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Abre-alas da Ilha retrata o cotidiano e a diversidade das favelas

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A União da Ilha do Governador foi a penúltima agremiação a desfilar na noite deste domingo, com o enredo “Nas encruzilhadas da vida, entre becos, ruas e vielas; a sorte está lançada; salve-se quem puder!”. O desfile é uma reflexão sobre os principais problemas que afetam as camadas mais pobres da população, que acaba se instalando em comunidades nas periferias das grandes cidades.

No entanto, o foco da escola insulana não foi os diversos problemas que as favelas cariocas têm em comum, e sim a superação através da solidariedade, da amizade, da força de vontade e determinação. Apesar de tantos pesares, a população da periferia aprendeu a ser feliz, transformando pequenos momentos de alegria em grandes festas, como é o carnaval. O abre-alas da Ilha mostra a favela e a diversidade de sua gente de fé, que é protegida por São Jorge, o Santo Guerreiro, que veio no alto do carro.

A alegoria foi batizada com o mesmo nome do primeiro setor da escola: Entre becos, ruas e vielas. São dois carros acoplados que formam uma grande favela, repleta de barracos, em meio a fios, roupas penduradas e muitas pessoas. Integravam o carro personagens cotidianos como manicures, vendedores, traficantes, donas de casa e até mesmo helicópteros da polícia com os dizeres “Agentes da Paz”, reproduzindo a realdade das comunidades cariocas. “É a nossa realidade atualmente. A favela propriamente dita com o seu dia-a-dia”, contou Katia Silene, de 48 anos, que há três anos desfila na Ilha.

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A outra parte do abre-alas veio com vários carros e motos remetendo ao intenso fluxo das favelas. Quando Ito Melodia, o intérprete do samba dizia: ‘Senhor, eu sou a Ilha!’, os figurantes do carro batiam no peito para expressar o amor pela escola.

“O carro está retratando realmente a vivência do carioca e do pobre, de nós negros… Acho muito importante. Espero que os políticos entendam o recado do nosso carnaval, que a gente fez pra mostrar pra eles que com ou sem dinheiro a gente faz o carnaval”, alfinetou Bruna Montenegro, de 28 anos, que saiu pela primeira vez na Ilha.

Mangueira recria calvário de Cristo crucificando minorias da sociedade

Denominada de “O Calvário”, a quarta alegoria da Estação Primeira de Mangueira retratou a crucificação de Cristo. Uma gigantesca cruz no alto da alegoria revelou a figura de Jesus crucificado. Na parte superior, onde na cultura cristã ficam as iniciais “JNRJ”, foi colocada a palavra “Negro”. Justamente para levar a reflexão das políticas raciais e sociais.

Os tons escuros predominaram a alegoria, devido a associação inspirada nas partes mais trágicas dos evangelhos da bíblia.

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As múltiplas cruzes da alegoria carregavam pessoas crucificadas, fazendo uma crítica a forma como a sociedade trata as minorias. O componente André Bento, 38 anos, explicou o que representavam as composições da alegoria.

“São 10 cruzes, representando a classe LGBT, mulheres, negros, índios e os catulados que são as religiões de matrizes africanas”. André ainda completou que sua fantasia representava a classe homossexual e o motivo da representação. “É a classe crucificada todos os dias. Morta seja pela intolerância ou por não aceitação da orientação sexual alheia”.

Com 12 anos de Mangueira, Fernanda Porrio, 47 anos, afirmou que enredos polêmicos estão agradando muito a comunidade mangueirense.

“O carnavalesco retratou como se Jesus nascesse novamente, mas agora, como menino um de nossos meninos de Mangueira. Enredos polêmicos estão conquistando toda nação mangueirense”, finalizou.

Grande Rio homenageia desfile de 1970 da Imperatriz em fantasia da velha guarda

A Acadêmicos do Grande Rio foi a quinta escola a entrar na avenida, com o enredo “Tatalondirá, o canto do caboclo no quilombo de Caxias”. A escola narrava a história de Joãozinho da Gomeia, o rei do candomblé. A ala 20, nomeada de “Realeza Nagô – Imperatriz Leopoldinense, ‘Oropa’ França e Bahia, 1970”, trouxe a velha guarda da escola em fantasias nas cores verde e branco, que faziam alusão ao desfile da Imperatriz Leopoldinense de 1970, quando João da Gomeia interpretou o Rei Nagô.

