A União passou para a Prefeitura, na última sexta-feira, a concessão da Estação Leopoldina, para que ocorra a reforma do espaço, incluindo, a construção da Cidade do Samba 2, chamada de “Fábrica do Samba da Série Ouro”. O CARNAVALESCO conversou com alguns dos sambistas reunidos no evento, que relataram a emoção e as expectativas ao redor do novo espaço, principalmente, com a estrutura e feitura do carnaval nos novos barracões, e como eles serão para os trabalhadores.

A presidente da Vigário Geral, Betinha, falou sobre a alegria de poder estar nesse espaço, esperando por dias melhores nos futuros barracões: “Muita alegria. Fiquei muito alegre e orgulhosa de, isso aqui, que está abandonado virar a Cidade do Samba 2. E porque os nossos barracões são precários. Então, se a Cidade do Samba 1 tem, a gente também, a Cidade do Samba 2, também tem que ter para as outras escolas, né? E também tem que fazer a terceira depois”.

Em relação à estrutura, ela espera que os barracões correspondam à expectativa que surge ao redor deles, e que haja a vida cultural prometida na cerimônia: “Eu acho que os barracões, eles têm que estar bem preparados para dois carros, três carros. E o resto, os shows, como ele falou que ia fazer, fazer show, eventos, tudo isso. Mas tem que vir com um bom barracão. Não muito pequenininho”.

Por fim, para falar como a Cidade do Samba 2 iria trazer de melhor para os desfiles em si, a presidente falou que a proximidade do Sambódromo é um dos pontos positivos: “Eu acho que vai sair por lá, pela Praça da Bandeira, então é pertinho também da Sapucaí, entendeu? O que vai ser bom, é isso aí, se sair por lá, vai ser muito bom, pra gente sair. Que o nosso barracão de lá, o atual, também dá pra sair, mas tá muito precário, mas graças a Deus vai sair”.

Anderson Morango, segunda porta-bandeira do Arranco, salientou a vitória por ver o projeto da Cidade do Samba 2 estar em vias de sair do papel: “É um sentimento de vitória, a coisa está andando, as pessoas hoje dão muito a credibilidade ao Grupo Especial e esquecem da Série Ouro, então, acho que isso é um avanço, o prefeito nos prometeu e vai cumprir. É uma realização, acho que vai ter mais organização, mais cuidado, até com os trabalhadores, porque você tem normas a cumprir, tem proteções, os barracões fora não tem, é um estado meio deplorável para se trabalhar. Acho que vai ser muito bacana e muito válido para o Carnaval da Série Ouro”.

Já o que não pode faltar na visão dele, além da segurança, é que a Cidade do Samba 2 seja também um pólo para mostrar e divulgar mais a cultura do carnaval, formando também novos sambistas: “Eu acho que não pode faltar a segurança e eu acho que um espaço aberto ao público, de vir conhecer um pouco a cultura do samba, amostras de fantasias, exposições de roupas, eu acho que falta um pouco da nossa cultura ser mostrada dentro do nosso país. Eu fiz uma viagem agora pouco tempo e vi várias casas lá fora mostrando a cultura deles. A gente tem que mostrar mais a nossa cultura, não só vender o nosso carnaval, mas a mostrar pras escolas, para as crianças formarem novos sambistas, eu acho que isso é muito importante”.

Por fim, Anderson falou sobre as facilidades que ele espera que os novos barracões tragam para os desfiles, especialmente, ajudando durante o traslado das alegorias para a Sapucaí: “Eu acho que até pela localização, eu acho de mais fácil acesso pra levar as alegorias. Acho que pra nós casais a gente ensaiar dentro da Cidade do Samba 2 vai ser muito bacana isso, bom para todo mundo, vai ser vantajoso para cidade do Rio de Janeiro. Pra um lugar que está fechado, sem nada, e vai construir algo benéfico pra todo mundo e para o samba”.

Presidente da União de Maricá, Juliano Oliveira também esteve presente no evento, e ficou muito feliz com o movimento para a construção da Cidade do Samba 2: “O sentimento hoje é de felicidade. É um marco para o carnaval carioca, é uma conquista muito grande. A gente vê os barracões que não têm capacidade, não suportam. E as condições também que eles vivem hoje, mas, com essa celebração, com essa assinatura, desta Cidade do Samba 2 ou Fábrica do Samba, fica um marco para o carnaval do Rio de Janeiro”.

O presidente ainda falou sobre o que espera da estrutura dos futuros barracões: “A estrutura. O nome já diz, a estrutura é um local adequado, um local que tenha condições para poder a pessoa construir o seu carro, condições de banheiro, um local coberto, arejado. Com todas as condições possíveis que o trabalhador possa ter para poder fazer um excelente trabalho”.

Por fim, ele falou sobre como o novo espaço vai ajudar na melhoria da feitura do carnaval da Série Ouro, principalmente, para o trabalhador do carnaval: “A gente vê que aqui na Série Ouro, algumas escolas constróem seus carros em condições desumanas, sem telhado, às vezes constrói os carros com uma lona em cima. Com a Cidade do Samba estruturada, a pessoa vai conseguir desenvolver melhor o seu trabalho e tudo nessa questão dos carros e do carnaval em geral”.

Reginaldo Gomes, presidente da Inocentes de Belford Roxo, falou sobre a felicidade em pode acompanhar o primeiro passo de uma obra que promete ser um local digno para as escolas da Série Ouro: “Primeiro é que já tem um sentimento grande que é um local tradicional do Rio de Janeiro e saber que o prefeito Eduardo Paes vai retomar isso não só para a cidade do Samba mas para outras atividades também é muito importante. Mas a gente, agora, com essa pedra fundamental que vai ser lançada, a gente fica feliz de saber que, ao mesmo tempo, as escolas terão um lugar digno para poder preparar seu carnaval do grupo de acesso”.

Sobre a estrutura das futuras instalações, o presidente comentou sobre a necessidade uma melhora em relação aos atuais barracões: “Eu acho que é um espaço mínimo, um espaço mínimo, asseado, a gente hoje passa para que vocês acompanhem o carnaval da gente. Os barracões não têm banheiro, os barracões não têm segurança, os barracões não têm uma iluminação própria, não têm água, é tudo muito adaptado. A gente tem certeza que com essa nova estrutura ela vai ser montada. O prefeito tem certeza, junto com a sua equipe de engenharia e arquitetura, vai dar uma condição para que as escolas tenham essas condições dignas para os trabalhadores, principalmente para o trabalhador que faz esse carnaval que é a maior festa popular a céu do berço do mundo”.

Para encerrar, Reginaldo falou sobre como os novos barracões podem ajudar a melhorar os desfiles da Série Ouro na Sapucaí, com uma melhor feitura das alegorias, por exemplo: “Espero, hoje um dos maiores problemas, como eu digo, é a própria estrutura dos barracões. No nosso caso, o problema é que acaba tendo que sair com os carros com a altura é limitada, pelo meu barracão, por exemplo, a altura é limitada a 5 metros. Não consigo fazer nada acima de 5 metros e o carro muitas vezes vai a 12, 9, 12 metros. A equipe de engenharia deve conversar com as escolas responsáveis por essa confecção para que a gente possa ter uma altura ideal, para que a gente possa sair com os carros daqui de uma forma que seja menos trabalhoso a montagem da avenida”.