O Salgueiro fez na noite do último sábado, em sua quadra, mais uma etapa da eliminatória de samba-enredo para o Carnaval 2024. O site CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve presente. Abaixo, você pode conferir a análise de cada apresentação.
Foto: Anderson Borde/Divulgação Salgueiro
Ao todo, 10 parcerias se apresentaram e uma delas será cortada. O anúncio das obras que seguem na disputa será feito na próxima semana através das redes sociais da agremiação. Já a etapa seguinte do concurso ocorrerá no sábado que vem, dia 23 de setembro.
Parceria de Ian Ruas: O samba composto por Ian Ruas, José Carlos, Caio Miranda, Sonia Ruas Raxlen, David Carvalho e Gabriel Rangel foi o primeiro a se apresentar na quadra. Coube a Nêgo a responsabilidade de comandar o microfone principal, com o talento costumeiro ele contribuiu para que a obra passasse de forma fluida e com muita garra. A torcida levou bandeira nas cores da agremiação e apesar de ser possível ver alguns integrantes cantando com o apoio da letra, a maioria demonstrou saber o samba e acompanhou com bastante vibração, além do refrão principal, vale destacar os versos que antecedem o mesmo: “o amor só reconhece o que é comum a nossa história”. A adesão dos segmentos da escola foi modesta, apenas alguns harmonias cantaram.
Parceria de Tico do Gato: O samba assinado por Tico do Gato, R. Gêmeo, Sandro Compositor, Silvio Mesquita, Cesar Nascimento, Oscar Bessa, Tiãozinho do Salgueiro e Raphael Richaid foi o segundo a se apresentar. Os intérpretes Gilsinho e Nino do Milênio foram os cantores principais e comandaram uma torcida muito animada no início, além de numerosa, os integrantes levaram bandeiras quadriculadas nas cores do Salgueiro. A apresentação foi correta, não houve queda de rendimento, mas foi possível perceber o ritmo um pouco mais lento no final, o refrão principal foi a parte mais cantada. Não foi observado adesão por parte da escola.
Parceria de Moisés Santiago: De autoria de Moisés Santiago, Serginho do Porto, Gilmar L. Silva, Aldir Senna, Orlando Ambrósio, Marquinho Bombeiro, Wilson Mineiro e Gigi da Estiva, o terceiro samba a se apresentar na eliminatória salgueirense foi defendido por um time estrelado de cantores: Marquinho Art’samba, Wantuir e Serginho do Porto. A parceria que é atual campeã fez uma apresentação extremamente aguerrida, a torcida foi extremamente numerosa, eles levaram adereços que representam a mata, diferente do habitual, o efeito foi interessante, a parceria investiu também em grupos performáticos, o que também contribuiu para o espetáculo. O canto foi extremamente satisfatório, em alguns momentos os intérpretes paravam de cantar e o canto da torcida continuava alto. A obra possui refrões muito fortes e isso contribuiu para que a apresentação fosse forte do início ao fim, mesmo sem a presença da bateria durante a primeira passada.
Parceria de Fred Camacho: A quarta obra a se apresentar na quadra da Academia do Samba foi a composta por Fred Camacho, Paulo César Feital, Guinga do Salgueiro, Diego Nicolau, Fabrício Fontes, Daniel Rozadas, Claudeci Taberna e Francisco Aquino. Thiago Brito e Diego Nicolau foram os responsáveis por comandar a obra durante essa apresentação, no geral foi uma passagem muito positiva, com destaque para o refrão principal que foi cantado a plenos pulmões não só pela torcida, mas também por várias pessoas presentes na quadra, o refrão do meio, muito poético, também foi um destaque, alguns harmonias acompanharam a obra com empolgação. Não houve queda de rendimento e no final a torcida ainda se mostrava animada.
Parceria de Rafa Hecht: A obra de autoria de Rafa Hecht, Samir Trindade, Thiago Daniel, Clairton Fonseca, Michel Pedroza, Ribeirinho, Cléo Augusto e Domingos foi a quinta a se apresentar, coube a Wander Pires ser o intérprete oficial da obra, sempre excelente, ele comandou o samba com a habitual garra e contribuiu para o bom desempenho do mesmo. A torcida foi a menos numerosa até então e nem todos os componentes cantavam o samba, alguns apenas balançavam as bandeiras, porém a outra parte estava empolgada. O refrão do meio foi bem executado, assim como o principal.
Parceria de Leandro Thomaz: Na sequência, a sexta obra a se apresentar na eliminatória salgueirense foi a composta por Leandro Thomaz, Grazzi Brasil, Filipe Zizou, Myngauzinho, Marcelo Lepiane, Claudio Gladiador, Telmo Augusto e Micha. O intérprete oficial foi Zé Paulo Sierra, o cantor comandou com maestria a obra. Apesar de não ser numerosa, a torcida contribuiu para o bom desempenho do samba durante a apresentação, porém, foi observado alguns integrantes apenas balançando bexigas e bandeiras. Os versos que antecedem o refrão foram destaques, “voar nas asas de um Brasil mais verdadeiro”, assim como os refrões.
Parceria de Xande de Pilares: dando sequência às apresentações, a sétima parceria foi composta pelos compositores Xande de Pilares, Claudio Russo, Betinho de Pilares, Jassa, Jefferson Oliveira, Miguel Dibo, Marcelo Werneck e W Correa. O time responsável por defender o samba foi composto por Igor Sorriso, Leonardo Bessa e Igor Viana. Foi uma apresentação irretocável, do início ao fim o samba mostrou sua força e levantou até mesmo os camarotes, por ter dois refrões seguidos o samba se mantém forte em todo momento. A torcida extremamente numerosa e com vários ornamentos também contribuiu para que a obra passasse da forma exuberante que passou, foi possível perceber alguns harmonias interagindo em várias partes da apresentação.
Parceria de Pedrinho da Flor: A oitava obra a se apresentar foi a de autoria de Pedrinho da Flor, Marcelo Motta, Arlindinho Cruz, Renato Galante, Dudu Nobre, Leonardo Gallo, Ramon Via13 e Ralfe Ribeiro. Os responsáveis por defender a obra foram Tinga e Pitty de Menezes, a dupla mostrou muito entrosamento e foram peças fundamentais para que a apresentação chegasse à perfeição. A letra do samba é um protesto e foi possível sentir esse tom durante a apresentação, uma espécie de grito engasgado na garganta, a torcida, que já era numerosa, recebeu o reforço de algumas pessoas que estavam presentes na quadra. Definir uma parte do samba com mais destaque é injusto, o samba por inteiro se mostrou extremamente forte e vários segmentos da escola cantaram.
Parceria de Marcelo Adnet: Assinado por Marcelo Adnet, Benjamin Figueiredo, Rodrigo Gauz, Patrick Soares, Gilberth Castro, Edson Daffeh, Vagner Silva e Bruno Papão, o penúltimo samba a se apresentar na eliminatória salgueirense foi conduzido por Tem-Tem Jr Wictoria. Com a força do refrão do meio, a apresentação foi correta e mostrou um bom potencial, principalmente com a melodia da segunda parte da obra, que naturalmente induz ao canto, como na parte “Deixe o amor serenar, renascer e a bondade seguir correnteza”. A torcida estava numerosa e foi parte fundamental para que a apresentação fosse boa, durante todo o tempo a obra se manteve estável e não oscilou.
Parceria de Manu da Cuíca: Encerrando mais uma noite de eliminatória salgueirense, o último samba a se apresentar foi composto por Manu da Cuíca, Luiz Carlos Máximo, Buchecha Bil-Rait, Belle Lopes, Fabiano Paiva e Rodrigo Alves. O intérprete Bico Doce comandou o microfone principal e defendeu a obra. Apesar da pouca torcida, a apresentação foi muito forte e contou com muita empolgação, a sensação é que a torcida que estava presente realmente abraçou o samba, mesmo sendo a última parceira a se apresentar não faltou garra e vigor, a parte mais cantada foi o refrão do meio, apesar de ser todo composto por expressões indígenas isso não foi impedimento para a torcida.
A Unidos do Viradouro fez na noite do último sábado, em sua quadra, mais uma etapa da eliminatória de samba-enredo para o Carnaval 2024. O site CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve presente. Abaixo, você pode conferir a análise de cada apresentação. Ao todo, seis parcerias se apresentaram e cinco estão na semifinal. A semifinal do concurso ocorrerá no sábado que vem, dia 23 de setembro.
Foto: Rafael Arantes/Divulgação Viradouro
No ano que vem, a Viradouro será a sexta e última escola a passar pelo Sambódromo da Marquês de Sapucaí na segunda-feira de Carnaval, dia 12 de fevereiro, encerrando os desfiles do Grupo Especial. A agremiação irá em busca do terceiro título de campeã da folia carioca com o enredo “Arroboboi, Dangbé”, sobre a energia do culto ao vodum serpente, que será desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon.
