A Acadêmicos do Grande Rio define nesta sexta-feira o samba que irá embalar o desfile da escola para o Carnaval 2023. O enredo da tricolor de Caxias é “Ô Zeca, o pagode onde é que é? Andei descalço, carroça e trem, procurando por Xerém, pra te ver, pra te abraçar, pra beber e batucar!” dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação
O site CARNAVALESCO conversou com representantes das três parcerias finalistas no concurso para saber o que representa chegar até a final e para que cada um possa destacar o que mais gosta em seu samba.
Parceria Igor Leal: “Zeca Pagodinho é meu padrinho, cresci vendo ele lá em casa compondo, é uma honra escrever pra ele, nessa escola que me deu o sonho de ser campeão do carnaval. Já fiz sambas aqui, meu pai já foi campeão aqui, eu junto com ele, então eu tenho a Grande Rio como uma escola do coração. Sempre que o meu Império ia para o segundo grupo eu colocava samba aqui, esse ano o Império fala do meu pai, então eu não poderia fazer, então optei por inscrever aqui nessa homenagem ao Zeca, tô muito feliz com a repercussão do samba”, disse Arlindinho Cruz.
Parte favorita: “O refrão do meio eu fico muito feliz porque foi uma proposta minha para nossa parceria por eu ser o mais macumbeiro da turma. Era uma aposta, nós trouxemos uma imagem para o enredo, no início alguns parceiros não queriam, outros abraçaram, e acabou virando o samba do quitandinha, fico muito feliz, foi uma honra estar com vários amigos, eu gosto dessa parceria porque ela é muito leve.”
Parceria Dudu Nobre: “É uma gratidão, ano passado tive a honra de ganhar na homenagem ao Martinho, esse ano estamos tentando novamente com o Zeca. É uma forma de agradecer a tudo que ele fez por mim e pelo mundo do samba de uma maneira geral.”
Parte favorita: “Eu gosto de tudo, é difícil destacar.”
Parceria Toninho Gerais: “É um sucesso pra gente, graças a Deus. Um sonho realizado, vamos juntos nessa final.”
Parte Favorita: “Eu gosto da parte que fala do Arlindo, o parceiro do Zeca, é muito importante.”
A Beija-Flor escolheu na madrugada desta sexta-feira o samba-enredo da parceria de Léo do Piso, Beto Nega, Manolo, Diego Oliveira, Julio Assis e Diogo Rosa para o Carnaval 2023. Vice-campeã de 2022, novamente, a azul e branco prepara um enredo de forte apelo popular e com pegada crítica. A escola pretende levar para a avenida um novo olhar sobre a Independência do Brasil, através do enredo: “Brava Gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência”, de autoria dos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues. * OUÇA AQUI O SAMBA-ENREDO CAMPEÃO
Fotos de Nelson Malfacini/site CARNAVALESCO
“É uma coisa muito significante esse título aqui pela Beija-Flor, nós tivemos uma safra muito boa, 23 sambas na disputa, chegamos com três maravilhosos sambas e qualquer um deles que fosse escolhido a escola iria estar muito bem representada. Fico muito honrado, foram muitas noites de sono sem dormir, muita luta, muito cansaço, para que a Beija-Flor tivesse o melhor hino para o carnaval 2023. Ela escolheu nosso samba que agora é da comunidade nilopolitana, deixa Nilópolis cantar. Virei bicampeão nesse solo sagrado”, comemorou o compositor Léo do Piso.
“Ganhar um samba na Beija Flor é uma emoção muito grande e uma responsabilidade desde o início da feitura do samba até depois do resultado. O resultado é isso aí, “deixa Nilópolis cantar”. É minha sétima vitória na agremiação e o diferencial que nos levou à essa conquista é o pensamento da escola e comunidade na história do povo sofrido e guerreiro”, contou o compositor Diogo Rosa.
Diretor de carnaval da Beija-Flor, Dudu Azevedo disse que após o vice de 2022 a preparação será ainda maior para conquista do título. “Em 2022, nós perdemos pontos em dois quesitos que foi alegoria e comissão de frente. Para o próximo carnaval, vamos buscar esses pontos. Em alegorias, foram perdas de ponto por erro nosso. Estamos em cima disso. Do lado de cá, fizemos algumas alterações do time e vamos trabalhar pesado nesse aspecto para o próximo ano. Vamos fazer nosso primeiro ensaio de quadra na próxima quinta depois da gravação do CD, que será dia 27. Dia 3 de novembro começam os ensaios de quadra e a expectativa é de que no último sábado do próximo mês vamos para a rua pela primeira vez. E aí após o final do ano, seguimos direto até o carnaval”, explicou.
O carnavalesco André Rodrigues, que assina o desfile com Alexandre Louzada, revelou o queo nilopolitano pode esperar do desfile do ano que vem. “O nilopolitano pode esperar um carnaval que fale sobre as lutas diárias do povo que representa essa comunidade. Eu diria que o desfile em seu conjunto de alegorias e fantasias será petulante, como disse a tia Débora, presidente da velha guarda. Petulância da estética e dos signos que serão representados. Estamos focados e trabalhando para entregar um carnaval de alto nível e que seu discurso reverbere por muito tempo”.
Louzada completou: “A Beija-Flor é uma escola representada pelas suas diversas vivências por meio de projetos sociais de cada um que faz parte dessa comunidade. E levantar essa criticidade é uma característica da escola já muitos anos, sempre foi crítica. Eu julgo o segredo do sucesso do enredo pela paixão mesmo de cada componente pela escola e do orgulho que sentem. Dessa forma conseguimos desenvolver um trabalho super empolgados. É a vez do André Rodrigues, me sinto super confortável. Respeitando a ideia do autor eu proponho as minhas sugestões, discutimos e encontramos a melhor maneira de inserir. Ele fez a proposta do enredo e agora estamos trabalhando para entregar o melhor”.
Mestre Rodney fez um balanço da bateria no desfile de 2022 e projetou o ritmo da “Deusa da Passarela” no ano que vem.
“Em 2022 fizemos um carnaval maravilhoso. A escola toda, para falar a verdade, tanto que conquistamos um vice campeonato. Agora é intensificar os trabalhos para em 2023 e chegarmos mais uma vez fortes. Em time que está ganhando não se mexe. É manter o trabalho e buscar trazer o caneco para Nilópolis”.
Rodney falou também da mudança à frente bateria com a saída de Raissa e a entrada de Lorena.
“A Raissa fez um trabalho maravilhoso na frente da nossa bateria. Mas agora a Loreninha está chegando com força total. É cria nossa. Nasceu aqui na quadra A Lorena já sabe o que fazer, sabe cultuar nosso pavilhão e nosso chão. É uma menina iluminada”.
