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Loucura é não saber amar! Parceria de Gegê Fernandes vence samba do Arranco para o Carnaval 2024

Samba escolhido irá embalar o enredo “Nise – reimaginação da loucura”, desenvolvido pelo carnavalesco estreante Nícolas Gonçalves

O Arranco do Engenho de Dentro abriu as portas da própria quadra, na noite da última sexta-feira, para realizar a final do concurso de samba-enredo para o Carnaval de 2024. Ao todo, quatro obras chegaram na última etapa da competição. Cada uma delas teve direito a uma passada sem bateria e mais 20 minutos acompanhada dos ritmistas da “Sensação”. Após uma maratona de apresentações que varou a madrugada, o anúncio do hino oficial para o ano que vem ocorreu já no começo da manhã de sábado e a parceria de Gegê Fernandes, Negô Vinny, Robson Ramos, Niu Souza, Bello e Dilson Marimba se sagrou vencedora.

O samba escolhido irá embalar o enredo “Nise – reimaginação da loucura”, desenvolvido pelo carnavalesco estreante Nícolas Gonçalves. A proposta da escola é exaltar a importância de Nise da Silveira e abordar o seu legado para a saúde mental brasileira. No ano que vem, o Arranco será a terceira agremiação a desfilar na Avenida no sábado de Carnaval, dia 10 de fevereiro, pela Série Ouro.

“É um sentimento único vencer a disputa de samba. No meu caso, o último samba que tive no Sambódromo foi no Cubango, em 2004, e voltar a ter uma obra, feita com muito carinho, cuidado e amor, só desejo que essa obra possa levar o Arranco ao lugar mais alto do pódio. Como sou um sambista, eu gosto muito da parte que cita um trecho da música da D. Ivone Lara, que era parceira na Nise: “sonho meu, a inclusão. Sonho meu, brilha nesse chão. O rei momo avisou que o meu Arranco é todo amor'”, disse o compositor Gegê Fernandes.

Fotos de Allan Duffes/CARNAVALESCO

“É uma emoção muito grande, porque eu já tive aqui como vice-diretor de Carnaval em um momento de grande dificuldade, que a gente não sabia se ia ter condições de botar o desfile na rua. Isso foi na época em que escola estava na Intendente Magalhães. E ter participado um pouquinho dessa trajetória para chegar até onde o Arranco chegou e hoje voltar como compositor tendo a minha obra escolhida como hino oficial para o Carnaval de 2024 é algo indescritível. Só quem pisa nesse chão sabe que aqui nada é fácil, tudo é difícil. Sei como é sofrida a comunidade do Engenho de Dentro, o nosso Arranco. Se Deus quiser, vai ser um Carnaval maravilhoso e o nosso hino vai ajudar que a escola consiga almejar maiores passos até o Grupo Especial. Essa é a minha segunda vitória no Arranco, já venci em outras escolas também, mas aqui tem uma emoção maior. Aqui é a escola do meu coração. Aqui é tudo amor de verdade”, completou o compositor Negô Vinny.

A presidente do Arranco do Engenho de Dentro, Tatiana dos Santos, conversou com a reportagem do site CARNAVALESCO sobre os preparativos visando o Carnaval de 2024. A mandatária adiantou um pouco do que o sambista em geral, em especial aqueles que são torcedores da escola, podem esperar da apresentação no ano que vem.

“Muita emoção. Acho que a marca do Arranco na Marquês de Sapucaí este ano vai ser essa. Queremos arrancar lágrimas, queremos que a pessoa se veja em tudo que a gente vai apresentar, porque cada um carrega um pouquinho de toda a história que levaremos para a Avenida. Quanto ao tamanho que o nosso desfile vai ter, só digo uma coisa: sonho é uma coisa que não se paga. Então, o nosso sonho é um Carnaval gigantesco, com muito amor. Sei que sou suspeita para falar isso, mas garanto que o projeto do Carnaval de 2024 do Arrancos está absurdamente lindo”, ressaltou Tatiana.

Depois de conseguir garantir a permanência na Marquês de Sapucaí, o Arranco quer alçar voos ainda maiores. Porém, para isso, alguns desafios ainda precisam ser superados, entre eles as questões envolvendo a falta de um espaço adequado para a confecção do Carnaval. Na entrevista para a reportagem, Tatiana dos Santos destacou o que tira de lição da experiência vivida com o último desfile.

