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Samba do Milton Cunha estreia no Casarão do Firmino com o grupo ‘Puxadores do Samba’

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Nesta sexta-feira, estreia no Casarão do Firmino, o Samba do Milton Cunha. O evento terá o grupo os “Puxadores do Samba” que é formado pelos intérpretes Tinga (Unidos de Vila Isabel), Bruno Ribas (Unidos de Padre Miguel), Marquinho Art Samba (Estação Primeira de Mangueira), Wantuir (Unidos do Porto da Pedra) e Serginho do Porto (Estácio de Sá). A bateria, comandada por Mestre Wesley, os passistas da APASB/ABAC, Thayane Milene, Luara, Thai, Aldione Senna, Karla Moreno, Gleyson Rodrigo, Pablo Jales, Amaury e Dhu Costa. A abertura fica por conta de Margarete Mendes e um convidado surpresa. Nos intervalos tem a DJ Nicolle Neumann. A entrada é colaborativa. Paga o quanto puder e paga se quiser. O Casarão fica na Rua da Relação, 19, na Lapa. Classificação: 18 anos. Mais informações: 21 99926-5295.

Foto: Divulgação

SERVIÇO

Samba do Miton Cunha com os ‘Puxadores do Samba’
DATA: 13 de dezembro – sexta-feira
LOCAL: Rua da Relação, 19, na Lapa
Horário: A partir das 18h.
ENTRADA COLABORATIVA
Classificação: 18 anos
Mais informações: 21 99926-5295

Governador define que apoio ao Grupo Especial entrará no orçamento anual do Estado

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O governador Cláudio Castro anunciou, nesta quinta-feira, o maior investimento da história do Governo do Estado às escolas de samba do Grupo Especial. Serão destinados R$ 40 milhões para o espetáculo carnavalesco no Sambódromo. Parte deste recurso será utilizada também na operação do Sapucaí, em serviços como a iluminação, sonorização e a iluminação. Além de beneficiar os trabalhadores e artistas da cadeia produtiva da festividade, a iniciativa do governo estadual em incluir o Maior Espetáculo da Terra no orçamento público garantirá o sucesso de uma das grandes atrações turísticas do Rio, o Carnaval. De acordo com o governador, as escolas não precisarão mais esperar a definição de patrocínios via lei de incentivo.

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Foto: Marcelo Regua/Divulgação Governo do Estado RJ

“É um passo muito importante na relação poder público e Carnaval, algo que a gente nunca teve antes. Não é mais fatura política, esmola, ajuda ou penduricalho, agora passa a ser política pública. Não importa se o governante é de direita, de centro, de esquerda ou se ele gosta do Carnaval. O que importa é que isso é uma política pública do Rio de Janeiro. A grande mudança e novidade deste ano é essa profissionalização dessa relação”, disse o governador.

O anúncio do investimento ocorreu nesta manhã, no Palácio Guanabara, que também contou com a presença do presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Gabriel David.

“Ao investir no Carnaval, o poder público garante não só novos recursos para que as escolas de samba promovam apresentações ainda mais impactantes na Sapucaí, mas, principalmente, permite que elas sigam exercendo o seu papel social e cultural, além de movimentar a indústria criativa da folia, gerando emprego e renda. Isso sem falar no estímulo ao Turismo, que será ainda mais impulsionado com os três dias competitivos do Rio Carnaval 2025”, ressalta David.

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O valor que será destinado às escolas tem origem nos recursos reservados às ações de “Fomento, Promoção e Desenvolvimento do Turismo no Estado do Rio de Janeiro”. Em 2025, a festa acontecerá nos dias 2, 3 e 4 de março, quando acontecem os desfiles do Grupo Especial. No dia 8/3, a celebração se encerra com Desfile das Campeãs.

Impacto econômico e capacitação em gestão

O acréscimo de mais um dia de desfiles trará impactos adicionais na economia fluminense. A organização do Carnaval estima um retorno financeiro de R$ 17,4 milhões na capital e um total de R$ 22,4 milhões em todo o estado, gerando emprego e renda a 16 mil trabalhadores, com uma massa salarial de R4 7,8 milhões.

Além da verba investida no desfile, os integrantes das escolas de samba do Grupo Especial vão ser beneficiados com uma capacitação de gestão do Carnaval. Por meio da Secretaria de Planejamento e Gestão, eles vão receber uma Capacitação para Prestação de Contas. O objetivo é dar mais transparência e cuidado com o dinheiro público.

Eugênio Leal sobre o samba da Portela para 2025: ‘Quem acredita na vida não deixa de amar’

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Homenagear um compositor e cantor no carnaval sem citar as letras de suas músicas é uma tarefa rara e muito difícil. O grande público, muitas vezes fã do artista, normalmente espera cantar ou relembrar um pouco da obra dele na avenida. Neste caso falamos de Milton Nascimento, um dos gigantes da MPB. Há na memória coletiva uma infinidade de versos famosos que ele compôs ou cantou. Mas a proposta da Portela para este carnaval é fazer outro tipo de homenagem. O nome já diz: samba-enredo. A música deve ajudar a contar a história que está sendo mostrada. E a maneira encontrada pelos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga para celebrar Milton Nascimento não passa pelas músicas que marcaram sua trajetória.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

O enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento” é uma procissão do povo brasileiro partindo da Portela, em Madureira, até o interior de Minas Gerais – terra de Milton Nascimento. Neste caminho outras pessoas vão aderindo à jornada que vai desfilando a principal temática da obra de Milton, a vida do povo brasileiro. A história é dividida nas fases do dia – manhã, trade, noite, madrugada e o amanhecer. Cada faixa de tempo reflete um momento da obra do homenageado. Até que as pessoas o encontram ao amanhecer do dia seguinte para celebrá-lo.

O compositor Samir Trindade, que encabeça a parceria, falou ao podcast SAMBA LEAL que a proposta dos autores do samba era fazer um samba para Milton Nascimento e não “com ele”, ou seja: a Portela ofertando a sua própria arte sem “pegar carona” nas ideias de seu homenageado. Pode parecer uma posição presunçosa, ambiciosa, mas eles não compuseram uma música do “Clube da esquina” e sim um samba-enredo – coisa que conhecem bem – e dos bons.

Portela 2025: ouça a versão oficial do samba-enredo

Samir Trindade, Fabrício Sena, Brian Ramos, Paulo Lopita 77, Deiny Leite, Felipe Sena e JP Figueira venceram uma disputa acirrada com outras obras maravilhosas. E têm mérito pra isso. Levantaram a quadra e emocionaram muita gente. É um samba-enredo em sua essência, de letra muito inteligente e original, embalada por melodia valente e bonita. A gravação inicial dos compositores deixa essa impressão clara. Infelizmente a versão oficial optou pela “excelência” técnica em detrimento da emoção; além de algumas mudanças melódicas que tiraram um pouco da essência interpretativa da procissão. Quem conhece o samba pela versão oficial do álbum da LIESA pode achar que ele é frio, sem impacto. Mas não o é. Ou não deveria parecer ser.

