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União de Maricá inicia inscrições para alas coreografadas

A União de Maricá abriu as inscrições para as suas alas coreografadas visando o desfile de 2024. Sob a responsabilidade da coreógrafa Day Fersa, serão 60 vagas disponíveis entre homens e mulheres. Os ensaios terão início no dia 28 deste mês.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

As inscrições são gratuitas e contam com os seguintes requisitos: ser maior de 18 anos, gostar de dançar e ter disponibilidade para ensaios nas noites das terças e sextas, na quadra da União de Maricá. O componente interessado deve entrar em contato através do Whatsapp (21) 97197-7021.

Em 2024, a União de Maricá vai estrear na Marquês de Sapucaí com o enredo “O Esperançar do Poeta”, desenvolvido pelo carnavalesco André Rodrigues. A escola será a sexta a desfilar no primeiro dia da Série Ouro, em 9 de fevereiro.

Poder feminino! Congresso do Samba dá início com palestras sobre o matriarcado feminino no carnaval

A sede da Liga-SP recebe durante essa semana o ‘Congresso do Samba’. É um projeto que irá durar quatro dias e, nele, diversas pessoas irão participar, sendo cada dia um assunto de relevância diferente. É uma iniciativa realizada pela instituição Zumbi dos Palmares com apoio da Uesp, Liga-SP, Fenasamba e Unisamba. O pontapé inicial foi dado com o tema: “Mulheres e o carnaval: O matriarcado e o papel feminino da organização do carnaval paulistano”. As participantes presentes para a palestra foram: Edleia dos Santos, Lyllian Mendonça, Rosemeire Marcondes e Solange Cruz, sendo ministradas por Maitê Freitas.

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Fotos: Lucas Santos/Divulgação

Vale ressaltar que a presidente Angelina Basílio, da Rosas de Ouro, fez uma pequena participação falando da história de seu pai com a agremiação da Brasilândia, também exaltando sambistas da comunidade Azul e Rosa que lá estavam presentes acompanhando.

Uma curiosidade é que todas as personalidades da mesa enalteceram a importância dos desfiles que eram realizados na Av. Tiradentes e São João, antes da migração para o sambódromo do Anhembi.

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Rosemeire Marcondes

Primeira a falar, Rose, como é conhecida, é neta da icônica Madrinha Eunice. Tal figura feminina dispensa apresentações. Fundadora da Lavapés e primeira mulher a presidir uma escola de samba no Brasil.

Rose contou um pouco sobre a história da sua avó e falou do orgulho que tem dela. De acordo com ela, o legado sempre precisa ser passado para frente. Pediu aos sambistas presentes para visitarem a estátua de sua avó, que fica no bairro da Liberdade e que à pouco tempo foi totalmente violada moralmente em um evento. Rosemeire também enfatizou que Liberdade é um bairro negro e essas raizes jamais devem ser esquecidas.

Edleia dos Santos

Segunda a palestrar, Edleia teve uma fala mais curta que as demais. A senhora, que presidiu a Uesp (entidade que cuida de divisões inferiores das escolas de samba paulistanas) por dois mandatos, falou da importância que é presidir uma entidade e se auto avaliou como uma boa gestora. Também elogiou a parceria entre Uesp e Liga que está sendo realizada neste evento.

Solange Cruz

Terceira a fazer participação, presidente da Mocidade Alegre e figura conhecida no carnaval brasileiro, Solange Cruz, realizou grande discurso falando sobre a sua história dentro da Morada até virar a grande gestora reconhecida nos dias de hoje, ganhando o apelido de ‘leoa’, por tamanha sabedoria e liderança dentro de uma agremiação.

Falou brevemente da história de sua escola, dos fundadores, que são sua família e, principalmente, do nascimento da Mocidade, com raízes no Rio de Janeiro.

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A mandatária explicou as dificuldades que sofreu no início, a resistência que sofreu quando virou presidente, as dívidas que teve de pagar quando assumiu a escola e os títulos vencidos. Segundo ela, no primeiro campeonato, o cansaço era tanto que nem compareceu na apuração pois estava dormindo. Só acordou com a Mocidade Alegre liderando a tabela.

Também contou como trabalha com algumas questões dentro da comunidade, componentes que às vezes é complicado de lidar, entre outras coisas.

Outra ponderação importante foi uma reflexão é de como uma escola deve fazer para se reinventar, pois muitas pessoas querem liberdade no carnaval, saindo em blocos ou comprando abadás, e não querendo receber cobranças para executar bons desfiles.

Terminou seu discurso dizendo: “Você pode trocar sua camisa, mas o seu coração sempre será o mesmo”.

Lillyan Mendonça

Última a se apresentar, Lillyan falou da importância que as demais mulheres que lá estavam significava para a vida dela, enalteceu os terreiros valorizados nas escolas de samba e a negritude nas escolas de samba, especialmente quando se trata das mulheres.

Em pleno feriado, Vila Isabel lota Boulevard 28 de Setembro e dá mais um show nos quesitos de chão

O feriado da Proclamação da República foi marcado por muito samba no Boulevard 28 de Setembro. Nem mesmo o calor intenso que atinge a cidade do Rio de Janeiro foi empecilho para o comparecimento em massa de torcedores e componentes no quinto ensaio de rua da Unidos de Vila Isabel visando o desfile do ano que vem. A escola, que foi a primeira do Grupo Especial a dar início a sua temporada de treinos, segue colhendo os frutos de um calendário antecipado de preparação e teve como destaques na noite dessa quarta-feira o bom desempenho dos quesitos de chão, embalados pelo clássico samba-enredo de Martinho da Vila, assim como mais uma performance irretocável da “Swingueira de Noel”, comandada por mestre Macaco Branco. Além dessa parte musical, quem também roubou a cena foi o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas, que manteve a tendência de se superar a cada apresentação. Em entrevista concedida para a reportagem do site CARNAVALESCO, o diretor de carnaval da agremiação, Moisés Carvalho, fez um balanço da evolução do trabalho no decorrer das últimas semanas.

