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Parcerias de Jeferson Lima e Me Leva são destaques em segunda eliminatória de samba na Imperatriz

Outro destaque da noite foi a parceria encabeçada por Zé Katimba

A Imperatriz Leopoldinense fez na noite da última sexta-feira, em sua quadra em Ramos, a segunda etapa do concurso que vai escolher o samba-enredo para o Carnaval 2024. O site CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve presente. A noite começou com muito samba com a escola esquentando a disputa com apresentação de segmentos e sambas memoráveis. Também aconteceu uma homenagem ao compositor Guga, quinze vezes vencedor na Rainha de Ramos. Em seguida, a eliminatória com a presença de 8 obras. A dinâmica para cada apresentação foi de uma passada sem bateria, seguida de outras três com o acompanhamento dos ritmistas de mestre Lolo. A parceria de Hélio Porto foi a única cortada. Confira ao longo do texto a análise do desempenho de cada parceria nesta etapa do concurso de samba-enredo.

Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

No próximo carnaval, a Imperatriz vai encerrar a primeira noite de desfiles do Grupo Especial no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. A Rainha de Ramos irá em busca do bicampeonato com o enredo “Com a sorte virada pra lua, segundo o testamento da cigana Esmeralda”, que está sendo desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira.

Parceria de Jorge Arthur: A parceria composta por Jorge Arthur, Cláudio Russo, Fadico, Dudu Miller, Marquinhos Bombeiro e Maestro abriu a noite.O samba foi conduzido pelos intérpretes Gilsinho, da Portela, e Tem-Tem Jr, do Império Serrano. Ambos os cantores fizeram uma apresentação muito correta da obra. O samba trouxe uma destacada linha melódica com alguns pontos altos como o refrão do meio “A sorte não tarda chegar”, em um falso refrão, ou seja não se repete. Outro destaque do ponto de vista melódico é o trecho no final da segunda do samba com os versos “Pela rua da ilusão vim caminhando a pé/ Pra encontrar a minha cigana de fé”. Esta parte se relaciona com o pré-refrão que também se sobressai na melodia com os versos “Ciganinha puerê Ciganinha puerá/A profecia vai se revelar”, que na repetição tem uma leve mudança de notas. A parte de maior energia e que foi a mais cantada pela torcida e por alguns integrantes da quadra foi o refrão principal “Vai clarear! Ê vai clarear…”. Apesar deste pedaço, no geral a obra não atingiu o público massivo da quadra e os segmentos, resumindo-se a alguns integrantes da escola e a própria torcida, que mesmo em um número mais reduzido, estava bastante animada e trouxe bolas nas cores verde e branco.

Parceria de Jeferson Lima: O segundo samba da noite foi composto por Jeferson Lima, Rômulo Meirelles, Jorge Goulart, Silvio Mesquita, Carlinhos Niterói, Bello e participação especial de Gigi da Estiva. O samba foi conduzido pelos intérpretes Nêgo, da União da Ilha, com apoio do experiente Silas Leléu. Uma grande apresentação da dupla, principalmente de Nêgo, que trouxe seus já conhecidos cacos, todos dentro da letra e da melodia, ajudando a elevar o desempenho da composição. A obra se adequou bastante com a cadência da bateria “Swing da Leopoldina”, com um andamento bastante agradável sem perder a força do samba que teve vários pontos altos em sua melodia como a primeira parte, logo no início da cabeça com os versos “busquei os versos pra contar/ o que esmeralda escreveu/ meu futuro é todo dela/ e o dela não é meu”. Um início mais melodioso que ganhou muito poder na voz do Nêgo. Outros pontos de muita força foram os dois refrãos em que a quadra se envolveu bastante, inclusive, segmentos da escola e o público em geral, muita gente dançando e pulando. A torcida também foi um ponto alto, numerosa, com bandeiras em diversas cores e na frente meninas vestidas com roupas de cigana bastante coloridas. Junto com a parceria do Me Leva foi o grupo que mais mexeu com a quadra, não reduzindo a animação e o interesse pela obra só à torcida.

Parceria de Guilherme Macedo: O terceiro samba da noite foi composto por Guilherme Macedo, Raul Dicaprio, Manfredini, Alexandre Cabeça, Alfredo Jr e Bernini. O samba foi defendido no palco pelos intérpretes Ito Melodia, da Unidos da Tijuca, Bruno Ribas da Unidos de Padre Miguel, além do apoio de Tuninho Júnior da Independentes de Olaria. A atuação dos cantores foi sem dúvida um ponto alto da apresentação, tanto pelo vigor e força do trio, quanto pelo bom encontro entre as vozes de Ito, Bruno e Tuninho. A obra tem como característica marcante ser um samba com o andamento para frente. É positivo, pois tem a tendência da vibração da obra não cair durante as apresentações. Mas, apesar de possuir refrãos fortes em termos de explosão musical, a obra não conseguiu envolver a quadra e os segmentos em geral, só algumas poucas pessoas cantando ou pulando fora da própria torcida. Os torcedores da parceria trouxeram bolas e a apresentação no palco contou com efeitos de cascata de faíscas quando a bateria entrava na segunda passada. Como pontos mais cantados foram os refrãos “Bambeia aí pra não cair da corda bamba…”, que é o do meio, mas também o principal “Cigana de puerê, puerá! Esmeralda confirmou, é aqui o meu lugar…” , além do trecho “Hoje tem arrasta povo, é manhã de carnaval” até o verso “coração leopoldinense diz que o sonho continua!”, momento mais voltado para a exaltação da escola.

