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Especial gravações 2024: Samba da comunidade e bateria ‘Soberana’ são destaques da Beija-Flor

Após a escolha de samba que chegou a surpreender muita gente do mundo do carnaval, a Beija-Flor de Nilópolis só pensa agora em tirar o máximo da obra que foi desenvolvida pela parceria de Kirraizinho e Cia, compositores criados na comunidade nilopolitana. Os outros poetas que compõem o time responsável pela composição que vai embalar o carnaval da Deusa da Passarela são Lucas Gringo, Wilsinho Paz, Venir Vieira, Marquinhos Beija-Flor e Dr. Rogério, com as participações especiais de Chacal do Sax, Ramon Quintanilha e Naldinho. Na gravação da Liesa realizada na Cidade das Artes, o intérprete Neguinho falou sobre a música escolhida e o potencial que ele acredita que a obra tem para brilhar na Sapucaí.

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

“Esse é o samba que o povo escolheu, a Beija-Flor deixou a escola a vontade. Foi o samba do povo, do pé no chão, do pé rapado, sabe? É o samba do povo preto. Esse o povo escolheu, a comunidade escolheu. Foram as baianas, a comissão de carnaval, a bateria, o mestre-sala e a porta-bandeira, foi o povo que escolheu. Nós escolhemos, eu também estava nesta parada. Esse samba vai acontecer na Avenida, eu mudo meu nome se não acontecer. O samba da Beija-Flor vai dar o que falar, se Deus quiser será nota 10. Quando o jurado ver toda a arquibancada e a força que a escola vai vir cantando esse samba, não tem menos de 10”, garante o cantor.

Também presente nas gravações oficiais da Liesa na Barra da Tijuca, o diretor de carnaval da Azul e Branca de Nilópolis, Dudu Azevedo, foi outro a enfatizar a identidade nilopolitana, que na opinião do dirigente, a obra escolhida traz.

“Em termos de harmonia musical, para mim, foi um dos melhores sambas que a gente já gravou, tem muita identidade nossa. Quem fez tudo é o Allan( Vinícius, departamento musical) que é nascido e criado dentro da escola. O Betinho (cavaco) que o Neguinho fala que não entra na Avenida sem aquela palhetada do Netinho. Está tudo muito dentro do que é a nossa essência. Está todo mundo muito feliz. Foi um trabalho muito coletivo. Claro que o Neguinho e o Rodney sempre fazem um trabalho excelente e isso ajuda” definiu Dudu.

Em 2024, a Beija-Flor vai ser a segunda escola a desfilar no domingo, horário inédito na história da agremiação. Sobre a posição de desfile, Neguinho admite que inicialmente a ordem assustou um pouco a diretoria e os segmentos, por ser uma colocação que usualmente não tem levado a grandes resultados, mas o cantor garantiu que a agremiação já entendeu como reverter a situação e o próprio artista encontrou perspectivas positivas para a situação.

“Apesar de ter essa coisa do dia e da hora que a escola desfila, para a Beija-Flor isso vai passar batido. Nós somos a segunda escola de domingo e você vai ver o bicho que vai dar. Nós nunca desfilamos nesta posição, eu vou fazer 50 anos de desfile. A princípio ficamos assustados, mas o povo vai estar todo na Marquês de Sapucaí, porque é a segunda escola, ali por volta de 23 horas, o povo vai estar com a cabeça fresquinha, prestando a atenção na letra do samba e vai ser o desfile em que a Beija-Flor vai ser mais vista em todo o Brasil, porque vai estar todo mundo acordado ainda. Segura que vem coisa boa por aí “, promete Neguinho.

Bateria projeta trabalho valorizando a melodia

A quarta colocada do carnaval 2023 levará para a avenida o enredo “Um delírio de carnaval na Maceió de Rás Gonguila”. O tema está sendo desenvolvido pelo carnavalesco João Vitor Araújo, que estreia na Deusa da Passarela e volta a propor delírio em um desfile. O desfile irá explorar a cultura popular da capital alagoana e terá como ponto central a história de Benedito dos Santos, um homem analfabeto, que ganhava a vida como engraxate, mas que se tornou um famoso folião soberano. Dividindo o comando da bateria Soberana, mestre Rodney e mestre Plínio, estavam bastante plenos na gravação da faixa e demonstravam bastante tranquilidade enquanto os ritmistas exalavam precisão e uma afinação de excelência dos instrumentos. A parte musical e de bossas também vai trazer um pouquinho da região em que se passa o enredo. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, Rodney explicou que procurou focar em prestigiar a melodia, que para o mestre é o grande destaque da obra que a Beija-Flor levará para a Sapucaí.

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“A gente deu uma passada no que planejamos para a gravação alguns dias antes, e antes de vir no próprio dia. A bateria está bem preparada, o samba é muito rico em melodia, e deu para explorar bem esse lance cultural de Maceió, acho que a galera vai gostar do que vai ouvir e ver. O samba nos permite muitas variações de convenções e a gente, mesmo com pouco tempo de preparação, acho que soubemos explorar. Quando chegar nas plataformas digitais vocês verão que é de muito bom gosto. Acho que acertaram na organização e o trabalho da produção está de parabéns”, elogia o mestre.

Desde 2017, gabaritando pelo menos os 30 pontos na apuração, observando os descartes, a bateria Soberana segue em intenso trabalho para manter a excelência nas notas. No geral, Rodney avaliou o processo desenvolvido para a gravação como eficiente. O comandante da bateria Soberana projeta não só um grande rendimento dos ritmistas no desfile, mas espera uma escola brigando por grandes objetivos.

“A gente vai apresentar algumas surpresas que a gente não vai revelar agora, mas é um samba muito alegre, para se brincar carnaval como antigamente. A gente não para, gravamos a faixa e terminamos esse processo todo que nós começamos em agosto, terminado em outubro, foi satisfatório, temos um grande samba, um grande arranjo, teremos um grande desfile e seremos campeões. Vamos fazer o de sempre, muito trabalho, muita dedicação, a bateria sempre muito bem equilibrada, os arranjos específicos aproveitando o ponto alto que é a melodia, um samba muito rico, pode ter certeza que faremos um grande desfile”, assegura o profissional.