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Fotos: Diogo Sampaio/CARNAVALESCO

“Feliz com a escola, com cada segmento que compareceu nesse feriado, apesar desse calor todo aqui no Boulevard 28 de Setembro. Cada dia que passa, cada quarta-feira, a gente sobe mais um degrau. Muito feliz com o canto da escola, com a evolução, com o entrosamento entre o carro de som e a bateria, com o Tinga… Acho que a escola está no caminho certo, cantando muito, evoluindo muito, isso é fruto de um trabalho que a gente fez lá do início e está colhendo os frutos agora. Comunidade toda de parabéns, assim como todos os segmentos. Muito feliz com o ensaio de hoje”, ponderou o diretor de carnaval.

A azul e branca do bairro de Noel apresentará, no ano que vem, uma reedição de “Gbalá – Viagem ao templo da criação”, originalmente feito em 1993. Na época, o enredo foi desenvolvido pelo carnavalesco Oswaldo Jardim. Desta vez, a proposta ganhará a assinatura do artista multicampeão Paulo Barros. A Vila Isabel será a terceira a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí na segunda-feira de Carnaval, dia 12 de fevereiro, em busca do seu quarto título de campeã na elite da folia carioca.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Um dos pontos altos desse quinto ensaio de rua da Unidos de Vila Isabel. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas, teve a missão, mais uma vez, de abrir a apresentação da escola devido a ausência dos integrantes da comissão de frente e tirou de letra o desafio. Com um figurino todo em tons de azul, a dupla apresentou uma dança predominante clássica, que mesclou o tradicional com alguns passos marcados. O bailado, de ritmo veloz, foi marcado por movimentos precisos e sincronizados. O cortejo também esteve bastante presente na performance dos dois, seja através do toque, do gestual elegante ou da simples troca de olhares. Houve ainda diversos giros, principalmente da parte dela, que tiveram um belo efeito, muito por conta da saia.

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Samba-enredo

A opção por reeditar o clássico “Gbalá – Viagem ao Templo da Criação”, de autoria do cantor e compositor Martinho da Vila, segue dando sinais de ter sido uma escolha acertada por parte da agremiação. A obra manteve a tendência de crescimento das últimas semanas e novamente teve um ótimo rendimento no ensaio de rua da noite dessa quarta-feira. O carro de som da azul e branca do bairro de Noel, capitaneado pelo intérprete Tinga, conduziu com maestria o samba-enredo, de maneira a contagiar o público que assistia ao treino no Boulevard 28 de Setembro, além dos próprios desfilantes da agremiação. A bateria “Swingueira de Noel”, liderada pelo mestre Macaco Branco, também foi fundamental para este alto desempenho, adotando um andamento que respeitasse as características melodiosas da competição e, ao mesmo tempo, possibilitasse uma evolução vibrante por parte da escola.

“O rendimento desse samba está sendo maravilhoso. O importante é a escola estar feliz, cantando forte. Sempre a gente espera ter um grande samba para que os componentes possam evoluir bastante, alegres, e isso temos visto ao longo dos ensaios. A comunidade canta com vontade. Quando é por obrigação que é mais complicado. Então, acho que a gente está evoluindo. Cada dia que passa, melhoramos mais. A comunidade está muito feliz com o samba, com o nosso enredo, se Deus quiser vai ser um grande desfile. Os ensaios de rua estão sendo muito emocionantes e a escola, como um todo, está vibrando muito. Tenho fé que a gente vai fazer um Carnaval belíssimo e trazer esse título para a Vila”, declarou Tinga durante conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO, após a conclusão do ensaio.

Harmonia

No embalo da ótima performance do samba-enredo, o canto da comunidade se sobressaiu em mais uma semana. Entre as alas, as quatro iniciais estiveram entre as que cantaram com mais afinco, assim como as duas últimas, sendo os destaques desse quinto ensaio de rua da azul e branca do bairro de Noel. Do samba em si, o refrão principal, com os versos “Gbala é resgatar, salvar/E a criança, esperança de Oxalá/Gbala, resgatar, salvar/A criança é esperança de Oxalá”, foi o ponto alto, tendo sido entoado com bastante força pelos componentes. O trecho de subida para ele e o começo da cabeça da obra também foram bem cantados, merecendo menção positiva. Já os pontos de atenção ficam para algumas partes do samba como “Lá os guias protetores do planeta/Colocaram o futuro em suas mãos” e “Descobrindo o próprio corpo compreenderam/Que a função do homem é evoluir” que foram pouco cantados ou entoados em menor volume. Sobre esse último tópico, o diretor de Carnaval da Vila, Moisés Carvalho, comentou que a agremiação vem trabalhando a questão.

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“Isso é um trabalho que a gente vem fazendo em reuniões semanais com harmonia. Até por isso eu destaco a evolução. Acho que se a gente pontuar o primeiro ensaio com o ensaio dessa quarta, a gente vê uma curva ascendente, fruto realmente desse trabalho que a gente vem fazendo. E a partir da próxima semana, vamos intensificar isso. A gente vai começar os ensaios de quinta-feira por setor, justamente para atingir esse canto mais uniforme. Óbvio que não vamos conseguir o mesmo efeito do refrão durante o samba todo, mas é fazer com que nas outras partes a gente consiga chegar no ponto máximo. Então, é por isso que eu fico feliz com a evolução, do primeiro ensaio de rua até agora. A escola vem subindo gradativamente até chegar o dia do desfile, que eu acho que vai ser o ponto maior”, explicou Moisés Carvalho em entrevista concedida para a reportagem do site CARNAVALESCO.

Evolução

Assim como a harmonia, a evolução também foi impactada pelo ótimo rendimento do samba. Foi possível observar em todas as alas os componentes desfilando de maneira solta e empolgante. Sem estar preso em qualquer tipo de amarra ou fileiras rígidas, a maior parte pulou, vibrou e cantou o tempo inteiro. Os acessórios usados por eles, que iam desde pom poms até bexigas, contribuíram para o clima leve e brincalhão do ensaio de rua. Devido às temperaturas elevadas no Rio, mesmo no período da noite, houve alguns desfilantes se queixando do calor e sentindo mal-estar, mas nada que atrapalhasse de forma mais efetiva o desempenho do quesito. Em relação ao ritmo, a escola adotou um andamento cadenciado, sem paradas prolongadas ou qualquer tipo de correria. Também não ocorreram falhas graves aparentes, como a abertura de buracos, clarões no meio de alas ou embolamentos.