Parceria de Zé Katimba: O quarto samba apresentado na noite foi de autoria de Zé Katimba, Dudu Nobre, Zé Inácio, Mirandinha sambista, Luizinho das camisas e Tuninho Professor. O intérprete Tinga, da Vila Isabel, foi o grande responsável por conduzir o samba de Zé Katimba e companhia, tendo alguns integrantes do carro da Vila no apoio, em especial seus filhos. Tinga é sempre um ponto alto em disputas de samba e nesta apresentação não fez por menos, com muita energia colocando o samba lá no alto em andamento, com muita explosão, mas com melodia e correção. A cabeça do samba, nos versos “no olhar da imperatriz tem o verde da esmeralda quero ver-te imperatriz no olhar da esmeralda é nossa gente em caravana”, apresenta um ponto de muito impacto, é uma estrutura que se assemelha e tem a força de um refrão, ainda que não se repita e esteja no início da primeira do samba. Mas, faz a obra já começar muito forte. No refrão do meio, a melodia também se destaca com “pés descalços no chão em celebração, festejando o amanhecer”, linha melódica que não cai de forma alguma no lugar comum. A torcida veio numerosa, com bandeiras e foi talvez a que mais pulou e se envolveu. Algumas mulheres vestidas de cigana à frente da torcida também causaram um interessante impacto na apresentação. Já em relação aos segmentos e público da quadra, o envolvimento com a obra foi menor do que a torcida e de algumas poucas parcerias, ainda que possa ser considerado satisfatório para continuar forte na briga. Não se percebeu trechos em que a obra caísse significativamente.

Parceria de Marquinho Lessa: O sexto samba a se apresentar foi dos compositores Marquinho Lessa, Henrique César, Dadinho, Chico de Belém, Cleiton RP e Waltinho Honorato. O samba foi conduzido pelos intérpretes da Mangueira, Marquinho Art’Samba e Dowglas Diniz. A grande surpresa no palco foi a presença de um violino que acompanhou o samba durante toda a apresentação, destacando-se em alguns momentos, e não atrapalhando o desenvolvimento das vozes. Também no palco, estavam presentes duas pessoas e uma criança, vestidos de ciganos, fazendo uma apresentação de danças típicas do povo de certa forma homenageado no enredo. O samba teve em seus pontos altos o refrão principal “Vai na Fé Imperatriz…” e o trecho final antes do refrão, representado pelo verso “Que a nossa comunidade chegou…”, o momento que gerava mais aclamação do público. Porém, as estrofes no geral foram pouco cantadas pela comunidade leopoldinense. Outro destaque, dessa vez pela melodia e pelo lirismo presente na letra, estava no verso “nos braços de Morfeu”. Em relação a torcida, o “povo” da parceria de Marquinhos Lessa não estava entre os maiores em contingentes, mas trouxeram bandeiras coloridas, participaram bastante com coreografias e com integrantes vestidos de ciganos. Uma mulher também com roupas típicas, em cima de pernas de pau, chamava bastante atenção e se destacava no meio da quadra. A apresentação dos cantores mostrou bom entrosamento e correção, inclusive, com os apoios.

Parceria de Nenel S Filho: Penúltimo samba da noite era uma obra solo do compositor Nenel S Filho. O samba foi conduzido pelo próprio Nenel, sem cantores de apoio, com cavaco e violão. O compositor mostrou muito carisma e coragem de acreditar em sua obra e levar ela adiante. Foi sambista e fez uma apresentação digna recebendo em troca o carinho da comunidade leopoldinense que dançou e organizou-se em uma pequena torcida no meio da quadra para a obra. A bateria e outros segmentos deram muita força para a apresentação, e confiante, Nenel deixava para o público o último verso do refrão principal “tem a sorte virada pra lua”. A obra tem um tom mais nostálgico com características de sambas mais antigos. Apesar do respeito da comunidade, e da vibração emocionante do artista ao receber a confirmação da passagem para a próxima etapa, o samba deverá ter problemas com um andamento mais correspondente com os utilizados nos dias atuais.

Parceria de Me Leva: O último samba da noite foi composto por Me Leva, Gabriel Coelho, Luiz Brinquinho, Miguel da Imperatriz. Antônio Crescente e Renne Barbosa. O samba foi conduzido pela parceria que deu certo ano passado na Verde e Branca de Ramos com Igor Vianna, hoje na Unidos de Bangu, e Igor Sorriso, da Mocidade Alegre. A dupla mostrou sintonia e conduziu bem a obra, mostrando entrosamento inclusive com a torcida que a parceria trouxe. Os componentes cantavam toda a vez que os cantores suprimiam o cantar e deixavam os trechos para o público. A obra também teve um envolvimento muito interessante com a comunidade em geral, segmentos como baianas e passistas cantavam e dançavam durante a apresentação do samba. A composição de Me Leva e companhia tem algumas características interessantes na melodia em alguns trechos como o pré-refrão que também é um dos conjuntos de versos que faz maior sucesso no canto com o “Ciganinha Puerê,puerê, puerá…”. Já o refrão principal mostra força e faz um ode a escola com o “Tá escrito nas estrelas, Imperatriz”. E o refrão do meio, é mais melodioso e distinto. A numerosa torcida trouxe bandeiras nas cores da escola e fez coreografia durante diversos trechos da apresentação. O andamento do samba não caiu em nenhum momento. Mostrou força, mais uma vez, e pode almejar ir longe nesta disputa.

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