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Estrela do Terceiro Milênio vence a forte chuva em grande noite do casal de mestre-sala e porta-bandeira

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Por Will Ferreira e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Gustavo Lima, Lucas Sampaio, Nabor Salvagnini e Naomi Prado)

Chuvas de verão são sempre um temor na cidade de São Paulo. Não apenas por conta da chance de enchentes e blecautes – mas, também, pelo quanto elas podem atrapalhar dinâmicas envolvendo escolas de samba, que estão a cada momento mais próximas do momento mais aguardado após um ano inteiro de trabalho. Neste sábado (01), a Estrela do Terceiro Milênio fez o segundo ensaio técnico no Anhembi para defender o enredo “Muito além do Arco-Íris – Tire o Preconceito do caminho que nós vamos passar com o Amor”, que será o sexto a ser apresentado no sábado de carnaval (01 de março). Mesmo com condições climáticas bastante adversas, alguns quesitos que costumam ter problemas com umidade (como Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Bateria) tiveram ótimo desempenho.

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Comissão de Frente

Os comandados de Régis Santos, premiados com o Estrela do Carnaval 2023 no quesito, vieram com um figurino diferente do apresentado no primeiro ensaio técnico, mas foi a única grande mudança perceptível na apresentação. Se ela foi inteiramente realizada em cima de um imenso tripé cenográfico na primeira passagem da escola no Anhembi, a sina se repetiu – algo que, inclusive, veio bem a calhar, evitando contato com uma passarela cheia d’água. Em relação à coreografia, a maioria dos personagens se vestiu como seguidores de religiões conservadoras, que tentam enxotar integrantes de grupos minoritários (temática do enredo da agremiação) e são vencidos por eles.

TerceiroMilenio et Comissao1 2

Mestre-sala e Porta-bandeira

Habitualmente, o quesito costuma sofrer quando a chuva aparece. Não para Arthur Santos (Revelação do Carnaval 2024 de acordo com o Destaques do Ano, também organizado pelo CARNAVALESCO) e Waleska Gomes: mais que seguros, eles tiveram uma excelente atuação – mesmo com a chuva bastante forte que caía e com a passarela molhada desde antes deles entrarem no local. A dupla, inteiramente de verde, não se fez de rogada e cumpriu todas as obrigatoriedades do quesito e também fez questão de mostrar entrosamento no segundo ano de bailado conjunto. O que mais surpreendeu, entretanto, foi a quantidade de giros do casal, que parecia estar em asfalto seco. Por sinal, ambos estavam com calçados que não eram específicos para a chuva, o que engrandece ainda mais a exibição.

TerceiroMilenio et PrimeiroCasal 3

A chuva, é claro, dominou as palavras da dupla após a exibição: “Foi tudo incrível. Um pouco mais molhadinho que o primeiro, claro. Nós tivemos a diversidade da chuva, que é ótimo para a gente colocar a nossa coreografia pa ra jogo, ver como funciona, como o nosso corpo responde. Afinal, a gente ensaia para isso: para ver todos os erros e todos os acertos. No final, foi incrível”, disse Arthur. Waleska seguiu a mesma linha: “Na chuva é um grau de dificuldade muito maior. O pavilhão pesa muito, e aí é hora de colocar a técnica em jogo. Com todas as adversidades, os nossos jurados realmente foram perfeitos, A gente já toma bastante chuva aqui e é claro que é uó: estragou o penteado, por exemplo. Nunca mais venho de cabelo solto, foi a primeira vez e a última! Mas a técnica, brincadeiras à parte, foi muito boa. A gente ficou bem feliz hoje”, comentou.

Nada que não possa melhorar, entretanto: “Calma, calma, calma. Venham no terceiro ensaio, que é o último – mas, ainda assim, a gente vai falar que tem coisa para melhorar. Sempre é possível dar algo a mais – mas, aí, são coisinhas internas que a gente não pode falar. A gente finge que está tudo bem. Roupa suja se lava em casa”, prometeu.

Harmonia

A Estrela do Terceiro Milênio é conhecida, entre outros tantos motivos, pela força da comunidade que a mantém. Vindos do Extremo Sul da cidade de São Paulo, com mais de 40 quilômetros de distância entre a quadra da agremiação e o Anhembi, nada parece deter a alegria e o canto dos componentes da instituição. Se a chuva era um teste, faltou avisar São Pedro que o Grajaú, como canta o samba-enredo de 2025, mostrou seu valor – mais uma vez. Além de mais uma competente exibição de Grazzi Brasil e Darlan Alves, intérpretes da instituição, vale ressaltar a potência do carro de som da instituição – que estava sob os cuidados do diretor musical da Coruja, Rodrigo Schumacker, sempre próximo da ala musical da escola.

TerceiroMilenio et InterpreteDarlan 2

Darlan trouxe um detalhe que apenas quem está na escola poderia falar: “Primeiro que já foi um dia muito difícil para a nossa comunidade chegar até aqui, choveu muito lá no Grajaú. Quando estávamos conversando antes de vir para o ensaio hoje, eu pensei que hoje vai ser um dia complicado, todo esse fator emocional vai passar ali para a gente no carro de som. Vamos ter que cantar bastante para poder colocar esse gás na galera. Já é difícil vir do Grajaú para cá, ainda mais com chuva, foi um fator complicado. O carro de som hoje estava realmente em uma pegada, uma energia muito diferente do primeiro ensaio. Nós estávamos em uma sintonia muito boa, foi muito bom o ensaio, foi uma troca de energia muito boa. Quando começou a chover e água começou a cair todo mundo começou a gritar e eu falei que hoje seria incrível – e foi. O carro de som está de parabéns, todo mundo foi realmente sensacional, a troca de energia hoje foi muito boa”, parabenizou.

TerceiroMilenio et InterpreteGrazzi

Grazzi concordou: “Eu acho que na dificuldade é que nós vemos o quanto estamos juntos mesmo, porque realmente foi difícil. Na dificuldade é que nós vemos a força que temos, nos juntamos mais. oo primeiro ensaio foi maravilhoso e sempre buscamos ficar melhores, e esse foi ainda mais caloroso. Nós estávamos nos olhando, nos unimos e cantamos. Como ele disse, toda essa comunicação de lá para cá, daqui para lá, é maravilhosa. Acho que hoje foi mais especial. Como ele disse, vir do Grajaú não é fácil. Eu cheguei do Rio de Janeiro hoje, demorei quatro horas a mais para chegar do que o normal. o Grajaú é isso, é essa energia maravilhosa e deu tudo certo”, destacou.

Evolução

TerceiroMilenio et 6 1

Com diversas alas com adornos (como bexigas e objetos que eram segurados pelos componentes), a dinâmica da escola não foi prejudicada pela chuva e não foram notados buracos ou alas emboladas ao logo de todo o desfile. Com a chuva que não parava e com a passarela molhada, o que foi notado pela reportagem foi o natural cansaço na altura dos setores E e F (os últimos de cada lado) de alguns componentes, já que o volume d’água foi bastante alto. Nada que prejudique o andamento muito competente de tal quesito ao longo de toda a exibição – até porque, se alguns aparentavam estafa, a grande maioria mantinha a movimentação pelo companheiro.

Samba

TerceiroMilenio et Baiana

Cheia de frases fortes, a canção claramente já está decorada pela comunidade e chamou atenção de quem estava na arquibancada. Além da obra, a Pegada da Coruja, bateria da escola, também marcou alguns trechos da obra com convenções ou apagões – no segundo ensaio técnico da agremiação, chamou atenção a paralisação completa dos ritmistas em alguns momentos quando o verso “Que vá pro inferno a sua moral” era executado. Se já foi dito anteriormente, Grazzi Brasil e Darlan Alves tiveram outra grande noite: enquanto ele aparentava estar mais focado na condução do samba, ela, desde 2022 na escola, mostrou-se bem à vontade para conclamar a comunidade a cantar ainda mais alto.

Mestre Vitor Velloso, ritmista-mor da Pegada da Coruja, mostrando muita personalidade, não escondeu o quanto as condições climáticas prejudicam o segmento em questão: “Nunca é bom fazer ensaio debaixo de chuva. Infelizmente a questão de afinação é difícil, andamento também. Todas as marcações complicam por causa da chuva – mesmo tendo plástico. Acho que serviu para sentir o clima mais uma vez, da bateria e da galera. Serviu muito para isso. Todas as bossas bem encaixadas, muito bem feitas. Serviu para poder analisar mais uma vez esse lado, já que, em questão de afinação e de equalização, a chuva, infelizmente, atrapalha”, comentou.