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Outros destaques

A bateria, assim como o carro de som, é uma atração à parte quando se trata de ensaio de rua da Vila Isabel. Os ritmistas comandados pelo mestre Macaco Branco deram mais um espetáculo no Boulevard 28 de Setembro em pleno feriado e animaram os espectadores que se aglomeraram nas calçadas. As bossas bem construídas e a levada respeitando as características da obra foram os pontos altos da passagem da “Swingueira de Noel”. Essa performance contribuiu para o ótimo rendimento do samba-enredo, assim como para a evolução solta e alegre dos componentes.

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Outro destaque do treino da azul e branca do bairro de Noel ficou para o alto astral de algumas alas mais tradicionais. Com a letra do samba na ponta da língua, baianas e membros da velha-guarda fizeram bonito, esbanjando alegria, sambando, girando, pulando e vibrando. Um verdadeiro show que serve de exemplo.

Especial gravações 2024: Com clima festivo e uma pitada nordestina, Porto da Pedra grava samba para o carnaval 2024

Doze anos depois a Porto da Pedra volta a gravar o samba-enredo para o disco oficial da Liesa. Foram dez desfiles no Grupo de Acesso esperando a vez de voltar à elite do carnaval carioca. Mas se engana quem pensa que o Tigre chega tenso ou pressionado para este momento. A agremiação vem curtindo cada etapa do processo e essa leveza foi possível perceber durante a gravação da faixa oficial para o carnaval 2024 na Cidade das Artes. Mestre Pablo, sempre característico em sua vestimenta, trouxe um pouco da pele do tigre para a gravação que também tem vídeo e chamou a atenção de quem estava presente no Complexo Cultura da Prefeitura. Já a bateria Ritmo Feroz mostrou estar bem afinada com a música escolhida no dia 26 de agosto para embalar o próximo desfile da Porto da Pedra . Trazendo alguns traços do Nordeste, os ritmistas gravaram com o uso de triângulo, instrumento típico de ritmos nordestinos, em uma bossa do samba.

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Foto: Rio Carnaval

De volta à comunidade Vermelha e Branca de São Gonçalo depois de 25 anos, Wantuir mostrou-se muito alegre e preparado não só para o trabalho na Cidade das Artes, mas também para as próximas etapas. O cantor inclusive brincou um pouco sobre o número de vezes que deu o grito de guerra neste processo desenvolvido no Complexo Cultural da prefeitura do Rio.

“O samba foi cantado do mesmo jeito que nós ensaiamos e do mesmo jeito que a obra ganhou o concurso. Tivemos a preocupação de não mudar muito o samba. O samba ganhou na quadra de um jeito, e tem que ser cantado desse jeito que o povo, a comunidade de São Gonçalo já aprendeu. Foi muito fácil. A parte técnica em relação a gravação deu tudo certo. Foi bastante confortável para todo mundo. Para mim foi um pouco menos porque tive que dar 15 gritos de guerra (risos). Cantar o samba 15 vezes é mole, mas o grito de guerra é mais difícil. Mas, tudo bem. Está maravilhoso. É importante a valorização da prata da casa, cavaquinho, violão, coral da escola. Isso é muito bom. Parabéns a Liga pela iniciativa”, parabenizou o intérprete.

Wantuir contou que já deu para sentir o carinho e a energia da comunidade nestes meses em que retornou à escola à qual tem tamanha identificação.

“Já tenho sentido essa energia da comunidade nos ensaios de quadra todas as quintas-feiras. Daqui a pouco começa o ensaio de rua. A gente já sente isso lá, o samba deu uma energia muito grande. É com certeza um dos melhores enredos deste carnaval 2024. Uma história bastante interessante e de muita importância e relevância para o nosso país. Estamos muito felizes por tudo que está acontecendo com a Porto da Pedra” , define Wantuir.

O enredo “O Lunário Perpétuo: A Profética do Saber Popular”, é de autoria do enredista Diego Araújo e do carnavalesco Mauro Quintaes. O tema tem como proposta celebrar o saber popular, além de narrar a história do almanaque, escrito na Espanha, que veio parar no Brasil depois de 200 anos, se tornando o livro mais lido pelo povo nordestino. Diretor musical da Porto da Pedra, Vinicius Chocolate apresentou à reportagem do site CARNAVALESCO como foi desenvolvido o arranjo para a faixa do Tigre e apontou o que o público pode esperar do samba.

“Tivemos um cuidado bem grande porque o samba tem uma melodia um pouco ‘forrozeada’, para a gente não perder a mão de samba, porque a gente precisa ir para a Avenida tocar samba, mas com uma pegadinha de nordeste, bem legal. O cuidado tem sido com isso e a gente quer a galera bem alegre, bem solta. Não nos preocupamos em colocar muito solo. A gente vai bem tranquilo para matar a saudade do Grupo Especial e mostrar que a comunidade de São Gonçalo é bem forte, bem alegre. A questão musical é isso, é vir bem leve. E em relação ao Wantuir, muita facilidade, até me espantou, que na semana seguinte do samba escolhido, reunimos para passar e ele já estava com o samba bem dominado. Acho que o trabalho está sendo bem feito”, acredita o músico.

Mestre Pablo quer levar eficiência na Série Ouro para o Especial

Gabaritando o quesito nos últimos dois carnavais na série Ouro, o desafio de Mestre Pablo agora é manter a excelência no Grupo Especial. O comandante da Ritmo Feroz explicitou mais detalhes sobre o processo de trabalho com os ritmistas e deixou no ar a expectativa para mais um ano chamando a atenção do mundo do samba com a sua vestimenta.