A porta-bandeira Selminha Sorriso conversou com o CARNAVALESCO sobre o enredo de 2023, a parceria com Claudinho e revelou que o casal nilopolitano ainda estuda seu posicionamento no desfile.
“Quando eu conheci o enredo, eu pensei que tinha muito para estudar. Eu só não sabia que seria tão rico. É inacreditável a quantidade de lutas, histórias mulheres de destaque que foram invisibilizadas. Sobre minha parceria com o Claudinho, não temos acomodação, buscamos trabalhar diariamente para defender a ancestralidade de mestre-sala e porta-bandeira. Para 2023, ainda estamos estudando nossa posição no desfile, a fantasia está em processo de produção, e sabemos que é leve”, garantiu.
O mestre-sala também falou sobre o enredo e a parceria com Selminha. “A Beija-Flor tem a característica de gritar o povo. É só ver como nossos enredos são ao longo dos anos. Temos esse traço de dar dignidade e esse ano não vai ser diferente. O segredo da parceria com a Selminha é humildade. Mas também é preciso ter foco e estar com a família Beija-Flor. São todos juntos e unidos com garra e determinação”, garantiu Claudinho.
Show em Nilópolis
A Beija-Flor montou uma estrutura especial para a final, um grande palco foi instalado no centro da quadra, nele todos os segmentos da escola se apresentaram, durante mais de uma hora vários sambas históricos da agremiação foram cantados. Claudinho e Selminha Sorriso bailaram com a garra de sempre e arrancaram muitos aplausos de todos os presentes.
Após o show da escola, foi a vez da coroação de Lorena Raissa como rainha de bateria da Soberana. Vencedora do concurso “rainha da comunidade”, ela foi coroada por sua mãe, Aline Souza, e por Raissa de Oliveira, que deixou o posto.
Aieny Mendes e Flávia Custódio, finalistas do concurso, foram coroadas princesas da ala de passistas. Nesse momento grandes musas do carnaval carioca subiram ao palco. Quitéria Chagas e Evelyn Bastos entregaram a faixa para Aieny Mendes, enquanto Bianca Monteiro e Mayara Lima entregaram para Flávia Custódio, todas foram aclamadas pelo público.
“Foi incrível ser coroada pela Raissa recebendo a bênção da minha mãe. Para mim, ser rainha da bateria é apresentar a bateria, samba no pé e o amor que temos pelo nosso pavilhão. E que eu consiga ajudar a conquistar mais pessoas para o nossa escola, Beija-Flor”, disse Lorena.
O momento de maior surpresa ficou reservado para o final já que ao longo da semana Neguinho da Beija-Flor informou que faria um grande anúncio durante a final. O mistério foi revelado quando o intérprete convidou a cantora Ludmilla para subir ao palco e cantar com ele. Ela agora faz parte do carro de som da escola e desfilará ao lado de Neguinho no próximo ano.
Ao CARNAVALESCO, Neguinho da Beija-Flor falou sobre a parceria com Ludmilla para o desfile do ano que vem.
“A participação das vozes femininas no carnaval começou com Elza Soares na Mocidade Independente de Padre Miguel, aí depois foi sendo banido, foi sumindo a voz feminina do carnaval. A Beija-Flor tem sambas que pedem a voz feminina, de repente uma nota aguda que pode ir lá pra baixo, a voz feminina segura os graves. A Ludmilla negra, veio também da origem do samba, das comunidades, favelas, hoje é a rainha, o motivo desse convite é que eu tenho certeza que ela como rainha do funk e do pop, agora também no samba, vai acrescentar positivamente com a participação dela no carnaval”.
Análise das apresentações dos sambas
Parceria de Junior Trindade: o primeiro samba a se apresentar teve no carro de som um trio de peso, Wantuir, Igor Sorriso e Igor Vianna. Do início ao fim foi uma apresentação impressionante, a torcida tomou conta da quadra e cantou o samba a capela antes da apresentação começar. Durante todo o tempo a obra foi cantada a plenos pulmões, não só pela torcida, mas também por todos os presentes na quadra. Os refrões eram cantados com tanta força que em alguns momentos os cantores não eram ouvidos. A parceria apostou também no uso de bastante pirotecnia para engrandecer ainda mais o show.
Parceria de Theo M. Neto: o segundo samba a se apresentar contou com Emerson Dias no comando do carro de som. Em comparação com a parceria anterior, foi possível perceber um número menor de torcedores, mesmo assim o início da apresentação foi bem satisfatório, porém, com o passar do tempo a obra perdeu força e não conseguiu sustentar o canto do início. Vale destacar que a parceria levou vários personagens da história do Brasil para o palco, fazendo uma alusão ao enredo.
Parceria de Léo do Piso: o último samba da noite teve como intérpretes Tinga e Pitty de Menezes. Foi sem dúvida a parceria com o maior número de torcedores e desde a entrada na quadra já estavam com o samba na ponta da língua. Durante os 20 minutos de apresentação o que se viu foi pura catarse, além da torcida, outros presentes na quadra também cantavam com muita empolgação, a parte que diz “deixa Nilópolis cantar” foi gritada a plenos pulmões. O canto se manteve extremamente vigoroso do início ao fim, foi uma apresentação fortíssima.
Leitores apontam parceria de Junior Trindade favorita para vencer
A Beija-Flor de Nilópolis realiza nesta quinta-feira sua grande final do concurso de samba-enredo para o carnaval 2023. Novamente, com um enredo de forte apelo popular e com pegada crítica, a escola pretende levar para a avenida um novo olhar sobre a Independência do Brasil, através do enredo: “Brava Gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência”, de autoria dos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues. A quadra da Beija-Flor fica localizada na Rua Pracinha Wallace Paes Leme, 1025, Nilópolis – RJ.
Eduardo Hollanda/Divulgação
O presidente da agremiação, Almir Reis, disse em entrevista, que para o próximo a escola virá ainda melhor do que em 2022, quando conquistou o vice-campeonato, ele disse ainda que o samba campeão deve conter tudo o que a escola tem como característica principal, a garra.
“Não posso te falar o que estamos projetando pro próximo, mas vai ser um trabalho muito bonito, vamos fazer um grande espetáculo, podem aguardar, em 2022 nós fizemos um bom trabalho, perdemos por erros bobos, erros nossos, pecamos, vamos corrigir para que no ano que vem a gente alcance nosso objetivo, que é o título. A nossa meta, do grupo inteiro, tudo aqui fazemos em conjunto, nossa missão é fazer um espetáculo maior do que em 2022. Nesse samba campeão não pode faltar, garra, força e dedo na cara, que é nossa marca registrada”, disse o presidente.
Dudu Azevedo, diretor de carnaval da azul e branca da Baixada, disse que busca um samba que uma métrica e melodia que facilitem o canto do componente, para ele, isso é fundamental para que a escola evolua com perfeição e que a harmonia seja constante.