TerceiroMilenio et MestreVitorVelloso 1

O mestre de bateria também foi bastante sincero ao falar sobre pontos de evolução dos ritmistas: “Tivemos um probleminha no primeiro ensaio em relação ao andamento e hoje não conseguimos sentir isso por conta da chuva. Para o próximo, vamos focar mais nisso e ir melhorando durante os ensaios da semana”, pontuou.

A dupla de intérpretes trouxe outra perspectiva em relação à chuva e ao quesito: “A arquibancada hoje estava um pouquinho mais distante porque eles estavam lá embaixo (da cobertura, se protegendo da chuva) e geralmente nós vemos a galera na grade. Nós vimos eles mais distantes, mas o samba tem um fator emocional, ele traz nos seus versos mensagens e todos nós nos identificamos com esse samba. Sabemos da importância de cantar esse samba, do desafio de cantar pois foi um tema corajoso que a escola, que o nosso presidente Silvão e o Murilo Lobo colocaram para a nossa comunidade. Ele foi muito bem aceito pela comunidade do samba também e sabemos desse desafio, da importância de poder estar bem e poder representar esse samba. E nós percebemos que o Anhembi está ali trocando essa energia com a Milênio, principalmente nas nossas paradas, em que fazemos os paradões, e a galera responde cantando principalmente na Monumental. É lindo vermos a arquibancada trocando essa energia conosco. Você vê que no Anhembi já tem os leques em referência a uma das nossas alas, também. Essa troca é incrível, é muito bacana”, destacou Darlan.

Grazzi foi mais sucinta: “O carnaval é isso, o samba faz isso, essa comunidade está muito bonita. Eu sou muito suspeita”, frisou.

Outros Destaques

TerceiroMilenio et Bateria 1

Provando a força da própria comunidade, a Pegada da Coruja teve à frente dos ritmistas duas princesas: Marcela Cavalcanti e Geovanna Pyetra. Ambas participaram do programa Estrelas do Amanhã, iniciado em 2022 pela própria agremiação para revelar novos nomes para a folia.

Veja mais imagens do ensaio

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Rosas de Ouro realiza segundo ensaio técnico embalada pelo grande desempenho da ala musical

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Por Lucas Sampaio e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Gustavo Lima, Will Ferreira, Nabor Salvagnini e Naomi Prado)

A Rosas de Ouro realizou neste sábado seu segundo ensaio técnico no Sambódromo do Anhembi em preparação para o desfile no carnaval de 2025. Novamente a ala musical teve uma atuação deslumbrante, conduzindo com maestria a comunidade da Brasilândia da abertura ao fechar dos portões, ocorrida após 62 minutos na Avenida. A Roseira será a sexta a se apresentar na sexta-feira, dia 28 de fevereiro, pelo Grupo Especial com o enredo “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada”, assinado pelo carnavalesco Fábio Ricardo.

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O desafio do ensaio ficou para a chuva intermitente ao longo de toda a passagem da Azul e Rosa. O desgaste causado pela situação climática, presente em boa parte da noite de sábado, faz com que seja preciso redobrar os cuidados para manter a comunidade no clima. O diretor de carnaval Evandro Rosas acredita que a Roseira conseguiu superar esse desafio ao analisar o segundo treinamento geral realizado no Anhembi.

“Acho que nós conseguimos evoluir do primeiro ensaio para esse. Fizemos algumas adequações técnicas de desfile com os diretores de ala e com toda a coordenação, e acho que hoje surtiu efeito aqui. A evolução da escola está mais compacta, está mais técnica, sem perder a emoção. Nós estamos conseguindo fazer pequenos ajustes para no dia do desfile estarmos tranquilos”, declarou.

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O foco de atenção da direção da Rosas de Ouro é a excelência técnica de acordo com Evandro. O diretor também apontou o fator que mais lhe agrada na preparação da escola neste ciclo do carnaval de 2025.

“Da visão que temos aqui, nós não conseguimos ver um todo. Nós vamos estudar os vídeos para ver direitinho como a escola se comportou ao longo da Avenida, para conseguirmos ter uma noção do que precisa melhorar, mas acho que estamos no caminho certo, a nossa preocupação mesmo é a questão de evolução, no canto temos trabalhado com a escola desde setembro. Óbvio que vamos reforçar isso, mas o canto hoje é uma coisa que nos orgulha. Queremos estar aqui no dia do desfile extremamente técnicos com a evolução para ela fluir tranquila e a escola sair feliz”, afirmou.

Comissão de Frente

RosasDeOuro et Comissao 2

Ensaiada pelo coreógrafo Arthur Rozas, a comissão de frente da Rosas de Ouro realizou uma apresentação com duração de duas passagens do samba. O destaque mais curioso da passagem do quesito neste segundo ensaio é a caracterização dos componentes, que vieram vestidos de jogadores da mortal competição que acontece na série “Round 6”, com um personagem principal em cima do tripé fantasiado da famosa boneca-robô que aparece na trama.

Dito isso, as roupas acabaram contribuindo para esconder os mistérios que a comissão de frente pretende apresentar. O elemento alegórico conta com três enormes roletas características de máquinas caça-níquel, com a qual o protagonista interage em dados momentos. A coreografia no geral, porém, é inconclusiva, podendo ganhar mais significado prático no dia do desfile com a devida caracterização. Em dado momento, chama atenção o fato de que cerca de 30 atores ficam visíveis, entre os que estão no tripé e os que estão no chão, o que leva ao questionamento se a apresentação vista neste sábado de fato é exatamente a mesma que a escola presente apresentar na Avenida.

Mestre-sala e Porta-bandeira

RosasDeOuro et PrimeiroCasal 3

O primeiro casal da Roseira, formado por Uilian Cesário e Isabel Casagrande, conseguiram superar o desafio de dançar na condição climática intermitente. Foi notável uma crescente no desempenho da dupla ao longo da passagem, em especial no segundo módulo de julgamento onde há um leve desnível na pista que provoca empoçamento de água. Ambos mostraram estarem prontos para encarar qualquer situação que venha a ocorrer no desfile da escola.

Uilian fez uma análise do desempenho do casal no segundo ensaio, destacando os elementos de evolução em relação ao primeiro.

“Nesse ensaio nós conseguimos adaptar alguns pontos técnicos. Nós cortamos algumas partes e incrementamos em outras para tentar deixar a nossa apresentação um pouco mais objetiva. Hoje acho que foi um treino importante para nós conseguimos sentir a energia da pista, eu saio muito satisfeito. Foi um ensaio muito diferente do primeiro, enquanto técnico, pelas alterações, mas também muito importante para conseguirmos entender o que de fato vai para o terceiro e último ensaio e sendo assim para o desfile também”, avaliou.

RosasDeOuro et Baiana 2

Isabel apontou os pontos positivos os quais o casal saiu satisfeito da Avenida e os elementos que ainda podem ser melhorados para o terceiro ensaio técnico da Rosas de Ouro.

“De positivo eu acho que é a resistência. Mesmo que a chuva estava pouca, e que bom que parou, mesmo assim nos cansa por causa do chão que estava escorregadio, temos que ter mais cuidado. Nós tiramos algumas coisas hoje da coreografia, mas deu super certo mesmo nós conversando porque nós não ensaiamos, então também é um ponto positivo. Sempre tem alguma coisinha para ajustar, porém é pouca coisa e eu estou bem feliz. Foi tudo bem, eu gostei”, afirmou.

Harmonia

Em meio aos bons quesitos apurados no ensaio da Roseira, a harmonia é um que pode ser ainda melhor. Algumas alas apresentaram canto discreto, como uma vestida de camiseta rosa e portando balões da mesma cor que continha componentes que mal se expressavam mesmo diante do segundo módulo de jurados. É notável, porém, que há uma crescente no clamor do samba em especial nas alas que ficam mais próximas à bateria da escola após a saída do recuo. É um ponto para a escola observar para o terceiro ensaio, chamar a comunidade para se divertir e brincar o carnaval.

