‘Vamos buscar um lugar ao sol’, declara diretor de carnaval da Vigário Geral
A sexta escola a pisar no Sambódromo na segunda noite de desfiles da Série Ouro foi Acadêmicos de Vigário Geral. A agremiação foi bem na parte inicial, mas por conta de dificuldade de locomoção em um dos carros alegóricos, ocasionou em alguns buracos. Dessa forma, pode perder pontos importantes em evolução. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, a presidente Betinha falou sobre o desempenho da escola.

“Fizemos um bom desfile, passamos no tempo, tivemos uns probleminhas, mas deu tudo certo. Ainda pretendo ficar uns dois anos para fazer meu chão, minha bandeira. Nós subimos em 2020 e ainda é recente, mas fizemos um bom desfile para a comunidade”.
O diretor de carnaval Ney Lopes e o coreógrafo da comissão de frente, Handerson Big, que emocionou e foi bastante aplaudido, estavam cientes dos problemas ocorridos, mas fizeram questão de enaltecer a comunidade de Vigário Geral.

“A escola passou bem diante da proposta, evoluiu bem, cantou e vamos buscar um lugar ao sol. Fiquei satisfeito com o desfile”, declarou Ney Lopes.
“Trabalho entregue. Dentro do que a gente vinha fazendo no grupo e pensando na história para contar, foi isso que trouxemos. Muito satisfeito. Espero boas notas”, disse Big.
Panorama das baterias que desfilam nesta sexta-feira no Grupo Especial do Rio
A proposta do panorama pré desfile é informar o que se aguarda das baterias do Grupo Especial no geral, além de pontuar o que se espera de uma a uma individualmente. Muitas das vezes, além da produção sonora, uma bateria busca passar algum aspecto cultural envolvido ao enredo da escola de forma musical, agregando inestimável valor ao ritmo. A intenção desse conteúdo, portanto, visa garantir ao leitor uma quantidade de informações mínimas, no intuito de guiar os sambistas e apreciadores de ritmo, proporcionando uma absorção musical mais fluída de cada bateria.
No dia do desfile oficial após a passagem de cada escola será publicado um texto, analisando a bateria pela pista e pontuando as passagens pelos módulos de julgadores. Numa análise que, além de exaltar fatores positivos e mencionar peculiaridades de cada ritmo, também fará ponderações de caráter técnico, levando em conta as apresentações das baterias para os jurados. No final de cada dia de desfile será gravado um vídeo contendo um apanhado geral sobre os ritmos, resumindo as passagens de cada bateria como quesito.
Imperatriz Leopoldinense
A bateria Swing da Leopoldina (SL) de Mestre Lolo trará para a Sapucaí um ritmo de qualidade, com concepção criativa complexa e uma educação musical exemplar. Uma bateria da Imperatriz Leopoldinense com sonoridade acima da média é aguardada, assim como uma fluência rítmica entre os diversos naipes. As paradinhas possuem refino na concepção musical, além de elevado grau de complexidade na execução. Destaques para a bossa do refrão do meio (com direito a retomada fazendo alusão à bateria da Mocidade Independente) e para a musicalidade da paradinha na segunda do samba.
Mangueira
A bateria da Mangueira de Mestre Wesley unirá o tradicional ritmo mangueirense à uma paradinha complexa, dividida em breques que potencializará sua sonoridade. Vale destacar o papel dos atabaques nos breques, imprimindo boa musicalidade e auxiliando na retomada do ritmo. O surdo mor será responsável por produzir seu balanço peculiar, junto com a batida de caixas rufadas, que também é uma característica da bateria da Mangueira. Tudo acompanhado por um complemento de peças leves sólidas, incluindo uma ala de tamborins com toque atrelado à identidade musical da Mangueira.
Salgueiro
A bateria Furiosa dos Mestres Guilherme e Gustavo levará para a Avenida um ritmo com a tonalidade grave, característica própria da afinação de surdos da escola. Marcadores vibrantes serão responsáveis por ditar o andamento que irá atrelar o trabalho da cozinha a um acompanhamento consistente das peças leves da bateria do Salgueiro. As paradinhas da bateria salgueirense mesclarão complexidade sonora à interação audiovisual. A bossa de maior impacto nesse sentido será a do refrão principal do samba, onde ritmistas unirão ritmo a movimentos sincronizados pela pista.
