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Tom Maior causa suspiros em ensaio técnico competentíssimo no Anhembi

Por Will Ferreira e fotos de Fábio Martins

Escolher apenas um destaque no segundo (e último) ensaio técnico da Tom Maior, realizado nesta sexta-feira, é uma tarefa hercúlea. Com ótimo rendimento em absolutamente todos os pontos passíveis de avaliação, a vermelho e amarelo está pronta para defender o enredo “Aysú: Uma História de Amor”, idealizado pelo carnavalesco Flávio Campello, que será exibido no segundo horário do sábado de carnaval – 10 de fevereiro. Para destacar uma das mais elogiadas canções da temporada, porém, esse será o enfoque da análise.

Samba-enredo

Tido como uma das melhores músicas que embalarão desfiles no carnaval 2024, a agremiação soube trabalhar muito bem com o samba – e, também, potencializá-lo ainda mais. Cantado por absolutamente todos os componentes, a obra ganhou brilho extra com um competentíssimo carro de som capitaneado por Gilsinho.

Com um regulamento que pede para que o intérprete foque na condução do samba-enredo, sem muitos cacos, Gilsinho, intérprete da agremiação, faz um alerta: “Eles querem ouvir mais o canto e o samba. Acho legal, acho pertinente. Só que a gente não pode pedir a alegria que a gente transmite ao fazer certos cantos e chamadas. Acho que isso não vai interferir em nada. Vamos ter que dosar um pouco mais, mas usar a mesma vibração de sempre”, pontuou.

Harmonia

Com uma canção tão elogiada e bonita, o trabalho do quesito, é bem verdade, fica facilitado. Mas, mostrando o belíssimo trabalho da Harmonia vermelha e amarela, a obra ficou ainda mais ao agrado dos amantes do samba. Os três apagões feitos pela Tom 30, bateria da escola, fizeram o canto ficar ainda mais forte. Com um canto regular e forte ao longo de toda a pista, a maioria dos staff que ficavam no corredor pouco cobravam dos componentes – algo raro no ambiente carnavalesco. Mais do que isso: após o último apagão realizado, um dos harmonias berrou: “Está bonito demais!”, em cena ainda mais incomum.

Mostrando que o trabalho coletivo é o ponto chave da agremiação, Bruno Freitas, diretor de carnaval da agremiação, fez questão de citar outro importante componente da equipe: “Vocês não vão ver imagem, mas tem um cara que faz um trabalho fenomenal, que é o Gerson: ele coloca essa escola com um andamento absolutamente confortável. O canto hoje foi o teste. Tinha um suspense em relação ao paradão. Com a caixa de som não vai ter mais as atravessadas? Pelo que eu senti, passou limpo. Estamos para lá satisfeitos e não vamos parar mais. Agora que temos quadra, nós vamos fazer ensaio de canto e uma reunião para dia 10 passar aqui muito forte”, prometeu.

Mais do que concordar com a avaliação, Gilsinho acredita na primeira colocação da vermelha e amarela. “Com toda a certeza a escola está pronta para voos maiores! A Tom Maior é uma escola que está em uma crescente. Vem desenvolvendo muito os trabalhos e carnavais que faz. A diretoria se esforça muito para colocar o melhor na avenida. Acho que a escola está muito pronta para ser campeã, tudo vai depender da cabeça dos jurados”, fez mistério.

TomMaior et InterpreteGilsinho 1

Evolução

Com bexigões coloridos, os movimentos dos componentes ganhavam ainda mais brilho – e trazendo ainda mais pontos para o quesito em si. O último setor, com duas alas inteiramente coreografadas, merece destaque por toda a dinâmica, tal qual a bateria – que merece linhas à parte. Antes de entrar no recuo, ela fez giros à frente da Arquibancada Monumental, empolgando os presentes no Setor B. Com a escola já parada, ela virou à direita, mas não entrou completamente, aguardando o alinhamento da ala de passistas que vinha logo atrás. Conforme os ritmistas entravam no box, os passistas centralizavam-se – logo, sem deixar clarão algum. Em cerca de cem segundos, toda a Tom 30 estava no box e a agremiação não deixou clarão algum, de forma criativa e eficiente.

TomMaior et Simbolo

Com os pés no chão, Bruno teve bastante sobriedade ao falar do ensaio: “Para quem está querendo o primeiro título, acho que cada ensaio é fundamental. A gente está dando o nosso e quem passar vai precisar vir com a gente. Óbvio que respeitando sempre, não somos melhores que ninguém, mas estamos trabalhando muito e olhando cada detalhe. Fomos para a rua, fizemos reunião, analisamos vídeos, grade a grade, espaçamento de casal, de destaques e deu certo”, destacou.

Comissão de frente

A temática indígena, como não poderia deixar de ser, também inspirou a comissão de frente da agremiação. Com um grande tripé, que veio inteiro ensacado na cor amarela e com um componente em cima dele, alegoria e integrante não tiveram interação alguma com os demais bailarinos, que estavam no chão. E, lá, haviam três grupos de pessoas: os anjos, em maior número e que cortejavam três casais. Dois desses casais vieram fantasiados tal qual os duos de princesas da Disney; o terceiro, protagonista, era formado por uma índia e por um homem fantasiado tal qual um europeu – semelhante a outra história muito conhecida de povos originários, mas da literatura: Iracema, escrito por José de Alencar. Não foram identificados erros na coreografia, que marcou o samba em cada passagem da canção.

TomMaior et ComissaoFrente

Mestre-sala e Porta-bandeira

Conhecidos no universo do carnaval paulistano pela velocidade, Ruhanan Pontes e Ana Paula Sgarbi tiveram mais uma ótima (e célere) apresentação. Desde o primeiro módulo, ambos não economizaram nos giros nem mesmo longe dos locais onde ficarão os módulos de julgamento – e, em especial, os pés do mestre-sala tiveram destaque, com rapidez que impressionava. Vale destacar os momentos em que ambos interagem com o samba-enredo: quando a canção canta “é flecha certeira no peito”, ele emula uma flechada certeira nela – que finge sentir o golpe. No primeiro módulo, a agremiação seguiu evoluindo enquanto o casal se apresentava – o que fez com que a exibição fosse mais enxuta quando comparada a outros casais; nos demais, os componentes foram segurados pela Harmonia.

TomMaior et DiretorCarnavalBruno 1

A temperatura mais baixa não foi um problema para o casal: “Se você se alongar bem, se preparar bem antes, aquecer o corpo, não tem grandes problemas. Não pode chegar lá na Concentração e querer fazer tudo de uma vez, vai ser difícil. Mas, se você se aquecer antes e se alongar, vai para cima!”, energizou Ruhanan. Ana Paula, por sua vez, destacou outro fenômeno climático que a afeta: “Como preparação, não vejo tanto problema na parte muscular. O que me desestabiliza é o vento. O vento, para o pavilhão, é péssimo. Temos que fazer mais força, o giro fica mais comprometido… é pior que a parte muscular quanto à dificuldade. O vento acaba comigo”, confessou.

TomMaior et PrimeiroCasal 1

Seguro, o casal também não se importou muito com fazer “apenas” dois ensaios técnicos no ciclo carnavalesco: “Não atrapalha em nada. A escola veio preparada para dois ensaios, se programou para dois… e são dois que fizemos, muito bem feitos. No dia nós vamos entregar. Jogo é jogo e treino é treino: às vezes, a ‘campeã do ensaio técnico’ chega no dia e não dá em nada. O ensaio técnico é bom, mas, se a Tom Maior acha que dois são o suficiente, acabou”, comentou Ruhanan. Outro aspecto relativo à escola também foi pontuado por Ana Paula: “A gente tem se preparado porque o ensaio de rua tem um percurso ainda maior que o Anhembi. É muito grande! Para a gente, cada ensaio de rua é, praticamente, um ensaio técnico. A gente já vem se preparando faz um tempo. Dois, para a Tom Maior, foi o suficiente”, relembrou, sem citar nominalmente a rua Sérgio Tomás, onde a Tom Maior faz suas atividades na comunidade ao ar livre.

Outros destaques

Sem economizar nem mesmo no ensaio técnico, o pede-passagem à frente do abre-alas da Tom Maior, em alguns momentos, tinha uma explosão de papel picada – alegrando os presentes na arquibancada. À frente da Tom 30, esteve Andréia Gomes, madrinha de bateria da agremiação.