Os primeiros versos já apresentam, com beleza, o início da história. É a Portela “concentrada” para iniciar a caminhada: “Manhã / Alvorada das nossas lembranças / Peito aberto, carrego esperança / Do altar de São Sebastião / Estou onde a mãe do ouro me afaga / E fiel abraçado à Águia / Vou partir em procissão”. Logo na primeira palavra o samba deixa claro a ideia da divisão da história a partir das fases do dia ao gritar ‘Manhã!”. Em seguida já dá uma passada nos sentimentos que Milton causa nos seus fãs ao falar das lembranças e dizer que carrega esperança. São Sebastião (Oxosse), Mãe do ouro (Oxum) – padroeiros da escola – e a Águia são citados para contextualizar a Portela como ponto de partida.

Vídeos: apresentação da Portela na Cidade do Samba para o Carnaval 2025

E a letra parte para a procissão lembrando a fé, tema recorrente das músicas de Milton, das amizades (outra característica de sua vida) das pessoas cantando suas músicas… “Na fé, que faz do artista entidade / E sagrada as amizades / Ardem vozes, mil tambores…”. Para retomar as imagens da procissão e pontar a chegada de outro momento, a tarde: “Nas mãos, girassóis na travessia / Minh’alma em cantoria / Vem a tarde, vão-se as dores”. Versos que resgatam a magia que a música de Milton proporciona a quem as admira.

Chegamos então ao refrão central que mantém a narrativa da caminhada entremeada às imagens, sensações e sentimentos causados pela obra do homenageado: “Nessa estrada, é sonho, é poeira / Passa o trem azul, sigo em paz Feito Rio… só me leva / Pra Deus filho de Maria / Tantos mares em um cais”. O terceiro verso deste refrão é o único do samba que, para mim, tem uma quebra de fluidez. O “Pra Deus filho de Maria” me soa um pouco apertado na melodia.

E o samba parte para um lindo crescimento na “segunda”, onde já aborda o sucesso do “Clube da esquina”, que aproximou pessoas de vários lugares do Brasil. “E as raízes se juntaram / Na esquina uniram a nação Venceram as lutas que travavam /Pra ver Zumbi no céu da canção”. E chega a noite, período da ditadura militar, em que o artista vira “farol” para quem vivia na escuridão. “Noite apaga o arrebol / Num milagre ser farol / E continuar…” para chegar ao verso em que o samba mais se aproxima da aura de Milton: “Quem acredita na vida Não deixa de amar”, com direito a uma repetição para reforçar a ideia e valorizar a emoção.

Na estrofe seguinte vem a reabertura política. “Dorme a maldade após o temporal / Na bandeira a liberdade, vem Bituca triunfal” e chega o final da procissão, marcando a essência da Portela, ao lembrar de uma das suas referências musicais, Candeia – trazendo a escola ao nível do homenageado. “Cheguei com meu povo, mesmo sentimento
Onde Candeia é chama / Brilha Milton Nascimento”.

Galeria de fotos: apresentação da Portela na Cidade do Samba

E vem o refrão, de muita garra, colocando Milton como Oxalá, o preto-rei ou “anjo negro”, mas acima de tudo na condição de sol que marca o amanhecer, fim da linha, e guia a Portela em seu desfile. “Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar / Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar / Anjo negro é o Sol que faz a Portela cantar / Anjo negro é o Sol na minha Portela”.

É um refrão ousado por não terminar exatamente com um rima, mas com uma variação do verso anterior. Também muito marcado em repetições de versos ou palavras, o que pode ajudar no canto dos componentes. Mas é antes de tudo um refrão aguerrido, pra puxar os brios da escola. Desde que seja entendido desta forma pela própria agremiação.

O encerramento do carnaval 2025 tem tudo para ser emocionante. A Majestade do Samba celebrando o povo brasileiro através de um gênio da raça. Com um enredo muito interessante e um samba muito bonito e emotivo. Espero que seja um grande desfile.

Neguinho fala da decisão de não cantar mais no carnaval, projeta futuro e revela que gostaria de ser enredo

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Uma das maiores vozes dos gêneros samba e samba-enredo vai parar de cantar na Sapucaí. Neguinho da Beija-Flor anunciou a sua aposentadoria do carro de som da Deusa da Passarela, aos 75 anos. 50 deles dedicados à escola de Nilópolis, onde cantou todos os 14 títulos. Em nova fase da carreira, ele seguirá cumprindo sua agenda de shows e levando o carnaval e o samba para o mundo. Ainda não há sucessor definido. Neguinho começou a cantar no bloco carnavalesco Leão de Iguaçu. Depois, se juntou ao Cordão da Bola Preta e logo foi descoberto e ingressou na escola de samba onde fez sua casa, sua família e seu chão.

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Fotos: Allan Duffes/CARNAVALESCO

Luiz Antônio Feliciano Marcondes foi Neguinho da Vala. Mas, não se contentou em catar rãs nos córregos e, nas asas de um Beija-Flor, voou para ganhar o mundo. Voz marcante do samba, tornou-se referência. Nascido na Baixada, hoje é o norte de quem inicia a carreira nos carros de som de escolas. Reverenciado no carnaval, é rei em Nilópolis. Pé quente, já chegou ganhando o título da elite do carnaval. Simplesmente, Neguinho da Beija-Flor. Em 2025, ele completará 50 anos de carreira e foi nas bodas de ouro, o momento escolhido para o adeus à avenida de tantas glórias. Neguinho contou ao CARNAVALESCO que já estava pensando na aposentadoria, ponderando seus compromissos e a agenda do carnaval.

“Isso começou há uns três, quatro anos atrás. Comecei a amadurecer essa ideia de que o tempo passa, e você tem que deixar a vez para a rapaziada que está chegando com todo o pique e gás. Então não vou ficar empatando, querendo a vez da rapaziada que quer chegar e ter seu lugar ao sol. Também tenho viajado muito, já não tenho o mesmo tempo de antes”.

Neguinho revelou que está morando em Portugal e precisa viajar muito. Por isso, ele deu início a uma série de últimas vezes para emocionar os sambistas. Gravou sua última faixa de samba-enredo pela Beija-Flor. Fez seu último ensaio de rua, no último dia 7 e terá seu último ensaio de quadra. Terá ainda o último ensaio técnico e o derradeiro último desfile. Mas, quem conhece a rotina da Deusa da Passarela, sabe que nenhuma dessas últimas vezes será tão difícil como foi para o Neguinho anunciar a despedida para o patrono, Anísio Abraão David.

