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Desafios das escolas relacionadas aos times de futebol no Rio: atrair jovens e enfrentar o preconceito

A ligação entre escolas de samba e torcidas organizadas sempre gerou polêmica no carnaval do Rio de Janeiro. Felipe Amorim, presidente da Fla Manguaça, e Serginho Aguiar, presidente da  Imperadores Rubro Negros, contaram em entrevista concedida ao site CARNAVALESCO sobre o preconceito que existe com as escolas relacionadas a times de futebol, a influência das escolas de time de São Paulo e suas expectativas para a Botafogo Samba Clube na Sapucaí em 2025.

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Foto: Divulgação/Superliga e Riotur

Felipe reconhece que, embora não tenha enfrentado preconceito de maneira agressiva, ainda existe um olhar diferenciado em relação às escolas de samba ligadas a times de futebol. Ele acredita que essas escolas precisam se esforçar mais para alcançar o mesmo nível de reconhecimento, especialmente por parte da imprensa.

“Eu acho que preconceito, pelo menos eu nunca percebi de forma agressiva. Eu acho que tem um olhar diferente, eu acho que a gente precisa fazer sempre um pouco melhor para ter o mesmo olhar, não digo de jurado, mas de parte da imprensa, eu acho que tem esse peso”, contou Felipe Amorim.

Serginho Aguiar destacou a importância da juventude para a continuidade dessas escolas, porque mesmo que exista um preconceito por parte de pessoas mais conservadoras no Carnaval, a integração das cores e paixões dos times de futebol ajuda a atrair um público mais jovem. Além disso, iniciativas como o ‘encontro das paixões’ durante a pandemia mostram que é possível criar um ambiente de harmonia e cooperação entre as diferentes torcidas dentro do carnaval.

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Fotos: Maria Clara Marcelo/CARNAVALESCO

“Existe um preconceito com pessoas mais antigas no carnaval. Se você for fazer uma enquete, as pessoas têm uma visão e se preocupam muito com as coisas que acontecem em São Paulo. Eu sou precursor da questão das escolas de samba com referência à time de futebol, que eu particularmente não tenho relação direta com o Flamengo, eu sou as cores, sou a paixão pelo Flamengo, mas o meu mestre de bateria é vascaíno, tenho passistas tricolores, meu diretor de marketing é botafoguense.Não deixo de forma alguma essa rivalidade de arquibancada chegar no carnaval. Logo no início, tem três anos, nós fizemos o encontro das paixões, era Guerreiros Tricolores, Botafogo Samba Clube, União Cruzmaltina na época e a gente, foi uma época da pandemia, foram as lives e a gente deu uma amenizada na situação. Mas se você for para um dirigente antigo, ele vai falar que sai briga, sai porrada, essas coisas assim. Agora, o carnaval necessita de juventude, porque se você reparar, o carnaval é frequentado com pessoas de 35 anos para cima. Quando você traz as cores do Flamengo, traz as cores do Botafogo, do Vasco, do Fluminense, você traz o jovem que acompanha desde criança a questão do futebol. E é uma instituição que você, às vezes você não tem acesso ao jogador, mas você tem acesso à porta-bandeira, pode sair naquela bateria. A gente que administra as escolas, de forma alguma a gente deixa esse clima, ele existe porque nós temos um outro público que pode vir somar com o público do Carnaval. Por isso que aparece assim, para as pessoas que têm a cabeça mais antiga, têm um pensamento mais conservador”, destacou Serginho.

Quando questionados se as escolas de samba ligadas a times de futebol de São Paulo eram referências para eles, Felipe Amorim e Serginho Aguiar reconhecem que essas escolas são referências por conta da organização e estrutura, mas também levam em consideração que lá a rivalidade entre elas é maior.

Felipe Amorim destacou a importância dessas escolas e a necessidade de aprender com sua organização e estrutura: “Eu acho que eles têm uma importância grande no carnaval e acho que a gente tem que olhar muito a organização e estrutura como escola deles. Eu busco esse olhar”.