TomMaior et MadrinhaAndreia

Com fé, Mestre Carlão, comandante da Tom 30 e presidente da agremiação, destacou o ótimo ensaio protagonizado pela agremiação: “A gente fez exatamente o que foi feito no ensaio específico de terça-feira. Graças a Deus deu tudo certo, Deus foi bondoso, os ritmistas foram focados e foi um bom ensaio”, comentou.

TomMaior et MestreCarlao 1

Sobre os três apagões realizados pelos ritmistas, ele falou da união entre dois quesitos da vermelha e amarela: “Isso foi o trabalho da harmonia juntamente com a bateria, fomos testando e veio pegando. Hoje a escola canta, o samba é muito bom e graças a Deus passou no teste. Agora não tem jeito, vai para o desfile. Acredito que esses apagões valorizam muito o canto da escola. É isso que nós queremos”, finalizou.

Freddy Ferreira: ‘Introduções das baterias antes do samba: seus riscos e o efeito da padronização’

Uma questão que vale reflexão envolve as introduções das baterias antes da execução do samba-enredo oficial. De antemão, é possível afirmar que bate uma saudade danada daquelas arrancadas com uma passada ou duas sem bateria! Aquele clima animado e descontraído se perdeu praticamente por completo no primeiro recuo onde sobe o ritmo. Claro que esse fato faz parte de uma decisão estratégica de acelerar o início do desfile, permitindo a Comissão de Frente se apresentar tão logo o samba comece e consequentemente a bateria suba. Mas, indubitavelmente, as já padronizadas introduções estão engessando musicalmente as largadas, sem contar alguns riscos que podem gerar impactos, sobretudo sonoros em toda a bateria.

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Freddy Ferreira é colunista de bateria do CARNAVALESCO

Saudosismo à parte, as introduções funcionando como uma espécie de fórmula pronta ajuda a padronizar o espetáculo, sobrando poucas peculiaridades entre uma subida de uma bateria ou outra. Uma coisa que pode vir a ocorrer é, devido à dificuldade envolvendo a introdução, o arranjo acabar sendo executado de modo ineficiente. Por vezes isso afeta de modo direto o índice anímico dos ritmistas. É como se o clima subitamente pesasse sobre os ombros da bateria, que não executou o desafiador arranjo inicial de modo funcional, deixando a dúvida sobre seu desempenho pairando no ar por alguns minutos. Esse fato, inclusive, é capaz de mexer com o psicológico tanto de ritmistas, quanto de diretores. Um erro que não será despontuado, que não está sendo avaliado, mas que ainda assim pode deixar o clima de toda galera com aspecto tenso. Fora isso, também há a possibilidade concreta da aceleração do andamento, quando se comemora o êxito de uma introdução bem feita, subindo o ritmo da bateria em seguida do momento que por si só carrega emoção. Nesses casos, se faz necessário pedir concentração, ponderação, além de educação musical a todo o ritmo.

Outro momento que é primordial um cuidado extremo diz respeito a arranjos iniciais musicalmente desafiadores e baterias que sobem o ritmo logo após a introdução complexa e de difícil execução. O desafio é garantir que a bateria não suba “torta”, garantindo um ritmo integrado, sem desencontros rítmicos ou as clássicas emboladas. Algumas vezes, em virtude da extrema dificuldade, a bateria acaba subindo de forma que não privilegiará a fluência entre os naipes, ao menos nas primeiras passadas, até o ritmo assentar após a subida. No fundo, toda introdução que prejudica que o ritmo comece de modo fluído e orgânico deveria ser revista, garantindo assim sempre uma subida da bateria correta e coesa.

Até que ponto as já padronizadas introduções auxiliaram no processo de esfriamento do desfile? Embora seja bonita a execução de arranjos iniciais antes do samba do ano ser entoado, isso tirou sem dúvida parte da magia da largada, aquele momento mais solto em que se cantava o samba sem o ritmo acabou de perdendo. É possível dizer, inclusive, que parte da emoção de um momento pra lá de especial foi sendo musicalmente mutilada, com os arranjos cada vez mais frequentes antes do samba do ano. Aquela adrenalina e frio na barriga do ritmista dentro do primeiro recuo praticamente nem tem mais tempo de acontecer, já que quando iniciar a introdução logo o ritmo subirá com o samba do carnaval. Sem contar as subidas sem a pressão característica de cada agremiação. Baterias que historicamente subiam no repique mudando sua identidade, outras que antigamente subiam com tapas de todas as peças, virando sem o impacto sonoro de outrora.

Dificilmente para o Carnaval 2024 o quadro estará diferente da atual padronização envolvendo as introduções. Embora, algumas baterias ainda preservem suas raízes, efetuando sua tradicional e clássica subida. Como é o caso da bateria Pura Cadência da Unidos da Tijuca, que comandada por mestre Casão insiste em resistir e até hoje sobe seu ritmo com tapas em sequência de todos os naipes, garantindo uma pressão sonora peculiar, provocada principalmente pelo impacto grave dos surdos. O fato ainda dá esperança que, ao menos para o Carnaval do ano que vem, as coisas melhorem nesse tema. Refletir de forma crítica sobre os rumos musicais dos ritmos das baterias é uma necessidade contemporânea de todos os mestres e diretores. Não tenham medo de mudarem algo que parece uma evolução, mas no fundo pode ser retrocesso, já que nossa folia está intimamente ligada a laços envolvendo resistência, tradições e pertencimento cultural.

Emerson Dias, intérprete do Salgueiro: ‘A força do nosso samba ficou comprovada no ensaio técnico’

Desde 2019, Emerson Dias é o intérprete principal do Acadêmicos do Salgueiro. Após muitos anos no carro de som e no microfone oficial da Grande Rio, o cantor foi contratado a peso de ouro pela diretoria salgueirense da época. Logo no primeiro carnaval como voz guia da escola, Emerson teve a oportunidade de interpretar ‘Xangô’, um samba aclamado como um dos melhores daquele ano. Em parceria com o saudoso Quinho, seu mentor, teve uma atuação brilhante. E ali já começava a ficar nítido que o intérprete tinha a cara do Salgueiro. Isso se confirmou ao longo dos carnavais seguintes, com Emerson demonstrando toda sua garra, energia e amor pela vermelho e branco.

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Mas para o carnaval de 2024, surgiu uma dúvida entre muitos sambistas. A força da mensagem do samba salgueirense parecia não combinar com o estilo vocal de Emerson. Alguns chegaram a criticar a atuação do cantor na gravação oficial. Porém, o intérprete já demonstrava nos ensaios de rua que os críticos estavam enganados. Se ainda restava alguma dúvida, o desempenho de Emerson no ensaio técnico deixou claro que seu jeito de interpretar casa perfeitamente com a obra musical do Salgueiro. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, Emerson Dias revelou a certeza de todos na escola sobre a força do samba em sua voz:

“Lavamos a alma literalmente. Mesmo com aquele temporal que a gente pegou, conseguimos concluir a primeira parte do nosso objetivo, que era ver o samba na avenida, na Marquês de Sapucaí, já testando se ele é isso tudo mesmo que as pessoas falam. Uma coisa é você falar, outra coisa é você provar todo o rótulo que ele tem. E ficou mais do que comprovado o nosso ponto, a força do samba. Realmente, ele é o grande protagonista do Carnaval 2024. Agora só mais uns ajustes daqui e dali com o Salgueiro. A gente tem que botar na nossa cabeça que não tem nada ganho. Sabemos que no dia do desfile, com fantasia, carro alegórico, com o joelho na Presente Vargas para entrar na avenida, aquilo tudo se modifica, então é outra coisa. Mas a gente está bem satisfeito de ver o que aconteceu no domingo”, disse o cantor.

