A vice-campeã do Carnaval 2024, Imperatriz Leopoldinense, está preparando um desfile emocionante para o próximo ano, contando a história resguardada pelo Itã que relata a visita de Oxalá ao reino de Oyó com o propósito de encontrar Xangô. Este mito servirá como a base para o enredo desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira. Em uma conversa com o site CARNAVALESCO, o artista compartilhou detalhes sobre a inspiração por trás do enredo, revelando como essa história chegou até ele e qual será o fio condutor dessa narrativa. Ele também contou o que a nação leopoldinense pode esperar desse momento especial e deixou sua opinião sobre o processo de fechamento dos envelopes com as notas no dia do desfile, um momento crucial que muitas vezes gera grande expectativa e tensão entre as escolas.

Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

O carnavalesco de Ramos revelou que o enredo foi uma combinação de sua própria vontade e de um pedido da comunidade. Ele explicou que a Imperatriz Leopoldinense não explorava a temática afro-religiosa há quase 50 anos, e desde sua primeira passagem pela escola, ainda no Grupo de Acesso em 2020, esse desejo da comunidade já era evidente. Ao longo do tempo, membros da escola, como passistas e baianas, expressaram esse desejo de explorar essa temática no desfile. Assim, o enredo nasceu em resposta a essa demanda da comunidade, combinada com a vontade pessoal do carnavalesco de atender a esse pedido e celebrar as raízes africanas e religiosas da escola.

“Esse enredo chegou meio que uma vontade minha de atender a um pedido da comunidade. A Imperatriz tem quase 50 anos que não se debruça na temática afro-religiosa, e quando eu cheguei aqui, na minha primeira passagem, ainda no Grupo de Acesso, em 2020, já era um desejo que as pessoas da escola, quando eu digo as pessoas da escola, é a comunidade da escola, passistas, baianas, solicitavam esse enredo e nasce um pouco disso”, revelou Leandro.

Confira a sinopse do enredo da Imperatriz Leopoldinense para o Carnaval 2025

Leandro contou detalhes sobre o fio condutor do enredo, destacando que a narrativa se baseia na saga contada pelo Itã, que relata o desejo de Oxalá de visitar Xangô. No entanto, ao longo do percurso, Oxalá enfrenta uma série de obstáculos que o levam a uma conclusão de viagem diferente daquela que ele havia imaginado ao sair de Ifón em direção a Oyó. A história é contada por meio de recursos carnavalescos, como fantasias, alegorias e adereços, que transportam o público para o universo mágico e mitológico dos orixás.

“O fio condutor é dessa contação de história que parte de uma saga, da saga que narra, do Itã, que narra o desejo de Oxalá visitar Xangô. No meio do caminho, existe uma série de percalços que levam Oxalá a ter um término de viagem diferente daquele que ele havia pensado que teria quando pensou em sair de Ifón rumo ao Oyó. A terra onde ele era soberano, para a terra onde Xangô é soberano. Então é um pouco a contação dessa história através de recursos que são carnavalescos mesmo. E fantasias, alegorias, adereços”, contou Leandro.

Foto: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO

Quando questionado sobre o que a nação leopoldinense pode esperar desse desfile. Em vez de fazer promessas, Leandro compartilhou um desejo pessoal de que a Imperatriz mantenha sua característica marcante de apresentações vibrantes e apaixonadas. Essa ideia de “contorno mais quente” sugere uma energia intensa e envolvente que a escola pretende trazer para o desfile. Leandro almeja que a Imperatriz Leopoldinense se destaque pela sua presença marcante e emocional, proporcionando uma experiência única.

“Eu não gosto muito dessa ideia de fazer promessas do que o torcedor pode esperar. Mas acho que tem uma coisa que pode esperar, é essa ideia, que é uma ideia, é um desejo meu, que a Imperatriz siga com esse seu contorno mais quente, com a sua apresentação mais quente, com essa escola mais quente na pista”.

Leandro Vieira confiante: ‘Quem quer disputar título faz carnaval para ser campeão qualquer dia’

Em relação ao fechamento dos envelopes dos jurados com as notas no fim de cada dia de desfile, Leandro desabafou sobre sua incerteza com o novo formato de julgamento do Carnaval. Ele expressou sua dificuldade em formar uma opinião definitiva sobre o assunto, já que as informações sobre o processo de julgamento não foram compartilhadas com as escolas de samba.

“A princípio é difícil ter uma opinião formada sobre isso, porque quem tomou a decisão não dividiu o resultado disso com a gente. Sei muito pouco ou quase nada sobre o que é esse julgamento. Não sei como é que vai ser, eu não sei qual é a orientação que o jurado vai ter a partir disso, na verdade a gente vai esperar, mas eu não sei qual é o novo jeito, até para desejar alguma coisa está difícil”, desabafou Leandro.