“A gente ensaiou bastante, já temos um samba escolhido desde agosto, o que permitiu essa extensa preparação. Temos ensaiado todas as quintas-feiras na quadra. E para a gravação fizemos um ensaio extra para ajustar detalhes, limpeza de bossas e estou gostando bastante do resultado. Acho que vai ‘dar’ super bom, a gente quer ganhar notas máximas, prêmios. No samba tem umas levadas de baião, xaxado, e na Avenida tem a minha fantasia que é uma surpresa, mas pode esperar algo mais, além da garra povo gonçalense”, definiu mestre Pablo.

Também presente na gravação da Porto da Pedra, a preparadora vocal Ionalda Belchior explicou que há um cuidado muito grande na escola com a voz, não só com o intérprete oficial Wantuir, mas com todo o restante do carro de som.

“É um trabalho de formiguinha, cuidando da voz o ano inteiro, mas eu tenho a sorte de ter um grupo super disciplinado. A gente trabalha toda a semana com exercícios, eu vou em todos os ensaios, acompanho o grupo em todas as apresentações, tanto que acompanhei a gravação também. Eles se prontificam em exercitar e isso facilita o meu trabalho porque a base deste carro de som é a mesma praticamente há quatro anos. Eu olho e eles já sabem o que tem que fazer, quando tem que trabalhar tal músculo, já sabem o exercício. É muito fácil trabalhar para este grupo”, definiu a profissional.

Concurso de samba-enredo curto foi estratégico para cronograma

Outro que acompanhou a gravação de perto foi o diretor geral de harmonia Amauri de Oliveira. O diretor contou ao site CARNAVALESCO que o fato da escola ter utilizado apenas duas datas para o concurso de samba-enredo em agosto foi estratégico para que o trabalho pudesse ser adiantado e a agremiação cumprisse com mais tranquilidade cada etapa do processo até o desfile em fevereiro de 2024.

“Fizemos dois ensaios. A gente já chegou com as bossas ensaiadas, tudo pronto, até para não perder tempo. A gente fez esses ensaios com todo o carro de som e com os 32 ritmistas que vieram tocar aqui na Cidade das Artes. A escola chegou pronta para a gravação. E, a gente fez um pedido ao presidente que a gente não estendesse muito a eliminatória porque a gente teve cinco sambas. Foi bom ter poucos sambas, a gente precisava de um só, e dos cinco, quatro eram muito bons. A gente pediu ao presidente que encurtasse ao máximo a disputa para a gente ter tempo hábil de trabalhar o samba com a comunidade. E isso foi feito. A gente fez a nossa final no dia 26 de agosto e desde então fazemos ensaio na quadra com uma resposta muito positiva da comunidade. E o nosso ensaio de rua acontece no mesmo lugar do ano passado, próximo a sede da prefeitura, no centro do município. Esperamos que a galera participe com a gente. As inscrições da comunidade já estão quase encerradas, foi um ponto muito positivo para nós”, festejou o diretor.

A obra para o carnaval 2024 foi composta pela parceria de Guga Martins, Passos Júnior, Gustavo Clarão, Lucas Macedo, Leandro Gaúcho, Clairton Fonseca, Richard Valença, Gigi da Estiva, Abílio Jr., Marquinho Paloma, Cristiano Teles e Ailson Picanço.O compositor Guga Martins foi acompanhar as gravações na Barra da Tijuca e frisou que a escola está pronta para fazer um grande carnaval e buscar a permanência no Grupo Especial, grupo que a Porto da Pedra fez parte por 11 desfiles seguidos no início do século XXI.

“O grande mote do samba é que a comunidade está feliz. O mais importante de um samba-enredo é servir a sua comunidade. Eu fico lisonjeado e feliz de estar servindo a minha comunidade. Ver a comunidade rindo com os versinhos que nós escrevemos é absurdamente incrível, enquanto torcedor, enquanto cria, é um sonho realizado. O sonho era ganhar samba, depois de ganhar o samba, o maior prêmio é esse samba servir a minha comunidade. Se a comunidade está feliz, o compositor está feliz. Nós viemos para ficar. A Porto da Pedra não vai fazer desfile só para permanecer no grupo. Podem esperar um grande carnaval”, prometeu o poeta.

A vermelha e branca de São Gonçalo irá abrir os desfiles no domingo de carnaval, dia 11 de fevereiro, sonhando em quebrar os estigmas e fazer história.

Em segundo ano de existência, Acadêmicos de Niterói grava faixa para álbum da Série Ouro com nova voz oficial

A mais jovem agremiação da Série Ouro, criada antes do carnaval passado e ocupando a vaga que era do Acadêmicos do Sossego, a agremiação que leva o nome da principal cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro já conquistou uma posição bastante expressiva no desfile passado, um quinto lugar. Com recursos advindos do aporte financeiro da prefeitura de Niterói, a escola deve continuar sendo uma forte candidata e amadurecer a partir dos próximos anos para sonhar com voos mais altos. Após apostar em Danilo Cezar, vindo do Espírito Santo no carnaval como voz oficial da Azul e Branca, tendo passado por um período com o cantor Guto, a Acadêmicos de Niterói chega a gravação oficial do samba para a Liga RJ com Tuninho Júnior que recebe sua primeira oportunidade como intérprete principal na Marquês de Sapucaí. Recém chegado à comunidade niteroiense, o profissional falou à reportagem do CARNAVALESCO sobre como foi a recepção dos componentes.

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

“O primeiro ensaio para mim foi maravilhoso, a comunidade em peso participou e me deu as boas vindas na nossa quadra.Sentir o carinho das pessoas que estão ali para apoiar, defender e mostrar o amor ao seu pavilhão, é enriquecedor! A direção da escola tem confiança em mim, assim dando total autonomia para realizar um ótimo trabalho junto ao meu carro de som”, conta o intérprete.

Tuninho começou no carnaval em 2004 como intérprete oficial da escola mirim Aprendizes do Salgueiro. Em 2018 foi intérprete oficial do Acadêmicos do Salgueiro. Fez parte do carro de som da Vila Isabel e Império Serrano e foi voz oficial da Vizinha Faladeira e Unidos do Cabuçu. Atualmente também é intérprete oficial da Independentes de Olaria, da escola Andanças de Cigano, em Manaus, e integra o carro de som da Unidos da Tijuca.