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Com o samba escolhido e agora gravado, a escola vai direcionar o foco para o desfile. Durante a disputa de samba-enredo, em mais um ano, a agremiação decidiu gravar as 10 melhores obras já na voz de Neguinho. O que facilitou os arranjos para a quadra e a própria avaliação da Beija-Flor durante o certame. Com a música escolhida, tão logo o desafio para os profissionais musicais da escola era não seguir o óbvio do que havia sido feito para o concurso e traçar novos rumos para a gravação oficial da Liesa. Para o diretor de carnaval, Dudu Azevedo, o departamento musical foi muito feliz naquilo que projetou para as gravações na Cidade das Artes.

“Escolhemos o samba em uma quinta e na sexta-feira a noite o mestre Rodney já estava na quadra ensaiando. O ensaio se repetiu nos outros dias e foi uma semana inteira ensaiando. O mais legal de tudo é o trabalho coletivo da minha galera do departamento musical, Betinho(Santos, cavaco), Jonathan(Calim, cavaco), Alan(Vinicius, violão de sete), e Júlio (Assis), se reuniram em casa, fizeram o churrasquinho, trouxeram para a gente o trabalho, o Rodney bolou uma introdução e quando todo mundo sentou, cada um se dedicando para fazer o melhor, a gente juntou todas as ideias e saiu uma grande introdução para o samba”, conta o diretor.

Participação da comunidade nas eliminatórias é trunfo na preparação de canto

“Aqui é Beija-flor doa a quem doer/ Do gênio sonhador a gana de vencer”, versos fortes que com certeza vão convocar a comunidade nesta parte a cantar com toda a energia. A pretensão da diretoria é que o nilopolitano cante dessa forma, não só essa parte, mas todo o samba, e em todo o desfile. A diretora geral de harmonia da Beija-Flor, Simone Santana, ressaltou o fato de o samba já estar na ponta da língua da comunidade desde as eliminatórias.

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“O nosso trabalho começou logo após a gravação, mas a comunidade toda participou dessa escolha de samba e foi uma obra que toda a comunidade queria. Acho que está na boca da nossa comunidade e todo mundo sabe cantar o samba, até o carnaval vamos trabalhar com o canto, com a evolução e com muita empolgação e com a força para trazer esse título para Nilópolis. Fizemos ensaios, a gente tem essa preparação para vir gravar e para e para levar para o desfile tudo aquilo que a gente ensaiou e vamos ensaiar mais ainda”, promete a diretora.

E a escola está a todo vapor projetando passar bem na Avenida e superar todo o estigma que carrega a ordem de apresentação e o dia. Quem está muito feliz são os compositores da obra, pois, para vários, foi a primeira vitória na escola e aconteceu em um disputa bastante acirrada contra parcerias multicampeões. Presentes na Cidade das Artes, vendo a gravação com pegada de ao vivo e toda a produção do vídeo, foi um momento até mesmo da “ficha cair” mais uma vez para os poetas.

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“A gente está muito feliz de gravar aqui hoje, ver essa gravação toda ao vivo dá um estímulo, uma energia bem maior para a gente do que a tradicional em estúdio. Ganhar um samba na Beija-Flor é indiscutivelmente a melhor coisa dos mundos, ainda mais para a gente que é escola, o forte do nosso samba é o refrão, de fato é um refrão que mexe com a escola, que mexe com a comunidade, que mexe com a gente compositor, o grande ponto auge da nossa obra, e tenho certeza que vai sacudir a Avenida”, espera o compositor Kirraizinho, que encabeça a parceira.

A Deusa da Passarela será a segunda agremiação a passar pelo Sambódromo da Marquês de Sapucaí no domingo, dia 11 de fevereiro, pelo Grupo Especial.

Escolas da Série Ouro aprovam mais um ano de gravação do álbum oficial no M&C Studio

Pelo terceiro ano seguido, o M&C Studio é o local de gravação dos sambas-enredo das escolas filiadas à Liga RJ, representante do principal grupo de acesso do carnaval carioca. O estúdio localizado em Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio, conta com a direção de Maurício Fonseca, que também é o operador e faz todo o trato com o áudio para chegar ao produto final. A produção e supervisão fica com o mestre Macaco Branco, também pelo terceiro ano consecutivo. O local é estratégico para a gravação de diversos produtos do samba, principalmente de obras que disputam concurso de samba-enredo, tanto para o Grupo Especial, quanto para os grupos de Acesso. Maurício conta que tem se sentido feliz com o trabalho realizado para a Série Ouro e revela mais sobre a vitoriosa história do espaço em que as faixas estão sendo produzidas.

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

“É o terceiro ano e foi muito interessante, muito legal a interação de todos que chegaram no estúdio, desde o primeiro ano. Nos últimos anos,todos gostaram, todos saíram daqui felizes, e tem acontecido também esse ano.O estúdio fez 30 anos em 2023, e nós viemos galgando o espaço, entre todas as escolas. Eu gravo muito para as disputas de samba. Todo ano tem sempre saído diversos campeões daqui, teve um ano, inclusive, foi até um pouco antes da pandemia, que de doze escolas de samba do Grupo Especial, eu gravei nove campeões. Do Grupo de Acesso eram quatorze escolas, eu gravei onze campeões no mesmo ano. Foi um recorde muito legal. Eu venho oferecendo um trabalho que permita mais liberdade, que as pessoas apresentem suas ideias e a gente possa conversar, dialogar, para todo mundo sair feliz. Eu trabalho as ideias com satisfação e tranquilidade”, relata Maurício.

Apesar do envolvimento com o carnaval, o dono do M&C Studio conta que nunca desfilou, diz que seu “negócio” mesmo é a criação musical e também lembra que a veia de sambista puxou da mãe, dona Florinda, uma simpática senhora bastante conhecida de quem frequenta o estúdio na Zona Norte.