Durante o ensaio técnico, uma frase ficou muito marcada de tanto que Emerson a repetia. Ao interagir com o público presente na Sapucaí, o intérprete dizia “Preciso da ajuda de vocês”, com bastante energia, o que deixou muitos arrepiados. Mas ficou a dúvida da razão desse pedido. Alguns acreditavam se tratar de um clamor para que os sambistas ajudassem o Salgueiro por conta da pista molhada pela forte chuva. Na verdade, o motivo foi outro, como ele nos explicou:

“O caminhão de som não estava muito bom. O que aconteceu é que a gente demorou um pouco para entrar. Eu chamei o Seu Elmo, o Helinho, o presidente André, e a gente conversou com eles que iriamos largar daquele jeito. A gente precisava, porque tínhamos certeza que o samba iria acontecer. O caminhão de som, obviamente, tem uma importância muito grande, mas naquele momento ele seria coadjuvante. E foi o que aconteceu. A gente fez o certo, porque era uma convicção”, revelou Emerson.

Ao analisar o desempenho do samba do Salgueiro no ensaio, através de sua própria atuação em conjunto com a bateria dos mestres Gustavo e Guilherme, Emerson revelou que ambos mudaram um pouco suas características para se adequar à obra:

“A gente vai aprendendo com o tempo, vai jogando a regra do jogo. Então, hoje eu procuro me conter na questão de caco, até na questão de volume de entrega mesmo. Eu sou um puxador que eu me jogo mesmo. Mas isso tem duas vertentes. Tem o lado do julgamento e o lado do público. Eu sempre visei muito o lado do público, e às vezes, abdicava até um pouco do julgamento. Hoje, eu considero uma coisa até um tanto divertida, precisar jogar o jogo do campeonato e, ao mesmo tempo, agradar o público. Então, eu acho que foi isso que aconteceu no domingo. Eu me contive, a bateria se conteve, com um andamento sensacional, um andamento que o samba pede. Não adianta a gente querer tocar numa outra métrica, porque o samba não pede. A métrica do samba é aquela ali. Eu acho que foi justamente isso o grande sucesso do nosso tempero no ensaio técnico”, falou o intérprete.

Uma polêmica que se formou neste pré-carnaval foi a disputa entre os torcedores de Salgueiro e Mocidade sobre quem teria o grande samba do carnaval. As duas canções vem liderando o número de reproduções nos streamings, mesmo com estilos bem diferentes. Emerson confessou gostar muito do samba da verde e branco, mas afirmou que o Salgueiro já tem o grande refrão e samba de 2024:

“Eu acho que ‘Ya temí xoa’ já é o refrão do carnaval. No domingo eu respondi uma pergunta muito pertinente sobre o samba da Mocidade. Eu adoro o samba do caju. Acho que faz parte do processo. O carnaval precisa voltar a ter sambas e enredos como esse da Mocidade. Mas são bastante diferentes. O ‘Hutukara’ tem uma redação muito forte, uma temática muito forte. É uma mensagem bem mais forte do que um tema muito mais carnavalizado que é o caju. Então, por isso eu acho que o ‘Hutukara’ está na frente. Porém, os dois são muito carnaval”, afirmou Emerson.

É com essa força na mensagem e no samba-enredo que o Salgueiro vem disputar o carnaval de 2024, buscando seu décimo título na história. A escola será a terceira a desfilar no domingo, dia 11 de fevereiro, na Marquês de Sapucaí.

Série Barracões: Saudando São Jorge, Bangu leva história e sincrestimo para Sapucaí

São Jorge com certeza é uma das figuras mais populares da fé no Brasil. Venerado como mártir da fé em Jesus Cristo no catolicismo, é sincretizado com Ogum no candomblé e na umbanda, e de forma especial com Oxóssi no candomblé baiano. A figura do soldado romano que enfrenta o dragão, a quem chamamos de “santo guerreiro” de forma tão especial, traz a muitos brasileiros esse aconchego de fé e perseverança em meio as batalhas da vida, e será sobre esse personagem muito importante da religiosidade brasileira que a Unidos de Bangu irá fazer seu carnaval em 2024, com o enredo “Jorge da Capadócia”, desenvolvido pelo carnavalesco Robson Goulart.

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Fotos: Vinícius Lima/Divulgação Bangu

Robson contou que a proposta veio da diretoria da escola, e foi aprovada por ele. Dali, ele foi para a fase de pesquisas, encontrando muito para ser falado sobre o santo e sua história. Porém, haverá o enfoque na parte antes da conversão de São Jorge, afinal ele foi soldado de Roma, onde chegou a ser comandante do exército, sob as ordens do imperador Diocleciano. Depois a escola virá com o sincretismo dele com as religiões de matriz africana.

“Nós fizemos esse diferencial para separar a escola em três setores”.

Durante a pesquisa do enredo, Robson conta que algumas lendas atreladas ao santo chamaram a atenção, mas a lenda ao redor da lua foi muito interessante de ser contada na Sapucaí. É com o sentido que ela tem para os mais antigos que a escola vai passar na avenida.

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“Todo mundo fala da lenda da lua, São Jorge mora na lua, no clarão da lua cheia, mas tem o sentido que essa lenda tem para os mais antigos, a crença que eles têm nessa lenda, a crença que eles têm nesse santo, a devoção que eles têm por tudo isso fez um grande diferencial para a gente poder contar uma história bem bacana na Unidos de Bangu”.

Os trunfos da escola para o Carnaval de 2024 serão algumas surpresas, de acordo com Robson, preparadas pelas alas coreografadas e a comissão de frente, que tem como elemento cenográfico para a apresentação: “uma coisa que vai fazer um diferencial, uma coisa bem diferente. Nós partimos esse ano mais um pouco para a grandiosidade do carnaval de Bangu”, garante ele.

Falamos com o carnavalesco também sobre a situação de trabalho na Série Ouro, mais precária em comparação com o Grupo Especial, e como isso influencia no trabalho de fazer de carnaval para ele e para a escola. Robson contou que apesar da estrutura escassa do barracão, o projeto do carnaval está ficando bem estruturado, bacana, criando um boa expectativa com a escola, na busca por um desfile diferente.

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“Nós temos um barracão que é um pouco escasso de estrutura, de espaço, de tamanho, de altura, então a gente nunca tem uma visão completa de como vai ficar o carro, só mesmo na avenida que fica montado”.

Sobre a questão do barracão ele ainda continuou falando sobre a situação em dias de chuva, dias em que os barracões da Série Ouro em geral sofrem um pouco mais. No caso da Bangu a questão é com as esculturas:

“Quando cai essa chuva forte fica um pouco escasso o espaço aqui para trabalho. Mas, graças a Deus, de danificar não danificou nada, aqui não alaga, graças a Deus, é menos mal. É só mesmo umas goteiras que caem do telhado, a gente cobre as esculturas para não danificar nada e a gente vai levando, que o negócio tem que ficar pronto”.

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Robson descreveu, entretanto, o prazer de fazer carnaval na Unidos de Bangu pelo segundo ano, especialmente pelo apoio que tem da escola para realização do desfile, seja da diretoria ou da comunidade em si.

“Para mim é muito prazeroso mesmo estar fazendo carnaval na Unidos de Bangu, na Série Ouro, estar ali entre grandes escolas que já foram do Grupo Especial, é um grande desafio para mim”, finalizou ele.

Conheça o desfile da Unidos de Bangu

Em 2024, a Unidos de Bangu vem com 1.800 componentes, mais três alegorias e um tripé. Com carros coreografados, e três das alas também coreografadas. A Vermelho e Branco de Bangu será a sétima escola do segundo dia de desfiles da Série Ouro. Assim Robson Goulart detalhou o desfile da escola ao CARNAVALESCO:

Setor 1: “O nosso primeiro setor a gente começa desde a comissão de frente até mais ou menos a sexta, sétima ala. A gente começa falando de Jorge. Não Jorge santo, o Jorge soldado, o Jorge que se torna comandante do exército, Jorge que é obrigado a seguir as ordens do rei Diocleciano e a partir daí a gente começa a partir para o martírio que ele sofre ainda no exército, mas sobre alguns martírios. O rei desafia ele de diversas formas e em todas elas, ele sobrevive”.

Setor 2: “Aí que ele se torna santo, onde começa o nosso segundo setor, que é o setor religioso do cristianismo, a gente fala do santo São Jorge. Ele vem como santo, onde faremos uma grande alvorada em homenagem ao santo, onde vamos mostrar os devotos de São Jorge, os milagres que ele proporcionou para algumas pessoas naquela época da Capadócia. A gente fala dos santinhos, fitas, lembranças, dos festejos. Mais a parte mesmo do catolicismo”.