Parceria de Mocotó: A obra é assinada pelos compositores Mocotó, Peralta, Alexandre Fernandes, André Quintanilha, Bira do Canto, Rodrigo Deja, Reinaldo Guimarães, Ronilson, Henrique Vianna, Luiz Mata e com a participação especial de André Diniz. A torcida marcou presença em grande número trazendo luzes florescentes e chuva de papel picado. Emerson Dias e Bruno Ribas, responsáveis pela condução do samba, foram bem demais. A primeira parceria fez uma apresentação muito boa, mostrando que está crescendo na disputa. Um dos pontos que chamaram mais atenção foi a chamada para o refrão de cabeça que é um refrão potente “Arroboboi, à natureza Arroboboi.. O arco íris é dangbé… encanta o amanhecer” essa chamada era berrada pela torcida, além da melodia ser de um extremo bom gosto. Outra parte de grande destaque foi o segundo refrão que era muito cantado pela torcida. O refrão de cabeça também teve um canto contínuo e de bom rendimento. Alguns ritmistas da bateria e da harmonia cantaram o samba.
Parceria de Lucas Macedo: A obra é assinada pelos compositores Lucas Macedo, Diego Nicolau, Richard Valença, João Perigo, Cadu Cardoso, Marquinhos Paloma, Orlando Ambrósio, Lico Monteiro e Silas Augusto. A torcida fez uma festa com inúmeras bandeiras e cantando o tempo todo. Zé Paulo com todo o seu carisma, arrebentou na condução do samba. A apresentação foi um sacode, levantando o camarote que estavam os segmentos da escola. O refrão de cabeça levantou a quadra toda e ninguém ficou parado nas seis passadas da obra. O segundo refrão foi forte durante toda a apresentação também. Outro grande destaque é na virada melódica “Que acolhe a entidade, no clamor do adarrum”. Por falar em melodia, o samba possui algumas variações interessantes tanto na primeira parte quando na segunda parte. Exemplo: “À noite ou no clarão do dia, é ela quem faz o mundo girar”. Outra parte de grande destaque da apresentação é na chamada para o segundo refrão “Alafiou, alafiou, alafiou” a torcida berrava muito essa parte também. Alguns componentes da harmonia, diretoria e bateria cantaram muito o samba.
Parceria de Dudu Nobre: A obra é assinada pelos compositores Dudu Nobre, Deco, Samir Trindade, Victor Rangel, Deiny Leite, Valtinho Botafogo, Fabrício Sena, Felipe Sena e Jefferson Oliveira. A parceria contou com uma torcida apaixonada, que fez bonito na quadra com chuva de papel picado, bandeiras, presença do timbau e teve até serpente gigante no meio da torcida. Guto foi muito seguro na condução. Esse samba mostrou muita força com uma boa sintonia entre palco e torcida. A apresentação foi ótima e o ponto de maior destaque foi o refrão principal que tem sido uma explosão na quadra. O verso “Se me desafinar é guerra” é potente e fácil de grudar. A cabeça do samba também passa força com “Alafiou… lutar ou morrer Viradouro”. O segundo refrão também passou bem na quadra. Outro destaque foi na virada melódica “Jeje matriz do candomblé… Bahia ilê de ifé….toca o adarrum ÔÔÔÔ”. A chamada para o refrão de cabeça também passou com destaque “Quem jamais se rendeu… não vai desistir”. Foi possível notar alguns do segmento de harmonia cantando bastante o samba.
Parceria de Cláudio Mattos: A obra é assinada pelos compositores Cláudio Mattos, Cláudio Russo, Júlio Alves, Thiago Meiners, Manolo, Anderson Lemos, Vinicius Xavier, Celino Dias, Bartolo e Marco Moreno. A torcida também fez a sua festa e não parou de cantar um segundo sequer. Não teve coreografia apenas torcida, pois o camarote também participava toda vez que chegava na parte “Ê alafiou, ê alafiá… é o ninho da serpente jamais tente afrontar”. Pitty de Menezes foi excelente na condução do samba, que também contou com Rafael Tinguinha muito bem. Encerramento com chave de ouro. Um sacode! Assim como na parceria do Lucas Macedo levantou a galera do camarote. O refrão de cabeça passou forte demais e foi sem dúvida um dos destaques. A chamada para o refrão de cabeça foi outro ponto de desequilíbrio da parceria. O segundo refrão também foi muito cantado pela torcida. O verso “Vive em mim” logo na saída do refrão do meio foi berrado, assim como o verso “Ayi! Que seu veneno seja meu poder”. A primeira parte também foi bem executada, mostrando a força logo na cabeça do samba. Alguns componentes da bateria, diretoria e harmonia cantaram.
Parceria de Igor Leal: A obra é assinada pelos compositores Igor Leal, Gustavo Clarão, Inácio Rios, Márcio André, Arlindinho Cruz, Diogo Nogueira, Igor Federal, Rubinho, Vaguinho, Vitor Lajas e Igor Leal. Penúltimo samba da noite fez uma apresentação correta e contou com uma torcida que marcou presença fazendo uma linda coreografia. Freddy Vianna, intérprete da Mancha Verde, foi bem na condução do samba, junto com o time de apoio. O segundo refrão foi um dos grandes destaques da apresentação, sendo bem cantado pela torcida. Outro ponto de destaque vai na variação melódica “Eu vejo um Rio correndo pro mar”. Por falar na melodia, a parceria tem uma melodia que foge do habitual. Foi possível notar alguns ritmistas animados com a passagem da obra. Alguns componentes da harmonia também cantaram o samba.
A Estação Primeira de Mangueira abriu as portas de sua quadra, na noite desse sábado, para mais uma eliminatória da disputa para escolher o hino oficial para o Carnaval do ano que vem. Dando sequência a série “Eliminatórias”, a reportagem do site CARNAVALESCO esteve presente e acompanhou mais uma fase da competição. Ao todo, oito obras se apresentaram no palco da agremiação. Ao final, os sambas das parcerias de Jocelino e Fábio Martins foram cortados. Os demais seguem para a próxima etapa do concurso promovido pela verde e rosa que irá acontecer no sábado que vem, dia 23 de setembro.
Foto: J.M.Arruda/Divulgação Mangueira
Em 2024, a Mangueira levará para o Sambódromo da Marquês de Sapucaí o enredo “A negra voz do amanhã”, que fará um tributo para cantora Alcione. Essa homenagem terá a assinatura da dupla de carnavalescos formada por Guilherme Estevão e Annik Salmon, que irão para o segundo ano consecutivo na agremiação. A Estação Primeira será a quarta escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval, dia 12 de fevereiro, pelo Grupo Especial.
Parceria de Gilson Bernini: O primeiro samba a se apresentar na eliminatória mangueirense foi o composto por Gilson Bernini, Xande de Pilares, Cadu, Edinho Gomes, Kiosque Raiola e Jorginho Bernini. Responsável por comandar a obra, o intérprete Ito Melodia, voz oficial da Unidos da Tijuca, deu um show na quadra e contou com alguns apoios de luxo, como o dos cantores Bruno Ribas e Serginho do Porto. O refrão principal, com os versos “Hoje o morro desceu feliz/Nós somos sementes, Mangueira é raiz/ Um laço de amor que não se desfaz/ O samba não vai morrer… Jamais”, foi o grande ponto alto, sendo berrado pelos torcedores. Aliás, a torcida, que compareceu em peso, fez uma verdadeira festa. Eles vieram com bandeiras estilizadas, que faziam referência a Mangueira e ao Maranhão, terra natal de Alcione. Durante todo o tempo da apresentação, o grupo pulo, vibrou e fez coreografias. Quanto ao restante da quadra, houve uma recepção positiva a obra. Tanto que foi possível ver segmentos, como as baianas, cantando o samba a plenos pulmões.
Parceria de Bete da Mangueira: O samba de autoria de Bete da Mangueira, Ronie Oliveira, Márcio Bola, João Carlos, Giovani e Jotapê foi o terceiro a se apresentar na eliminatória da disputa promovida pela verde e rosa. O intérprete Tem Tem Jr. Foi o responsável por defender a obra na quadra. Os torcedores vieram com bandeiras verde e rosa, estampadas com uma estrela e o número da parceria. Empolgados, eles pularam e sambaram o tempo inteiro. O canto tinha seu ápice no refrão principal, “O morro vai descer…/ O samba não vai morrer/ É impossível esquecer teu nome/ Nos braços do povo a cantar/Mangueira hoje é Alcione”, que foi entoado com bastante força. O refrão do meio, com os versos “Nas turnês e nas baladas/Nas madrugadas ecoava o som/Dessa voz iluminada…/ A nossa diva, quem é? É marrom”, também chamou a atenção e teve um bom rendimento na quadra.
Parceria de Lequinho: Dando prosseguimento as apresentações, o quarto samba da noite de eliminatória foi o composto por Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Fadico, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim. O intérprete Tinga, voz oficial da Vila Isabel, foi quem comandou o microfone principal e soube conduzir a obra com maestria. Um dos pontos altos foi o refrão principal, com os versos “Meu palácio tem rainha e não é uma qualquer/ ‘Arreda homem que aí vem mulher’/ Verde e rosa dinastia pra honrar meus ancestrais/ Aqui o samba não morrerá jamais”. Outro destaque foi o trecho de subida para esse refrão, “Ela é odara, deusa da canção/ Negra voz, orgulho da nação”, que teve um excelente rendimento. Em grande número, os torcedores da parceria também mostraram sua força. Ornamentados com bandeiras nas cores da agremiação, o grupo sambou e cantou ao longo de toda a apresentação. A obra também contagiou o restante das pessoas presentes na quadra, sendo possível observar até mesmo alguns membros de segmentos, como baianas e ritmistas, cantarolando.