“Quero ver o samba que vai ser gritado pela minha comunidade, assim nós escolhemos o samba do ano passado, as vezes o samba tem uma melodia linda, mas não tem uma métrica fácil de ser cantada pelo povo, então eu busco um samba que tenha uma métrica boa, uma melodia que o povo embarque, que abra os braços e cante, que venha do pulmão aquela vontade cantar, a gente tem a evolução, a gente canta, dança, tem harmonia e evolução nota 10”, pontua Dudu.
Favoritismo
A parceria de Junior Trindade, Romulo Presidente, Thiago Portela, Andrezinho C., Daniel Pereira e Silvio Romai foi apontada a favorita para vencer a disputa por 72, 4%, seguida da parceria de Léo do Piso, Beto Nega, Manolo, Diego Oliveira, Julio Assis e Diogo Rosa com 17, 6% e a parceria de Theo M. Neto, Lucas Gringo, Serginho Sumaré, Xande Ribeiro, Neilson Oliveira e Cláudio Vagareza ficou com 10%.
A Beija-Flor de Nilópolis define nesta quinta-feira em sua quadra o samba que irá embalar o desfile da escola no próximo carnaval. O Enredo da agremiação é “Brava Gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência”, de autoria dos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues.
Eduardo Hollanda/Divulgação
O site CARNAVALESCO conversou com representantes das três parcerias finalistas no concurso, para saber o que representa chegar até a final e também para que cada um possa destacar o que mais gosta em seu samba.
Samba 01: “Pra mim é uma emoção muito grande porque a gente participa de um dos concursos mais difíceis no mundo do carnaval, então o quanto mais fomos avançando, mais confiantes ficamos”.
Parte preferida: “Sem dúvidas o ‘Deixa Nilópolis cantar, pela nossa independência, por cultura popular’ esse é o trecho do carnaval, pode anotar”.
Samba 05: “Mais do que disputar samba na Beija-Flor e chegar nessa fase do concurso, pra mim ser Beija-Flor representa o meu universo dentro do samba, eu nunca gostei de funk, nunca gostei de rock, nunca gostei de sertanejo, eu sempre gostei da Beija-Flor, eu sou Beija-Flor desde criança, pra mim a Beija-Flor em matéria de samba e cultura é tudo. Chegar nessa fase é muito gratificante, a gente briga muito, a gente investe bastante no nosso sonho, as pessoas as vezes criticam, mas o que a gente investe de mais precioso é o nosso sonho, o nosso anseio em ter o hino da escola, eu sou muito feliz por ser Beija-Flor e por estar aqui desde que me entendo por gente”.
Parte Preferida: “O que eu mais gosto é ‘sou da baixada, fiel na batalha’.
Samba 26: “O que acontece conosco, compositores, é que temos um leque de trabalhos, mas você estuda um mês, dois meses o enredo, em cima dele você vai trazendo os personagens, nos inspira muito a comunidade, é trazer novas coisas, o carnaval e arte é uma coisa só e através do carnaval a gente pode rever mudanças, eu já fui campeão de samba aqui, já fui campeão com Roberto Carlos, faço parte do time”.
Parte preferida: “Eu gosto do samba todo, esse samba foi feito a quatro mãos, todo mundo contribuiu, até mesmo quem está cantando deu palpite e deu super certo”.
A Imperatriz Leopoldinense escolheu na madrugada desta terça-feira o samba-enredo para o Carnaval 2023. A parceria vencedora que vai assinar a obra para o desfile do ano que vem é formada pelos compositores Me Leva, Gabriel Coelho, Miguel da Imperatriz, Luiz Brinquinho, Antonio Crescente e Renne Barbosa. O enredo “O arrepeio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida” está sendo desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira que está de volta a Ramos. A ideia é passear por diversas facetas do personagem Lampião através da literatura de cordel. * OUÇA AQUI O SAMBA-ENREDO CAMPEÃO
Parceria campeã na Imperatriz para o Carnaval 2023. Fotos: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO
“Eu estava confiante. Desde o começo a gente fez um samba com muito carinho. Então sempre estive confiante na vitória. Acho que o diferencial do nosso samba é aquela cabeça diferente, ao invés de entrar no enredo direto, a gente fez uma coisa diferente. Dizendo que a Imperatriz vai mostrar para vocês, uma história de assombrar. Depois a gente entra no enredo. Uma coisa diferente. Cada ano que a gente concorre é um sentimento diferente. Então ganhar mais uma vez é um sentimento diferente”, disse o compositor Me Leva.
“É maravilhoso, eu só tenho que agradecer a Deus, a nossa parceria maravilhosa. Foi um trabalho muito árduo, mas com muito esforço a gente conseguiu fazer um samba gostoso, um samba leve, que é para tentar colocar a Imperatriz Leopoldinense lá no alto, que é o lugar dela. É minha primeira vitória, a gente perdeu ano passado para o samba do Gabriel que era um excelente samba, mas agora chegou a nossa vez, a gente não desistiu e o reconhecimento veio. A gente sabia do potencial do nosso samba, o quão importante era fazer um samba pra cima sendo a quarta a escola a desfilar, vindo antes de uma Beija-Flor de Nilópolis. Colocamos um samba leve para fazer a Imperatriz triunfar”, afirmou o compositor Renne Barbosa.
Compositor Me Leva vence samba na Imperatriz
“É o segundo ano que eu participo, ano passado eu bati na trave. É uma coisa que eu nem sei explicar, só sei agradecer, estamos todos muito felizes com essa vitória, foi fruto de muita entrega. A união da parceria fez a diferença, nós perdemos ano passado, mas estudamos, viemos pra quadra, não desistimos e agora vencemos. Somos Imperatriz Leopoldinense, agora é só comemorar”, celebrou o compositor Luiz Brinquinho.
Em entrevista ao CARNAVALESCO, a presidente Cátia Drumond, antes da escolha do samba campeão, fez questão de elogiar a safra da Verde e Branca de Ramos.
“Eu estou muito satisfeita com a safra. Acho que se não foi a melhor, foi uma das melhores safras para o carnaval de 2023. Acho que chegou na final três candidatos que podem levar a Imperatriz a um desfile de 2023, para a gente fazer um grande desfile. O que eu espero é que possamos cantar o melhor para gente”.
Sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido, a presidente mostrou confiança nas escolhas que a Imperatriz vem fazendo.
“A gente começou a trabalhar o ano passado e trouxemos a contratação do Leandro, a escola vem leve, vem bonita, e a escola vem ‘porreta para ganhar esse carnaval. A gente tentou lançar o Thiago, e depois a gente quis realmente trazer um profissional que tivesse uma coisa experiência grande de Avenida. E o Marcelo Misailidis encaixou no quebra-cabeça perfeitamente. E o samba campeão tem muita energia, pois nós vamos precisar mesmo”.