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Serginho Aguiar complementou comentando sobre a aceitação e a rivalidade dentro das escolas: “Te dou um exemplo, uma vez no ensaio chegou um garoto com a camisa do Vasco, aí vieram trazer ele me perguntando se ele podia ficar com a camisa do Vasco lá, eu falei que podia. Já em São Paulo, que são escolas muito mais antigas, já tem uma tradição nesse segmento, existe uma rivalidade. Mas só que lá em São Paulo é outro carnaval, aqui é no Rio de Janeiro. Tem rivalidade de time de futebol legal, mas tem escolas de samba que é de contravenção, tem escolas de samba que é de comunidade.Por que não pode ter uma escola de samba que é de time de futebol? Por aqui, isso não aconteceu ainda, e nem vai acontecer, com certeza”.

Quando questionado se alguém poderia entrar com a camisa de outro time na quadra da Fla Manguaça, Felipe Amorim respondeu que o respeito pelo espaço e pela comunidade é fundamental, e que todos são bem-vindos, independentemente do time que apoiam:

“Problema nenhum, se for dia de evento da escola de samba, não tem problema nenhum, desde que respeite o espaço. A nossa intérprete, a Júlia, ela é Vasco e não tem problema nenhum, está com a gente há três anos e é super bem recebida, bem tratada. Então, acho que desde que a pessoa vá para lá, sabendo aonde está indo e respeitando, ela vai ser tratada como outro qualquer que esteja lá”.

Sobre as expectativas para a Botafogo Samba Clube na Sapucaí em 2025, Serginho Aguiar comentou da importância do apoio entre as escolas e o impacto significativo que a participação da Botafogo Samba Clube pode ter no cenário do carnaval.

“A Botafogo, o presidente é meu amigo, inclusive, eu que fui um padrinho dele de colocar ele na Botafogo. A gente tem uma relação muito boa, eu frequento a Botafogo, eles frequentam a Imperadores. E eles fizeram agora uma inscrição de fantasia, deu 9 mil pessoas. Daí você tira que não vão desfilar 9 mil, vai desfilar 2 mil. E esses 9 mil vão vir pra somar financeiramente com a compra de ingresso, com a presença nos ensaios, a presença no desfile. Aí sim, a gente vai ser o termômetro do que vai acontecer com essa estreia da Botafogo lá em cima. Como é que vai ser o peso e medida disso”, comentou Serginho Aguiar.

Felipe destaca a amizade e o respeito que tem pelo presidente da Botafogo Samba Clube, Sandro, e a importância do desempenho da nova escola para a imagem e reputação das escolas de samba ligadas a times de futebol: “Eu acho que é muito importante, eu acho que muitas pessoas vieram provocar, mas o Sandro, que é o presidente da escola, é um dos meus maiores amigos que eu tenho no carnaval. E, tanto que quando teve o resultado, fui o primeiro a levantar, abraçar ele e eu falei para ele, a responsabilidade agora é dele. Se ele fizer besteira lá, a gente vai pagar aqui”.

Portela define data de recadastramento e cadastramento para alas da comunidade

Iniciando o próximo carnaval junto a comunidade, Portela abre as portas de sua quadra para o recadastramento e o cadastramento de seus componentes das alas da comunidade.

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Os componentes que desfilaram no último carnaval, terão a exclusividade de realizar o recadastramento a partir dos dias 8, 9 e 10 de julho, começando a distribuição das senhas às 16h e o processo de recadastramento a partir das 17h. Já para os que almejam desfilar pela primeira vez na Majestade do Samba, as inscrições serão realizadas nos dias 15, 16 e 17 de julho, também a partir das 17h. O recadastramento também poderá ser realizado nas três últimas datas.

Para todas as datas serão liberadas 150 senhas, e para realizar a inscrição, será necessário levar um documento com foto e comprovante de residência. A quadra da Portela fica localizada na rua Clara Nunes, 81 – Madureira.