Evolução

RosasDeOuro et Passistas 1

Em um contexto geral, na Avenida a Rosas de Ouro se comportou bem. O fluxo na Avenida foi estável e o recuo da bateria ocorreu bem, com direito a uma manobra em que os ritmistas voltaram à pista antes de entrar em definitivo no box. Uma abertura maior que a desejável, porém, foi observada dentro de uma ala de ação justificada, onde a coreografia que ocorre logo após um destaque ficava muitos momentos parada enquanto a escola andava. A coordenadora destes componentes estava visivelmente preocupada com isso, chamando-os constantemente para fecharem o espaço.

Samba

Carlos Jr, mais uma vez, esteve em noite inspirada. O intérprete da Rosas de Ouro mostrou estar muito à vontade com seu carro de som e interagia constantemente com eles, em especial no refrão do meio do samba, onde fez por várias vezes um “ping-pong” com os versos “Pra conquistar a glória / Lutar, fazer história!”. Certamente foi o maior destaque do segundo ensaio técnico da Roseira no Anhembi.

RosasDeOuro et PresidenteAngelina 3

Cada vez mais se sentindo mais em casa junto à comunidade da Brasilândia, Carlos Jr falou sobre o trabalho que o carro de som vem realizando e exaltou seus companheiros de microfone.

“O carro de som tem trabalhado pra caramba esse ano. Conseguimos uma coisa que o ano passado eu não consegui, que é reunir meu time dentro do estúdio, dentro da quadra, trabalhar em particular, trazer pessoas novas com talento como a Mônica Soares, como essa menina Kari, que está sendo lançada no mundo do samba, tivemos a felicidade de conhecer ele e trazer. Essa rapaziada, eu tenho um menino de Santos, que é o Xará, é um cantor lá de Santos, ele vem lá da Baixada, que tem uma dedicação enorme. Estou muito feliz com eles, com o trabalho que estão tendo, com o respaldo e pela confiança que eles estão tendo em mim”, disse.

RosasDeOuro et 8

O intérprete acredita que o samba é um fator motivador para a Rosas de Ouro superar os resultados abaixo do esperado dos últimos anos, apontando a obra como um fator de união para a comunidade.

“O samba é de motivação. Fala de jogo, mas estamos vivendo um jogo, isso aqui é um jogo. Resolvemos no enredo trazer esse jogo e esse novo momento para nós mesmos porque a Rosas de Ouro vem há alguns anos sofrendo. Temos que pegar o que fizemos de errado e tentar consertar, e esse enredo e esse samba traduzem isso. Uma forma mesmo, por dentro de nós, dentro da nossa casa, se moldar, se conquistar de novo, se relacionar, não adianta conquistar as pessoas de fora se nós dentro não estamos unidos. Então trouxemos esse samba para se unir”, afirmou.

Outros Destaques

Em meio aos jogos da Roseira, façam suas apostas no “jogo da tigresa” Ana Beatriz Godói! A fantasia da Rainha da “Bateria com Identidade” chamou atenção do público no Sambódromo do Anhembi e abrilhantou o desempenho dos ritmistas, que mais uma vez deram o tom animado com bossas bem encaixadas nos momentos-chave do samba.

RosasDeOuro et RainhaAnaPaulaGodoi

Comandante da orquestra popular da Azul e Rosa, mestre Rafa fez um balanço do desempenho do quesito no segundo ensaio técnico realizado pela Rosas de Ouro.

“É 90%. Nós acertamos detalhes de bossa já e agora é acertar o andamento, que tem que ser um pouquinho mais feroz. Acho que a só vamos acabar entregando isso no último ensaio ou no dia do desfile porque é emoção. A emoção vai fazer com que eles toquem um pouquinho mais para frente”, avaliou.

Mestre Rafa apontou que a bateria chegou para o segundo ensaio mais focada. Na primeira passagem da escola no Anhembi nesta temporada, ainda era recente a trágica perda de Renan Oliveira, o Bitão, um dos diretores do quesito. O artista aproveitou para exaltar o trabalho de seu quesito no treinamento.

RosasDeOuro et MestreRafa 5

“Para mim ocorreu tudo bem e o andamento não iria interferir em uma pontuação, ou se a escola precisasse ser campeã com esse andamento, ganharia também. Não teve nada que desabonou o trabalho da bateria hoje, igual que foi no primeiro. No primeiro o surdo passou, tamborim não sei o que, chocalho não sei o que lá, mestre Rafa também errou, essas coisas. Não tinha clima também, tínhamos perdido um amigo, um irmão, um diretor. Estava muito recente, não que não esteja agora, mas estava bem mais recente e nos preparamos melhor para vir nesse segundo ensaio. Foi muito legal, foi muito bom, conseguimos fazer o que tinha que ser feito hoje, só faltou o andamento. Isso não desqualifica, não tira o mérito do trabalho dos ritmistas e diretores”, disse.

Do ponto de vista analítico, o segundo ensaio da Rosas de Ouro foi correto, mas o astral da comunidade pode melhorar. A escola conseguiu cravar bem os quesitos musicais e de dança, e está bem encaminhada na evolução, mas a queda no desempenho da harmonia não pode ser ignorada. Que a Roseira consiga ajustar as observações feitas e incorporem as energéticas palavras da presidente Angelina Basílio na arrancada do treinamento, para assim chegar no terceiro ensaio técnico mostrando plena capacidade de provar a todos que o caminho para os tempos áureos está sendo pavimentado.

Veja mais imagens do ensaio

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Comissão de frente e bateria são destaques no primeiro ensaio do Tucuruvi

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Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Will Ferreira, Lucas Sampaio, Nabor Salvagnini e Naomi Prado)

A Acadêmicos do Tucuruvi realizou o seu primeiro ensaio técnico, no último sábado, no Anhembi, para aperfeiçoar as suas condições rumo ao Carnaval 2025. O treino foi marcado por uma grande exibição da comissão de frente. Foi um teatro que mostrou muito do povo originário e o que realmente é o enredo. As palavras ‘força’ e justiça’ pintadas nos corpos dos componentes deram o impacto do teatro. Outro destaque foi a “Bateria do Zaca”, sob a regência de mestre Serginho – nesse quesito se sobressaiu as bossas criativas e o correto andamento que o samba-enredo precisa, perfeitamente conduzido pelo intérprete Hudson Luiz e sua ala musical.

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Vale destacar que a agremiação ensaiou comemorando o seu aniversário, o que, sem dúvidas, causou um sentimento maior nos seus componentes. A Tucuruvi será a quinta escola do sábado, com o enredo “A busca pelo manto”, assinado pelos carnavalesco Dione Leite e Nicolas Gonçalves, além de pesquisa do enredista Vinicius Natal.

‘’Acima da expectativa, um dia feliz para toda a comunidade, um dia feliz para nós. Aniversário do nosso pavilhão, aniversário da nossa escola, nada melhor do que fazer um desfile atípico, com chuva, todos felizes, concentrados. Estou muito feliz por todos. Sempre tem que melhorar alguma coisa. Agora vamos voltar para casa, vamos assistir a todos os vídeos e procurar ver o que tem para acertar”, analisou o vice-presidente e diretor de carnaval Rodrigo Delduque.

Tucuruvi et 18

Comissão de frente

Comandados pelo coreógrafo Renan Banov, a grande maioria dos bailarinos da comissão de frente da Tucuruvi foram todos vestidos com cocares dos nativos. A dança foi feita no chão e em um grande tripé. Havia dois personagens que se destacavam: Uma representava o manto tupinambá e a outra uma pessoa indígena. Em todo o teatro na pista e interações com os demais dançarinos, o principal momento era quando o manto abraçava a indígena, mostrando a conexão dessa sagrada vestimenta com os povos originários.

Os outros dançarinos, que subiam e desciam o tripé a todo instante, tinham como vestimenta uma pintura corporal nas cores marrom e branco. Em seus peitos e abdomens estavam escritas as palavras ‘força’ e ‘justiça’. Muita maquiagem e pintura labial se viam nos rostos destes personagens.