Para o próximo desfile, a caçulinha da Série Ouro vai apostar no enredo “Catopês – Um céu de fitas”, desenvolvido pelo carnavalesco Tiago Martins. O Catopês surgiu através das mãos dos negros de antigas fazendas na região do antigo Arraial das Formigas, nos dias atuais, a cidade de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. Foram esses grupos de negros, que sedimentaram toda a estrutura da festa de cunho religioso voltado às liturgias católicas em menção e honra ao reinado de Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e o Divino Espírito Santo. Sobre o desfile do próximo carnaval, o presidente Hugo Júnior em conversa com o site CARNAVALESCO em Marechal Hermes, no M&C Studio, comentou sobre o tema que a escola vai levar para a Sapucaí e aproveitou para elogiar o samba para o próximo desfile que recebia os últimos retoques durante a gravação.

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“Acabou um carnaval e já iniciamos o trabalho do outro, com muita felicidade estamos levando o enredo “Catopês – Um céu de fitas” . O samba veio com a mesma pegada que o enredo, é um enredo forte, é um samba aguerrido que vai mexer com todo mundo. É um samba que foi muito abraçado por todos que participaram do processo”, garante o mandatário.

O samba foi desenvolvido através do formato de encomenda pelos autores Júnior Fionda, Tem-tem Júnior, Júlio Pagé, Rod Torres, Marcelinho Santos, JB Oliveira, Marcus Lopes, Gilson Silva, Edu Casa Leme e Richard Valença. Sobre o resultado deste processo, o presidente Hugo Júnior afirmou estar bastante satisfeito com a obra finalizada e comparou com o trabalho realizado para o carnaval passado.

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“Nós decidimos por desenvolver o processo de um samba encomendado, a gente tem grandes nomes do mundo do carnaval, Tem-Tem Jr, Fionda. A gente montou um samba para chegar e rasgar a Avenida, já tendo grandes sambas na nossa gestão, ano passado também levamos um grande samba e está sendo uma rotina da Niterói levar sambas fortes, sambas para cima, para frente, para alegrar o folião e quem estiver lá curtindo o nosso desfile na Marquês de Sapucaí”, entende o dirigente.

“Sagrado tambor de fé/ É de enfrentar maré/ Brada seu vissungo Africano chão fecundo/ que o escravo ganhou o mundo para louvar seus ancestrais” são versos da cabeça do samba que trazem para o canto uma intenção de ataque, levado a obra para já desde o início ter caráter bastante para a frente. O intérprete Tuninho Júnior teve cerca de 10 dias para conhecer e trabalhar a obra com as suas características. Durante a gravação, o cantor já mostrou estar bastante familiarizado com o samba e elogiou a composição que vai entoar na Sapucaí.

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“O samba tem um caráter aguerrido! Eu vou entregar toda a minha dedicação e carinho, acredito no potencial desta obra e tenho certeza que vai crescer muito com comunidade até o ensaio técnico, para explodir e encantar no desfile na Sapucaí! Acredito muito em um trabalho incrível junto a bateria do Mestre Demetrius. E para este momento de colocar a voz na faixa oficial da Niterói para o álbum da Liga RJ, a minha preparação para gravar e para executar o samba envolveu fonoaudióloga e aulas de canto.Eu faço acompanhamento com a minha fonoaudióloga Dafinne Santiago”, explica o cantor.

Bossas já definidas para o desfile e promessa de um carnaval bem adiantado

Renovado à frente da bateria da Acadêmicos de Niterói, mestre Demétrius quer manter o gabarito das notas, já que o comandante da “Cadência de Niterói” conquistou no desfile passado três notas 10 e um 9,9, descartado na apuração. Com experiência de já ter comandado a bateria da Cubango e da Tradição, além de ter sido diretor de diversos mestres no Grupo Especial, Demetrius parte agora para o desafio dos 40 pontos e conta com os ritmistas da Azul e Branca para isso.

“Agradeço a oportunidade de estar à frente da “Cadência de Niterói” por mais um ano. Também deixo meu sentimento de gratidão a todos os ritmistas e diretores que fizeram parte do carnaval de 2023. Seguiremos trabalhando bastante em busca sempre do melhor. Podem aguardar mais um belo show em 2024”, promete o mestre.

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Sobre o trabalho desenvolvido para o desfile e especificamente para a gravação do álbum da Série Ouro, Demétrius revelou que já tem desenvolvido o que planeja levar para a Marquês de Sapucaí. Parte das bossas e convenções já vai poder ser observado na faixa da Acadêmicos de Niterói.

“A gente fez um ensaio para passar o samba, e preparamos até uma convenção na cabeça do samba. Estamos planejando vir com três paradinhas para levar para o desfile, mas para a gravação só vamos ter uma ou duas. Em relação ao ensaio, vamos trabalhar às quartas-feiras até irmos para os ensaios de rua na Amaral Peixoto, que é aos domingos. Nestes treinos na quadra, a gente faz um trabalho de divisão com cada naipe,depois junta a bateria para passar o samba e preparar para o carnaval 2024”, explica o comandante da Cadência de Niterói.

Com a gravação concluída, a escola vai focar no trabalho de ensaios de cantos até ir para a Avenida Amaral Peixoto. Outro foco de atenção é nos trabalhos de ateliê e barracão. Sobre esta parte, o presidente Hugo Júnior fez questão de tranquilizar o coração da comunidade niteroiense ao garantir que tudo está bastante adiantado.

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“A escola está se movimentando, estamos com os ateliês a mil por hora, no barracão já estamos confeccionando as alegorias. O carnaval já tem data e hora e nós não estamos deixando a desejar, esperem aí uma grata surpresa que vai ser o carnaval da Acadêmicos de Niterói. Vai ser mais um grande espetáculo da nossa escola”, promete o mandatário.

Com o enredo “Catopês – Um céu de fitas”, a Acadêmicos de Niterói será a sétima e penúltima escola a desfilar na primeira noite de apresentações das escolas da Série Ouro, que se iniciaram na sexta-feira de carnaval.