Parceria de Moacyr Luz: O samba assinado por Moacyr Luz, Pedro Terra, Gustavo Louzada, Karinah, Compadre Xico e Valtinho Botafogo foi o sexto a se apresentar. O cantor Gilsinho comandou o microfone principal com segurança e soube valorizar o desenho melódico da obra, mesmo com um ritmo mais “para frente” em alguns momentos. O refrão principal, com os versos “Erê, erê, erê, não deixe o samba morrer/ Erê, erê, é meu pedido final/ Minha escola ganhando mais um carnaval/ A Mangueira ganhando mais um Carnaval”, foi o grande destaque, sendo o trecho de maior rendimento na quadra. A torcida, uma das maiores da noite, berrou o samba e pulou o tempo inteiro. Eles vieram com bandeiras estilizadas da parceria, todas nas cores da agremiação.
Parceria de Thiago Meiners: A sétima e penúltima obra a se apresentar na noite de eliminatória mangueirense foi a de autoria de Thiago Meiners, Beto Savanna, Indio da Mangueira, Michel Pedroza, Wilson Mineiro e Julio Alves. O intérprete Pitty de Menezes, da Imperatriz Leopoldinense, foi quem conduziu a obra na quadra. O samba teve seus picos de rendimento durante os refrões, especialmente o do meio, com os versos “Nazareth dos azulejos de São Luís/ Da igrejinha à matriz, a sua fé/ Tambor de Mina, o encanto do meu Cazumbá/ Roda a saia menina pro bumba meu boi festejar”. Com bandeiras verde e rosa estampadas com os dizeres “Quem veste verde e rosa é sentinela de erê”, retirado do refrão principal, os torcedores se mostraram animados ao longo da apresentação e cantaram a obra o tempo inteiro. O restante da quadra também reagiu bem ao samba, sendo possível observar algumas pessoas cantando, entre elas, segmentos como as baianas.
Parceria de Samir Trindade: Encerrando as apresentações, o oitavo samba da noite de eliminatória foi assinado por Samir Trindade, Lacyr D’Mangueira, Romulo Presidente, Thiago Portela, Cristiano David e Vinicius Fernandes. O intérprete Igor Sorriso, da Mocidade Alegre, foi o responsável por defender a obra, que teve um desempenho avassalador na quadra. O refrão principal, com os versos “Mas é claro que é, Mangueira/ Primeira estação/ A verde e rosa chama seu nome/ Alcione”, assim como a chamada para ele, “Quem pisou na passarela é um pedaço de mim/ Todo mundo sabe ao longe pelo som do tamborim”, foram alguns dos destaques. A torcida, numerosa, também fez bonito. Ornamentados com bandeiras verde e rosa, os torcedores cantaram e pularam ao longo de toda a apresentação. Havia um grupo com baloes dourados em formato de letras, que formavam o nome Alcione. Ainda nas referências para a homenageada, a parceria trouxe uma artista caracterizada como a cantora, que performou no palco. Em relação ao restante da quadra, houve grande receptividade a obra, que foi entoada por diversos segmentos e até por baluartes como Guesinha, filha de Dona Neuma e neta de Saturnino Gonçalves, primeiro presidente da história da Mangueira.
A Imperatriz Leopoldinense fez na noite da última sexta-feira, em sua quadra em Ramos, a segunda etapa do concurso que vai escolher o samba-enredo para o Carnaval 2024. O site CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve presente. A noite começou com muito samba com a escola esquentando a disputa com apresentação de segmentos e sambas memoráveis. Também aconteceu uma homenagem ao compositor Guga, quinze vezes vencedor na Rainha de Ramos. Em seguida, a eliminatória com a presença de 8 obras. A dinâmica para cada apresentação foi de uma passada sem bateria, seguida de outras três com o acompanhamento dos ritmistas de mestre Lolo. A parceria de Hélio Porto foi a única cortada. Confira ao longo do texto a análise do desempenho de cada parceria nesta etapa do concurso de samba-enredo.
Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz
No próximo carnaval, a Imperatriz vai encerrar a primeira noite de desfiles do Grupo Especial no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. A Rainha de Ramos irá em busca do bicampeonato com o enredo “Com a sorte virada pra lua, segundo o testamento da cigana Esmeralda”, que está sendo desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira.
Parceria de Jorge Arthur: A parceria composta por Jorge Arthur, Cláudio Russo, Fadico, Dudu Miller, Marquinhos Bombeiro e Maestro abriu a noite.O samba foi conduzido pelos intérpretes Gilsinho, da Portela, e Tem-Tem Jr, do Império Serrano. Ambos os cantores fizeram uma apresentação muito correta da obra. O samba trouxe uma destacada linha melódica com alguns pontos altos como o refrão do meio “A sorte não tarda chegar”, em um falso refrão, ou seja não se repete. Outro destaque do ponto de vista melódico é o trecho no final da segunda do samba com os versos “Pela rua da ilusão vim caminhando a pé/ Pra encontrar a minha cigana de fé”. Esta parte se relaciona com o pré-refrão que também se sobressai na melodia com os versos “Ciganinha puerê Ciganinha puerá/A profecia vai se revelar”, que na repetição tem uma leve mudança de notas. A parte de maior energia e que foi a mais cantada pela torcida e por alguns integrantes da quadra foi o refrão principal “Vai clarear! Ê vai clarear…”. Apesar deste pedaço, no geral a obra não atingiu o público massivo da quadra e os segmentos, resumindo-se a alguns integrantes da escola e a própria torcida, que mesmo em um número mais reduzido, estava bastante animada e trouxe bolas nas cores verde e branco.
Parceria de Jeferson Lima: O segundo samba da noite foi composto por Jeferson Lima, Rômulo Meirelles, Jorge Goulart, Silvio Mesquita, Carlinhos Niterói, Bello e participação especial de Gigi da Estiva. O samba foi conduzido pelos intérpretes Nêgo, da União da Ilha, com apoio do experiente Silas Leléu. Uma grande apresentação da dupla, principalmente de Nêgo, que trouxe seus já conhecidos cacos, todos dentro da letra e da melodia, ajudando a elevar o desempenho da composição. A obra se adequou bastante com a cadência da bateria “Swing da Leopoldina”, com um andamento bastante agradável sem perder a força do samba que teve vários pontos altos em sua melodia como a primeira parte, logo no início da cabeça com os versos “busquei os versos pra contar/ o que esmeralda escreveu/ meu futuro é todo dela/ e o dela não é meu”. Um início mais melodioso que ganhou muito poder na voz do Nêgo. Outros pontos de muita força foram os dois refrãos em que a quadra se envolveu bastante, inclusive, segmentos da escola e o público em geral, muita gente dançando e pulando. A torcida também foi um ponto alto, numerosa, com bandeiras em diversas cores e na frente meninas vestidas com roupas de cigana bastante coloridas. Junto com a parceria do Me Leva foi o grupo que mais mexeu com a quadra, não reduzindo a animação e o interesse pela obra só à torcida.
Parceria de Guilherme Macedo: O terceiro samba da noite foi composto por Guilherme Macedo, Raul Dicaprio, Manfredini, Alexandre Cabeça, Alfredo Jr e Bernini. O samba foi defendido no palco pelos intérpretes Ito Melodia, da Unidos da Tijuca, Bruno Ribas da Unidos de Padre Miguel, além do apoio de Tuninho Júnior da Independentes de Olaria. A atuação dos cantores foi sem dúvida um ponto alto da apresentação, tanto pelo vigor e força do trio, quanto pelo bom encontro entre as vozes de Ito, Bruno e Tuninho. A obra tem como característica marcante ser um samba com o andamento para frente. É positivo, pois tem a tendência da vibração da obra não cair durante as apresentações. Mas, apesar de possuir refrãos fortes em termos de explosão musical, a obra não conseguiu envolver a quadra e os segmentos em geral, só algumas poucas pessoas cantando ou pulando fora da própria torcida. Os torcedores da parceria trouxeram bolas e a apresentação no palco contou com efeitos de cascata de faíscas quando a bateria entrava na segunda passada. Como pontos mais cantados foram os refrãos “Bambeia aí pra não cair da corda bamba…”, que é o do meio, mas também o principal “Cigana de puerê, puerá! Esmeralda confirmou, é aqui o meu lugar…” , além do trecho “Hoje tem arrasta povo, é manhã de carnaval” até o verso “coração leopoldinense diz que o sonho continua!”, momento mais voltado para a exaltação da escola.