Setor 3: “E a gente finaliza o terceiro setor com São Jorge sincretizado na umbanda e candomblé, que é Ogum, que é Oxóssi. Festejos de feijoada, muita cerveja, os devotos do candomblé, devotos da Igreja Católica, todos em uma grande festa em homenagem ao santo guerreiro”.

Série Barracões: Porto da Pedra promete fincar as garras no Especial com desfile imponente e repleto de brasilidade

De volta ao Grupo Especial após 12 anos, a Porto da Pedra vai levar para a Marquês de Sapucaí um desfile de muita brasilidade. Com o enredo “Lunário Perpétuo: A Profética do Saber Popular”, do carnavalesco Mauro Quintaes, a escola de São Gonçalo contará a história do almanaque que prometia decifrar desde a previsão do tempo até o comportamento dos insetos. Durante 200 anos, foi o livro mais lido do Nordeste brasileiro.

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Fotos: Divulgação/Porto da Pedra

E para marcar este retorno, a agremiação promete entrar na Passarela do Samba repleta de riqueza e imponência: ao todo, serão nove alegorias – entre um tripé e a acoplagem do abre-alas. O tigre, tradicional mascote e símbolo da Vermelha e Branca gonçalense, pode chegar a 22 metros de altura e tem o mesmo tamanho em comprimento – o maior já feito pela equipe. Segundo Quintaes, o desfile terá como proposta quebrar barreiras e mostrar que o lugar da Porto da Pedra é na elite do carnaval carioca.

“O desfile da Porto da Pedra vai mostrar que tudo é possível. Acredito que a gente não tem que se conformar com a mecânica que, durante alguns anos, existe no carnaval. Estamos aqui para derrubar as paredes, criar novos parâmetros e mostrar que uma escola que sobe pode sim vir bonita, preparada, bem acabada, com um investimento alto e com a autoconfiança do desfilante em poder representar o seu município. Tudo isso, agregado ao momento da escola, vai, sem dúvidas, criar um grande sucesso no desfile”, afirma o carnavalesco.

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Desde o início, o projeto tem como ideia tornar cada carro alegórico uma pequena comissão de frente, como explica o carnavalesco. Para isso, a escola realiza um trabalho focado na plástica, com setores que vão proporcionar momentos únicos e de fácil entendimento, além de alegorias autoexplicativas. Com essa proposta e a chegada em peso do povo de São Gonçalo, a expectativa é de um grande retorno do público.

“Cada alegoria terá um momento diferenciado. Vou citar como exemplo o carro dos profetas da chuva: talvez chova na Avenida. No carro das benzedeiras, talvez elas possam passar uma erva, queimar um incenso. Em cada carro alegórico nós tivemos a preocupação de criar um momento impactante, porque isso faz com que o espectador se divirta, se interesse e assim possa existir uma troca entre Avenida e público. Para que essa troca ocorra, é preciso que eles (público) tenham o entendimento. Serão setores de fácil compreensão e um enredo de fácil leitura – desde o samba que é maravilhoso até o impacto da plástica”, detalha Quintaes.

Do almanaque ao enredo

O Lunário Perpétuo foi escrito por Jerónimo Cortés Valenciano e publicado em 1594, na Espanha. Repleto de ensinamentos e um verdadeiro almanaque, o livro serviu de orientação para a agricultura, astrologia e até para a previsão do tempo: se a abelha agia de tal forma, era sinal de chuva. No Brasil, desembarcou no século XVIII com tradução de Antônio da Silva de Brito e, de acordo com o historiador Câmara Cascudo, foi o livro mais lido do Nordeste por 200 anos. Em 2002, serviu de inspiração para o espetáculo musical “Lunário Perpétuo”, do artista Antônio Nóbrega.

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Justamente através da obra de Antônio Nóbrega surgiu a ideia do enredo. Mauro voltava da comemoração do título do Grupo de Acesso, no ano passado, quando ouviu no rádio um documentário sobre o Movimento Armorial – do escritor e filósofo Ariano Suassuna – e lembrou do trabalho de Nóbrega. O estudo e elaboração da proposta contou com o apoio do enredista Diego Araújo.

“Dentro deste documentário citaram o Quinteto Armorial, que tem a figura do Antônio Nóbrega. Daí eu lembrei que ele tem um trabalho de 2002, que é o Lunário Perpétuo, e fui buscar o que era, já que eu conhecia somente pela sonoridade da palavra. Quando me aprofundei, passei para o nosso enredista, Diego Araújo, que se aprofundou ainda mais. A partir daí criamos o ‘Lunário Perpétuo: A Profética do Saber Popular’, que é justamente a história desse almanaque que ultrapassa os séculos educando e informando”, explica.

Para o carnavalesco, o fato do Lunário ser o livro mais lido do Nordeste brasileiro por mais de 200 anos dá ao enredo uma cara de brasilidade. Após o campeonato da Imperatriz Leopoldinense, que falou sobre Lampião, o enredo escolhido pela Porto da Pedra foi uma maneira de reavivar, com outro foco, o olhar para a região, como afirma Quintaes.

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“Foi uma maneira da gente reavivar esse olhar nordestino, mas com um foco totalmente diferente. Quando descobrimos que por 200 anos o livro foi o almanaque mais lido do Nordeste – que alfabetizou, educou, orientou a agricultura e mostrou caminhos – entendemos que isso deu ao enredo uma cara muito forte de brasilidade. A partir daí, nos convencemos que o Lunário Perpétuo, além de ser um almanaque medieval escrito por um grande alquimista, se torna brasileiro e tem o cunho de importância que é colocado dentro do desfile”, comenta.

Desfile

Entregar algo impactante é fundamental para abrir a noite de apresentações da elite do carnaval. Hoje a única escola de samba representante de São Gonçalo, a agremiação aposta na plástica, na força do canto da comunidade e no orgulho de levar o nome da cidade ao Sambódromo.

Mauro acredita que os avanços no cenário carnavalesco elevaram o patamar dos desfiles. Com a responsabilidade lá em cima, o grande trunfo da escola na Avenida será mostrar a força de seus quesitos e da comunidade gonçalense, além da constatação que a Porto da Pedra acompanha a evolução do mundo do samba e veio para ficar.

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“O carnaval naturalmente já está muito disputado. O sarrafo está muito alto, por conta dos novos valores, das novas estéticas que são impostas e pelo novo olhar político que a Marquês de Sapucaí transformou-se – ela se tornou um grande palco de manifestações, interesses e anseios políticos. A Porto da Pedra consegue visualizar tudo isso, porque é uma escola moderna e de gente nova. Estamos muito bem inseridos neste contexto. O nosso desfile será bem pertinente e que também terá o olhar político”, destaca o carnavalesco.

Uma das inovações anunciadas pela Liesa, o novo sistema de iluminação da Marquês de Sapucaí também será utilizado pela Porto da Pedra. Ao site CARNAVALESCO, Mauro Quintaes revelou que o efeito será usado tanto na comissão de frente quanto no abre-alas e também, em algumas outras alas. Segundo ele, o recurso terá um impacto principalmente na comissão de frente, com momentos pontuais que serão muito valorizados pela iluminação.

Questionado sobre o que considera características de seus desfiles e que não podem ficar de fora neste ano, o artista destacou a cenografia e a preocupação em que cada alegoria não se pareça com a outra.

“Não sou um carnavalesco de grandes adereços, fitinhas e babadinhos. Meus carros são grandes cenografias, daí me apego justamente nos pequenos detalhes. Eu gosto de criar cenografias dentro de uma grande cenografia que é o carro alegórico. Outra coisa muito importante é que um carro não pode se parecer com outro em nada – não só na técnica, mas no uso de materiais e formas. Ou elejo alguma leitura artística, ou crio uma estética própria com essa preocupação de não me repetir muito. O espectador é a extensão do julgador. Se ele se encanta, certamente consigo chegar no coração do julgador – se não tiver erros técnicos. A minha história se resume a isso: momentos que agradam ao olhar”, afirmou.

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Já sobre o tigre – que será o maior levado para a Passarela do Samba pela escola – o carnavalesco conta que foi um pedido feito pelo presidente da agremiação, Fabio Montibelo. De acordo com Quintaes, o mascote faz parte de um conjunto de abertura e estará dentro do contexto da alegoria e do enredo.