Tucuruvi et Comissao1

Vale destacar também a sustentação de todos diante de uma pista molhada. Havia chovido bastante no ensaio anterior e, pegaram um piso muito escorregadio, mas mesmo assim, com a garoa persistindo, conseguiram realizar o teatro indígena e transmitir ao público a mensagem do enredo.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Tucuruvi et PrimeiroCasal 3

O casal Luan Caliel e Beatriz Teixeira realizou um ensaio correto dentro das condições da pista, e foi além. Esse é o quesito que mais sofre com a chuva, mas ambos conseguiram executar a criativa coreografia de forma correta e não cederam à água. Vale destacar o grande desempenho de Beatriz dentro dos seus giros com intensidade que, novamente pontuando, no chão após muita chuva. Com o mestre-sala não foi diferente, onde acompanhou o desempenho. Um ensaio satisfatório da dupla.

Harmonia

O canto da comunidade da Cantareira com essa ‘nova Tucuruvi’ tem se ouvido cada vez mais, e não foi diferente neste ensaio. Foi um começo arrasador, uma largada impressionante e uma empolgação total. Porém, a partir do momento em que o ensaio foi se desenvolvendo, houve uma queda no volume do canto em todas as alas. A comunidade sabe o samba-enredo de ponta a ponta, todas as palavras consideradas ‘difíceis’ estão na ponta da língua, mas o nível de empolgação entre começo, meio e fim foi diferente. A escola terá mais dois ensaios para corrigir essa questão.

Tucuruvi et InterpreteHudsonLuiz

Vale destacar a parte que é cantada com mais força, principalmente na bossa do apagão: “Clamo a ti força maior, seu poder não me oponho/Abençoe a nossa escola, realiza o nosso sonho”.

Evolução

A escola evoluiu corretamente, não deixou espaços, as fileiras entre as alas estavam com um satisfatório espaçamento para os componentes se moverem na pista. Tudo correto nessas questões. Não há coreografia na evolução, mas na bossa da paradinha que se localiza nos versos finais da segunda parte do samba, todos os componentes cerram os punhos no alto, pois a letra nesta hora é um forte questionamento. Uma coisa chamou atenção: A escola optou por não colocar cordas para demarcar os espaços das alegorias, somente identificar com nome. Isso dificultou prever a largura e os comprimentos dos carros. Em São Paulo é comum ver esse tipo de estratégia em ensaios de rua, mas no Anhembi não é costumeiro. Apesar disso, imagina-se que para a agremiação está tudo certo, afinal foi uma opção deles.

Tucuruvi et ViceDiretorCarnavalDelduque

Rodrigo Delduque revelou que para ele há um incômodo com as cordas e é algo que viu no Rio de Janeiro e quis colocar em prática na Tucuruvi. ‘’Já venho uns dias me incomodando com a corda e não vou negar que também vi algumas coisas no Rio de Janeiro, achei bacana e resolvi introduzir na alegoria, eles aceitaram e a escola também aceitou. Deu tudo certo”, comentou.

Samba

Não é novidade para ninguém que a Tucuruvi tem um dos melhores sambas do carnaval. É uma letra bem executada que rima as palavras da linguagem tupi com o nosso português e outras coisas que tornam este hino do Zaca complexo e novamente atemporal, como foi 2024. A obra ficou ainda mais potente na voz do intérprete Hudson Luiz e sua ala musical, uma das melhores de São Paulo: André Luiz, Thiago Melodia e as vozes femininas Carol Oliver e Helen Cristina. Essas duas mulheres são importantíssimas para o rendimento do carro de som, principalmente quando o cantor executa os seus cacos. Realmente é um primor de trabalho musical que a Tucuruvi vem realizando.

Tucuruvi et Logo1

Outros destaques

A “Bateria do Zaca”, tendo comando de mestre Serginho foi o outro destaque no ensaio, realizando bossas criativas e dando um andamento correto que o samba pede. É impressionante como a orquestra de Serginho se adequa a toda obra, além de já criar uma ótima sintonia com a ala musical.

O mestre cita a chuva como um empecilho natural e diz que há coisas a se ajustar. “No começo a gente pegou a chuvinha e tudo fica mais corrido para ajustar as coisas. Conseguimos arrumar rapidinho, porém é bem difícil com essa chuva que está atrapalhando todo mundo. Como é o primeiro ensaio técnico, muita coisa dá certo, muita coisa tem para ajustar, que é natural mesmo do primeiro ensaio técnico. Fizemos alguns testes mas acredito que o saldo é positivo. Geral da bateria também curtiu, mas vamos voltar para casa agora e estudar. Temos 15, mas no geral acredito que foi bem satisfatório”, avaliou.

Tucuruvi et 19

Serginho falou sobre as dificuldades com as caixas de som e afinações. Segundo o mestre, agora será feita uma reunião para ver um aprimoramento para o próximo ensaio. “Senti que tinham umas caixas de som que pareciam que estavam num tempo diferente das outras. Eu não sei o porquê, mas também é uma coisa. Hoje é o primeiro dia das caixas de som, acredito que vai melhorar. A parte da frente da bateria como sempre tem um rendimento alto. Outra coisa que temos que melhorar para o próximo é a afinação. Agora a gente vai sentar com a diretoria de bateria, cada um vai falar uma coisa, vai dar algum ponto, mas acredito que foi bem satisfatório”, completou.

Veja mais imagens do ensaio

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Com Sabrina Sato à frente, Ritimão se destaca no primeiro ensaio técnico dos Gaviões da Fiel

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Por Will Ferreira e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Gustavo Lima, Lucas Sampaio, Nabor Salvagnini e Naomi Prado)

Com um dos sambas mais elogiados do carnaval 2025, os Gaviões da Fiel fizeram o primeiro ensaio técnico da agremiação neste sábado (01), no Sambódromo do Anhembi. Enfrentando momentos de garoa e de chuva leve palmilhados com a passarela molhada por conta da água acumulada ao longo de toda a noite, a agremiação buscou a correção em cada um dos quesitos e teve ótima atuação da Ritimão, bateria da escola. Com uma hora e um minuto na passarela, a Torcida Que Samba apresentou o enredo “Irin Ajó Emi Ojisé – A Viagem do Espírito Mensageiro”, que será o quarto a ser exibido no sábado de carnaval (01 de março).

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Comissão de Frente

GavioesDaFiel et Comissao 1

Bastante dinâmica, o quesito contou com um alto tripé em que se destacava um objeto que parecia ser um baobá – a tradicional árvore da vida africana. Na copa de tal elemento, aparecia um integrante – e outro ficava na base do elemento cenográfico. À frente do tripé, no chão, com uma coreografia bastante possante, outros componentes interagiam com o samba – e, dentre eles, havia um que tinha destaque, por receber algo que aparentava ser um cetro em determinado momento da dança. Pensando no enredo, o cetro pode ter a ver com o recebimento do espírito mensageiro para que ele comece a percorrer a África para deixar as máscaras, temática dos Gaviões em 2025.

Mestre-sala e Porta-bandeira

GavioesDaFiel et PrimeiroCasal 1

No primeiro ciclo carnavalesco completo da dupla, Wagner Lima e Carolline Barbosa encontraram um asfalto bastante desafiador, mas tiraram de letra tudo que ele poderia oferecer de perigo. Focando na interação com o samba, ambos também mostraram muita aptidão com o enredo também na vestimenta, majoritariamente branca e com detalhes que remetiam à África. Por conta da chuva, Wagner preferiu desfilar de tênis para se sentir mais à vontade ao fazer seus rapidíssimos giros, enquanto Carol veio com o tradicional calçado de uma porta-bandeira, com salto.

Harmonia

Com um dos sambas mais elogiados da safra carnavalesca de 2025, os Gaviões saíram do Bom Retiro pela primeira vez no minidesfile, e a impressão que ficou é que a canção poderia ter um canto mais forte. Em relação àquela apresentação, a Torcida Que Samba, de fato, teve uma sensível melhora. É bem verdade que, dada a qualidade da obra, é possível evoluir ainda mais – algo que não deve preocupar a agremiação, que ainda tem dois ensaios técnicos para realizar no Sambódromo. Também é importante frisar que os componentes cantavam mais forte conforme iam evoluindo, como se todos se sentissem mais à vontade com o samba-enredo conforme a instituição ganhasse a avenida. Por fim, um ponto de atenção: a ala 10, Máscara Bamileque, teve um canto muito dissonante na arquibancada Monumental – principalmente porque as alas 12 e 13, logo na sequência, cantaram em alto e bom som. A mesma ala 10, no Setor D, entretanto, estava cantando a contento.

