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Freddy Ferreira analisa a bateria da Mangueira no ensaio técnico

Um ensaio técnico ótimo da bateria da Estação Primeira de Mangueira, sob o comando dos mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto. O andamento confortável permitiu uma plena fluência entre os diversos naipes. Uma conjunção sonora valiosa foi produzida, com profundo respeito entre cada solo envolvendo as peças leves, fato que demonstrou uma execução pautada pela boa educação musical.

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Foto: Alexandre Vidal/Divulgação Rio Carnaval

Uma bateria da Mangueira tradicionalmente pesada foi percebida, com sua afinação mais puxada para o timbre grave. Os marcadores de primeira pulsaram de modo firme, mas com precisão. O surdo mor foi o responsável pelo balanço, com suas batidas contribuindo com o swing mangueirense peculiar. Os repiques mostraram técnica musical apurada, assim como caixas de guerra com a genuína batida rufada foram ressonantes por toda a pista. Timbaques ainda auxiliaram no preenchimento da sonoridade da bateria da Verde e Rosa. Os ritmistas com timbaques, inclusive, trocavam seus instrumentos por pandeirões para executarem uma bossa. Pandeirões são populares na cultura musical maranhense, terra da homenageada Alcione.

Na parte da frente do ritmo um trabalho diferenciado foi igualmente apresentado. Um naipe de xequerês tocou com vigor e dançou com desenvoltura, dando leveza à cabeça da bateria. Uma ala de chocalhos de boa qualidade tocou de forma intercalada com um naipe de tamborins de técnica musical bastante elevada. O desenho rítmico dos tamborins era complexo, mas foi executado com maestria. Cuícas seguras e agogôs funcionais com duas campanas (bocas) ajudaram a complementar a sonoridade das peças leves. Simplesmente incrível a divisão de solos entre os naipes da frente da bateria. Muito respeito pelo momento de cada solo ser realizado, garantindo uma sonoridade de capricho, conexão com o samba e muito bom gosto.

As bossas mangueirenses são profundamente atreladas à música da escola do morro de Mangueira. São arranjos com forte integração musical, que se aproveitam das nuances melódicas para consolidar o ritmo. O destaque vai para a bossa onde ritmistas de diversos naipes utilizam matracas escondidas pela roupa, além dos que tocam timbaque, nesse trecho tocarem pandeirões fornecidos pelos apoios. Além de ser musicalmente fascinante, a proposta demonstra uma versatilidade rítmica acima da média. Um momento de catarse se deu num “paradão”, onde somente as peças leves faziam seus solos, mostrando a sonoridade da parte da frente do ritmo nua e crua. Provocou interação popular, que ainda foi inflamada com efeitos de pirotecnia, garantindo o espetáculo junto ao público.

Uma bateria da Estação Primeira de Mangueira que fez um ótimo treino oficial, dirigida pela entrosada dupla de mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto. Apresentou uma musicalidade diferenciada, com direito a bossas totalmente integradas com o melodioso samba-enredo da Verde e Rosa. Certamente tanto os mestres, quanto diretores e ritmistas voltarão para a rua Visconde de Niterói orgulhosos e confiantes em mais um grande desfile, em busca da sonhada nota máxima.

Fé, samba e representatividade! Lavagem do Sambódromo emociona os sambistas e abre os caminhos para o Carnaval 2024

A Marquês de Sapucaí foi palco, na noite do último sábado, da tradicional lavagem, que ocorre anualmente antes dos desfiles. O ritual em que se pede proteção aos orixás para os desfiles vindouros foi marcado pela expressão de fé, devoção e religiosidade de diversos integrantes das escolas de samba do Rio de Janeiro. Ao início, uma saudação a Oxóssi, seguida dos toques de atabaques para Exú, Iemanjá e Omolu, com a presença de duas pessoas, uma representando Exú e outra Iemanjá, numa roda de orixás, que encantou aos presentes.