“Eu realmente levei esses 3, 4 anos para tomar essa decisão porque eu não tinha coragem de chegar nele. O difícil foi chegar nele e dar essa notícia. Mas ele aceitou legal, perguntou quantos anos eu tinha. Falei 75. E ele disse que realmente, depois dos 70 é difícil. Mas ele me pediu para pensar, se não queria ficar mais um pouco. Eu disse que não era preciso. Eu sei que para ele foi difícil, mas ele aceitou”, revelou o cantor.

Para o presidente Almir Reis, a aposentadoria de Neguinho é um momento triste na perspectiva de fã. Assim como outras pessoas da escola, Almir conta que a notícia foi um choque.

“A admiração que eu sempre tive por ele desde novo e hoje, eu sendo o presidente e ver o Neguinho ir embora, estou muito triste. Não dá para explicar o que estou sentindo. Esse anúncio da saída do Neguinho foi um choque para todos nós. Estamos todos muito tristes, mas ao mesmo tempo, nos deixou com mais sangue nos olhos para fazer um grande desfile. O Neguinho entrou na escola com a Beija-Flor ganhando e vamos torcer para que ele saia, mais uma vez, levando um título”.

Alinhado ao discurso do presidente, o diretor de carnaval Marquinho Marino também pensa que o último desfile do grande intérprete vai fazer com que a comunidade busque o título na garra e no canto mais forte.

“Eu acho que é mais uma situação de emoção que vai ser difícil conter. A gente não tem como prever o que o coração do componente vai falar na hora. Mas eu acredito que essa emoção vai ser revertida para muita garra, para muita força e a gente vai trazer esse carnaval aí pela Beija-Flor, pelo presidente Almir que merece também, pelo trabalho que ele faz. Será pelo Neguinho e pelo nosso mestre Laila”.

Neguinho canta Laíla

O desfile de 2025 da Beija-Flor será marcado pela saudade. No enredo do carnavalesco João Vitor Araújo, “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os sambas”, a homenagem ao maior sambista do mundo, e no microfone, a maior referência de samba-enredo para cantar. Foi de Neguinho a autoria do samba que deu à Azul e Branca o primeiro título do carnaval. Que ele mesmo cantou, sob a coordenação de Laíla. O enredo era “Sonhar com rei dá leão”, do carnavalesco Joãosinho Trinta. Daquele ano, 1976, vieram mais dois títulos consecutivos (77 e 78). E Neguinho se acostumou a vencer ao lado de Laíla.

“A nossa convivência era maravilhosa. A gente brigava de vez em quando, mas a gente só briga com quem gosta. E o Laíla foi o principal incentivador da minha carreira, bem antes da Beja-Flor, no Cordão da Bola Preta, no Renascença… Foi meu primeiro produtor e quem me deu muita força para que eu não desistisse da carreira”.

Neguinho dos momentos inesquecíveis

Todo sambista tem um momento marcante com o Neguinho. E todo não-sambista sabe gritar “olha a Beija-Flor aí, gente”. Para Claudinho, lendário mestre-sala da escola de Nilópolis, é no grito de guerra que a comunidade entra no modo “rolo compressor”; que o carnaval se acostumou a ver.

“Neguinho é um ícone, uma entidade. O grito de guerra é marcante. A gente já entende que a escola tem que pulsar 220 por hora, tem que botar garra, determinação. Quando o Neguinho fala ‘olha Beija-Flor aí, gente’, todo mundo sabe que precisa dar o máximo porque o grito dele é o grito de direção, do caminho para chegar até a vitória”.

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Ao ser questionado sobre um momento inesquecível dele mesmo, Neguinho volta no tempo. Ele lembra do primeiro carnaval, quando o cantor ainda podia disputar no concurso de samba-enredo, e cita Laíla como parte importante de sua trajetória de sucesso.

“Um momento inesquecível foi em ‘Ratos e Urubus, larguem minha fantasia’, tem também o primeiro campeonato no ‘Sonhar com o Rei dá Leão’. O Laíla foi muito importante na minha vitória no samba, na minha vitória da Beja-Flor”.

Quem não se lembra de 2009, quando Neguinho casou no sambódromo? Ele selou a união com Elaine Reis, antes do desfile da Beija-Flor. Ele ainda estava careca, se recuperando do tratamento de um câncer. A porta-bandeira Selminha Sorriso, outra gigante do carnaval, lembra dessa fase como algo inesquecível para ela.

“Tem uma imagem dele na quadra com uma bata, ela branca ou prata, e ele careca. E aí você fica pensando: esse negócio de câncer tem cura. Que bom que ele foi um dos escolhidos para ficar curado e continuar entre nós com esse com esse grito de guerra, que vai fazer muita falta para a gente durante muito tempo. Esse momento do ano que ele casou e que ele estava se curando do câncer é muito mágico”.

Com os olhos marejados, o presidente Almir Reis contou de quando ele criança. Tal como muitos meninos, ele contemplava os sambas cantados por Neguinho na sala de casa.

“Eu era muito novo, uns 11 anos. Lembro que no carnaval de 1979, eu ficava em casa assistindo o Neguinho pela televisão. Eu me encantava com ele cantando samba, cantava junto. Eu me lembro muito bem de uma parte do samba e eu achava aquilo magnífico. Eu olhava o Neguinho e ficava idolatrando, apaixonado”.

Neguinho do futuro

O homem de tantos sambas além dos enredos, embalou o carnaval com a música tema da TV Globo, empolgou as torcidas eternizando o domingo no Maracanã, e emocionou apaixonados com “Ângela” e tantas outras canções que marcaram gerações. Agora, Neguinho se dedicará aos palcos, dando adeus ao microfone principal de sua comunidade nilopolitana. Ele revelou que não pensa na sucessão, que deixou para a escola tratar do tema. A Beija-Flor, por sua vez, garante que não é a prioridade e que a direção firmou acordo para só pensar em um cantor depois do carnaval.

Para o futuro, Neguinho não esconde que gostaria de ser enredo: “Seria bom, seria legal”, ele disse. E aproveitou para brincar sobre a sua aposentadoria também dos palcos: “Eu vou ver se sobra aí mais uns 5, 10 anos. O carnaval toma muito tempo da gente e me impossibilita de algumas coisas. Eu vou ver se dou continuidade aos shows para garantir uma aposentadoria”, disse.

A despedida de Neguinho da Beija-Flor deixa uma marca no samba. Por outro lado, abre espaço para novas gerações que, seguirão se inspirando no legado imortal do artista. A Beija-Flor e o samba jamais serão os mesmos sem sua presença, mas sua história continuará a ser cantada e reverenciada. “O carnaval vai ter uma virada depois da aposentadoria do meu irmão Neguinho da Beija-Flor. Teremos agora outro momento do carnaval. Nos últimos anos, muitos grandes sambistas se foram. Mas o Neguinho não está indo para o plano espiritual. Ele está indo para voar para outras áreas, conhecer outras culturas, levar o carnaval do Brasil, sobretudo do Rio de Janeiro, a todos os cantos do mundo e, agora, com mais liberdade, com mais tranquilidade”, concluiu Selminha Sorriso.

