas não pelo fato em si de ocorrerem. Ao contrário de opiniões que aprovam as novidades, o mestre-sala acredita que o que era preciso modificar de fato continuará do mesmo jeito, e que as adições realizadas mais atrapalharão do que ajudarão os casais.

“A gente vem de um julgamento tanto quanto ambíguo em relação a coisas que colocaram na dança de mestre-sala e porta-bandeira que não existem. A gente reclamou muito disso. Quando digo a gente, todos os casais de mestre-sala e porta-bandeira, porque estava uma coisa muito mecânica. Nós nos reunimos e tentamos rever. E eu fico triste porque parece que o que tinha que ser mudado acabou não mudando. A impressão que eu ainda tenho é que eu tenho que ficar colocando muito mais coisas na dança e aquela coisa mecânica, queira ou não, vai continuar. Porque parece que eu tenho que continuar montando uma coreografia perfeita onde eu tenho que colocar todos os critérios. Sou da época, e a Adriana também é, em que a gente cumpria o critério, mas a gente cumpria o critério na natureza da dança. Ao longo do percurso da Avenida a gente cumpria todos os critérios. Quais são os critérios básicos entre mestre-sala e porta-bandeira? Apresentar o seu pavilhão, a leveza do giro da porta-bandeira, o trabalho de perna do mestre-sala, o giro horário e anti-horário da porta-bandeira, o giro horário e anti-horário da proteção do mestre-sala com a porta-bandeira, e o giro tanto do mestre-sala como da porta-bandeira no seu próprio eixo. Antigamente, a gente cumpria isso no percurso da Avenida. Agora não, você tem que tomar cuidado para você não errar quando você estiver longe do jurado porque ele pode, sem querer, ver alguma coisa, e aí você tem um espaço limitado onde o apresentador vai falar: ‘olha, começou aqui’. Para mim não mudou, parece que incrementou, e antigamente não era assim. A dança ela fluía naturalmente. Eu não estou dizendo que o que fizeram a gente não está cumprindo com o critério. Nós estamos, mas para mim continua mecânica. A dança natural, no percurso da Avenida, para mim acabou e isso é o que eu acho que falta, entendeu? É o que eu digo. Uma vez o presidente falou para a gente, ele falou há pouco tempo numa reunião: ‘não dá para eu discutir com você e com a Adriana por conta da cultura que vocês têm da dança do mestre-sala e porta-bandeira. Eu não discuto com vocês’. Mas a gente tem um critério que tem que colocar debaixo do braço e a gente tem que decorar, ponto”, disse o dançarino.

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Adriana acredita que as mudanças como elas ocorrerão se encaixariam melhor na estrutura de julgamento que o carnaval de São Paulo teve até o concurso anterior. Para 2024, porém, com o prometido fim das torres dos jurados, os critérios definidos podem comprometer a avaliação não apenas o quesito deles, como também o de outros segmentos das escolas.

“Tem algumas particularidades na criação desse critério que a gente vai dançar, que foi até uma coisa muito discutida, daquilo que acho que todo mundo está ouvindo: ‘o carnaval vai ser em módulo, não vai ser em cabine’. Esse critério, se você prestar atenção, tudo que o Marcelo falou é para o módulo, que a gente tem que apresentar isso tudo. Agora, para a cabine ficaria melhor porque a gente tem uma continuidade, o campo de visão do jurado é maior, a gente pode fazer isso num percurso muito maior. Até o carnaval isso não ser definido, e aquilo que o Marcelo falou, a gente tem que andar com o regulamento debaixo do braço. Tudo isso que o Marcelo falou na dança, a gente tem que alinhar com a harmonia e com a evolução. Se a gente não alinhar isso com a harmonia e com a evolução, vai dar ruim para a harmonia, para a evolução e para mestre-sala e porta-bandeira”, apontou a artista.

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Apesar das críticas ao novo regulamento, Marcelo e Adriana seguem a preparação de acordo com o que foi estabelecido para o quesito, aplicando o empenho necessário para trazer as notas que a Mancha Verde almeja na busca pelo tricampeonato do carnaval de São Paulo.

“A gente sabe que não veio para nós ainda o que vai acontecer na evolução e harmonia, e a gente só pode saber disso quando a escola nos passar. Então a gente está criando uma história, nossa dança é uma história daquilo que o enredo pede, daquilo que a nossa fantasia é e tudo mais. A gente vai ter que mostrar isso para a escola para alinhar a evolução e a harmonia. Ou até, a gente já conversou sobre isso, se tudo que a gente montou, quando chegar lá na pista, no ensaio específico, se vai dar certo”, complementou Adriana.

Um dos momentos mais aguardados pelo público, a apresentação da fantasia do primeiro casal já foi feita para Marcelo e Adriana. O mestre-sala demonstrou empolgação com as roupas que a dupla utilizará, e antecipou para o site CARNAVALESCO uma dica para atiçar o imaginário do público.

“Vou dar uma dica. A gente vinha representando algo muito legal inicialmente. Aí houve toda uma análise desse algo legal. A dica que eu quero dar para a próxima fantasia é que, olha, é muito mais legal do primeiro legal. Essa é a dica”, contou Marcelo.

Adriana disse que a prova da fantasia ocorrerá no próximo mês. Aproveitou para exaltar o trabalho do artista responsável pela confecção das roupas, que possui tantos anos de trabalhos para a Mancha Verde quanto o casal.

“Como a fantasia é feita no Rio, a gente vai para o Rio agora no começo de dezembro para experimentar. A gente fala que é a prova do pano, das coisas tal. Que assim, vai dar certo, mas lá em janeiro não vai dar certo porque a gente vai ter emagrecido tudo já e vai ter que apertar tudo de novo. Mas agora eu preciso exaltar o trabalho do Fernando Magalhães, da equipe, de todo mundo. A Mancha faz fantasia com o Fernando desde que a Mancha subiu para o Grupo Especial. Eu conheço o Fernando desde antes dele ser um ateliê, quando ele morava em São Paulo. E aí o Fernando, o ateliê Fernando Magalhães, desde quando a gente chegou na Mancha Verde, a gente tinha uma preocupação da fantasia não ser feita em São Paulo. Como que vai ser? Porque a gente experimenta a roupa. ‘Tá aqui, tá aqui, tá aqui. Não, experimenta assim. Vou falar para vocês. O esquema é esse.’ A gente experimenta a roupa pano, armações, aquilo que vai ser criado para sustentar a roupa. Deixa lá e volta só para pegar a roupa. Só para pegar a roupa. Nesses dez anos que a gente está aqui, a gente nunca teve um problema com a roupa a não ser de emagrecimento, da gente emagrece e a roupa fica larga. É uma equipe muito coesa e que trabalha junto com a gente. Eles jogam junto com a gente porque eles também entendem essa dificuldade de a gente estar aqui e eles estarem lá, e vice-versa. Eu quero exaltar o trabalho do ateliê Fernando Magalhães e equipe. Porque eles são feras”, exaltou a dançarina.

Marcelo também não poupou elogios ao trabalho da equipe de Fernando Magalhães, com Adriana aproveitando para revelar curiosidades a respeito do parceiro de trabalho.

“Importante falar também do Fernando o seguinte. O Fernando não tem só a preocupação de que ele recebe o desenho, ele vai e faz a roupa, entrega no dia e pronto, acabou. Não. Quando a gente vai lá, a gente faz a apresentação do jurado e ele analisa e fala: ‘Ah, pera aí, isso que vocês estão fazendo no jurado é melhor fazer diferente aqui’. Então assim, no dia que a gente pega a fantasia e ele fala: ‘Não, isso aqui não vai ter mais, Marcelo. Porque se você vai fazer isso na Avenida não vai ser legal’. Ele tem essa preocupação com a gente’, detalhou o mestre-sala.

“Porque ele fez o curso de mestre sala, ele fez com a minha mãe ainda, para você ter uma ideia. E com o Marcelo, o Marcelo foi o professor dele, é verdade. É que o Marcelo tem essa cara de novinho, mas ele é fundador da Amespbeesp, sabia? É verdade. Ele é fundador da Amespbeesp”, concluiu a porta-bandeira.

Calor é desafio para andamento do ensaio

Antes de iniciar o ensaio, Fredy Vianna apontou algumas correções no canto que a direção de harmonia trabalharia no ensaio, em especial no uso dos pronomes possessivos “teu” e “tua”. Com a temperatura média beirando os 37°C na cidade de São Paulo e sensação térmica ainda maior, a Mancha Verde procurou poupar os componentes de um rigor maior na aplicação do canto ao longo do ensaio, que não deixou de se fazer presente. Ocorreu apenas uma parada no time de canto para a comunidade cantar à capela ainda nas primeiras passagens do samba. O ensaio acabou sendo mais uma comprovação da competência dos diretores de manter uma evolução fluída e solta, algo que será fundamental para colocar em prática nos ensaios técnicos diante do novo regulamento deste quesito para o carnaval de 2024.

