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Homenagem merecida! Estação do VLT em frente a Cidade do Samba recebe o nome de Tia Ciata

A estação do VLT em frente a Cidade do Samba, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, foi reinaugurada com o nome de “Cidade do Samba Tia Ciata”, na tarde desta terça-feira, em homenagem a histórica mãe de santo que ajudou a fomentar o samba carioca na região da Pequena África através de encontros de sambistas em sua casa, em um tempo onde o samba era marginalizado pelo Estado. Ela, que é uma das grandes matriarcas do samba, ganha esta homenagem no ano do centenário de seu falecimento.

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Gracy Mary Moreira, bisneta de Tia Ciata. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

O ato de “batismo” foi marcado pela homenagem a memória de Tia Ciata e toda a sua resistência, e contou com a presença de Gracy Mary Moreira, bisneta de Tia Ciata, e da equipe da Casa de Tia Ciata mantida pela família da matriarca na região da Pequena África, e por onde é fortalecido o legado de Tia Ciata, através de atividades culturais e formativas voltadas ao samba. Também presentes, a vereadora Thais Ferreira (PSOL), autora da lei que mudou o nome da estação, representantes do VLT, e integrantes das escolas de samba.

Gracy Mary ressaltou a importância de sua bisavó e de outras mulheres negras para o surgimento e a resistencia do samba e dos sambistas no início do século passado destacando como essa homenagem abrange também a diversas mulheres negras da historia da cidade.

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Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

“É o reconhecimento de uma mulher que foi a frente do seu tempo, e eu fico muito feliz com isso e quero outras homenagens também. Este ano é o cenetenário de Tia Ciata e teremos várias ações em torno disso, e essa é uma delas. A gente tem que massificar e mostrar quem foi essa mulher e a importância dela pra esse terriório da Pequena África, e a gente vê que não é só hoje, é o tempo todo que se respira Tia Ciata nesse território, falando sobre ela, refletindo as ações que ela tomou, essas acões afordiaspóricas. Quando a gente fala de mulher empreendedora, mulher de axé, mulher de atitude, mulher com assistência social, a gente se remete a Tia Ciata também. É uma valorização a Tia Ciata e a todas as mulheres negras que desbaravaram esse país”.

Gracy Mary contou também sobre a valorização da memória da cidade através de nomes como o de Tia Ciata e outras matriarcas.

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“É uma memoria ancestral que a gente cultua e vê na nossa pequena áfrica e é essa memoria que traz Tia Ciata, Tia Bibiana, Tia Amélia, Tia Mônica, essas baianas que contribuiram e estão junto conosco. A memória tembque ser viva e constante”.

A herdeira da matriarca ressaltou como é importante a estação que da acesso a onde hoje se faz o carnaval das escolas de samba, o maior espetáculo da Terra, leve o nome de uma mulher que lutou e resistiu pelo ritmo e pela cultura que embasa este espetáculo.

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Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

“Colocar aqui em frente a Cidade do Samba, eu vejo como um reconhecimento ímpar de uma mulher que abrigou o samba e fez que tudo prosperasse. Em uma época em que o samba era marginalizado e a polícia batia, reprimia, que julgava o sambista como vagabundo. E hoje eles veem a importancia do samba não só do Brasil, mas para o mundo, e é através do samba que a gente conta as histórias dos nossos girôs, das nossas griôs”.

O projeto de lei que mudou o nome da estação foi protocolado pela vereadora Thais Ferreira, que comentou como foi o processo de reconhecimento e a importancia de manter a memória ativista de Tia Ciata para a cidade e para o samba, e que foi isso que a motivou.

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Vereadora Thais Ferreira. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

“Trazer o nome dessa matriarca do samba, mulher negra, que já tem seus remanescentes que continuam atuando não só pela cultura, mas pela direito a cidade do Rio de Janeiro, para o VLT, simbolicamente em frente à cidade do samba, para a gente, foi uma lei de extrema importância para que a gente possa ter realmente esse marco histórico na cidade do Rio, respeitado a partir da perspectiva política da vida das mulheres negras, como foi Tia Ciata. Nós trouxemos a história dela na justificativa, falamos sobre essa questão do direito à cidade a partir da perspectiva das mulheres negras. Depois de quase quatro anos, essa lei toma não só forma na cidade, mas se torna concreta, de fato, com a alteração do nome da estação”.