“Ele (Fabio Montibelo) ficou 12 anos sob o comando da escola e esperando por este momento. A primeira coisa que me pediu quando assinamos o contrato é que eu fizesse o maior tigre que a Sapucaí já viu. Fizemos um tigre de 22 metros e que também chega nesta altura, porque ele dá um grande bote na Avenida. Ele é o nosso grande mascote e símbolo da Porto da Pedra. A ideia é fincar essa garra no Grupo Especial e não sair mais”, revela.

Conheça o desfile da Porto da Pedra

O Tigre de São Gonçalo vai abrir a primeira noite de desfiles do Grupo Especial, no dia 11 de fevereiro. A escola vai para a Apoteose do Samba com 22 alas, seis alegorias e um tripé. Ao todo, serão 2800 componentes.

Setor 1: “Ele conta sobre Jerónimo Cortés Valenciano. A figura dele surge no abre-alas, daí já vamos ter essa mística dos alquimistas, magos, laboratórios. A gente tem água, fogo, terra e ar. É o grande momento onde teremos a ala das baianas, comissão de frente. A comissão está muito integrada ao primeiro setor e ao abre-alas. Não é uma coisa à parte, porque, às vezes, vemos algumas comissões que não tem muito a ver com o que vem atrás. Eu gosto de fazer com que essa onda estética leve o observador para dentro da história. Cada setor será uma página do Lunário. A gente abrirá com essa criação e escrita medieval do Jerónimo”.

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Setor 2: “O Lunário decodifica o comportamento dos insetos. Isso porque ele ensina que se a abelha age de tal forma, a florada será de um jeito; se o cupim segue um caminho, irá chover. Isso é fantástico, estamos falando de 1500”.

Setor 3: “A gente dá uma ‘virada’ mais contemporânea depois dos insetos. Teremos Manoel Caboclo, que foi o nordestino que também utilizou os ensinamentos do Lunário Perpétuo. Ele traz o Lunário em seus conselhos e editou cordéis ligados ao almanaque”.

Setor 4: “Partimos para as benzedeiras. As raízes, ervas e os ensinamentos do Lunário de como curar, como se prevenir. Teremos uma grande benzedeira, que é o ‘xodó’ do barracão. Todos quando passam por ela fazem o sinal da cruz e benzem-se, porque ela está aqui para proteger a Porto da Pedra. É um carro, entre aspas, muito cinematográfico e teatral. Nele vamos homenagear os fundadores da escola. Estarão ali, de alguma maneira representados – as pessoas vão ter que descobrir onde eles estão”.

Setor 5: “Falo do Armorial, do Ariano Suassuna – que também está na trajetória do Lunário. Vamos misturar um pouco essa coisa do medieval com o medieval brasileiro, com as armas, ferros de marcar gado e com as estampas do (Gilvan) Samico, que foi a estética que escolhemos para representar o Armorial. Neste setor teremos o Ariano Suassuna e o Auto da Compadecida”.

Setor 6: “O Armorial de Suassuna (setor 5) abre para o Quinteto Armorial. Surge a figura do Antônio Nóbrega, que foi o inspirador do enredo e virá fechando o desfile. Um grande brincante nordestino, nome fortíssimo da cultura brasileira. Reforçamos a história do Antônio, que é o grande representante contemporâneo do Lunário Perpétuo”.

Tudo o que Você Precisa Saber para Ganhar Fortune Rabbit

É muito interessante se aprofundar na mecânica e analisar o jogo do coelho para ganhar dinheiro centrado em um coelho que foi transformado no estilo de um deus do rap. Com calças largas, uma jaqueta bomber e um boné de beisebol usado de lado, esse coelho realmente sabe como arrasar. O caça-níqueis Fortune Rabbit, lançado pela PG Soft, é um caça-níqueis de vídeo de volatilidade média com três cilindros e 3-4-3 linhas, com um ganho máximo de 5000x e um RTP acima da média de 96,75%. O rabbit jogo pode lhe trazer grandes ganhos? Vamos descobrir.

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O Básico para Iniciar no Fortune Rabbit

O início do jogo requer uma preparação básica dos jogadores. A primeira e mais importante coisa a fazer é escolher o Fortune Rabbit cassino. Essa plataforma de jogos de azar deve estar em conformidade com todas as regulamentações internacionais de jogos de azar. Você também pode aprender as regras básicas do jogo do coelho fortune e testar a versão de demonstração do entretenimento. Cada um dos jogadores também pode escolher a estratégia para ganhar no Fortune Rabbit. Aqui estão algumas características do caça-níquel:

  • O jogo tem volatilidade média e um RTP de 96,75%.
  • O campo de jogo é 3-4-3.
  • Ganhos máximos de 5000x.
  • Há uma rodada de bônus que é ativada aleatoriamente.

Esses são os principais recursos do caça-níqueis que tornam a jogabilidade única e empolgante. Além disso, o jogo de aposta do coelho oferece uma ampla gama de apostas de 0,2 a 200 moedas. 

Táticas Eficazes para o Fortune Rabbit

Uma das táticas mais eficazes é o método de dobrar as apostas. O nome oficial é estratégia Martingale. Por que esse tipo de aposta é adequado para o jogo do coelho para ganhar dinheiro? Essa estratégia universal é baseada na aposta exata de quaisquer perdas. Funciona da seguinte forma. O jogador faz uma aposta mínima e, se perder, dobra a aposta várias vezes. Isso dura até que o Rabbit Fortune coelho aposta seja jogado. Assim, quando você ganhar, poderá recuperar todas as suas perdas. A desvantagem é que os jogadores precisam ter um saldo impressionante para ter certeza de que chegarão ao final e ganharão de volta.

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Descobrindo táticas pouco conhecidas

As táticas menos conhecidas incluem o método Fibonacci. Essa é uma estratégia complexa que será adequada para jogadores mais experientes. Aqui, o valor da aposta é calculado usando a soma de duas apostas anteriores. Esse método funciona eventualmente e pode trazer bons ganhos se você tiver sorte o suficiente para obter várias rodadas vencedoras seguidas no jogo do coelho casino. 

Estudando Casos de Sucesso Fortune Rabbit

As avaliações positivas dos jogadores indicam que o jogo é capaz de proporcionar ganhos impressionantes. Além disso, um multiplicador máximo de x5000 é um número enorme. Se você entender cuidadosamente como jogar o coelho da fortuna, a sorte estará do seu lado. Veja as avaliações honestas de jogadores reais. 

Como Equilibrar Apostas e Lucros

Para chegar ao equilíbrio perfeito, você precisa aprender todos os aspectos do jogo responsável. Você poderá determinar antecipadamente o orçamento com o qual jogará, o tamanho de suas apostas, os ganhos e as perdas desejados. Escolha apenas cassinos confiáveis com uma licença respeitável, como a MGA, Curaçao ou outros órgãos autorizados. Seu sucesso está em coisas simples.

Debaixo de chuva constante, Tijuca conta com a garra da comunidade para fazer mais um ensaio com alto rendimento no canto

Faltam menos de três semanas para os desfiles do Grupo Especial. Agora, cada segundo conta muito. E nem chuva e nem nada, pelo visto, ia impedir a Tijuca de realizar o ensaio na última quinta-feira na V1, via próxima a quadra da agremiação na Francisco Bicalho onde a escola do Borel realiza seus treinos. Com o ensaio técnico na Marquês de Sapucaí batendo a porta, a comunidade compareceu, obviamente em um número mais reduzido devido à chuva, mas ainda assim em quantidade bastante relevante, e, mais do que isso, o alto rendimento do canto apresentado em ensaios anteriores não caiu. A escola teve mais uma vez grande destaque para a harmonia, graças a outro bom trabalho do carro de som em conjunto com a bateria “Pura Cadência”, de mestre Casagrande. A frente da escola o primeiro casal Matheus André e Lucinha nobre não fugiram do compromisso e se fizeram presentes com chuva e tudo, claro, se poupando um pouco mais para o grande dia, por isso, não parando para simular a apresentação na cabine, desta vez, mas brindando quem foi acompanhar o ensaio nesta noite chuvosa de quinta-feira com alguns passos do bailado mais tradicional. O diretor de carnaval Marquinho Marino explicou a importância da Tijuca ter mantido o ensaio mesmo com a chuva, que apesar de não ser forte, esteve presente durante todo o treino.