Zé Paulo: ‘Gravação reproduz realidade mais solta e a Mocidade tem o samba viralizado’

Zé Paulo, intérprete da Mocidade, conversou com a equipe do site CARNAVALESCO, após a gravação oficial do samba-enredo para o Carnaval 2024. Veja abaixo o papo exclusivo.

Beija-Flor promove encontro entre departamentos culturais

No último sábado, a Beija-Flor de Nilópolis realizou um encontro entre os departamentos culturais das doze agremiações do Grupo Especial do Carnaval carioca. O evento, liderado pela porta-bandeira Selminha Sorriso, que também encabeça o setor cultural da agremiação nilopolitana, e por Luís Carlos Magalhães, diretor do departamento cultural da Liesa, teve como cenário a quadra da agremiação.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação

“A motivação foi mesmo criar um intercâmbio. Para a roda girar, para falarmos cada um sobre um pouquinho das nossas funções e as culturas das nossas escolas. Se cada escola é um quilombo, cada uma tem a sua particularidade. E foi o que aconteceu”, disse Selminha.

Essa iniciativa, portanto, proporcionou aos profissionais responsáveis pelo acervo cultural das agremiações uma valiosa oportunidade de troca de experiências e histórias sobre suas funções, com o objetivo de fortalecer os laços e o compartilhamento de conhecimento entre as principais escolas de samba do Rio de Janeiro, enriquecendo ainda mais o cenário cultural do Carnaval carioca. Temas como gestão de acervo, fomento para a área e adequação do cenário para cada agremiação foram abordados.

“É importante que encontros como esses aconteçam, pelo menos bimestralmente. É crucial que todas se unam e lutem em união pela melhoria desse setor, não que aconteça um encontro e cada uma vá para o seu lado, mas sim, olhem no melhor para a área para todas. Que uma ajude a outra”, declarou Luís Carlos Magalhães.

Em evento da ‘Semana da Virada da Consciência’, Liga-SP anuncia Embaixador Cultural

Na emocionante abertura da Semana da Virada da Consciência, foi anunciado o ilustre Dr. José Vicente como o novo Embaixador Cultural da Liga-SP. Essa nomeação representa um marco significativo na conexão entre a rica tradição das escolas de samba de São Paulo e o compromisso inabalável com a diversidade cultural.

Foto: Lucas Santos/Divulgação

Trajetória Inspiradora: De Marília ao Pós-Doutorado na FEA/USP

Nascido e criado no Morro do Querosene, um bairro modesto em Marília, no interior de São Paulo, José Vicente experimentou uma jornada de desafios e superações até se tornar uma figura de destaque na luta contra o racismo estrutural. Desde seus humildes começos, trabalhando como boia-fria, entregador, até diversas ocupações que moldaram sua resiliência, a vontade de educação sempre foi sua bússola.

José Vicente, após formar-se em direito, trilhou caminhos desafiadores como advogado e delegado, antes de redescobrir sua paixão pela educação na Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Lá, seu contato com militantes negros inspirou a concepção de projetos pioneiros, visando a inclusão do negro no cenário educacional. Em 2003, com coragem e dedicação, a Universidade Zumbi dos Palmares foi fundada, tornando-se uma das maiores iniciativas globais na batalha contra o racismo estrutural.

Atualmente, o Dr. José Vicente é um renomado pós-doutor pela FEA/USP e assume o cargo de Reitor na Universidade Zumbi dos Palmares. Sua atuação transcende os limites acadêmicos, participando ativamente em diversos espaços de debate e unificação no país. Como presidente do conselho da Iniciativa Empresarial pela Igualdade, membro do Conselho Ética CONAR, e integrante do Conselho Editorial da Folha de São Paulo, ele desempenha um papel crucial na promoção da igualdade e diversidade.

Além disso, sua presença na grande imprensa, como colunista em revistas de renome como ISTOÉ e Veja, e sua atuação como comentarista na TV Cultura, onde também apresenta o programa “Negros em Foco”, demonstram seu compromisso em levar a discussão sobre diversidade para o centro do palco.

A nomeação de José Vicente como Embaixador Cultural da Liga-SP é mais um capítulo brilhante em sua trajetória inspiradora. Sua dedicação incansável à educação, diversidade e igualdade continua a iluminar o caminho para um futuro mais inclusivo e justo para todos.

Panorama dos ensaios de rua do Especial para o Carnaval 2024

O site CARNAVALESCO está acompanhando todos os ensaios de rua do Grupo Especial para o Carnaval 2024. Abaixo, você pode ver um balanço.

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Imperatriz: A Imperatriz Leopoldinense abriu de forma avassaladora, nesse domingo, a temporada de ensaios na Euclides Faria, em Ramos, na Zona Norte do Rio. A atual campeã da folia carioca fez valer uma máxima presente em um dos versos do refrão principal de seu samba e mostrou o povo gresilense cantando a plenos pulmões na rua. – Leia como foi o primeiro ensaio de rua.

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Viradouro: A atual vice-campeã do Grupo Especial já fez dois ensaios de rua. Eles acontecem aos domingos. No último, os componentes gritaram o samba conduzido com maestria pelo carro de som e embalado pela inspirada bateria do mestre Ciça. Leia como foram os ensaios (só clicar na data) – 8 de novembro e 12 de novembro.

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Vila Isabel: Na úlima semana, a Vila Isabel participou do “Encontro de Quilombos”, em Nilópolis. A agremiação foi a primeira do Grupo Especial a dar início a sua temporada de treinos e já está colhendo os resultados desse calendário antecipado de trabalho. Os ensaios de rua acontecem todas quartas. Leia como foram os ensaios (só clicar na data) – 18 de outubro e 8 de novembro.

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Beija-Flor: De volta com o projeto “Encontro de Quilombos”, a Beija-Flor abriu na noite do último sábado a temporada de ensaios de rua, recebendo a Vila Isabel. O encontro entre as duas azuis e brancas aconteceu na tradicional “pista de treinos de Nilópolis”, a Avenida Mirandela, na Baixada Fluminense. O próximo encontro será no dia 25 de novembro com a Grande Rio. Leia aqui como foi o primeiro “Encontro de Quilombos”.

