Depois de retornar ao Grupo Especial ano passado prometendo e cumprindo a maior abertura de desfiles da elite do carnaval, a Imperatriz agora quer mais. Quer título. E para isso , contratou uma equipe a altura. Chegaram o carnavalesco Leandro Vieira, o coreógrafo Marcelo Misailidis, o intérprete Pitty de Menezes, o mestre-sala Phelipe Lemos para formar dupla com Rafaela Theodoro, além da permanência de peças importantes como Mestre Lolo.Três parcerias seguem na disputa na Verde e Branca de Ramos: Me Leva, Jeferson Lima e Dudu Nobre. O enredo “O arrepeio do cabra que o excomungado tratou com má -querença e o santíssimo não deu guarida” está sendo desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira que está de volta a Ramos. A ideia é passear por diversas facetas do personagem Lampião através da literatura de cordel.
Décima colocada em 2022, a Imperatriz Leopoldinense tem oito títulos no Grupo Especial. O esquenta da grande final realizado pelo site CARNAVALESCO começa às 20h e a partir 22h, cobertura total da disputa e da festa da escola pelas redes sociais.
O diretor executivo da Rainha de Ramos, João Drumond, falou um pouco da disputa de samba e sobre o que a escola prepara para o próximo desfile.
“Tem muitas escolas fortes, carnaval está muito nivelado lá em cima. A gente tem um dever de fazer um bom trabalho pensando só em Imperatriz. Se o título vier, será consequência de um bom trabalho e de um bom desfile que a gente fez. Quanto ao samba, a gente busca o melhor para a escola, lógico que existem algumas variantes que a escola tem observado. A gente quer um samba com cara de campeão. Acima de tudo com cara de campeão do carnaval. Um samba que quando começar lá na Avenida, as pessoas saibam e sintam que têm que esperar a Imperatriz passar para dar o veredicto. A gente tem muitos sambas bons na safra e é realmente amadurecer a decisão porque não será fácil”, revela João Drumond.
O diretor de carnaval, Mauro Amorim, comentou em que pé está o trabalho desenvolvido pela Imperatriz e fez questão de elogiar o time montado pela agremiação.
“Barracão, disputa de samba, uma responsabilidade muito grande, mas que a gente fica muito confiante quando estamos trabalhando com uma equipe muito boa, parceira, trabalhando junto. Todo mundo unido em prol da escola. É um conforto muito grande pela estrutura que a escola dá para a gente. A programação de ensaios já está toda feita, e o que a gente pode falar neste momento é que vai ter ensaio, ensaio, ensaio”, promete Mauro.
Em 2023, a Imperatriz será a quarta escola a desfilar na segunda noite do Grupo Especial.
Favoritismo
A parceria de Me Leva, Gabriel Coelho, Miguel da Imperatriz, Luiz Brinquinho, Antonio Crescente e Renne Barbosa foi eleita a favorita para vencer por 72,1% dos leitores. A parceria de Dudu Nobre, Kleber Rodrigues, Márcio Pessi, Maestro, Luizinho das Camisas e Rafael Mikaiá recebeu 16,4% e a parceria de Jeferson Lima, Rômulo Meireles, Bello, Silvio Mesquita, Carlinhos Niterói e R. Gêmeo ficou com 11,5%.
Serviço:
Data: 17/09
Os portões serão abertos às 21h. A quadra da Imperatriz fica localizada na Rua Professor Lacê, 235 – Ramos. Os ingressos estão custando a partir de R$ 30 e outras informações estão disponíveis nas redes sociais da escola.
Com foco no Carnaval 2023, as 15 escolas da Série Ouro, que desfilam na sexta e sábado de carnaval, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, começam a etapa de gravações de seus sambas-enredo nesta segunda-feira, 17. Pelo segundo ano consecutivo, a produção ficará sob o comando do músico e produtor Macaco Branco.
O objetivo da LIGA-RJ é manter o padrão de qualidade do produto feito no ano passado, elogiado pelo público e pela crítica especializada. Para isso, investiu em manter uma equipe com profissionais que possuem larga experiência na área, além de seguir com sua própria gravadora, o que oferece mais agilidade e liberdade no processo de criação. As gravações serão realizadas no MC Studio RJ, em Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio.
Macaco Branco, responsável pela direção geral do álbum da LIGA-RJ, atua há 17 anos na equipe da cantora Mart’nália. Junto com a artista já ganhou dois Grammys Latino pelos álbuns “+ Misturado” (2017) e “Mart’nália Canta Vinicius de Moraes” (2019) . É também mestre de bateria da Unidos de Vila Isabel desde 2019. Na agremiação do bairro de Noel iniciou como diretor musical de 2017 para 2018, chegando ao posto de mestre no carnaval seguinte. Naquele ano ganhou o Estandarte de Ouro como Revelação e, em 2020, conquistou o Estandarte de Ouro de Melhor Bateria. O artista acumula ainda passagens pela Acadêmicos do Sossego como diretor musical em 2017 e 2018.
A equipe terá ainda cinco arranjadores: Kayo Calado, Victor Alves, Andy Lee, Victor Nascimento e Hugo Bruno. Completando o time, Maurício Fonseca, como técnico de gravação, mixagem e masterização e Jeferson Carlos na produção executiva. A gravação é feita por etapas distintas, conforme adianta Macaco Branco.