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Vale lembrar também que, os componentes inscritos irão desfilar na terça-feira de carnaval, encerrando os desfiles do grupo especial no carnaval de 2025, com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no Sol. Uma homenagem a Milton Nascimento”, dos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga.

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Hutukara: enredo do Salgueiro ganha Oscar da publicidade mundial em Cannes

Nesta terça-feira, segundo dia de premiações do Cannes Lions 2024, o Acadêmicos do Salgueiro, em parceria com a agência DM9, conquistou três Leões de Bronze pelo case “Hutukara”. Este festival, conhecido por premiar a criatividade em trabalhos publicitários, reconheceu a campanha nas categorias Entertainment, Entertainment for Music e Industry Craft.

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Foto: Divulgação/Rio Carnaval

A DM9, uma das mais renomadas agências de publicidade do Brasil, inscreveu o case “Hutukara”, desenvolvido em colaboração com o Salgueiro. O enredo “Hutukara”, criado pelo enredista Igor Ricardo, foi o tema do desfile de 2024 da escola, transcendendo o aspecto festivo do Carnaval, transformando-se em um manifesto poderoso que alerta para a situação crítica enfrentada pelo povo Yanomami e a Amazônia como um todo.

Inspirado no livro “A Queda do Céu” de Davi Kopenawa, líder Yanomami, “Hutukara” celebra a riqueza cultural e espiritual desse povo, ao mesmo tempo que destaca os desafios e perigos impostos pela ação predatória de garimpeiros ilegais. O desfile trouxe à tona o debate sobre o garimpo ilegal e a cultura Yanomami no Brasil.

No Cannes Lions 2024, as agências brasileiras já garantiram 37 Leões, sendo 1 Grand Prix, 6 de Ouro, 10 de Prata e 20 de Bronze. A DM9 conquistou 1 de Ouro, 3 de Prata e 4 de Bronze.

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Conheça a ordem dos desfiles da Série Ouro para o Carnaval 2025

A Liga-RJ, que comanda os desfiles da Série Ouro, na sexta e sábado de carnaval, na Marquês de Sapucaí, realizou na noite desta terça-feira, em um restaurante na Zona Sul do Rio, o sorteio da ordem dos desfiles para o Carnaval 2025. Os desfiles vão acontecer nos dias 28 de fevereiro e 1º de março.

Campeãs da Série Prata neste ano, a Botafogo Samba Clube vai abrir os desfiles de sexta-feira, enquanto a Tradição ficará responsável por iniciar a festa no sábado. Elas serão seguidas por Arranco do Engenho de Dentro e União do Parque Acari, 14ª e 13ª colocadas da última Série Ouro, respectivamente. Essas agremiações não entraram no sorteio, contando com as posições pré-definidas por regulamento.

Presidente da Liga-RJ, Hugo Junior celebrou o evento e não escondeu a alegria para mais um ciclo carnavalesco que apenas está se iniciando. Segundo o dirigente, muitas novidades virão pela frente para as agremiações da Série Ouro.

“O sorteio é um dos momentos mais aguardados, pois marca o início de mais um período de muito trabalho para o Carnaval. A cada ano, a Série Ouro vem se tornando um espetáculo melhor e tenho certeza que 2025 será ainda mais marcante. Teremos uma série de iniciativas que vão tornar ainda mais especial esse trabalho que vai culminar nos desfiles na Marquês de Sapucaí”, afirmou Hugo Junior.

Confira abaixo como ficou cada dia.