Uma parte da história do carnaval se despede em 2025 para uma merecida aposentadoria da Sapucaí. O sambista chora de emoção, porque será cantado por ele o último samba-enredo na avenida. Quando a sirene tocar, a referência vai sair de cena para ficar nos bastidores guiando os caminhos de quem está por vir. Chora o público por saudade de sua voz. Chora a Beija-Flor por gratidão. Chora, cavaco.

‘O Tradicional e o Moderno na Dança do Mestre-Sala e da Porta-Bandeira’ estreia na Academia Brasileira de Artes Carnavalescas

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Um dos casais de mestre-sala e porta-bandeira mais festejados do carnaval carioca, Rute Alves e Julinho Nascimento, estrelas da Sapucaí há mais de 20 anos, têm sua história contada e dançada por eles mesmos no espetáculo teatral “O Tradicional e o Moderno na Dança do Mestre-Sala e da Porta-Bandeira”. Idealizada por Luiz Antonio Pilar, com texto de Leonardo Bruno (dupla à frente do premiado musical “Leci Brandão – Na Palma da Mão”), a montagem estreia em 18 de dezembro na Academia Brasileira de Artes Carnavalescas (Abac), com entrada franca. A direção e coreografia são de Juliana Meziat.

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Foto: Divulgação

Desde 2018 na Unidos do Viradouro como primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho Nascimento e Rute Alves estão acostumados com as multidões da Sapucaí defendendo a bandeira da escola. Desta vez, eles vão estrear em um palco inédito, do teatro. Em cena, os artistas recordam suas trajetórias pessoais e profissionais dançando ao som de diferentes ritmos que fizeram parte de suas histórias na Zona Norte do Rio. Julinho vem de uma família de sambistas (o pai era compositor da Portela). Já na casa da Rute, a família era evangélica e o carnaval não era bem visto, mas essa vocação se desenvolve fora do mundo do samba e ela vai atrás do carnaval.

Permeado por músicas como “Bumbum Paticumbum Prugurundum”, “Maria Helena e Chiquinho” e “O Canto Livre de Angola”, o texto criado por Leonardo Bruno é fruto de longas conversas com o dois e da sua própria relação como jornalista que cobre o carnaval há 20 anos. “Tem a trajetória cronológica deles, mas especialmente o que eles sentiram. Qual foi a sensação de ganhar um título? Qual foi a sensação de ser dispensado por uma escola? As emoções que eles viveram foram muito importantes para nortear o roteiro”, diz o autor. “O bailado do casal de mestre-sala e porta-bandeira é uma tradição brasileira que deve ser valorizada e preservada”.

Ao lerem juntos o texto do espetáculo pela primeira vez, Julinho e Rute se emocionaram e viram um filme de suas vidas. “É algo inovador na minha vida. Penso que é um presente chegar aos 51 anos, vivendo esse momento de maturidade no carnaval, e, ao mesmo tempo, ser presenteado com algo novo tão grandioso”, conta Julinho, que teve sua estreia como mestre-sala aos 16 anos na Escola de Samba Tradição, dançando ao lado da madrinha Vilma Nascimento, história contada no espetáculo. Os figurinos e objetos cênicos criados por Rute vão acompanhando a história dos dois. “Vou levar para a cena o boneco que eu carreguei nas costas no desfile de 2012 pela Vila Isabel. Tenho ele guardado até hoje”, lembra a artista.

Depois das três apresentações (18, 20 e 21 de dezembro) na Academia Brasileira de Artes Carnavalescas (Abac), o espetáculo terá uma única apresentação na quadra da Unidos da Viradouro, em Niterói, no dia 27 de dezembro.

FICHA TÉCNICA
Texto/roteiro: Leonardo Bruno
Coreografia e Direção: Juliana Meziat
Elenco: Rute Alves e Julinho Nascimento
Atores Narrando em off: Verônica Bonfim e Milton Filho
Figurinos: Rute Alves
Cenários: Lorena Lima
Iluminação: Caio Maciel
Contrarregra: Feliphe Santos
Identidade Visual: Marquinho Passos
Idealização e Direção de Produção: Luiz Antonio Pilar
Realização: Lapilar Produções Artísticas Ltda.

SERVIÇO:
“O Tradicional e o Moderno na Dança do Mestre-Sala e da Porta-Bandeira”
Apresentações: dias 18 (quarta) e 20 (sexta) de dezembro, às 19h.
Dia 21 de dezembro (sábado), às 10h.
Local: Academia Brasileira de Artes Carnavalescas (Abac)
Endereço: Travessa do Ouvidor, 9 – Centro
Entrada franca.
Dia 27 de dezembro, às 18h.
Local: Quadra Unidos da Viradouro
Endereço: Av. do Contorno, 16 – Barreto, Niterói
Entrada franca.
Recomendação etária: Livre

União de Maricá realiza primeiro ensaio de rua na sexta-feira

Preparando-se para o Carnaval 2025, a União de Maricá fará o seu primeiro ensaio de rua na próxima sexta-feira, a partir das 20h, na Passarela do Samba Adélia Breve, localizada na Rua Abreu Rangel, no Centro. Em busca do inédito acesso ao Grupo Especial, a escola apresentará na Série Ouro o enredo “O cavalo de Santíssimo e a coroa do Seu 7”, desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira.

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Foto: Magaiver Fernandes/CARNAVALESCO

O presidente Juliano Oliveira convidou todos os moradores e amantes do samba a se unirem à União de Maricá neste momento de preparação. Ele destacou a importância do apoio popular para o sucesso da agremiação.

“No último desfile, mostramos a força da nossa comunidade e o brilho do nosso samba na Sapucaí. Isso só foi possível com o apoio incansável de cada maricaense. Para o próximo ano, estamos ainda mais determinados a conquistar o título e a tão sonhada vaga no Grupo Especial. Venham participar do nosso ensaio, sintam a energia da União de Maricá e ajudem a escrever mais um capítulo dessa história”, destacou Juliano.

Em 2025, a União de Maricá será a sexta escola a desfilar na sexta-feira, primeiro dia da Série Ouro, em 28 de fevereiro.

Mocidade faz parceria para fornecimento de água no barracão em ações especiais

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A Mocidade Independente de Padre Miguel firmou uma importante parceria com a empresa Águas Purin, que será a água oficial da escola até o próximo carnaval. Pelo acordo, a empresa carioca, cuja fonte está localizada na reserva biológica de Silva Jardim, no Rio de Janeiro, fornecerá água para os profissionais do barracão e para ações especiais promovidas pela agremiação.