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Carlos Alberto Nascimento, de 71 anos, tem 30 anos só de Grande Rio. O presidente da velha guarda da escola, achou a fantasia bonita e elegante. “O enredo está bonito, a mensagem está linda e a fantasia também. Com isso tudo a gente volta campeã se Deus quiser”, contou o baluarte.

Com mais de vinte desfiles em Caxias, Claudia Bertolina afirmou estar acostumada a vir luxuosa, mas entendeu a proposta dos carnavalescos para esse ano.

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“Apesar de levinha é bem quente. Achei linda e dentro deste enredo que é maravilhoso”, finalizou.

Desfile da Ilha mostra ônibus lotado como forma de crítica ao transporte público

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Sexta escola a desfilar na noite de abertura do Grupo Especial, a União da Ilha veio falando das favelas e de seus moradores. “Nas encruzilhadas da vida, entre becos, ruas e vielas; a sorte está lançada; salve-se quem puder!” é o título de um enredo que foca nos caminhos enfrentados diariamente pela população das periferias. O foco da abordagem da escola não é apenas nos problemas enfrentados pelos moradores de favela, mas também na superação das dificuldades que essas pessoas são obrigadas a passar para seguirem os seus caminhos. Um dos caminhos que o povo da favela tem em comum é a saga do transporte público.

A angústia do ir-e-vir para o trabalho, numa sociedade violenta e de economia instável é vivida no interior de um ônibus, onde os trabalhadores precisam se espremerem em total desconforto. O segundo carro da Ilha trouxe exatamente essa dificuldade para a Avenida. Era literalmente uma lotação carioca, nas cores cinza e azul, com adesivos da escola.

Clarissa Waldeck, de 34 anos, fez sua estréia na Ilha e falou sobre a sua representação na passarela do samba. “Na verdade esse carro vem com o nosso dia-a-dia. Todo mundo fantasiado da gente mesmo. Tô pegando um ônibus na Presidente Vargas que de repente vira e entra na Sapucaí”.

Para essa alegoria a escola preparou uma encenação especial. Mateus Alves, de 22 anos, era o condutor que recebia os passageiros, liberava a passagem. “É como se o ônibus passasse pela Avenida Presidente Vargas, errasse o caminho e entrasse dentro da Sapucaí”.

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Mateus ressaltou a importância que o samba tem em dar voz ao povo da favela. “O samba historicamente tem essa coisa de representar as minorias, os negros, os direitos. Esse samba também vem trazendo essa força. A favela descendo pro asfalto. A voz do povo que trabalha todo dia, pega ônibus lotado, passa por várias coisas e ainda assim tem que ser feliz”.

Em relação ao transporte público da vida real, o motorista da condução insulana faz suas críticas. “O transporte público da cidade não evolui tanto quanto poderia. O preço aumenta a cada ano que passa, mas a qualidade mesmo a gente percebe que é um pouco precária. Poderia ser melhor”.

Clarissa, que interpretava uma passageira do ônibus também reclamou da qualidade do transporte oferecido à população. “Acho que falta estrutura, conforto, segurança. Acho que falta bastante coisa”. Luna Garcia, de 21 anos, foi outra passageira da lotação tricolor que deu opinião sobre o assunto. “Às vezes o transporte da cidade deixa a desejar, aparecem umas baratas no ônibus… No verão tá muito quente, nem sempre tem ar condicionado”.

Componentes da Mangueira comentam sobre as faces do Jesus verde e rosa

Desde que chegou em Mangueira, Leandro Vieira propôs enredos que fazem o amante do carnaval refletir o sentido da festa. Seja de maneira mais sutil com Maria Betânia sob os olhos de Oyá, ou com “A verdade vos fará livre”, enredo da Estação Primeira em 2020.

O carnavalesco mostrou no desfile o mesmo Jesus misericordioso e amável que a bíblia retrata, mas lhe deu novas faces. Retratou Ele como pobre, negro, favelado, LGBT, mulher ou índio. Apresentou-o das formas e nas classes onde as pessoas da nossa sociedade mais sofrem preconceito e discriminação.