Camisa mostra força em ensaio com Gracyanne Barbosa, Belo e canto altíssimo da comunidade

Por Fábio Martins e Will Ferreira

A noite bastante abafada do último domingo foi animadíssima na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo. A quadra do Camisa Verde e Branco, das escolas mais tradicionais da cidade, receberia Gracyanne Barbosa, madrinha de bateria da agremiação. A presença de figura tão ilustre, é claro, também ajudou na experiência única vivida pelos componentes, mas o ensaio do Trevo com presença do CARNAVALESCO teve muitos outros atrativos – todos eles intimamente ligados a uma agremiação acostumada às glórias e histórias na folia.

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Fotos: Fábio Martins/CARNAVALESCO

João Victor Ferro, vice-presidente e diretor de carnaval da agremiação, ao anunciar a presença dos repórteres antes do início de fato do ensaio, fez um pedido aos componentes ao microfone. “Eles me perguntaram qual era o grande trunfo da nossa escola. Eu conto com vocês para mostrar isso”. Dito e feito: a comunidade deu um show ao cantar o samba-enredo “Adenla – O Imperador nas terras do Rei”, bradando em alto e bom som uma das canções para o carnaval de 2024 mais elogiadas pela crítica.

Maestros

Voltando ao Trevo depois de dez anos, Igor Vianna teve atuação inspiradíssima ao longo de todo o ensaio. E, na visão do intérprete, a canção escolhida pela escola é algo próximo de um presente – com uma parte especial. “O grande trunfo desse samba… quando começa a falar do fio condutor do enredo, que é Oxóssi, essa é a parte que eu mais gosto. Ouvir que esse samba é um dos favoritos da comunidade carnavalesca de São Paulo, como muitas vezes eu ouço, pra mim é um bálsamo, um alívio, uma alegria tremenda porque quando o Renan Ribeiro lançou o nosso enredo, os que ainda nem tinha ouvido a proposta do tema falaram muita gracinha. Tem que estudar e ler antes de criticar, tem que conhecer antes de tacar pedra. O Camisa tá aí mais uma vez mostrando a sua história, sua discografia e com os grandes compositores que tem para agraciar o carnaval de São Paulo”, pontuou.

CamisaVerde et CasaisTrocados

O intérprete foi elogiado por Jeyson Ferro, mestre de bateria da instituição. “O Gordão (Igor Vianna) é da hora, ele já é nosso desde 2012, saiu e voltou – como eu saí e voltei. A relação com ele é 100%, e é até bom porque ele é um cara que já tocou em bateria e eu também entendo um pouco de corda. A gente divide muita coisa. Quando a gente vê uma nota ou uma parte errada fazemos algo. Ele é fundamental para nós”, destacou o comandante da Furiosa.

Das mais respeitadas baterias do carnaval paulistano, Jeyson aproveitou para falar quais execuções está ensaiando para o desfile de 2024. “Nossa batida de caixa é tradicionalíssima, não preciso nem falar. Além dos nossos breques e bossas, quero vir com mais alguns surdos de terceira mor e com quatro repiques mor espalhados pela bateria”, revelou.

Voltando ao samba

Apesar de ser uma temática bastante diferente de “Invisíveis”, que garantiu o vice-campeonato do Grupo de Acesso I em 2023 e garantiu o lugar na elite para o Camisa, Jeyson pontuou que nem tudo mudou na Furiosa – muito pelo contrário. “Não mudou muita coisa, não. A gente está com o mesmo método de ensaio, de paradinha, de bossa, não vai ter muita coisa diferente. É lógico que cada ano que você desfila, como toda bateria, mudamos as bossas. Mas a proposta é a mesma”, ratificou.

CamisaVerde et Baianas

Há, entretanto, uma semelhança entre as duas canções, na visão de Jeyson. “Um enredo afro te permite fazer uma brincadeira melhor, dá para mexer na melodia. Esse samba de 2024, igual de 2023, era um samba com uma melodia muito rica, e daí para brincar com a bateria nas bossas”, prometeu.

Quem também elogiou o samba-enredo foi João Victor. Perguntado sobre a expectativa para o desfile, ele pontuou a força da canção. “A expectativa sempre é muito positiva, seguimos na pegada de reestruturação, acabamos de voltar para o Grupo Especial e sabemos que é um pouco mais complexo. Mas está tudo muito positivo, a escola abraçou o novo projeto, o enredo e o samba-enredo – que, para mim, modéstia à parte, é um dos melhores do Especial. Tudo está muito positivo, as coisas estão acontecendo”, animou-se.

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Regulamento sem segredo

Presente em absolutamente todas as discussões sobre o carnaval paulistano de 2024, o novo regulamento também foi destacado por diversos segmentos da alviverde. Jessika Barbosa, primeira porta-bandeira da agremiação, destacou as regras em entrevista. “Pra gente, o regulamento não mudou em nada. Hoje, o regulamento pede para que a gente faça o que mais gostamos de fazer: dançar. As novas regras pedem para que o casal dance mais e mostre mais a essência da dança. A gente valoriza muito a dança e o regulamento se tornou muitíssimo positivo”, tranquilizou-se.

CamisaVerde et CasalPrincipal

Tal qual a responsável por conduzir o pavilhão máximo da escola, Igor não se assusta com o novo regulamento. Pelo contrário: agradeceu as mudanças. “No Rio de Janeiro já tinha esse tipo de trabalho ligado ao novo regulamento. Pra mim, o que muda é o que eu gostaria que viesse acontecendo há muito tempo: que o nosso trabalho fosse avaliado de verdade. Na Série Ouro (segunda divisão na pirâmide do carnaval carioca) já é assim, por exemplo. Não vão mais tirar ponto da gente junto com a Harmonia, não: agora é diretamente a gente. Agora, somos mais cobrados. E, por ser a voz de uma comunidade, eu concordo que temos, sim, que ser cobrados. O que muda, na minha opinião, é nós cantarmos com mais fervor e dedicação à escola”, destacou.

CamisaVerde et CasalCarnavalesco

Mantendo a linha dos componentes, João Victor aproveitou para exaltar outra mudança relativa aos julgadores. “Acho que as mudanças no regulamento foram muito positivas, tinha que mudar algumas coisas, sim. Já estava na hora. Costumo dizer que não era só a mudança no regulamento, era isso e o preparo dos jurados. Tudo está sendo muito positivo, as coisas estão sendo muito positivas. Agora, é só se debruçar nas novas regras do jogo e trabalhar”, comentou.

Novo padrão de exigência

Nove vezes campeã do Grupo Especial, o Camisa Verde e Branco ficou mais de uma década no Grupo de Acesso I. O retorno, é claro, também foi citado por componentes da agremiação. “É uma estreia para a gente no Grupo Especial, já que estávamos no Grupo de Acesso I. É uma escola que vai abrir o carnaval, que está há onze anos longe do primeiro escalão. E é a responsabilidade de toda uma comunidade, que estava esperando ansiosamente por esse momento. Agora, estamos dando o nosso melhor e mais um pouco”, pontuou Jessika. Companheiro dela ao conduzir o pavilhão do Trevo, Alex Malbec, mestre-sala da agremiação, destacou a forte rotina de ensaios da dupla. “A frequência de ensaios tá redobrada! Não é pelo fato da escola ter voltado do Acesso I que nós entramos para permanecer, estamos indo em busca do título. Porém, sabemos que isso é uma consequência. Só precisamos trabalhar mais, mais e mais. No ano que vem, se tiver que ser diferente, vai ser o dobro”, prometeu.

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A exigência, é claro, também está na fantasia do casal. E, de acordo com Jessika, ela está dentro dos conformes. “Já vimos a fantasia e ela já está em execução. Nós gostamos e já tiramos as medidas”, destacou. Alex, além de concordar com a parceira de dança, aproveitou para valorizar o trabalho de outro profissional. “Assim como no ano passado, a fantasia vai ser bem tranquila. O Renan é um carnavalesco muito caprichoso e tem intimidade com a gente, então os desenhos dele, além de estarem dentro do enredo, também são de acordo com o que gostamos: algo clean, confortável e visual”, detalhou.

Com funções administrativas, João Victor manteve o foco no trabalho. “A gente vem fazendo várias adaptações, a escola passou muito tempo no Grupo de Acesso I. É uma nova realidade para a escola. Vamos ter que reestruturar todos os segmentos porque não foram um ou dois anos, foram doze. Para a gente, tudo é novidade. Estamos fazendo várias reestruturações para voltar forte e fazer com que as coisas acontecendo”, afirmou.

Belo desfecho

Como já dito anteriormente, Gracyanne Barbosa abrilhantou ainda mais o ensaio. Já com o samba de 2024 em andamento, ela passou a fazer companhia a Sophia Ferro, rainha de bateria do Camisa – presente desde o início da atividade. Quem também marcou presença foi Belo, cantor e marido da modelo, que chegou junto da esposa.

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Fazendo questão de sambar e interagir com a comunidade (sobretudo com os ritmistas), Gracyanne mostrou-se bastante sorridente e à vontade. Belo preferiu ficar no andar superior da quadra, observando a movimentação dos componentes. Se, em um primeiro momento, ela foi alvo de fotos e tietagens, os olhos se voltaram para o cantor assim que o ensaio se encerrava. E, então, vieram uma série de surpresas.