“O importante é preparar o componente, porque no campo de jogo você vai ter sol, chuva, lua, sereno, você não tem como prever o que vai acontecer no dia. O componente tem que treinar de todas as formas, dá mais resistência, cria-se uma situação de a pessoa dar o algo a mais, se sobressair, foi importante demais, esse ensaio de hoje, pode não ter sido o melhor dos ensaios, nem o ensaio mais cheio, mas eu estou super satisfeito, porque, no meu entendimento, todos os segmentos, todo o processo de trabalho, vai funcionar com chuva ou qualquer outro clima”, avalia Marino.

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O diretor ainda ressaltou que acredita que a Azul e Amarelo do Borel está no caminho certo. Faltando poucos dias para o ensaio técnico na Marquês de Sapucaí, que será realizado no próximo domingo, Marino vê a agremiação forte e com diferentes destaques.

“A Tijuca está no caminho certo, com o que preparamos dentro do barracão e com essa entrega dos componentes. Eu destaco muito hoje a bateria, foi sensacional, o trabalho de harmonia tem sido muito bom desde o começo, o carro de som, e os componentes compraram o barulho. Estou muito feliz, vejo a Tijuca chegando em um ponto bom e vamos para o ensaio técnico preparado, espero que não aconteça nada de errado lá, mas é na hora que a gente vê, e a escola está muito mais preparada para o ensaio técnico de domingo agora do que estava preparada para a data original que seria e que acabou sendo adiada. Acho que isso pode ser sorte de campeã”, brinca o diretor.

O intérprete Ito Melodia também destacou a força da comunidade para cantar e evoluir, mostrando grande expectativa por uma grande apresentação da escola no ensaio técnico de domingo no Sambódromo.

“Deu para perceber hoje a garra do componente, que veio aqui viu, a união e a força que está essa comunidade, junto com a Pura Cadência do mestre Casagrande, o canto escola, o canto do carro de som, uma sintonia muito perfeita e é isso que nós vamos fazer domingo no ensaio técnico. Vamos emocionar e pisar na Passarela do Samba com muita vontade mostrando que a Tijuca está preparada para disputar o título sim. Nós temos samba, nós temos enredo, temos canto, barracão, fantasia, temos cantores, temos comunidade. A escola está seca esperando por esse momento. Faça sol ou faça chuva a Tijuca vai pisar com o pé direito na Sapucaí”.

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Em 2024, a Tijuca levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “O Conto de Fados”, do carnavalesco Alexandre Louzada, e vai ser a quinta escola a desfilar no domingo de carnaval.

Harmonia

O grande destaque da noite. O canto foi levado pelo componente com intensidade, alegria, espontaneidade e constância desde o primeiro acorde até quando os foliões chegavam na reta final de desfile e eram cumprimentados pelo diretor de harmonia Fernando Costa e pelo diretor de carnaval Marquinho Marino. Mesmo com a chuva que não deu trégua em nenhum minuto, a comunidade deu uma resposta muito positiva e manteve o alto rendimento dos ensaios anteriores. Até as alas coreografadas, é importante dizer, mantinha a intensidade e constância do canto.

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O carro de som teve papel fundamental mais uma vez. O time de vozes que acompanha Ito Melodia, formado por cantores experientes como Maninho e Tem Tem Tem Jr, deu muita vibração ao samba e vigor, força. Com isso, Ito mais uma vez teve tranquilidade e liberdade para ser Ito. O intérprete mexeu com a comunidade, fez seus cacos, chamadas e o samba manteve andamento e foi levado de uma forma alegre. O diretor de carnaval Marquinho Marino, que chegou na escola para o carnaval deste ano, avaliou que o trabalho de harmonia da Tijuca já vem de muitos anos e revelou que procurou interferir neste aspecto no mínimo possível.

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“A comunidade da Tijuca é muito forte. Quando eu vim para cá eu vim ciente que o trabalho de evolução e harmonia na Tijuca é muito forte. Os componentes sabem o que fazem. Sendo bem sincero, eu não tive uma introdução tão grande de trabalho nesta questão porque eu acho que é uma escola que já vem bem preparada. Levei a minha contribuição, é lógico, mas acho que o trabalho do Fernando Costa, dos ‘harmonias’ com os componentes, é um trabalho de muitos anos e é bem feito. Busquei só contribuir naquilo que achei que ainda poderia melhorar. Mas essa parte entendi que se eu me metesse muito, poderia atrapalhar, estou feliz com isso. A escola anda por si só. Os setores dominam muito bem suas partes. O Fernando Costa, o mestre Casagrande, o Ito que caiu como uma luva”, analisa o profissional.

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Evolução

Em um ensaio mais curto, a chuva atrapalhou um pouco a avaliação da evolução, até mesmo por parte dos diretores da escola. Sem a comissão de frente, e com o casal mais contido, os profissionais da escola não puderam simular de forma mais realista as paradas que a escola deve fazer. Ainda assim, a bateria entrou e saiu do recuo de forma eficiente e o deslocamento dos componentes se deu de forma ordeira, mas espontânea, sem filas rígidas. Não se observou buracos ou alas invadindo o espaço das outras.

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As musas também apresentaram um bom deslocamento e preencheram bem o seu espaço. Pôde-se observar diversas alas coreografadas, que a princípio não interferiram tanto na espontaneidade da escola, trazendo, ao contrário, efeitos interessantes para o desfile, pontuando o samba e de acordo com a temática do enredo, sendo de fácil assimilação e entendimento o significado de cada gesto. A última alas trazia a dança típica portuguesa do “vira”, em um dos momentos os integrantes da ala se uniam no centro e depois cada membro voltava a preencher os espaços em fila. Algumas alas faziam gestos bem característicos para ilustrar o samba no “gira baiana” e “põe no balaio”.

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Samba-enredo

O samba da Tijuca tem atendido bem a proposta da escola, com dois refrãos mais chicletes que ficam na cabeça, a obra da Amarelo-ouro, Azul-pavão tem colocado no ensaio uma pitada a mais de alegria. O samba é para cima e tem permitido, inclusive, que algumas alas coreografadas consigam desenvolver seus passos em cima da letra da composição. Além disso, a primeira parte é bem valente, pra frente e ajuda o componente a se manter no vigor do canto e na alegria, dessa forma,a cabeça da obra permite que a música flua, que o samba ande. Importante fazer mais um destaque para o andamento colocado por mestre Casagrande na “Pura Cadência” que manteve a explosão que tem a composição sem ficar corrida. Ito também parece ter se dado muito bem com a obra, pois lhe permite colocar na interpretação toda a sua alegria e irreverência. Outro ponto que tem se visto no ensaio é a facilidade de assimilação do samba, é bem intuitivo. A única coisa a se colocar de diferente é que para alguns gostos talvez falte um pouco mais de força na parte de melodia.

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Outros destaques

A ala de passistas, coordenada por Leyla Barros, apresentou espontaneidade característica de passistas, mas também coreografia em alguns momentos. No esquenta Ita Melodia fez todo mundo começar a entrar no clima do ensaio, mesmo com chuva, e não deixou ninguém ficar parado com o icônico”É segredo”, que além de bom samba, traz lembranças maravilhosas para escola de um passado não tão distante vitorioso. O diretor de carnaval Marquinho Marino mais uma vez esteve entre as alas animando e brincando com os componentes que respondiam com boa evolução e canto.

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Intérpretes e bateria da Mangueira têm grande desempenho para embalar o samba em ensaio de rua

A Estação Primeira de Mangueira realizou mais um ensaio de rua na noite desta quinta-feira. Mesmo com uma chuva que insistia em ir e voltar, a comunidade da verde e rosa compareceu em peso para o treino. E o que se viu foi mais uma excelente atuação do time de cantores da escola. Marquinho Art’Samba e Dowglas Diniz vêm fazendo um belo trabalho durante o pré-carnaval para elevar o nível do samba mangueirense. Além da dupla, a bateria comandada pelos mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto teve mais um grande desempenho, na manutenção do ritmo e na musicalidade das bossas apresentadas. Uma espécie de ‘paradona’ foi testada no ensaio e promete emocionar o sambista. Agora resta saber se realmente será levada para o desfile oficial.