“O processo de produção começa com o intérprete gravando o samba fazendo a voz guia, com um cavaco, para poder guiar a bateria, o que chamamos de base. Em seguida, vem a gravação da bateria. Nessa etapa gravamos cada instrumento de forma separada, os naipes. Num outro momento, é a vez do coro. Em outra data gravamos a voz principal para em seguida fazermos a mixagem – que é justamente juntar todas essas gravações – e, por fim, a masterização de cada faixa, que é a etapa final, quando o áudio já está pronto para ser transferido para a mídia que vamos gravar e para as plataformas digitais”, revela o produtor.
O álbum com os sambas das escolas da Série Ouro estará nas plataformas digitais até dezembro, mas haverá também edição limitada de mídia física voltada para o público colecionador.
Está chegando a hora de conhecer o hino que vai embalar o enredo “O arrepeio do cabra que o excomungado tratou com má -querença e o santíssimo não deu guarida “ desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira para o desfile de 2023 da Rainha de Ramos. O carnavalesco, que está de volta a agremiação, dessa vez no Grupo Especial, sabe que um bom samba é fundamental para as aspirações de título da escola. Leandro Vieira define como um desejo da quadra o requisito principal em relação ao samba vencedor.
” Eu estou satisfeitíssimo com a safra da Imperatriz. Isso é sempre motivo de alegria para um carnavalesco que produz um enredo autoral. Em uma disputa em andamento é natural que as obras vão se afunilando. A Imperatriz tem uma disputa voltada para os interesses da comunidade, e isso é bacana, porque as decisões atendem aos interesses da quadra, que são os interesses da comunidade que frequenta a escola. O que precisa ter neste samba campeão é o abraço da quadra, vontade da quadra de cantar algo que vai ser mais importante para quem frequenta a quadra da Imperatriz”, apontou o carnavalesco.
O coordenador de carnaval André Bonatti, também listou algumas características que o samba campeão deve ter na Imperatriz.
“A gente precisa ter alguns ingredientes. Primeiro que seja um samba que conte o nosso enredo muito bem. Que conte na Avenida aquilo que o carnavalesco vai mostrar. Segundo, é garbo, porque a Imperatriz gosta de sambas que mantêm a identidade da escola, ela está no ritmo, ela está na música, tem que ter essa identidade musical com a Imperatriz, que o componente a reconheça naquilo que a gente cante. E, pra mim, um bom samba é aquele que ultrapassa as barreiras da Sapucaí. É aquele que vai tocar na festa do CARNAVALESCO, que vai tocar no fim de ano na festa das pessoas. Tem que ser aquele samba que nós tenhamos vontade de escutar fora da Avenida”, entende André Bonatti.
Outro que também opinou foi o diretor de carnaval Mauro Amorim e apontou o que precisa ter na obra escolhida.
“Enredo, tocar o coração das pessoas. Tem que ser um samba que toque o coração das pessoas e que a escola se una em prol do samba. A gente está com grandes obras aqui, vai ser muito difícil escolher”, opina o diretor de carnaval da Imperatriz.
Em 2023, a Imperatriz será a quarta escola a desfilar na segunda noite do Grupo Especial.
A Viradouro escolheu na madrugada desta segunda-feira, por volta de 2h, o samba-enredo da parceria de Cláudio Mattos, Dan Passos, Marco Moreno, Victor Rangel, Lucas Neves, Deco, Thiago Meiners, El Toro, Luis Anderson e Jefferson Oliveira para o Carnaval 2023. No ano que vem, a vermelha e branca de Niterói terá a missão de encerrar os desfiles do Grupo Especial. A agremiação falará sobre a vida e a obra de Rosa Courana, ou Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz, considerada a primeira mulher negra a escrever um livro no país, o enredo é de autoria do carnavalesco Tarcisio Zanon. * OUÇA AQUI O SAMBA CAMPEÃO
Fotos: Allan Duffes/Site CARNAVALESCO
Compositores celebram a vitória na Viradouro
“Desde que eu me entendo por gente esse era o meu sonho, ganhar um samba na minha escola. Essa vitória é a realização desse sonho, é a escola que me fez renascer, não tem explicação, falar da Viradouro me faltam palavras e ganhar o samba com um enredo tão especial como esse é indescritível. Minha primeira vez que ganho um samba, primeira vez que terei um samba na Sapucaí e justamente pela minha escola do coração. A entrega da parceria em deixar o coração falar foi fundamental, o amor ao pavilhão fala sempre mais alto na mão de um poeta apaixonado”, celebrou o compositor Dan Passos.
“O sentimento é maravilhoso, ganhar um samba na minha escola de coração, estou sem palavras. Obrigado, Viradouro pelo sentimento maravilhoso. A minha parte predileta no samba é ‘eu sou a santa que o povo aclamou”, foi determinando para nossa vitória, contagiou”, garantiu o compositor Lucas Neves.
“Essa vitória é muito importante para mim e para toda a nossa parceria. Juntei parceria com o Cláudio Mattos esse ano e foi tudo muito prazeroso. Gostaria de mencionar o Claudinho também, que teve que viajar a serviço e acabou não comparecendo para comemorar nossa vitória. Com todo respeito, o nosso samba é um samba-enredo de verdade, com essência e coração, e foi isso que nos diferenciou para a vitória”, definiu o compositor Victor Rangel.
“Essa vitória representa tudo para mim. Rosa Maria era uma mulher maravilhosa, e ser campeão com o enredo em homenagem a ela é ainda mais maravilhoso. O nosso samba todo foi o diferencial para ganharmos essa disputa. Tínhamos a letra mais bonita”, afirmou o compositor Jefferson Oliveira.