Parceria de Zé Katimba: O quarto samba apresentado na noite foi de autoria de Zé Katimba, Dudu Nobre, Zé Inácio, Mirandinha sambista, Luizinho das camisas e Tuninho Professor. O intérprete Tinga, da Vila Isabel, foi o grande responsável por conduzir o samba de Zé Katimba e companhia, tendo alguns integrantes do carro da Vila no apoio, em especial seus filhos. Tinga é sempre um ponto alto em disputas de samba e nesta apresentação não fez por menos, com muita energia colocando o samba lá no alto em andamento, com muita explosão, mas com melodia e correção. A cabeça do samba, nos versos “no olhar da imperatriz tem o verde da esmeralda quero ver-te imperatriz no olhar da esmeralda é nossa gente em caravana”, apresenta um ponto de muito impacto, é uma estrutura que se assemelha e tem a força de um refrão, ainda que não se repita e esteja no início da primeira do samba. Mas, faz a obra já começar muito forte. No refrão do meio, a melodia também se destaca com “pés descalços no chão em celebração, festejando o amanhecer”, linha melódica que não cai de forma alguma no lugar comum. A torcida veio numerosa, com bandeiras e foi talvez a que mais pulou e se envolveu. Algumas mulheres vestidas de cigana à frente da torcida também causaram um interessante impacto na apresentação. Já em relação aos segmentos e público da quadra, o envolvimento com a obra foi menor do que a torcida e de algumas poucas parcerias, ainda que possa ser considerado satisfatório para continuar forte na briga. Não se percebeu trechos em que a obra caísse significativamente.
Parceria de Marquinho Lessa: O sexto samba a se apresentar foi dos compositores Marquinho Lessa, Henrique César, Dadinho, Chico de Belém, Cleiton RP e Waltinho Honorato. O samba foi conduzido pelos intérpretes da Mangueira, Marquinho Art’Samba e Dowglas Diniz. A grande surpresa no palco foi a presença de um violino que acompanhou o samba durante toda a apresentação, destacando-se em alguns momentos, e não atrapalhando o desenvolvimento das vozes. Também no palco, estavam presentes duas pessoas e uma criança, vestidos de ciganos, fazendo uma apresentação de danças típicas do povo de certa forma homenageado no enredo. O samba teve em seus pontos altos o refrão principal “Vai na Fé Imperatriz…” e o trecho final antes do refrão, representado pelo verso “Que a nossa comunidade chegou…”, o momento que gerava mais aclamação do público. Porém, as estrofes no geral foram pouco cantadas pela comunidade leopoldinense. Outro destaque, dessa vez pela melodia e pelo lirismo presente na letra, estava no verso “nos braços de Morfeu”. Em relação a torcida, o “povo” da parceria de Marquinhos Lessa não estava entre os maiores em contingentes, mas trouxeram bandeiras coloridas, participaram bastante com coreografias e com integrantes vestidos de ciganos. Uma mulher também com roupas típicas, em cima de pernas de pau, chamava bastante atenção e se destacava no meio da quadra. A apresentação dos cantores mostrou bom entrosamento e correção, inclusive, com os apoios.
Parceria de Nenel S Filho: Penúltimo samba da noite era uma obra solo do compositor Nenel S Filho. O samba foi conduzido pelo próprio Nenel, sem cantores de apoio, com cavaco e violão. O compositor mostrou muito carisma e coragem de acreditar em sua obra e levar ela adiante. Foi sambista e fez uma apresentação digna recebendo em troca o carinho da comunidade leopoldinense que dançou e organizou-se em uma pequena torcida no meio da quadra para a obra. A bateria e outros segmentos deram muita força para a apresentação, e confiante, Nenel deixava para o público o último verso do refrão principal “tem a sorte virada pra lua”. A obra tem um tom mais nostálgico com características de sambas mais antigos. Apesar do respeito da comunidade, e da vibração emocionante do artista ao receber a confirmação da passagem para a próxima etapa, o samba deverá ter problemas com um andamento mais correspondente com os utilizados nos dias atuais.
Parceria de Me Leva: O último samba da noite foi composto por Me Leva, Gabriel Coelho, Luiz Brinquinho, Miguel da Imperatriz. Antônio Crescente e Renne Barbosa. O samba foi conduzido pela parceria que deu certo ano passado na Verde e Branca de Ramos com Igor Vianna, hoje na Unidos de Bangu, e Igor Sorriso, da Mocidade Alegre. A dupla mostrou sintonia e conduziu bem a obra, mostrando entrosamento inclusive com a torcida que a parceria trouxe. Os componentes cantavam toda a vez que os cantores suprimiam o cantar e deixavam os trechos para o público. A obra também teve um envolvimento muito interessante com a comunidade em geral, segmentos como baianas e passistas cantavam e dançavam durante a apresentação do samba. A composição de Me Leva e companhia tem algumas características interessantes na melodia em alguns trechos como o pré-refrão que também é um dos conjuntos de versos que faz maior sucesso no canto com o “Ciganinha Puerê,puerê, puerá…”. Já o refrão principal mostra força e faz um ode a escola com o “Tá escrito nas estrelas, Imperatriz”. E o refrão do meio, é mais melodioso e distinto. A numerosa torcida trouxe bandeiras nas cores da escola e fez coreografia durante diversos trechos da apresentação. O andamento do samba não caiu em nenhum momento. Mostrou força, mais uma vez, e pode almejar ir longe nesta disputa.
O Arranco do Engenho de Dentro abriu as portas da própria quadra, na noite da última sexta-feira, para realizar a final do concurso de samba-enredo para o Carnaval de 2024. Ao todo, quatro obras chegaram na última etapa da competição. Cada uma delas teve direito a uma passada sem bateria e mais 20 minutos acompanhada dos ritmistas da “Sensação”. Após uma maratona de apresentações que varou a madrugada, o anúncio do hino oficial para o ano que vem ocorreu já no começo da manhã de sábado e a parceria de Gegê Fernandes, Negô Vinny, Robson Ramos, Niu Souza, Bello e Dilson Marimba se sagrou vencedora.
O samba escolhido irá embalar o enredo “Nise – reimaginação da loucura”, desenvolvido pelo carnavalesco estreante Nícolas Gonçalves. A proposta da escola é exaltar a importância de Nise da Silveira e abordar o seu legado para a saúde mental brasileira. No ano que vem, o Arranco será a terceira agremiação a desfilar na Avenida no sábado de Carnaval, dia 10 de fevereiro, pela Série Ouro.
“É um sentimento único vencer a disputa de samba. No meu caso, o último samba que tive no Sambódromo foi no Cubango, em 2004, e voltar a ter uma obra, feita com muito carinho, cuidado e amor, só desejo que essa obra possa levar o Arranco ao lugar mais alto do pódio. Como sou um sambista, eu gosto muito da parte que cita um trecho da música da D. Ivone Lara, que era parceira na Nise: “sonho meu, a inclusão. Sonho meu, brilha nesse chão. O rei momo avisou que o meu Arranco é todo amor'”, disse o compositor Gegê Fernandes.
Fotos de Allan Duffes/CARNAVALESCO
“É uma emoção muito grande, porque eu já tive aqui como vice-diretor de Carnaval em um momento de grande dificuldade, que a gente não sabia se ia ter condições de botar o desfile na rua. Isso foi na época em que escola estava na Intendente Magalhães. E ter participado um pouquinho dessa trajetória para chegar até onde o Arranco chegou e hoje voltar como compositor tendo a minha obra escolhida como hino oficial para o Carnaval de 2024 é algo indescritível. Só quem pisa nesse chão sabe que aqui nada é fácil, tudo é difícil. Sei como é sofrida a comunidade do Engenho de Dentro, o nosso Arranco. Se Deus quiser, vai ser um Carnaval maravilhoso e o nosso hino vai ajudar que a escola consiga almejar maiores passos até o Grupo Especial. Essa é a minha segunda vitória no Arranco, já venci em outras escolas também, mas aqui tem uma emoção maior. Aqui é a escola do meu coração. Aqui é tudo amor de verdade”, completou o compositor Negô Vinny.
A presidente do Arranco do Engenho de Dentro, Tatiana dos Santos, conversou com a reportagem do site CARNAVALESCO sobre os preparativos visando o Carnaval de 2024. A mandatária adiantou um pouco do que o sambista em geral, em especial aqueles que são torcedores da escola, podem esperar da apresentação no ano que vem.
“Muita emoção. Acho que a marca do Arranco na Marquês de Sapucaí este ano vai ser essa. Queremos arrancar lágrimas, queremos que a pessoa se veja em tudo que a gente vai apresentar, porque cada um carrega um pouquinho de toda a história que levaremos para a Avenida. Quanto ao tamanho que o nosso desfile vai ter, só digo uma coisa: sonho é uma coisa que não se paga. Então, o nosso sonho é um Carnaval gigantesco, com muito amor. Sei que sou suspeita para falar isso, mas garanto que o projeto do Carnaval de 2024 do Arrancos está absurdamente lindo”, ressaltou Tatiana.
Depois de conseguir garantir a permanência na Marquês de Sapucaí, o Arranco quer alçar voos ainda maiores. Porém, para isso, alguns desafios ainda precisam ser superados, entre eles as questões envolvendo a falta de um espaço adequado para a confecção do Carnaval. Na entrevista para a reportagem, Tatiana dos Santos destacou o que tira de lição da experiência vivida com o último desfile.