“Para o Arranco foi uma vitória muito grande colocar o Carnaval de 2023 na Avenida. A gente passou por muita dificuldade, afinal estávamos vindo de nove anos na Intendente Magalhães. E você volta sem aquela estrutura toda, sem barracão, fazendo carro na chuva, fazendo fantasia na quadra, água por tudo quanto é canto… Muita gente não acreditava que o Arranco ia conseguir desfilar. Mas, colocamos aquele amor, a força, a garra do arranquista, e dessa união fizemos o nosso trabalho acontecer. Erros, a gente comete o tempo inteiro, porque esse é o Carnaval. É um errinho aqui, um errinho ali, que gente vai transformando e ajeitando no nosso dia a dia. E acho que a maior lição que carregamos do Carnaval de 2023 para o do ano que vem é que a gente vai com o dobro da garra. A gente fez o nosso retorno para Sapucaí, conseguimos permanecer e agora é ter mais força de vontade para alcançar posições ainda melhores”, avaliou a presidente.

Carnavalesco exalta primeira oportunidade na Sapucaí

Após a saída de Antônio Gonzaga, o Arranco resolveu novamente apostar em um estreante para o posto de carnavalesco e contratou Nícolas Gonçalves. Natural de Guaratinguetá, no interior de São Paulo, o artista é formado na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e possui experiência em montagens operísticas, exposições, além de produções de audiovisual em teatro. Ele atuou também no Carnaval de maquete e foi campeão em sua cidade natal pela A.R.E.S. Embaixada do Morro. Na folia carioca, ele teve passagens por diferentes escolas, nas quais desempenhou as mais diversas funções, e agora terá a missão de assinar seu primeiro desfile no Sambódromo da Marquês de Sapucaí.

“É uma responsabilidade, mas estou me sentindo muito feliz. Desde que eu cheguei, fui muito bem acolhido aqui. Aliás, é uma alegria essa minha primeira oportunidade na Sapucaí ser no Arranco, que é uma escola que abraça. Para gente que está iniciando, é muito bom ser recepcionado dessa forma, porque vale lembrar que é uma estreia. Por mais que eu já tenha uma trajetória no Carnaval, é inevitável ficar ansioso ou inseguro. Porém, a todo tempo aqui na escola, eles me fazem sentir como se fosse o melhor carnavalesco. Eles acreditam no meu projeto, compram o meu barulho. Então, repito que estou muito feliz de estar estreando aqui. Agradeço muito minha presidente que está me apoiando, que está fazendo das tripas coração para que a gente consiga tirar o projeto do papel do jeito que estou imaginando. Não à toa, fizemos uma disputa de samba, algo que não vinha sendo feito na escola, e estou muito feliz por isso também. Resumindo, estou contente de ajudar, de participar desse avanço, desse crescimento que a escola merece. Que o Arranco se firme cada vez mais na Sapucaí”, declarou Nícolas Gonçalves em entrevista concedida para a reportagem do site CARNAVALESCO.

Para falar sobre a história de Nise da Silveira, a escola optou por fazer uma abordagem afetuosa e carnavalizada, dando enfoque à sensibilidade da homenageada diante da imensidão dos mundos da loucura. Por conta disso, a narrativa do desfile funcionará como uma espécie de um conto ficcional. Nele, a médica retorna ao atual Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira, antigo Centro Psiquiátrico Nacional de Engenho de Dentro, para uma análise das memórias do passado e dos feitos da atualidade. Na conversa com o site CARNAVALESCO, Nícolas Gonçalves relatou como surgiu a ideia desse enredo, deu detalhes sobre essa adordagem e adiantou o que não pode faltar nele.