“É a realização de um sonho, a gente batalhou bastante, trabalhamos, estudamos e pesquisamos muito pra fazer esse samba, nós nos apresentamos a cada dia melhor e hoje não foi diferente. Foi uma grande final e acho sinceramente que fomos merecedores. É minha primeira vitória aqui na Viradouro, mas é a escola que me acolheu e onde eu espero vencer mais vezes, quero escrever uma longa história da minha vida aqui na Viradouro. Eu acho que o primordial foi a emoção, esse enredo eu acho que pedia isso, mais do que força até, e eu acho que nós emocionamos, isso é muito especial”, comentou o compositor Deco.
Em entrevista ao CARNAVALESCO, o presidente Marcelinho Calil revelou o que é possível esperar da Viradouro em 2023, frisou o ineditismo do enredo e elogiou o carnavalesco Tarcísio Zanon.
“Todos podem esperar um grande carnaval da Viradouro novamente, vamos fazer o maior enredo que já fizemos na minha gestão, um enredo que junta-se a poucos outros enredos esse ano porque, além de ser um enredo de qualidade e preencher quesitos, ele tem algo muito importante que é o ineditismo. Grandes enredos serão vistos, mas talvez poucos com esse ineditismo. Temos uma boa história, que é onde começa tudo e, daí em diante, são os quesitos. A gente vem aprimorando as nossas questão, desde 2019, é uma escola que vem pontuando, vem tendo performance. É buscar corrigir os erros e manter o que já tá. Um novo ano é um projeto em branco, nós trouxemos novidade na comissão de frente, com a Priscila e o Rodrigo, que vai dar um peso maior a nossa comissão. É briga de cachorro grande, se eu tivesse a fórmula, eu estava rico. O Tarcísio é uma jóia bruta, ou melhor era uma jóia bruta quando nós o contratamos, é um dos melhores carnavalescos do Rio de Janeiro. É curioso, até pela idade dele, mas ele é um cara muito clássico, mas que tem também um pouco dessa audácia, ousadia e modernidade e consegue ser conservador onde é precisa e, obviamente, buscar algo mais”.
O dirigente ainda fez um balanço do desfile de 2022 e do resultado da escola, que terminou na terceira colocação. “Primeiro, uma avaliação interna quanto as notas, houve de fato uma questão apontada pelos julgamentos quanto a execução e o andamento da bateria, foi algo que eles não gostaram tanto. Respeito, o que pode ser mudado, a gente muda, é justo, para que a gente não caia nos mesmos erros. Agora é corrigir, bola pra frente. Ficar entre as seis primeiras e, no nosso caso, entre as três primeiras pelo terceiro ano seguido, é uma honra, um privilégio e mostra que o trabalho da escola é muito bom. Segundo que ganhar também implicaria superar uma adversária que fez um desfile muito forte (Grande Rio), muito bom. Não posso afirmar que, na minha excelência, isso aconteceria. Prefiro acreditar que era pra ser a Grande Rio campeã, fez um grande desfile, a gente teve algumas questões que precisam ser ajustadas e é isso que vai acontecer daqui para frente”.
Responsável pela parte plástica do desfile da Viradouro em 2023, Tarcísio Zanon encara agora o voo solo na escola de Niterói. Ele comentou a missão e também explicou o enredo.
“Está sendo um momento muito importante da minha carreira, estou bastante confiante tendo essa equipe maravilhosa da Viradouro ao meu lado. É um trabalho de amadurecimento junto da equipe e isso me deixa mais tranquilo para desenvolver um grande trabalho. Eu costumo pesquisar muito por títulos de livros, que normalmente são exatamente o que me faz comprar-lós. Quando eu vi esse livro de Rosa Maria Egípcia de Vera Cruz, uma santa africana no Brasil, assim que li me interessei muito. Comprei e fui descobrindo uma personagem riquíssima que o grande público não conhecia. A primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil. Uma mulher inteligentíssima, criou o Sagrado Coração que hoje é adorado no mundo inteiro. É uma história muito rica. Me encantei de cara e assim que trouxe para os presidentes eles automaticamente se encantaram também. Está fluindo muito bem e foi bastante aceito pelo público. Casa muito com a minha estética de trabalho e também com a estética da Viradouro, que gosta de enredo femininos”.
O artista também falou qual será a tônica do desfile da Viradouro e o que o público pode esperar. “A Viradouro é a escola da emoção, não tem como não ter emoção nesse desfile. A Rosa foi uma mulher multifacetada. Ela foi escravizada, prostituída, além de ter sido considerada feiticeira. É uma saga muito mística. Iremos trazer a temática do cristianismo preto originário no Brasil, algo que muito pouco se explorou no Carnaval. Eu cheguei a explorar um pouco do Cristo negro na Estacio, mas está sendo incrível trazer esse novo olhar. Eu sou suspeito para falar, mas estou cada dia mais encantado. Fico no barracão namorando as fantasias e carros. Estamos no caminho de muita leveza e bastante cor. Não será um carnaval monocromático, como vínhamos fazendo aqui na Viradouro. Vai ser um carnaval com setores marcados pelas cores, justamente por essas diversas fases da Rosa. Vocês podem esperar uma abertura muito diferente e monumental, com bastante arte cinética em praticamente todos os carros”.