“Trinta anos com o estúdio e eu nunca desfilei. Já até me chamaram para desfilar. Eu brinco, eu toco aqui um tamborim bem ‘sem vergonha'( risos), de brincadeira, já me chamaram para sair na bateria, mas é mais brincadeira mesmo. Eu curto mais o som. Gosto de trabalhar com a criação. Gosto de pegar a ideia da pessoa e transformar aquilo em sonho. É um sonho na verdade.Minha mãe foi quem me trouxe o carnaval. Minha mãe Florinda, portelense. O pessoal que vem aqui conhece ela, está sempre batendo papo com todo mundo. Minha mãe é aquela portelense fervorosa, chegava o carnaval, a Portela ganhava e ela ia lá no Portelão. Muitos anos atrás, ela ia na Portelinha, o pessoal ia para lá e tinha sempre festividade, ela ia direto. E eu sempre acompanhei isso da minha mãe. Também uma frustração dela: ela nunca desfilou, porque na época meu avô não deixava. Esse carinho com o carnaval veio mais da minha mãe mesmo”, revela o operador de áudio.

Segmentos falam sobre relação com Maurício e Macaco Branco

Para o mestre Macaco Branco, produtor do álbum, trabalhar no M&C Studio é um facilitador para entregar um trabalho de qualidade.

“Eu não trabalho sozinho, tem o Maurício ( Fonseca), que é um irmão, todas as minhas produções eu tento fazer aqui no estúdio dele. É um trabalho que é quase um casamento a grosso modo. A gente se dá muito bem, a gente pensa muito igual, a gente pensa sempre em coisas novas, para poder estar sempre buscando e alcançando sonoridade bastante diferenciada e de qualidade”.

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Não são poucos os elogios de quem está inserido nesta gravação para a Série Ouro. Entre mestres de bateria, intérpretes, diretores, é grande a confiança no trabalho de Maurício e também na produção e supervisão de Macaco Branco. A frente da bateria da Unidos de Padre Miguel, mestre Dinho conta que é um frequentador antigo do M&C Studio.

“Eu gravo aqui há uns 15 anos.A gente tem essa parceria, eu e o Maurício, a gente gravava os sambas concorrentes, desde a minha época de Cubango. E agora com essa parceria com o Macaco Branco, para mim, particularmente, foi a melhor coisa que a Liga RJ fez. São pessoas muito profissionais, e nos facilita muito o trabalho. Aquela coisa de ficar 6 horas gravando, vai e volta, aqui não temos esse problema. Para mim foi muito importante este relacionamento dos mestres, com o Macaco Branco, que eu vi crescer no mundo do samba e o Maurício que é um parceiro de muitos anos. Estamos nas mãos certas, não poderia ser melhor”, comemora o mestre.

Outro mestre que também aprovou bastante a ideia da Liga RJ foi Chuvisco da Estácio de Sá. O comandante da bateria “Medalha de Ouro” frisou a relação de confiança entre a produção e as escolas.

“Maurício é show de bola, a gente já está acostumado com ele, ele já está acostumado com a gente. E o Macaco fazendo essa produção é uma pessoa que fala a nossa língua, entende bem a gente, está maravilhoso essa produção do disco da Série Ouro”, elogia Chuvisco.

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Chegando agora no principal grupo de acesso do carnaval carioca e voltando para a Sapucaí depois de 10 anos, o Sereno de Campo Grande abriu os trabalhos das escolas da Liga RJ no estúdio de Marechal Hermes. O presidente Carlos Alberto “Galego” revelou que já conhece o espaço e ficou muito feliz pelo o que encontrou de estrutura.

“Sensacional. Eu conheço o estúdio há mais de 20 anos. Venho no Maurício desde que era ‘miudinho’. A gente vem acompanhando a evolução do estúdio, é gratificante ver o sucesso do Maurício. E o Macaco Branco é da nova geração, um ótimo artista e estamos muito felizes por realizar esse trabalho por aqui”, acredita o mandatário da agremiação da Zona Oeste.

Diretor de carnaval da União de Maricá e do Salgueiro, Wilson Alves, compareceu à gravação da Série Ouro e contou que usou o espaço coordenado por Maurício para fazer algumas produções, inclusive, da Academia do Samba.

“Particularmente é o estúdio que me sinto mais à vontade para gravar. O Maurício hoje é o principal operador, ele mixa muito bem a questão dos naipes, entre outras coisas. Aqui é a escolha correta. Inclusive, eu fiz uma gravação para o Salgueiro aqui recentemente, foi uma escolha do carro de som, Alemão do Cavaco e minha. O Maurício é ‘fera’ pra caramba e do Macaco a gente nem precisa falar. O Macaco é produtor, músico, mestre, tudo que ele faz é sucesso”, aponta Wilson.

Comprometido em mais um ano entregar um produto que agrade às escolas da Série Ouro e o mundo do samba em geral, Maurício Pereira explica que o formato de trabalho é dar liberdade e suporte para que as escolas possam realizar seus desejos e transformar o que sonharam para a faixa em realidade

“A gente dá liberdade e juntando as ideias a gente consegue fazer um trabalho bem interessante. Esse ano, a gente está querendo focar um pouco no coro, dar um clima mais de ao vivo, e a gente espera conseguir que isso fique bem bacana. E o tem o trabalho do Macaco Branco que é um cara muito bem quisto em todas as áreas, em todo lugar. O cara que não gosta do Macaco não gosta de ninguém. É super tranquilo, as ideias dele sempre fluem bem, ajudam a todos. Às vezes a gente percebe um pouco de dificuldade de alguns, e o Macaco dá aquele suporte que é como tem que ser, a gente está aqui para isso e é um prazer muito grande trabalhar com o Macaco, com a Liga RJ e com todos os envolvidos “, finaliza Maurício Fonseca.