“Para o Arranco foi uma vitória muito grande colocar o Carnaval de 2023 na Avenida. A gente passou por muita dificuldade, afinal estávamos vindo de nove anos na Intendente Magalhães. E você volta sem aquela estrutura toda, sem barracão, fazendo carro na chuva, fazendo fantasia na quadra, água por tudo quanto é canto… Muita gente não acreditava que o Arranco ia conseguir desfilar. Mas, colocamos aquele amor, a força, a garra do arranquista, e dessa união fizemos o nosso trabalho acontecer. Erros, a gente comete o tempo inteiro, porque esse é o Carnaval. É um errinho aqui, um errinho ali, que gente vai transformando e ajeitando no nosso dia a dia. E acho que a maior lição que carregamos do Carnaval de 2023 para o do ano que vem é que a gente vai com o dobro da garra. A gente fez o nosso retorno para Sapucaí, conseguimos permanecer e agora é ter mais força de vontade para alcançar posições ainda melhores”, avaliou a presidente.
Carnavalesco exalta primeira oportunidade na Sapucaí
Após a saída de Antônio Gonzaga, o Arranco resolveu novamente apostar em um estreante para o posto de carnavalesco e contratou Nícolas Gonçalves. Natural de Guaratinguetá, no interior de São Paulo, o artista é formado na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e possui experiência em montagens operísticas, exposições, além de produções de audiovisual em teatro. Ele atuou também no Carnaval de maquete e foi campeão em sua cidade natal pela A.R.E.S. Embaixada do Morro. Na folia carioca, ele teve passagens por diferentes escolas, nas quais desempenhou as mais diversas funções, e agora terá a missão de assinar seu primeiro desfile no Sambódromo da Marquês de Sapucaí.
“É uma responsabilidade, mas estou me sentindo muito feliz. Desde que eu cheguei, fui muito bem acolhido aqui. Aliás, é uma alegria essa minha primeira oportunidade na Sapucaí ser no Arranco, que é uma escola que abraça. Para gente que está iniciando, é muito bom ser recepcionado dessa forma, porque vale lembrar que é uma estreia. Por mais que eu já tenha uma trajetória no Carnaval, é inevitável ficar ansioso ou inseguro. Porém, a todo tempo aqui na escola, eles me fazem sentir como se fosse o melhor carnavalesco. Eles acreditam no meu projeto, compram o meu barulho. Então, repito que estou muito feliz de estar estreando aqui. Agradeço muito minha presidente que está me apoiando, que está fazendo das tripas coração para que a gente consiga tirar o projeto do papel do jeito que estou imaginando. Não à toa, fizemos uma disputa de samba, algo que não vinha sendo feito na escola, e estou muito feliz por isso também. Resumindo, estou contente de ajudar, de participar desse avanço, desse crescimento que a escola merece. Que o Arranco se firme cada vez mais na Sapucaí”, declarou Nícolas Gonçalves em entrevista concedida para a reportagem do site CARNAVALESCO.
Para falar sobre a história de Nise da Silveira, a escola optou por fazer uma abordagem afetuosa e carnavalizada, dando enfoque à sensibilidade da homenageada diante da imensidão dos mundos da loucura. Por conta disso, a narrativa do desfile funcionará como uma espécie de um conto ficcional. Nele, a médica retorna ao atual Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira, antigo Centro Psiquiátrico Nacional de Engenho de Dentro, para uma análise das memórias do passado e dos feitos da atualidade. Na conversa com o site CARNAVALESCO, Nícolas Gonçalves relatou como surgiu a ideia desse enredo, deu detalhes sobre essa adordagem e adiantou o que não pode faltar nele.
“Quando eu vim para cá, vim com uma responsabilidade. O Antônio Gonzaga, que está na Portela agora, fez aqui um grande enredo no Carnaval de 2023, com uma pegada territorial muito forte, e as pessoas compraram essa ideia. Tendo isso em mente, tive o desafio de trazer um enredo que novamente a comunidade se identificasse. E foi uma surpresa muito grande quando eu vi que a Nise trabalhou a duas quadras de distância do Arranco, que ela escreveu sua história tão perto da escola, fazendo parte também da identidade e do imaginário coletivo do bairro. Todos aqui já ouviram falar da história da Nise, apesar de não conhecerem profundamente, como a gente quer trazer no enredo. Todo mundo passava pelo Instituto e relembrava ‘ah, o hospital dos loucos’. Então, é muito legal trazer essa história para conhecimento novamente. As pessoas do bairro estão muito felizes de estarem entendendo mais ainda. Portanto, esse enredo encaixou muito pela questão da territorialidade e pela Nísia ser uma mulher. A escola, hoje, tem a presença no comando de Dona Diná, da Tatiana dos Santos, que são mulheres guerreiras, assim como a Nise foi. Além disso tudo, o enredo ainda homenageia o instituto que hoje leva o nome da Nise. É mais uma grande instituição do Engenho de Dentro que realiza um trabalho artístico incrível e está sendo uma emoção muito legal estar em diálogo com eles, propondo parcerias, ações conjuntas. A gente tem duas potências gigantes no bairro e fazer essa loucura literalmente suburbana é uma baita oportunidade. Estou me sentindo muito realizado por isso. Acho que é uma parceria muito boa. E basicamente é isso, não pode faltar essa identidade do bairro e a identidade do instituto, que traz toda essa questão artística muito forte, que combina muito com a escola de samba e tem tudo para dar certo. Pelo menos, essa é a minha aposta”, afirmou.
Nélio Azevedo, um dos diretores de harmonia
Mestre Gilmar volta ao carnaval para comandar a bateria
Em entrevista ao site CARNAVALESCO, mestre Gilmar falou sobre a volta ao carnaval e o período em que ficou fora. “Foi um período de reavaliação. Eu estava há 32 anos em uma agremiação, dedicado ao samba. E esse afastamento foi para uma análise do que eu já fiz, do que eu queria para mim e para a minha família. Se parar para pensar, ser um sambista é não ter natal, ano novo, não ter tempo para a família. E reavaliar também o comportamento, alguns conceitos sobre bateria e samba. Estar de fora, olhar o samba, o carnaval e a evolução das baterias, foi muito bom por esse lado. É claro que eu senti muito, eram 32 anos ininterruptos, parte da minha vida dedicada à Sapucaí, e ficar 2 anos afastado, deu para eu reavaliar tudo o que eu queria. Agora, veio essa oportunidade no Arranco, onde eu vou colocar tudo o que sei e aprendi nesse tempo afastado, e reaprender muitas coisas”.
Mestre Gilmar citou o que pode melhorar na bateria para 2024 e conversou sobre paradinhas e bossas. “Os dois mestres de bateria do último carnaval, foram crias minhas. Para mim, eles fizeram um excelente trabalho e, quando eu vi no que eles se transformaram, eu fiquei muito feliz, porque vieram para o Arranco por indicação minha. Eu vou seguir, claro com um pouco do que eu acho que possa ser, com meu tempo de bateria. Hoje, as pessoas me olham muito como quem gosta de bossa. Eu gosto muito de coisas diferentes, mas hoje eu quero montar uma bateria, uma estrutura de bateria. Eu costumo falar sempre: a melhor bossa que pode ter na avenida é o bom andamento. Vou buscar o andamento perfeito, o toque coeso entre todos os instrumentos e, devagarinho, a gente vai ter uma cara. Eu estou pensando mesmo no samba, no que trazer. Nesse primeiro momento, eu quero criar uma característica para a bateria do Arranco. Com o tempo eu penso em bossa, que é consequência de um bom samba. Com o passar dos anos, eu puxei o freio com a questão das bossas. Gosto muito, mas agora busco uma coisa melodicamente mais tranquila. Todo mundo me conheceu por bossas mirabolantes. Continuo gostando, mas no momento, estou montando uma estrutura de bateria. Terá bossa sim, mas bem mais tranquila do que já fiz”.
Casal confiante no próximo desfile
Renovados para o Carnaval 2024, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Yuti e Gislaine, primeiro fez um balanço de 2023.
“Faltou um pouco mais de experiência. Foi o meu primeiro ano, então foi um aprendizado para que, no próximo ano, os erros não sejam cometidos novamente. Foi mais uma preparação, que teve aquela tensão de ser a primeira vez. Então, para o ano que vem, nós vamos trabalhar de outra forma para superar os erros de 2023”, disse a porta-bandeira. “Nós tiramos dois 9,9 e dois 10. Foi uma experiência muito boa, porque foi uma prova de fogo. Ela foi maravilhosa e mostrou muito bem o trabalho dela. Tivemos algumas divergências, mas são coisas que acontecem. Dificuldades sempre vão existir, mas conseguimos superar e tirar uma boa pontuação, mesmo esperando algo menor. Devido a ser a primeira escola. Uma escola vinda da Intendente Magalhães. Mas, felizmente os jurados viram o Arranco, que fez um trabalho grandioso, viram que tínhamos profissionais maravilhosos. O que deixou a gente bastante feliz”, completou o mestre-sala.
A dupla falou também sobre a fantasia para 2024 e projetou o desfile do ano que vem. “Muito trabalho e dedicação. A paixão pelo pavilhão é sempre um fato crescente, que requer entrega. Vamos trabalhar a questão técnica, a resistência… a preparação já começou. Com o samba escolhido influencia totalmente na nossa coreografia e o trabalho já começa. Aí, o tempo fica corrido e cada dia conta muito”, afirmou Gislaine.
“Nós estamos sabendo da ideia da fantasia, que é brilhante. Nunca vi na Sapucaí. Será muito técnica e visada. Totalmente diferente do que as pessoas esperam”, assegurou Yuri.