Diretor de carnaval da Viradouro, ao lado de Alex Fab, Dudu Falcão fez um balanço do desfile de 2022 e já projetou o ano que vem. “O carnaval de 2022 foi um carnaval atípico, muito cansativo. O nosso objetivo sempre foi o campeonato, mas não temos como negar que o 3° lugar também é uma colocação digna. Nós estamos ajustando o que achamos que dá para melhorar, tentando manter nosso grau de excelência e agora é um outro carnaval, com tempo menor, já revisamos nossos prazos e hoje tivemos uma das missões mais difíceis da nossa gestão. A escola vai sempre pensar no que pode fazer para melhorar, mas é hoje uma das que mais ensaiam, fazemos ensaio de rua que nós podemos considerar quase um ensaio técnico. Agora é ensaiar, ensaiar e ensaiar, é entender que o treino é tão importante quanto o jogo e nós vamos continuar nessa pegada de bastante ensaio”.
Dudu Falcão falou também da missão de fechar o Carnaval 2023 do Grupo Especial na segunda-feira. “Nós sabemos a mensagem que é falar da Rosa, vai ser um carnaval de muita densidade cultural, mas com um visual muito bacana e a responsabilidade de fechar o carnaval, passar uma mensagem correta e deixar as pessoas com saudade para que a gente possa voltar e ser a última a desfilar no sábado das campeãs. A nossa ideia é continuar seguindo o padrão que a Viradouro adotou, em torno de 2500 pessoas, isso já inclui carros alegóricos também. O gigantismo tem que ser em estrutura e impacto e esses 2500 atendem bem a expectativa de espetáculo e de desfile”.
O intérprete Zé Paulo Sierra falou sobre a obra escolhida e o trabalho para o desfile do ano que vem. “A expecatativa já é muito grande para o desfile. Foi uma final muito bonita. Nosso enredo (Rosa Maria Egipcíaca) é muito forte. A palavra dessa obra é emoção”, afirmou.
O presidente Marcelinho Calil também falou do samba campeão. “Não falta emoção, sentimento e alegria. Primeiro, ele tem uma maturidade muito boa para o projeto que a escola vai apresentar na avenida. Escolhemos uma obra que guie a escola e a comunidade para um grande carnaval, mas que respeite o projeto plástico”.
Experiente no comando da bateria, mestre Ciça disse que já pensa em bossas para o desfile, mas que agora é que o trabalho ficará mais claro. Ele ainda elogiou a rainha Erika Januza.
“Minha bateria é tranquila, não tem pressão. Estamos aí nessa disputa duríssima todo ano, cada vez mais difícil, mas estamos aí. Já penso em algumas bossas mais ou menos, mas agora com a escolha do samba vou conseguir elaborar minhas ideias de forma melhor. Temos uma rainha muito presente e dedicada, acredito que isso faz toda diferença no desempenho da bateria nos ensaios e no dia final”.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Rute e Julinho, fez um balanço do Carnaval 2022 e projetou o desfile de 2023. “Acredito que sempre temos o que melhorar. Eu sempre peço para nossa ensaiadora me falar os defeitos do meu ensaio, não quero ouvir as qualidades, e sim minhas imperfeições. Por mais que tenhamos ganhado nota máxima no último ano, sempre tem um olhar pra corrigir, ou algo do tipo. Carnaval de 2022 fechou o ciclo no sábado das campeãs. Agora é pensar em 2023 e ensaiar muito para não errar de novo. Eu espero que nossa fantasia faça jus ao nome de Rosa. Se vai ter brilho, luz ou luxo, eu realmente não sei, até porque isso não significa representatividade. Eu quero algo que represente de verdade a história dessa mulher extraordinária. Com o samba escolhido, nós começamos a pensar no desenho coreográfico. De acordo com as bossas e paradinhas, vamos aos poucos construindo nossa coreografia. É um processo bem lento, as vezes uma semana antes mudamos tudo”, disse Rute Alves.
“Eu e Rute estamos há mais de 15 anos dançando juntos, e isso tende a nos colocar numa zona de conforto em relação a nós mesmos. Esse trabalho que a gente faz de querer buscar sempre pelo novo e pelo melhor, faz com que a gente acompanhe esse processo da escola de reinvenção, sem perder a tradição. Esse processo coreográfico antes da escolha do samba, passa por um laboratório com a nossa ensaiadora, visando mais pra frente, após a escolha do samba, ir moldando e inovando na nossa dança”, completou Julinho Nascimento.
Espetáculo na abertura da final
O show da Viradouro foi um dos pontos altos da noite. A aposta na teatralização trouxe algo de novo, a porta-bandeira Rute Alves surgiu no palco dentro de uma grande rosa, ela e o mestre-sala Julinho fizeram alguns passos de valsa, enquanto um pianista tocava na parte de baixo. Uma fênix “sobrevoou” a quadra com a bandeira da escola no bico e entregou a Julinho, foi um momento que arrancou muitos aplausos do público.
A bateria de mestre Ciça fez um grande esquenta e a escola começou a apresentação de seus sambas históricos, com destaque para Zé Paulo Sierra, o intérprete trocou de roupa várias vezes. Um enorme telão na parte traseira do palco apresentava imagens que faziam referências ao que era cantado.
A rainha de bateria, Érika Januza, esteve presente e como de costume, sambou muito a frente dos ritmistas da “Furacão Vermelho e Branco”, quando subiu ao palco, ela disse que estava muito ansiosa para conhecer o novo hino da agremiação.
A noite também marcou a apresentação de Carolina Macharette como nova musa da escola, ela sambou e agradeceu a oportunidade.
Análise das apresentações na final:
Parceria de PC Portugal: a primeira parceira fez uma apresentação carregada na emoção, no esquenta parte do samba foi cantado a capela pela torcida, as três primeiras passagens foram sem a bateria e o samba de sustentou com força, destaque para os refrões. A torcida levou balões, bandeiras e muito papel picado. O início forte se manteve durante toda a apresentação, principalmente quando a Bateria de mestre Ciça realizava bossas. Todos os harmonias cantavam com bastante empolgação o samba, assim como presidente Marcelinho Calil.