Beija-Flor escolhe representante para concurso da Corte LGBTQIAPN+ do Carnaval de 2024

Bianca de Oliveira Mourão, de 28 anos, foi a escolhida para representar a Beija-Flor de Nilópolis no concurso da corte LGBTQIAPN+ do Carnaval de 2024. Com uma trajetória de 14 anos na agremiação, que começou na ala das crianças, a recepcionista já percorreu várias alas e atualmente faz parte da ala ‘Sorrisos’, que celebra a diversidade LGBTQIA+, e ainda participa do projeto de mestre-sala e porta-bandeira desenvolvido pelo Instituto Beija-Flor.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação

“Representar a sua escola de coração é gratificante; você representa toda uma nação que sonha incansavelmente com o título, é incrível. É o sonho de qualquer menina. Vou fazer valer a garra e o amor por este pavilhão nilopolitano”, declarou Bianca.

A sambista está se preparando intensamente para o concurso, com foco na alimentação, treinamento na academia e ensaios regulares nas quintas-feiras na quadra da Beija-Flor. Determinada a brilhar no quesito “Domínio da Arte de sambar”, a frase escolhida por Bianca para representar o espírito da Beija-Flor é: “Aqui é Beija-Flor, doa a quem doer”.

No concurso, Bianca será avaliada em diversos quesitos, incluindo postura, simpatia, comunicação, samba, beleza facial e linhas físicas. Ela está ansiosa para demonstrar seu talento e dedicação como representante de sua amada agremiação no Carnaval de 2024, prometendo uma performance inesquecível.

O concurso acontecerá no próximo dia 2, na Cidade do Samba, durante a celebração do Dia Nacional do Samba, evento que reunirá o desfile das agremiações, além de shows e rodas de samba.

Banda Um Amô agita edição solidária da Feijoada no Quilombo do Grotão em Niterói

Durante o próximo sábado, dia 18 de novembro, a Feijoada do Quilombo do Grotão, em Niterói, receberá mais uma edição dos Ensaios de Verão com a Banda Um Amô. Com o intuito de promover a união e o empoderamento através da música, o quarteto composto por mulheres pretas, que também são ritmistas de escolas de Samba renomadas como Vila Isabel e Viradouro, promete agitar o público com uma vibrante mistura de ritmos e muita energia. O evento contará com os ritmos do Carnaval e também apresentará músicas autorais da banda, como “Não estraga o Black” e “Rolou”.

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Foto: Divulgalção

Mariana Braga, vocalista da Banda Um Amô, destaca a importância dessa oportunidade de se apresentarem na Feijoada do Quilombo do Grotão. Segundo ela, “Estamos muito felizes em participar desse evento tradicional e contribuir com a cultura e a solidariedade. Acreditamos que a música tem o poder de unir as pessoas e promover a inclusão social. Nosso objetivo é transmitir nossa energia contagiante e fazer com que o público desfrute de um show memorável.”

A Banda Um Amô busca harmonizar as influências das escolas de Samba, tão presentes na cultura brasileira, com a inovação e autenticidade trazidas por suas integrantes. Essa combinação promete envolver o público presente na Feijoada do Quilombo do Grotão, através de um espetáculo fervoroso e cativante.

Além disso, vale ressaltar que a entrada para o evento será efetuada mediante a doação de 2kg de alimento não perecível. Para Mariana Braga, essa iniciativa é fundamental: “É muito significativo poder contribuir com essa ação solidária, ajudando aqueles que necessitam de apoio e fortalecendo os laços de solidariedade em nossa comunidade. Convidamos a todos a participarem, colaborando com alimentos não perecíveis e desfrutando de um samba maravilhoso!, destaca Mariana.

Sobre a Banda Um Amô

A Banda Um Amô, formada por um quarteto de talentosas mulheres pretas, oriundas do universo das escolas de samba, traz para o palco toda a essência e sonoridade única das baterias de samba. Com o uso dos característicos instrumentos como surdos, caixa, repique e tamborim, combinados com baixo, guitarra, cavaco e violão, a banda oferece uma experiência musical enriquecedora e contagiante.

A formação da Banda Um Amô inclui Mariana Braga, responsável pelos vocais, violão e cavaco, Thalita Santos nos surdos 1, 2 e 3, Allana Marinho no tamborim e repique, e Bia Tinoco na caixa. Com suas trajetórias e habilidades musicais únicas, elas se unem com a missão de alcançar cada vez mais pessoas, entregando shows repletos de alegria, energia vibrante e interação com o público.

Folclore nordestino presente em fantasia divulgada pela Unidos de Padre Miguel para o Carnaval 2024

O site CARNAVALESCO revela uma fantasia da Unidos de Padre Miguel para o Carnaval 2024. A explicação cita que ela faz parte do segundo setor do desfile que retrata o grande apocalipse que dentro da história da escola assolou o sertão.

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Foto: Diego Mendes/Divulgação

“Para retratar esse apocalipse, nós iremos emergir nos medos do povo nordestino. E a quinta ala do nosso desfile representa a Caipora, essa figura, essa personagem que percorria as matas da região, as florestas da região e amedrontavam os caçadores que lá se encontravam. E o início desse passeio sombrio acontece justamente com personagens do folclore nordestino. E apesar de ser um setor mais sombrio, ele terá momentos de muitas cores. É o setor que a gente mais abusa das cores quentes”, disse o carnavalesco Lucas Milato.

A escola leva para Avenida em 2024 o enredo “O Redentor do Sertão”, desenvolvido pela dupla de carnavalescos Edson Pereira e Lucas Milato. No ano que vem, o Boi Vermelho será a quinta escola a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no sábado de Carnaval, dia 10 de fevereiro, em busca do título da Série Ouro e do tão sonhado acesso ao Grupo Especial.