Sambistas presentes

Dentre os sambistas presentes, estavam integrantes da Velha-Guarda do Salgueiro, o diretor de harmonia e barracão da Tijuca, Alan Guimarães, e as baianas da Viradouro, acompanhadas do presidente da escola, Hélio Nunes, que ressaltou a importância do transporte para acessar a Cidade do Samba e declarou que a mudanca de nome da estação foi uma grande conquista para o samba carioca e para a cidade como um todo.

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Hélio Nunes, presidente da Viradouro. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Alan Guimarães comentou sobre como o transporte ajuda os trabalhadores da Cidade do Samba para vir para o local e para realizar as compras e outras necessidades de preparação das escolas.

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Alan Guimarães, diretor de harmonia da Unidos da Tijuca. Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

“A gente que precisa estar sempre no Centro do Rio, que é o mercado onde a gente faz todo tipo de compra, isso aqui é uma mão na roda para gente, para a mobilidade dentro do centro do Rio de Janeiro. E esticando até aqui a Cidade do Samba, é de suma importância pra gente. Isso é uma memória que não pode, jamais, morrer. E esse tipo de homenagem, essa eternização, com mais uma situação envolvendo o nome da Tia Ciata, é muito importante porque os nossos ancestrais, as pessoas que passaram, que hoje deixaram os seus legados pra gente, é esse caminho que a gente precisa pra poder continuar”.

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Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

A baiana Juciara Maria Muniz também falou sobre a importância do VLT para as instalações da Cidade do Samba, resaaltando a importância que o veículo elétrico também possui para os sambistas em relação aos eventos que ocorrem no lugar, e destacou também a homenagem que passa a ficar eternizada na estação, agora com o nome da matriarca.

“Nós sambistas, como a tia Ciata, somos resistência. Porque se não houvesse pessoas como a tia Ciata, como nós sambistas, isso tudo tinha morrido. Então nós estamos levando, ascendendo o povo preto, trazendo a nossa cultura, a nossa religiosidade, trazendo toda a nossa energia”.

União de Maricá realiza festa para apresentar Leandro Vieira e equipe na próxima sexta-feira

A União de Maricá realizará um evento especial para apresentar o carnavalesco Leandro Vieira e a equipe para o Carnaval 2025 à sua comunidade. O encontro está marcado para a próxima sexta-feira, às 20h, na quadra da escola, no Centro de Maricá. Com grande expectativa, a agremiação segue o planejamento para desfilar na Série Ouro com o enredo “O cavalo de Santíssimo e a coroa do Seu 7”.

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Foto: Divulgação/União de Maricá

Multicampeão, Leandro Vieira foi o principal reforço da escola, que manteve praticamente toda equipe responsável pelo último desfile, que marcou a estreia na Sapucaí e alcançou o quarto lugar do grupo. O carnavalesco chega na União de Maricá trazendo uma bagagem de sucessos, com três títulos do Grupo Especial e dois na Série Ouro. Em 2025, ele estará em dupla jornada com a Imperatriz Leopoldinense.

Presidente da escola, Juliano Oliveira destacou a importância de ter um carnavalesco de peso na União de Maricá. Ele convidou os fãs de carnaval para o evento, que terá entrada franca e roda de samba.

Conheça o enredo da União de Maricá para o Carnaval 2024

“A contratação de Leandro Vieira é um marco para a nossa escola. Sua criatividade e visão prometem fazer do nosso desfile uma celebração inesquecível. O enredo ‘O cavalo de Santíssimo e a coroa do Seu 7’ é muito rico e popular. Estamos confiantes de que será um espetáculo à altura do que esperam da União de Maricá. Desde já, todos estão convidados para uma noite de muita alegria em nossa quadra”, afirmou.

Em 2025, a União de Maricá será a sexta escola a desfilar na sexta-feira, na Sapucaí, pela Série Ouro. A escola vai exaltar Seu Sete da Lira, Exu festeiro e uma das entidades mais marcantes da Umbanda, e a médium Cacilda de Assis, com o enredo “O cavalo de Santíssimo e a coroa do Seu 7”.