Mangueira: só vai ensaiar na rua em dezembro.

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Fotos: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

Grande Rio: O Centro de Duque de Caxias virou uma Passarela do Samba. Com a força e o grito da comunidade caxiense, a Acadêmicos do Grande Rio realizou no último domingo o seu primeiro ensaio de rua. Os treinos vão ser todos os domingos. Leia como foi ensaio (só clicar na data) – 12 de novembro

Salgueiro: começa o ensaio de rua dia 23 de novembro.

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Paraíso do Tuiuti: A escola de São Cristóvão já fez três ensaios de rua. Eles acontecem sempre nas segundas. Até o momento, os destaques são a atuação do intérprete Pixulé, a bateria, de mestre Marcão, e o rendimento do samba-enredo. Leia como foram os ensaios (só clicar na data) – 30 de outubro, 6 de novembro, 13 de novembro.

Unidos da Tijuca: Começa dia 7 de dezembro.

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Portela: O décimo lugar no desfile de 2023, ano do centenário da Portela, parece ter mexido com o orgulho do portelense. No primeiro treino realizado ao ar livre na Estrada do Portela, a participação da comunidade nas alas e segmentos impressionou. Os treinos vão ser todos os domingos. Leia como foi ensaio (só clicar na data) – 12 de novembro

Mocidade: Começa dia 25 de novembro.

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Porto da Pedra: De volta ao Grupo Especial, o Tigre de Gonçalo já realizou dois ensaios de rua. Os treinos acontecem aos sábado. Destaques foram para o samba-enredo e o casal de mestre-sala e porta-bandeira. Leia como foram os ensaios (só clicar na data) – 4 de novembro e 11 de novembro.

Carregada de tempero, Ponte grava faixa oficial, de olho em salto no resultado, a partir da manutenção dos segmentos

Desde 2019 no principal grupo de acesso do carnaval carioca, quando ainda era chamada Série A, a Unidos da Ponte teve como melhor colocação um décimo lugar, justamente no ano da volta, quando reeditou “Oferendas” de 1984. De lá para cá, a agremiação ainda teve um 12º, e dois 11º, já como Série Ouro. Buscando começar a vislumbrar as primeiras colocações, além de sofrer menos com o perigo de voltar às demais divisões do carnaval, que atualmente desfilam fora da Sapucaí, a Ponte tem procurado melhorar os processos para que em um futuro próximo possa colher melhores resultados. É o que garantiu Tião Pinheiro, atual presidente da Azul e Branca da Baixada Fluminense, em entrevista ao site CARNAVALESCO, durante as gravações do álbum da Liga Rj, em Marechal Hermes.

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

“A Ponte está vivendo um momento completamente diferente, nós estamos tentando resgatar essa escola de tal maneira que muito em breve ela se qualifique, se capacite para estar brigando pelas primeiras posições. Eu vou fazer em 2024 dez anos trabalhando na Ponte, ocupei a vice presidência durante boa parte deste período, é meu primeiro comando efetivo da escola, então a gente resolveu remodelar diretoria, dar continuidade ao que funcionava, resgatar alguns nomes que contribuíram muito em algum momento com a escola”, explica o novo mandatário.

Uma das medidas foi manter a dupla que deu certo no desfile de 2023: o intérprete Kleber Sorriso, uma aposta do carnaval de Vitória, e o mestre Branco Ribeiro, que vai para o terceiro desfile à frente do “Ritmo Meritiense”. Branco revelou que, passado dois desfiles comandando os ritmistas da agremiação de São João de Meriti, já consegue dar uma cara à bateria e sobre a gravação no M&C Studio, trouxe uma parte do que vai levar para a Sapucaí.

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“Neste terceiro ano acredito que a gente consegue de forma mais efetiva implementar a nossa identidade, consegue fazer o que a gente entende como a nossa cara, como a cara de São João de Meriti, dentro de todas as circunstâncias em que a escola se encontra. Iniciamos nossos ensaios de bateria no início de outubro, já passamos para os ritmistas as ideias que tínhamos desenvolvido em cima do samba, já havíamos desenvolvido muita coisa no período de disputa, então já nesse processo implementamos todas as nossas ideias, só ficamos aguardando mesmo esse período final para saber se haveria alguma alteração na obra ou alguma outra novidade. Evidentemente, para a faixa vamos trazer apenas uma parte do que planejamos, até para preservar a questão musical, não infringir tanto na obra para as pessoas poderem aprender de forma legal a letra. Mas com esses arranjos que colocamos já vamos apresentar um pouquinho do que a Ponte vai levar para a Sapucaí”, avalia o jovem mestre.

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A Unidos da Ponte levará para a Avenida o enredo “Tendendém – O axé do epô pupá”, que contará a saga do dendê desde a sua origem mítica em terras africanas, chegando no Brasil através da diáspora. O tema está sendo desenvolvido pelo carnavalesco Renato Esteves. Adepto de impressionar o público, não só com a batida, mas com surpresas e, muitas vezes, com movimentações diferentes da bateria pela pista, mestre Branco Ribeiro pensou para o carnaval 2024 em focar mais no ritmo, na parte musical que o enredo oferece para o “Ritmo Meritiense”.

“Esse ano a gente deve abrir um pouco mão desses artifícios, até mesmo pela temática que o enredo oferece, muitas vezes nos dá o contexto cênico, e a gente não encontrou nenhum recurso que a gente pudesse fazer, porque a gente sempre faz algo quando o enredo abre essa possibilidade. Enredos abstratos abrem a possibilidade de ter algum tipo de interação neste sentido, esse enredo com a temática mais afro, a gente pensou em focar mais na questão musical do que estes movimentos, mas sempre tem uma surpresinha”, confessa o diretor de bateria.