Sexta
1 – Botafogo Samba Clube
2 – Arranco
3 – Inocentes
4 – Unidos da Ponte
5 – Estácio de Sá
6 – União de Maricá
7 – Em Cima da Hora
8 – União da Ilha

Sábado
1 – Tradição
2 – Acari
3 – Vigário Geral
4 – Unidos de Bangu
5 – Porto da Pedra
6 – São Clemente
7 – Niterói
8 – Império Serrano

‘Cidade do Samba 2 vai dar dignidade aos profissionais e mais qualidade para o espetáculo’, diz presidente da Liga-RJ

O Carnaval de 2025 deve ser marcado como o último ainda com barracões precários para todas escolas de samba da Série Ouro do Rio de Janeiro. O prefeito Eduardo Paes anunciou em maio que o processo de licitação das obras começou e as escolas e a Liga-RJ tiveram oportunidade de participarem da entrega do terreno para Prefeitura do Rio por parte do Governo Federal. Ao site CARNAVALESCO, o novo presidente da Liga-RJ, Hugo Junior, citou a importância e o sentimento que representa enfim ver a realização do sonho de todos os sambistas do Acesso, que é ter um espaço digno para produção dos desfiles.

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Fotos: Divulgação/Prefeitura do Rio

“Foi um momento de muita alegria (estar na cessão da antiga Estação Ferroviária Leopoldina). Ver um sonho começar a tornar realidade. Importante para dar dignidade para os trabalhadores que produzem os carnavais da Série Ouro. É um divisor. Momento que a Série Ouro começa a ganhar projeção muito maior. Quando a gente tem boas condições de fazer o melhor tudo engrande. Nos barracões da Cidade do Samba 2 vamos poder mostrar mais a grandiosidade da Série Ouro”, comentou o presidente da Liga-RJ.

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Hugo Junior afirmou que a Cidade do Samba 2 vai proporcionar um espetáculo ainda melhor para todas agremiações da Série Ouro.

“A Cidade do Samba 2 vai dar outro visual para o espetáculo. Teremos uma estrutura muito melhor para o desenvolvimento do carnaval. Carros vão poder ser bem executados em um espaço mais amplo e seguro. Tenho certeza que nossas alegorias vão ter nível de Grupo Especial. Sem nada a desejar. Com barracões iguais, em condições igualitárias, o espetáculo vai ganhar muito com essa projeção”.

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O dirigente da Liga-Rj ainda falou do fim da preocupação com a chuva, que não existirá mais com a construção da Cidade do Samba 2.

“A dignidade dos profissionais melhora. Cada profissional vai ter uma condição mais favorável para desenvolver seu trabalho. Sem medo de chuva e enchente. É uma vida repaginada. Vai melhorar muito a qualidade de trabalho de todos os profissionais”.

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‘Menino-Cobra’ da Viradouro é um dos protagonistas de peça ‘Amazônia’ que estreia essa semana no Rio

Wesley Torquato, que interpretou a cobra píton na comissão de frente da campeã Unidos de Viradouro no Carnaval de 2024, está prestes a enfrentar um novo desafio. A partir desta sexta-feira, ele estreia na peça “Amazônia”, dirigida e coreografada por João Wlamir. Wlamir é bailarino solista do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, fundador do Grupo de Dança DC e foi jurado de mestre-sala e porta-bandeira no último carnaval.

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Foto: Divulgação

“Amazônia” é um projeto inédito de dança contemporânea que homenageia a riqueza e diversidade da Amazônia, destacando sua importância cultural e ecológica. Com uma abordagem moderna e poética, a peça promete ser uma experiência sensorial envolvente.

Nascido em Manaus e autointitulado o artista “mais conhecido desconhecido” devido ao seu sucesso como a cobra mais famosa do Carnaval carioca, Wesley terá momentos emblemáticos na peça. Em um solo emocionante, ele apresentará a solidão dos povos indígenas. “Dentro do espetáculo, há uma cena que é muito solitária para mim. Isso me faz reconectar com aquilo que vi no Carnaval. Então, sou pego novamente nesse lugar de estar sozinho, de criar uma cena comigo mesmo, onde eu penso e faço tudo sozinho. Isso me conecta novamente à experiência do Carnaval, onde fiz tudo sozinho, logicamente com o apoio da Priscilla Mota e do Rodrigo Neri, na Viradouro, e agora sob direção de João Wlamir”, declarou Wesley.