Serviço:
Apresentação do carnavalesco Leandro Vieira e equipe para 2025
Data: 12 de julho
Horário: 20h
Local: Quadra da União de Maricá
Endereço: Rodovia Amaral Peixoto, nº 29024 – Centro, Maricá-RJ
Atrações: elenco show da União de Maricá e roda de samba
Entrada franca

Poderosa! Mayara Lima sobre Tuiuti 2025: ‘Vamos desfilar com a resistência da Xica Manicongo’

Rainha de bateria do Paraíso do Tuiuti e influenciadora com mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, Mayara Lima conversou com o site CARNAVALESCO, no sorteio da ordem dos desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro para o Carnaval 2025, e celebrou o enredo da escola para o ano que vem. A escola de São Cristóvão levará para Avenida “Quem tem medo de Xica Manicongo?”, que será desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos.

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Foto: Alexandre Vidal/Divulgação Rio Carnaval

“Vamos desfilar com a força e magia e com a resistência da Xica Manicongo”, disse a rainha.

Mayara Lima citou que gostou de desfilar na terça-feira de carnaval, data inédita no Grupo Especial do Rio de Janeiro.

“Eu amei o dia. Acredito que a Xica Manicongo vai ajudar a gente com toda ancelistrade para fazermos um ótimo desfile”.

Confira a sinopse do enredo do Paraíso do Tuiuti para o Carnaval 2025

Ao site CARNAVALESCO, o presidente Renato Thor também falou sobre o dia de desfile do Tuiuti em 2025.

“Foi tudo maravilhoso. O Paraíso do Tuiuti, mais uma vez, saiu dessa ordem de sorteio ‘feliz da vida’. É muita fé envolvida. Está tudo tranquilo e muito bonito”.

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João Drumond comenta mudanças no concurso de samba da Imperatriz: ‘Não existe uma disputa condicionada ao investimento financeiro’

O diretor executivo da Imperatriz Leopoldinense, João Drumond, conversou com o site CARNAVALESCO, e comentou as mudanças na disputa de samba da escola para o Carnaval 2025. Segundo ele, a direção fez alterações pretendendo combater a ideia de que o investimento financeiro de uma parceria é o principal determinante do sucesso na competição. Ele ressaltou que na Imperatriz, a diretoria está mais preocupada com o desempenho do samba no palco e seu potencial na avenida do que com o número de pessoas na quadra torcendo por ele.

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Foto: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO

“Fizemos um conjunto de mudanças. Acho que a questão da torcida é uma reclamação recorrente que eu escuto dos compositores, que gastam horrores de dinheiro. Pouco interessa se o cara trouxe 500, se o cara trouxe 100, se o cara trouxe 10. Eu acho que é um dinheiro muito mal gasto pelas parceiras. Alguns compositores vivos que fizerem, possivelmente, o maior samba da história da Imperatriz, que é ‘Liberdade Liberdade’, em 1989, e no ano passado não puderam compor, porque não tinham condições, não acharam parceiros para bancar o samba deles. Esse ano eu fico feliz que eles vão poder disputar na Imperatriz, se vão ganhar ou não, é outra discussão, mas o compositor tem que ter o direito de expor a arte dele num palco de uma escola de samba”.

Para João Drumond, é um desperdício de dinheiro vincular a disputa de samba ao investimento financeiro de uma parceria, pois talento e qualidade não devem estar atrelados a questões financeiras.

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“Eu acho que o primeiro que é um dinheiro muito mal gasto. Posso falar que a Imperatriz não está preocupada com quantas pessoas têm na quadra torcendo para o samba, está preocupada com o que o samba está desempenhando no palco e o que ele pode vir a desempenhar na avenida. Não existe uma disputa condicionada ao investimento financeiro. Talento não está atrelado a questões financeiras, o cara não precisa ter dinheiro para ser talentoso, muito pelo contrário, acho que é um pouco, a gente vê tanta gente talentosa, enfim, sem condições de disputar samba hoje. Não vou ser hipócrita de dizer que não podemos bancar um regime capitalista num mundo que nós vivemos que é capitalista, mas acho que a disputa não pode estar pautada em cima do capital, tem que estar pautada em cima da qualidade do samba. É isso que a Imperatriz está tentando fazer e eu acho que vai dar muito certo”, desabafou João.

Confira a sinopse do enredo da Imperatriz Leopoldinense para o Carnaval 2025

Fotos de desfiles da Viradouro estão em exposição nos Estados Unidos

Vinte e nove imagens de desfiles recentes da Viradouro estão em exposição no Aeroporto Internacional Washington Dulles, na capital norte-americana. A mostra reúne fotos de Renata Xavier do desfile campeão do último carnaval (“Arroboboi, Dangbé”), de 2022 (“Não há tristeza que possa suportar tanta alegria”), do campeonato de 2020 (“Viradouro de alma lavada”) e do desfile de 2019 (“Viraviradouro”), que marcou a volta da escola ao Grupo Especial. Nos seis painéis instalados no saguão do aeroporto, há ainda fotos da preparação para os desfiles, feitas no barracão, na Cidade do Samba, e de ensaios de rua na Avenida Amaral Peixoto, no Centro de Niterói.

