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Casal e bateria se destacam em ensaio técnico com canto irregular do Império da Tijuca

Por Rafael Soares, Guibsom Romão, Maria Clara e Matheus Morais. Fotos de Nelson Malfacini

O Império da Tijuca foi a terceira escola a pisar na Marquês de Sapucaí na noite de sábado, primeiro dia de ensaios técnicos da Série Ouro para os desfiles de 2024. Com um contingente visivelmente menor em relação aos anos anteriores, a escola do Morro da Formiga realizou um ensaio marcado pela precisão e desempenho da bateria comandada por mestre Jordan e por uma excelente apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira formado por Renan e Lais Lúcia. Por sua vez, a agremiação apresentou falhas em harmonia, com apenas os refrãos sendo cantados de forma mais forte pelos componentes. Até por não ter vindo grande em relação ao número de desfilantes, o Império encerrou seu ensaio em 45 minutos, segurando o ritmo nos minutos finais. * VEJA AQUI FOTOS DO ENSAIO

A verde e branco terá cerca de um mês para se preparar até o desfile oficial. A escola será a segunda a desfilar na sexta de carnaval, 09 de fevereiro, com o enredo “Sou Lia de Itamaracá, cirandando a vida na beira do mar”.

“A gente hoje veio aqui para trabalhar muito o andamento, pelo fato da gente estar sem a quadra. Viemos trabalhar entrada de recuo, módulo. E eu fiquei satisfeito, a gente conseguiu manter um andamento padrão da escola do início ao fim, isso traz confiança pra gente. Sempre tem algo para melhorar, vamos analisar os setores, consertar alguns erros. Mas, quanto a isso, a escola vem bem. Vamos desfilar com 1800 componentes. A gente esse ano sofreu um pouco com essa falta de grana, o dinheiro saiu logo em cima da virada do ano novo. A gente sabia que seria um carnaval apertado, a gente correu antes com o que é mais demorado, que são as fantasias. Nossos carros a gente já iniciou logo após a virada, mas já estava em andamento. As fantasias nós vamos conseguir entregar todas elas agora no final de janeiro, as alegorias vamos estar finalizando tudo na semana, por conta dessa questão do atraso da grana. Estamos sempre acostumados a estarmos sempre adiantados, geralmente vira o ano e o Império da Tijuca já está com 80% do carnaval pronto, mas sofremos o baque do atraso da verba, mas com certeza o Império não vai deixar a desejar e vai trazer um belo carnaval para a avenida”, explicou Luan Teles, diretor de carnaval.

Comissão de Frente

A comissão comandada pelo coreógrafo Jardel Lemos se apresentou com 14 integrantes, seis homens e oito mulheres, sendo uma representação de Lia de Itamaracá. A apresentação de passagem foi correta, bem sincronizada, com Lia sendo erguida pelos homens que representavam os pescadores da Ilha de Itamaracá. O figurino do grupo deu um toque ainda mais especial ao número, com as saias estampadas gerando um belo efeito.

“Nós estamos muito felizes, cumprimos com o planejado, deu tudo certo tanto a coreografia 1, quanto a coreografia 2 e quanto a 3. No desfile oficial a gente tem uma alegoria, então a gente encaixou hoje a coreografia 2 e 3 porque a gente vem com várias surpresas, convidados especiais na nossa comissão de frente que a gente vai mostrar só no dia e hoje nós fizemos exatamente uma brincadeira. De spoiler a gente tem a nossa alegoria, a gente tem uma participação especial de uma pessoa muito importante que vai homenagear a Lia de Itamaracá e é isso”, revelou o coreógrafo Jardel Lemos.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Renan Oliveira e Lais Lúcia fizeram um ensaio impecável. Com total precisão nos movimentos, postura corporal de extrema elegância e forte entrosamento, os dois alcançaram um desempenho impressionante. Lais mostrou, além de sua técnica, uma energia visceral e um sorriso que não saía de seu rosto. Renan teve a elegância de seus movimentos como destaque. Um grande momento do ensaio do Império e de toda a noite.