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Foto: Vitor Melo/Divulgação Rio Carnaval

O presidente da Liesa, Jorge Perlingeiro, discursou agradecendo a presença do prefeito Eduardo Paes, citando os quarenta anos do Sambódromo e relembrando que a lavagem é um momento de fé, esperança e religiosidade para todas as agremiações que desfilam na Marquês de Sapucaí.

Em seguida, em um momento ecumênico, o Padre Antonio, da Igreja de São Jorge da rua da Alfândega, e do Barreto, rezou o Pai-Nosso pedindo para que o carnaval da Sapucaí seja abençoado e protegido, em especial nesta comemoração de quarenta anos. Milton Cunha assumiu o palco com a cantora lírica Nanda Soprano que entoou a Ave Maria enquanto o carnavalesco recitava um texto escrito pelo jornalista Cláudio Vieira para a homenagem aos quarenta anos do Sambódromo, ressaltando a importância matriarcal no samba, referenciando a figura das mães baianas que ensinam as novas gerações e descortinam o caminho para o futuro.

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Foto: Alexandre Vidal/Divulgação Rio Carnaval

“E lá se vão quarenta carnavais. É hoje, mas parece que foi ontem. Eu lembro da primeira vez que as senhoras baianas emolduraram com a barra de suas saias a recém inaugurada Praça da Apoteose, a praça que se esvaiu do delírio, mas as saias das mães baianas continuam rodando de sonhos e sonhos, perpetuando as lutas pela liberdade, justiça, igualdade e dignidade”, assim iniciava o texto lido por Milton.

Gabriel David, diretor de Marketing da Liga, falou sobre a importancia da lavagem para os sambistas em geral: “É um dia muito importante que a gente, que é Sambista e vive isso todos os anos, há muito tempo, aguarda todo o novo ciclo de carnaval. É o momento da gente jogar as nossas melhores energias na avenida, das mães baianas literalmente abrirem caminho para que a gente possa ter um grande carnaval. Mas acima de tudo, que a gente possa fazer desse lugar sagrado um lugar de felicidade, um lugar de amor, um lugar de boa energia e emanar isso para o mundo”.

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Foto: Alexandre Vidal/Divulgação Rio Carnaval

Luciana Milagres, umas das baianas preparadas para lavar a Sapucaí, comentou um pouco sobre esse momento tão especial da preparação da maior festa do planeta: “​​​​​​É pura energia, amor, acolhimento, paz. Vamos abrir aí os caminhos, os trabalhos para a gente ter um carnaval só de amor, felicidade. Chega de briga, chega de impasses, vamos perdoar, vamos aceitar o próximo”. Ela complementou com a emoção de estar presente pela primeira vez na Lavagem da avenida: “​​​​Tem uma questão pessoal, familiar. Estou aqui agradecendo cura. Estou me despedindo de pessoas que se foram e eu já desfilo na Vila Isabel, já não, só há dois anos e já tive a honra de ser convidada a participar aqui da lavagem e estou muito feliz, muito realizada, muito emocionada”.

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Já Sueli da Fonseca, outra dentre as baianas que lavaram a passarela, falou da emoção e do cortejo da lavagem: “É uma paz, é uma coisa linda, linda de se ver, de fazer e de estar presente também. Tanto a lavagem como o desfile em si é muito lindo, é muito emocionante, muito bonito”.

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Outros integrantes presentes também se emocionaram com a realização de mais um ano da efeméride. O terceiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Viradouro, João Oliveira e Duda Martins, representou a escola durante o desfile da lavagem.

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Para João, foi um momento essencial de limpeza e purificação: “Carnaval é um meio difícil de se dar, de se trabalhar, é muito trabalho, muita competição o tempo todo, infelizmente, mas é ossos do ofício. E a lavagem ela vem para literalmente limpar e harmonizar todo esse momento para fazer um grande espetáculo”. Duda complementa: “Acho que a gente se sente limpo, exatamente. O carnaval é um meio de energias que envolve tanto as coisas boas quanto as coisas ruins, então a lavagem vem limpando e renovando a energia de todo mundo”.