Foto: Rui Ventura/Divulgação Viradouro

A iniciativa da exposição Arte Box é do Arte Institute, uma organização sem fins lucrativos sediada em Nova Iorque e que, nos últimos 13 anos, vem se dedicando a difundir a produção de artistas de países de língua portuguesa e de projetos de arte contemporânea em ambientes e espaços não tradicionais. Desde a fundação, o Arte Institute já promoveu mais de mil artistas, em 38 países e 118 cidades.

É a primeira vez que a instituição promove uma mostra diretamente ligada a uma escola de samba. Ana Ventura Miranda, diretora do AI, enumera os ganhos para a imagem da Viradouro.

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“Anualmente, circulam pelo Aeroporto Washington Dulles 25 milhões de pessoas, e é importante que a escola e a cidade de Niterói tenham essa visibilidade num país como os Estados Unidos. Essa parceria que se estabelece entre a Viradouro e o instituto vai abrir portas para novos projetos com a escola, mostrando a qualidade do Carnaval, que não é somente um evento lúdico ou de entretenimento, mas que há muita arte por trás dos desfiles. E a qualidade do trabalho da fotógrafa Renata Xavier sintetiza isso muito bem”.

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A exposição, aberta no último dia 4, estará em cartaz no aeroporto americano até 1º de outubro. Outras mostras, também com fotos de Renata, estão previstas para os próximos meses, no Centro Carioca de Fotografia (Travessa do Comércio 11 – Centro Histórico – Rio de Janeiro); de 26 de julho a 24 de novembro; no Aeroporto Internacional Humberto Delgado, em Lisboa, Portugal, de novembro deste ano a janeiro de 2025; e no MAC (Museu de Arte Contemporânea de Niterói), de 14 de dezembro de 2024 a 09 de março de 2025.

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‘Nossa forma de falar do preconceito é mostrar o poder do negro’, diz Rodrigo Almeida, carnavalesco da Em Cima da Hora

Em entrevista ao site CARNAVALESCO, Rodrigo Almeida responsável pelo desfile de 2025 da Em Cima da Hora, explicou como chegou a ideia do enredo “Ópera dos Terreiros – O Canto do Encanto da Alma Brasileira”, que será apresentado no desfile do ano que vem.

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Foto: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO

“Depois do carnaval de 2024 a gente continuou com a ideia de fazer algo social. Surgiu uma questão de falar de preconceito. Encontramos uma ópera, criada em Salvador, no Pelourinho, despertou a nossa curiosidade. Essa ópera está conquistando o mundo. Está se apresentando em todos os locais. A gente pensou que isso está vencendo o preconceito, você pode estar em todos os lugares. A gente vive em um país, que não acredito que existem brancos puros, o que diferencia se você é negro ou não, além do tom da pele, é se você precisa andar com sua identidade no bolso, a nota fiscal, isso caracteriza o negro no Brasil, infelizmente, porque vem da cultural colonial. Quando a gente encontra negro cantando ópera, invandindo o ambiente do branco, e vê eles indo para Europa e ganhando o mundo, é a nossa glória. Nossa forma de falar do preconceito é mostrar o poder do negro”.

O carnavalesco Rodrigo Almeida revelou que novamente levará para Avenida uma escola com alegorias maiores, como aconteceu no desfile de 2024. Ele também falou da escolha do samba-enredo.

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“O samba tem que contar o enredo. Somos a sétima escola de sexta, tem que empolgar o componente, ser claro e objetivo. Escolher o samba antes favorece o canto do componente. Puxamos a história para termos mais tempo de trabalho. Em 2024, eu passei falando que seria uma nova Em Cima da Hora, novamente falo que será uma nova escola. Com alegorias maiores, mais imponente, com roupas volumosas, um desejo da escola”.