Parceria de Claudio Mattos: a segunda parceria da noite teve Wander Pires e Pitty de Menezes no comando do carro de som. No início a apresentação se mostrou muito forte, com os torcedores cantando o samba a capela antes do início, a parceria contou um grande número de torcedores e todos estavam com balões e bandeiras nas cores da escola. Durante a apresentação algumas encenações foram feitas e uma menina representava Rosa Courana. Assim como no primeiro samba da noite, os segmentos e o presidente cantaram a obra com bastante empolgação.
Parceria de Renan Gêmeo: a última parceria da noite contou com Gilsinho e Igor Viana no comando do carro de som, o número de torcedores impressionou pela quantidade e canto, sem dúvidas a apresentação mais aguerrida, o refrão principal era gritado por todos, inclusive componentes da escola, a torcida logo no início cantou o samba a capela, durante a o tempo sem a bateria foi possível perceber um canto muito forte também, principalmente o refrão principal, que caiu no gosto de todos da quadra, um verdadeiro sacode. Assim como nas outras apresentações, os segmentos e Marcelinho Calil cantaram com muita empolgação.
A Unidos do Viradouro faz neste domingo a final do concurso de samba-enredo que irá embalar o desfile da escola em 2023. Através do enredo “Rosa Maria Egipcíaca”, do carnavalesco Tarcisio Zanon, a escola de Niterói vai mostrar a vida e a obra de Rosa Courana, ou Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz, considerada a primeira mulher negra a escrever um livro no país. O site CARNAVALESCO conversou com representantes das três parcerias finalistas no concurso, para saber o que representa chegar até a final e também para que cada um possa destacar o que mais gosta em seu samba.
Foto: Wagner Rodrigues/Divulgação
Parceria de Claudio Mattos: “É a realização de um sonho, todo mundo é Viradouro, todo mundo é apaixonado pela escola, a gente fica lisonjeado e sonhamos com o título, aguardamos a nossa apresentação com muita ansiedade, hoje é dia de botar em prática, tenho certeza que vai dar tudo certo”.
Parte preferida: “Eu sou suspeito em falar porque gosto do samba por um todo, mas a parte que vence a heresia é o momento mais emocionante pra mim, uma mulher negra, uma santidade ter que lutar e vencer a hipocrisia dos brancos mostra um momento de superação que eu me arrepio só em falar”.
Parceria de Renan Gêmeo: “A Viradouro pra gente é uma grande escola, não só uma escola de samba, mas uma escola de vida, a gente se aproximou da escola através de projetos sociais desde sempre, então colocar samba na Viradouro já é motivo de orgulho e chegar onde a chegou já é motivo de orgulho e enche a gente alegria e esperança, estamos muito confiantes com a nossa obra”.
Parte favorita: “Quando a gente passa a coroa da Viradouro para a Rosa Maria, acho que é o momento mais bonito do enredo e resume tudo que a gente quer passar, o momento de sofrimento a coroação dela, acho a parte mais impactante do samba e que mexe com o público”.
Parceria de PC Portugal: “Pra mim é muito importante e muito significativo, a Viradouro é minha escola de coração, é onde eu comecei e onde frequento desde novo, então sinceramente, num enredo tão bonito, falando da Rosa Maria é no mínimo indescritível e inenarrável, quando mexe com a emoção não tem jeito, e aqui é a escola da emoção”.
Parte favorita: “Esse samba é tão forte e aguerrido, porque falar de Rosa Maria você tem que ter todos os pré-requisitos necessários da história dela, e o que mais me pega nesse samba é força dele, é o que realmente expressa a Rosa Maria, essa força por toda a saga que ela viveu, como a gente fala no samba “a filha da saga que vence demanda”, então a gente traz um samba forte, muito aguerrido, dois refrões para a comunidade cantar a plenos, pra gente fechar o carnaval trazendo essa divindade coroada”.
A Unidos do Viradouro define neste domingo o samba-enredo que irá embalar seu desfile no próximo carnaval. No ano que vem, a vermelha e branca de Niterói terá a missão de encerrar os desfiles do Grupo Especial. A agremiação falará sobre a vida e a obra de Rosa Courana, ou Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz, considerada a primeira mulher negra a escrever um livro no país, o enredo é de autoria do carnavalesco Tarcisio Zanon. A quadra da Viradouro fica localizada na Avenida do Contorno, 16 – Barreto, Niterói. * OUÇA OS SAMBAS FINALISTAS
Marcelinho Calil, presidente da escola falou sobre o que não pode faltar no samba campeão, para ele, além do samba ter que cumprir a função do quesito, o fato da escola ser a última escola a desfilar tem que ser levado em conta, Marcelinho diz que o fato da Viradouro ser uma escola eclética, facilita na hora de escolher seus sambas.
“O samba em primeiro lugar tem que cumprir a função do quesito, melodia e letra, clareza, mesmo que seja poética, tem que ter clareza nessa poesia, emoção, tem que ser um samba que tenha a cara da Viradouro, a escola graças a Deus é muito eclética, tanto em enredo, quanto em samba, então não temos um tipo só de samba-enredo pra levar pra Avenida. É importante levar em consideração o horário que a escola vai desfilar, temos pensado bastante nisso, permitir a escola fazer um desfile que tenha a densidade e profundidade que o enredo possui, mas que também tenha leveza que o horário vai pedir para que a gente consiga levantar a Sapucaí”, disse o presidente.
