InícioSão PauloOrganização e coesão se destacam em ensaio técnico seguro da Mocidade Alegre

Organização e coesão se destacam em ensaio técnico seguro da Mocidade Alegre

Evolução foi o quesito de destaque da Morada do Samba na primeira exibição da escola no Anhembi em 2024

Por Will Ferreira e fotos de Fábio Martins

Atual campeã do carnaval paulistano, a Mocidade Alegre fez o primeiro ensaio técnico em vista do carnaval 2024 no domingo. Com Anhembi cheio, a agremiação desfilou com ótimo clima (sem o forte Sol que castigou escolas que vinham antes e sem um pingo de chuva sequer) e colaborou com a atmosfera invejável com uma apresentação segura e uniforme – marcada, justamente, por um show da Evolução da Morada do Samba, que apresentará o enredo “Brasiléia Desvairada: A busca de Mário de Andrade por um país”, terceiro desfile a ser exibido no sábado de carnaval (10 de fevereiro).

Evolução

Desde quando os primeiros componentes da agremiação ultrapassaram a faixa amarela, a Mocidade Alegre teve um movimento uniforme que faria inveja às aulas de Física. Sem ter qualquer oscilação, a instituição deu mais uma prova da organização que lhe é tão característica nos últimos anos.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Estreando como dupla no Anhembi, Diego Motta e Natália Lago não mostraram dose alguma de nervosismo na primeira vez atuando em união. Defendidos por guardiões e já com fantasias, trazendo ainda mais brilho para a apresentação, ambos tiveram giros (majoritariamente em sentido horário) e movimentos extremamente sincronizados. Vale destacar, também, a ótima comunicação de ambos com o público, sorrindo e arrancando aplausos e gritos da arquibancada. Para Diego, a exibição evidenciou que o trabalho já está em fase final.

“Teve muita coisa legal! Muita coisa que planejamenos deu certo, funcionou com o andamento da escola. O desafio, agora, é incluir tudo que a gente criou baseado no contexto da escola inteira: andamento, Evolução, ritmo. Por ser o primeiro, estamos felizes. Fizemos o que tínhamos que fazer, tem muita coisa para consertamos ainda, mas faz parte. É uma construção, já que nós mesmos estamos nos construindo. Estamos chegando na parte dos acabamentos finais, com piscina, plantinha e água de coco”, brincou.

Destacando os últimos dias da dupla, Natália também mostrou-se satisfeita. “Depois das festas, só tivemos um ensaio no Anhembi. Hoje foi para valer, foi muito bom”, afirmou.

Ela, por sinal, pontuou que as mudanças pelas quais o Anhembi passa tornaram a exibição ainda mais estimulante. “Hoje também foi para testar como estaria nossa dança com as reformas pelas quais o Anhembi passa. Realmente está muito diferente do que estava acostumado. Foi mais desafiador que o normal. Até às vésperas do desfile, o chão não é a mesma coisa. Temos que tomar cuidado”, relembrou. Focando exclusivamente na sua função, Diego também fez apontamentos. “Para os mestres-sala, a gente conta muito mais com os atravessadores. As torres eram uma referência alta, então a gente conseguia visualizá-la com antecedência. Agora, é no susto. Se você não estiver concentrado no percurso, quando você se dá conta, já está em cima da cabine. Essa é a dificuldade: a sinalização. Memorizar e entender esse espaço físico para fazer tudo na hora certo. Mas, para a gente, deu tudo certo”, suspirou.

Comissão de frente

Surpreendendo muitos, a Mocidade Alegre não trouxe tripé algum para o primeiro ensaio técnico. Apostando na dança bastante expressiva dos componentes, as meninas do segmento utilizavam collant preto enquanto as figuras masculinas estavam sem camisa, todos com calças ou saiotes cor de creme. A coreografia, bastante enérgica, marcou o samba com primazia, executando danças conforme o que era cantado.