“Quando eu vim para cá, vim com uma responsabilidade. O Antônio Gonzaga, que está na Portela agora, fez aqui um grande enredo no Carnaval de 2023, com uma pegada territorial muito forte, e as pessoas compraram essa ideia. Tendo isso em mente, tive o desafio de trazer um enredo que novamente a comunidade se identificasse. E foi uma surpresa muito grande quando eu vi que a Nise trabalhou a duas quadras de distância do Arranco, que ela escreveu sua história tão perto da escola, fazendo parte também da identidade e do imaginário coletivo do bairro. Todos aqui já ouviram falar da história da Nise, apesar de não conhecerem profundamente, como a gente quer trazer no enredo. Todo mundo passava pelo Instituto e relembrava ‘ah, o hospital dos loucos’. Então, é muito legal trazer essa história para conhecimento novamente. As pessoas do bairro estão muito felizes de estarem entendendo mais ainda. Portanto, esse enredo encaixou muito pela questão da territorialidade e pela Nísia ser uma mulher. A escola, hoje, tem a presença no comando de Dona Diná, da Tatiana dos Santos, que são mulheres guerreiras, assim como a Nise foi. Além disso tudo, o enredo ainda homenageia o instituto que hoje leva o nome da Nise. É mais uma grande instituição do Engenho de Dentro que realiza um trabalho artístico incrível e está sendo uma emoção muito legal estar em diálogo com eles, propondo parcerias, ações conjuntas. A gente tem duas potências gigantes no bairro e fazer essa loucura literalmente suburbana é uma baita oportunidade. Estou me sentindo muito realizado por isso. Acho que é uma parceria muito boa. E basicamente é isso, não pode faltar essa identidade do bairro e a identidade do instituto, que traz toda essa questão artística muito forte, que combina muito com a escola de samba e tem tudo para dar certo. Pelo menos, essa é a minha aposta”, afirmou.

Nélio Azevedo, um dos diretores de harmonia

Mestre Gilmar volta ao carnaval para comandar a bateria

Em entrevista ao site CARNAVALESCO, mestre Gilmar falou sobre a volta ao carnaval e o período em que ficou fora. “Foi um período de reavaliação. Eu estava há 32 anos em uma agremiação, dedicado ao samba. E esse afastamento foi para uma análise do que eu já fiz, do que eu queria para mim e para a minha família. Se parar para pensar, ser um sambista é não ter natal, ano novo, não ter tempo para a família. E reavaliar também o comportamento, alguns conceitos sobre bateria e samba. Estar de fora, olhar o samba, o carnaval e a evolução das baterias, foi muito bom por esse lado. É claro que eu senti muito, eram 32 anos ininterruptos, parte da minha vida dedicada à Sapucaí, e ficar 2 anos afastado, deu para eu reavaliar tudo o que eu queria. Agora, veio essa oportunidade no Arranco, onde eu vou colocar tudo o que sei e aprendi nesse tempo afastado, e reaprender muitas coisas”.

Mestre Gilmar citou o que pode melhorar na bateria para 2024 e conversou sobre paradinhas e bossas. “Os dois mestres de bateria do último carnaval, foram crias minhas. Para mim, eles fizeram um excelente trabalho e, quando eu vi no que eles se transformaram, eu fiquei muito feliz, porque vieram para o Arranco por indicação minha. Eu vou seguir, claro com um pouco do que eu acho que possa ser, com meu tempo de bateria. Hoje, as pessoas me olham muito como quem gosta de bossa. Eu gosto muito de coisas diferentes, mas hoje eu quero montar uma bateria, uma estrutura de bateria. Eu costumo falar sempre: a melhor bossa que pode ter na avenida é o bom andamento. Vou buscar o andamento perfeito, o toque coeso entre todos os instrumentos e, devagarinho, a gente vai ter uma cara. Eu estou pensando mesmo no samba, no que trazer. Nesse primeiro momento, eu quero criar uma característica para a bateria do Arranco. Com o tempo eu penso em bossa, que é consequência de um bom samba. Com o passar dos anos, eu puxei o freio com a questão das bossas. Gosto muito, mas agora busco uma coisa melodicamente mais tranquila. Todo mundo me conheceu por bossas mirabolantes. Continuo gostando, mas no momento, estou montando uma estrutura de bateria. Terá bossa sim, mas bem mais tranquila do que já fiz”.

Casal confiante no próximo desfile

Renovados para o Carnaval 2024, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Yuti e Gislaine, primeiro fez um balanço de 2023.