O CARNAVALESCO também falou com a deputada estadual Martha Rocha, filiada ao PDT, partido de Brizola e Darcy Ribeiro, idealizadores da Passarela do Samba, que leva o nome do último. A deputada relembrou deles, e da importância do carnaval como um espaço de cultura e inclusão:

“Esse carnaval vai ser diferente, é muito importante para todos nós. São quarenta anos de sambódromo, esse espaço cultural, a maior expressão da civilidade, da cultura brasileira, que foi concebido exatamente por Leonel Brizola, Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer. Então é fundamental que a gente esteja aqui vivenciando esse momento de união, de diversidade, de dignidade”.

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Sobre a lavagem, a deputada ressaltou a energia, e contou que sempre que pode vai ao Sambódromo: “É com muita alegria que a gente está assistindo aqui à lavagem com essas mulheres maravilhosas que abrem o samba com toda essa boa energia. Sempre que eu posso eu estou no sambódromo para assistir o carnaval e cada vez que a gente passa aqui o coração da gente dispara como se você a primeira vez, quando batem os primeiros sinais, quando a bateria dá o anúncio que vai entrar e aqui a gente sai renovada”. Por fim, Martha Rocha ressaltou a pluralidade religiosa da festa como caminho de paz: “Então que simbologia dessa união de várias crenças, do sagrado e do profano, que essa sintonia seja uma sintonia de paz para todos os cariocas e para todos os brasileiros”.

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Os espectadores presentes também falaram sobre o impacto do ritual. Keire Bento, de 43 anos, veio pela primeira vez para a lavagem da avenida, falou do momento como um ponto de culto a ancestralidade para as religiões de matriz africana, e ressaltou a beleza e a importância da liberdade religiosa: “É bacana a gente ver, é um misto de crenças, mas é importante também a gente não desacreditar da fé e da religião das outras pessoas. Ter o respeito, porque o respeito é importante. Acho que é um marco para o carnaval, faz toda a diferença. Aqui é para abençoar a avenida, para que o carnaval seja perfeito, seja maravilhoso, que todo mundo possa se divertir e ser feliz porque carnaval é isso”.

Tiago Brito, de 40 anos, também veio pela primeira vez para a lavagem, e gostou muito dos ritos que abriram os caminhos para o Carnaval 2024: “Eu gostei bastante, é uma energia muito forte, e eu estou achando muito maior do que eu esperava. É realmente emocionante, porque ano passado, eu vim ao Sambódromo, mas eu fiquei na frisa. Então, esse ano, descendo aqui, parece completamente diferente”.

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A passagem do cortejo foi ao som de sambas de enredo clássicos, inicando com “Aquarela brasileira” do Império Serrano, “Atrás da Verde e Rosa só não vao quem já morreu” da Mangueira, “Kizomba, a festa da raça” da Vila Isabel, “Um Mouro no Quilombo” do Tuiuti, entre outros, que guiaram as baianas durante toda a lavagem. Conduzida por Mestre Casagrande, a bateria foi formada por diversos integrantes de diferentes escolas de samba, e contou com o prefeito Eduardo Paes e Gabriel David, entre os componentes.

Radiante, adorada pela comunidade e ‘cravejada de cristais’, Sabrina Sato exala gratidão e inspiração para Vila Isabel

Sabrina Sato, rainha de bateria que irá desfilar pela 12ª vez à frente da ‘Swingueira de Noel’, afirma se considerar ser uma das personalidades do carnaval carioca nesses 40 anos de Sapucaí e, vestida de cristais importados da cabeça até as unhas do pé, dedica todo esse brilho, que nem se compara ao dela, para a Vila Isabel.