“Me diverti com a coreografia e com o samba. Eu amei nosso ensaio técnico, agora vamos avaliar os vídeos e analisar o que dá para mudar, o que dá para tirar, o que vai ficar, pra gente chegar um pouco mais preparado do que hoje no nosso desfile. Estamos testando algumas coisas para saber se vai rolar ou não, quando chega aqui na avenida tudo muda, é bem diferente dos nossos ensaios”, disse a porta-bandeira.

“A gente leva bem a sério o ensaio técnico. Em critério de avaliação, saímos bem felizes da avenida, cumprindo exatamente o que a gente combinou. Esperamos agradar os jurados e se Deus quiser vamos gabaritar e sairmos satisfeitos como saímos hoje”, completou o mestre-sala.

Samba-enredo

A obra musical do Império teve um desempenho sem grande destaque na noite deste sábado. Em termos técnicos, o samba deixa a desejar, principalmente na questão melódica, onde a obra parece não se encontrar. Também por conta disso, apesar da costumeira competência do intérprete Daniel Silva e seu carro de som, composto por várias mulheres, o samba não mostrou o fôlego capaz de sustentar um grande canto da escola durante todo o ensaio. Os dois refrãos tiveram um desempenho mais linear, com o restante do samba passando de forma mais discreta.

“Aqui é sempre um treino com um pouco mais de tempero para a gente saber como está o samba e como está o andamento, se tem que ajustar alguma coisa. Sempre tem até o desfile dá um jeitinho aqui, dá uma pitadinha ali para o tempero da comida no dia do desfile estar impecável. Achei bom, o samba sustentou, a bateria sempre impecável, a escola passou tranquila. Eu estou feliz! Tem muita coisa para melhorar ainda, mas de hoje eu posso dizer que eu estou satisfeito. Foi um ensaio muito bom, tem gente nova no carro de som, não só na parte dos músicos, mas na parte de canto. Hoje foi uma experiência também para saber como vai ficar com todo mundo. É a mesma coisa que eu falei em relação com o samba, ainda tem coisa para acertar, mas até o desfile vai ficar tudo zero bala”, garantiu o intérprete Daniel Silva.

Harmonia

O ponto mais falho do ensaio da escola da Formiga. Excetuando nos refrãos, pouco se ouviu o canto dos componentes, sobretudo na primeira parte, onde inúmeras alas passaram praticamente mudas. Esse desempenho acaba chamando a atenção de forma negativa, ainda mais tendo em vista o que a mesma escola já fez em um passado recente. A ala de passistas foi um destaque positivo no quesito em comparação com as outras alas da agremiação.

Evolução

A evolução do Império da Tijuca não teve maiores sobressaltos, apesar de a escola ter segurado o ritmo nos últimos minutos para não cruzar a chegada de forma muito rápida, pelo reduzido número de componentes. Não foram abertos grandes espaços, e uma ala logo atrás do primeiro setor trouxe seus integrantes evoluindo pelas laterais e meio das alas, fugindo das costumeiras fileiras, dando um pouco mais de vigor à evolução da escola, que no geral foi correta.

Outros destaques

Mestre Jordan é um nome de destaque entre os mestres de bateria da Série Ouro e comandou mais um excelente desempenho da Sinfonia Imperial, com extrema precisão. A bossa executada na segunda parte jogou o samba pra cima antes do refrão principal. A bateria do Império da Tijuca vem em uma crescente muito grande e tem tudo para fazer um grande trabalho no desfile oficial.

“Foi espetacular, graças a Deus, tudo que nós viemos ensaiando durante esses oito meses, fizemos tudo, e deu tudo certo. Você vê pela alegria dos ritmistas no final do desfile, todo mundo vindo falar comigo, me dando os parabéns. Estamos em um bom caminho, a gente vai caminhando devagar. Estamos conseguindo fazer tudo de uma forma legal, onde conseguimos encaixar certinho com o samba. Sempre a gente tem que aperfeiçoar. Às vezes é uma coisinha aqui, uma coisinha ali, a gente nunca está satisfeito como a gente está fazendo. Vamos melhorar mais ainda para quando chegar no dia do desfile, conseguir as três notas dez que é o nosso objetivo. O naipe de chocalho está dando um show. Fazem a dancinha lá no meio da bateria, vem representando a Lia, vieram com vestido longo, parecido com ela e está muito bonito”, garantiu mestre Jordan.

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