“Faltou um pouco mais de experiência. Foi o meu primeiro ano, então foi um aprendizado para que, no próximo ano, os erros não sejam cometidos novamente. Foi mais uma preparação, que teve aquela tensão de ser a primeira vez. Então, para o ano que vem, nós vamos trabalhar de outra forma para superar os erros de 2023”, disse a porta-bandeira. “Nós tiramos dois 9,9 e dois 10. Foi uma experiência muito boa, porque foi uma prova de fogo. Ela foi maravilhosa e mostrou muito bem o trabalho dela. Tivemos algumas divergências, mas são coisas que acontecem. Dificuldades sempre vão existir, mas conseguimos superar e tirar uma boa pontuação, mesmo esperando algo menor. Devido a ser a primeira escola. Uma escola vinda da Intendente Magalhães. Mas, felizmente os jurados viram o Arranco, que fez um trabalho grandioso, viram que tínhamos profissionais maravilhosos. O que deixou a gente bastante feliz”, completou o mestre-sala.

A dupla falou também sobre a fantasia para 2024 e projetou o desfile do ano que vem. “Muito trabalho e dedicação. A paixão pelo pavilhão é sempre um fato crescente, que requer entrega. Vamos trabalhar a questão técnica, a resistência… a preparação já começou. Com o samba escolhido influencia totalmente na nossa coreografia e o trabalho já começa. Aí, o tempo fica corrido e cada dia conta muito”, afirmou Gislaine.

“Nós estamos sabendo da ideia da fantasia, que é brilhante. Nunca vi na Sapucaí. Será muito técnica e visada. Totalmente diferente do que as pessoas esperam”, assegurou Yuri.

Quem também falou com a reportagem do site CARNAVALESCO foi o diretor de Carnaval do Arranco, Múcio Travassos. Ele antecipou que, apesar da escolha do hino oficial ocorrer em setembro, a escola só deve iniciar seus ensaios de quadra no mês de novembro. Já o começo dos treinos de rua deve ficar somente para dezembro.

“Já temos um planejamento feito, mas ainda faltam algumas arestas serem paradas para conseguirmos bater o martelo sobre a data certa que vamos começar os nossos ensaios. Nossa expectativa é em novembro dar início aos ensaios de quadra. Já os de rua a estimativa é que comecem em dezembro e se intensifiquem em janeiro”, contou o diretor de Carnaval.

Múcio Travassos também comentou sobre a situação envolvendo o barracão da escola. Segundo o diretor, a agremiação está ocupando dois espaços distintos, o que exige uma maior logística por parte dos profissionais.

“Estamos com dois barracões para fazermos as nossas alegorias. Um na Via Binário do Porto e o outro na Central. A gente trabalha em escalas, enquanto uma equipe está em um barracão, a outra está no segundo espaço. É um trabalho em conjunto. Esperamos que Deus nos abençoe para que a gente consiga fazer um desfile brilhante em dois espaços diferentes. Não é fácil, mas temos fé. Estamos correndo atrás de um local que a gente consiga concentrar tudo nele, mas está difícil. Porém, a esperança é a última que morre”, pontuou.

Juventude no carro de som

Para o desfile do ano que vem, o Arranco terá uma nova dupla de intérpretes. Após Diego Nicolau deixar a escola, a azul e branca contratou Thiago Acácio para comandar o carro de som ao lado de Pamela Falcão. Em conversa com a reportagem do site CARNAVALESCO, os dois fizeram uma análise sobre o início dessa parceria e destacaram como tem sido o processo de trabalho juntos.

“Thiago foi um presente. Em 2023, eu fiz uma dupla de milhões com o Diego Nicolau e, para o ano que vem, Papai do Céu me abençoou com esse novo parceiro, que é uma pessoa extraordinária. A nossa voz casou super bem e agora temos mais é que trabalhar”, destacou Pamela.

“Ela roubou minha frase, porque ia falar também que é um presente tê-la do meu lado. Mas, eu posso dizer uma coisa: se estou hoje no Arranco, um dos motivos é a Pamela. Ela foi uma das pessoas que me escolheu para estar do lado dela no comando do carro de som e esse encontro está sendo cada dia mais satisfatório. A gente tem se enamorado um pelo outro, esse processo de gravações dos sambas tem feito a gente se apaixonar ainda mais pelo nosso trabalho e isso tem dado resultados. Todas as vezes que a gente sobe no palco da quadra estamos mais entrosados, mais animados e tenho certeza que a gente vai fazer um trabalho lindo juntos na Avenida no Carnaval de 2024”, ressaltou Thiago, logo em seguida.