A peça conta ainda com a participação de talentosos bailarinos que se destacaram no último Carnaval, como Fernanda Lima, da comissão da Imperatriz, Clara Alves, da União da Ilha do Governador, Lucas Matheus, da Mangueira, Henry Silva, da Unidos da Tijuca, e Glayson Mendes, que representou Rás Gonguila na Beija-flor de Nilópolis. Os espectadores podem esperar um cenário com iluminação envolvente, figurinos criativos, coreografias habilmente elaboradas e uma trilha sonora cuidadosamente selecionada para evocar sensações únicas. Com músicas de artistas renomados como Maria Bethânia, Chico Science, Sepultura e muitos outros, a atmosfera do espetáculo será cativante e imersiva.

As apresentações de “Amazônia” acontecem de 20 a 30 de junho, de quinta-feira a sábado às 20h e domingos às 19h, no Teatro PRIO, localizado no Jockey Club do Rio de Janeiro. Com patrocínio da Enel Distribuição Rio, Governo do Estado do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, esta produção promete ser um evento marcante no cenário cultural do Rio de Janeiro, proporcionando momentos de pura magia e inspiração para todos os presentes.

Serviço – Espetáculo Amazônia
• Data: 20 a 30 de junho
• Horário: de quinta-feira a sábado às 20h e domingos às 19h
• Local: Teatro PRIO, localizado no Jockey Club do Rio de Janeiro
• Ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/93970

Carnavalescos dos Gaviões da Fiel comemoram resultado do último carnaval e almejam melhora para disputar o título

A escola Gaviões da Fiel enfim voltou ao desfile das campeãs após 13 anos. Foi uma conquista muito comemorada, tanto internamente quanto pelos componentes. Desde 2011 a escola não ficava entre as cinco primeiras. Foi um desfile onde a agremiação optou por ‘jogar com o regulamento’, como por exemplo levar um número reduzido de componentes, influenciando em uma evolução fácil de ser realizada. As alegorias, que foi o grande problema dos alvinegros em 2023, obteve êxito, gabaritando o quesito. Isso se deve ao trabalho dos carnavalescos Júlio Poloni, Rayner Pereira e Rodrigo Meiners, que assinaram o enredo “Vou te levar pro Infinito”. Esse último saiu da escola e, para 2025, os Gaviões irá trabalhar com a dupla. Os artistas conversaram com o CARNAVALESCO e contaram sobre as experiências do último carnaval e o futuro com a nova diretoria eleita.

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Foto: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

Conquista com a comunidade

Júlio Poloni exaltou o trabalho feito e dividiu a conquista da quarta colocação com a comunidade. O artista pretende melhorar, corrigir erros e ir em busca do título do Carnaval 2025. “Foi um trabalho árduo de toda a comunidade e de todas as pessoas envolvidas nesse processo. Foi um sucesso que a gente batalhou muito para conseguir. Agora, a gente sabe que a nossa responsabilidade é se manter no mínimo nesse lugar que conquistamos. Vamos trabalhar para isso, nos organizarmos para corrigir os pontos falhos do último carnaval para poder efetivamente disputar o título”, disse.

Trabalho em cima do regulamento

Rayner Pereira conta que o estudo do regulamento e o cumprimento dele foi crucial para o resultado positivo dos Gaviões da Fiel. Seguindo a linha de raciocínio de seu companheiro, o profissional disse que é vital corrigir os erros para conquistar o objetivo maior. “Eu acho que tudo é uma questão de trabalho. A gente trabalhou, estudou o regulamento e tentou trabalhar de acordo com o que pedia. Então, acho que o resultado foi fruto de todo esse trabalho e, a partir disso, o nosso desafio agora é tentar manter, tentar reorganizar um pouco mais a escola para acertar onde a gente errou e quem sabe subir um pouco mais, que é objetivo de todo mundo”, afirmou.