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Foto: Divulgação/Mocidade

Bryan Clem, diretor de marketing da verde e branco, ressaltou a relevância da parceria: “Essa é mais uma iniciativa que reforça nosso trabalho de licenciamento e amplia a atuação da marca da escola na rotina dos torcedores. Estamos felizes em contar com uma empresa que também se alinha aos pilares de sustentabilidade que defendemos em nosso manifesto pelo futuro da humanidade”.

A parceria também mira o futuro: a expectativa é de que, em breve, os torcedores possam adquirir a água oficial da Mocidade em mercados cariocas.

Marco Antônio, sócio do grupo Purin, celebrou o acordo e destacou sua importância para ambas as partes: “Estamos muito felizes com essa parceria. Sabemos da força do carnaval e da Mocidade no cenário cultural e no marketing. Esse acordo nos permitirá levar nossa água de qualidade a cada vez mais pessoas”.

A Águas Purin já é a fornecedora oficial de água dos estádios de Vasco e Botafogo, reforçando sua presença no Rio de Janeiro e seu compromisso com iniciativas relevantes no estado.

Unidos de Padre Miguel ensaia nesta sexta na Guilherme da Silveira

Nesta sexta-feira, o Boi Vermelho promete agitar as ruas de Padre Miguel com mais um ensaio de rua. Com concentração a partir das 21h, na Praça Guilherme da Silveira, a direção convoca toda comunidade e segmentos da UPM para mais um treino de harmonia.

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Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO

Com o enredo “EGBÉ IYÁ NASSÔ”, desenvolvido pelos carnavalescos Alexandre Louzada e Lucas Milato, o Boi Vermelho da Zona Oeste promete emocionar com um desfile que celebra a história afro-brasileira e o legado de Iyá Nassô. A escola será a primeira a desfilar no domingo de Carnaval em 2025.

Saiba como ficará a região do Sambódromo com a demolição do Elevado 31 de março

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A Prefeitura do Rio vai promover uma requalificação urbana, nos moldes do projeto Porto Maravilha, incluindo uma grande reforma no Sambódromo e até a demolição do Elevado 31 de março, para a requalificação do espaço urbano adjacente, além de melhorias que irão integrar a Passarela do Samba ao seu entorno. O projeto ainda prevê a construção de um túnel sob a linha férrea, parques, prédios residenciais, sala de espetáculos, museu do samba.

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“Olho com muito otimismo daqui pra frente. Acabou o feijão com arroz, vamos pensar grande. Vamos voltar a derrubar viaduto, vamos voltar a trazer os Brics, os Jogos Pan-Americanos e se o G20 quiser a gente bota aqui de novo. Vamos voltar a fazer do Rio de Janeiro o centro do mundo. É isso que a gente pode fazer. Essa cidade é incrível, ela é desejada, ela continua desejada, e a gente precisa fazer a nossa parte, que tem a ver com realidade, tem a ver com execução, com trabalho”, disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes.

Para viabilizar o projeto, será necessário demolir o Elevado 31 de março em toda a sua extensão, desde a entrada do Santo Cristo até o túnel Santa Bárbara. Com a demolição do viaduto, uma área equivalente a 700 mil metros quadrados ficará livre para a implementação da modernização de toda região do Sambódromo. E o investimento para a realização desse projeto revolucionário será obtido com a venda do potencial construtivo dessa área. Mas a modelagem dessa operação urbana consorciada ainda não está definida.

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Na região nascerá um novo distrito residencial e um dos prédios previstos homenageará um dos maiores arquitetos do mundo, responsável pelo projeto do Sambódromo, o brasileiro Oscar Niemeyer. A construção terá por inspiração o prédio do Congresso Nacional e ficará na Avenida Presidente Vargas, sobre a entrada do futuro túnel que fará a ligação com o bairro de Santo Cristo, após a demolição do Elevado 31 de março.

Dentre as modernizações previstas, além de toda requalificação dos sistemas viários e infraestruturais, a região renascerá como um novo distrito e totalmente integrada ao Sambódromo. A Passarela do Samba passará por melhorias que incluem a construção de um museu, em um terreno atualmente ocupado por carros alegóricos das escolas, localizado atrás da Praça da Apoteose.

O Sambódromo ainda ganhará uma estrutura de logística atrás de cada módulo de arquibancada (exceto nos de número quatro e seis). Essa nova configuração permitirá, por exemplo, que cada um possa ser alugado independentemente para a realização de eventos culturais, festivos, de negócios, durante todo o ano. O Terreirão do Samba terá todo o seu espaço requalificado e receberá uma casa de espetáculos, além de um parque.

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E para integrar toda a região central (Zona Portuária, Complexo da Leopoldina e o Sambódromo), um parque linear, será criado. Ele permitirá o deslocamento da população entre essas regiões pelo chamado “Caminho das Lanternas”.

Opinião do CARNAVALESCO: como foram os minidesfiles da Série Ouro para o Carnaval 2025

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Por Luiz Gustavo e Alberto João. Fotos de Magaiver Fernandes

A equipe do CARNAVALESCO acompanhou todas 16 apresentações das escolas de samba da Série Ouro, no último sábado, na Cidade do Samba. Abaixo, você confere um balanço de cada minidesfile.

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BOTAFOGO SAMBA CLUBE: Fez sua primeira apresentação como escola da Série Ouro mostrando bastante empolgação e um bom canto. O samba passou de uma forma bem linear com momentos de maior explosão no canto, como no trecho “E ninguém cala esse nosso amor, é assim que eu canto, é por ti fogo” que antecede o refrão de cabeça. No geral a escola manteve um canto satisfatório em quase toda sua passagem. A Botafogo passou com um contingente enxuto e não teve problemas de espaçamento ou um ritmo acelerado, desfilou com boa cadência. A Comissão de frente. comandada pelo coreógrafo Jardel Lemos, teve integrantes vestidos de jogadores simulando uma partida com um gol como elemento cenográfico, apresentação com uma coreografia para o minidesfile. O casal de mestre- sala e porta-bandeira Diego e Beatriz desfilou com leveza e teve um bom rendimento, com entrosamento e poucos passos coreográficos. A escola trouxe um elemento alegórico soltando fogo atrás do casal. O samba funcionou muito bem dentro do estilo de canto do intérprete Emerson Dias e passou bem, também impulsionado pela boa bateria, comandada por Branco Ribeiro, outro estreante na agremiação. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS // VEJA AQUI A ARRANCADA DO SAMBA