‘A gente está preparando, mais uma vez, um grande carnaval’, diz Gabriel Haddad sobre a Grande Rio 2025

A Grande Rio apresentará em 2024 o enredo “Pororocas parawaras – as águas dos meus encantos nas contas dos carimbós”, e, segundo o carnavalesco Gabriel Haddad, a escola aprovou desfilar na terça-feira de carnaval, data inédita no Grupo Especial do Rio de Janeiro. O artista, que trabalha em parceria com Leonardo Bora, garantiu que a Tricolor de Duque de Caxias apresentará um grande espetáculo na Sapucaí.

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Carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad. Foto: Rafael Arantes/Divulgação Grande Rio

“Está maravilhoso desfilar na terça-feira. A gente está preparando, mais uma vez, um grande carnaval. É um carnaval que se liga à escola de Duque de Caxias. O lado dos Correios não é só interessante por conta da altura, mas pela maneira que a gente concentra as alas e os carros. A gente consegue montar o carnaval muito mais rápido”, disse Haddad.

Para o diretor de carnaval, Thiago Monteiro, apesar de não escolher dia e ordem de desfile, a Grande Rio aprova se apresentar na terça-feira.

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“Está aprovado. A gente não pode escolher a posição, mas estamos felizes e satisfeitos. Não dava para ser a última, porque a Portela tirou a bola maior, mas ficou ótimo. O lado da concentração era o que nós queríamos. Ficou ótimo”.

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Presidente Luiz Guimarães explica imersão para apresentar sinopse e fala sobre retorno da disputa de samba na Vila Isabel

A Vila Isabel fez uma imersão para apresentar a sinopse do seu enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece”. O CARNAVALESCO conversou com o presidente da escola, Luiz Guimarães, para saber sobre a disputa de samba e a ideia da imersão realizada pela escola.

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Foto: Site CARNAVALESCO

O presidente começou citando o retorno das disputas de samba, após a escola escolher por reeditar “Gbalá – Viagem ao templo da criação” no último carnaval. Ele comentou sobre a vontade da escola em busca de um grande desfile.

“O desafio é a gente ter uma ala de compositores muito inspirada, principalmente. Ano passado a gente, esse ano no caso, veio numa reedição, então a gente já tinha o samba do Martinho, então não teria como fazer essa disputa. Mas a gente tá há muitos anos, de fato, sem ter um grande samba. Acho que há dez carnavais que a gente já não gabarita o quesito samba-enredo, e esse ano também a gente não gabaritou. Então, assim, é algo que a gente tá ansiando muito, tá em busca muito de um grande enredo, um grande samba que possa, de fato, propiciar um grande desfile”.

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O presidente Luiz Guimarães também comentou sobre a ideia e a realização da imersão ao enredo para a apresentação da sinopse, e qual o objetivo dela para a escola e para os compositores:

“A gente conversando, e a gente conversa muito, a gente falou, vamos fazer uma. O carnaval está cada vez com mais eventos, a gente está cada vez querendo encher a grade de eventos, com a maior gama possível de eventos, e eu acho que esse evento, principalmente o enredo, tem tudo a ver com essa imersão, com essa experiência, principalmente, que a gente buscou dar aqui hoje, que era justamente dos compositores não só terem a explanação, não só terem o vídeo, mas sim toda uma proposta, toda uma experiência voltada pro nosso enredo, e poder também brincar, beber, comer, e ficar à vontade pra poder estar inspirado para fazer um grande samba”.

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Com concurso de quadrilhas e muitas comidas típicas, Tucuruvi reúne comunidade para noite de Arraiá

O clima julino chegou na Avenida Mazzei. O Acadêmicos do Tucuruvi realizou na noite deste sábado, mais uma edição do tradicional “Arraiá do Zaca” que contou com diversas atrações, concurso de quadrilhas, comidas típicas, brincadeiras e muita animação onde a escola da Cantareira recebeu sua comunidade para uma noite de muita alegria, onde reuniu todos os segmentos e a comunidade. A festa contou com a apresentação dos ginastas da equipe da Cia Rosana Marques, além do show do cantor sertanejo Juliano Paiva e também com o Grupo de Samba ‘Um Toque a Mais’. Rolou ainda um concurso da melhor quadrilha, onde três equipes compostas por integrantes dos segmentos da própria escola se apresentaram, com direito a jurados avaliando e troféu para a melhor apresentação.

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Fotos: Renato Cipriano/ Divulgação Tucuruvi

“Escola de samba é lazer, é cultura e no Acadêmicos do Tucuruvi prezamos muito isso, além da união e confraternização entre todos. Sempre que pudermos estaremos levando um pouco de alegria para nossa comunidade. Em breve teremos mais festas temáticas em nossa quadra”, revelou Rodrigo Delduque, o vice-presidente da agremiação. .