Carlinhos Salgueiro será coroado Rei do Carnaval de Hollywood

Da capital do samba para a capital do cinema! O ano de 2023 está sendo especial para Carlinhos Salgueiro, diretor de passistas do Salgueiro e responsável pela ala Maculelê da escola da Tijuca. Depois de ser coroado Rei do Carnaval na Suíça, e ministrar workshops de samba em diversos países do mundo, o dançarino recebeu o convite para ser coroado Rei do Carnaval de Hollywood em 2024.

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Foto: Divulgação

“Eu estou surpreso com tantas conquistas e reconhecimento do meu trabalho, mas também é uma responsabilidade muito grande seguir mudando a vida de muitas pessoas por onde passo. Eu só tenho a agradecer e firmar o meu compromisso de honrar a história dos meus ancestrais por onde eu passar”, comentou Carlinhos.

O convite partiu de Jônia Queen, rainha primeira do Carnaval de Hollywood, em função da comemoração dos 10 anos do carnaval na cidade, que acontecerá em 2024 com a presença de mais de 40 países.

“O Carlinhos é o maior nome do carnaval brasileiro, com tantas conquistas como artista individual e Diretor de Passistas do Salgueiro, mudando o jeito de sambar de sambistas pelo mundo afora”, declarou Jônia.

O artista, que em 2024 além de brilhar no Salgueiro, será enredo do bloco Raízes da Tijuca, terá sua coroação em Hollywood logo depois do carnaval do ano que vem, prometendo muitas surpresas e emoção durante o evento.

União de Maricá inicia inscrições para alas coreografadas

A União de Maricá abriu as inscrições para as suas alas coreografadas visando o desfile de 2024. Sob a responsabilidade da coreógrafa Day Fersa, serão 60 vagas disponíveis entre homens e mulheres. Os ensaios terão início no dia 28 deste mês.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

As inscrições são gratuitas e contam com os seguintes requisitos: ser maior de 18 anos, gostar de dançar e ter disponibilidade para ensaios nas noites das terças e sextas, na quadra da União de Maricá. O componente interessado deve entrar em contato através do Whatsapp (21) 97197-7021.

Em 2024, a União de Maricá vai estrear na Marquês de Sapucaí com o enredo “O Esperançar do Poeta”, desenvolvido pelo carnavalesco André Rodrigues. A escola será a sexta a desfilar no primeiro dia da Série Ouro, em 9 de fevereiro.

Poder feminino! Congresso do Samba dá início com palestras sobre o matriarcado feminino no carnaval

A sede da Liga-SP recebe durante essa semana o ‘Congresso do Samba’. É um projeto que irá durar quatro dias e, nele, diversas pessoas irão participar, sendo cada dia um assunto de relevância diferente. É uma iniciativa realizada pela instituição Zumbi dos Palmares com apoio da Uesp, Liga-SP, Fenasamba e Unisamba. O pontapé inicial foi dado com o tema: “Mulheres e o carnaval: O matriarcado e o papel feminino da organização do carnaval paulistano”. As participantes presentes para a palestra foram: Edleia dos Santos, Lyllian Mendonça, Rosemeire Marcondes e Solange Cruz, sendo ministradas por Maitê Freitas.

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Fotos: Lucas Santos/Divulgação

Vale ressaltar que a presidente Angelina Basílio, da Rosas de Ouro, fez uma pequena participação falando da história de seu pai com a agremiação da Brasilândia, também exaltando sambistas da comunidade Azul e Rosa que lá estavam presentes acompanhando.

Uma curiosidade é que todas as personalidades da mesa enalteceram a importância dos desfiles que eram realizados na Av. Tiradentes e São João, antes da migração para o sambódromo do Anhembi.

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Rosemeire Marcondes

Primeira a falar, Rose, como é conhecida, é neta da icônica Madrinha Eunice. Tal figura feminina dispensa apresentações. Fundadora da Lavapés e primeira mulher a presidir uma escola de samba no Brasil.

Rose contou um pouco sobre a história da sua avó e falou do orgulho que tem dela. De acordo com ela, o legado sempre precisa ser passado para frente. Pediu aos sambistas presentes para visitarem a estátua de sua avó, que fica no bairro da Liberdade e que à pouco tempo foi totalmente violada moralmente em um evento. Rosemeire também enfatizou que Liberdade é um bairro negro e essas raizes jamais devem ser esquecidas.

Edleia dos Santos

Segunda a palestrar, Edleia teve uma fala mais curta que as demais. A senhora, que presidiu a Uesp (entidade que cuida de divisões inferiores das escolas de samba paulistanas) por dois mandatos, falou da importância que é presidir uma entidade e se auto avaliou como uma boa gestora. Também elogiou a parceria entre Uesp e Liga que está sendo realizada neste evento.

Solange Cruz

Terceira a fazer participação, presidente da Mocidade Alegre e figura conhecida no carnaval brasileiro, Solange Cruz, realizou grande discurso falando sobre a sua história dentro da Morada até virar a grande gestora reconhecida nos dias de hoje, ganhando o apelido de ‘leoa’, por tamanha sabedoria e liderança dentro de uma agremiação.

Falou brevemente da história de sua escola, dos fundadores, que são sua família e, principalmente, do nascimento da Mocidade, com raízes no Rio de Janeiro.

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A mandatária explicou as dificuldades que sofreu no início, a resistência que sofreu quando virou presidente, as dívidas que teve de pagar quando assumiu a escola e os títulos vencidos. Segundo ela, no primeiro campeonato, o cansaço era tanto que nem compareceu na apuração pois estava dormindo. Só acordou com a Mocidade Alegre liderando a tabela.

Também contou como trabalha com algumas questões dentro da comunidade, componentes que às vezes é complicado de lidar, entre outras coisas.

Outra ponderação importante foi uma reflexão é de como uma escola deve fazer para se reinventar, pois muitas pessoas querem liberdade no carnaval, saindo em blocos ou comprando abadás, e não querendo receber cobranças para executar bons desfiles.

Terminou seu discurso dizendo: “Você pode trocar sua camisa, mas o seu coração sempre será o mesmo”.