Diretor executivo da Imperatriz, João Drumond falou do trabalho da Imperatriz no planejamento para o desfile do ano que vem e do retorno do carnavalesco Leandro Vieira.
“As 12 escolas do Grupo Especial entram e trabalham no pré-carnaval, única e exclusivamente pra ganhar o Carnaval, não pode ser diferente. Claro que a Imperatriz e todas as outras entram pra ganhar, querem o título. As escolas buscam se reforçar na medida do possível pra que isso se torne cada vez mais viável, cada vez mais o sonho real. Acho que a vinda do Leandro (Vieira) nada mais é que uma tentativa de reencontrar um carnaval feliz, alegre, divertido, que nos deu nosso último título, em 2020. É isso, eu acho que é um reencontro de um possível casamento perfeito que talvez nos leve para frente, se tudo der certo, ao título. A gente mudou algumas coisas, principalmente, na relação ao quadro de segmentos da escola. É claro que a gente sempre tem que levar em consideração o julgamento e a justificativas principalmente dos jurados pra encontrar os erros, trabalhar em cima disso pra que não se repita no próximo carnaval e que fique mais difícil, cada vez mais difícil de cometer erros. As mudanças já são perceptíveis, o carnavalesco novo, comissão de frente nova, o casal com novo integrante, nosso carro de som tem um novo cantor a frente, a gente remodelou a equipe e agora vai trabalhar em cima da justificativa”.
O dirigente explicou o que foi feito no novo barracão que a verde e branco ocupa agora na Cidade do Samba.
“Essa pergunta do barracão ela está muito de encontro com as anteriores, porque não é só a vinda do Leandro Viera, ou outras mudanças que vão levar a Imperatriz ao título, ou ao resultado que quer seja. É um conjunto de ações como, por exemplo, a mudança do barracão, que veio por razões estruturais e vai nos levar a um resultado melhor. Nosso barracão hoje ele tem o andar térreo, da garagem, bem mais ampla do que o anterior, ele permite a confecção de alegorias maiores do que o anterior devido a facilidade de manobra que não tinha no último barracão e a gente é claro montou uma estrutura de trabalho no quarto andar toda voltada pra produção de carnaval. Hoje a gente tem uma sala de ensaios para a comissão de frente. Hoje a gente tem a segmentação do nosso quarto andar, que é o andar que produz de fato o carnaval por setores de uma maneira muito organizada, facilita o trabalho, o empenho das pessoas que ali estão desempenhando essas funções. A Imperatriz hoje proporciona as pessoas que trabalham no barracão todas as condições necessárias para fazer o carnaval campeão. Agora, se vai ser campeão ou não, aí, só quarta-feira de cinzas”.
Após o título da Série Ouro com a Imperatriz em 2020, Leandro Vieira volta para escola e agora no Grupo Especial. A missão é buscar outro título, mas na elite do carnaval carioca.
“Essa volta é motivo de alegria, estar aqui na escola agora no Grupo Especial é muito legal, poder desfrutar dessa noite de festa. A Imperatriz está trabalhando, demonstrando que quer algo a mais, que quer muito ganhar e quer muito construir um carnaval de alto nível. Sobre esse enredo são tantas coisas que eu quero fazer, eu continuo sendo um apaixonado pela cultura brasileira, um cara que enxerga na cultura brasileira a cura e o antídoto de todos os males do Brasil”.
Estreando na Imperatriz, na função de diretor de carnaval, Mauro Amorim, falou da responsabilidade e contou novidades da escola, que ocupa um novo barracão na Cidade do Samba.
“É uma oportunidade única na minha vida. A Imperatriz é imensa e eu estou muito feliz em poder contribuir com essa equipe maravilhosa. O que posso prometer é um trabalho muito bonito. Leandro (Vieira) é um cara sensacional, um profissional renomado. Também é um carnaval grandioso e vamos trabalhar demais para fazer esse povo feliz. O outro barracão tinha uma limitação de espaço para saída das alegorias. Tem um outro barracão que é da Unidos do Viradouro que impede a alegoria ser muito grade. Agora, nesse a gente ganhou um portão a mais e uma saída melhor para os carros. Sem spoilers, porém o calendário de ensaio está pronto, todo o cronograma montado e vamos trabalhar. Já temos uma ideia de quando será nosso ensaio técnico e estamos trabalhando para chegar muito forte nesse dia. Poder voltar a Sapucaí é maravilhoso”, disse.
Em 2023, Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro voltam a dançar juntos como primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Imperatriz Leopoldinense. Os dois falaram da parceria, da expectativa pela fantasia criada pelo carnavalesco Leandro Vieira e dos ensaios.
“Eu fico muito feliz, porque é uma parceria de irmandade. Foi onde tudo começou e ter esse retorno novamente na quadra da Imperatriz, em que demos os primeiros passos. É uma emoção muito grande, e felicidade em estar de volta com essa união e agora bem mais maduros. As expectativas são as melhores. A Imperatriz vem realizando um grande trabalho, a diretoria, a presidência está a todo vapor. Executando um trabalho lindo, dando suporte para os profissionais. Tenho certeza que vocês podem esperar uma escola muito alegre, vibrando e lutando pelo campeonato. Ainda não posso contar o que a fantasia representa, senão, o carnavalesco me mata. A fantasia está maravilhosa, o Leandro arrasou e nos emocionou quando vimos pela primeira vez. Podem esperar que ela é bem linda e tradicional. Com o samba escolhido, vamos começar a estudar. Mas a gente quer trazer um pouco de inovação, mas não esquecendo da dança tradicional”, afirmou a porta-bandeira.
“É poder voltar as minhas origens. Reviver o tempo feliz que eu vivi na Imperatriz e ao lado da Rafaela. Hoje estamos mais maduros, é uma sensação de alívio, principalmente, poder estar de volta com quem eu gostaria de estar dançando. A gente sempre tem que estar buscando melhorar e inovar. Depois que escolhermos o samba, vamos ver certinho. Já faz tempo que o carnaval vem sendo visto com profissionalismo e estamos buscando nas atividades e nos ensaios. Após a escolha de samba, nós vamos poder amadurecer algumas coisas, mas principalmente levar o carnaval mais profissional possível para poder conquistar o título para Imperatriz. O Leandro é um gênio. Ele tem um jeito único de surpreender o carnaval e inovar com coisas simples. Eu estou bem contente com a minha fantasia. Tenho certeza que o Leozinho (responsável por fazer a fantasia) vai tirar de letra a ideia do Leandro. Espero que a gente possa representar muito bem a Imperatriz com essa fantasia”, completou o mestre-sala.