Toda comunidade se vestiu a caráter e entrou no clima do arraiá, entre elas o time de Musas, Passistas e Malandros da escola que não fizeram por menos e deram um show de simpatia e muita elegância nos trajes caipiras..

Destaque para a jogadora de vôlei Giulia Muralha, a qual estreou no carnaval deste ano como integrante do grupo de passistas da Tucuruvi e desde então está sempre presente em todos os eventos mostrando que não é boa apenas nas quadras e sim também no samba no pé. A atleta nas quadras defende até então o time do São Caetano na Superliga Feminina de Vôlei, porém nos confidencializou que após o término deste mês de julho, estará de mudança para o time Mackenzie Esporte Clube, na capital de Belo Horizonte.

Giulia de 25 anos, contou que está amando integrar o quadro de passistas e que os ensaios e os eventos que ocorrem durante todo o ano na escola de samba, além de ser um hobby pois ama dançar, também ajuda muito em seu preparo físico para dentro das quadras e nem se importa com a rotina pesada, pois diz que tira de letra.

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Outro destaque ficou por conta da Musa Keise Cristine, integrante do quadro de Destaques de Chão, e que durante o último carnaval participou do Concurso Miss UESP, juntamente com mais 15 candidatas e foi a grande campeã, almejando a faixa e a coroa de ‘Rainha do Samba’, passando assim a integrar a Corte do Carnaval da cidade de São Paulo ao lado do Rei Momo, da Rainha do Carnaval e suas Princesas.

A agremiação da Cantareira integra o Grupo Especial do carnaval de São Paulo, será a 5ª escola a desfilar em 2025, no sábado, dia 1º de março, sendo a segunda noite de desfiles e o Acadêmicos do Tucuruvi levará para o Sambódromo do Anhembi o enredo “Assojaba – Em Busca do Manto”, o qual está sendo desenvolvido pelos carnavalescos Dione Leite e Nicolas Gonçalves.

O “Zaca” sonha com a busca do manto Tupinambá, que tem um valor artístico e simbólico para a memória indígena no Brasil e também a luta pelo retorno ao seu local de origem.

Única comissão nota 40 no Especial em SP, coreógrafo da Dragões conta desafios do projeto com 33 componentes

Com a mudança no regulamento, a única comissão de frente nota 40 do Grupo Especial de São Paulo em 2024 foi a Dragões da Real do coreógrafo Ricardo Negreiros. Com um tema afro, a comissão trouxe elementos de uma tribo africana, e tinha uma equipe de 33 pessoas para desenvolver o trabalho no enredo: “África – Uma constelação de reis e rainhas”. Em conversa com o site CARNAVALESCO, o coreógrafo Ricardo Negreiros contou bastidores sobre o trabalho desenvolvido no carnaval de 2024, na qual foi nota 40 e ajudou a escola no vice-campeonato.

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Fotos: Fábio Martins/CARNAVALESCO

“Foi um projeto muito bacana, inicialmente íamos ter 22 pessoas no projeto, migrou para 33 pessoas, só de elenco, sem contar time de alegoria que deu suporte. Pesquisamos alguns recursos, que a tribo africana tinha conexão com universo, o que podíamos fazer e identificamos uma tribo chamada Dogon, de uma religião específica da África, que eles estudavam o universo e falamos é isso, é isso que vamos fazer. Tentamos unir todos os elementos do enredo ali na comissão, trazendo esse estudo, essa conexão com o universo, mais os reis e rainhas que já foram, tentamos criar uma história em cima daquilo, fictícia, mas com uma proposta de unir tudo. A comissão veio para contar todo enredo”.

Com um grande elenco para apresentação, e em dois grupos, o coreógrafo contou sobre os desafios para trocas de elenco, e toda sincronia na pista: “No começo foi bem difícil, tivemos que fazer uma conversa com o time de alegoria. Para a gente conseguir fazer isso acontecer de fato e a galera do elenco tinha que decorar pela música. Então nos primeiros ensaios do Anhembi tivemos dificuldade de fazer sincronismo. Mas depois entramos em um acordo, deu tudo certo, era bem complexo e muita gente para sincronizar. Não tinha conversa, não conseguíamos conversar com o time de cima e o time debaixo, então foi bem difícil, mas no final das contas deu tudo certo”.