Lillyan Mendonça

Última a se apresentar, Lillyan falou da importância que as demais mulheres que lá estavam significava para a vida dela, enalteceu os terreiros valorizados nas escolas de samba e a negritude nas escolas de samba, especialmente quando se trata das mulheres.

Em pleno feriado, Vila Isabel lota Boulevard 28 de Setembro e dá mais um show nos quesitos de chão

O feriado da Proclamação da República foi marcado por muito samba no Boulevard 28 de Setembro. Nem mesmo o calor intenso que atinge a cidade do Rio de Janeiro foi empecilho para o comparecimento em massa de torcedores e componentes no quinto ensaio de rua da Unidos de Vila Isabel visando o desfile do ano que vem. A escola, que foi a primeira do Grupo Especial a dar início a sua temporada de treinos, segue colhendo os frutos de um calendário antecipado de preparação e teve como destaques na noite dessa quarta-feira o bom desempenho dos quesitos de chão, embalados pelo clássico samba-enredo de Martinho da Vila, assim como mais uma performance irretocável da “Swingueira de Noel”, comandada por mestre Macaco Branco. Além dessa parte musical, quem também roubou a cena foi o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas, que manteve a tendência de se superar a cada apresentação. Em entrevista concedida para a reportagem do site CARNAVALESCO, o diretor de carnaval da agremiação, Moisés Carvalho, fez um balanço da evolução do trabalho no decorrer das últimas semanas.

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Fotos: Diogo Sampaio/CARNAVALESCO

“Feliz com a escola, com cada segmento que compareceu nesse feriado, apesar desse calor todo aqui no Boulevard 28 de Setembro. Cada dia que passa, cada quarta-feira, a gente sobe mais um degrau. Muito feliz com o canto da escola, com a evolução, com o entrosamento entre o carro de som e a bateria, com o Tinga… Acho que a escola está no caminho certo, cantando muito, evoluindo muito, isso é fruto de um trabalho que a gente fez lá do início e está colhendo os frutos agora. Comunidade toda de parabéns, assim como todos os segmentos. Muito feliz com o ensaio de hoje”, ponderou o diretor de carnaval.

A azul e branca do bairro de Noel apresentará, no ano que vem, uma reedição de “Gbalá – Viagem ao templo da criação”, originalmente feito em 1993. Na época, o enredo foi desenvolvido pelo carnavalesco Oswaldo Jardim. Desta vez, a proposta ganhará a assinatura do artista multicampeão Paulo Barros. A Vila Isabel será a terceira a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí na segunda-feira de Carnaval, dia 12 de fevereiro, em busca do seu quarto título de campeã na elite da folia carioca.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Um dos pontos altos desse quinto ensaio de rua da Unidos de Vila Isabel. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas, teve a missão, mais uma vez, de abrir a apresentação da escola devido a ausência dos integrantes da comissão de frente e tirou de letra o desafio. Com um figurino todo em tons de azul, a dupla apresentou uma dança predominante clássica, que mesclou o tradicional com alguns passos marcados. O bailado, de ritmo veloz, foi marcado por movimentos precisos e sincronizados. O cortejo também esteve bastante presente na performance dos dois, seja através do toque, do gestual elegante ou da simples troca de olhares. Houve ainda diversos giros, principalmente da parte dela, que tiveram um belo efeito, muito por conta da saia.

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Samba-enredo

A opção por reeditar o clássico “Gbalá – Viagem ao Templo da Criação”, de autoria do cantor e compositor Martinho da Vila, segue dando sinais de ter sido uma escolha acertada por parte da agremiação. A obra manteve a tendência de crescimento das últimas semanas e novamente teve um ótimo rendimento no ensaio de rua da noite dessa quarta-feira. O carro de som da azul e branca do bairro de Noel, capitaneado pelo intérprete Tinga, conduziu com maestria o samba-enredo, de maneira a contagiar o público que assistia ao treino no Boulevard 28 de Setembro, além dos próprios desfilantes da agremiação. A bateria “Swingueira de Noel”, liderada pelo mestre Macaco Branco, também foi fundamental para este alto desempenho, adotando um andamento que respeitasse as características melodiosas da competição e, ao mesmo tempo, possibilitasse uma evolução vibrante por parte da escola.

“O rendimento desse samba está sendo maravilhoso. O importante é a escola estar feliz, cantando forte. Sempre a gente espera ter um grande samba para que os componentes possam evoluir bastante, alegres, e isso temos visto ao longo dos ensaios. A comunidade canta com vontade. Quando é por obrigação que é mais complicado. Então, acho que a gente está evoluindo. Cada dia que passa, melhoramos mais. A comunidade está muito feliz com o samba, com o nosso enredo, se Deus quiser vai ser um grande desfile. Os ensaios de rua estão sendo muito emocionantes e a escola, como um todo, está vibrando muito. Tenho fé que a gente vai fazer um Carnaval belíssimo e trazer esse título para a Vila”, declarou Tinga durante conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO, após a conclusão do ensaio.

Harmonia

No embalo da ótima performance do samba-enredo, o canto da comunidade se sobressaiu em mais uma semana. Entre as alas, as quatro iniciais estiveram entre as que cantaram com mais afinco, assim como as duas últimas, sendo os destaques desse quinto ensaio de rua da azul e branca do bairro de Noel. Do samba em si, o refrão principal, com os versos “Gbala é resgatar, salvar/E a criança, esperança de Oxalá/Gbala, resgatar, salvar/A criança é esperança de Oxalá”, foi o ponto alto, tendo sido entoado com bastante força pelos componentes. O trecho de subida para ele e o começo da cabeça da obra também foram bem cantados, merecendo menção positiva. Já os pontos de atenção ficam para algumas partes do samba como “Lá os guias protetores do planeta/Colocaram o futuro em suas mãos” e “Descobrindo o próprio corpo compreenderam/Que a função do homem é evoluir” que foram pouco cantados ou entoados em menor volume. Sobre esse último tópico, o diretor de Carnaval da Vila, Moisés Carvalho, comentou que a agremiação vem trabalhando a questão.