São Clemente
A Fiel Bateria sob o comando de Mestre Caliquinho buscará dar leveza com seu ritmo ao samba clementiano. A tradicional subida de quatro dos surdos da escola se fará presente na cozinha da bateria da São Clemente. Assim como um acompanhamento de peças leves que acrescentem musicalmente ao ritmo produzido e auxiliem na execução das paradinhas. As bossas da bateria da São Clemente unem boa sonoridade à arranjos musicais pautados pela melodia. O destaque musical deverá ficar com a paradinha da cabeça do samba, que inicia ainda no último verso do refrão principal.
Unidos do Viradouro
A bateria Furacão Vermelho e Branco de Mestre Ciça exibirá um ritmo voltado para a interação popular. Com um naipe de caixas de guerra carregando o instrumento no braço como identidade, a bateria da Unidos do Viradouro produzirá sua sonoridade característica. Tudo alinhado com um acompanhamento de peças leves acima da média. As paradinhas da bateria seguem a linha da ousadia rítmica, fazendo com que as notas alongadas do melodioso samba da escola ecoem em coro. O destaque audiovisual ficará a cargo da bossa com solos de múltiplos instrumentos, inclusive com a adição sonora de pratos.
Beija-Flor de Nilópolis
A bateria Soberana dos Mestres Rodney e Plínio se apresentará dando ênfase a fluidez rítmica entre os naipes. Com sua afinação característica de surdos, o molho da parte de trás do ritmo será acentuado pelo toque identitário das frigideiras nilopolitanas. Tudo acompanhado por um complemento de peças leves sincronizadas. Os breques e paradinhas da bateria da Beija-Flor se aproveitarão das nuances do samba da escola, consolidando seus arranjos musicais através da melodia da obra. O destaque ficará por conta da musicalidade presente na bossa do refrão do meio.
Alex Escobar sobre ter Maju Coutinho na transmissão da TV Globo: ‘Brasil inteiro adora, e é uma mulher negra apresentando o carnaval’
O apresentador Alex Escobar conversou com o site CARNAVALESCO sobre a transmissão do Carnaval de 2022, da TV Globo, e falou da chegada da jornalista Maju Coutinho, que substitui Fátima Bernardes na âncoragem do Grupo Especial do Rio de Janeiro.
Qual é o tamanho da sua expectativa para após dois anos voltar a comandar a transmissão do carnaval do Rio?
“Como essa pandemia cada passo que a gente deu de melhora, a volta às aulas, à volta ao trabalho, poder sair de casa, poder frequentar uma piscina, ir à praia, eu acho que o carnaval é o último grande passo que falta pra gente dar aquela última respirada e dizer isso aqui é a minha vida normal. Como a gente esperou por isso, então vai ser muito emocionante, o tamanho disso só quando o primeiro surdo tocar. É mais um passo pra voltar à vida normal”.
Agora, a sua parceria é a Maju, com muita representatividade. O que você já conversou com ela sobre a transmissão e como foram as visitas nos barracões das escolas?
“A visita aos barracões sempre serviu pra gente entender o enredo, o que os carnavalescos estão querendo levar pra avenida, dar uma olhada nos carros. Esse ano tem essa grande diferença”.
O que esperar dessa nova dupla no comando da transmissão?
“A minha nova dupla é a Maju Coutinho, que o Brasil inteiro adora, e é uma mulher negra apresentando o carnaval. Estou animadaço pra trabalhar com ela. E ela é encantadora, muito tranquila, ela cativa todo mundo com isso”.
Você é apaixonado por carnaval. Qual é seu desfile inesquecível que viu e qual o samba mais marcante?
“Carnaval Inesquecível pra mim foi o primeiro título que eu comemorei. Eu sou Mocidade Independente de Padre Miguel , porque eu sou de Bangu e lá eu vivi, eu comemorei o título de 85 ‘Ziriguidum 2001’, que aumentou meu amor pela mocidade e sacramentou meu amor pelo carnaval. Foi o grande carnaval da minha vida”.