Confiança da diretoria

A diretoria dos Gaviões da Fiel mudou. Geralmente, quando isso acontece, o carnaval é bastante impactado. Novos diretores entram e, consequentemente, uma linha de pensamento pode entrar e confrontar a antecessora. Entretanto, de acordo com Poloni, a chapa vencedora está comprometida em acatar os pedidos dos carnavalescos. “Estamos recebendo, completamente (o apoio). A gente tem conversado muito para eles entenderem o que deu certo no último carnaval e o que a gente teve mais dificuldade com o objetivo de manter aquilo que foi acertado e corrigir tudo que a gente sabe que podia ser melhor. Então é nesse sentido, é nesses dados que a gente está atualmente fazendo bastante conversa e organizando todo o processo de trabalho para quando começar já ir mais certeiro ao ponto”, contou.

Sucesso de um trio

No Carnaval 2024, os Gaviões trabalhou com um trio de carnavalescos. Além de Júlio e Rayner, estava com eles o artista Rodrigo Meiners. Segundo o profissional, todos se deram bem. Agora, em dupla, devem se organizar para encontrar o melhor caminho. “Acho que o grupo se deu bem, porque a gente conseguiu conversar e entender o que cada um tinha que fazer. Nós seguimos nisso até o final. Agora, em dupla, o trabalho acaba reduzindo um pouco mais. Realmente vai ficar só eu e o Júlio nessa parte de construção e agora é a questão de organizar o povo para trabalhar e caminhar direto”, finalizou.

Com enredo autoral na manga, Império Serrano aguarda resposta de possível tema patrocinado para o Carnaval 2025

O presidente Flávio França concedeu uma entrevista ao CARNAVALESCO no último sábado, durante a feijoada da escola, onde ocorreu a premiação do Estrela do Carnaval da Série Prata. Flávio contou sobre como está a gestão no Império, as possibilidades sobre o enredo da escola, e como a disputa de samba-enredo será desenhada a partir daí. Ele iniciou fazendo um balanço de 2024, citando a gestão da escola no último ano e o planejamento que foi feito para a realização do último carnaval.

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Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

“A gente fez um carnaval bastante planejado. Ainda entendendo as dificuldades que era o cenário do Império Serrano e ainda também respeitando o luto do descenso do Grupo Especial. Mas, a gente entendia também que o Império Serrano estava em ascensão, desde 2020, da gestão do nosso grande benemérito, meu amigo e irmão Sandro Avelar. O Império Serrano vem se desenvolvendo bem, em uma gestão mais coercitiva, mais coerente, enxuta, pensando que as dívidas eram muito altas. Nós fizemos pautada no planejamento, pautado no desenvolvimento de umas fantasias robustas. Em um carnaval que fosse mais compacto para poder conseguir, atingir o êxito e o objetivo de gabaritar as notas em cada quesito. O Império Serrano vem desenvolvendo muito bem uma gestão nova, moderna, respeitando a ancestralidade, sem despir da ancestralidade, mas pensando na renovação, na inovação do que é o cenário do carnaval no Rio de Janeiro hoje. Existe planejamento, existe um bom desenvolvimento e com certeza é um impacto de chegar em uma grande boa conclusão. Nós batemos na trave, fomos vice-campeões e a gente pretende pegar os pequenos erros que aconteceram no carnaval de 2024 para poder corrigir e acertar no carnaval de 2025 e conseguir o êxito, que é o acesso do Grupo Especial. A gente entende que o Império Serrano é de fato uma das maiores escolas, das grandes escolas do Rio de Janeiro hoje, mas o que faltava era gestão e de 2020 para cá a gente está nessa crescente”.

O presidente contou sobre a organização da escola, e como está se dando a escolha do enredo que o Império vai levar para a Sapucaí em 2025, com a expectativa de um enredo patrocinado ou um enredo autoral, que segundo ele já está pronto.