Quem também falou com a reportagem do site CARNAVALESCO foi o diretor de Carnaval do Arranco, Múcio Travassos. Ele antecipou que, apesar da escolha do hino oficial ocorrer em setembro, a escola só deve iniciar seus ensaios de quadra no mês de novembro. Já o começo dos treinos de rua deve ficar somente para dezembro.
“Já temos um planejamento feito, mas ainda faltam algumas arestas serem paradas para conseguirmos bater o martelo sobre a data certa que vamos começar os nossos ensaios. Nossa expectativa é em novembro dar início aos ensaios de quadra. Já os de rua a estimativa é que comecem em dezembro e se intensifiquem em janeiro”, contou o diretor de Carnaval.
Múcio Travassos também comentou sobre a situação envolvendo o barracão da escola. Segundo o diretor, a agremiação está ocupando dois espaços distintos, o que exige uma maior logística por parte dos profissionais.
“Estamos com dois barracões para fazermos as nossas alegorias. Um na Via Binário do Porto e o outro na Central. A gente trabalha em escalas, enquanto uma equipe está em um barracão, a outra está no segundo espaço. É um trabalho em conjunto. Esperamos que Deus nos abençoe para que a gente consiga fazer um desfile brilhante em dois espaços diferentes. Não é fácil, mas temos fé. Estamos correndo atrás de um local que a gente consiga concentrar tudo nele, mas está difícil. Porém, a esperança é a última que morre”, pontuou.
Juventude no carro de som
Para o desfile do ano que vem, o Arranco terá uma nova dupla de intérpretes. Após Diego Nicolau deixar a escola, a azul e branca contratou Thiago Acácio para comandar o carro de som ao lado de Pamela Falcão. Em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO, os dois fizeram uma análise sobre o início dessa parceria e destacaram como tem sido o processo de trabalho juntos.
“Thiago foi um presente. Em 2023, eu fiz uma dupla de milhões com o Diego Nicolau e, para o ano que vem, Papai do Céu me abençoou com esse novo parceiro, que é uma pessoa extraordinária. A nossa voz casou super bem e agora temos mais é que trabalhar”, destacou Pamela.
“Ela roubou minha frase, porque ia falar também que é um presente tê-la do meu lado. Mas, eu posso dizer uma coisa: se estou hoje no Arranco, um dos motivos é a Pamela. Ela foi uma das pessoas que me escolheu para estar do lado dela no comando do carro de som e esse encontro está sendo cada dia mais satisfatório. A gente tem se enamorado um pelo outro, esse processo de gravações dos sambas tem feito a gente se apaixonar ainda mais pelo nosso trabalho e isso tem dado resultados. Todas as vezes que a gente sobe no palco da quadra estamos mais entrosados, mais animados e tenho certeza que a gente vai fazer um trabalho lindo juntos na Avenida no Carnaval de 2024”, ressaltou Thiago, logo em seguida.
Análise das parcerias na final
Parceria de Gegê Fernandes: O primeiro samba a se apresentar no palco da quadra do Arranco na final da disputa para definir o hino oficial da escola em 2024 foi o de autoria de Gegê Fernandes, Negô Vinny, Robson Ramos, Niu Souza, Bello e Dilson Marimba. O intérprete Wantuir, da Porto da Pedra, foi o responsável por conduzir a obra, que teve uma boa performance. O refrão principal, com os versos “Não é delírio não… É felicidade/ Nise, a saudade te faz regressar/ Reimaginando a insanidade/Loucura é não saber amar”, foi o destaque, sendo o trecho de melhor rendimento. Numerosa, a torcida da parceria fez uma grande festa. Ornamentados com balões nas cores da escola, além de fitas coloridas, o grupo cantou, pulou e fez coreografias ao longo dos mais de 20 minutos de apresentação. Houve chuva de serpentinas no meio da galera, assim como a utilização de fogos de artifício no palco. Quanto ao restante da quadra, a recepção ao samba foi positiva. Foi possível observar algumas pessoas de fora da torcida entoando a obra, dentre elas diretores de harmonia.
Parceria de Tony Matos: Dando sequência, a segunda obra a se apresentar na final da disputa promovida pelo Arranco foi a assinada por Tony Matos, Claudinho Dvd, Rafinha, Zé Paulo Miranda, Igor Vinícius e Enidio Guimarães. O jovem intérprete Igor Vinícius comandou o microfone principal, tendo o veterano Luizinho Andanças como um luxuoso apoio, e mostrou segurança na função. O samba melodioso teve como pontos altos os refrões, especialmente o do meio, com os versos “Pincel da tela da ilusão/ Instabilidade da emoção/ Te dei a mão, não dei a mão/ Parece verdade, só que não”. Já como ponto negativo, vale mencionar o baixo rendimento da obra na quadra, mesmo com os esforços do time de cantores. Quanto à torcida, a parceria contou com uma quantidade extremamente pequena de pessoas nela. Esses torcedores trouxeram cartazes com desenhos abstratos e até demonstraram certa animação ao longo da apresentação, porém pouco cantaram a obra.
Parceria de PC: A obra composta por PC, Carlinhos, Maciel Zilmar Conde, Bira do Banjo e Téo Dimeriti foi a terceira a se apresentar na final. O intérprete Silas Leleu é quem defendeu o samba, que teve um desempenho mediano. Os refrões foram os grandes destaques, sendo o principal, com os versos “O vento soprando foi comvidar/ A ‘dama do samba’ pra ver o filme passar/ É colorida a imagem do Carnaval/ Reflete um brilho especial”, o de melhor rendimento. Um ponto fraco da obra foi a perda de fôlego ao longo dos mais de 20 minutos no palco, chegando a arrastar por alguns trechos durante as duas últimas passadas. Em relação a torcida, com bandeiras coloridas como adereços de mão, eles mostraram empolgação e cantaram forte principalmente nos refrões. Porém, essa vibração do grupo não contagiou o restante da quadra, que em sua maioria apenas assistiu a apresentação.
Parceria de Noca Neto: Finalizando as apresentações, o samba composto pela parceria de Noca Neto, Serginho do Porto, Clarissa Mainardi, Ângelo Gaia, Marcus Teles e Gabriel Sampaio foi o quarto nessa decisão da disputa do Arranco. O intérprete Serginho do Porto, um dos autores da obra, é quem teve a missão de conduzi-la no palco da final. O cantor estava tão confiante que até mesmo arriscou descer e ir para perto da torcida. Ao decorrer dos mais de 20 minutos de apresentação, o samba conseguiu manter uma performance boa, tendo como ponto alto o refrão principal, com os versos “Vem resistir/ É loucura suburbana na Sapucaí/ Meu futuro se refaz/ E o Arranco anuncia/ Manicômio nunca mais”. Aliás, os torcedores, que compareceram em peso, foram uma atração à parte. Com balões nas cores da agremiação e estandartes diversos, o grupo cantou e sambou o tempo inteiro, fazendo alguns movimentos coreografados. Eles trouxeram ainda uma faixa com os dizeres “Arranco anuncia manicômio nunca mais!”, retirada justamente do refrão principal da obra. Em relação ao restante da quadra, o samba teve uma receptividade positiva. Não foi difícil observar vários dos presentes no local entoando a obra. Até membros de segmentos como a bateria e a harmonia foram vistos cantarolando ela.
Compositores: Gegê Fernandes, Negô Vinny, Robson Ramos, Niu Souza, Bello e Dilson Marimba
Me julgas por quê?
Se tenho o poder de sonhar
Em telas pincel o viajar
Por um mundo que é só meu
Perdido no caos, dispenso a razão Da grade que aprisiona a criação
O afeto venceu o medo e a dor
Livre do aperto do opressor
Cadeados abertos, muros ao chão
Ninguém supera a força da imaginação
No templo da arte… profusão em cores
A tela é a janela pro infinito
No meu universo particular
Vejo o mundo mais bonito
A pintura ganha vida
Na ilusão dessa avenida… se torna real
Ouço a batucada ensandecida
Na “Loucura Suburbana” é carnaval…
De confete e serpentina é carnaval.
Sonho meu a inclusão
Sonho meu brilhar nesse chão
O Rei Momo avisou
Oue meu Arranco é todo amor
Não é delírio não… é felicidade
Nise, a saudade te fez regressar
Reimaginando a insanidade
Loucura é não saber amar
A Beija-Flor de Nilópolis abriu as portas de sua quadra, na noite da última quinta-feira, para mais uma eliminatória da disputa para escolher o hino oficial para o Carnaval do ano que vem. Dando sequência a série “Eliminatórias”, a reportagem do site CARNAVALESCO esteve presente e acompanhou mais uma fase da competição. Ao todo, oito obras se apresentaram e o samba da parceria Moisés Silva acabou sendo cortado. A próxima etapa do concurso de samba-enredo da azul e branca ocorrerá em 21 de setembro.
Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Beija-Flor
Em 2024, a Beija-Flor terá como enredo “Um delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila”, assinado pelo carnavalesco João Vitor Araújo. Na ocasião, a Deusa da Passarela será a segunda agremiação a passar pelo Sambódromo da Marquês de Sapucaí no domingo, dia 11 de fevereiro, pelo Grupo Especial. Esta será a primeira vez que a azul e branca desfilará nesta posição.