Análise das parcerias na final

Parceria de Gegê Fernandes: O primeiro samba a se apresentar no palco da quadra do Arranco na final da disputa para definir o hino oficial da escola em 2024 foi o de autoria de Gegê Fernandes, Negô Vinny, Robson Ramos, Niu Souza, Bello e Dilson Marimba. O intérprete Wantuir, da Porto da Pedra, foi o responsável por conduzir a obra, que teve uma boa performance. O refrão principal, com os versos “Não é delírio não… É felicidade/ Nise, a saudade te faz regressar/ Reimaginando a insanidade/Loucura é não saber amar”, foi o destaque, sendo o trecho de melhor rendimento. Numerosa, a torcida da parceria fez uma grande festa. Ornamentados com balões nas cores da escola, além de fitas coloridas, o grupo cantou, pulou e fez coreografias ao longo dos mais de 20 minutos de apresentação. Houve chuva de serpentinas no meio da galera, assim como a utilização de fogos de artifício no palco. Quanto ao restante da quadra, a recepção ao samba foi positiva. Foi possível observar algumas pessoas de fora da torcida entoando a obra, dentre elas diretores de harmonia.

Parceria de Tony Matos: Dando sequência, a segunda obra a se apresentar na final da disputa promovida pelo Arranco foi a assinada por Tony Matos, Claudinho Dvd, Rafinha, Zé Paulo Miranda, Igor Vinícius e Enidio Guimarães. O jovem intérprete Igor Vinícius comandou o microfone principal, tendo o veterano Luizinho Andanças como um luxuoso apoio, e mostrou segurança na função. O samba melodioso teve como pontos altos os refrões, especialmente o do meio, com os versos “Pincel da tela da ilusão/ Instabilidade da emoção/ Te dei a mão, não dei a mão/ Parece verdade, só que não”. Já como ponto negativo, vale mencionar o baixo rendimento da obra na quadra, mesmo com os esforços do time de cantores. Quanto à torcida, a parceria contou com uma quantidade extremamente pequena de pessoas nela. Esses torcedores trouxeram cartazes com desenhos abstratos e até demonstraram certa animação ao longo da apresentação, porém pouco cantaram a obra.

Parceria de PC: A obra composta por PC, Carlinhos, Maciel Zilmar Conde, Bira do Banjo e Téo Dimeriti foi a terceira a se apresentar na final. O intérprete Silas Leleu é quem defendeu o samba, que teve um desempenho mediano. Os refrões foram os grandes destaques, sendo o principal, com os versos “O vento soprando foi comvidar/ A ‘dama do samba’ pra ver o filme passar/ É colorida a imagem do Carnaval/ Reflete um brilho especial”, o de melhor rendimento. Um ponto fraco da obra foi a perda de fôlego ao longo dos mais de 20 minutos no palco, chegando a arrastar por alguns trechos durante as duas últimas passadas. Em relação a torcida, com bandeiras coloridas como adereços de mão, eles mostraram empolgação e cantaram forte principalmente nos refrões. Porém, essa vibração do grupo não contagiou o restante da quadra, que em sua maioria apenas assistiu a apresentação.

Parceria de Noca Neto: Finalizando as apresentações, o samba composto pela parceria de Noca Neto, Serginho do Porto, Clarissa Mainardi, Ângelo Gaia, Marcus Teles e Gabriel Sampaio foi o quarto nessa decisão da disputa do Arranco. O intérprete Serginho do Porto, um dos autores da obra, é quem teve a missão de conduzi-la no palco da final. O cantor estava tão confiante que até mesmo arriscou descer e ir para perto da torcida. Ao decorrer dos mais de 20 minutos de apresentação, o samba conseguiu manter uma performance boa, tendo como ponto alto o refrão principal, com os versos “Vem resistir/ É loucura suburbana na Sapucaí/ Meu futuro se refaz/ E o Arranco anuncia/ Manicômio nunca mais”. Aliás, os torcedores, que compareceram em peso, foram uma atração à parte. Com balões nas cores da agremiação e estandartes diversos, o grupo cantou e sambou o tempo inteiro, fazendo alguns movimentos coreografados. Eles trouxeram ainda uma faixa com os dizeres “Arranco anuncia manicômio nunca mais!”, retirada justamente do refrão principal da obra. Em relação ao restante da quadra, o samba teve uma receptividade positiva. Não foi difícil observar vários dos presentes no local entoando a obra. Até membros de segmentos como a bateria e a harmonia foram vistos cantarolando ela.

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