TRADIÇÃO: A Tradição voltará à Sapucaí após onze anos e fez seu minidesfile afirmando ser uma “nova Tradição.” A escola ainda precisará ajustar alguns pontos para pisar forte na avenida. A azul e branca de Campinho precisa reforçar o canto dos componentes. Sobretudo, no primeiro setor da escola, que por um lado os componentes vieram muito bem fantasiados, mostrando um cuidado da escola, porém pouco cantaram, nem mesmo no refrão principal. A partir do segundo setor teve um canto irregular, mas com algumas alas cantando com mais afinco. A evolução da Tradição foi tímida, é possível ter mais espontaneidade. O experiente casal Jorge Vinícius e Verônica fez uma bela apresentação com extrema elegância, passos sincronizados, movimentos esguios e um bonito girar de Verônica. A Comissão de frente, que tem Tony Tara como seu coreógrafo, veio fantasiada de bruxas, fazendo uma bonita coreografia que em certo momento simulava um ritual. Bonita coreografia e feita no tempo certo pelos componentes, deixando uma boa expectativa para o que a escola trará no desfile oficial. O quadripé trazido pela agremiação tinha bom acabamento e teve como destaque o condor, símbolo da escola. A ala de passistas veio bem vestida, com uma coreografia em parte do samba. Samba este que foi defendido com garra pelo intérprete Tuninho Junior e terminou o minidesfile com um rendimento superior ao seu início. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS // VEJA AQUI A ARRANCADA DO SAMBA

ARRANCO: Após um desfile bastante elogiado em 2024, apesar do resultado final do júri ser inaceitável, o Arranco pisou na pista mostrando o enredo “Mães que alimentam o sagrado”, desenvolvido pela carnavalesca Annik Salmon, estreando na escola. Foi um minidesfile onde a escola apresentou bons quesitos, como o casal de mestre-sala e porta-bandeira Diego Falcão e Laryssa Victoria, que fizeram uma bela apresentação. Principalmente Laryssa, que demonstrou uma ótima postura, rodando a bandeira aliando força e elegância, sendo bem acompanhada por Diego, de volta ao Arranco após 20 anos. Outro quesito que teve bom desempenho foi a comissão de frente, em uma bonita apresentação com 14 mulheres combinando dança e teatralização, mostrando bastante sincronia. A porta-bandeira Anderson Morango, mais uma vez, foi destaque na escola com sua dança e carisma, recebendo aplausos do público presente. Já em evolução e harmonia o Arranco não teve um bom rendimento. A escola abriu um significativo espaço à frente da bateria, alguns diretores entraram na área para fechar o buraco só se acertou após alguns metros. O canto foi irregular, com algumas alas quase mudas, não cantando nenhum trecho do samba. Outras alas já cumpriram seu papel e mostraram um canto satisfatório. O samba teve um desempenho agradável, muito pelo bom casamento entre a bateria do mestre Gilmar e o carro de som comandado por Thiago Acácio e Pamella Falcão. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS // VEJA AQUI A ARRANCADA DO SAMBA

UNIÃO DO PARQUE ACARI: Após garantir a permanência na Série Ouro em 2024, a União do Parque Acari vem para tentar dar passos maiores no grupo, trazendo um dos enredos mais elogiados do Acesso, “Cordas de Prata: o retrato musical do povo”, sobre a relação do violão na música e permeando a vida dos brasileiros, criado pelo carnavalesco Guilherme Estevão, estreando na escola após uma passagem de dois anos pela Mangueira. A escola trouxe uma comissão de frente, coreografada por Valci Pelé, com mulheres de vestido vermelho e rosa nos ombros, homens de lenço rosa e roupa estilo os velhos malandros com uma coreografia mais de passagem, sem maiores arroubos, mas fazendo uma simpática apresentação com bom samba no pé. O casal Renan Oliveira e Laís Lúcia, vindos do Império da Tijuca, tiveram uma boa apresentação. Laís desfilou extremamente sorridente, com uma alegria que chamou a atenção. O elemento alegórico com um destaque sambando o tempo todo teve boa comunicação com o público que acompanhou os minidesfiles. A escola da Zona Norte teve seus componentes acompanhando o samba no refrão principal, porém no restante da obra apresentou dificuldades no canto em quase todas as alas. Na evolução Acari apresentou alguns espaçamentos entre as alas, apesar da escola desfilar num ritmo satisfatório, sem correr, e fechando seu desfile com tranquilidade. O rendimento do samba pode melhorar. Leozinho Nunes e Tainara Martins tiveram um desempenho firme no canto. O maior destaque musical da escola foi a bateria comandada pelos mestres Daniel Silva e Erik Castro, com um andamento firme. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS // VEJA AQUI A ARRANCADA DO SAMBA

EM CIMA DA HORA: A Em Cima da Hora realizou uma boa apresentação, com destaque para o samba que teve ótimo rendimento na voz de Charles Silva, estreando na escola, e mais um desempenho irrepreensível da bateria comandada por Léo Capoeira, com uma cozinha afiadíssima e bossas muito bem encaixadas, com destaque para a realizada na cabeça do samba. A obra tem bonitas passagens que foram realçadas pelo trabalho musical de alto nível da escola. Outra bela apresentação foi a do casal Marlon Flores e Winnie Lopes, que teve um desempenho com bastante elegância, aliando elementos de coreografia com a dança livre, e ótima sincronia entre ambos. A Comissão de frente da escola de Cavalcante trouxe uma forte coreografia com elementos afro e de incorporação, bem teatralizada pelos seus componentes. O quesito é comandado pela dupla Luciana Yegros e Carlos Aleixo. Dois integrantes na frente do elemento alegórico em cima de pernas de pau, um com o Machado de Xangô e outra segurando uma pequena tocha e chegando a cuspir fogo. A escola mostrou firmeza na sua passagem, imprimindo um bom ritmo. Nem todas as alas seguraram o canto, mas quem segurou o fez com força e entusiasmo, levados por um samba que impulsionou a passagem e levou os componentes que já estavam com a obra na cabeça a cantarem com empolgação. A ala de passistas com maioria de mulheres negras se destacou entre as alas da agremiação. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS // VEJA AQUI A ARRANCADA DO SAMBA