“O Império Serrano já está mais organizado. A gente hoje consegue, por exemplo, competir, disputar e pleitear uma Lei Rouanet, uma lei de incentivo para poder desenvolver um carnaval mais coerente, ajudando a comunidade com engajamento bacana para a comunidade. Então, o Império Serrano está pautado de fato no planejamento. A gente tem uma grande expectativa de um enredo patrocinado, mas ainda não está definido. Nós temos um enredo autoral pronto, vou dar esse spoiler. Estou aguardando o melhor cenário. Pensando na questão financeira, já que o Império Serrano esteve muito fragilizado durante esses anos e a gente precisa dessa ajuda financeira para conseguir galgar outros caminhos”.

Ao falar que em breve anunciará o enredo, Flávio contou sobre as possibilidades que o Império possui no momento, e que, somente após a decisão vai ser desenhada a questão da disputa de samba da agremiação.

“Nós não estamos pautando nessa organização ainda, porque a gente tem uma expectativa de um enredo patrocinado. Desse enredo patrocinado a gente vai precisar destrinchar melhor, criar o conteúdo mais assertivo, um bom conteúdo. A gente ainda está um pouquinho na previsão muito do que foi o ano passado, lá para setembro, outubro a gente começa a desenvolver, de repente, a disputa de samba, algo nesse sentido”.

‘Intercâmbio de cultura da Grande Rio com o Pará’, diz Helinho sobre enredo da Grande Rio para 2025

Durante o sorteio do Grupo Especial, o CARNAVALESCO conversou com alguns dirigentes da Grande Rio sobre como está a preparação da escola para o Carnaval de 2025. Na época o enredo “Pororocas parawaras – as águas dos meus encantos nas contas dos carimbós” ainda não havia sido revelado porém, todos já esperavam para ver a forma como a escola iria trazer o Pará dentro da visão dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Milton Perácio, presidente da agremiação falou sobre o que esperar da escola no próximo carnaval: “Esperar, como sempre, um grande carnaval, um grande desfile. A Grande Rio está feliz, a comunidade está feliz e eu creio que vai ser mais um sucesso. Vai ser mais um show que a Grande Rio irá dá na avenida”.

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Já o presidente de honra Helinho falou sobre o que esperar da parceria do governo do Pará com a escola para 2025, ressaltando a beleza e riquezas culturais do estado como base para história que será contada na avenida: “O Pará é um estado maravilhoso e a gente quer fazer um intercâmbio de cultura. É o intercâmbio de cultura da Grande Rio com o estado do Pará e o enredo vai ser muito lindo, muito lindo”.

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Marino sobre trabalho na Beija-Flor: ‘Tradição imensa, chão muito forte e não precisa de mudança, mas de união’

Marco Antonio Marino foi contratado como novo diretor de carnaval da Beija-Flor após o carnaval deste ano. Após iniciar os trabalhos na Azul e Branca de Nilópolis, ele, em conversa com o CARNAVALESCO, conta como estão sendo os primeiros meses à frente da direção de carnaval, o que vem para a disputa de samba, e como Laíla, homenageado da escola no próximo carnaval com o enredo “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os sambas”, é uma inspiração para o seu trabalho.

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Foto: Matheus Morais/CARNAVALESCO

Marino começou contando sobre qual seria o grande desfile de Laíla na Beija-Flor, porém, pontuou que é impossível escolher um só, apesar de ressaltar o campeonato de 2018 da escola: “Se você for analisar com calma, tu não vai conseguir achar um só. Você vai achar um monte, eu posso te citar aqui uns dez. Mas tem um que para mim foi assombroso foi 2018. E eu falo isso em termos de técnica de desfile, a evolução que a escola teve. A escola, na verdade, não desfilou naquele ano, a escola flutuou. E você via a escola toda cantando, a plateia cantando, o arrastão cantando, acabou cantando. Não estou falando de parte plástica, estou falando parte mesmo técnica. Eu acho que 2018 foi um carnaval que me marcou bastante da Beija-Flor”.