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Vale destacar, também, o esquenta dos Gaviões. Em discurso aos componentes, Alexandre Domênico Pereira, o Ale, presidente da agremiação, destacou que os componentes já tinham cumprido um desafio – no caso, a vitória do Corinthians contra o Noroeste, em partida válida pelo Campeonato Paulista e iniciada às 18h30 na Neo Química Arena, distante 21 quilômetros do Sambódromo – o ensaio da escola começou por volta das 23h. Antes do cronômetro começar a rodar, a Torcida Que Samba executou o hino do Corinthians, os sambas-enredo de 1994 (“A Saliva do Santo e o Veneno da Serpente”, reeditado em 2019), 2002 (“Xeque-Mate”), 1995 (“Coisa Boa é Para Sempre”) e o Hino da Resistência.

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Na visão de César Ribeiro, um dos diretores de carnaval dos Gaviões, entretanto, a apresentação foi um bom indício do que virá por aí: “Como o enredo é um pouco difícil, a gente estava mais alerta em relação ao canto da escola. Para a gente, porém, veio nota mil. Atuação perfeita na questão do canto e na Evolução também, já que a escola está bem maior que em outros anos. É sempre procurar evoluir mais para os outros ensaios técnicos para chegar à perfeição no dia de desfile. Como a gente desfila só na marcação dos carros, às vezes tem um pouco de dificuldade na retomada da escola. É uma coisa que a gente acende um farol de alerta, mas a gente vai ter o carro no dia de desfile, aí é mais fácil de se conduzir. É só essa observação que a gente teve”, refletiu.

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Evolução

Se o canto da agremiação tem alguns pontos de atenção, é necessário destacar que todos os componente evoluíram muito bem. Diversas alas com adornos deram muita dinâmica à apresentação, e o staff da Torcida Que Samba estava sempre atento para fazer correções de alinhamento e pontuações para desfilantes. Não foram notadas alas emboladas e nem sobressaltos em relação ao ritmo da escola – algo muito positivo pensando em um primeiro ensaio técnico. Vale destacar, por sinal, o início da agremiação, com duas alas coreografadas marcando o samba.

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Samba

Havia muita curiosidade sobre como o tão decantado samba cairia na voz de Ernesto Teixeira, intérprete dos Gaviões desde 1985. Qualquer dúvida foi dirimida no minidesfile e na gravação do CD, com excelentes participações do cantor. Não foi diferente no Anhembi: sem sentir frio na barriga algum, ele mostrou a tão conhecida potência vocal e ainda fez alguns cacos para empolgar a Torcida Que Samba. Ele, além de tudo, mostrou muito entrosamento com a Ritimão, dos grandes destaques da noite: com convenções estratégicas e muito bem executadas, a bateria da agremiação, comandada por Mestre Ciro Castilho, também sustentou o samba-enredo muito bem.

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O ritmista-mor destacou que é possível evoluir ainda mais: “Foi legal, mas pode melhorar muito. Estamos trazendo uma proposta bacana para o samba, mas esperamos sempre algo que seja perfeito. Às vezes tem um par a mais, é preciso acertar isso para os próximos dois ensaios – e, aí sim, virmos 100%”, comentou.

Ciro ainda aproveitou para fazer um pedido aos comandados: “Falta o pessoal focar mais em relação à energia No primeiro ensaio é muita energia, talvez o pessoal dê uma desfocada por isso. É coisa mínima, individual, não é nada com relação ao arranjo. É acertar isso aí para vir 100%”, tranquilizou.

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Outros Destaques

Desde 2010 à frente da Ritimão (até 2018 como madrinha e a partir de 2019 como rainha), Sabrina Sato veio fantasiada e engrandeceu ainda mais o ensaio técnico dos Gaviões da Fiel.

Veja mais imagens do ensaio

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Tempo de ‘Traviarcado’! Comissão de frente representativa, casal perfeito e bateria impecável marcam ensaio técnico do Tuiuti

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O tempo é do “Traviarcado”. Em uma linda e fundamental homenagem para a comunidade LGBTQIAPN+, no enredo sobre Xica Manicongo, o Paraíso do Tuiuti abriu na noite do último sábado. o segundo dia de ensaios técnicos do Grupo Especial, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Os destaques foram a excelente e emocionante performance da comissão de frente, o bailado magnífico do casal Raphael e Dandara, além do estáculo de ritmo gerado pela bateria “SuperSom”, do craque mestre Marcão. Para o dia do teste de som e luz da Avenida, no fim de semana antes do desfile oficial, a escola terá que resolver o canto dos componentes. Por um lado, o intérprete Pixulé e a equipe do carro de som foram muito bem na condução do samba-enredo, mas por outro lado, os componentes deixaram a desejar no canto. O dever de casa é ensaiar exaustivamente. A agremiação será a segunda  escola a desfilar no inédito terceiro dia de desfiles do Grupo Especial.

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O diretor de carnaval, André Gonçalves, avaliou positivo este primeiro ensaio técnico do Paraiso do Tuiuti. “Sempre falo que o ensaio técnico é para aperfeiçoar, lapidar o errado, e hoje passamos muito bem. Os comentários que ouvi do público foram ótimos (da pista até a dispersão). Muito bem falado e não temos muito o que acertar. Agora, é a gente continuar fazendo um trabalho que já fazemos e chegar a conclusão do que a gente quer no dia 04 de março. Lógico que tem o segundo ensaio técnico e vamos nos preparar novamente para entrar na Avenida e abrilhantar isso aqui novamente. A gente está abraçando essa causa com unhas e dentes, para que possamos mostrar ao mundo que agora elas também vão fazer a diferença”, comentou o diretor.

Comissão de frente

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Foto: Dhavid Normando/Divulgação Rio Carnaval

A escola não ficou apenas no discurso. O grupo, formado por pessoas trans, mostrou novamente a mesma coreografia que realizou no minidesfile e nos ensaios de rua. Um espetáculo dos coreógrafos Cláudia Motta e Edifranc. Atuação impactante. O momento que integrantes “pegavam fogo” arrancava aplausivos efusicos do público. Emocionante!

Mestre-sala e Porta-bandeira

Apresentação irretocável! A dupla fez sua melhor apresentação da história. Caprichou na sinergia, movimentos intensos e muitos giros de Dandara Ventapane. Totalmente curado de uma lesão séria, o mestre-sala foi impecável no cortejo e na dança. Assim, o casal do Tuiuti caminha para gabaritar o quesito.

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“Não existem palavras para o que eu estou sentindo. Depois de tudo que eu passei, de tudo o que aconteceu, poder, estar aqui novamente, só eu sei o quanto foi difícil estar aqui de novo. Eu sei das noites sem dormir, pensando, mas eu tenho que agradecer muito a Deus primeiramente, aos meus orixás. Depois, essa minha, eu posso chamar de minha família. A Dandara, a Kátia, o Rafael, o Arnaldo, Aline, são pessoas assim que estiveram comigo o tempo todo”, disse o mestre-sala.

“Foram meses de dúvida, mas também foram meses acreditando que a gente podia voltar. Acho que o Rafa teve uma grande superação nesse caso, para mim, claro, não foi uma superação tão difícil quanta a dele, mas também tem a dificuldade de acompanhar tudo isso, de passar também uma positividade de que a gente ia conseguir superar sem saber o dia de amanhã. Foi todo um processo principalmente psicológico muito forte. A emoção é enorme por estar aqui, de conseguir estar com 100% de uma coreografia, de estar entrosado, apresentando o que a gente queria. É muito gratificante”, revelou a porta-bandeira”.

Harmonia e Samba

O tom forte do enredo e com mensagem importante merece ser berrado pela escola. Faltou esse canto. Infelizmente, o que foi feito no minidesfile e vem acontecendo nos ensaios de rua, que é a comunidade cantando e forte, não foi entregue na Sapucaí. Em muitas alas foi possível perceber apenas integrantes nas laterias da pista cantando a obra. Outros, pareciam que estavam passeando pela Avenida. O melhor do canto aconteceu no verso: “Eu travesti”.  É trabalhar e trabalhar para solucionar esse problema no dia do teste e luz do Sambódromo.

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O intérprete Pixulé e sua equipe do carro de som fez um trabalho maravilhoso. Agora, com o quesito Harmonia, sendo dividido em canto da comunidade e do carro de som, o Tuiuti está muito bem servido na ala musical.