O intérprete Pitty de Menezes, que fará sua estreia no Grupo Especial em 2023 falou um pouco do que na sua opinião, a Imperatriz deve buscar em seu carnaval, além de contar um pouco sobre como está se sentindo em relação à preparação para o carnaval, em especial os últimos dias que antecederam a escolha de samba.
“Eu acho que tem que ter técnica e emoção, um pouquinho dos dois. É uma escola que sempre foi muito técnica, mas se a gente unir a emoção junto com técnica, acho que vai dar um caldo, vai dar uma receita, uma solução, porque a Imperattiz precisa. A Imperatriz precisa muito buscar esse campeonato. Eu estou muito nervoso, estou ansioso, não dormi direito, confesso. Acho que o samba é 50 por cento do desfile, quando o samba é bom, o desfile acontece. Eu creio que a Imperatriz, a gente tem três sambas bons, eu acho que a gente sai um pouco na frente com a qualidade dos sambas. A gente teve uma safra maravilhosa, estou muito feliz de verdade, pois tenho total consciência de que qualquer samba que ganhasse ajudaria a gente a fazer um grande desfile. Alegria, emoção, melodias muito bonitas , passagens melodicas que passam emoção e melodias que também trazem alegria. A gente precisa disso, pois vamos vir antes de uma Beija-Flor, depois de uma Vila Isabel. Com todo respeito as co-irmãs, mas a gente tem que botar para quebrar, para não deixar nenhuma dúvida no meio delas”.
Show Imperatriz
Preto Jóia, eterno intérprete da escola, foi homenageado pela Presidente Kátia Drummond com a faixa de “joia da coroa” por tudo que fez pela escola durante tantos anos, ele agradeceu e fez questão de cantar o samba de 1989. Depois, a bateria “Swing da Leopoldina” começou o seu esquenta enquanto no palco, os passistas se apresentaram.
O show denominado “Estação Leopoldinense” passeou por vários momentos importantes da história da verde e branca de Ramos, os carnavais campeões e emblemáticos foram cantados com maestria por Pitty de Menezes e seu carro de som.
Antes das apresentações dos sambas finalistas, houve uma apresentação de algumas agremiações que já definiram seus sambas para o próximo carnaval, Portela, Salgueiro, Tuiuti e Império Serrano cantaram suas obras na quadra.
Análise das apresentações das parcerias na final
Parceria Jefferson: o primeiro samba a se apresentar teve Nêgo e Nino do Milênio no comando do carro de som, a torcida estava em grande número, com bandeiras nas cores da escola e balões em formato de coroa. A parceria levou uma sanfona e a bateria fez algumas bossas lembrando ritmos nordestinos. O canto foi satisfatório, com destaque para os refrões.
Parceria Dudu Nobre: o segundo samba a se apresentar teve o intérprete Tinga no comando do carro de som, assim como o primeiro, a parceria com um bom número de torcedores e todos eles tinham balões e bandeiras, o canto se mostrou constante durante toda a apresentação, com destaque para o refrão principal, “se a Imperatriz contou eu não posso duvidar” caiu no gosto dos presentes na quadra.
Parceria Me leva: o último samba da noite teve Igor Vianna e Igor Sorriso no comando do carro de som, antes do início a torcida já estava cantando o samba a capela, mostrando a força do mesmo. Foi possível notar um canto muito forte do início ao fim da apresentação, sem dúvidas o mais aguerrido da noite. Por toda a quadra os componentes cantavam com muita empolgação e sacudiram as bandeiras e bexigas. Vários segmentos da escola também se renderam ao samba e cantaram durante toda a apresentação. Uma verdadeira catarse do início ao fim.
Depois de retornar ao Grupo Especial ano passado prometendo e cumprindo a maior abertura de desfiles da elite do carnaval, a Imperatriz agora quer mais. Quer título. E para isso , contratou uma equipe a altura. Chegaram o carnavalesco Leandro Vieira, o coreógrafo Marcelo Misailidis, o intérprete Pitty de Menezes, o mestre-sala Phelipe Lemos para formar dupla com Rafaela Theodoro, além da permanência de peças importantes como Mestre Lolo.Três parcerias seguem na disputa na Verde e Branca de Ramos: Me Leva, Jeferson Lima e Dudu Nobre. O enredo “O arrepeio do cabra que o excomungado tratou com má -querença e o santíssimo não deu guarida” está sendo desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira que está de volta a Ramos. A ideia é passear por diversas facetas do personagem Lampião através da literatura de cordel.
Décima colocada em 2022, a Imperatriz Leopoldinense tem oito títulos no Grupo Especial. O esquenta da grande final realizado pelo site CARNAVALESCO começa às 20h e a partir 22h, cobertura total da disputa e da festa da escola pelas redes sociais.
O diretor executivo da Rainha de Ramos, João Drumond, falou um pouco da disputa de samba e sobre o que a escola prepara para o próximo desfile.
“Tem muitas escolas fortes, carnaval está muito nivelado lá em cima. A gente tem um dever de fazer um bom trabalho pensando só em Imperatriz. Se o título vier, será consequência de um bom trabalho e de um bom desfile que a gente fez. Quanto ao samba, a gente busca o melhor para a escola, lógico que existem algumas variantes que a escola tem observado. A gente quer um samba com cara de campeão. Acima de tudo com cara de campeão do carnaval. Um samba que quando começar lá na Avenida, as pessoas saibam e sintam que têm que esperar a Imperatriz passar para dar o veredicto. A gente tem muitos sambas bons na safra e é realmente amadurecer a decisão porque não será fácil”, revela João Drumond.
O diretor de carnaval, Mauro Amorim, comentou em que pé está o trabalho desenvolvido pela Imperatriz e fez questão de elogiar o time montado pela agremiação.
“Barracão, disputa de samba, uma responsabilidade muito grande, mas que a gente fica muito confiante quando estamos trabalhando com uma equipe muito boa, parceira, trabalhando junto. Todo mundo unido em prol da escola. É um conforto muito grande pela estrutura que a escola dá para a gente. A programação de ensaios já está toda feita, e o que a gente pode falar neste momento é que vai ter ensaio, ensaio, ensaio”, promete Mauro.
Em 2023, a Imperatriz será a quarta escola a desfilar na segunda noite do Grupo Especial.
Favoritismo
A parceria de Me Leva, Gabriel Coelho, Miguel da Imperatriz, Luiz Brinquinho, Antonio Crescente e Renne Barbosa foi eleita a favorita para vencer por 72,1% dos leitores. A parceria de Dudu Nobre, Kleber Rodrigues, Márcio Pessi, Maestro, Luizinho das Camisas e Rafael Mikaiá recebeu 16,4% e a parceria de Jeferson Lima, Rômulo Meireles, Bello, Silvio Mesquita, Carlinhos Niterói e R. Gêmeo ficou com 11,5%.