Em entrevista ao site CARNAVALESCO, o diretor de carnaval Júnior Cabeça avaliou a evolução do samba da Mangueira ao longo dos ensaios e falou sobre a expectativa para o ensaio técnico, já na próxima semana:

“A expectativa é a melhor possível, a gente vem fazendo grandes ensaios de rua. A escola foi conseguindo elevar o nosso samba ao patamar que a gente queria. Um canto muito forte, bateria se encaixando com o samba. A gente está com a melhor expectativa possível, sabemos que o caminho que a gente tinha que trilhar já foi trilhado. Agora é só aparar as arestas e esperar o dia 4 para fazer um grande ensaio. E o dia do desfile, para a gente poder brigar por esse carnaval”, disse Júnior.

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O diretor também falou sobre o atual estágio de trabalho no barracão mangueirense. Cabeça disse que o carnaval já está praticamente pronto e será totalmente fiel ao projeto concebido pelos profissionais:

“A Mangueira hoje tem 95% do carnaval pronto. Acredito que até o dia 30, o carnaval esteja todo entregue. E aí é só terminar de entregar as fantasias e fazer os acertos que tem que fazer nas alegorias, em termos de detalhes e esperar o dia do desfile. Graças a Deus, o programa foi concluído. Um trabalho muito bom dos nossos carnavalescos, da direção de carnaval, da direção de barracão. Todos os artistas trabalharam. A gente não tem nada do que reclamar. A presidente deu todo o suporte para que o carnaval saísse com 100% do que foi projetado. E, graças a Deus, a gente vai para a avenida dessa forma”.

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Para o carnaval de 2024, a Estação Primeira de Mangueira levará para a avenida o enredo “A Negra Voz do Amanhã”, de autoria dos carnavalescos Guilherme Estevão e Annik Salmon, mostrando a história de vida e a carreira musical de Alcione, além de exaltar sua representatividade negra e feminina. A verde e rosa será a quarta escola a desfilar na segunda-feira de carnaval, dia 12 de fevereiro.

Comissão de frente

Os integrantes, comandados pelos coreógrafos Lucas Maciel e Karina Dias, mostraram uma dança forte, como pede o enredo, em uma entrada que promete muito. Os integrantes, entre homens e mulheres, utilizaram movimentos bem intensos e com ótimo nível de sincronia, em especial os giros. O número é muito pautado nas passagens do samba-enredo, com coreografias bem características dos estilos musicais citados. A escola levará um elemento cenográfico para a comissão de frente no dia do desfile. A escola vem fazendo a marcação desse tripé com cordas, logo atrás dos dançarinos e antes do casal de mestre-sala e porta-bandeira.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Mesmo sendo apenas o segundo ano de atuação desde que a dupla foi formada, sempre impressiona o entrosamento de Matheus Olivério e Cintya Santos. Já conhecidos como ‘casal furacão’, eles exibiram mais uma ótima apresentação, mesmo com o asfalto molhado pela chuva. A porta-bandeira segue mostrando toda sua força e energia nos movimentos, em uma dança muito marcante. Já o mestre-sala continua apresentando sua elegância e postura ao interagir e cortejar. Os dois se complementam de forma perfeita.

Harmonia

A Estação Primeira mostrou um bom nível de canto no treino desta quinta-feira. A chuva não afugentou os componentes, que compareceram em um ótimo número. A maior parte da escola exibiu um volume bem considerável ao entoar a obra musical, bem integrada com os intérpretes e com a bateria, até mesmo nas bossas mais ousadas. Algumas alas após a bateria ainda podem melhorar a intensidade de sua harmonia para gerar um conjunto ainda mais afinado. No carro de som, mais uma atuação excelente. A dupla de cantores oficiais, Marquinho e Dowglas, segue dando um show de interpretação, além de sempre chamar os componentes para cantar ainda mais. Certamente, eles serão fundamentais para impulsionar o canto da agremiação no dia do desfile. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, Dowglas falou sobre a emoção de cantar o samba-enredo que cresce a cada dia:

“Está sendo maravilhoso cantar a vida da Alcione, a nossa ‘marrom’. Para mim é muito gratificante, porque a Alcione fundou a Escola Mirim, que é a Mangueira do Amanhã. A escola onde eu fui formado e dei os meus primeiros passos para ser o hoje intérprete da Estação Primeira de Mangueira. Então, é muito bom cantar esse samba que emociona o mangueirense, que a comunidade abraçou de verdade. Eu fico muito feliz de saber que ela está evoluindo também, nos nossos ensaios que a gente faz semanalmente, juntamente com a nossa comunidade e bateria. Muito feliz pelo empenho que estamos dando para esse samba evoluir mais e mais”, disse o cantor.

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Evolução

Este é um quesito em que a Verde e Rosa precisa ter muita atenção em seu trabalho. Isso porque a primeira parte do desfile parece ser bem extensa, com a comissão de frente, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, uma grande ala coreografada, um pede passagem, uma outra ala considerável e finalmente o abre-alas. A apresentação da comissão de frente leva um certo tempo, o que pode fazer com que a agremiação pareça um pouco travada em seu início de desfile. Depois disso, a escola evolui com mais fluidez. Não foi notada nenhuma correria ou espaçamento indevido entre alas. Os desfilantes mostraram bastante energia, alegria e espontaneidade no ensaio.

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Samba-enredo

A obra musical mangueirense tem a letra, com belas passagens, outras não tão inspiradas. A melodia possui boas variações que impulsionam o canto. Mesmo assim, é possível dizer que ela vem tendo um ótimo rendimento, principalmente, pela atuação do carro de som e bateria. A comunidade também vem fazendo um bom trabalho, porém neste último ensaio foi possível notar que ainda pode elevar mais esse rendimento.

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Outros destaques

O grande destaque do ensaio da Mangueira foi o desempenho da bateria comandada pelos mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto. Incrível observar o nível da atuação dos ritmistas, tocando com muita garra e, ao mesmo tempo, sustentando um ritmo na medida para o samba. As bossas são um caso à parte. Todas elas são ousadas, com um certo grau de dificuldade. Além disso, possuem uma ótima musicalidade, bem de acordo com o enredo da escola. Para finalizar, foi apresentada uma grande bossa, no estilo ‘paradona’, em que quase todos os naipes paravam de tocar e ficavam apenas os tamborins, ora acompanhados pelos chocalhos, ora pelas cuícas. Depois de uma passada inteira do samba, finalmente os demais instrumentos voltavam a ser executados, retomando o ritmo do conjunto da bateria. Porém, não necessariamente essa criação será apresentada no desfile. Mestre Taranta falou sobre o trabalho com a sua bateria para o site CARNAVALESCO:

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“A expectativa é a melhor possível, que dê tudo certo para nós. Que a gente possa fazer o que estamos fazendo aqui no ensaio de rua lá no dia 4 e também no dia 12. Tem umas coisas que a gente está fazendo aqui, mas que não vamos levar para o desfile. É mais uma bossa que fazemos com os naipes, que a gente para a bateria, deixa só o pessoal da ‘cozinha’ fazendo os desenhos. É uma coisa que a gente faz para acertar aqui o desenho mesmo, e que não vamos levar para a Sapucaí. Mas o resto, todas as bossas que a gente está fazendo, vamos levar para o desfile mesmo”, disse o mestre de bateria.

Com alto nível no ensaio técnico, canto do Tatuapé prevalece no Anhembi

Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins

O feriado foi marcado pelo aniversário de São Paulo, mas quem deu o tom no ensaio técnico do Acadêmicos do Tatuapé foi a Mata de São João, cidade da Bahia e enredo da escola para o Carnaval 2024. O canto da Zona Leste prevaleceu aos demais quesitos e foi o grande destaque no treino. Aliás, um grande teste. Todos os quesitos se mostraram bem entrosados. Também vale destacar a comissão de frente e o conjunto musical, liderado pelo intérprete Celsinho Mody. O cantor ‘pegada de africano’ interagiu com a arquibancada, especialmente no setor B (monumental) e o público foi ao delírio, pois logo em seguida veio um apagão da bateria. Grande momento do ensaio. A agremiação ainda terá outro ensaio, e será daqui a três dias, no próximo domingo.