Depois de 13 anos desfilando na Mangueira, o componente Ronaldo Santos, de 52 anos, demonstrou felicidade ao ver o Jesus verdadeiramente mangueirense.

“O Jesus da Mangueira é esse Jesus que o Leandro colocou na avenida. É um Jesus que desceu nosso morro pedindo mais respeito e menos intolerância, preconceito e racismo. A Mangueira é pobre, é negra, é mulher, ela sofre e é perseguida. Tenho certeza que a mensagem foi dada”, declarou emocionado.

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Ronaldo desfilou na ala 18, a do bate-bola. A ala representava a ressurreição de Cristo em um ambiente festivo e alegre. A fantasia retratava os famoso bate-bolas, que já são figuras famosas e marcantes da folia. Com o rosto de Jesus estampado na camisa e com uma fantasia nas cores da escola, os componentes portavam também balões.

Para Sophia Travesedo, 23, a escola quebrou um tabu e o enredo foi revolucionário. “Mangueira veio quebrando um tabu, quebrando os preconceitos em um período de intolerância muito grande. Ela veio revolucionar o carnaval no Rio, veio revolucionar o conceito que a gente tem do que é o verdadeiro Cristo.”

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A ala 4 apresentou a popularidade de Jesus junto ao povo por realizar milagres. Jonanthan Mendes, 22, contou que a fantasia representava o milagre da multiplicação dos peixes, uma das celebres realizações de Jesus. Para ele, o palco da Sapucaí é o local ideal para abordar esse assunto. “É um enredo muito necessário, fala de um Jesus que não estamos acostumados a ouvir e ler. Nada melhor que o carnaval para levar essa nova face de Jesus para o mundo. E aqui é o palco do povo, é o palco dos sonhos. É o lugar onde todas as raças, tribos e tudo se misturam”, finalizou.

Grande Rio relembra participação de Joãozinho da Gomeia no Império Serrano de 1969

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O homenageado da Grande Rio, Joãozinho da Gomeia, é considerado o ‘Rei do Candomblé”, no entanto, o babalorixá foi também uma das personalidades mais midiáticas dos anos 50 e 60, inclusive por desfilar em diversas escolas de samba do Rio de Janeiro. Em 1969, João encarnou o personagem Ganga Zumba, que é tio de Zumbi e foi o primeiro grande líder do Quilombo de Palmares no desfile do Império Serrano, esse feito foi representado na ala 18 da escola, intitulada “Ganga Zumba – Império Serrano, “Hérois da Liberdade”.

Além do Império Serrano, Joãozinho desfilou em três agremiações com cores verde e branco, representado no costeiro da fantasia da ala 18. Essas escolas foram Império Serrano, Império da Tijuca e Imperatriz. A fantasia em sua estrutura seguiu a proposta estética dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora para a escola inteira, com materiais alternativos e mais artesanais do que os convencionais.

Em toda a sua extensão foi estruturada com listras brancas com um tecido leve, no entanto, a fantasia é pesada pelas sobreposições de texturas com as palhas. O costeiro é de qualidade com o desenho de triângulos que mesclam entre as cores verde e preta em um fundo branco e envolto por uma listra dourada e outra verde. O chapéu grande seguiu a mesma estética do costeiro em sua base e com as listras brancas em sua ponta e apontadas para o alto, com inspiração nos elementos decorativos que Fernando Pamplona na decoração do baile do Theatro Municipal em 1959, com a temática “afro”.

A parte inferior da fantasia era dourada e com círculos brancos e dourados e palha na borda para representar fielmente os materiais que eram usados nos desfiles daquela época, uma mistura de ráfia, palha e etaflon. Além dessa composição, a fantasia apresentou um escudo afro estilizado com qualidade de detalhes entre triângulos crescentes e uma haste dourada em forma de tridente para ser levantada.

Edson Jesus, 33 anos, esteve em seu sexto desfile pela escola caxiense e disse ter gostado do enredo, da fantasia e declarou seu amor à Grande Rio.