CamisaVerde et AlaMusical

A primeira delas foi a exaltação ao cantor feita por Igor Vianna, que começou cantar a alguns sucessos do pagodeiro. Em determinado momento, ele foi encontrá-lo – e eis que ele aparece no primeiro andar, já cantando junto com o intérprete do Camisa. Ambos, então, ficaram no meio da comunidade – com muitas fotos sendo tiradas. Músicas como “Maçã do Amor” e “Tempo de Aprender”, ainda do tempo em que Belo era vocalista da banda Soweto, foram executadas. Para finalizar, ele apareceu na bateria cantando alusivos da agremiação sendo acompanhado por Sophia em um surdo.

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Vale destacar que, no dia 18 de novembro, o cantor fará um show na Fábrica do Samba com apoio do Camisa – tanto que é possível comprar ingressos para a apresentação na quadra.

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Com o rugido da onça na ponta da língua do caxiense, Grande Rio faz seu primeiro ensaio de rua para o Carnaval 2024

O Centro de Duque de Caxias virou uma Passarela do Samba. Com a força e o grito da comunidade caxiense, a Acadêmicos do Grande Rio realizou no último domingo o seu primeiro ensaio de rua. O pontapé inicial foi dado na Avenida Brigadeiro Lima e Silva, no coração da cidade, e serviu de aquecimento para os segmentos da escola. Os treinos começaram no dia 17 de outubro, quando ocorreu o primeiro ensaio de quadra. Agora, a Tricolor da Baixada promete dar um show de harmonia na Marquês de Sapucaí.

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Fotos: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

Segundo o diretor de carnaval da agremiação, Thiago Monteiro, o local é estratégico por conta do amplo espaço e pela localização que aproxima ainda mais o povo da cidade com a escola de samba. Nem a onda de calor que assola o Rio de Janeiro foi suficiente para tirar o fôlego do caxiense. Após os termômetros ficarem na casa dos 30°, Monteiro acredita que o clima contribui para o condicionamento do desfilante.

“É o nosso primeiro ensaio (de rua). Temos feito os ensaios na quadra há mais de um mês e meio, então hoje é um passo importante na nossa preparação.. Para mim é até bom que faça calor, porque no dia do desfile não tem ‘colher de chá’ – não é camisa e short, é fantasia. Temos que testar o componente da melhor maneira possível para o desfile. Daqui em diante não paramos mais. Os segmentos estão juntos e todo mundo abraçou o enredo e o samba.É fundamental a gente estar aqui realizando essa preparação, é a nossa comunidade e o calor do nosso povo. A Grande Rio não desfila somente com 3 mil componentes, ela desfila junto com os um milhão de habitantes da nossa cidade”, conta o diretor de carnaval.

Ao longo de quase 700 metros toda a Avenida ficou tomada de componentes. Com o samba na cabeça e na ponta da língua, o rugido da onça foi ecoado por cada torcedor tricolor presente. Se por um lado a agremiação afirma que nos últimos três anos tem tentado se conectar ainda mais com a comunidade e a cidade, no domingo ela contou com o forte apoio caxiense.

Para Thiago Monteiro, o papel da comunidade é fundamental para o sucesso do desfile. Ele afirma que a Grande Rio tem elevado seu padrão de desfile nos últimos anos, apesar das falhas em 2023. Nos últimos três carnavais, a agremiação garantiu os 30 pontos do quesito harmonia.

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“No ano passado a nossa comunidade correspondeu. No desfile tivemos falhas técnicas que passaram longe da comunidade, e já estamos corrigindo essas falhas com várias decisões que foram tomadas nesse processo. E a comunidade manter a pegada e entender que o enredo de onça não é do Zeca ou de Exu. Cada enredo tem a sua história, raíz e natureza. O componente tem que entender isso para passar na Avenida”, diz.

Após o primeiro ensaio de rua, os preparativos vão seguir a todo o vapor. A bateria da escola, por exemplo, passa a ensaiar três vezes por semana – às terças-feiras, quintas e aos domingos. Para o mestre Fafá, ter começado a ensaiar cedo é fundamental para o desenvolvimento do trabalho. Como tem feito nos últimos anos, Fafá planeja levar 270 ritmistas para a Marquês de Sapucaí.

“Estamos indo muito bem, graças a Deus. Temos feito bons ensaios na quadra e agora, com os ensaios de rua. Escolhemos o samba muito cedo, então estamos com muito tempo para trabalhar com calma e sem pressa. Será um trabalho muito técnico. Esperamos desempenhar o mesmo trabalho que estamos fazendo na quadra”, conta o mestre de bateria.

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Para ele, o ensaio de rua é de suma importância, já que possibilita que a bateria se locomova, o que não é possível no ensaio de quadra devido ao espaço. Ensaiar em local aberto é um diferencial para fazer correções e acertar detalhes.

Fafá conta que ficou surpreendido com a forma que os componentes abraçaram o samba-enredo. De acordo com ele, a força do canto é até maior que 2022, quando a Grande Rio levou Exu para a Passarela do Samba e conquistou o seu primeiro título no Grupo Especial.

“Cada enredo é um clima e a cada um você sente. Hoje eu sinto a Grande Rio com o mesmo clima e a mesma energia que tivemos em Exu (2022). A comunidade abraçou o samba de uma forma absurda. Quanto mais a nossa comunidade canta o samba, mais ela nos impulsiona a melhorar. Eu digo que 50% do trabalho da bateria da Grande Rio é feito em cima da comunidade, então para nós é de suma importância. Esperamos que esse samba cresça a cada dia mais para que, se Deus quiser, no dia 28 de janeiro a gente possa fazer um grande ensaio técnico e repetir isso no desfile. A bateria está focada e determinada para trazer este título de volta para Caxias e os 40 pontos”, comenta.

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Não é somente para os ritmistas que os ensaios de rua tem um grande peso na preparação. Animados com o primeiro passo fora da quadra, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira de Caxias, Daniel Werneck e Taciana Couto, revelaram que a coreografia está em construção e flui muito bem. No último carnaval, a dupla garantiu os 30 pontos no quesito.

“Hoje iniciamos uma nova fase do nosso projeto e começamos a testar algumas coisas. É um processo que vamos construindo. Estamos muito empolgados e felizes com a resposta do público e com a nossa comunidade cantando cada vez mais forte, alto e bonito. A Grande Rio, com certeza, vai fazer um desfile muito bonito”, destacou a porta-bandeira.

“Estamos estudando a proposta do que vamos levar para a Avenida. Assim como em todos os anos, a gente estuda não só a fantasia e o que representa, mas o que precisa ser levado. Isso sem perder o mais importante, que é o tradicional da dança do mestre-sala e da porta-bandeira. Estamos tendo ajuda da nossa coreógrafa e de um dos bailarinos da comissão de frente. Vamos buscar, mais uma vez, e lutar pela nota máxima. Os ensaios de rua e de quadra são muito importantes não só pela preparação, mas pelo condicionamento que eles nos dão. Não adianta fazer só treino funcional e musculação – que já fazemos -, porque o condicionamento vem desses ensaios. Isso contribui”, completou o mestre-sala.

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Em 2023 o tão sonhado bicampeonato bateu na trave. Questionados sobre o que fazer de diferente para buscar a segunda estrela da Grande Rio, a dupla afirmou que o trunfo será repetir o feito de 2022 e abraçar o trabalho feito por toda a agremiação. Nessa luta, a força do chão da escola será fundamental.

“O mais importante para qualquer escola de samba é a comunidade. A gente precisa deles. E a Grande Rio há algum tempo vem trazendo a comunidade pra cá. Também é a parceria e união de todos os segmentos, porque o trabalho em conjunto traz um resultado muito favorável para nós e para a escola”, afirmou o mestre-sala.

“A base da escola e o trabalho segue o mesmo. O diferencial é trabalhar em cima deste samba, abraçar esse trabalho e fazer ele crescer na Marquês de Sapucaí”, completou a porta-bandeira.

Com o enredo “Nosso destino é ser onça”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, a Acadêmicos do Grande Rio será a quarta escola a desfilar no domingo de carnaval.

Primeiro ensaio de rua da Portela tem expressivo número de componentes e samba na ponta da língua da comunidade

O décimo lugar no desfile de 2023, ano do centenário da Portela, parece ter mexido com o orgulho do portelense. No primeiro treino realizado ao ar livre na Estrada do Portela, a participação da comunidade nas alas e segmentos impressionou. Quem olhava a frente do desfile portelense, em direção a Praça Paulo da Portela, pela estrada que leva o nome da Majestade do Samba via um mar de gente, em sua maioria no azul e branco tradicional da agremiação, e uma boa parte no tom pastel da camisa do enredo “Um Defeito de Cor” colorindo a via localizada no tradicional bairro de Madureira, coração da Zona Norte do Rio. Nos rostos se notava claramente o sorriso do portelense, que brincava carnaval e matava a saudade da rua. Não parecia sobrar nada de tensão ou tristeza que pudesse ter vindo em decorrência do difícil carnaval de 2023, ano do centenário, marcado de forma negativa por erros e um amargo décimo lugar. Na ponta da língua, também, o samba, vencedor de uma acirrada disputa na Azul e Branca, nivelada por alto, que deu à escola uma das obras mais elogiadas desse pré-carnaval. Para o presidente da Portela, Fábio Pavão, o bom rendimento do componente portelense não foi uma surpresa para quem tem acompanhado os ensaios de quadra.