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Foto: Alexandre Vidal/Divulgação Rio Carnaval

Sempre sorridente, atenciosa e extremamente querida por todos, Sabrina Sato chegou ao Sambódromo mais uma noite para o ensaio técnico. Atendendo fãs, imprensa televisiva, impressa e on-line, ela não deixa ninguém sem uma resposta sua e um sorriso, ainda mais se a pessoa for da Vila. Com um filho do mestre Macaco Branco no colo, ela explica o enredo ‘Gbalá’ para aqueles que estão em volta e deixa a comunidade de noel em êxtase com sua presença. Com uma fantasia toda composta por cristais, com um sorriso no rosto e um olhar faceiro, ela explica que a Vila Isabel merecia aquele brilho no ensaio técnico.

“Eles mandaram todas essas joias da Swarovski para o Brasil e foram fazer a roupa. Foi uma fantasia produzida especialmente para esse dia tão especial, porque a Vila Isabel merece, a Sapucaí merece. E esse ensaio tem que ter gostinho já de carnaval. Então a gente coloca cristal, coloca tudo para causar”, afirma Sabrina.

Neste ano, a Sapucaí completa 40 anos e é inegável a relevância de Sabrina Sato para o carnaval carioca, visto a reação do público quando ela atravessa a avenida todos os anos. Paulista e dona de um sotaque bem diferente do carioquês, ela mesmo reconhece que, mesmo com essas diferenças, cravou seu lugar no panteão sambista do Rio de Janeiro.

“Claro que sou uma personalidade do carnaval. Tenho muita paixão, eu sou muito feliz. E eu me sinto muito honrada de ser uma das personalidades, de fazer parte dessa história da Sapucaí. Ainda mais vinda do interior de São Paulo. Então assim, fui abraçada pela comunidade de Vila Isabel. Fui abraçada aqui pela Sapucaí. E eu sou muito grata, sempre acompanhei tudo o que acontecia aqui”, conta a rainha.

Com a reedição do enredo “Gbalá- Viagem ao templo da criação”, a Vila Isabel traz uma mensagem de conscientização, de nós para com o nosso mundo, que devemos valorizar as crianças. Sabrina, que é mãe, demonstra estar imersa e muito tocada pelo enredo da agremiação e, como uma legítima rainha, seu discurso encoraja os seus súditos que vestem azul e branco.

“O nosso nome já diz, unidos, Unidos de Vila Isabel. A gente vai fazer um desfile lindo, com um enredo que a gente ganhou de presente no Martinho da Vila, em 1993. Uma reedição maravilhosa que tem tudo a ver com o momento que a gente está vivendo. A gente precisa cuidar das nossas crianças, a gente precisa pensar no nosso futuro, a gente precisa lembrar das nossas raízes e cuidar da nossa criança interior, para poder ter um futuro maravilhoso. Esse enredo vai contagiar a Sapucaí, porque a gente tem que estar junto, a gente tem que estar cantando, a gente tem que estar vibrando com a nossa energia que só a Vila Isabel tem. Vamos com tudo comunidade, eu amo vocês demais”, bradou Sabrina em direção a sua bateria.

Imperador do Ipiranga é favorita em Grupo de Acesso II de SP marcado por problemas

Por Gustavo Lima, Eduardo Frois, Lucas Sampaio, Fábio Martins e Will Ferreira

O primeiro dia de desfiles do carnaval de São Paulo foi marcado por problemas em agremiações, Camisa 12 e Uirapuru da Mooca estouram o tempo, enquanto Imperatriz da Paulicéia tem problema na alegoria. Por outro lado, Imperador do Ipiranga é destaque e é favorita, tradicionais Peruche e X-9 Paulistana brigam por vaga no Acesso II, além da Primeira Líder que homenageou Portela. Veja abaixo como foi cada desfile.