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“Isso é um trabalho que a gente vem fazendo em reuniões semanais com harmonia. Até por isso eu destaco a evolução. Acho que se a gente pontuar o primeiro ensaio com o ensaio dessa quarta, a gente vê uma curva ascendente, fruto realmente desse trabalho que a gente vem fazendo. E a partir da próxima semana, vamos intensificar isso. A gente vai começar os ensaios de quinta-feira por setor, justamente para atingir esse canto mais uniforme. Óbvio que não vamos conseguir o mesmo efeito do refrão durante o samba todo, mas é fazer com que nas outras partes a gente consiga chegar no ponto máximo. Então, é por isso que eu fico feliz com a evolução, do primeiro ensaio de rua até agora. A escola vem subindo gradativamente até chegar o dia do desfile, que eu acho que vai ser o ponto maior”, explicou Moisés Carvalho em entrevista concedida para a reportagem do site CARNAVALESCO.

Evolução

Assim como a harmonia, a evolução também foi impactada pelo ótimo rendimento do samba. Foi possível observar em todas as alas os componentes desfilando de maneira solta e empolgante. Sem estar preso em qualquer tipo de amarra ou fileiras rígidas, a maior parte pulou, vibrou e cantou o tempo inteiro. Os acessórios usados por eles, que iam desde pom poms até bexigas, contribuíram para o clima leve e brincalhão do ensaio de rua. Devido às temperaturas elevadas no Rio, mesmo no período da noite, houve alguns desfilantes se queixando do calor e sentindo mal-estar, mas nada que atrapalhasse de forma mais efetiva o desempenho do quesito. Em relação ao ritmo, a escola adotou um andamento cadenciado, sem paradas prolongadas ou qualquer tipo de correria. Também não ocorreram falhas graves aparentes, como a abertura de buracos, clarões no meio de alas ou embolamentos.

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Outros destaques

A bateria, assim como o carro de som, é uma atração à parte quando se trata de ensaio de rua da Vila Isabel. Os ritmistas comandados pelo mestre Macaco Branco deram mais um espetáculo no Boulevard 28 de Setembro em pleno feriado e animaram os espectadores que se aglomeraram nas calçadas. As bossas bem construídas e a levada respeitando as características da obra foram os pontos altos da passagem da “Swingueira de Noel”. Essa performance contribuiu para o ótimo rendimento do samba-enredo, assim como para a evolução solta e alegre dos componentes.

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Outro destaque do treino da azul e branca do bairro de Noel ficou para o alto astral de algumas alas mais tradicionais. Com a letra do samba na ponta da língua, baianas e membros da velha-guarda fizeram bonito, esbanjando alegria, sambando, girando, pulando e vibrando. Um verdadeiro show que serve de exemplo.

Especial gravações 2024: Com clima festivo e uma pitada nordestina, Porto da Pedra grava samba para o carnaval 2024

Doze anos depois a Porto da Pedra volta a gravar o samba-enredo para o disco oficial da Liesa. Foram dez desfiles no Grupo de Acesso esperando a vez de voltar à elite do carnaval carioca. Mas se engana quem pensa que o Tigre chega tenso ou pressionado para este momento. A agremiação vem curtindo cada etapa do processo e essa leveza foi possível perceber durante a gravação da faixa oficial para o carnaval 2024 na Cidade das Artes. Mestre Pablo, sempre característico em sua vestimenta, trouxe um pouco da pele do tigre para a gravação que também tem vídeo e chamou a atenção de quem estava presente no Complexo Cultura da Prefeitura. Já a bateria Ritmo Feroz mostrou estar bem afinada com a música escolhida no dia 26 de agosto para embalar o próximo desfile da Porto da Pedra . Trazendo alguns traços do Nordeste, os ritmistas gravaram com o uso de triângulo, instrumento típico de ritmos nordestinos, em uma bossa do samba.

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Foto: Rio Carnaval

De volta à comunidade Vermelha e Branca de São Gonçalo depois de 25 anos, Wantuir mostrou-se muito alegre e preparado não só para o trabalho na Cidade das Artes, mas também para as próximas etapas. O cantor inclusive brincou um pouco sobre o número de vezes que deu o grito de guerra neste processo desenvolvido no Complexo Cultural da prefeitura do Rio.

“O samba foi cantado do mesmo jeito que nós ensaiamos e do mesmo jeito que a obra ganhou o concurso. Tivemos a preocupação de não mudar muito o samba. O samba ganhou na quadra de um jeito, e tem que ser cantado desse jeito que o povo, a comunidade de São Gonçalo já aprendeu. Foi muito fácil. A parte técnica em relação a gravação deu tudo certo. Foi bastante confortável para todo mundo. Para mim foi um pouco menos porque tive que dar 15 gritos de guerra (risos). Cantar o samba 15 vezes é mole, mas o grito de guerra é mais difícil. Mas, tudo bem. Está maravilhoso. É importante a valorização da prata da casa, cavaquinho, violão, coral da escola. Isso é muito bom. Parabéns a Liga pela iniciativa”, parabenizou o intérprete.

Wantuir contou que já deu para sentir o carinho e a energia da comunidade nestes meses em que retornou à escola à qual tem tamanha identificação.

“Já tenho sentido essa energia da comunidade nos ensaios de quadra todas as quintas-feiras. Daqui a pouco começa o ensaio de rua. A gente já sente isso lá, o samba deu uma energia muito grande. É com certeza um dos melhores enredos deste carnaval 2024. Uma história bastante interessante e de muita importância e relevância para o nosso país. Estamos muito felizes por tudo que está acontecendo com a Porto da Pedra” , define Wantuir.