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

“Acho que nós viemos fazendo bons ensaios na quadra, desde que nós começamos às quartas-feiras, e com um contingente muito grande de componentes. Nós fechamos muito cedo as nossas alas de comunidade esse ano. Assim que abriu as inscrições, acabou logo na sequência, uma procura muito grande do portelense que é muito apaixonado pela escola. E no primeiro ensaio de rua esse portelense apareceu, a presença maciça, a escola muito grande, eu estava lá na frente do desfile e via no final a terceira porta-bandeira lá embaixo, bem distante, e ainda tinha um restante de escola depois dela. Um contingente para o primeiro ensaio, para início de novembro muito bom”, analisa o presidente.

O mandatário da Majestade do Samba prometeu muito empenho para que a imagem negativa deixada pelos problemas do desfile e pelo resultado do carnaval passado possa ser completamente esquecida.

“Agora é continuar trabalhando, nós estamos trabalhando muito, desde que terminou o carnaval do ano passado, estamos nos dedicando muito, na quadra, no barracão, e agora estamos começando nosso trabalho na rua. A Portela teve um excelente desempenho hoje, os componentes da comunidade cantaram muito bem o samba que é muito bom. Os componentes já estão com ele na ponta da língua, a ala das baianas, velha guarda, a bateria deu um show hoje, mestre Nilo com as bossas dele que vai apresentar na Avenida, ou seja, foi um primeiro ensaio promissor para essa jornada que só termina na segunda semana de fevereiro”, acredita Pavão.

Vice-presidente da Águia, Júnior Escafura foi facilmente avistado durante o treino na Estrada do Portela cantando bastante o samba, interagindo com os componentes e feliz com a comunidade. Em conversa com o site CARNAVALESCO, Escafura enfatizou, em sua opinião, o acerto da escola em ter decidido ir logo para a rua e prometeu um desfile alegre e com muita emoção da Portela em 2024.

“Acho que era o momento certo de vir pra rua, é só reparar na rua que está lotada, todo mundo muito feliz com a escolha do samba, acho que a escola está cantando muito o samba nos ensaios de quadra às quartas-feiras, e hoje na rua começamos a ver a evolução, trabalhar essa parte. Na quadra, por conta do espaço apertado, já que os componentes da comunidade comparecem em massa, às vezes a quadra fica pequena, o espaço físico é ruim para a gente ver a evolução. A gente vê muito canto, mas hoje na rua o componente teve mais espaço, pode brincar mais, evoluir mais e é isso que a gente quer. A Portela quer fazer um carnaval alegre, emocionante, do jeito que a Portela gosta de fazer e a gente foi abençoado com esse samba maravilhoso, que vai impulsionar a gente a fazer um grande desfile”, entende o dirigente.

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Sobre o cronograma de treinos da Portela, Escafura revelou que a escola tem como prioridade as atividades na Estrada do Portela e na Rua Carolina Machado, ambas próximas à quadra da Azul e Branca, mas com a possibilidade, ainda, de englobar outro território bem conhecido do portelense.

“Por enquanto nosso planejamento de rua é a Estrada do Portela e Rua Carolina Machado, eventualmente pode ser que a gente faça no Parque Madureira também”, antecipa Escafura.

De volta à escola para o desenvolvimento do desfile de 2024, o diretor Júnior Schall foi outro entusiasmado com o ensaio de rua. O dirigente espera potencializar os ensaios ao ar livre para que a escola tenha um grande rendimento no canto e na evolução, até pela obra que definiu para o próximo carnaval.

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“É muito importante a Portela ir para a rua realizar o seu treino ao ar livre, abrir essa temporada diante do samba que tem , um dos sambas mais potentes do carnaval 2024, e não digo por nós, mas digo pelo que tem sido expressado pela crítica especializada, por aqueles que entendem de carnaval, já está sendo muito cantado pela escola em seus ensaios de canto, quartas-feiras, agora vamos aplicar a dinâmica de evolução da escola no ensaio de rua. É mais uma etapa de um processo de construção de valor, de potencialização da escola em sua comunidade, de todos os seus segmentos e componentes, e núcleos, visando o próximo desfile. É um passo além que vai dar aquele primeiro lugar de canto, de força de canto e de evolução”, espera o diretor.

Sobre o que sentiu ao chegar na escola após um carnaval difícil em 2023, Junior Schall enxerga uma Portela muito tranquila com o que tem que mudar para 2024 e empenhada em voltar a brigar pelas primeiras posições.

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“O clima da escola está muito bom porque a escola já se engajou em entender que a Portela sempre é uma postulante a vitória, com respeito a todas as coirmãs, pela natureza da Portela, a maior campeã do carnaval carioca, é sua natureza. Entendendo isso e fazendo um processo coletivo de trabalho, em etapas e processos, sempre friso isso, que é muito importante, essa coletividade, a união, a força conjunta, e aí eu entendo, como alguém que está na direção de carnaval da Portela , e o Julinho Fonseca na direção de harmonia da Portela, todos aqueles que estão em seu núcleo, são ferramentas em prol dessa força de conjunto portelense “, conclui Schall.

Samba vai para teste ao ar livre e bateria já apresenta seus artifícios

Depois de algumas semanas sendo trabalhado na quadra da Portela nos ensaios de canto às quartas-feiras e em outras atividades, o samba de autoria de Rafael Gigante, Wanderley Monteiro e Cia, foi para o seu primeiro grande teste no ensaio na Estrada do Portela. E convenhamos, samba-enredo, mais cedo, ou mais tarde precisa ser levado para a rua, para simular como vai render em local aberto, como assim será também na Sapucaí. Para o intérprete Gilsinho, a Portela acertou em ir logo para a rua para adiantar processos.

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“O ensaio de rua é muito necessário. A gente começou cedo esse ano, ainda em novembro, geralmente a gente começa no final de dezembro para janeiro, mas é um adianto já visando um bom desfile. A gente está super feliz, o resultado foi bom, deu para perceber que o samba só cresce, e vamos em frente, vamos fazer carnaval”, promete o cantor.

Com tempo para assimilar a obra a partir da disputa de samba, em que teve que vencer outras composições também bem avaliadas, a comunidade portelense deu o recado neste primeiro ensaio. O canto da escola foi bastante elogiado pelo intérprete da Majestade do Samba.

“Desde as eliminatórias percebemos esse canto do componente, a comunidade está cantando bem, com energia, cantando feliz, que é o mais importante, e a gente está aí fazendo o nosso trabalho, vamos ver se até o carnaval conseguimos melhorar gradativamente, e cada vez mais ir melhorando o samba. Agora é ensaio de rua, ensaio de quadra, tudo, ensaio agora é primordial para tudo, tanto para a gente quanto para os segmentos todos”, entende Gilsinho.

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Quem também pode testar o rendimento de seu trabalho foi mestre Nilo Sérgio, comandante da Tabajara do samba. Também satisfeito com a produtividade do samba, Nilo já colocou bossas e convenções neste primeiro treino, inclusive uma fazendo referência maior a ancestralidade, aludindo aos toques de religiões de matriz africana, dando ênfase no agogô, ao suprir os demais instrumentos.

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“É muito bom a gente voltar aos ensaios de rua porque a gente só estava tocando dentro da quadra, as bossas foram passadas lá dentro, e eu queria saber o que poderia limpar, e muita coisa já limpamos dentro da quadra, mas eu queria limpar fora, para escutar no aberto e avaliar melhor como a bateria está rendendo. Já limpamos, estava conversando com o Sidclei do Agogô, falei com o pessoal da cuíca, olhamos os momentos em que ela entra, só deixa o agogô, para depois entrar o resto da bateria, todo mundo junto, hoje nós estávamos limpando. Temos ainda uma bossa para colocar e uma nuance na cabeça do samba, então é bom a gente está limpando, ter esse contato com o público, e o samba funcionando, isso é muito importante para gente, também o andamento, poder saber que o andamento que escolhemos na quadra se suporta fora da quadra, isso é muito importante. E tem o contato com o público, é esse público que traz essa energia maravilhosa, o sangue genuinamente preto do enredo, esse contato com o público e principalmente essa resposta do público, do componente, é uma troca que ajuda muito no trabalho e na vibração da escola”, avalia o diretor da Tabajara do Samba.