Parceria de Nurynho Almawi: A obra assinada pelos compositores Nurynho Almawi, João Fernandes, Márcio Oliveira, Professora Tânia, Gylnei Bueno e Professora Marli Jane foi a primeira a se apresentar. A torcida não estava numerosa, mas fez barulho, trazendo balões e alguns dizeres em cartazes. Nurynho, que é um dos compositores, comandou a rapaziada do palco e mostrou potência. Sem dúvida alguma o verso “Sou comunidade não dá pra negar” ecoou na apresentação do samba 300, pois foi o mais cantado pela torcida e por algumas pessoas que acompanhavam. Outra parte que se destacou na apresentação foi a chamada para o refrão de cabeça “Maceió, o nosso povo chega pra te ver, com uma vontade louca de vencer, eu vou mostrar por quê”. O refrão do meio não empolgava como o primeiro, talvez, pelo fato dele ser muito corrido e praticamente sem tempo para os intérpretes respirarem. Foi uma apresentação regular da obra.
Parceria de Junior PQD: a obra é assinada pelos compositores Junior PQD, Rodrigo Tinta, Márcio França, Nando Souza, Robinho Donozo, JC Saraiva e com participações especiais de Thiago Sodório, André Araújo e Cleissinho Teixeira. A torcida fez bonito, comparecendo em bom número trazendo as tradicionais bandeiras. O samba foi bem conduzido pelo promissor Ronaldo que pertence ao carro de som da Beija-Flor. A variação melódica “Papai contava, que a realeza esbanjava raça” passou muito bem na quadra, sendo um dos destaques. Um outro destaque é o refrão de cabeça que a torcida cantava bastante. Assim como na primeira parceria, o refrão do meio apenas passou e não levantou a galera. Não foi possivel observar segmentos aderindo ao samba.
Parceria de Junior Trindade: A obra é assinada pelos compositores Junior Trindade, Rômulo Presidente, Gilberto Oliveira, Samir Trindade, Robinho e Thiago Portela. A torcida bem grande deu um show antes mesmo de começar a apresentação, cantando sem parar o refrão principal. Marquinho Art Samba e Tiganá conduziram muito bem o samba. A apresentação foi forte do início ao fim, mostrando que está forte na disputa para ser o hino da Beija-Flor. O refrão principal foi uma explosão na quadra, onde todos cantavam muito. A cabeça do samba, mais uma vez, foi um grande destaque, evidenciando a beleza na melodia. A chamada para o refrão de cabeça com o verso de efeito “Não é delírio algum a minha Escola campeã de novo” era berrado também pela torcida. Durante a apresentação foi possível notar alguns segmentos cantando o samba, como harmonia, bateria e baianas. Uma apresentação convincente e forte da parceria.
Parceria de Léo do Piso: A obra assinada pelos compositores Léo do Piso, Diego Oliveira, Diogo Rosa, Júlio Assis, Manolo e Wilson Tatá, se apresentou logo depois do samba 5 e deu um verdadeiro show. A torcida gigantesca fez uma festa danada durante toda a apresentação com direito até a bolinhas de sabão, agregando com o show que estava acontecendo no palco. Tinga e Pitty conduziram com a mesma excelência habitual. Foram vários pontos de destaques: cabeça do samba fortíssima, melodia que não se arrasta, com variações melódicas tanto na primeira parte quanto na segunda parte do samba. A chamada para o refrão principal provocou um alvoroço na torcida e da galera que acompanha: “Quem nasceu pra vencer não escolhe a missão, tem na veia a coragem e axé no coração”. O refrão principal foi um espetáculo à parte, pois era berrado pela torcida. Alguns componentes da bateria estavam cantando o samba, assim como integrantes da harmonia. Uma excelente apresentação do samba 1 que vai mostrando suas credencias a cada apresentação.
Parceria de Kirraizinho: A obra assinada pelos compositores Kirraizinho, Lucas Gringo, Wilsinho Paz, Venir Vieira, Marquinhos Beija-Flor e Dr Rogério, mostrou que está crescendo na disputa se apresentando muito bem nesta etapa. A torcida estava em grande número e fez bonito na quadra. Emerson Dias foi ótimo na condução do samba e contou com um time de respeito no palco, Igor Vianna, Charles Silva e Igor Pitta. A parte mais cantada pela torcida, sem dúvida, foi o verso “Aqui é Beija-Flor doa a quem doer”. Na verdade, ele não era cantado, era berrado. A melodia não é de fácil compreensão, mas passou bem e não teve problemas. O segundo refrão foi bem animado, e em todas as passadas era possível ver a galera cantando e pulando. Foi possível notar alguns segmentos cantando o samba como baianas e harmonia. Apresentação muito boa do samba 23.
Parceria de Sidney de Pilares: A obra assinada pelos compositores Sidney de Pilares, Jorginho Moreira, Orlando Ambrósio, Lico Monteiro, Cláudio Gladiador, Ailson Picanço e com participações especiais de Myngauzinho, Gigi da Estiva e Richard Valença, passou bem na quadra. A torcida com suas inúmeras bandeiras fez a sua parte berrando o samba em sua totalidade antes mesmo de começar a apresentação. Zé Paulo conduziu muito bem o samba junto com a rapaziada do apoio. O samba conta com uma melodia diferenciada e isso fica visível logo na cabeça. O falso refrão do meio passou muito bem, animado com uma levada gostosa. O refrão de cabeça é forte e foi muito cantado pela torcida. Um dos pontos altos novamente foi na parte do “Ê pajuçara Ê pajuçara” evidenciando a boa melodia da obra e a animação. Foi possível notar alguns componentes cantando o samba. Foi uma boa apresentação do samba 39.
Parceria de Serginho Sumaré: A obra assinada pelos compositores Serginho Sumaré, Xande Ribeiro, Nelson Oliveira, André do Cavaco, Filipe Zizou, Ali Gringojabr e participações especiais de Cláudio Vagareza, Leo Freire e Luciano Gomes, encerrou a noite de apresentações. A torcida do samba 54 também compareceu e fez bonito. Evandro Malandro e Nino do Milênio tiveram uma atuação muito boa na condução do samba. O ponto alto da apresentação foi o segundo refrão que era bem divertido. O samba tem uma caída na segunda parte e melhora na parte “A corte nilopolitana, chega exaltando”. O refrão de cabeça cumpriu bem o seu papel na apresentação. Foi possível observar alguns integrantes da harmonia cantando o samba.
A Unidos da Tijuca realizou em sua quadra, na noite dessa quinta-feira, mais uma etapa do concurso de samba-enredo para o Carnaval de 2024. Como parte da série “Eliminatórias”, a reportagem do site CARNAVALESCO esteve presente e acompanhou essa nova fase da competição promovida pela azul pavão e amarelo-ouro da Zona Norte do Rio. Ao todo, sete obras seguem no páreo, sendo que cada uma teve 20 minutos para se apresentar. O anúncio das classificadas será feito na próxima segunda-feira, às 17h, nas redes sociais da agremiação. Já a sequência da disputa acontecerá na quinta-feira que vem, dia 22 de setembro.
No ano que vem, a escola do Borel levará para o Sambódromo da Marquês de Sapucaí o enredo intitulado de “O Conto de Fados”, assinado pelo carnavalesco Alexandre Louzada, cuja proposta é fazer uma viagem a Portugal para mostrar diversos aspectos da história do país como fábulas, mistérios e lendas populares. A Unidos da Tijuca será a quinta agremiação a cruzar a Avenida no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro, em busca do quinto título de campeã da folia carioca.
Parceria de Gilmar L Silva: O primeiro samba a se apresentar na eliminatória tijucana foi o composto por Gilmar L Silva, Mauro Gaguinho de Araruama, Marquinho Bombeiro, Sergio Pires, Fernando Gogó de Ouro e Pires de Praia Seca. O intérprete Serginho do Porto foi o responsável por defender a obra, que teve um desempenho mediano na quadra. Os momentos de maior rendimento foram os refrões, especialmente o refrão do meio com os versos “Meu olhar marejou nas ondas do mar/ Marejou meu olhar mareja/ Tesouro guardado em terra de ofir/ Que as águas do tejo irão refletir”. A torcida veio com adereços de mão, que consistiam em bastões decorados com balões nas cores da agremiação. Por conta da chuva que atingiu a cidade do Rio no fim da tarde e início da noite de quinta, alguns torcedores não conseguiram comparecer. Porém, mesmo com o número reduzido de pessoas, o grupo não fez feio. Cantaram, pularam e até fizeram coreografias. Os picos de animação e de canto ocorreram justamente nos refrões. Quanto ao restante da quadra, não houve muita adesão ao samba. A maioria dos presentes apenas assistiu aos 20 minutos de apresentação, sem esboçar reações.
