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União do Parque Acari estreia na Sapucaí com plástica surpreendente em desfile regular, mas fantasia atrapalha casal

Por Raphael Lacerda e fotos de Nelson Malfacini

Estreante na Marquês de Sapucaí, a União do Parque Acari abriu a primeira noite de desfiles da Série Ouro do carnaval carioca. Mesmo com as arquibancadas ainda vazias, a agremiação fez um desfile positivo, mas que destacou os problemas enfrentados pelas agremiações do Acesso. Afetada pelas chuvas que atingiram o barracão, a agremiação perdeu fantasias e teve parte das alegorias danificadas há poucas semanas do desfile. Apesar disso, a entrega da comunidade, a comissão de frente e a alegria de estrear na Passarela do Samba foram destaques da noite. Por outro lado, a fantasia da porta-bandeira Layne Ribeiro atrapalhou a apresentação do casal.

Comissão de Frente

Sob o comando do coreógrafo Valci Pelé, o grupo representou “O Ritual de Obaluaiê no Sagrado da Mãe Hilda de Jitolú”, e retratou os filhos de Ilê Aiyê. Com 15 bailarinos – dez homens e cinco mulheres -, a apresentação foi dividida em dois atos. No primeiro, os componentes iniciaram a dança no ritual do Candomblé, com a representação do orixá Obaluaiê.

O segundo momento foi marcado pelo aparecimento de Mãe Hilda, que trouxe em suas mãos a representação de uma pomba branca acoplada a um drone, que sobrevoava até o término da apresentação. Para auxiliar na encenação, a equipe utilizou um elemento cenográfico com quatro guarda-sóis que representavam a ancestralidade dos cultos religiosos. Durante a apresentação aos módulos de jurados, a comissão passou de forma correta e foi aplaudida pelo público. Foi um dos destaques da agremiação.

Mestre-sala e Porta-bandeira

A dupla formada por Vinicius Jesus e Layne Ribeiro representou Olorum Ayê, a ligação entre o céu e a terra. Nas duas primeiras cabines a porta-bandeira apresentou dificuldade na execução dos giros, por conta do peso da fantasia. A apresentação do casal foi marcada pelo bailado mais clássico, além do estilo expressivo do mestre-sala.

Enredo

Com o enredo “Ilê Aiyê – 50 anos de luta e resistência”, desenvolvido pelo carnavalesco André Tabuquine, a Acari celebrou os 50 anos do bloco afro mais antigo do Brasil. Para retratar a história, o desfile da agremiação foi dividido em três setores: o primeiro, denominado “A religiosidade”, representou a espiritualidade do bloco e de mãe hIlda. Já no segundo, a escola trouxe a “Negritude Africana”, que homenageou a Deusa do Ébano. O setor contou os enredos do Ilê Aiyê. O último setor foi denominado de “A Ancestralidade Baiana”, encerrou a festividade baiana e também simbolizou a Ladeira do Curuzu. O enredo levou para a Avenida um apanhado da ancestralidade e festividade – representada pelo Ilê Aiyê.

Alegorias

A União do Parque Acari levou para o Sambódromo três alegorias e um elemento cenográfico da comissão de frente. No geral, o conjunto visual da agremiação chamou a atenção antes mesmo do desfiles, já que é uma agremiação que estreou na Marquês de Sapucaí. Destaque para o segundo carro, que representou “A noite da beleza negra”. O bom acabamento da alegoria era realçado pela iluminação. Já o primeiro carro apresentou problemas leves de acabamento, com algumas emendas de revestimento aparentes.

Fantasias

Para fazer jus a agremiação, vale ressaltar que a escola foi diretamente impactada pelos problemas enfrentados nos barracões da Série Ouro. As fortes chuvas do mês de janeiro fizeram com que a escola perdesse mais de 100 fantasias. Apesar disso, a escola conseguiu se recuperar bem e teve um desempenho razoável no segmento, trazendo roupas com leitura e bom acabamento.

Harmonia

O carro de som da agremiação foi comandado por Leozinho Nunes e Tainara Martins. A dupla teve boa participação no desfile. Como de praxe em boa parte dos desfiles da Série Ouro, a primeira agremiação desfilou com as arquibancadas ainda vazias e foi recebida de forma morna pelo público presente. Apesar disso, os componentes desfilaram com o canto regular e mostraram a alegria de estrear na Passarela do Samba. No geral, não houve discrepância entre as alas.

Samba-enredo

A obra foi composta por Jorginho Moreira, Professor JR., Raphael Krek, Márcio de Deus, Madalena, Alexandre Reis, Odmar do banjo, Cléber Araújo, Telmo Augusto, Gigi da Estiva, Professor Laranjo, Leozinho Nunes e Tainara Martins. A obra passou de forma satisfatória na Avenida. O trecho que teve o melhor desempenho foi o refrão “Parque Acari// Meu maior tesouro// Cintilar teu pavilhão. Os componentes cantavam o samba por inteiro, o refrão principal era o ápice. Entre a comunidade passou bem. Na Avenida, como falado no quesito Harmonia, foi morno.


Evolução

Se por um lado abrir a noite de desfiles impacta na recepção do público, por outro, evita o cansaço dos componentes. A alegria de estrear na Sapucaí contagiou os componentes, que evoluíram de forma fluída e espontânea. O quesito teve um desempenho positivo. O desfile terminou aos 54 minutos.

Outros Destaques

Mesmo com os problemas enfrentados durante o pré-carnaval, a União do Parque Acari lutou e fez um desfile marcado pela força de vontade da comunidade e a alegria de estrear no solo sagrado do samba.

Uma apresentação correta da bateria da União do Parque Acari, dirigida pelos mestres estreantes Erik Castro e Daniel Silva. Uma boa conjunção sonora foi produzida, junto de bossas com pressão sonora, provocada pelo impacto dos surdos.

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