InícioSérie OuroImpério da TijucaEstudo da sinopse: Império da Tijuca 2020

Estudo da sinopse: Império da Tijuca 2020

Enredo: Quimeras de um eterno aprendiz
Carnavalesco: Guilherme Estevão

Império da Tijuca: O Morro da Formiga canta Evando dos Santos, pedreiro literário de Sergipe e da Vila da Penha

O Império da Tijuca abordará a popularização de obras literárias feitas por Evando dos Santos, um pedreiro sergipano que veste fantasia de livro e distribui exemplares gratuitos pela região da Vila da Penha, bairro do subúrbio carioca. A sinopse do primeiro Império do samba narra a vida de Evando dos Santos, sua trajetória de luta desde a terra natal até o momento glorioso de fundação da sua biblioteca comunitária no Rio de Janeiro. O homem-livro que não teve uma infância fácil, “viu já bem menino o ‘monstro sem alma’, como um cordel de Firmino Cabral” e só foi alfabetizado adulto com ajuda de um pastor da Igreja Batista que frequentava. Evando inaugurou com 50 livros a biblioteca comunitária cujo projeto foi desenhado por Oscar Niemeyer.

Com recorte de Evando, o pedreiro literário, a agremiação, na sua sinopse, faz abordagens também a outros grandes educadores brasileiros que são referências para a educação.

O Império da Tijuca pretende explanar através dessas homenagens um viés pedagógico relevante para a educação brasileira, que considera o contexto em que o educando está inserido, seja ela formal, de responsabilidade da escola ou não-formal, que preza pelo contato e a informação que cerca seu meio comunitário como tão bem retratam Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira, Florestan Fernandes, Miguel Arroyo e Maria Nilde Mascellani.

Em um momento em que a tecnologia se expande e as leituras são cada vez mais dinâmicas, a escola de samba com este enredo mostra a importância da educação e do acesso ao conhecimento através da valorização dos livros e das bibliotecas. Além disso, a sinopse conta sobre os movimentos que permitiram que os livros chegassem ou fossem produzidos no Brasil desde a vinda da família portuguesa, como as missões artísticas, a fundação das Academias e a Imprensa Régia. Somado a esses episódios, a agremiação do Morro da Formiga, fala sobre seu envolvimento com a educação desde a fundação, pois nela funcionava uma escola de alfabetização, “uma escola se construiu dentro de outra escola”, e exalta diversos enredos, pois Escola de Samba também populariza o conhecimento.

Por meio da sinopse esperamos ver o Império da Tijuca mostrando grandes nomes da educação brasileira, ressaltando a importância dos professores da nação; contando a história de vida de Evando desde sua infância no Agreste do Sergipe, exaltando também escritores nordestinos; obras literárias que são populares em todo mundo, a história da própria escola de samba na avenida, com enredos eternizados, a interlocução entre o conhecimento acadêmico, científico, e o popular que são passados de geração em geração.

No meio de um cenário tão complicado para as expressões artísticas e a vulgarização da desinformação, trazer para a Marquês de Sapucaí um enredo que exalta a educação e fala do acesso indiscriminado ao livro, é fazer a população refletir qual sociedade queremos construir, uma onde apenas um parcela da população tem direito ao conhecimento ou uma em que todos possuem iguais condições a este acesso? Que existam mais Evandos, pessoas preocupadas com a popularização do saber.

O Império da Tijuca, desta forma, acena para o acerto, para a emoção, para o compromisso relevante com a sociedade. Através do discurso pedagógico educativo, podemos esperar discursos outros da Escola sobre a cultura nordestina, a literatura daquela região, a sociologia das comunidades e o alcance da meta do sonho. Feliz sonho, Morro da formiga.

Um feliz Carnaval “cheio de educação”!

Autor: John Douglas – [email protected]
graduando em biologia/UFRJ
Membro efetivo do OBCAR/UFRJ
Leitor orientador: Tiago José Freitas Batista
Doutorando em lingústica/UFRJ

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