UNIDOS DE SÃO MIGUEL

De volta ao Sambódromo do Anhembi após dez anos, a Unidos de São Miguel abriu a noite de desfiles do Grupo de Acesso II com boa estética visual e muita energia. O destaque da exibição ficou por conta da beleza e do cuidado com as fantasias, além da bateria Swing da Nitro. A Tricolor do Extremo Leste paulistano apresentou o enredo “Um príncipe negro na corte dos esfarrapados”. * VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE // LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA

UNIDOS DE SÃO LUCAS

Segunda escola a desfilar no Grupo de Acesso II neste sábado, a Unidos de São Lucas, claramente, mostrou poder de investimento e ótima capacidade de realizar carros alegóricos bastante imponentes e belos. Também chamou atenção o samba-enredo, dos mais aclamados de todo o carnaval paulistano, e a evolução do casal de mestre-sala e porta-bandeira – que, pouco a pouco ao longo do ciclo carnavalesco, melhoraram e tiveram exibição bastante segura. O canto da agremiação, entretanto, foi irregular (e abaixo no segundo setor) e o tripé da comissão de frente tinha ao menos uma rodinha aparente. O desfile para defender o enredo “O Canto das Três Raças… o grito de alforria do trabalhador!” durou 58 minutos. * VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE // LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA

IMPERATRIZ DA PAULICÉIA

Terceira escola a se apresentar nesta noite de desfiles do Grupo de Acesso II do Carnaval São Paulo, a Imperatriz da Paulicéia fez uma vibrante apresentação. A exibição da comissão de frente e o desempenho da bateria foram os destaques da escola, porém o capricho estético das alegorias acabou comprometido por uma escultura do segundo carro que passou sem a metade de seu braço esquerdo. Com o enredo “Maracatu – Bendito é o seu rito”, a Azul e Branco da Zona Leste encerrou sua passagem pelo Anhembi aos 46 minutos. * VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE // LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA

AMIZADE ZONA LESTE

O Amizade Zona Leste realizou na noite de sábado seu desfile no Sambódromo do Anhembi. Com destaque para a atuação da ala musical, que se comunicou muito bem com a bateria, a agremiação teve vários problemas de atuação, em especial da comissão de frente. O Trevo de São Matheus foi a quarta escola a se apresentar pelo Grupo de Acesso 2, fechando os portões aos 50 minutos, o máximo previsto pelo regulamento. * VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE // LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA

UIRAPURU DA MOOCA

O começo do desfile da Uirapuru da Mooca em 2024 foi arrebatador. Com uma comissão de frente bastante criativa e um abre-alas bastante bonito, a agremiação impressionou quem estava observando a apresentação. O final, entretanto, foi cruel: o tempo-limite de cinquenta minutos para concluir a exibição foi estourado em dezesseis segundos – e, pelo regulamento, faz com que a agremiação perca três décimos em obrigatoriedades, de acordo com o regulamento. Fazendo uma homenagem a uma ilustríssima coirmã carioca, a agremiação defendeu o enredo “Da Estrela Guia Que Brilha No Céu, Vem Aí a Mocidade Independente de Padre Miguel”, sendo a quinta a se apresentar no Grupo de Acesso II da folia paulistana neste sábado. * VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE // LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA

X-9 PAULISTANA

A X-9Paulistana levou o Nordeste para o Anhembi. O desfile se destacou pelo visual colorido que se viu, claramente algo alegre que a comissão de carnaval quis passar para o público. A comissão de frente, executando as danças típicas do Nordeste também merece um adendo especial. Todo o visual foi caprichado, as fantasias além de belas, davam conforto aos componentes e, por fim, as alegorias deram tom na apresentação. A X-9 Paulistana foi a sexta escola a desfilar, com o enredo “Nordestino Sim, Nordestinado Jamais”, assinado por uma comissão de carnaval. * VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE // LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA

CAMISA 12

Quem acompanhou o início do desfile da Camisa 12 jamais poderia esperar pelo final do mesmo. Com uma comissão de frente muito bem celebrada e um abre-alas extremamente imponente, a escola começou a exibição impressionando. Com os primeiros componentes evoluindo morosamente, um acidente com o segundo carro alegórico, um passo bastante apertado nos últimos dez minutos e o estouro do cronômetro em um inacreditável segundo (!), cabe ressaltar o bom apresentado pelo samba-enredo, a boa condução por parte de bateria e ala musical e uma noite bastante segura do casal de mestre-sala e porta-bandeira ao defender o enredo “Meu Black é de Rei, Minha Coroa é de Chico. Chico Rei Entre Nós”, sétima agremiação a desfilar no Grupo de Acesso II neste sábado. * VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE // LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA

PRIMEIRA DA CIDADE LÍDER

A Primeira da Cidade Líder realizou na noite de sábado seu desfile no Sambódromo do Anhembi. O conjunto visual formado tanto pelas fantasias quanto pelas alegorias se destacou na apresentação, que teve problemas de evolução na reta final. A Azul e Amarelo da Zona Leste foi a oitava escola a se apresentar pelo Grupo de Acesso 2, fechando os portões aos 49 minutos. * VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE // LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA

IMPERADOR DO IPIRANGA

É difícil destacar um único quesito no desfile da Imperador do Ipiranga no Grupo de Acesso II em 2024. Bastante coesa, a agremiação foi a nona a se apresentar para defender o enredo “Desperte a Criança que Há Dentro de Você” e conseguiu destaque, entre outros motivos, pela ótima Evolução, por carros alegóricos bonitos e muito bem acabados e uma bateria com naipes pouco comuns hoje em dia. Encerrado em 49 minutos, o desfile empolgou componentes e arquibancadas. * VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE // LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA

MORRO DA CASA VERDE

O Morro da Casa Verde realizou na noite de sábado seu desfile no Sambódromo do Anhembi. O samba da escola interpretado por Wantuir foi o grande destaque da apresentação, que teve constantes problemas de evolução. A Verde e Rosa da Zona Norte foi a décima escola a se apresentar pelo Grupo de Acesso 2, fechando os portões aos 49 minutos. * VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE // LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA

PERUCHE

Fechando os desfiles do Grupo de Acesso II, entrou em jogo o pavilhão mais pesado da divisão, a Unidos do Peruche. Com um enredo afro, a abertura da agremiação foi forte, já com uma comissão de frente trazendo a figura de Exú e um abre-alas nas cores douradas e uma escultura negra imponente, que aparentemente representava a rainha Ronke, título do enredo. Outro destaque do desfile foi o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Gabriel Vullen e Joice Prado. Os dois realizaram uma apresentação digna do tema, com coreografias afro e execução satisfatórias dentro de uma dança do quesito. A bateria “Rolo Compressor”, de mestre Marcel, executou bossas diferenciadas e deu um andamento correto para a escola. * VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE // LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA

Peruche encerra desfiles tendo como destaques comissão de frente e casal de mestre-sala e porta-bandeira

Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins

Fechando os desfiles do Grupo de Acesso II, entrou em jogo o pavilhão mais pesado da divisão, a Unidos do Peruche. Com um enredo afro, a abertura da agremiação foi forte, já com uma comissão de frente trazendo a figura de Exú e um abre-alas nas cores douradas e uma escultura negra imponente, que aparentemente representava a rainha Ronke, título do enredo. Outro destaque do desfile foi o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Gabriel Vullen e Joice Prado. Os dois realizaram uma apresentação digna do tema, com coreografias afro e execução satisfatórias dentro de uma dança do quesito. A bateria “Rolo Compressor”, de mestre Marcel, executou bossas diferenciadas e deu um andamento correto para a escola.

Com o enredo “Da Cultura do Reino de Ifé, Ao Legado da Rainha Ronke”, assinado pelo carnavalesco Mauro Xuxa, a Unidos do Peruche encerrou os desfiles do Grupo de Acesso II.

Comissão de frente

A ala, coreografada por Fernando Lee, representou a “Criação do Mundo na Cultura Yorubá”. Na coreografia, havia uma figura principal simbolizando a entidade Exú. Outras figuras tinham como representação pássaros com fantasias nas cores laranja e marrom. Esses componentes vestidos de aves ficavam juntos o tempo todo e em determinado momento da apresentação se juntavam a Exú. aparentemente, davam energia ou poder para a figura, que transitava pelo espaço da comissão.