Serviço:
Data: 17/09
Os portões serão abertos às 21h. A quadra da Imperatriz fica localizada na Rua Professor Lacê, 235 – Ramos. Os ingressos estão custando a partir de R$ 30 e outras informações estão disponíveis nas redes sociais da escola.
Com foco no Carnaval 2023, as 15 escolas da Série Ouro, que desfilam na sexta e sábado de carnaval, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, começam a etapa de gravações de seus sambas-enredo nesta segunda-feira, 17. Pelo segundo ano consecutivo, a produção ficará sob o comando do músico e produtor Macaco Branco.
O objetivo da LIGA-RJ é manter o padrão de qualidade do produto feito no ano passado, elogiado pelo público e pela crítica especializada. Para isso, investiu em manter uma equipe com profissionais que possuem larga experiência na área, além de seguir com sua própria gravadora, o que oferece mais agilidade e liberdade no processo de criação. As gravações serão realizadas no MC Studio RJ, em Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio.
Macaco Branco, responsável pela direção geral do álbum da LIGA-RJ, atua há 17 anos na equipe da cantora Mart’nália. Junto com a artista já ganhou dois Grammys Latino pelos álbuns “+ Misturado” (2017) e “Mart’nália Canta Vinicius de Moraes” (2019) . É também mestre de bateria da Unidos de Vila Isabel desde 2019. Na agremiação do bairro de Noel iniciou como diretor musical de 2017 para 2018, chegando ao posto de mestre no carnaval seguinte. Naquele ano ganhou o Estandarte de Ouro como Revelação e, em 2020, conquistou o Estandarte de Ouro de Melhor Bateria. O artista acumula ainda passagens pela Acadêmicos do Sossego como diretor musical em 2017 e 2018.
A equipe terá ainda cinco arranjadores: Kayo Calado, Victor Alves, Andy Lee, Victor Nascimento e Hugo Bruno. Completando o time, Maurício Fonseca, como técnico de gravação, mixagem e masterização e Jeferson Carlos na produção executiva. A gravação é feita por etapas distintas, conforme adianta Macaco Branco.
“O processo de produção começa com o intérprete gravando o samba fazendo a voz guia, com um cavaco, para poder guiar a bateria, o que chamamos de base. Em seguida, vem a gravação da bateria. Nessa etapa gravamos cada instrumento de forma separada, os naipes. Num outro momento, é a vez do coro. Em outra data gravamos a voz principal para em seguida fazermos a mixagem – que é justamente juntar todas essas gravações – e, por fim, a masterização de cada faixa, que é a etapa final, quando o áudio já está pronto para ser transferido para a mídia que vamos gravar e para as plataformas digitais”, revela o produtor.
O álbum com os sambas das escolas da Série Ouro estará nas plataformas digitais até dezembro, mas haverá também edição limitada de mídia física voltada para o público colecionador.
Está chegando a hora de conhecer o hino que vai embalar o enredo “O arrepeio do cabra que o excomungado tratou com má -querença e o santíssimo não deu guarida “ desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira para o desfile de 2023 da Rainha de Ramos. O carnavalesco, que está de volta a agremiação, dessa vez no Grupo Especial, sabe que um bom samba é fundamental para as aspirações de título da escola. Leandro Vieira define como um desejo da quadra o requisito principal em relação ao samba vencedor.
” Eu estou satisfeitíssimo com a safra da Imperatriz. Isso é sempre motivo de alegria para um carnavalesco que produz um enredo autoral. Em uma disputa em andamento é natural que as obras vão se afunilando. A Imperatriz tem uma disputa voltada para os interesses da comunidade, e isso é bacana, porque as decisões atendem aos interesses da quadra, que são os interesses da comunidade que frequenta a escola. O que precisa ter neste samba campeão é o abraço da quadra, vontade da quadra de cantar algo que vai ser mais importante para quem frequenta a quadra da Imperatriz”, apontou o carnavalesco.
O coordenador de carnaval André Bonatti, também listou algumas características que o samba campeão deve ter na Imperatriz.
“A gente precisa ter alguns ingredientes. Primeiro que seja um samba que conte o nosso enredo muito bem. Que conte na Avenida aquilo que o carnavalesco vai mostrar. Segundo, é garbo, porque a Imperatriz gosta de sambas que mantêm a identidade da escola, ela está no ritmo, ela está na música, tem que ter essa identidade musical com a Imperatriz, que o componente a reconheça naquilo que a gente cante. E, pra mim, um bom samba é aquele que ultrapassa as barreiras da Sapucaí. É aquele que vai tocar na festa do CARNAVALESCO, que vai tocar no fim de ano na festa das pessoas. Tem que ser aquele samba que nós tenhamos vontade de escutar fora da Avenida”, entende André Bonatti.
Outro que também opinou foi o diretor de carnaval Mauro Amorim e apontou o que precisa ter na obra escolhida.
“Enredo, tocar o coração das pessoas. Tem que ser um samba que toque o coração das pessoas e que a escola se una em prol do samba. A gente está com grandes obras aqui, vai ser muito difícil escolher”, opina o diretor de carnaval da Imperatriz.
Em 2023, a Imperatriz será a quarta escola a desfilar na segunda noite do Grupo Especial.
A Viradouro escolheu na madrugada desta segunda-feira, por volta de 2h, o samba-enredo da parceria de Cláudio Mattos, Dan Passos, Marco Moreno, Victor Rangel, Lucas Neves, Deco, Thiago Meiners, El Toro, Luis Anderson e Jefferson Oliveira para o Carnaval 2023. No ano que vem, a vermelha e branca de Niterói terá a missão de encerrar os desfiles do Grupo Especial. A agremiação falará sobre a vida e a obra de Rosa Courana, ou Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz, considerada a primeira mulher negra a escrever um livro no país, o enredo é de autoria do carnavalesco Tarcisio Zanon. * OUÇA AQUI O SAMBA CAMPEÃO
Fotos: Allan Duffes/Site CARNAVALESCO
Compositores celebram a vitória na Viradouro
“Desde que eu me entendo por gente esse era o meu sonho, ganhar um samba na minha escola. Essa vitória é a realização desse sonho, é a escola que me fez renascer, não tem explicação, falar da Viradouro me faltam palavras e ganhar o samba com um enredo tão especial como esse é indescritível. Minha primeira vez que ganho um samba, primeira vez que terei um samba na Sapucaí e justamente pela minha escola do coração. A entrega da parceria em deixar o coração falar foi fundamental, o amor ao pavilhão fala sempre mais alto na mão de um poeta apaixonado”, celebrou o compositor Dan Passos.