UNIDOS DA PONTE: A Unidos da Ponte entrou na pista da Cidade do Samba relembrando velhos tempos. Trouxe a velha-guarda na frente da escola fazendo o papel da comissão de frente. Sem coreografias, sem passos marcados, apenas a presença e experiência de quem representa a história da agremiação. A sequência da apresentação não teve o mesmo impacto. O samba não alcançou um desempenho satisfatório. A obra teve maior sustentação no refrão central, mas na segunda parte já tinha uma nítida queda. Leonardo Bessa teve uma condução correta. Darllan Nascimento, estreando como mestre de bateria, levou a “Ritmo Meritiense” a passar com firmeza pela pista. O casal Emanuel e Thainara realizou uma apresentação muito marcada, com coreografias na maior parte do tempo, sendo graciosa, com passos e movimentos suaves. Mostraram excelente entrosamento. Em relação à harmonia da azul e branco, o canto foi mais forte no refrão central, principalmente, no trecho “É bicho morrendo queimado, ah meu Deus”, porém os demais trechos não contaram com a mesma adesão. Poucos componentes acompanharam o samba. Já a evolução não teve maiores percalços, com um contingente menor a escola evoluiu com tranquilidade e sem abrir espaços, porém com pouca animação. Uma destaque com um cabelo digno de medusa, com nove coques enormes chamou a atenção durante a passagem da escola. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS // VEJA AQUI A ARRANCADA DO SAMBA

UNIDOS DE BANGU: A Unidos de Bangu realizou um minidesfile cujo destaque foi o casal formado por Leonardo Moreira e Bárbara Moura, que também formam o segundo casal do Salgueiro. Eles fizeram uma apresentação de muito bom nível, com bastante leveza nos passos de Leonardo, obtendo um bom casamento com Bárbara, com quem já possui um ótimo entrosamento. A comissão de frente, comandada por Fábio Costa, foi outro ponto positivo. A equipe veio com uma fantasia indígena, nove homens e cinco mulheres apresentaram uma coreografia bastante dinâmica e com bastante diferenciação nos passos, alcançando uma passagem bem agradável. Outro ponto bacana da apresentação da vermelho e branco da Zona Oeste foi a ala de baianas, extremamente bem vestida. Igor Vianna comandou muito bem o carro de som da escola, obtendo um desempenho de bom nível durante toda a apresentação. O canto da escola não respondeu da mesma maneira, faltou mais intensidade. Mas no que tange a qualidade da obra, o samba da Unidos da Bangu passou bem e mostrou suas qualidades. Mestre Laion realizou várias bossas com coreografias, uma marca em seu trabalho, e manteve o samba forte. A evolução deixou a desejar, Bangu abriu clarões durante sua passagem, até por ter várias alas bem pequenas. Nas alas maiores a evolução foi mais conjunta e componentes menos afastados entre si. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS // VEJA AQUI A ARRANCADA DO SAMBA

VIGARIO GERAL: A escola comandada pela presidente Betinha vai firmando quesitos de bastante qualidade, e mostrou mais uma vez neste minidesfile, como o seu casal de mestre-sala e porta-bandeira. Yuri e Thainá, seguem o embalo do grande desfile de 2024, tudo flui perfeitamente, dança livre, cortejo, girar da bandeira, coreografias, e o sorriso no rosto de ambos é o retrato de mais uma excelente apresentação. A bateria de mestre Luygui é outro quesito de segurança para a escola. Mais um ótimo desempenho; desta vez, além da ótima afinação e boas bossas, Luygui usou e abusou da parada total dos instrumentos no trecho pouco antes do refrão de cabeça “o sino da igrejinha faz belém blem Blom”, que foi o destaque da passagem do samba da azul, vermelho e branco”. O trecho que mais teve resposta do público até aquele instante, além de impulsionar o canto da escola e levantar a bola para o refrão principal que seguiu com um canto satisfatório. Só que após o refrão principal, a harmonia da escola teve uma queda muito acentuada, com inúmeros componentes calados durante a maior parte do samba. Samba este que foi muito bem cantado por Danilo Cezar, em seu segundo ano na agremiação. A comissão de frente, comandada por Handerson Big, se mostrou bastante performática com muita dança, incluindo passos de charme, executados com muita precisão. Os componentes estavam vestidos como carteiros viajantes e tiveram boa resposta do público. A evolução da escola foi compacta e com boa animação, principalmente no trecho do samba citado anteriormente. A Vigário terminou sua apresentação sem nenhuma correria. A escola trouxe um quadripé com duas destaques com bastante samba no pé, dando um gás no início da apresentação. Vigário Geral se apresentará no sábado de carnaval, sendo a terceira escola do dia, com o enredo “Ecos de um vagalume”, desenvolvido pelos carnavalescos Caio Cidrini e Alex Carvalho. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS // VEJA AQUI A ARRANCADA DO SAMBA

ACADÊMICOS DE NITERÓI: A Acadêmicos de Niterói mostrou mais um passo de amadurecimento neste minidesfile, indo para o seu terceiro ano na Série Ouro após receber os direitos de desfile da Acadêmicos do Sossego. A azul e branco realizou uma apresentação bem linear, com todos os quesitos dentro de um nível de qualidade. A comissão de frente, coreografada por Fábio Batista, fez uma apresentação bem divertida com uma quadrilha junina misturada com as danças de boneca do mamulento. Apresentaram uma coreografia de muito bom nível. Já o experiente casal de irmãos Vinicius e Jack Pessanha bailou com tranquilidade na pista, mostrando o lastro adquirido em muitos anos de avenida. O girar dos dois ao mesmo tempo é muito bonito. Bela apresentação do casal que tirou 40 pontos no último carnaval. Se não foi um canto irrepreensível, o quesito harmonia funcionou bem na Acadêmicos de Niterói. Muitos componentes tinham todo o samba na boca, não houve uma diferença absurda de canto nos refrãos para o restante da obra. A harmonia também foi satisfatória em relação ao desempenho do seu carro de som. O samba da Niterói tem passagens cantadas num tom bem agudo, principalmente, a subida do final do refrão principal, o que ajuda a manter o samba numa pegada mais forte. Nêgo e seus auxiliares se saíram muito bem com essa responsabilidade, levando a obra sem deixar cair. A bateria do mestre Demétrius fez duas bossas usando elementos do forró e baião, ambas muito bem encaixadas no samba. A evolução foi um quesito que funcionou bem na agremiação, que manteve um ritmo constante sem atropelos. A escola ameaçou abrir um buraco quando a bateria saiu do seu box, mas o espaço foi rapidamente preenchido. A azul e branco desfilará com o enredo “Vixe Maria”, desenvolvido pelo carnavalesco Tiago Martins, e será a sétima escola a desfilar no sábado de carnaval, penúltima escola da Série Ouro a entrar na Marquês de Sapucaí. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS // VEJA AQUI A ARRANCADA DO SAMBA

UNIÃO DA ILHA: A escola fez uma ótima apresentação na Cidade do Samba. A comissão de frente, do coreógrafo Márcio Moura, passou com uma coreografia especial e bem sincronizada. Uma personagem representando a Maria Baderna interagia muito bem com o restante dos integrantes. Um quesito seguro para agremiação. Estreando na Ilha, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, David Sabiá e Fernanda Lhove, que traz a experiência de ser o segundo da Beija-Flor, foi um dos destaques da noite. Muita dança, com intensidade, além de sincronismo. Quem também estreou na Ilha foi o intérprete Tem-Tem Jr. Um dos melhores cantores da nova geração, ele comandou com perfeição a harmonia insulana. Ajudou demais a impulsionar o forte canto da comunidade. A evolução teve o ritmo correto e seguro, deixando o componentes felizes e brincando o tempo inteiro. Mestre Marcelo é craque e com a “Baterilha” foi fundamental para a ótima apresentação. A Ilha teve uma performance no seu conjunto digna de Grupo Especial. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS // VEJA AQUI A ARRANCADA DO SAMBA