“Eu gostei do enredo e também da proposta desta ala, muito interessante, bem diferente de todos os anos em que eu já desfile. A fantasia está boa, não achei 100% porque está machucando um pouco, mas por amor à escola a gente faz de tudo. Estou amando, de coração, é meu sexto ano. A nossa escola deu uma ‘mudada’ esse ano e estamos felizes com isso. Mesmo com todas a dificuldades de conseguir verbas, por conta do nosso prefeito, ninguém pode falar que a Grande Rio está feia, porque a escola está muito linda e fico feliz em ver isso” declarou.

Cláudio Fagundes, 40 anos está em seu sétimo desfile pela escola caxiense. Contou ter gostado da fantasia, pontuou o chapéu grande mas revelou estar feliz com o enredo da escola.

“É uma fantasia bem bonita, gostei bastante. A única questão mesmo que eu poderia pontuar dela é a cabeça, achei muito grande. Mas no geral, tudo bem. Nosso enredo está bonito, falando muito bem da cultura do Joãozinho da Gomeia, a ala também. É uma fantasia grande, mas pelo menos não está quente aqui dentro”. declarou.

Fotos: Desfile da Grande Rio no Carnaval 2020

Sonhos da infância de Joãozinho da Gomeia foram retratados na primeira ala da Grande Rio

A Acadêmicos da Grande Rio, quinta escola a entrar na Marquês de Sapucaí, trouxe o enredo “Tatalondirá, o canto do caboclo no quilombo de Caxias”. Que abordou a história de Joãozinho da Gomeia, o rei do Candomblé. A ala 1, nomeada de “Noites de Inhambupe”, falava sobre as visões infantis de medo de Joãozinho da Gomeia enquanto sonhava com elementos e símbolos da cultura popular.

A ala, composta por fantasias distintas e confeccionadas de forma artesanal, com retalhos, palha e plástico, era colorida e com cabeças que representavam vários bichos. Os componentes tinham o rosto pintado, e alguns usavam calças e outros saias.

Paulo Rocha, componente da ala explicou o significado da fantasia. “Quando Joãozinho da Golmeia era criança, ele não entendia o dom que ele tinha, e sentia medo das visões que tinha enquanto sonhava, achava que eram monstros. Por isso eu estou fantasiado de aranha”, conta.

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Jocelina Angélica Vieira, que desfila na escola há 4 anos, disse gostou da fantasia, mas ficou um pouco receosa.

“Eu gostei, mas achei a cabeça um pouco pesada, tive um pouco de medo de virar, porque não queria fazer uma apresentação feia, mas acho que dificultou um pouco na execução dos passos”, desabafou.

Análise da bateria do Tuiuti no Carnaval 2020

Por Matheus Mattos

Quarta bateria da noite, o Paraíso da Tuiutí apostou num andamento alto pro desfile. As variações de surdos, principalmente nas paradinhas, engrandeceram a passagem da Super Som na Sapucaí. Ainda no primeiro recuo, pôde-se notar um leve descompasso entre frente e cozinha.

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No geral, as bossas trabalham as conversas das marcações e explosão no ataque da cozinha. A bossa do primeiro refrão, que foi a mais executada, trabalha com eficiência tal observação. Porém, no momento em que as caixas zeram o ataque dentro da bossa, mais especificamente no trecho “No Morro do Tuiutí”, algumas sobravam.

A paradinha executada no “Todo 20 de Janeiro” baseou-se nas frases do surdo de terceira, que destacou o entrosamento dos ritmistas e a afinação equilibrada do instrumento.

Mesmo dentro do segundo recuo, a Super Som não poupou convenções.

No caso das cordas, o violão de 7 cordas se destacou pela diversidade de informações no dedilhado e boa execução de cada arranjo. Os músicos fizeram um bom aproveitamento das cordas graves e das agudas. Notou-se também um arpejo do Cavaco no começo da segunda estrofe e dobradinhas em trechos específicos, como na retomada da bossa.

Na luta pela volta nas campeãs, Tuiuti faz um desfile esteticamente perfeito mas erra nos quesitos de chão

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Por Victor Amancio. Fotos de Allan Duffes, Isabel Scorza e Magaiver Fernandes

De volta ao Grupo Especial o carnavalesco João Vitor realizou um grande desfile no Paraíso do Tuiuti e se depender do seu trabalho estético a escola pode sonhar com uma vaga nas campeãs. Problemas de evolução, fazendo a escola correr para não estourar o tempo máximo e algumas fantasias com difícil leitura podem atrapalhar a escola que passou com alegorias belíssimas. Mestre Ricardinho passou bem com as bossas bem encaixadas e realizadas. Foi um outro ponto positivo da escola.