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Casal celebra interação com o público

Iniciando uma parceria na dança desde abril de 2024, o mestre-sala, Marlon Lamar, e a porta-bandeira, Squel Jorgea, já mostraram muita sintonia e boa interação com a comunidade neste ensaio. Tendo o privilégio e a responsabilidade de abrir o desfile da Majestade do samba neste domingo em Madureira, pois a comissão de frente comandada por Léo Senna e Kelly Siqueira, ainda não participou neste primeiro ensaio, o primeiro casal da Portela revela que preferiu dar ênfase, neste primeiro treino, aos passos tradicionais da dança, ainda sem muito foco em coreografia para júri. O casal também expressou sua felicidade por voltar a viver essa troca com o público.

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O ensaio de rua além de ser um ótimo treino físico, de resistência, um ótimo treino para canto, um ótimo momento de união, de estarmos juntos com a escola, de dividirmos essa energia e ela nos contagiar, é uma grande celebração para mim o ensaio de rua, em que a gente pode testar movimentos. Fizemos uma apresentação mais básica , com os passos essenciais de mestre-sala e porta-bandeira. Hoje é para celebrar, nosso primeiro encontro, é para a energia fluir e dar o pontapé inicial. Para mim que estou chegando agora é importante sentir a energia da comunidade, não só a que bem a quadra , mas o bairro que se faz presente , Oswaldo Cruz e Madureira, e para mim é ótimo poder receber esse carinho, ser acolhida dessa forma, é uma grande celebração de amor, alegria, é o afeto transbordando “, acredita Squel.

“Eu e a Squel já estamos trabalho desde abril quando ela foi anunciada, e essa parceria está sendo extremamente gostosa, a gente já tem a coreografia do carnaval 2024, já montamos ela, hoje a gente não apresentou porque é o primeiro ensaio, é um momento mais de sentir a comunidade, a Portela voltando para as ruas, acho extremamente importante começar os trabalhos na rua cedo, a Portela tem um ensaio técnico no início do ano praticamente, acho que o ensaio de rua na Portela é quente, não só o dia está quente, mas o ensaio é quente e pude sentir que o samba foi bastante aceito pela comunidade, é uma obra aguerrida, gostosa, foi tudo muito bom”, aponta Marlon.

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Com o carnaval 2024 já batendo a porta, a dupla também explicou em que fase do processo de preparação para o desfile, o trabalho do casal se encontra.

“Nós estamos no processo de montagem da coreografia para jurado, que é um processo que leva um tempinho, leva alguns dias, estamos nesse momento, a coreografia já está pronta e agora é a fase do ‘ é isso mesmo?’ Vai por esse caminho, não vai. A ideia já está criada. Não testamos hoje porque ainda não fechamos a ideia, ainda não está tudo batido”, explica a porta-bandeira.

Marlon reforça, porém, que o cronograma do casal está adiantado e que logo tudo vai estar pronto para que a dupla possa ajudar a Portela a ter um grande resultado através da excelência na apresentação e por conseguinte nas notas.

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“A gente passou pelo processo de criação coreográfica, depois passamos pelo processo de limpeza, começamos a acrescentar e tirar algumas coisas que achamos pertinente, que façam parte do enredo e que possam nos beneficiar em frente ao módulo de julgamento, e a partir daí exercitar a coreografia para que ela fique mais natural e óbvio, gravada possível”, esclarece o mestre-sala.

No ano que vem, a Azul e Branca de Oswaldo Cruz e Madureira será a segunda escola a desfilar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí na segunda-feira de Carnaval, dia 12 de fevereiro, pelo Grupo Especial. A agremiação irá em busca do seu vigésimo terceiro título de campeã da folia carioca.

Com o povo cantando na rua, Imperatriz desfila alegre e aguerrida em primeiro ensaio da temporada

A Imperatriz Leopoldinense abriu de forma avassaladora, nesse domingo, a temporada de ensaios na Euclides Faria, em Ramos, na Zona Norte do Rio. A atual campeã da folia carioca fez valer uma máxima presente em um dos versos do refrão principal de seu samba e mostrou o povo gresilense cantando a plenos pulmões na rua. Aliado a isso, uma evolução leve, uma bateria para lá de qualificada e um carro de som de altíssimo nível marcaram esse início de maratona de treinos na Rainha de Ramos. A presidente da agremiação, Cátia Drumond, acompanhou de perto todo o percurso feito pelos componentes e ao final demonstrou ter ficado contente com o resultado, algo que pode ser comprovado por uma cena na qual a mandatária se deixou contagiar pela alegria da escola e foi para junto dos ritmistas aproveitar os últimos minutos de apresentação.

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Fotos: Diogo Sampaio/CARNAVALESCO

“Nossa maior expectativa era trazer toda a nossa comunidade para mais perto da escola e ver como que o samba iria funcionar ao longo do ensaio. Na quadra, ele já tinha explodido e agora a gente precisava ver como é que ia ficar o andamento dele na rua. Hoje foi show e acho que a tendência é só melhor no decorrer das próximas semanas. Os ensaios de rua são fundamentais na nossa preparação, sendo eles até mais importantes do que os ensaios de quadra, por exemplo. Na rua, você tem uma noção de como está a harmonia, de como está o canto, como está a evolução da escola, então acho que quanto mais a gente ensaiar na rua, mais perto chegamos do 100% que precisamos para o dia do desfile. E a Imperatriz vai usar ao máximo esses ensaios para testar, experimentar, até para conseguirmos atingir esse nosso objetivo que é a perfeição. É claro que temos algumas surpresas que vão permanecer guardadas e que as pessoas só irão ver no dia, na Avenida”, declarou Cátia Drumond em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO.

O diretor-executivo João Drumond foi outro nome da cúpula gresilense que acompanhou de perto esse primeiro ensaio de rua da Imperatriz, desde o seu começo até o seu fim. O jovem dirigente fez questão de usar o rádio durante todo o treino, atento a qualquer tipo de acontecimento, mantendo contato direto com o pessoal da direção de Harmonia e da direção de Carnaval. Em entrevista concedida para a reportagem do site CARNAVALESCO, João Drumond falou sobre a importância dessa preparação visando o desfile do ano que vem e de fazer um trabalho de análise posterior com o intuito de corrigir possíveis falhas.

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“A gente faz reuniões semanais fazendo análise de todos os ensaios, independente de serem na quadra ou na rua. E nessas reuniões são estabelecidas metas, além é claro de que são feitos comentários que possam render feedback e correções para os próximos ensaios. É um trabalho constante que a escola realiza e que está em desenvolvimento até o dia do desfile. Então, a gente vai até lá corrigir os erros que vão aparecendo, que é normal, até para que no Sambódromo, seja no oficial ou no dia do ensaio técnico, a Imperatriz esteja pronta, perfeita para desfilar como foram nos últimos dois anos”, explicou o diretor-executivo.

Ao todo, esse primeiro ensaio de rua durou pouco mais de uma hora e sofreu com um processo inverso ao esperado para o desfile oficial: começou com o dia claro e concluiu com o céu já escuro. Assim como em anos anteriores, a escola seguiu um percurso que teve início próximo ao Largo do Itararé e terminou na altura da Rua Doutor Miguel Vieira Ferreira. Milhares de pessoas estiveram presentes no local, seja para desfilar junto a agremiação ou simplesmente para assistir ao treino. O canto forte dos componentes foi seguido por boa parte dos espectadores, que se deixaram levar também pela alegria pulsante das alas. Além disso, a Rainha de Ramos passou sem erros de evolução, assim como outros quesitos, no caso bateria e casal de mestre-sala e porta-bandeira, tiveram performances que agitaram e arrancaram aplausos dos presentes. No bate-papo com a reportagem do site CARNAVALESCO, o diretor de Carnaval André Bonatte, que divide a função com Mauro Amorim, fez uma análise desse primeiro momento da temporada e destacou alguns pontos fundamentais visando uma melhor preparação.

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“Estou muito satisfeito. Acho que a comunidade compareceu e a gente deu um pontapé inicial, assim, com muita força. No entanto, eu sempre acredito que tem muita coisa para melhorar, até porque o meu trabalho é esse. Então, posso dizer que estou muito feliz com o que a gente realizou nesse primeiro ensaio, mas sempre com essa sensação de procurar o que a gente pode fazer melhor. Eu venho na frente da escola, a minha dimensão é a evolução, o que eu vejo, e agora o retorno que a gente teve após o término é que foi muito bom em todos os aspectos. Isso me deixa um pouco mais tranquilo. Obviamente, a gente tem muito ainda o que trabalhar. É só o início do que vamos levar para a Avenida. Inevitavelmente, eu sempre olho para o trabalho de 2023 e, na minha avaliação, acho que a gente começou melhor. O que é positivo. Mas, lembrando, que aquilo que a gente pode ver no ensaio de rua é basicamente evolução e harmonia, questão do andamento da escola mesmo. Então, o meu balanço desse primeiro ensaio para 2024 é que o canto foi bom, que a bateria está encaixada e a evolução funcionou. A gente tirou a escola em 64 minutos, que é o que eu estou planejando para a Avenida, algo em torno de 64 e 66, mas ainda acho que a gente pode melhorar o canto sempre. Por mim, a gente tem que estar o tempo todo berrando esse samba”, avaliou André Bonatte.