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Há muito tempo na Dragões da Real, Ricardo Negreiros contou sobre a relação com a agremiação na qual não iniciou como coreógrafo, mas sim em outros setores da escola até chegar na comissão de frente.

“De coreógrafo é o quarto carnaval com coreografia de fato, pois tivemos a pandemia, onde não teve desfile, mas tinha o projeto desenhado. É o quinto ano, quarto como comissão, senão me falha a memória. Foi o Sorriso, Adoniran, João Pessoa e esse ano. A relação é muito bacana, muito positiva, a escola é muito acolhedora, estou no carnaval da Dragões desde 2016, eu vim para a escola com uma proposta de um enredo, a escola abraçou meu enredo, e no final das contas passei por alas, alegoria, e vim para a comissão, me identifiquei, deu tudo certo”.

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Mesmo jovem, Ricardo Negreiros já tem uma história no carnaval de São Paulo e vai construindo em diferentes frentes, além de coreógrafo, também é carnavalesco na UESP, que são as divisões de bairro. Sobre sua trajetória nas escolas de samba, nos contou desde o início até o momento de sua carreira.

“Tudo começou quando eu era criança e queria muito fazer carnaval, me identifiquei muito com a figura do criativo do carnaval, e fui brincando. E quando fui crescendo, não muito, mas cresci, de estatura não sou alto, enfim… Comecei a me envolver com as escolas de samba para tentar entender e aprender. Principal objetivo era aprender, foi aí que me envolvi no Barroca Zona Sul, na Rosas, na Dragões cheguei com essa de aprender ao fazer carnaval e a escola me deu muito espaço para aprender, e isso foi muito bacana. E assim aprendi um pouco de alegoria, documentar o carnaval, as pastas que vão para os jurados. Aos poucos fui aprendendo e hoje ajudo, dou suporte nas escolas em todos esses sentidos. Nos últimos dois carnavais ajudei uma escola que hoje está no Grupo de Acesso de Bairros II, que é a Acadêmicos do Butantã, que ali tive oportunidade de fazer algo, mostrar de fato a minha criação, lógico que com suas dificuldades pelo grupo. Mas tudo foi muito bem e adorei isso”.

O quesito comissão de frente passou por mudanças, e para conquistar a nota dez, precisavam de um diferencial para conquistar o décimo complementar, além de garantir o 9.9. Pois a Dragões da Real do coreógrafo Ricardo Negreiros foi a única escola do Grupo Especial que conquistou a nota dez nas quatro cabines de jurado.

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“Quesito comissão de frente veio com uma proposta diferente com aquele décimo complementar, que foi muito diferente para alguns quesitos que tiveram esse décimo. Achei bastante desafiador, esse ano foi de aprendizado, queria entender o que o jurado ia entender, o que era esse décimo complementar como isso ia funcionar e felizmente fomos 40, a única 40 do Grupo Especial. Isso me fez entender como isso vai funcionar, se vai acontecer no próximo carnaval? Não sei… Mas acredito que conseguimos trabalhar com o regulamento debaixo do braço, acompanhar bem as reuniões, prestar atenção nos detalhes e foi isso que fez que o projeto cumprisse essa nota máxima”.

Para 2025, a Dragões da Real tem como enredo “A Vida é um Sonho Pintado em Aquarela!”, e que na apresentação do tema já emocionou a comunidade presente no seu barracão próprio na Fábrica do Samba. Inclusive com apresentação da comissão de frente, onde a escola falará sobre os ciclos da vida humana através da música Aquarela e com direito a homenagem ao Jorginho Freitas, netinho do carnavalesco Jorge Freitas, que faleceu aos oito anos em abril.

Para o desafio, Ricardo Negreiros revelou que é um processo em construção: “Estou tendo alguns insights de como vamos fazer esse projeto e vamos ver no que vai dar, é muito novo, muito diferente. É uma proposta muito diferente, então precisa entender ainda como vai funcionar, conversar com o carnavalesco (Jorge Freitas), com a diretoria e ver como podemos fazer de fato. Pois se fizemos um projeto que impactou em 2024, temos que fazer algo que supere, esse é o grande desafio”.

A Dragões da Real será a terceira agremiação a desfilar na sexta-feira de carnaval, dia 28 de fevereiro, e em busca do primeiro título. Foram três vices, em 2017, 2019 e 2024, esse no último ano com “África – Uma constelação de reis e rainhas”.