INOCENTES DE BELFORD ROXO: A escola da Baixada Fluminense contou com a reedição do samba de 2008 para impulsionar o canto da comunidade. Destaque para atuação da dupla de intérpretes Daniel Silva e Thiago Brito. Eles conduziram com perfeição o samba-enredo. A comissão de frente, comandada pela coreógrafa Juliana Frathane, passou com muita dança e sincronia nos movimentos. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus e Jaçana, se apresentou fantasiado e exibiu todo talento que possui. É um quesito de muita segurança da Inocentes. Outro grande destaque foi a bateria, de mestre Washington Paz, que deu sustentação ao samba e ajudou a impulsionar o canto com um andamento gostoso para execução da obra. A escola deu um tratamento todo especial para o minidesfile, inclusive, com a ala de baianas fantasiada. Organizada, a Inocentes mostrou que é uma das forças da Série Ouro. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS // VEJA AQUI A ARRANCADA DO SAMBA

SÃO CLEMENTE: A escola de Botafogo começou seu minidesfile com uma exibição de gala da comissão de frente. A estreia do coreógrafo David Lima foi espetacular. Sem dúvida, a exibição já poderia ser feita no desfile oficial. Os integrantes representando cachorros divertiram o público na Cidade do Samba. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Alex Marcelino e Thaís Romi, estreando juntos, fez uma apresentação muito segura, com todos os fundamentos do quesito. A dupla foi uma ótima aquisição para 2025. O intérprete Rafael Tinguinha, outro estreante na escola, foi bem demais na condução do samba-enredo. Após ter ficado muito anos no Grupo Especial, a São Clemente possui um padrão de apresentação muito seguro. Mais uma vez, a escola mostrou organização e o canto muito harmônico da comunidade. A bateria, de mestre Marfim, é mais um quesito de segurança. Os ritmistas ajudaram e muito na condução do samba-enredo. O clementiano está feliz com o enredo para o ano que vem. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS // VEJA AQUI A ARRANCADA DO SAMBA

UNIÃO DE MARICÁ: Espetáculo! É o que foi feito pela União de Maricá na Cidade do Samba. Uma das favoritas da Série Ouro, a escola pisou forte demais. A abertura já foi a mostra que estaria por vir. Os integrantes, comandados pelo coreógrafo Patrick Carvalho, mostraram muito vigor na dança. A exibição feita já poderia ser realizada em um desfile oficial. O experiente casal de mestre-sala e porta-bandeira, Fabrício e Giovanna, é um fator de segurança. A dupla consegue unir todos os fundamentos do quesito, além de mostrar intensidade na dança e sincronismo nos movimentos. O pavilhão fica sempre majestoso no alto. A comunidade deu show no canto. Impecável em todas partes da obra. O trio de intérpretes, Matheus Gaúcho, Bico Doce e Nino do Milênio, passou segurança e vibração na dose certa. Perfeita a equalização das vozes. A evolução, sem dúvida, foi a melhor da noite, com organização e liberdade, na medida correta. A bateria, de mestre Paulinho Steves, conduziu bem demais o samba-enredo. Realmente, a União de Maricá saiu do minidesfile consagrada pelo público. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS // VEJA AQUI A ARRANCADA DO SAMBA

PORTO DA PEDRA: Mordido, o Tigre de São Gonçalo pisou forte na Cidade do Samba. Exibição de Grupo Especial. A escola manteve quase toda equipe que desfilou em 2024. A porta-bandeira, Pietra, que estreou como primeira, mostrou muito talento, ao lado do experiente mestre-sala Rodrigo França. A comissão de frente, do coreógrafo Junior Scapin, exibiu muita dança, característica do artista, e representatividade em cima do enredo. O intérprete Wantuir teve uma exibição de gala, de um cantor que é e sempre será de Grupo Especial. A atuação do cantor impulsionou o canto da comunidade, que foi um dos mais fortes da noite. O samba e o enredo são um dos melhores da Série Ouro. Craque, mestre Pablo conduziu muito bem a “Ritmo Feroz”. Organizada e vibrante, a Porto fez uma grande apresentação no minidesfile. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS // VEJA AQUI A ARRANCADA DO SAMBA

ESTÁCIO: O Leão é “escolona”. Sempre chega com o pé na porta. O minidesfile foi um exemplo do potencial estaciano. Desde a comissão de frente, com muita dança e intensidade, comandanda pelo coreógrafo Junior Barbosa, passando pela performance perfeita do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Feliciano e Raphaela, a Estácio mostrou que é forte candidata ao título no grupo. O samba, impulsionado pelos intérpretes Serginho do Porto e Tiganá, funcionou muito bem para comunidade. Harmonia forte e uniforme. Ver uma apresentação da escola é se deliciar com fundamentos do samba. O DNA raiz é, sem dúvida, de uma escola de samba, que precisa voltar com urgência ao Grupo Especial. Para a apresentação na Cidade do Samba, a Estácio levou um lindo tripé. Destaque para as baianas cantando o samba com muito amor. Vale citar a ala de passistas com muito samba no pé. A bateria “Medalha de Ouro”, do mestre Chuvisco, é um quesito de segurança. Deu o ritmo ideal para o andamento fazer o samba fluir e ser cantado o tempo inteiro pelos estacianos. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS // VEJA AQUI A ARRANCADA DO SAMBA

IMPÉRIO SERRANO: Gigante! Com nove títulos no carnaval, o Império Serrano é sempre pujante em suas apresentações. A realizada no último sábado, na Cidade do Samba, reuniu todos ingredientes de uma escola pronta para vencer. A comissão de frente, do coreógrafo Marlon Cruz, mostrou muita dança e interagiu com o tripé. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Anderson Abreu e Eliza Xavier, é muito entrosado e está o tempo inteiro dançando. Impresisonante a apresentação da “Sinfônica do Samba”. Mestre Vitinho é um dos gênios do quesito. Como falado nos bastidores, o mestre está maior do que o grupo, o lugar dele é no Grupo Especial. Atuação espetacular. O samba, um dos melhores do grupo, rendeu muito, a comunidade cantou o tempo todo, embalada pelo intérprete Kléber Simpatia. Minidesfile de almanaque feito pelo Reizinho. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS // VEJA AQUI A ARRANCADA DO SAMBA