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Com Fafá de Belém, Império de Casa Verde mostra força nos quesitos; principal destaque é a energia da escola

Tigre fez uma apresentação de muito alto astral na presença da homenageada

O Império de Casa Verde vai homenagear a lenda, ‘a cabocla mística’, Fafá de Belém no carnaval de 2024, com o enredo: “Fafá, a Cabocla Mística em Rituais da Floresta”, e no primeiro ensaio técnico da escola no último domingo, mostrou sua força com todos os quesitos redondos, show à parte da ‘Barcelona do Samba’ e presença da homenageada que mostrou sua energia surreal para o Anhembi.

Harmonia

Dentro do quesito harmonia quero destacar o canto bem regular da agremiação. Do começo ao fim, as alas mostraram um canto bom, sem deixar cair. O samba funcionou muito bem de todas as partes, ala musical, bateria, e o canto da escola, ou seja, a harmonia fluiu muito bem. Vale destacar a Ala Tiger Show que veio toda no estilo do Pará. Na realidade, a escola inteira estava com característica do norte brasileiro, vestiram realmente o enredo em homenagem a Fafá de Belém. Uma ala que chamou atenção foi a Ala Imperial que veio com canto positivo, muita animação e inúmeras bandeiras representativas LGBTQIA+, algumas com recados. O canto foi muito positivo em diversas alas. O diretor de carnaval, Tiguês, conversou com o site CARNAVALESCO e falou sobre a energia no ensaio.

“Você usou a palavra certa, a energia que emana do norte do país, chegamos muito feliz com a presença da Fafá de Belém, então o clima maravilhoso que a gente trouxe para a avenida, cantando muito o samba, então nosso componente está de parabéns”. Em seguida complementou dizendo:” O canto da escola, um canto vibrante, é um samba vibrante, o canto foi algo que me tocou mais. Algo mais forte que vimos no desfile, claro que se a gente for falar de bossa de bateria, coreografia de casal de mestre-sala e porta-bandeira, comissão de frente, mas o principal foi o canto da comunidade que veio forte”.

A presença de Fafá de Belém foi um dos pontos altos do ensaio, e Tiguês comentou sobre: “Ela é maravilhosa, por telefone ela é uma vibe diferente, ser de muita luz, uma pessoa que já merecia ser homenageada como enredo há muitos anos no carnaval brasileiro. E o Império está pagando essa dívida ao povo do carnaval, ela é maravilhosa, comprou a ideia e vem no clima, estamos muito feliz com ela”.

Evolução

Seguindo a lógica, precisamos falar da evolução que foi redondinha. O Império passou muito bem pelo Sambódromo do Anhembi, destacou no quesito, a leveza dos componentes, que dançavam, cantavam, e mostraram realmente uma força, a energia foi surreal. A comunidade imperiana realmente fez um ensaio interessante e com quesitos compactos, ou seja, a evolução precisa ser valorizada. Afinal, a vizinha do Anhembi teve um desfile correspondendo todos os quesitos necessários.

Samba-enredo

Seguindo a linha lógica, harmonia, evolução, é a vez do samba-enredo. Fluiu muito, mas muito bem na pista do Anhembi. Bateria e carro de som tem papel a ser destacado, o intérprete Tinga conduziu de forma bem positiva. Com isso, o canto foi muito forte da comunidade, bem regular. Foi um dos pontos a ser destacado, em vários momentos o samba explode na pista, mesmo fora de refrão, ou seja, dá para sentir que está funcionando tudo que a escola tem trabalhado na quadra aos domingos, só mudou o palco, e fluiu bem. O intérprete Tinga vai para o segundo ano na casa imperiana e comentou sobre o primeiro ensaio técnico em 2024.

“Foi maravilhoso. Deu para conferir que a escola está feliz demais com nosso enredo, nosso samba para a gente fazer um maravilhoso desfile como ano passado. Vamos tentar buscar esse título para a nossa querida Império de Casa Verde”.

Em relação ao entrosamento com a bateria comandada por Zoinho, o intérprete revelou: “Estou feliz demais. A gente trabalha bastante com a bateria e todos os segmentos da escola. Fico feliz demais com o carinho comigo. Trabalhamos com muita alegria e muita vontade”.