Manutenção da aposta no talento que veio do Espírito Santo

“Epo pupá/ derrama no candeal, o axé do bambuzal, afefé de eruexim”, são os versos da cabeça do samba da Unidos da Ponte para o carnaval 2024, e quem ouvir, tanto na gravação do álbum da Liga RJ, quanto na Sapucaí, ou em ensaios, vai perceber uma forma bem singular no canto. Isso porque, neste trecho e no samba em geral, o intérprete Kleber Sorriso tem colocado toda a sua personalidade e a sua expressiva forma de cantar. Kleber foi uma aposta da agremiação para o carnaval passado, chegando às vésperas da gravação da faixa para o desfile de 2023, e agradando a diretoria pelo trabalho realizado. Vindo do carnaval de Vitória, o cantor tem dividido a atenção entre o trabalho no Espírito Santo e a Unidos da Ponte, mas compensando com muita dedicação, diálogo nesse bate e volta, Rio-Vitória.

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“Eu moro em Vitória (Espírito Santo), e esse processo é altamente delicado, porque ele não envolve só duas pessoas, eu, o presidente e o mestre, nós estamos tratando de um samba que vai para a comunidade toda, e a ideia não é ser somente da comunidade, que também já é bastante importante, a ideia é expandir a obra, que seja ouvido em todas as agremiações e reverbere no mundo do samba, recebendo elogios. A gente conversa muito, foca nos detalhes, mexe na obra, é tipo o dendê, é o tempero”, compara o profissional.

A obra desenvolvida para o Carnaval 2024 foi composta pelos poetas Júnior Fionda, Tem-Tem Jr, Carlos Kind, Léo Freire, Vitor Hugo, Léo Berê, Marcelinho Santos, Jefferson Oliveira, Alexandre Araújo e Valtinho Botafogo. Para Kleber Sorriso essa parte de gravação da faixa é muito gostosa e muito importante para colocar na obra tudo o que for pensado pela coletividade da agremiação.

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“Agora nós estamos nesta parte que é a execução do samba, fazendo as gravações em Marechal Hermes, trabalhando com a bateria que vai dar aquele molho, e nascer. É uma parte gostosa, a gente grava e depois todo mundo vai para a casa achando que podia fazer de novo, é uma coisa constante, vão surgindo ideias, e é uma obra que permite, é um samba com muito movimento, a gente quer o tempo todo mais coisas. É muita felicidade de estar participando mais um ano na Unidos da Ponte, ano passado eu tive esse prazer de cantar na Sapucaí, agora em 2024, com o enredo do dendê, agradeço o presidente Tião Pinheiro pelo convite e a confiança de poder participar, com o mestre Branco Ribeiro, e a nossa equipe musical, nós estamos montando tudo para fazer um grande espetáculo. A última escola da sexta-feira, podem esperar que será um grande desfile”, promete o cantor.

Ponte busca novos processos e cuidado mais rigoroso com componentes

Como apresentado logo no início da matéria, a Unidos da Ponte tem buscado melhorar os seus processos para tentar conseguir colocações mais acima na disputa do carnaval e a partir daí no futuro poder sonhar com um acesso. Agora como presidente da escola, Tião Pinheiro tem afirmado que a agremiação está dando qualidades às etapas e a estrutura da Ponte, através de parcerias.

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“Tem uma Ponte diferente. Nós fizemos um trabalho de protótipos das fantasias, que estão sendo confeccionadas, foi um trabalho muito árduo, a escola não fazia protótipos. Sabemos o que vai ser produzido, dimensionamos tecido, temos poucas perdas e estamos levando a gestão da Ponte como a administração, com a condução do processo e pensamento de uma empresa multinacional, com indicador de performance, com objetivos e metas, para tudo funcionar. Fizemos até um processo seletivo de ateliês na hora da escolha. Hoje temos um barracão padrão em razão de uma parceria que fizemos com a União de Maricá, uma escola que hoje já chega com recursos, até por onde está localizada. A Maricá precisava de um espaço porque subiu, e a gente fez uma concessão de utilização do espaço físico, com o nosso ambiente de barracão na contrapartida de uma reforma completa. Claro que nós fizemos o esforço do nosso bolso, mas a Maricá nos ajudou no sentido de reformas. Isso é mais do que natural. É um espaço moderno. Isso tudo cuidado nos fez pensar que a gente realmente está conduzindo as coisas por um caminho legal”, acredita o presidente.

Tião também revelou que a agremiação tem procurado cuidar de seus componentes oferecendo acompanhamento de saúde, principalmente para ter foliões mais preparados para o desafio que é passar pela Sapucaí com as fantasias, além de dar dignidade à comunidade que reside ao redor da escola.

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“Temos uma questão social muito importante que é a visão humanística da escola. São João de Meriti é um município muito desassistido, poder público muito ausente, é o lugar onde mais mora gente por metro quadrado, e portanto, as pessoas padecem muito de tudo. Na Ponte, eu criei um departamento de saúde, e estamos começando um trabalho, sobretudo, com baianas e velha guarda, outros segmentos com mais de 60 anos, para passar por infecto e endócrino, cárdio, dermato, para uma inspeção clínica simples, mas para saber como estão de saúde estas pessoas que muitas vezes carregam uma fantasia pesada. E vamos ajudar nesse acompanhamento”, promete o dirigente.

Com essas mudanças e iniciativas desenvolvidas ou prometidas para essa gestão, mestre Branco Ribeiro, que já possui uma história interessante na agremiação, que advém do cargo de diretor de bateria, mostra confiança para que a Ponte possa buscar objetivos maiores.

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“Nestes meus oito anos de Ponte, eu posso dizer que eu vejo uma organização fora do comum da escola, acredito que o carnaval da Ponte, desde quando a Unidos da Ponte iniciou, com todo o respeito a história da escola, desde quando ela pisou a Marquês de Sapucaí, esse vai ser o maior carnaval da escola. Então, o pessoal que curte a Ponte, que tem um carinho pela agremiação, independente de toda a circunstância, pode esperar um grande carnaval da Unidos da Ponte, e se Deus permitir mais um grande desfile do Ritmo Meritiense”, espera o comandante do “Ritmo Meritiense”.

Em 2024, a Unidos da Ponte será a oitava escola a desfilar pela Série Ouro da folia carioca no dia 9 de fevereiro, sexta-feira de carnaval.