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Durante a grande final do concurso de samba-enredo para o Carnaval de 2024, a Imperatriz Leopoldinense surpreendeu sambistas e torcedores ao anunciar uma junção de obras, algo até então inédito na história da agremiação. Tal decisão dividiu opiniões e gerou discussões na bolha carnavalesca. No entanto, o excelente trabalho executado pela escola em cima da nova composição se mostrou extremamente eficaz e, aos poucos, está fazendo com que o hino oficial conquiste ainda mais pessoas. Responsável pelo microfone principal da verde, branca e ouro, o intérprete Pitty de Menezes revelou, em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO, a ansiedade que estava com o primeiro ensaio de rua da Rainha de Ramos e para saber como seria o desempenho desse samba em um ambiente mais similar a de um desfile oficial.

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“É sempre ótimo a gente poder ir para a rua e trazer conosco a comunidade. Hoje, teve uma galera que desceu o morro para ver, participar ou simplesmente curtir esse clima de ensaio. Além disso, todo e qualquer treino desse tipo é uma baita oportunidade da gente trabalhar melhor com esse samba, sentir o canto dele, o andamento da escola. E é muito importante também ter o meu carro de som, junto com a bateria, trabalhando de forma entrosada. Acho que o resumo disso é que foi um dia especial. A gente fica muito ansioso para chegar logo ao ensaio, porque a gente quer ver toda a comunidade cantando, a bateria tocando, e acho que essa espera toda valeu a pena, pois o resultado foi maravilhoso. Aqui, a gente vai para uma realidade próxima do desfile. Hoje, por exemplo, usamos um carro de som mais amplo, mais potente, que faz a gente imergir ainda mais nesse clima de Marquês de Sapucaí. É algo totalmente diferente do ensaio de quadra, que é mais voltado para o canto”, afirmou o intérprete.

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O ano de 2024 irá marcar o oitavo carnaval consecutivo de mestre Lolo à frente dos ritmistas da “Swing da Leopoldina”. Neste período, o comandante adotou um trabalho de excelência e se tornou referência de notas máximas por parte do júri. Prova disso é que a última vez que a bateria liberada por ele teve uma nota inferior a 10 foi no desfile rebaixado da Imperatriz de 2019, quando obteve um único 9,8 que acabou sendo descartado. Para manter estes bons resultados, o mestre enalteceu, em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO, a importância dos ensaios, principalmente o de rua, onde é possível reproduzir com maior verossimilhança o clima do Sambódromo da Marquês de Sapucaí. No bate-papo, ele ainda antecipou alguns dos preparativos para o desfile do ano que vem que serão testados ao longo dos treinos à céu aberto como a intenção de vir com três bossas, além de um andamento entre 144 e 145 BPM (batidas por minuto).

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“Para bateria, os ensaios de rua são de grande importância, até por serem neles os que a gente junta mais contingente. Hoje, por exemplo, tivemos entre 150 e 200 ritmistas participando, um total próximo do que a gente pretende levar para o desfile oficial que é de 250, e só tenho que agradecer a rapaziada que aqui, graças a Deus, sempre comparece e vem ensaiar. Além disso, a rua é a oportunidade que a gente tem também para testar bossa, andamento, pra ver o que precisamos melhorar, justamente visando garantir a nossa nota 10. E esse primeiro ensaio foi bom pra caramba. Pra mim, estamos 90%. Os outros 10% vamos acertando devagarzinho ao longo dos próximos ensaios, até chegar no 100%. Quanto a fazer mistério, a gente sempre deixa em segredo algumas coisas. Em 2023, teve a zabumba na frente da bateria. A gente nem ensaiou isso direito na rua, só nos ensaios do setor 11 e no técnico na Sapucaí. Mas aqui a gente estava fazendo meio escondidinho. Esse ano vai vir mais umas coisas aí…”, contou mestre Lolo, em tom de suspense.

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Após reatarem a parceria em 2023 e conquistarem os 30 pontos para a escola, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro, quer ir ainda mais além no ano que vem. Os dois, que possuem uma longa história juntos na folia, começaram a trajetória como segundo casal da Unidos de Vila Isabel. Após dois anos, eles ganharam a oportunidade como defensores do primeiro pavilhão da Rainha de Ramos, posto que ocuparam por cinco anos consecutivos. Depois de um período de sete anos separado, eles retomaram a dupla e agora possuem como objetivo repetir uma façanha que só alcançaram no desfile de 2014: a de todas as notas máximas. Para atingir esta meta, Phelipe e Rafaela ganharam o reforço luxuoso da bailarina Ana Botafogo como diretora artística, além de estarem mantendo uma intensa rotina de treinos, que agora inclui semanalmente os ensaios de rua em Ramos. Logo depois da conclusão do treino desse domingo, a dupla concedeu uma entrevista para a reportagem do site CARNAVALESCO e fez um balanço sobre este primeiro ensaio.

“Eu não posso falar que foi nota 10, porque acho que o ensaio é feito para isso, para ensaiar, para buscar a perfeição. E a importância da rua para nós, como casal de mestre-sala e porta-bandeira, é ter essa contato mais direto com a escola, com a comunidade, com o entorno da Imperatriz. Além disso, esses ensaios servem como um termômetro para a nossa dança, porque a gente vem testando coisas ao longo das últimas semanas, desde que foi feita a escolha do nosso hino que vamos levar para o próximo Carnaval. Dito tudo isso, o balanço desse primeiro ensaio, para mim, foi bem positivo. Saio daqui muito feliz, muito satisfeita do que a gente está propondo e acho que fizemos até mais do que a gente esperava. É aproveitar cada momento, cada ensaio, ter esse contato com a comunidade e ir se aperfeiçoando. A gente percebe quando é bem aceito, né? A gente vê, mesmo dançando, o brilho no olhar, a gente consegue transmitir essa emoção e eu acho que eu consegui perceber isso. Para mim, estamos no caminho certo. Vamos trabalhar muito para poder conquistar a nota 10 e o bicampeonato para a Imperatriz”, refletiu Rafaela.

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“Avaliação muito positiva. Apesar de ter sido o primeiro contato da gente com a comunidade na atual temporada, a reação das pessoas com o que a gente vem fazendo, com aquilo que a gente testou hoje também, foi de extrema importância. Estamos montando a nossa coreografia oficial ainda, então dizer que está pronta é uma inverdade, porém tem muitos movimentos que a gente está avaliando colocar pra não perder a nossa essência, a essência da dança do casal de mestre-sala e porta-bandeira, mas também fazer uma alusão ao povo cigano, que a nossa escola vem homenageando, e eu acho que alguns vão ser bem aceitos aí. A gente pretende fazer ainda, tem muita coisa que a gente está construindo, mas o que foi feito está sendo sim bem aceito. Agora é avaliar para ver se leva para a Avenida ou não”, pontuou Phelipe.

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Após longas passagens por agremiações como Unidos da Tijuca, Acadêmicos do Salgueiro, Unidos de Vila Isabel e Beija-Flor de Nilópolis, o coreógrafo Marcelo Misailidis iniciou uma nova trajetória na folia carioca em 2023, dessa vez na Rainha de Ramos, e logo de cara se sagrou campeão do Carnaval. Apesar dos 30 pontos no quesito não terem sido alcançados, o trabalho do profissional se destacou com uma proposta engraçada, lúdica e divertida, fazendo muito sucesso junto ao público. Agora, indo para o seu segundo ano na agremiação, o renomado bailarino terá o desafio de desenvolver uma comissão de frente superior a do último ano e, dessa forma, ajudar a Imperatriz na busca pelo bicampeonato. Para isso, todas as etapas de construção e preparação de um desfile precisam receber a devida atenção, entre elas os ensaios de rua. Em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO, Marcelo Misailidis falou das expectativas para o começo da temporada de treinos a céu aberto, além de pontuar como pretende usá-los na elaboração do projeto para 2024.

“O trabalho que a gente apresenta aqui é um laboratório do processo criativo. Por exemplo, nós já estamos trabalhando há alguns meses, então esse trabalho é um que foi usado como base de criação, de aprofundamento em um tema novo. Todos os integrantes da comissão precisam de uma certa forma entender do que o enredo fala, o que ele propõe. Portanto, antes da gente fazer o trabalho definitivo, existe um trabalho de preparação. O que a gente apresentou nesse primeiro ensaio de rua, em resumo, é justamente isso. É uma base desse trabalho de preparação, que evidentemente não é o trabalho que vai para a Avenida, mas demonstra de uma certa forma a vivência desse processo”, relatou o coreógrafo.

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No ano que vem, a Imperatriz Leopoldinense apresentará o enredo “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”, assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira. O tema tem como base um pequeno folheto que foi escrito há mais de 100 anos por Leandro Gomes de Barros, autor paraibano de cordéis que inspiraram o dramaturgo Ariano Suassuna a escrever o “Auto da Compadecida”. A proposta dá continuidade ao interesse da agremiação em se debruçar sobre o Brasil e sobre obras populares que souberam dar contorno à imaginação de caráter fantástico como uma extraordinária vocação do povo brasileiro. A Rainha de Ramos será a sexta escola a desfilar no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro, encerrando o primeiro dia do Grupo Especial do Rio, em busca do bicampeonato.