Evolução

Escola muito organizada. Os componentes viveram o enredo de Xica Manicongo. Muitos com perucas, leques e dando brilho ao ensaio. Entrada e saída dos recuos de bateria foram feitos com total acerto. Não houve alas emboladas e nem correria. Atuação muito boa no quesito. O início do ensaio foi impactante. A “cabeça da escola” está pronta e promete impulsionar a apresentação oficial na terça-feira de carnaval.

Galeria de fotos do ensaio técnico do Paraíso do Tuiuti na Sapucaí

Outros Destaques

A bateria, de mestre Marcão, é um verdadeiro espetáculo. O comandante é, sem dúvida, uma referência do ritmo no carnaval. Seu nome já está na história. Precisa ser mais e mais reverenciado. O colunista Freddy Ferreira falou do trabalho da bateria: “Fez um ótimo ensaio técnico. Um ritmo com bastante fluidez musical e equilíbrio entre os naipes foi apresentado. Bossas dançantes e bem integradas ao samba-enredo foram executadas com eficácia pela pista”.

Freddy Ferreira analisa a bateria do Tuiuti no ensaio técnico na Sapucaí

“A gente fica dentro da bateria. Não consegue ver muita coisa, mas foi muito bom. Pelo que temos ensaiado na rua, foi exatamente o que projetamos aqui hoje. Nem mais, nem menos. O andamento é o mesmo, as bossas são as mesmas, e acho que nosso trabalho está fluindo bem. Agora é esperar o dia 21 para mais um ensaio. Vamos estar lá, com essa rapaziada que merece todos os parabéns pela dedicação. Quero destacar também o esforço da diretoria, porque ficamos até de madrugada preparando os instrumentos. Fui para casa às 3h da manhã, mas valeu a pena. Valeu a pena ouvir esse som hoje”, garantiu mestre Marcão.

O que falar da rainha Mayara Lima? Divina! Impressionante que ela conquista mais e mais fãs. Muito identificada com a comunidade, ela desliza na Avenida, esbanjada muita beleza e samba no pé. Seus passos seguem o ritmo da “SuperSom”.

Mais uma vez, o Tuiuti valorizou demais o ensaio técnico. A escola caprichou na roupa dos seus componentes. Tranforma o ensaio em um verdadeiro desfile. Desde o lindo tripé, com a coroa, passando pelo lindo figurino da ala de passistas, que aliás é uma das que mais samba no Grupo Especial do Rio, a agremiação curte passar pela Avenida.

Colaboraram Allan Duffes, Luan Costa, Lucas Santos, Marielli Patrocínio, Juliana Henrik, Gabriell Radicetti, Matheus Vinícius, Matheus Morais e Rhyan de Meira

Sapucaí virou baile de favela! Mangueira mostra potência no canto da comunidade e maturidade em demais quesitos

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A palavra que pode resumir o ensaio tecnico da Estacao Primeira de Mangueira foi maturidade. Melhorando a cada treino de rua, a Verde e Rosa levou para Sapucai uma comunidade com o samba na ponta da língua. Fez um ensaio organizado, com evolução correta e bem espontânea, usando bastante a pegada rítmica do enredo. Na parte musical, apesar dos vários problemas no sistema de som, a união entre carro de som, bateria e comunidade passou por cima das adversidades e conduziu para uma forte interação com o público desde o começo, abençoado pela chuvinha fresca no final.

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Na comissão de frente, mais uma vez, a escola trouxe surpresas e soube usar bem a luz cênica abrilhantando o publico com uma apresentação pautada na tônica do enredo que mexeu com a torcida verde e rosa presente em grande número. Craques, o casal “Furacão” fez jus ao nome e riscou o chão da Avenida cheio de ancestralidade e apresentando passos que caracterizam a sua dança.

Em 2025, a Mangueira vai fechar a primeira noite de desfiles do Grupo Especial com o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude entre Dores e Paixões”, desenvolvido pelo carnavalesco Sidnei França.

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Fotos: Allan Dufes/CARNAVALESCO

Dudu Azevedo, diretor de carnaval, ressaltou a força do canto da comunidade. “Eu vim na parte da escola da bateria para trás, e foi muito inflamado com as falhas do som. Em algum momento parou e parecia que foi para mostrar o quanto o nosso povo mangueirense canta e não só canta, mas como desfila. Parecia que a arquibancada estava inflamada. A gente fez uma parada da bateria e deixamos o povo cantando. Acho que foi uma troca muito boa. Percebemos que o povo cantou muito o samba, a Mangueira cantou o samba”.

Galeria de fotos do ensaio técnico da Mangueira na Sapucaí

Comissão de frente

A dupla de coreógrafos Lucas Maciel e Karina Dias trouxe uma apresentação diferente do que foi apresentado no minidesfile, interagindo demais com o público, tendo um ápice muito aclamado pelas milhares de pessoas que acompanhavam o ensaio tecnico na Sapucaí, principalmente, a incessante maioria de mangueirenses. A dupla, também, mais uma vez, fez um excelente uso do recurso da iluminação cênica, ainda que não em todos os módulos, valorizando mais o efeito de cascata na ponta da lança de um dos guerreiros.

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A apresentação em termos de conteúdo resumiu muito bem o enredo, fazendo do uso da transformação, troca de figurino, ainda que de um integrante, primeiro apresentando a ancestralidade dos guerreiros bantos, até o climax, com o pivô se tornando um menino do Morro, de cabelo pintado, bermuda, sem camisa, chinelão, mandando altos “passinhos”.

Muito respeito dos coreógrafos de trazer uma grande apresentação como essa para o publico do ensaio técnico, em que muita gente não conseguirá ir ao desfile oficial. Gera ainda mais expectativa para descobrir o que eles vão trazer no grande dia. Sarrafo alto da dupla Lucas-karina.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Matheus Olivério e Cintya Santos fizeram jus ao apelido de “casal Furacão “. Procuraram valorizar suas características que casaram totalmente ao enredo. Exibiram uma coreografia diferente do que vinha sendo apresentado na “Visconde de Niterói “, mais viril, mais centrada na ancestralidade, que abordam o enredo que também deu origem ao bailado do mestre-sala e da porta-bandeira. Ela foi espetacular em seus movimentos da “bandeirada” forte, mas charmosa no final, emocionada, com seus rodopios e o corpo ligeiramente inclinado em que as voltas são energéticas, precisas, com a bandeira bem desfraldada, um espetáculo.

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Matheus com seus estilo bem característico do Morro de Mangueira, também forte, mas em alguns momentos bem “malandreado”, com uma forte influência dos passos do maior da posição para os mangueirenses, mestre Delegado. Foi muito positivo ver a dupla apresentando uma coreografia mais livre, dentro do bailado característico do casal de mestre-sala e porta-bandeira, sem tanta preocupação em pontuar o samba, mas fazendo bom uso dele a serviço da dança dos dois, e, o melhor , dentro das características que valorizam o que o casal tem de melhor.

A porta-bandeira avaliou o treino e revelou que a coreografia apresentada no ensaio técnico é mais próxima do que a dupla vai levar para a Avenida.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Mangueira no ensaio técnico na Sapucaí

“Eu diria para vocês que entregamos o trabalho. É esse que vai estar presente no dia oficial. Estamos felizes que a escola entregou o que ela queria. Algo brasileiro. Poder fazer as pessoas conhecerem o banto, de onde vieram, a nossa ancestralidade. E na dança também. Nos ensaios de rua, foi a coreografia de quadra. Hoje, a gente apresentou a coreografia oficial. A ancestralidade está na dança e a gente vem trazendo a raiz da dança, a gente não vai inovar muito. Somos casal raiz, que não perde a originalidade”, sentencia Cintya.

Ja Matheus Olivério deixa no ar que algo ainda pode aparecer de diferente no dia. “Somos um casal furacão, improvisação o tempo todo. Mas, é a dança tradicional, é sentir o dia. E a gente hoje foi na emoção. Estamos trabalhando há nove meses, sempre arrebentando, sempre uma emoção, sentindo a energia da escola. Ontem, a gente fez um ensaio na chuva maravilhoso e pensamos: ‘vamos desse jeito que está gostoso’. Está lindo, encaixado e esse é o casal Furacão. Agora já é reta”, acredita o mestre-sala.