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Ao falar da disputa de samba o diretor ressaltou que espera que os compositores da escola busquem transmitir a emoção prometida pela sinopse e pelo tema do enredo em si, e que a inspiração seja tão emocionante quanto a do último campeonato da escola: “Eu espero que eles façam um samba de novo igual a 2018. Que todas as parcerias façam um samba, não exatamente igual em termos de melodia, nem letra. Eu digo de emoção e de juntar o público”.

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Para Marino a sua principal função desde que chegou na Beija-Flor tem sido ouvir e aprender da escola, de duas tradições e raízes, para poder corresponder a tudo que foi confiado a ele no cargo de diretor de carnaval: “É uma escola que tem uma tradição imensa. É uma escola com um chão muito forte. É uma escola que tem raízes muito profundas e ninguém vai chegar aqui e dizer que vai mudar, porque eu acho que a Beija-Flor não precisa de mudança, a Beija-Flor precisa de união. De alguém que una a galera, demonstre que tem um caminho a se seguir e que se a gente seguir esse caminho pode dar muito bom. Eu acho que o maior trabalho que eu tive até agora foi ouvir bastante. Não só os funcionários, os presidentes. Ouvir componente. O máximo que eu posso tenho respondido as pessoas também que me mandam mensagem. Eu estou na verdade em um ponto, agora não, que começou o trabalho em si, porque a gente começou os protótipos, mas esse tempo até o protótipo começar, eu fiquei totalmente envolvido na questão de sinopse e de ouvir os componentes. Todos, componentes, torcedor, ouvi tudo. Todos que me mandaram mensagem, todos que me falaram alguma coisa, foram ouvidos. Agora chegou o momento da gente poder ter um trabalho mais próximo e poder desenvolver com calma. Eu acho que a Beija-Flor já tem a sua alma vencedora. Diretor de carnaval, eu sempre falo isso, ele não ganha carnaval, perde quando ele atrapalha a escola. Eu acho que a função maior do diretor de carnaval, além de uma gerência de produção, é unir a escola mesmo”.

Por fim, Marino contou o tamanho da responsabilidade em relação ao enredo, colocando que ele é um enredo sobre a alma da Beija-Flor. Além disso, citou como ele enxerga a homenagem a Laíla com sua própria história, que teve a participação do sambista: “Eu vou te falar uma coisa que vai parecer meio clichê, mas não é. Eu tenho a nítida sensação por dentro, bem na minha energia, na minha essência, de que eu não estou aqui a toa, que eu fui escolhido para estar aqui. Escolhido pelo presidente, escolhido pelas pessoas que gostam da escola, escolhido por ele, Laíla. Muita gente não sabe, mas ele me ajudou, inclusive, na Tijuca, porque quando eu fui para a Tijuca no ano passado, alguns anos atrás, ele me contou como é que foi a trajetória dele lá. É evidente que quando eu fui eu já sabia uma forma de conduzir o trabalho de forma a respeitar as pessoas. Eu estar aqui na Beija-Flor, porque para mim é um sonho, e principalmente depois de eu estar aqui a escola anunciar um enredo de Laíla, eu não tenho dúvida de tudo que eu passei na minha vida, as dificuldades que eu tive ao longo de toda a minha vida, tudo que eu batalhei para poder conseguir chegar a algum lugar, que ainda não cheguei a lugar nenhum para falar a verdade, eu acho que não foi em vão. Quando eu recebi o telefonema do presidente Almir para vir para cá, eu sequer sabia que seria Laíla o enredo, eu já tinha certeza que era uma dádiva, um prêmio muito grande para mim estar aqui. E aí quando o enredo foi Laíla eu acho que eu entendi, aí a minha ficha caiu. Meio que ele deve ter orientado o presidente lá do céu, a pensar no meu nome e deu certo, eu estou aqui”.