“O sentimento é maravilhoso, ganhar um samba na minha escola de coração, estou sem palavras. Obrigado, Viradouro pelo sentimento maravilhoso. A minha parte predileta no samba é ‘eu sou a santa que o povo aclamou”, foi determinando para nossa vitória, contagiou”, garantiu o compositor Lucas Neves.
“Essa vitória é muito importante para mim e para toda a nossa parceria. Juntei parceria com o Cláudio Mattos esse ano e foi tudo muito prazeroso. Gostaria de mencionar o Claudinho também, que teve que viajar a serviço e acabou não comparecendo para comemorar nossa vitória. Com todo respeito, o nosso samba é um samba-enredo de verdade, com essência e coração, e foi isso que nos diferenciou para a vitória”, definiu o compositor Victor Rangel.
“Essa vitória representa tudo para mim. Rosa Maria era uma mulher maravilhosa, e ser campeão com o enredo em homenagem a ela é ainda mais maravilhoso. O nosso samba todo foi o diferencial para ganharmos essa disputa. Tínhamos a letra mais bonita”, afirmou o compositor Jefferson Oliveira.
“É a realização de um sonho, a gente batalhou bastante, trabalhamos, estudamos e pesquisamos muito pra fazer esse samba, nós nos apresentamos a cada dia melhor e hoje não foi diferente. Foi uma grande final e acho sinceramente que fomos merecedores. É minha primeira vitória aqui na Viradouro, mas é a escola que me acolheu e onde eu espero vencer mais vezes, quero escrever uma longa história da minha vida aqui na Viradouro. Eu acho que o primordial foi a emoção, esse enredo eu acho que pedia isso, mais do que força até, e eu acho que nós emocionamos, isso é muito especial”, comentou o compositor Deco.
Em entrevista ao CARNAVALESCO, o presidente Marcelinho Calil revelou o que é possível esperar da Viradouro em 2023, frisou o ineditismo do enredo e elogiou o carnavalesco Tarcísio Zanon.
“Todos podem esperar um grande carnaval da Viradouro novamente, vamos fazer o maior enredo que já fizemos na minha gestão, um enredo que junta-se a poucos outros enredos esse ano porque, além de ser um enredo de qualidade e preencher quesitos, ele tem algo muito importante que é o ineditismo. Grandes enredos serão vistos, mas talvez poucos com esse ineditismo. Temos uma boa história, que é onde começa tudo e, daí em diante, são os quesitos. A gente vem aprimorando as nossas questão, desde 2019, é uma escola que vem pontuando, vem tendo performance. É buscar corrigir os erros e manter o que já tá. Um novo ano é um projeto em branco, nós trouxemos novidade na comissão de frente, com a Priscila e o Rodrigo, que vai dar um peso maior a nossa comissão. É briga de cachorro grande, se eu tivesse a fórmula, eu estava rico. O Tarcísio é uma jóia bruta, ou melhor era uma jóia bruta quando nós o contratamos, é um dos melhores carnavalescos do Rio de Janeiro. É curioso, até pela idade dele, mas ele é um cara muito clássico, mas que tem também um pouco dessa audácia, ousadia e modernidade e consegue ser conservador onde é precisa e, obviamente, buscar algo mais”.
O dirigente ainda fez um balanço do desfile de 2022 e do resultado da escola, que terminou na terceira colocação. “Primeiro, uma avaliação interna quanto as notas, houve de fato uma questão apontada pelos julgamentos quanto a execução e o andamento da bateria, foi algo que eles não gostaram tanto. Respeito, o que pode ser mudado, a gente muda, é justo, para que a gente não caia nos mesmos erros. Agora é corrigir, bola pra frente. Ficar entre as seis primeiras e, no nosso caso, entre as três primeiras pelo terceiro ano seguido, é uma honra, um privilégio e mostra que o trabalho da escola é muito bom. Segundo que ganhar também implicaria superar uma adversária que fez um desfile muito forte (Grande Rio), muito bom. Não posso afirmar que, na minha excelência, isso aconteceria. Prefiro acreditar que era pra ser a Grande Rio campeã, fez um grande desfile, a gente teve algumas questões que precisam ser ajustadas e é isso que vai acontecer daqui para frente”.
Responsável pela parte plástica do desfile da Viradouro em 2023, Tarcísio Zanon encara agora o voo solo na escola de Niterói. Ele comentou a missão e também explicou o enredo.
“Está sendo um momento muito importante da minha carreira, estou bastante confiante tendo essa equipe maravilhosa da Viradouro ao meu lado. É um trabalho de amadurecimento junto da equipe e isso me deixa mais tranquilo para desenvolver um grande trabalho. Eu costumo pesquisar muito por títulos de livros, que normalmente são exatamente o que me faz comprar-lós. Quando eu vi esse livro de Rosa Maria Egípcia de Vera Cruz, uma santa africana no Brasil, assim que li me interessei muito. Comprei e fui descobrindo uma personagem riquíssima que o grande público não conhecia. A primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil. Uma mulher inteligentíssima, criou o Sagrado Coração que hoje é adorado no mundo inteiro. É uma história muito rica. Me encantei de cara e assim que trouxe para os presidentes eles automaticamente se encantaram também. Está fluindo muito bem e foi bastante aceito pelo público. Casa muito com a minha estética de trabalho e também com a estética da Viradouro, que gosta de enredo femininos”.
O artista também falou qual será a tônica do desfile da Viradouro e o que o público pode esperar. “A Viradouro é a escola da emoção, não tem como não ter emoção nesse desfile. A Rosa foi uma mulher multifacetada. Ela foi escravizada, prostituída, além de ter sido considerada feiticeira. É uma saga muito mística. Iremos trazer a temática do cristianismo preto originário no Brasil, algo que muito pouco se explorou no Carnaval. Eu cheguei a explorar um pouco do Cristo negro na Estacio, mas está sendo incrível trazer esse novo olhar. Eu sou suspeito para falar, mas estou cada dia mais encantado. Fico no barracão namorando as fantasias e carros. Estamos no caminho de muita leveza e bastante cor. Não será um carnaval monocromático, como vínhamos fazendo aqui na Viradouro. Vai ser um carnaval com setores marcados pelas cores, justamente por essas diversas fases da Rosa. Vocês podem esperar uma abertura muito diferente e monumental, com bastante arte cinética em praticamente todos os carros”.
Diretor de carnaval da Viradouro, ao lado de Alex Fab, Dudu Falcão fez um balanço do desfile de 2022 e já projetou o ano que vem. “O carnaval de 2022 foi um carnaval atípico, muito cansativo. O nosso objetivo sempre foi o campeonato, mas não temos como negar que o 3° lugar também é uma colocação digna. Nós estamos ajustando o que achamos que dá para melhorar, tentando manter nosso grau de excelência e agora é um outro carnaval, com tempo menor, já revisamos nossos prazos e hoje tivemos uma das missões mais difíceis da nossa gestão. A escola vai sempre pensar no que pode fazer para melhorar, mas é hoje uma das que mais ensaiam, fazemos ensaio de rua que nós podemos considerar quase um ensaio técnico. Agora é ensaiar, ensaiar e ensaiar, é entender que o treino é tão importante quanto o jogo e nós vamos continuar nessa pegada de bastante ensaio”.