Comissão de frente

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O coreógrafo Márcio Moura levou na comissão de frente 15 bailarinos em procissão ao dia 20 de janeiro, data que se comemora o dia do Santo e data de nascimento do Rei. Bailarinos usaram um artifício com uma máscara de senhoras, estas que religiosas, seguiam em procissão. Em um certo momento surge o “caboclo encantado” que dançou junto com as senhoras e os homens da comissão.

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O tripé representava uma capela no alto do morro e ele se abriu revelando o santo e o final da coreografia da comissão acontecia com o encontro do touro coroado com o São Sebastião que o desencanta o transformando no Rei Dom Sebastião que por sua vez retira a flecha do peito do santo. Bem realizada com fantasias bonitas e agradando o público a comissão se apresentou bem nos três módulos e deve garantir a pontuação para o quesito. O trecho final com a emoção do encontro dos personagens principais do enredo foi singelo e forte.

Mestre-sala e Porta-bandeira

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O casal Marlon Flores e Danielle Nascimento, representando Dom João Manuel e a Princesa Joana da Áustria, se apresentou bem. Danielle se destacou na dança fazendo giros graciosos e com velocidade. Colocando força nos passos a porta-bandeira fez uma belíssima passagem pela avenida. O casal realizou uma apresentação sincronizada com referências ao orixá Oxóssi, representação de São Sebastião no candomblé, na dança.

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Harmonia

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O componente do Tuiuti cantou, mas faltou vibrar mais durante o desfile. Nino do Milênio e Celsinho Mody fizeram o samba crescer, porém o público interagiu pouco com a escola de São Cristóvão. Faltou potência no canto da comunidade.

Enredo

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Desfilando o enredo “O Santo e o Rei: Encantarias de Sebastião” o Paraíso do Tuiuti trouxe seis setores para contar as coincidências e ligações na trajetória do santo padroeiro da escola e do rei português. O desfilei iniciou com o nascimento de Dom Sebastião, no dia 20 de janeiro, coincidentemente no dia em que o santo é festejado. João Vitor desenvolveu bem o enredo nas alegorias e nos dois últimos setores da escola. Nos dois primeiros houve dificuldade para compreensão do que estava sendo passado. Nos três últimos setores, o conjunto de fantasias, que eram auto-explicativas, contribuíram para a funcionalidade do tema.

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Evolução

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Tendo uma evolução irregular e correndo para não estourar o tempo, a escola pecou no quesito e por conta da correria foi difícil dos componentes evoluírem. Na saída do primeiro recuo a frente da bateria foi aberto um buraco.

Samba-Enredo

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Com o samba bem cadenciado, aliado a uma letra e melodia muito boas, o Paraíso desfilou com um belo samba. Durante os ensaios de rua era perceptível a crescente do samba. Como falado no quesito harmonia, a dupla de cantores foi fundamental no desempenho, embora, a comunidade não tenha mostrado o mesmo nível de canto dos ensaios de rua.

Fantasias

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O conjunto de fantasias da escola teve um ótimo acabamento e beleza estética. O setor 4 com a 18ª e 19ª ala veio com fantasias de muito bom gosto. O problema do quesito foi na leitura dos dois primeiro setores que apesar da dificuldade estavam bonitas. João Vitor fez um ótimo trabalho confirmando seu potencial e espaço entre os grande carnavalescos.

Alegorias

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O conjunto alegórico do carnavalesco foi o maior destaque do desfile. João acertou em cada alegoria apresentada. Todas eram de fácil entendimento e bem acabadas. Destaque para o segundo carro que representava a batalha de Alcácer e Quibir, em tons de terra a alegoria impressionou pelo tamanho e acabamento. O último como um grande altar com a imagem do santo encantou quem assistia o desfile. O bom gosto e a realização foram excelentes.

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Outros destaques

Fantasia do terceiro casal da escola era belíssima que teve como inspiração o samba exaltação da escola.