Harmonia

A escola, como está sendo visto nos ensaios de rua, cantou de forma bastante efetiva, forte, potente, correta, buscando mostrar que o samba estava na ponta da língua e foi abraçado pela comunidade. No final, mesmo com desgaste e calor, as alas seguiram cantando. No carro de som, a Mangueira venceu os problemas com o som disponibilizado para o ensaio que a presenteou falhas, inclusive, no esquenta da escola, quando a Sapucai pegava fogo.

Entretanto, as falhas do equipamento só evidenciaram uma escola cantante. Só em um momento houve um leve desencontro que aconteceu pela falha do equipamento, o que não acontecerá no dia, pois o som principal da Sapucaí estará ligado. No mais, ótimo trabalho da ala musical da Mangueira, impulsionada por um trabalho de excelência da bateria.

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“Foi excelente! O pessoal do mundo samba assistiu. Com certeza, a comunidade da Mangueira está em um nível altíssimo para cantar bastante na avenida e ajudar a escola a chegar ao tão sonhado título. É só ensaiar mais um pouco e colocar tudo em prática do que a gente vem fazendo”, comentou o intérprete Dowglas Diniz.

“O samba atingiu o lugar que a gente queria. Ainda mais na hora que faltou som, que a comunidade começou a cantar copiosamente. Isso aí provou que o samba é um dos grandes do carnaval de 2025”, garantiu o cantor Marquinho Art Samba.

Samba-enredo

O samba tem como compositores Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Júlio Alves, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim, parceria que assinou as últimas três obras da Verde e Rosa. A música possui algumas características parecidas com os últimos sambas como um pré-refrão lá embaixo da segunda do samba forte como “É de arerê, força de matamba/ É dela o trono onde reina o samba”, que prepara para a explosão em “Sou a voz do gueto…”. Também como nos últimos carnavais há um destaque para a segunda do samba na forma de ser mais melódica, como mais nuances de melodia.

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Neste caso, em tom menor, diferente da cabeça, quando o assunto se torna mais sério ao falar da valorização dos próprios personagens da comunidade e as dificuldades enfrentadas pelos “herdeiros” dos povos bantos. Melodia de maior profundidade. A primeira do samba procura ser de maior ataque e dar andamento e ritmo a obra. Como citado em outras crônicas o único “senão” é no refrão de baixo na palavra “dona” de “dona das multidões” que para não fugir da acentuação tônica correta, acaba com a pronúncia um pouco forçada em termos de música. Mas nada que tenha impedido o grande crescimento do samba. Mostrou que pode passar muito bem na Sapucaí.

Evolução

A Mangueira passou muito tranquila pela Sapucaí, mas bastante quente. Com muita dança, com fluidez, sem correria, brincando carnaval, mas com técnica e organização, sem apresentar buracos, grandes espaçamentos ou alas emboladas. Fez de forma correta os movimentos mais cirúrgicos, como as saídas da bateria dos recuos e a entrada no segundo, além de apresentações de comissão e casal que nao influenciaram no ritmo da escola.

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A presença de algumas coreografias foi observada tanto naquelas que pontuavam o samba, exemplo a referência que se fazia no “descolorir o cabelo’, como em alas que tinham uma tematica que claramente exigia coreografia. Por exemplo, uma ala após o segundo carro tinha ervas na mão e faziam coreografia mais no refrão do meio que trabalha essa temática. Importante pontuar que essas coreografias não influenciaram no bom andamento. No final, houve tempo até para a Mangueira curtir o deu final do ensaio.

Outros destaques

Antes do início da apresentação, no esquenta, o carro de som apresentou uma performance especial da musicalidade negra, com batidas mais tradicionais e depois seguido para o funk representado por “eu só quero é ser feliz” e “é som de preto, de favelado…”. A rainha Evelyn Bastos veio como “Njinga a Mbande”, a rainha Ginga do reino de Matamba, com uma roupa que lembrava uma guerreira, com detalhes muito bonitos em dourado e pintura corporal.

E, por falar em pintura, uma ala do início, atrás do primeiro carro, apresentava uma bonita maquiagem com símbolos de ancestralidade no rosto. Os passistas vieram cheios de estilo arrasando no samba e no “passinho”.

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Outro destaque ficou para o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Débora de Almeida e Renan Oliveira, que também apresentava um gingado muito legal, com alguns passinhos dentro da parte da bossa funk do samba. E , por falar em bateria, a “Tem Que Respeitar Meu Tamborim” fez grandes performances no juri, não só no áudio como também no visual, com jogo de luzes, se utilizando também da luz cênica, além de fogos.

No comando da bateria, ao lado de Rodrigo Explosão, Taranta Neto avaliou o treino da Mangueira e a performance do ritmo mangueirense.

“A minha análise é que fizemos um bom ensaio. Acho que, por ser o primeiro, estava todo mundo muito ansioso, muito nervoso, até por tudo que viemos passando ao longo do ano. Estamos enfrentando essa questão de muita gente achar que o nosso samba não funciona, que tem sido criticado no pré-carnaval. Mas hoje conseguimos mostrar que nosso samba é forte, aguerrido e, se Deus quiser, vai nos levar rumo ao título. Sobre possíveis correções ou ajustes, nós apresentamos todas as convenções que queremos levar para a avenida. Ainda temos mais ensaios, incluindo o segundo ensaio técnico, há detalhes para acertar. Mas hoje já demos uma amostra do que vamos apresentar na avenida. Espero que, assim como hoje, no dia 2 de março possamos sair daqui ovacionados, ganhar os 40 pontos e ajudar a nossa Mangueira a ser campeã do carnaval”, citou o mestre

Colaboraram Allan Duffes, Luan Costa, Marielli Patrocínio, Juliana Henrik, Gabriell Radicetti, Matheus Vinícius, Matheus Morais e Rhyan de Meira

Beija-Flor resgata sua essência e faz ensaio na Sapucaí no modelo ‘rolo compressor’

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Para quem sentia saudades daquela Beija-Flor do modelo “rolo compressor” de décadas passadas, o primeiro ensaio técnico desta temporada trouxe um gostinho do que a escola pretende apresentar em seu desfile oficial. E mais do que isso: há muito tempo a Beija-Flor não fazia um ensaio com tanta energia, vigor e com uma comunidade tão feliz em estar na Sapucaí.

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A comunidade da azul e branca se fez presente e cantou a plenos pulmões o samba em homenagem ao maior responsável por construir essa mística em torno da escola: Laíla. Foi uma apresentação à altura de Nilópolis, onde a emoção se aliou à técnica, o público se envolveu e todos os quesitos brilharam.

Outro momento marcante da noite foi a presença de Neguinho da Beija-Flor, que, esse ano, se despede do carnaval da escola e fez questão de elevar ainda mais o nível do ensaio. Sua voz inconfundível impulsionou o canto da comunidade e das arquibancadas, tornando a noite ainda mais especial.

Naquele que pode ter sido o seu último ensaio, Negrinho se emocionou do iniciou ao fim e brincou que teve que ir a base de calmantes para manter a emoção, ainda que não tenha conseguido segurar completamente.

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Foto: Vitor Melo/Divulgação Rio Carnaval

“Eu estou aqui sobre efeito de de dois tranquilizantes para conseguir, senão, não ia conseguir segurar a emoção. Vamos ver no dia, acho que eu vou ter que tomar uns quatro para ver se consigo cantar. Mas, temos um carro de som bastante amplo, maravilhoso, a rapaziada sabe das coisas, quem a rapaziada está firme, bonitos, e é por isso que a gente está aí parando também, para dar oportunidade.a eles”, disse o intérprete.

Em 2025, a agremiação da Baixada levará para a avenida o enredo “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os Sambas”, do carnavalesco João Vitor Araújo, que pretende eternizar o legado do mestre Laíla. O próximo ensaio da escola na Sapucaí será no dia 22 de fevereiro, após a lavagem do Sambódromo.

O diretor de carnaval, Marquinho Marino, falou ao CARNAVALESCO e fez suas considerações sobre o ensaio.