Dudu Falcão falou também da missão de fechar o Carnaval 2023 do Grupo Especial na segunda-feira. “Nós sabemos a mensagem que é falar da Rosa, vai ser um carnaval de muita densidade cultural, mas com um visual muito bacana e a responsabilidade de fechar o carnaval, passar uma mensagem correta e deixar as pessoas com saudade para que a gente possa voltar e ser a última a desfilar no sábado das campeãs. A nossa ideia é continuar seguindo o padrão que a Viradouro adotou, em torno de 2500 pessoas, isso já inclui carros alegóricos também. O gigantismo tem que ser em estrutura e impacto e esses 2500 atendem bem a expectativa de espetáculo e de desfile”.
O intérprete Zé Paulo Sierra falou sobre a obra escolhida e o trabalho para o desfile do ano que vem. “A expecatativa já é muito grande para o desfile. Foi uma final muito bonita. Nosso enredo (Rosa Maria Egipcíaca) é muito forte. A palavra dessa obra é emoção”, afirmou.
O presidente Marcelinho Calil também falou do samba campeão. “Não falta emoção, sentimento e alegria. Primeiro, ele tem uma maturidade muito boa para o projeto que a escola vai apresentar na avenida. Escolhemos uma obra que guie a escola e a comunidade para um grande carnaval, mas que respeite o projeto plástico”.
Experiente no comando da bateria, mestre Ciça disse que já pensa em bossas para o desfile, mas que agora é que o trabalho ficará mais claro. Ele ainda elogiou a rainha Erika Januza.
“Minha bateria é tranquila, não tem pressão. Estamos aí nessa disputa duríssima todo ano, cada vez mais difícil, mas estamos aí. Já penso em algumas bossas mais ou menos, mas agora com a escolha do samba vou conseguir elaborar minhas ideias de forma melhor. Temos uma rainha muito presente e dedicada, acredito que isso faz toda diferença no desempenho da bateria nos ensaios e no dia final”.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Rute e Julinho, fez um balanço do Carnaval 2022 e projetou o desfile de 2023. “Acredito que sempre temos o que melhorar. Eu sempre peço para nossa ensaiadora me falar os defeitos do meu ensaio, não quero ouvir as qualidades, e sim minhas imperfeições. Por mais que tenhamos ganhado nota máxima no último ano, sempre tem um olhar pra corrigir, ou algo do tipo. Carnaval de 2022 fechou o ciclo no sábado das campeãs. Agora é pensar em 2023 e ensaiar muito para não errar de novo. Eu espero que nossa fantasia faça jus ao nome de Rosa. Se vai ter brilho, luz ou luxo, eu realmente não sei, até porque isso não significa representatividade. Eu quero algo que represente de verdade a história dessa mulher extraordinária. Com o samba escolhido, nós começamos a pensar no desenho coreográfico. De acordo com as bossas e paradinhas, vamos aos poucos construindo nossa coreografia. É um processo bem lento, as vezes uma semana antes mudamos tudo”, disse Rute Alves.
“Eu e Rute estamos há mais de 15 anos dançando juntos, e isso tende a nos colocar numa zona de conforto em relação a nós mesmos. Esse trabalho que a gente faz de querer buscar sempre pelo novo e pelo melhor, faz com que a gente acompanhe esse processo da escola de reinvenção, sem perder a tradição. Esse processo coreográfico antes da escolha do samba, passa por um laboratório com a nossa ensaiadora, visando mais pra frente, após a escolha do samba, ir moldando e inovando na nossa dança”, completou Julinho Nascimento.
Espetáculo na abertura da final
O show da Viradouro foi um dos pontos altos da noite. A aposta na teatralização trouxe algo de novo, a porta-bandeira Rute Alves surgiu no palco dentro de uma grande rosa, ela e o mestre-sala Julinho fizeram alguns passos de valsa, enquanto um pianista tocava na parte de baixo. Uma fênix “sobrevoou” a quadra com a bandeira da escola no bico e entregou a Julinho, foi um momento que arrancou muitos aplausos do público.
A bateria de mestre Ciça fez um grande esquenta e a escola começou a apresentação de seus sambas históricos, com destaque para Zé Paulo Sierra, o intérprete trocou de roupa várias vezes. Um enorme telão na parte traseira do palco apresentava imagens que faziam referências ao que era cantado.
A rainha de bateria, Érika Januza, esteve presente e como de costume, sambou muito a frente dos ritmistas da “Furacão Vermelho e Branco”, quando subiu ao palco, ela disse que estava muito ansiosa para conhecer o novo hino da agremiação.
A noite também marcou a apresentação de Carolina Macharette como nova musa da escola, ela sambou e agradeceu a oportunidade.
Análise das apresentações na final:
Parceria de PC Portugal: a primeira parceira fez uma apresentação carregada na emoção, no esquenta parte do samba foi cantado a capela pela torcida, as três primeiras passagens foram sem a bateria e o samba de sustentou com força, destaque para os refrões. A torcida levou balões, bandeiras e muito papel picado. O início forte se manteve durante toda a apresentação, principalmente quando a Bateria de mestre Ciça realizava bossas. Todos os harmonias cantavam com bastante empolgação o samba, assim como presidente Marcelinho Calil.
Parceria de Claudio Mattos: a segunda parceria da noite teve Wander Pires e Pitty de Menezes no comando do carro de som. No início a apresentação se mostrou muito forte, com os torcedores cantando o samba a capela antes do início, a parceria contou um grande número de torcedores e todos estavam com balões e bandeiras nas cores da escola. Durante a apresentação algumas encenações foram feitas e uma menina representava Rosa Courana. Assim como no primeiro samba da noite, os segmentos e o presidente cantaram a obra com bastante empolgação.
Parceria de Renan Gêmeo: a última parceria da noite contou com Gilsinho e Igor Viana no comando do carro de som, o número de torcedores impressionou pela quantidade e canto, sem dúvidas a apresentação mais aguerrida, o refrão principal era gritado por todos, inclusive componentes da escola, a torcida logo no início cantou o samba a capela, durante a o tempo sem a bateria foi possível perceber um canto muito forte também, principalmente o refrão principal, que caiu no gosto de todos da quadra, um verdadeiro sacode. Assim como nas outras apresentações, os segmentos e Marcelinho Calil cantaram com muita empolgação.