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Também na ala, tinha integrantes vestidos de brancos. A dança deles era intensa, mas como personagem, não deu para identificar ao certo o que representava.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal que fez o seu primeiro desfile oficial pela ‘Filial do Samba’, Gabriel Vullen e Joice Prado, teve como participação dentro do contexto do desfile a “Ancestralidade”, sendo a sua fantasia. A dupla mesclou os giros horário e anti-horário com as coreografias dentro do samba. Grande apresentação do casal, colocando passes afro na dança. O ponto-destaque ficou no terceiro módulo, onde deu para ver que Gabriel e Joice se soltaram mais.

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Enredo

A Unidos do Peruche, para 2024, levou ao Anhembi a história da rainha Ronke, uma realeza da Nigéria onde foi exaltada no desfile a religiosidade e a história da mulher. Também foi bastante citada a moda, que a rainha teve como carreira em sua vida. Por exemplo, alas foram ao desfile nomeadas como “São Paulo/África” e “África Fashion Week”, pois Ronke fez parte do desfile ‘São Paulo Fashion Week’, que é um dos eventos de moda mais famosos do Brasil e do mundo.

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Alegorias

O abre-alas, que veio simbolizando o “Reino de Ilê Ifé” – no carro, vinha uma escultura de uma mulher negra com asas e a cor dourada predominante. Suponha-se que seja a rainha como uma espécie de anjo. A escola levou um tripé entre as alas. Consistia em uma escultura de uma mulher batendo um tambor.

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A segunda alegoria, retratou a “Coroação da Rainha Ronke no Samba pelo Quilombo Perucheano” com esculturas de um homem negro na frente.

Fantasias

A agremiação apresentou um conjunto satisfatório de vestimentas. Nada de luxo, porém era uma safra que dava para os desfilantes dançarem com facilidade. O destaque fica para o segundo setor, após o tripé. Materiais como plumas apareceram discretamente. A maioria foi visto nos adereços de cabeça.

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Harmonia

No ensaio técnico, o Peruche havia mostrado dificuldades no canto. Elas apareceram nas primeiras alas, mas depois as vozes fortes começaram a aparecer. O refrão de cabeça, que tem uma melodia empolgante e bela, foi a parte mais cantada pelos desfilantes.

Samba-enredo

O samba foi composto por Fredy Vianna, Jorge Alckmista, Ronny Potolski, Nando do Cavaco, Dr. Edson, André Filosofia, Rodrigo Atração, Alcides Júnior, Edson Liz, Dema, Everton Barbosa e Xandinho Nocera. Foi bem interpretado na voz do intérprete Renan Bier. O cantor estreou em um desfile oficial com o Peruche e conduziu a sua ala musical de forma satisfatória. O samba teve como o seu ponto alto o refrão de cabeça.

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Evolução

A evolução oscilou. Começou bem, porém deu alguns sustos. Um exemplo foi um grande espaçamento após o recuo. Não se sabe se foi buraco ou não, mas o fato é que estava depois da visão do segundo módulo e mais perto da visão do terceiro. Aparentemente não dava para ver, mas vale o destaque, pois isso pode configurar deduções. Outra questão foi o tempo. O Peruche fechou o desfile com 50 minutos, ou seja, em cima da hora. Teve que apertar o passo no final. Uma problemática no quesito. Entretanto, vale destacar que no decorrer do desfile, entre as fileiras, os componentes tiveram a liberdade de se mover alinhados, compactos e soltos.

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Outros destaques

Baianas desfilaram representando o “Textil Adirê”, com uma fantasia em tom marrom. A bateria “Rolo Compressor”, comandada por mestre Marcel, que fez a sua estreia, realizou várias bossas e rendeu bastante no desfile.

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A corte de bateria foi recheada. Esteve presente a rainha Andreya Venâncio. Ao lado delas, a princesa Yasmin Lagatta e a madrinha Susana. Outra participante foi a menina Danda – Todas bem fantasiadas.

Fotos: desfile do Peruche no Carnaval 2024