Favoritismo
A parceria de Cláudio Mattos, Dan Passos, Marco Moreno, Victor Rangel, Lucas Neves, Deco, Thiago Meiners, El Toro, Luis Anderson e Jefferson Oliveira foi eleita a favorita para vencer a disputa com 87,3% dos votos. A parceria de PC Portugal, Lucas Macedo, Mocotó, João Perigo, Marco Suarez, Marcelo Lepiane, Serginho Rocco, Chanel, Marcelo Valença e Matheus Gaúcho recebeu 9,8% e a parceria de Renan Gêmeo, Raphael Richard, Rodrigo Gêmeo, Bebeto Maneiro, Marcelo Adnet, Carlinhos Viradouro, Gustavo Albuquerque, Bello, Baby do Cavaco e Ricardo Neves terminou com 6,5%.
O Império Serrano definiu que os compositores Sombrinha, Aluísio Machado, Carlos Senna, Carlitos Beto Br, Rubens Gordinho e Ambrosio Aurélio são os autores do samba-enredo do Carnaval 2023. O resultado saiu depois das 6h45 deste domingo. O enredo ”Lugares de Arlindo” está sendo desenvolvido pelo carnavalesco Alex Souza que fará sua estreia no Reizinho de Madureira. A ideia é passear pela carreira, vida e os gostos do grande baluarte da escola Arlindo Cruz. Em 2023, o Império Serrano vai abrir a primeira noite de desfiles do Grupo Especial. * OUÇA AQUI O SAMBA-ENREDO CAMPEÃO
Composto em acróstico que forma o nome Arlindo Domingos da Cruz Filho na vertical, o samba deu a 15ª vitória para Aluísio Machado e a primeira de Sombrinha, principal parceiro de Arlindo Cruz no mundo musical. Machado, autor do clássico “Bum Bum Paticumbum Prugurundum” ao lado de Beto Sem Braço, agora se tornou o compositor com o maior número de vitórias em concursos de samba-enredo do Império Serrano, superando Silas de Oliveira.
Parceria campeã no Império Serrano. Foto: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO
“Minha 15ª vitória, é muito gratificante, passar o meu ídolo, o meu professor Silas de Oliveira, ele tem 14 e hoje eu ganhei 15. Estou feliz, chorando de alegria, não é de tristeza, de emoção também se chora e quero ver isso na avenida, nós vamos ser Império Serrano novamente. Arlindo entrou aqui com a minha anuência, no tempo que parceria era eu e Beto Sem Braço. Em 1989, no carnaval de Jorge Amado, o Beto chegou pra mim e disse ‘Aluísio, eu não toco nada, você também não toca’, aí ele me falou do Arlindo, que era do Fundo de Quintal, não era de escola. Logo aceitei e aí Arlindo chegou escrevendo para caramba, com muita harmonia bonita e gravamos muitas coisas. Esse cara é genial”, afirma Aluísio Machado.
Foto: Luan Costa/Site CARNAVALESCO
“A vitória representa a homenagem que fizemos ao nosso irmãozinho Arlindo Cruz e ao Império Serrano. Vamos ser a primeira escola a desfilar e conseguir nos manter no Grupo Especial. Fizemos um samba com o nome do Arlindo Cruz. É muito difícil, cada letra do nome dele foi feita uma poesia e deu certo. Essa é a grande sacada do nosso poeta, vamos fazer diferente, se der certo nos demos bem, se der errado nos demos mal. Esse samba vai sacudir a avenida. “É muita emoção e eu não tenho nem palavras. Essa é a minha 12ª vitória no Império Serrano”, comentou o compositor Carlos Senna.
Foto: Luan Costa/Site CARNAVALESCO
No discurso do anúncio do samba-enredo campeão, o presidente Sandro Avelar frisou que a escola é gigante, nove vezes campeã e que não precisa ter medo de ninguém. “Não aceito pressão de ninguém. Tem que respeitar a decisão da minha diretoria. Não aceito submissão de ninguém. Não tenho medo de ninguém. Não irei sucumbi a pedido de ninguém”, afirmou.
Em entrevista ao CARNAVALESCO, o presidente Sandro Avelar falou da missão de comandar a escola no ano da volta ao Grupo Especial. “Ser presidente do Império representa muita coisa, o Império é uma escola muito de ancestralidade e eu sou filho desse fruto do Império Serrano, dessa ancestralidade. Hoje é uma data importante também nessa final porque faz dois anos da perda do meu pai que de fato foi quem me fez virar presidente do Império Serrano, participou aqui como meu avô também foi presidente. Acho que tem essa missão de colocar o Império digno na Avenida para exaltar todo mundo que me dá apoio, os mais velhos que estão aqui presente, que de fato me colocaram como presidente, e também essa ancestralidade que a gente preserva muito no Império Serrano”.
Presidente Sandro Avelar. Foto: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO
O dirigente falou qual será a tônica do desfile imperiano no Carnaval 2023: “Na verdade, é o enredo muito emotivo, o imperiano pedia muito, sempre teve esse desejo mostrar sua gratidão para o Arlindo Cruz, foi uma pessoa importante para legado do Império Serrano, com a contribuição com os sambas, com seus shows, às vezes com recurso próprio ele ajudou o Império. Ele levou a marca da escola para diversos lugares, eu acho que a família imperiana vê esse enredo como uma forma também de mostrar as origens do Império Serrano, essa ancestralidade que ele carrega e também de ter um enredo que cause um apelo popular que leve o Império Serrano a permanecer no Grupo Especial e comover o grande público. Acho que o Império Serrano é uma escola bastante emotiva, nós somos chorões, nós choramos na avenida, somos uma escola de samba de fato bastante voltada pra emoção”.