O enredo “O Lunário Perpétuo: A Profética do Saber Popular”, é de autoria do enredista Diego Araújo e do carnavalesco Mauro Quintaes. O tema tem como proposta celebrar o saber popular, além de narrar a história do almanaque, escrito na Espanha, que veio parar no Brasil depois de 200 anos, se tornando o livro mais lido pelo povo nordestino. Diretor musical da Porto da Pedra, Vinicius Chocolate apresentou à reportagem do site CARNAVALESCO como foi desenvolvido o arranjo para a faixa do Tigre e apontou o que o público pode esperar do samba.

“Tivemos um cuidado bem grande porque o samba tem uma melodia um pouco ‘forrozeada’, para a gente não perder a mão de samba, porque a gente precisa ir para a Avenida tocar samba, mas com uma pegadinha de nordeste, bem legal. O cuidado tem sido com isso e a gente quer a galera bem alegre, bem solta. Não nos preocupamos em colocar muito solo. A gente vai bem tranquilo para matar a saudade do Grupo Especial e mostrar que a comunidade de São Gonçalo é bem forte, bem alegre. A questão musical é isso, é vir bem leve. E em relação ao Wantuir, muita facilidade, até me espantou, que na semana seguinte do samba escolhido, reunimos para passar e ele já estava com o samba bem dominado. Acho que o trabalho está sendo bem feito”, acredita o músico.

Mestre Pablo quer levar eficiência na Série Ouro para o Especial

Gabaritando o quesito nos últimos dois carnavais na série Ouro, o desafio de Mestre Pablo agora é manter a excelência no Grupo Especial. O comandante da Ritmo Feroz explicitou mais detalhes sobre o processo de trabalho com os ritmistas e deixou no ar a expectativa para mais um ano chamando a atenção do mundo do samba com a sua vestimenta.

“A gente ensaiou bastante, já temos um samba escolhido desde agosto, o que permitiu essa extensa preparação. Temos ensaiado todas as quintas-feiras na quadra. E para a gravação fizemos um ensaio extra para ajustar detalhes, limpeza de bossas e estou gostando bastante do resultado. Acho que vai ‘dar’ super bom, a gente quer ganhar notas máximas, prêmios. No samba tem umas levadas de baião, xaxado, e na Avenida tem a minha fantasia que é uma surpresa, mas pode esperar algo mais, além da garra povo gonçalense”, definiu mestre Pablo.

Também presente na gravação da Porto da Pedra, a preparadora vocal Ionalda Belchior explicou que há um cuidado muito grande na escola com a voz, não só com o intérprete oficial Wantuir, mas com todo o restante do carro de som.

“É um trabalho de formiguinha, cuidando da voz o ano inteiro, mas eu tenho a sorte de ter um grupo super disciplinado. A gente trabalha toda a semana com exercícios, eu vou em todos os ensaios, acompanho o grupo em todas as apresentações, tanto que acompanhei a gravação também. Eles se prontificam em exercitar e isso facilita o meu trabalho porque a base deste carro de som é a mesma praticamente há quatro anos. Eu olho e eles já sabem o que tem que fazer, quando tem que trabalhar tal músculo, já sabem o exercício. É muito fácil trabalhar para este grupo”, definiu a profissional.

Concurso de samba-enredo curto foi estratégico para cronograma

Outro que acompanhou a gravação de perto foi o diretor geral de harmonia Amauri de Oliveira. O diretor contou ao site CARNAVALESCO que o fato da escola ter utilizado apenas duas datas para o concurso de samba-enredo em agosto foi estratégico para que o trabalho pudesse ser adiantado e a agremiação cumprisse com mais tranquilidade cada etapa do processo até o desfile em fevereiro de 2024.

“Fizemos dois ensaios. A gente já chegou com as bossas ensaiadas, tudo pronto, até para não perder tempo. A gente fez esses ensaios com todo o carro de som e com os 32 ritmistas que vieram tocar aqui na Cidade das Artes. A escola chegou pronta para a gravação. E, a gente fez um pedido ao presidente que a gente não estendesse muito a eliminatória porque a gente teve cinco sambas. Foi bom ter poucos sambas, a gente precisava de um só, e dos cinco, quatro eram muito bons. A gente pediu ao presidente que encurtasse ao máximo a disputa para a gente ter tempo hábil de trabalhar o samba com a comunidade. E isso foi feito. A gente fez a nossa final no dia 26 de agosto e desde então fazemos ensaio na quadra com uma resposta muito positiva da comunidade. E o nosso ensaio de rua acontece no mesmo lugar do ano passado, próximo a sede da prefeitura, no centro do município. Esperamos que a galera participe com a gente. As inscrições da comunidade já estão quase encerradas, foi um ponto muito positivo para nós”, festejou o diretor.

A obra para o carnaval 2024 foi composta pela parceria de Guga Martins, Passos Júnior, Gustavo Clarão, Lucas Macedo, Leandro Gaúcho, Clairton Fonseca, Richard Valença, Gigi da Estiva, Abílio Jr., Marquinho Paloma, Cristiano Teles e Ailson Picanço.O compositor Guga Martins foi acompanhar as gravações na Barra da Tijuca e frisou que a escola está pronta para fazer um grande carnaval e buscar a permanência no Grupo Especial, grupo que a Porto da Pedra fez parte por 11 desfiles seguidos no início do século XXI.

“O grande mote do samba é que a comunidade está feliz. O mais importante de um samba-enredo é servir a sua comunidade. Eu fico lisonjeado e feliz de estar servindo a minha comunidade. Ver a comunidade rindo com os versinhos que nós escrevemos é absurdamente incrível, enquanto torcedor, enquanto cria, é um sonho realizado. O sonho era ganhar samba, depois de ganhar o samba, o maior prêmio é esse samba servir a minha comunidade. Se a comunidade está feliz, o compositor está feliz. Nós viemos para ficar. A Porto da Pedra não vai fazer desfile só para permanecer no grupo. Podem esperar um grande carnaval”, prometeu o poeta.

A vermelha e branca de São Gonçalo irá abrir os desfiles no domingo de carnaval, dia 11 de fevereiro, sonhando em quebrar os estigmas e fazer história.