Projetando a parte técnica de desfile, o que você espera do Carnaval 2022?
“Esse carnaval tem tudo pra ser um dos maiores carnavais, se não o maior carnaval de todos os tempos, tanto é que virou o enredo. A Viradouro vai falar sobre isso. É o tamanho que tem essa volta do carnaval, muita espera e ansiedade e fazer com que ele seja uma festa ainda maior do que já é”.
‘Desejo que esse desfile seja para a eternidade da Unidos de Padre Miguel’, declara carnavalesco
A Unidos de Padre Miguel fez um desfile para brigar forte pelo título. Fantasias, alegorias, comissão de frente e bateria tiveram um resultado muito positivo. A comunidade estava animada, cantando o samba a plenos pulmões. Porém, a escola teve buraco considerável entre os setores 6 e 8, que podem lhe custar uns décimos. Ainda assim, o carnavalesco Edson Pereira terminou a apresentação emocionado e feliz.

“Missão cumprida. Acho que conseguimos passar uma mensagem que era importante para todos nós nesse momento. Desejo que esse desfile seja para a eternidade da Unidos de Padre Miguel. Sempre faço o carnaval com a intenção de me comunicar com a plateia e acho que consigo fazer. Todas as escolas estão de parabéns”, declarou em entrevista para o site CARNAVALESCO.
O samba e a bateria também devem garantir bons resultados para a Padre Miguel. Os intérpretes Diego Nicolau e Guto foram as vozes principais e mostraram muita sincronia. A bateria ” Guerreiros da Unidos” do Mestre Dinho levantou o público.

“Fiz tudo que queria fazer, tudo que foi ensaiado e agora vamos aguardar. Foi maravilhoso”, comentou o orgulhoso Mestre Dinho.
“A energia foi absurda, as pessoas cantando junto com a gente. O samba rendeu como já tinha rendido no ensaio técnico. A escola também estava deslumbrante e tudo deu certo. Acho que nos credenciamos ao título”, declarou Diego Nicolau.
Série Barracões: Viradouro promete grande demonstração de amor ao carnaval com desfile ainda maior na busca pelo bicampeonato
Atual campeã do carnaval carioca, a Unidos do Viradouro aposta em um carnaval ainda maior na busca pelo bicampeonato, para isso, a escola terá que quebrar uma escrita que já dura 14 anos, a última vez que uma escola foi bicampeã do Grupo Especial foi a Beija-Flor, quando ganhou em 2007 e 2008. A responsabilidade, afinal, é grande. A Viradouro em 2020 executou um belíssimo desfile, o que lhe garantiu o campeonato e um sentimento de orgulho para a imensa comunidade e admiradores. Para este ano, a escola vai destacar o sentimento dos cariocas na folia de 1919, que marcou o fim da pandemia da Gripe Espanhola, com o enredo “Não há tristeza que possa suportar tanta alegria”, a Vermelha e Branca de Niterói pretende tocar o coração de todos os apaixonados por carnaval.

Indo para o segundo ano no comando artístico da Viradouro, os carnavalescos Tarcísio Zanon e Marcus Ferreira receberam a reportagem do CARNAVALESCO no barracão para questionamentos e falaram sobre como o enredo surgiu.
“Tínhamos acabado de ganhar o campeonato e a pandemia já estava estourando, a gente já começou a pensar no próximo carnaval e queríamos trazer algum tema que tivesse relevância para o momento, estava todo mundo numa incerteza muito grande, o medo era forte, aí encontramos na Folha de São Paulo uma reportagem falando sobre o carnaval de 1919, que era considerado o maior carnaval de todos os tempos, a gente já sabia dessa história, mas não nos ligamos que era um carnaval pós pandêmico e pós primeira guerra mundial, então nesse momento essa história nos deu uma esperança, se lá atrás as pessoas conseguiram virar a página e realizar um grande carnaval, o próximo também será”, conta Tarcísio.
Dentro da pesquisa do enredo, os carnavalescos encontraram vários personagens que foram importantes para entendermos como chegamos no carnaval de hoje e que mesmo assim são desconhecidos do grande público, a escola pretende contar essas histórias e destacar esses personagens, ao longo do desfile as pessoas vão desvendar o quanto o carnaval de 1919 foi essencial para a virada de página para o povo carioca e brasileiro.