“Pra mim, foi muito bom! Dentro do que a gente se propõe para um ensaio técnico, sabemos que não temos alegorias nem fantasias. Se você pensar tecnicamente, sem esses elementos, não dá para completar os 80 minutos. Mas precisamos aproveitar esse tempo da melhor forma possível. Por exemplo, quando a bateria faz uma paradinha para o jurado, normalmente ela fica ali por 30 ou 40 segundos no máximo. Mas, no ensaio, eu faço uma passada inteira com a bateria parada. Isso porque aqui é o momento de testar. Agora, o foco é seguir com os ensaios, manter essa pegada forte da comunidade e dos segmentos, e continuar aperfeiçoando cada detalhe. Estou muito feliz! Acho que estamos no caminho certo e tenho certeza de que o mestre Laíla será muito bem homenageado”, disse Marino.

Galeria de fotos do ensaio técnico da Beija-Flor na Sapucaí

Comissão de Frente

Pelo terceiro ano consecutivo, os coreógrafos Jorge Teixeira e Saulo Finelon comandam a comissão de frente da Beija-Flor. A apresentação seguiu a mesma concepção e coreografia já exibidas no minidesfile e em alguns ensaios de rua na Mirandela.

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Fotos: Allan Duffes/CARNAVALESCO

O grupo é formado apenas por homens, todos vestindo figurinos que remetem a sacos de lixo e com o corpo pintado de branco. No centro da performance, o destaque foi o bailarino que representou Exu, cruzando a Sapucaí sobre pernas de pau com impressionante desenvoltura e agilidade. O grande diferencial da apresentação ficou por conta do figurino inusitado e da presença imponente de Exu, que garantiu um impacto visual marcante

Mestre-sala e Porta-bandeira

Falar de duas lendas do carnaval como Claudinho e Selminha Sorriso nunca é fácil, mas é sempre essencial reverenciá-los. Mais uma vez, a dupla riscou a Sapucaí de ponta a ponta, apresentando um trabalho impecável e mostrando o que há de melhor: classe e excelência.

“Nossoa proximos passos são continuar ensaiando. Somos um casal de veteranos, os mais antigos em atividade no carnaval, mas nunca sabemos tudo, estamos sempre em processo de aprendizado, e hoje foi um teste valendo, como nós costumávamos ouvir do Laíla. Mas foi lindo, interagimos com a comunidade, é muito bom ver o povo, muitos deles não podem estar no desfile oficial, e estão aqui prestigiando as três escolas. Com certeza, passamos uma mensagem muito linda, mostrando esse enredo tão justo, tão merecido para o Laila, que não está mais entre nós, e era alto de data, revolucionário, inovador, um homem que nos inspirou e ensinou, transformou o modelo do carnaval e é um exemplo, é um exemplo de vida para as pessoas também sem formação acadêmica, mas seres intelectuais, inteligentes. Essa homenagem é muito justa pra ele”, entende Selminha.

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Neste ensaio, Selminha representou o povo cigano, com suas cores quentes e vibrantes, enquanto Claudinho manteve sua marca registrada: o azul de sempre. Durante as quatro paradas para os jurados, o casal esbanjou giros bem executados, e a coreografia também incorporou passagens do samba, como a parte “dobram atabaques no quilombo Beija-Flor”, onde fizeram o movimento de tocar os atabaques com perfeição. A sintonia e a sincronia entre eles foram nítidas, e o público, claro, os ovacionou do início ao fim.

“O ensaio técnico é valendo, claro que a gente testou várias coisas para ver se funcionavam ou não funcionavam, mas deu tudo certo dentro do nosso propósito. Estou muito feliz, e também, a minha porta-bandeira está muito feliz, a nossa equipe, está feliz pelo propósito que a gente tem ensaiado durante o ano todo e hoje a gente conseguiu colocar aqui. É uma felicidade imensa, agora praticamente fazer algum ajuste pequeno e dar continuidade ao que foi feito aqui hoje. Feliz tambem pela Beija-Flor, pelo canto, pelo samba maravilhoso. A gente teve um canto forte, a gente vem para disputar esse título tão sonhado para a Baixada, para Nilópolis”, garantiu Claudinho.

Harmonia e Samba

A harmonia musical da Beija-Flor foi um dos grandes destaques deste ensaio. O carro de som contou com a presença luxuosa de Neguinho da Beija-Flor, que, mesmo sem ter participado de muitos ensaios, engrandeceu a noite e impulsionou o canto não só da comunidade, mas também das arquibancadas, que vibraram ao ouvi-lo.

A bateria, comandada pelos mestres Plínio e Rodney, teve um papel fundamental na sustentação do samba e do canto da escola. Acostumada a desfilar de forma mais reta, desta vez apresentou uma sequência de bossas interessantes, além de um grande paradão, que evidenciou ainda mais a força do canto.

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O samba, que já estava na boca do nilopolitano antes mesmo de ser escolhido, se confirmou na avenida e manteve seu alto rendimento do início ao fim. Com destaque para os versos que antecedem o refrão principal e claro, o refrão: “Da casa de Ogum, Xangô me guia, Da casa de Ogum, Xangô me guia, Dobram atabaques no quilombo Beija-Flor, Terreiro de Laíla, meu griô”.

O diretor de carnaval, Marquinho Marino, falou sobre a participação de Neguinho e se mostrou contente com o resultado harmônico apresentado pela escola. Ele também projetou o próximo ensaio na Sapucaí, que terá o teste de som da avenida.

“Fiquei muito satisfeito! A participação do Neguinho foi fundamental, não só na parte musical, mas também para puxar o canto junto com ele. Os componentes ficaram emocionados com sua presença e com a forma como o samba e a bateria foram conduzidos. Para um primeiro ensaio em uma pista tão grande e larga como essa, foi extremamente satisfatório. Além disso, não tivemos nenhum problema técnico grave a ser apontado. A passagem de som vai ajudar ainda mais, porque teremos o áudio em toda a avenida. Fizemos três paradões durante o desfile e não houve nenhum atravessamento, o que demonstra o excelente trabalho da harmonia – tanto a musical quanto a diretoria de harmonia, que mantém os componentes cantando com força nesses momentos”, disse Marino.

Evolução

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O nilopolitano sabe como brilhar na Sapucaí, e durante o ensaio deste sábado não foi diferente. Cada componente estava plenamente ciente do seu lugar, do que fazer e de como fazer. O resultado foi uma evolução coesa, sem atropelos. A comunidade, visivelmente emocionada, manteve a concentração e a técnica de desfile em todos os momentos. Mesmo com alas gigantes, a organização foi impecável, o que também se refletiu nas alas coreografadas, especialmente na que encerrou o desfile da azul e branca. A escola utilizou elementos para demarcar o espaço dos carros alegóricos no desfile oficial, além de um enorme tripé representando o abre-alas.

Outros Destaques

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O ensaio foi movido pela emoção, e não foi diferente para a rainha de bateria, Lorena Raíssa. Grávida de seu primeiro filho, a jovem desfilou visivelmente emocionada e agradeceu todo o carinho recebido das arquibancadas. Outra grávida que brilhou na avenida foi a dançarina Brunna Gonçalves, esposa da cantora Ludmilla. Ela sambou com energia por toda a pista, recebendo muitos aplausos. A ex-rainha de bateria Raíssa de Oliveira e o passista Cássio Dias também roubaram a cena, com uma performance que arrancou suspiros do público.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Beija-Flor no ensaio técnico na Sapucaí

Mestre Rodney fez para o CARNAVALESCO a avaliação da bateria no ensaio técnico. “Perfeito! Missão cumprida, muito bem cumprida. A gente deu aula mais uma vez. Aqui tem dedicação e comprometimento com a escola. Eu estou muito orgulhoso deles e muito satisfeito com o desempenho. Não tenho nada a mudar para o desfile. É intensificar e vir com mais fome, mais vontade de ganhar o carnaval. Hoje foi um ensaio, treino é treino, jogo é jogo. A gente, no dia do desfile, vai comer o asfalto para levar o campeonato para a Nilópolis”, afirmou mestre Rodney.

Colaboraram Allan Duffes, Lucas Santos, Marielli Patrocínio, Juliana Henrik, Gabriell Radicetti, Matheus Vinícius, Matheus Morais e Rhyan de Meira

Galeria de fotos do ensaio técnico da Beija-Flor na Sapucaí

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Galeria de fotos do ensaio técnico da Mangueira na Sapucaí

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Galeria de fotos do ensaio técnico do Paraíso do Tuiuti na Sapucaí

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