Foto: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO
Esposa de Arlindo Cruz, Babi Cruz falou da homenagem ao marido. “Para família é a cereja do bolo. Não há homenagem maior pra um sambista, ter a sua história, ter a sua vida contada, no maior espetáculo dessa terra. Sou suspeita para falar, mas o Arlindo não nasceu imperiano, mas o Império nasceu dentro dele desde 1989, quando ele ganhou o primeiro samba e viu o que era o amor por uma escola de samba verdadeira, ele descobriu isso. Essa história é merecida, não pelo estado de saúde dele, isso tudo que ele fez, pela música, pelo samba durante toda a sua história, a sua dedicação ao samba, a sua dedicação ao Império, sua fidelidade”.
Babi e Flora, esposa e filha de Arlindo. Foto: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO
Uma das maiores contratações do Carnaval 2023, o intérprete Ito Melodia deixou seu berço, a União da Ilha e foi para o Império Serrano. O cantor agradeceu o carinho que recebeu dos imperianos e citou que estar na escola é a maior oportunidade da carreira.
Intérprete Ito Melodia. Foto: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO
“Estou muito feliz e grato pela recepção na minha chegada no Império Serrano. Depois, cantar para esse pavilhão, esse monstro sagrado que é o reizinho de Madureira e cantar um samba sobre Arlindo… isso representa a maior oportunidade da minha vida, porque são duas dádivas. Fora isso, eu acredito estar chegando no melhor momento do Império Serrano, num momento em que ele está se encontrando e tenho certeza que vocês [imprensa] vão falar que esse desfile estará na lista dos históricos. Teremos técnica para desfilar bem, mas para disputar título precisa de emoção. Vamos com as duas coisas para avenida”.
Responsável pelo desfile do Império Serrano na produção da homenagem para Arlindo Cruz, o carnavalesco Alex de Souza citou estar honrado e ressaltou a força da agremiação.
Carnavalesco Alex de Souza. Foto: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO
“É uma honra uma grande escola como o Império Serrano, esse retorno que esperamos que continue no Grupo Especial a vida toda. Onde é o lugar dela, pela grande agremiação que é, e homenageando um grande imperiano chamado Arlindo Cruz. É uma grande figura da música, do samba e da ala de compositores do Império Serrano. É uma homenagem que o Império presta a ele, que ao mesmo tempo está prestando a si próprio”.
Alex de Souza falou sobre o enredo e citou o que o imperiano pode esperar no desfile do ano que vem. “Falar de Arlindo, é falar das grandes figuras do Reizinho de Madureira. É um enredo que foca muito não só no musical, mas nos amigos, nas parcerias e intérpretes que fizeram a história dele musical e a ligação que ele tem com a escola que está homenageando. É muita alegria e muita emoção. O imperiano pode esperar um carnaval grandioso, que vai abrir o desfile e se Deus quiser em alto nível”.
Mestre Vitinho. Foto: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO
Craque no ritmo imperiano, mestre Vitinho fará sua estreia no Grupo Especial. Talentoso, ele comentou a responsabilidade de conduzir a Sinfônica do Samba.
“É uma alegria imensa. Trabalhar com essa bateria é uma alegria inexplicável. Nada é por acaso. Tudo acontece, porque busco fazer bem meu trabalho. Quando eu cheguei no Império, eu apanhei bastante. Um menino novo, que era somente uma aposta chegando numa escola de tradição. Naturalmente, algumas pessoas se mostraram com muito medo. Isso me motivou mais e mais a trabalhar, bem e não é individual, porque há uma equipe. Tem os diretores, dos ritmistas e a dedicação trouxe essa confiança”.
Vitinho também falou sobre a bateria para 2023 e o que representa comandar a bateria na homenagem para Arlindo Cruz. “Quando sai a sinopse eu já paro para estudar e através da compreensão e dos sentimentos que surgem desse estudo é que eu começo a criar melodia, arranjos etc. Quando o samba é decidido, já tem coisa acontecendo na minha cabeça, porém, faço um estudo da letra do samba também. Sem ouvir o samba, porque não gosto disso. Esse ano eu tenho que agradecer, porque o Império vem com um enredo rico demais. Dá pra trabalhar em cima de pagode, dos sons do subúrbio, Xangô, Ogum… mas o que eu posso dizer é que independente do samba, eu gosto de inovações. Vai ser um grande desafio, mas também será uma alegria imensa homenagear o Arlindo Cruz”.
Wilsinho Alves e mestre Vitinho. Foto: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO
Diretor de carnaval do Império Serrano, Wilsinho Alves, comentou a escolha do enredo e a missão de abrir os desfiles do Grupo Especial no domingo de carnaval.
“Foi um acerto gigantesco do presidente Sandro Avelar escolher um enredaço para abrir o carnaval. É difícil abrir os desfiles. A primeira coisa que você pensa quando se tem um grande enredo, é que também terá que ter um samba muito bom. Temos um grande samba e que tem a capacidade de gabaritar o quesito. A minha missão é do tamanho do Império Serrano, dessa escola grandiosa. Ela tem um chão e fundamento fenomenais, uma religiosidade. A quadra da agremiação, a comunidade é diferente. Começamos esse trabalho ano passado, deu fruto, ganhamos o campeonato. Essa continuidade foi muito boa para pegarmos essa transição para a Cidade do Samba, a montagem da equipe. É muito grande o desafio, mas estamos preparados e vai dar tudo certo”.