Comissão de frente

A comissão de frente, comandada por Anderson, em momentos círculos lembrando rituais, em um momento a personagem central era protegida pelos guerreiros e faziam gestos indígenas, quando atacados por outras pessoas. Depois dessa mesma dançarina, saia em liberdade e dançava junto com todos. É uma coreografia bem intensa, e com várias partes para notarmos. O que senti é que teremos uma coreografia mesmo no estilo indígena, outro momento é quando abriam dois círculos e referências a personagem principal, que era uma mulher, também senti a presença do carimbó na dança, ou seja, temos muito Fafá de Belém e o Pará. Despertou muita curiosidade do que está por vir.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal Jéssica e Rodrigo mostrou a versatilidade na dança, já deram pequenos spoilers do que irão trazer. Mas fizeram uma passagem tranquila e bem na pista, a Jéssica sempre intensa, instruindo bastante os movimentos. A sincronia do casal também funcionou muito bem. Destaco momentos como o samba diz ‘Ê emoriô… ê emoriô’, já demonstraram que terão um passo especial. Em outro trecho do samba, ‘Se ajoelhou aos pés da santidade’, o casal ajoelhou na pista em pura sincronia. Com isso, o casal com certeza foi um ponto a ser destacado no primeiro ensaio técnico da Império de Casa Verde. Apesar do bom ensaio, a porta-bandeira Jéssica avaliou pensando em melhorias.

“Sempre tem coisa para melhorar até um minuto antes para melhorar – sempre teremos alinhamentos. A gente fez o que estava proposto, o que está pronto desde novembro. Sempre tem algo para melhorar e arrumar, para acertar, mas foi de acordo com o que a gente esperava”.

O mestre-sala Rodrigo complementou dizendo sobre o piso do Anhembi: “O piso, para mim, está maravilhoso: tem aquela caída mais torta, estabiliza muito mais a nossa dança, com a fantasia (que tem um peso) e está nivelado. Antes, era algo meio na diagonal que a água escorria. Agora, está maravilhoso. Quanto às torres, estamos nos adaptando. Foram dez anos com torres, e os lados dos jurados eram os mesmos sempre – e, agora, mudou. A gente já começa do lado contrário do que era”.

A porta-bandeira complementou dizendo sobre a dificuldade que o casal tem enfrentado neste momento: “A dificuldade que estamos tendo ainda é na segunda cabine. Antes, tem um clarão da bateria e, como passamos sem a bateria, já achamos que é ali o jurado – mas, na verdade, é um pouquinho depois. Ainda estamos pegando o tempo para entrar nesse jurado. No mais, estamos apenas nos adequando aos lados. Mas a entrada e saída estão tranquilas”.

Outros destaques

A bateria, comandada por mestre Zoinho, tem sido sempre um ponto a ser destacado na Império, sempre inovando e ousando nas paradinhas, bossas. Vale citar a paradinha no recuo, em outros momentos do samba, paravam e cantavam ‘nós somos a flecha’ e já voltava. Teve uma coreografia da bateria com a rainha Theba, levantou o público. A bateria coreógrafa diversas vezes, e ousou nas bossas, brincou com o samba, a parte do êmorio, o chocalho tirou onda nesta parte. Vão trazer elementos do carimbó, ou seja, tem sido bacana acompanhar esse quesito na escola. O mestre Zoinho falou sobre o primeiro ensaio da Barcelona do Samba junto com a comunidade no Anhembi.

“Gostei do nosso desempenho! Foi uma grande noite, passaram várias escolas de alto nível, apresentando grandes trabalhos. O Império fechou essa noite de desfiles, depois de Mocidade Alegre, atual campeã do carnaval, Dragões da Real, Rosas… muita escola boa. Mas apresentamos um trabalho muito bom, que vem em uma crescente. Com certeza estaremos muito preparados para o desfile, temos mais um ensaio e a avaliação foi muito boa dentro do que estávamos planejando”.

Com 230 ritmistas na Barcelona do samba, Zoinho falou sobre o trabalho para trazer a batida em homenagem ao enredo: “Para a gente fica fácil o processo de criação de toques paraenses porque temos uma ala de compositores, autores desse samba, que facilitam para a gente. Na construção do samba, eles me chamam para participar e eu vou acompanhando todos os momentos da canção. Eu entro fazendo o acompanhamento musical de tudo isso: não é apenas fazer uma bossa na avenida, isso todo mundo vai fazer. Fazer o acompanhamento musical do enredo e do que ele está pedindo é um trabalho muito maior, que exige um estudo e compromisso maiores. Temos que fazer algo mais, já que temos que fazer um processo maior”.

A agremiação veio com destaques de chão pela escola, o que é uma novidade, antes vinham juntas, mas agora estão separadas durante a escola da Zona Norte. Todas cantando o samba, interagindo bastante com o povo. A rainha Theba Pitylla contém uma sintonia muito grande com a escola, contém inclusive tatuagem da Império, e representa muito à frente da bateria.

Por fim, propositalmente, destaco a presença da Fafá de Belém, que energia surreal ela tem, simpatia, e interagiu muito com a comunidade. Tirando fotos, desfilando à frente da bateria, brincando com a rainha Theba, componentes, está totalmente em casa e trouxe seu alto astral para o desfile, é a cereja do bolo, que esteja sempre presente.

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