O enredo do Tatuapé é intitulado como “Uma Joia da Bahia – Símbolo de Preservação! Entre Contos e Sabores, Viva a Mata de São João!”, assinado pelo carnavalesco Wagner Santos. O presidente Eduardo Santos fez uma avaliação. “Foi um ensaio muito bom. A gente conseguiu praticar tudo aquilo que ensaiamos na quadra, rua e ensaios específicos. Graças a Deus foi tudo bem e no próximo domingo vai ser melhor ainda”, afirmou.

Sobre o pequeno intervalo de ensaios no Anhembi, o mandatário contou que realmente é uma questão estratégica. “A gente sempre prefere fazer os nossos ensaios no Anhembi bem perto do desfile. Queríamos ter feito três, mas tivemos problemas de datas e as que estavam disponíveis nós achamos que não valia muito a pena por causa do horário e do dia. Resolvemos fazer dois bem perto do desfile, porque aí a gente consegue ver tudo aquilo que estamos praticando na rua, nossa evolução e na quadra, esse canto que nós temos. É para ver se tudo isso está funcionando e se aqui vai sair do jeito que a gente projeta e ensaia lá. Por isso nós preferimos sempre fazer ensaios técnicos sempre perto do desfile oficial”, declarou.

Comissão de frente

Uma inovação vem aí na ala comandada por Leonardo Helmer. Costumeiramente, o Tatuapé não leva tripés em sua comissão. Somente faz a sua apresentação com os bailarinos. Porém, desta vez, vai mudar. Neste ensaio, a escola levou um grande tripé. Mesmo embalado com sacos plásticos, aparenta ser uma escultura, mas mesmo assim os componentes ensaiaram de maneira satisfatória.

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A comissão tem uma coreografia que é bastante baiana de fato. Tem capoeira, religiosidade e tambores. Os integrantes da ala dançavam na pista na letra do samba. Há de destacar os versos “Senhora dos navegantes, o barco já vai pro mar/e lá do mar Iemanjá me chamou”. Nesta parte, uma mulher era erguida para o alto e os demais louvavam. Aparentemente, representa Iemanjá. A coreografia tinha sua finalização com todos indo para o elemento alegórico e fazendo uma pose de estátua, sendo cada componente diferente dos demais.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Diego e Jussara, prata da casa, estão há muito tempo juntos. Isso já é o suficiente para ambos entrarem no automático e entenderem muito bem um ao outro. Realmente foi isso o que aconteceu. Alta sincronia nos movimentos, giros e finalizações. A dupla é conhecida por sempre caprichar nas coreografias dentro do samba, mas neste ensaio se observou uma prioridade às questões citadas acima. O casal falou sobre mudanças na pista do Anhembi:

“A gente trabalha para qualquer tipo de situação, mas, falando desse novo tipo de Anhembi, para mim, achei que não ficou muito válido para o quesito de mestre-sala e porta-bandeira porque o que nós tínhamos para tapar correntes de vento, como as antigas cabines, não existem mais. Mesmo com qualquer obstáculo na pista, a corrente de vento bate. Não que seja impossível de fazer, mas com um pouquinho mais de dificuldade. Mas jogador treina para qualquer tipo de situação. Estamos vindo para qualquer tipo de situação, chuva, vento e pista. O Casal Foguinho está vindo aí para superar as expectativas”, comentou o mestre-sala.

Tatuape et PrimeiroCasal

“Concordo com tudo que ele falou e tenho um adendo: com esse novo formato de módulos, eles não estão no mesmo formato e nem na mesma altura. Isso, de certa forma, interfere no nosso trabalho. Precisamos trabalhar até o último jurado – e nós tivemos o privilégio de já saber que ele virá em cima da arquibancada, ao contrário de outros casais. Daqui para frente, eles vão ter que trabalhar em outro lugar. Agora, vamos assistir, ver o que a gente pode mudar (já que a gente sempre acha alguma coisa, pra gente nunca está bom) e trabalhar para fazer um bom desfile para a nossa escola”, completou a porta-bandeira.

Harmonia

Como já era esperado, o Tatuapé deu um espetáculo no canto. A comunidade se empenha muito na harmonia. Foi uma empolgação do início ao fim, em todas as partes do samba. O trabalho dos harmonias no incentivo é especial. Se percebe tudo isso no refrão principal, onde é uma grande explosão de melodia. É comprovado ainda mais quando a bateria “Qualidade Especial”, de mestre Léo Cupim, executa o apagão nessa mesma estrofe. Sem dúvidas, o ponto alto da escola no treino.

Evolução

Se destaca pelos componentes dançando de um lado para o outro entre as fileiras. Não observou nenhuma situação adversa e nenhum buraco. Dentro do samba, os desfilantes ficavam bastante soltos, sem muita coreografia. Sendo assim, a responsabilidade é menor e tudo fica leve.

Só um detalhe que vale ressaltar: Entre o tripé da comissão de frente e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, houve alguns espaços consideráveis em determinados momentos, sobretudo em frente à cabine do recuo de bateria. Não se formou buraco, mas vale a escola se atentar, pois pode virar um empecilho.

Samba-enredo

A ala musical do Tatuapé é uma das melhores do carnaval paulistano, ou talvez a melhor. O intérprete Celsinho Mody imprimindo a sua energia e brincando com a arquibancada, somado ao fato de ser totalmente identificado com a escola, só pode ser algo satisfatório. As vozes femininas são incríveis, em especial da cantora Keila Regina, que chegou para compor o carro de som esse ano e já está rendendo bastante. O samba-enredo se destaca pelos refrões, onde é fácil de cantar e dá para pegar já na primeira passagem. Inclusive, são as partes mais cantadas.

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O intéprete Celsinho Mody exaltou o samba e o canto da escola. “Senti que o canto cresceu muito, de fato. Foi muito bom, um ensaio muito produtivo. A gente usa muito o ensaio técnico, o primeiro em especial, para sentir o canto da escola, a harmonia, ver o andamento das alas e etc. É um ensaio muito específico, mesmo – para olharmos, tecnicamente, o que acontece. No carro de som, com as caixas de som, ao lado da bateria, ouvi a escola cantando todas as frases do samba. De onde eu estava, acredito que alcançamos o êxito neste primeiro ensaio, mas foi só o primeiro. Temos muito mais para somar e apresentar, com muito respeito aos jurados e às mudanças que estão acontecendo nos quesitos (estamos muito atentos a isso) e ao público de São Paulo, com um tema bem gostoso e um samba para dançar, e para agradar os jurados, trazer as notas dez e ganhar o carnaval”, declarou.

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O cantor falou sobre o intervalo de ensaios e exaltou a sua ala musical. “Eu já me preparo para esses dois ensaios desde o ano anterior. É muito apertado, no meio dos dois ensaios temos ensaios de quadra e shows, então tem que tomar um cuidado muito grande para preservar a voz. Sabemos que São Paulo é mais fria, e faz diferença cantar em uma temperatura mais baixa, com muito vento. Mas estamos preparados: é um ano direto de trabalho (já que eu não parei desde o carnaval passado), sempre com fonoaudiólogo, fazendo aulas de canto, cuidando da voz, que é o diamante da minha vida… e com a equipe que eu tenho. Talvez eu nem precise cantar!”, finalizou.

Outros destaques

A bateria “Qualidade Especial”, de mestre Léo Cupim, estreou com o pé direito no Anhembi junto à sua comunidade. Foi a primeira vez que o jovem músico pisou na passarela como mestre oficial.

Léo falou sobre a sensação e avaliou o ensaio. “É uma emoção diferente, com certeza. A ansiedade e o frio na barriga bateram a semana inteira, mas estamos com um trabalho consolidado desde o mestre Higor, e demos andamento nesse trabalho. Confio muito na diretoria e nos ritmistas, e fizemos um bom ensaio. Temos algumas coisas para corrigir, mas estamos no caminho certo”, disse.

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O mestre também avaliou o ensaio. “De fato é um intervalo pequeno, e teremos um ensaio, no sábado, para corrigir. Mas estamos vindo de bons ensaios de quadra e de rua para termos uma noção legal. É só dar uma lapidada no próximo sábado para arrebentar na avenida domingo”, finalizou

Falando em bateria, a rainha Muriel Quixaba marcou presença. Ao lado dela estavam a bailarina Talita Guastelli e a madrinha Carmen Reis, que veio diretamente da Bahia.

Como o destaque é o canto, as baianas também participaram forte para isso. Sorridentes e felizes, as mães do samba da agremiação participaram ativamente do ensaio.