Harmonia e samba da Viradouro dão o tom de um ensaio de rua espetacular

A Viradouro realizou no último domingo o segundo ensaio de rua, rumo ao Carnaval 2024. A escola fechará os desfiles na segunda-feira, com o enredo”Arroboboi, Dangbé” (sobre a energia do culto ao vodum serpente), do carnavalesco Tarcísio Zanon. Foi uma apresentação fantástica na Avenida Amaral Peixoto. Os componentes gritaram o samba conduzido com maestria pelo carro de som e embalado pela inspirada bateria do mestre Ciça. A vermelha e branca de Niterói, voltará a ensaiar no próximo domingo à noite e, pelo jeito, a expectativa é de canto mais forte e um novo espetáculo.

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Fotos: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Segundo ensaio maravilhoso no canto da comunidade, que já foi muito bom no primeiro. Reforçado para este segundo, foi bem melhor. O espaçamento, andamento e evolução também. A gente tem, aqui na Amaral Peixoto, uma condição excelente de ensaiar metragem e largura para trabalhar muito forte. A diretoria sempre vai buscar pontos para melhorar, mas a escola está em um ótimo caminho”, avaliou o diretor de harmonia, Jefferson Coutinho.

Ir a um ensaio de rua da Viradouro, na Amaral Peixoto, é praticamente uma experiência sensorial arrebatadora. Uma atmosfera alucinante, onde tudo se deixa levar pelo ritmo envolvente da Furacão Vermelho e Branco e no potente cantar da escola. A receita para chegar nesse ponto, não passa só pelo trabalho da harmonia, mas uma escola internamente estruturada tem demonstrado que pode motivar mais o componente.

O diretor executivo Marcelinho Calil comentou sobre o trabalho que é realizado na escola e os motivos dela se colocar sempre na briga pelo título desde o retorno ao Grupo Especial, em 2019.

“A escola vem, mais uma vez, mostrando na Amaral Peixoto que está preparada para brigar pelo campeonato. Ainda está cedo, é só o segundo ensaio, mas nos motiva e nos deixa confiante. Com muito pé no chão e humildade para buscar o título. Não tem outra receita: é muito carinho, muita dedicação e trabalho. Porque merece chegar nesse patamar que ela chegou. Falo isso sem nenhum tipo de arrogância, mas eu sei que a escola atualmente tem um poder competitivo alto e, também, institucionalmente está equilibrada e feliz. A receita do bolo foi voltar a ter uma instituição forte, respeitando os pilares de uma escola de samba. Investir, não só dinheiro, mas trabalho, empenho e suor na competição. Neste ciclo, o resultado tem sido dois ensaios de rua que nos deixou contentes”, afirmou Marcelinho.

Comissão de frente

O quesito liderado pelos coreógrafos Rodrigo Negri e Priscila Motta levou para o ensaio 15 bailarinos que apresentaram uma coreografia cativante. Era o anúncio de um ensaio pesado que estava por vir.

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Com movimentos bem sincronizados e marcados pela letra do samba, o grupo separava atos da dança com gritos de todos os integrantes, que não deixaram de cantar o samba em nenhum momento, com reforço no volume nos dois refrãos. Em dois momentos do samba, nos versos “derrama nesse chão a sua proteção” e “a força, herdei de hundé e da luta mino”, os bailarinos batiam no asfalto com sonorização de palmas dos coreógrafos. Ainda tinha um passo de serpente no verso seguinte “vai serpenteando feito rio ao mar”.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Cada passo e cada gesto do casal formam uma dança efervescente, que prende atenção do público e conduz cada par de mãos a se chocarem, em palmas de louvor à apresentação de Julinho e Rute.

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Reis dos giros na Amaral Peixoto, o casal esbanjou sincronia nos movimentos e alternavam passos como se licenciasse ao outro o direito o brilhar na dança. No passinho da serpente, o casal dominou perfeitamente o espaço. Tudo é tão marcado, que na saída do módulo, até a bandeira dobrou levemente uma ponta para desviar de Julinho, que chegava para dar a mão à Rute. Mais uma grande apresentação.

Harmonia

Um dos maiores destaques do ensaio deste domingo, o canto da Viradouro era uniforme e ecoou alto por Niterói. Foi um show do quesito, com auxílio do belo andamento do samba. O primeiro setor da escola era o mais empolgado e as vozes formavam um coro impressionante. Apenas a ala depois dos casais mirins de mestre-sala e porta-bandeira destoou um pouco do conjunto da escola e apresentou um canto mais tímido. Após ela, o som subiu novamente.

“A escola, num todo, já está cantando muito bem o samba. Sempre tem uma pessoa que precisa de atenção maior no canto e a gente vem trabalhando isso nos ensaios de terça, na quadra. Porém, a unidade do canto que temos na Viradouro é muito satisfatória”, explicou Jefferson Coutinho, diretor de harmonia.

Wander Pires e seu carro de som ditaram o tom do canto da escola. O ritmo do samba com o balanço da bateria, favoreceram aos componentes chegarem até o final cantando, sem perder o fôlego no meio da pista.

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Evolução

Livre, leve, solta e pulsante. Assim foi a evolução da Viradouro neste segundo ensaio. A vermelha e branca esbanjou organização, as alas pularam entre si e não se embolaram e, ainda que em Niterói, se ensaia em uma pista mais larga que Sapucaí, ninguém saiu da marcação dos diretores de ala.

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A Viradouro parece apostar em alas soltas entre si e provavelmente confia no engajamento de cada um no sucesso do trabalho. Aparentemente, zero estresse para os diretores da escola nesta noite.

“Chegamos aqui na rua e vamos aprimorando a técnica. A escola está cantando que é uma maravilha, estamos muito bem servidos. Temos a noção de que a pista aqui é mais larga, mas na formação das alas já fazemos pensando na Marquês. Então, quanto a isso nós estamos atentos e nosso ensaio está perfeito para fazer um belo desfile”, contou o diretor de harmonia Marquinhos Mendes.

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Samba

No balanço da bateria do Mestre Ciça e no compasso de Wander Pires,o samba foi outro show no segundo ensaio de rua da Viradouro. Na parte “ê alafiou, ê alafiá!”, até a final da estrofe e nos dois refrãos se percebe um natural gás a mais no samba. O que não quer dizer que o canto caia nos outros versos, muito pelo contrário. Com a letra na ponta da língua, os componentes só fazem a obra crescer a cada dia.

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“A gente está muito entrosado com a bateria e com a comunidade. O samba está na boca dos componentes e vamos brigar muito por esse título. A nossa ala musical está cantando muito bem e fazemos ensaios para isso acontecer. A escola está toda empenhada para fazer dar tudo certo”, festejou Wander Pires após encerrar uma grande apresentação na Amaral Peixoto.

As bossas da bateria e o andamento forte, porém na cadência, ajudaram o samba a desfilar com melhor entendimento da letra e a comunidade sentir a melodia. O resultado, foi um ótimo toque e canto.

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Outros destaques

Com a “Furacão Vermelho e Branco” inspirada, não faltou samba no pé. Os passistas se deliciaram no asfalto e levantaram o público presente. Quem também esteve no ensaio foi a Rainha da Bateria Érika Januza, bem à vontade com seu traje representando o enredo, com direito à uma cobra na cabeça. Quem também tinha cobra, era a destaque Viviane de Assis, que estava um charme fazendo cobra de echarpe.

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Festejando o grande ensaio realizado, o diretor Marcelinho Calil comemorou a apresentação e o volume do canto da escola. Perguntado se a intenção da Viradouro era ser ouvida pelas co-irmãs do Rio, ele falou que a escola canta forte para não faltar mais um décimo na quarta-feira de cinzas.

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“A gente está cantando forte e a ideia é chegar em fevereiro no ápice, para que a gente consiga disputar o título mais um ano. E que, dessa vez, não nos falte nada”, disse Marcelinho.

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O ensaio teve um pouco mais de 1h de duração e seu maior defeito foi ter acabado.

Kizomba na Caverna! Comunidade da Dragões da Real mostra empenho no ensaio de quadra

Por Gustavo Lima e Fábio Martins

A comunidade não é um segmento, mas é o bem mais precioso que uma escola de samba precisa ter para se reinventar a cada ano. É assim que a Dragões da Real corresponde, sempre abraçando decisões de sambas e temas, seguindo diversas vezes na mesma toada, desde quando conseguiu o acesso ao Grupo Especial, no ano de 2011. Isso tudo deve ser exaltado pelo fato do grande desempenho do ensaio na noite deste sábado, na Caverna do Dragão. Energia, intensidade e alegria são três ótimos adjetivos para se definir a atitude dos componentes, fazendo jus ao apelido de ‘comunidade de gente feliz’.