Foto: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO
Wilsinho contou sobre o projeto da escola e o planejamento. “Tanto o samba-enredo, quanto o desfile do Império Serrano não vai faltar emoção. Não só para o imperiano, mas para todo mundo do samba, prometemos o maior carnaval da história do Império Serrano, que é uma coisa que o presidente Sandro Avelar já vem falando sobre isso. Nosso projeto é grandioso, é luxuoso. Com investimento que a escola está vindo, com o de instituição que visa o título. Mas para no primeiro momento tentar se manter no Grupo Especial, como no G6 e se der tudo certo voltar nas campeãs. Prometer organização, empenho e muito trabalho. O barracão está dando tudo certo, aqui na quadra também. A escola está vivendo um momento especial. Na próxima semana vamos gravar o samba para a faixa das plataformas digitais. E na outra semana, começamos os ensaios de canto nas terças-feiras. Devemos desfilar com 2800 componentes”.
Casal Marlon e Danielle. Foto: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO
O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marlon Flôres e Danielle Nascimento, chegou neste ano no Império Serrano e fez um balanço do desfile de 2022, ainda na União da Ilha, e projetou o futuro. “Em 2022, nós tivemos, na nossa concepção, um ótimo carnaval e para 2023 é manter a mesma pegada. Buscando aperfeiçoar nossa performance para continuar ajudando o Império Serrano. Estamos trabalhando novamente com o coreógrafo Fábio Costa, que é um excelente profissional que trabalhou com a gente em 2018. Esperamos conquistar todas as notas. Posso dizer que já temos uma proposta de fantasia do nosso carnavalesco. Nós já vimos e está linda, porém, ainda não podemos contar”, disse o mestre-sala.
Foto: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO
“A fantasia está maravilhosa, eu amei de verdade. É um privilégio dançar com o Marlon. Acredito que a nossa química funcionou e a gente a cada ano busca aperfeiçoar o trabalho. Penso que vamos ter um tempo diferente para criar algo mais elaborado, estamos estudando mais e com a nossa pegada e nosso comprometimento vamos trazer algo diferente”, completou a porta-bandeira.
Show da escola
Arlindinho Cruz, filho de Arlindo Cruz, o grande homenageado do Império no próximo carnaval, abriu a noite de festa com um show que mesclou sucessos do pai com outros grandes sucessos da música brasileira.
Foto: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO
Após a apresentação de Arlindinho, a bateria Sinfônica do Samba, comandada pelo mestre Vitinho, deu um verdadeiro show, durante um esquenta de 15 minutos, os ritmistas demonstraram muito swing e fizeram algumas coreografias, sinalizadores nas cores do Império foram usados, deixando a quadra completamente dentro do espetáculo.
Foto: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO
Os passistas abriram o show da escola, eles estavam vestidos como moradores do subúrbio carioca e sambaram ao som de clássicos do Arlindo Cruz. Quitéria Chagas preencheu o palco com seu samba inigualável, ao som de “Estrela de Madureira”. A rainha da escola deu show e empolgou o público presente. Posteriormente, ela voltou ao palco com outros sambas marcantes da agremiação. Ao longo da apresentação os segmentos da escola se apresentaram ao som de sambas históricos, destaque para as baianas ao som de “Mãe baiana Mãe”, e velha-guarda, ao som de “Eu quero”.
Dando continuidade ao show, a princesa da bateria, Wenny Isa, se apresentou ao som de “Aquarela do Brasil”, já sua mãe, Darlin Ferrattry, a rainha, sambou no final da apresentação da escola com o samba campeão da Série Ouro no último carnaval, um show de pirotecnia finalizou a apresentação.
Análise das apresentações na final:
Parceria de Paulo Cesar Feital: a primeira parceira da noite começou sua apresentação às 4h da manhã, no carro de som tinham nomes de peso, como Tinga e Emerson Dias. A torcida foi numerosa e se mostrou animada durante os 30 minutos de apresentação, todos portavam balões nas cores do Império. Durante a pausa da bateria para ouvir o canto, foi possível notar que o refrão do meio era uma das partes mais cantadas. A parceria apostou na pirotecnia e durante a apresentação uma chuva de fogos caiu sobre a quadra.
Parceria de Sombrinha: a segunda parceria a se apresentar teve Igor Sorriso, Tem-Tem Jr e Evandro Malandro no comando do carro de som. Durante o esquenta algumas músicas de Arlindo Cruz foram cantadas, o que causou um impacto positivo junto a torcida. Em toda a apresentação o samba passou com extrema valentia, sem diminuir o ritmo em nenhum momento, sem a bateria, foi possível perceber um forte canto não só dá torcida, mas também de toda a quadra, nos camarotes muitas bandeiras do Império eram balançadas.
Parceria de Pretinho da Serrinha: a última parceria da noite teve como intérprete oficial Wander Pires, o cantor conduziu com maestria o samba que caiu nas graças da torcida e também da família de Arlindo Cruz, sua esposa e filhos subiram ao palco para apoiar a obra, bastante emocionados, eles cantaram do início ao fim. Foi uma apresentação emocionante e extremamente aguerrida, os torcedores levaram bandeiras, balões e estandartes. Em nenhum momento o ritmo diminuiu e durante o refrão “faz barulho, Arlindo está presente”, a torcida cantava com ainda mais empolgação. Já era de manhã quando a apresentação começou e mesmo assim todos presentes na quadra se mostraram animados com a obra.