Parceria de Júlio Alves: O samba de autoria de Júlio Alves, Cláudio Russo, Jorge Arthur, Silas Augusto, Chico Alves e D’Sousa foi o segundo a se apresentar em mais uma noite de eliminatória da Unidos da Tijuca. O intérprete Tinga, voz oficial da Vila Isabel, foi quem conduziu a obra, que teve uma performance muito boa na quadra. O destaque foi o refrão principal com os versos “Gira baiana perfumada de alecrim/ Que a Unidos da Tijuca defuma no benjoin/ Roda na gira a saia de linho rendado/ Que o fado vira samba, e o samba vira fado”. Outro trecho que sobressaiu foi “Portugal das glórias que revelam o passado/Ao monstro que sangrou escravizados/E veio aportar no mar/Que brilha sob o céu de vera cruz/ Um banho de alfazema que conduz/O santo rosário e o povo de fé/ Pra cantar o fado tijucano/Macumbado de amém e axé”, presente na segunda estrofe, cuja o desenho melódico enriquece o samba. Ornamentada com bandeiras estilizadas do pavilhão da escola, estampas com o número da parceria, a torcida se mostrou bastante animada. Eles vibraram e fizeram coreografias o tempo inteiro. Se observou também uma boa recepção do restante da quadra ao samba. Foi possível notar diversas pessoas dançando e cantarolando a obra ao longo dos 20 minutos de apresentação. Entre essas pessoas estavam alguns membros de segmentos, como a velha-guarda e as baianas.
Parceria de Márcio André: A terceira obra a se apresentar foi a assinada por Márcio André, Igor Federal, Daniel Katar, Bello, Diogo Nogueira e Igor Leal. O intérprete Nêgo, da União da Ilha do Governador, comandou o microfone oficial com segurança. A torcida, uma das maiores da noite, realizou uma verdadeira festa na quadra. Com bandeiras e balões nas cores da agremiação, eles cantaram e dançaram sem parar. Antes mesmo da apresentação começar, os torcedores já entoavam a obra com força. Os momentos de explosão aconteciam nos refrões, em especial durante o refrão principal, com os versos “Hoje o Borel desce em romaria/ Veste a fantasia rumo a Portugal/ Lá vem Tijuca de alma lusitana/Fadada pra brilhar nesse carnaval”. Apesar desse show promovido pela torcida, a reação do restante da quadra em relação a obra foi apenas tímida, com poucas pessoas cantando ou sambando ao longo do período de apresentação.
Parceria de Eduardo Medrado: Dando sequência nas apresentações, a quarta obra na eliminatória tijucana foi a composta por Eduardo Medrado, Kleber Rodrigues, Adolpho Konder, Sandro Nery, André Braga e Luiz Pavarotti, com as participações especiais de André Diniz e Evandro Bocão. Os intérpretes Tem Tem Jr. E Chitão Martins defenderam o samba, que teve um ótimo rendimento na quadra. Os cantores souberam conduzir a obra com firmeza, valorizando o desenho melódico dela, sem que ficasse arrastada. O refrão principal, com os versos “Ó virgem santa, por favor/Mãe Fátima que vive lá no céu/Proteja com seu manto de amor/Meu povo tão humilde do Borel”, foi um dos grandes destaques, assim como o refrão do meio. Quanto à torcida, o grupo veio com bandeiras azuis e amarelas, além de estandartes com a imagem de Nossa Senhora de Fátima. Empolgados, eles pularam e cantaram ao longo dos 20 minutos de apresentação, especialmente nos refrões entoados a plenos pulmões.
Parceria de Leandro Gaúcho: O quinto samba a se apresentar na noite de eliminatória foi o composto por Leandro Gaúcho, Gustavinho Oliveira, Marcus Lopes, Josemar Manfredini, Aldir Senna e Alexandre Cabeça. Assim como ocorreu na semana passada, houve problemas técnicos na parte de som. Por conta disso, a apresentação teve um atraso em seu início. Após cerca de cinco minutos, a situação foi contornada. A obra teve condução feita por uma dupla de intérpretes formada por Bruno Ribas e Emerson Dias, vozes oficiais da Unidos de Padre Miguel e do Salgueiro, respectivamente. Os dois mostraram sintonia e, ao lado dos cantores de apoio, conseguiram fazer o samba render na quadra. O ponto alto foi o refrão principal com os versos “Ao som do cavaco, que veio de lá/ Um conto de fados, eu sou Tijuca, ó pá/ O nobre gajo que herdou esse traço imortal/ De união Brasil – Portugal”. Em relação a torcida, o grupo veio com balões nas cores da Unidos da Tijuca, além de bandeiras dos dois países. Eles se mostraram bastante animados e até fizeram algumas coreografias. Quanto ao restante da quadra, a obra teve uma boa recepção, sendo possível observar diferentes pessoas cantando durante a apresentação, porém poucos desses eram ligados a segmentos.
Parceria de Sereno: A obra de autoria de Sereno, Dinny da Vila, JB Oliveira, Camila Lúcio, Deiny e Mano Kleber, com as participações especiais de Wagner Zanco e Almeida Sambista, foi a sexta a se apresentar. O intérprete Wander Pires foi o encarregado de defender o samba e explorou a característica melódica dele. No entanto, o bom desempenho do cantor não foi o suficiente para fazer a obra ir bem na quadra. “Sou ouro de mãe/ E azul pavão/ Mostra teu segredo, me dê proteção/ Senhora do manto, milagroso véu/ Abençoa o povo do Borel”, foi o ponto alto. Já a segunda estrofe se destacou negativamente, devido a queda acentuada de rendimento neste trecho. Quanto à torcida, o grupo veio com bandeirinhas estampadas com o pavilhão estilizado da escola e demonstraram muita energia. Com relação ao canto, ele tinha picos de força justamente no refrão principal.
Parceria de Totonho: O sétimo e último samba da noite de eliminatória tijucana foi o assinado por Totonho, Marcelo Adnet, Fadico, Dudu, Gabriel Machado e Rodrigo Alves. A obra teve o intérprete Igor Sorriso, da Mocidade Alegre, no comando do microfone principal. O time de cantores ainda contou com a presença de Igor Vianna, da Unidos de Bangu. A torcida, uma das maiores da noite, fez bonito na quadra. Com bandeiras nas cores azul e amarelo, eles cantaram, sambaram e fizeram coreografias. Os momentos de explosão ocorreram durante o refrão principal, com os versos “A emoção cruzou o mar/ Pro teu segredo revelar/ Enquanto bater um coração tijucano/ O amor renascerá/A emoção cruzou o mar/ Pro teu segredo revelar/Enquanto bater um coração lusitano/ O amor renascerá”. O restante da quadra também reagiu positivamente a apresentação. Não foi difícil ver pessoas ligadas a segmentos da escola, como harmonia e passistas, dançando e entoando a obra com vontade.
Após enfrentar diversas dificuldades para conseguir colocar o desfile de 2023 na rua, a vermelha e branca aposta no enredo “Chão de Devoção: Orgulho Ancestral”, do carnavalesco Marcus Paulo, para novamente voltar aos bons tempos. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, o presidente Edson Marinho prometeu fazer um dos maiores desfiles da história da escola. * OUÇA AQUI O SAMBA DE 2024
Foto: Allan Duffes/CARNAVALESCO
“O carnaval da Estácio de Sá em 2024 vai ser um dos maiores de todos os tempos. Isso começa pelo enredo, que foi muito bem aceito pelos críticos, pelos grandes pesquisadores de carnaval. Desde o lançamento, ele foi muito comentado. Como consequência desse enredo, nós tivemos uma safra de samba, que compositor nunca tinha visto uma tão forte quanto essa. E olha que disputei samba na Estácio durante 39 anos. Algumas pessoas, alguns diretores da escola, até vieram comentar comigo que eu estaria na maior dificuldade no mundo, que não queriam estar no meu lugar, por ter que escolher apenas um de uma safra tão forte. Tivemos aqui na quadra quatro sambas. Eu poderia ter fechado os olhos e pescado qualquer um que a Estácio estaria muito bem representada. Isso me deu certo conforto, me deixou muito tranquilo, que não tinha como errar. Qualquer um dos quatro poderiam ser o samba campeão. Então, podem esperar um dos maiores desfiles da história da Estácio”.
O dirigente citou após ser compositor por quatro década possui agora um grande desafio que é comandar a escola. “É um desafio muito grande assumir a Estácio no momento atual, mas eu sou muito apaixonado pela escola. Fiquei quase quatro décadas aqui como compositor, eu tenho um tempo bom de casa. De fato, nesse início de trabalho tivermos muita dificuldade realmente, mas hoje o barracão da Estácio está coberto, os protótipos estão entre 90% e 95% prontos e a gente deve terminar ainda esta semana, vamos começar a fazer reprodução das nossas roupas… Aos poucos, estamos arrumando as coisas. Podem ter certeza de um grande carnaval”.
Edson Marinho revelou também como está o processo de melhoria do espaço que a escola conseguiu para fazer seu barracão, no bairro do Rio Comprido, na Zona Norte da cidade. “A parte mais crítica era a cobertura. Já foi instalada a luz, a Cedae esta semana vai colocar água, falta agora a gente dá uma ajeitada no piso. Porém, a maior dificuldade nossa era a cobertura. Afinal, chuva e sol, destrói tudo. Então, esse problema já foi resolvido e estamos muito felizes com a cobertura. Graças a Deus, vamos começar a mexer nos carros já e quem conhece a Estácio garanto que vamos fazer um Carnaval para disputar o título. A Estácio vai voltar para o lugar de onde ela nunca deveria ter saído”.