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Fotos: Fábio Martins/CARNAVALESCO

Enredo fora do habitual, mas a leveza continua

É a primeira vez que a agremiação terá um enredo com temática africana, sempre optando por enredos lúdicos e homenagens. Agora, a Dragões vai pegar um voo de João Pessoa até às realezas da África. Porém, de acordo com o diretor de carnaval, Márcio Santana, a essência da leveza do desfile não vai sair de cena. “Isso é identidade da escola. A gente não abre mão. A gente tem a ideia de fazer um desfile leve, solto, com a comunidade balançando muito, brincando efetivamente o carnaval, trazendo todo gingado, alegria e expressão corporal do povo africano para dentro do Anhembi”, declarou.

Realmente a comunidade é um ponto forte da escola. Perguntado sobre um grande trunfo do desfile para 2024, o diretor não hesitou em falar dos seus componentes. “Em primeira instância o nosso grande trunfo é a comunidade. Em tempos de tantas dificuldades ainda, de resgate de identidade do samba e do carnaval, ter uma comunidade presente, aguerrida e parceira, é sem dúvida nenhuma, um ponto a ser colocado no mais alto patamar. É isso que a gente carrega como a nossa preciosidade hoje”, completou.

‘Canto guerreiro, alma africana’

Por falar em dedicação, deve-se destacar o samba-enredo. É nítido que os componentes da Dragões da Real querem fazer da obra um hino em homenagem ao continente africano. Não somente carnaval, mas sim para ficar na história. É fato que o samba não teve uma aceitação popular, mas segundo os segmentos da escola, a comunidade abraçou. O intérprete, Renê Sobral, exaltou a obra, dizendo que é uma das melhores do carnaval e o trabalho feito em cima dela. “Vocês viram que o couro já está comendo aí, o povo já está com o samba na ponta da língua. Assim, o samba foi uma junção, fizemos uma reconstrução desse samba. E hoje temos aí, sou suspeito de falar, mas um dos melhores sambas do carnaval é o nosso samba da Dragões. Está vendo aí o povo cantando maravilhosamente bem. O desempenho a cada ensaio vem melhorando, o canto da escola, que é natural. E eu estou sentindo uma firmeza muito grande, uma confiança muito grande no canto da escola. A escola está absorvendo, está ficando orgânico. E estou muito feliz com o resultado dessa reconstrução, dessa junção do samba para 2024”, afirmou.

DragoesDaReal et ReneSobral

Perguntado sobre o trunfo do samba e a parte que mais gosta e acha interessante, Renê dissecou a canção inteira. O cantor está vislumbrado com o samba-enredo da Dragões da Real para 2024. “Eu acho que ele tem um apelo muito grande em algumas partes do samba, como o refrão de cabeça. A primeira do samba também é muito bonita, que ela traz o amor ao pavilhão, misturado com um pouco da religiosidade também, ali nas entrelinhas. O refrão de meio ele nos remete à África, isso é muito lindo, maravilhoso. Ou seja, eu estou praticamente o samba inteiro, mas eu estou pontuando os detalhes que esse samba traz. E a segunda do samba traz uma história de enredo muito bonita. Então nós temos vários detalhes no samba. Temos vários detalhes no samba e um samba que vai ter os seus momentos no desfile, não é aquele samba que vai ficar cansativo, porém ele vai ter seus momentos, sabe? Momento no refrão, momento na primeira, momento no refrão de meio e momento na segunda”, comentou.

DragoesDaReal et AlaMusical

O regulamento vem sendo trabalhado por todas as alas musicais. É sempre bom frisar que o carro de som será julgado no próximo carnaval. De acordo com o intérprete, estão tranquilos quanto a isso. “A gente sempre teve uma preocupação muito grande em todos os desfiles. Quem presta muita atenção no carro de som sempre vê que a gente vem com uma limpeza muito grande. A gente não vem com muita sujeira, é tudo muito pontuado. Então estamos tranquilos nestes sentidos, iremos fazer a limpeza que sempre fez, tomar cuidado com afinação, instrumentos que vão fazer acompanhamento, para que tudo corra bem e que a gente possa garantir nota dez para corroborar com a escola ao que ela almeja de ser campeão”, finalizou.

Novo regulamento não assusta

Um casal em sinergia é tudo o que uma escola precisa para a condução do seu pavilhão. A dupla Janny Moreno e Rubens Castro esbanjam carisma. Toda essa competência fez a parceria atingir os 40 pontos no Carnaval 2023. O casal falou sobre os ensaios que vem fazendo. Perguntado sobre fantasia, o casal disse que está 80% pronta.

DragoesDaReal et casal

“Está sendo gratificante, intenso ao mesmo tempo, desafiador. Porque é uma linha que a Dragões nunca veio, que é a África. Então, eu já dancei afros no carnaval, o Rubens há muito tempo atrás. É uma desconstrução, porque cada ano também é diferente. O samba é diferente, tudo fica diferente, mas intenso. Esse ano está um pouco mais intenso, por conta de ser uma nova proposta da escola”, comentou a porta-bandeira.

DragoesDaReal et CasalRubensJanny

“A gente falou há muito tempo, eu tenho consciência que foram 20 anos. Foi em 2003 a última vez que eu dancei afro. É muito tempo. Então, de lá pra cá só é personagem e muito lúdico. É uma coisa com personagens, mas muito lúdicos. E aqui na Dragões é tudo uma novidade esse afro. Eu acredito que o samba nos ajuda, a fantasia está maravilhosa, a porta-bandeira é incrível. Tudo está sendo uma desconstrução e uma criação de um novo personagem pra vocês verem lá na avenida. Vai ser muito legal, aguardem!”, completou o mestre-sala.

DragoesDaReal et CarnavalescoJorgeFreitas

O casal também comentou do novo regulamento que entrará em vigor no próximo carnaval. Janny diz que as mudanças impostas, a dupla já está acostumada a fazer. “Olha, o novo regulamento, se a gente for parar, pensar, analisar o direitinho, é a mesma proposta com algumas coisas assim alteradas. Agora o pavilhão, ele tem a medida mesmo padrão, é tradicional, que é 90 por 1,20. Como o meu pavilhão tem alguns raios, ele se torna um pouco mais pesado, tal, não sei o quê. Mas a gente está trabalhando também em cima disso. Mas o novo regulamento em si, está tranquilo, né Rubens? Tem mais uma questão de não andar mesmo, literalmente, a profissão de fato, mas tem ali o que a gente já faz. É uma coreografia, um passo marcado, um sincronismo”, explicou.

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“Eu acho assim, o novo regulamento, ele pontua para todas as escolas uma nova tendência que estava se perdendo. Então você podia perceber que muitos casais passavam apáticos na avenida. Porque ele seguiu o regulamento que foi, tudo que é julgado tem que ser repaginado sempre. Por quê? As leis são para nortear, e quando a lei começa a nortear de uma forma cômoda, o espetáculo perde. Como Fórmula 1, qualquer coisa que é julgada, qualquer coisa que seja competitivo, tem que ter um toque de pimenta pra ter um diferencial na comida. Ou seja, eu coloco uma pimenta nova e o chefe de cozinha tem que tentar fazer o sabor da comida dele ficar bom, agradável ao paladar com essa pimenta nova. Então assim, pedir pra gente sorrir não é regulamento. Pedir pra gente não andar pro público que pagou a fortuna e juntou dinheiro o ano inteiro não é regulamento. Pedir para que todas as escolas venham com o mesmo tamanho de pavilhão, sendo que é uma competição, mesmo sendo amigos de todo mundo, não é regulamento”, concluiu o mestre-sala.

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Mudanças dedicadas a um continente

Algumas modificações estão sendo feitas para se adequar ao enredo e a bateria ‘Ritmo que Incendeia’ não foge disso. É a batucada que dá o tom da escola e, segundo o mestre Klemen Gioz, o padrão fica intacto, mas se deve inovar. “A gente já vem colocando o nosso padrão de ritmo, mas acaba mudando. Do mesmo jeito que a gente foi lá para o nordeste, temos que ir para a nossa querida África para fazer ritmos africanos. Abaixei um pouco a afinação da bateria para a escola sentir mais um peso. O andamento vai ser o mesmo, valorizando o samba com uma pegada bem forte mesmo até para refletir na escola e os componentes fazerem a harmonia, cantando e evoluindo bastante”, contou.

Perguntado sobre novos instrumentos para como atabaques, Klemen diz que não vai inserir, mas terá outros naipes que vão dar o som propício ao tema. “O ano passado a gente veio com quatro repiques mor e no próximo desfile a gente vai com 10, justamente para chegar um pouco próximo dos tambores, porque tem uma levada peculiar bem parecida com os tambores africanos. Vamos dar uma esbanjada ali”, disse.

DragoesDaReal et MestreKlemen

O diretor aproveitou para exaltar os seus ritmistas e dizer que eles são o principal instrumento da ‘Ritmo que Incedeia’. “O instrumento chave da minha bateria são os meus ritmistas. É um conjunto. A gente deixa tudo equalizado para todos falarem no momento certo. Você vai escutar o tamborim perguntando e o chocalho respondendo, agogôs e cuícas aparecendo, caixas, repique e surdos dando base. Então o fundamental são os meus ritmistas”, concluiu.

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