Samba-enredo

Os compoenntes conduziram muito bem a canção da escola em diversos momentos. Colaborou, também, o ótimo trabalho do carro de som da Morada do Samba, comandado por Igor Sorriso – que fez questão de elogiar os demais companheiros.

“Gostei do ensaio, sim! Fizemos o que estávamos ensaiando, e estamos ensaiando bastante em prol de um canto uníssono, alinhado com bateria e clareza nos arranjos em parceria com o Junior Denden, nosso diretor musical. Acho que conseguimos executar o que estamos fazendo. Agora, vamos ouvir, gravamos o ensaio para ver o que tem para ajustar (e sempre tem algo para ajustar) para que, no dia 27, tudo esteja ainda melhor”, destacou.

O intérprete, por sinal, mostrou-se satisfeito com o quanto a canção foi cantada no Sambódromo. “A Mocidade Alegre é uma escola muito querida e ficamos felizes com o apoio do público. A Mocidade tem uma torcida muito grande e o povo gosta de acompanhar a gente, de interagir. Eu percebo e fico muito feliz com isso”, comemorou.

Harmonia

Como citado anteriormente, os componentes da escola, no geral, corresponderam muito bem ao samba da agremiação. Mas, antes de fechar com chave de ouro, houve um deslize da instituição. Nas últimas alas da escola foi registrado uma queda na intensidade do canto, destoando de todos os setores à frente – que estavam com ótima exibição.

Após destacar que o canto, na visão dele, foi o principal ponto forte do ensaio, Junior Dentista, diretor de carnaval da agremiação, aproveitou para afirmar que, por conta da função exercida por ele na exibição, não é possível cravar como foi o ensaio como um todo. Vou começar a ter uma ideia amanhã quando eu assistir, tenho uma função que o relógio é meu, estou na frente da escola, e não consigo hoje falar como foi o meu ensaio ou não. A minha parte é muito técnica, tem o espaçamento, e isso veio dentro do planejado. Agora tenho outros fatores que preciso ver no vídeo e ala a ala. Viemos com uma estratégia diferente, coloquei quatro animadores aí, dois de cada lado, que era onde estavam os jurados, e esses animadores vinham para dar um sacode na galera, para mexer com expressão corporal. Mas no canto pelo que senti aqui, gostei muito, claro que é sempre uma evolução para o segundo estar redondo, vamos evoluir, mas preciso estudar no vídeo para ter certeza como foi”, pontuou.

Outros destaques

Para incentivar os componentes, a Mocidade Alegre colocou alguns utensílios semelhantes a escadas com harmonias e frases de incentivo (algo como “Estamos na metade, mas estamos sendo julgados!”) em cima nos corredores laterais da passarela. Os próprios staff da Morada do Samba tinham dificuldade para se locomover – precisando invadir a passarela e, por vezes, resvalar em desfilantes, que estranhavam a cena. A escola virá com, no mínimo, dois tripés – além dos quatro carros alegóricos que o regulamento permite.

Com diversas inspirações em ritmos musicais brasileiros diversos, a “Ritmo Puro”, bateria da Mocidade Alegre, sustentou o samba de maneira sóbria, sem abusar de muitas convenções. Mestre Sombra, comandante dos 280 ritmistas, destacou alguns dos gêneros que será “homenageados” pelo segmento. “A gente tem algumas bossas no ritmo de frevo e maracatu, por exemplo. De acordo com o que o enredo está pedindo, a gente dá uma pincelada de um ritmo diferente”, destacou.

O líder da bateria, por sinal, destacou, de maneira sucinta, que o ensaio foi satisfatório. “Estamos dentro do que estamos ensaiando. Está tudo certo. Agora, vamos assistir com calma os vídeos existentes, vamos analisar tudo para ter um relatório mais apurado e detalhado. Mas posso adiantar que está tudo dentro do que estamos ensaiando”, finalizou mestre Sombra.

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