“Temos por exemplo a figura do Jamanta, ele era um condutor ferroviário que durante a pandemia de 18 conduziu os corpos e mesmo assim conseguiu sobreviver, mesmo na época não existindo nenhum remédio, nenhuma vacina, nada que pudesse curar a gripe, mesmo assim ele sobreviveu, durante a pandemia ele carregava os corpos no bonde, durante o carnaval ele pintou esse bonde e conduziu os foliões para o Bloco dos Carões na a praça da República. Outra figura importante é o Caveirinha, ele recebeu esse apelido porque ele tinha contraído a gripe espanhola e um dos sintomas foi ter emagrecido muito, depois disso ele realiza o primeiro desfile do Bola Preta, em 18 ele funda e em 19 desfila, é um bloco que existe até hoje e cresce ano após ano”, conta Tarcísio.
A emoção estará presente durante o desfile da Viradouro, o momento que a sociedade viveu e ainda vive reforça o sentimento de que a esperança de dias melhores passa pelo retorno do carnaval, os carnavalescos pretendem fazer um paralelo sentimental entre Gripe Espanhola e Covid.
“Diversas vezes durante a nossa pesquisa nós nos deparamos com os sentimentos que vivemos hoje em dia, de retomada da vida, do comércio se abrindo, do carnaval sendo essa chave modeladora de que a população pudesse olhar a vida com a normalidade dos melhores dias, então eu acho que o carnaval possui o espírito de que a alegria vai fazer a voltar parte da nossa rotina, a pandemia nos deixou inseguros, toda a humanidade começou a pensar em como seria o retorno, esses sentimentos foram vividos lá atrás. Nós temos acompanhado os ensaios técnicos e o carnaval tem sido essa volta, enfim a normalidade”, pontua Marcus.
Um dos momentos mais aguardados do desfile é a representação da linha de frente dos médicos que lutaram contra a pandemia da Gripe Espanhola e a dos médicos que lutaram contra a pandemia de Covid, em um dos carros os carnavalescos prometem que fazer essa ligação e homenagear os profissionais que tanto fizeram pela população durante esses períodos epidêmicos.
“A gente achou historicamente no carnaval de 1919 que a linha de frente foi homenageada num baile de clube, eram bailes a fantasia, então a gente achou uma foto histórica da linha de frente da Cruz Vermelha, não só médicos, mas enfermeiros e todos que trabalharam em prol da população, eles foram homenageados no Liberty Club, lá eles foram fantasiados de palhaços listrados, queremos fazer a reprodução dessa cena e reverenciar a linha de frente num momento bem bacana”, diz Marcus.
De estreantes à protagonistas da festa:
Estreantes em 2020, a dupla enfrentou a desconfiança por parte da comunidade e também por quem acompanha o carnaval, mesmo com títulos no Grupo de Acesso, muitos torceram o nariz quando a Viradouro anunciou que eles seriam os substitutos de Paulo Barros, que havia levado a escola a um honroso vice campeonato. Passado o desfile, já não restavam dúvidas quanto ao talento dos dois e quando a vermelha e branca de Niterói se sagrou campeã, toda a desconfiança virou agradecimento.
“A maior mudança foi que o título sempre dá uma confiança a mais, era praticamente nossa estreia no Grupo Especial, estreando na escola também, dar mais confiança pro nosso trabalho ser mais aceito, pra gente entender o julgamento e o que os jurados acharam do nosso trabalho, então eu acho que o título coroa todas as incertezas que a gente tinha quanto profissional, quanto jovens que somos. Apesar de termos tido uma boa experiência no acesso com trabalhos que foram amadurecendo e títulos que vieram, na Viradouro veio a certeza que enquanto artistas estamos trilhando o caminho certo”, pontua Marcus Ferreira.

Antes de formarem a dupla de carnavalescos da Viradouro e serem campeões, Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon até 2019 eram oponentes. O primeiro foi campeão na antiga Série A em 2017 pelo Império Serrano e o outro conseguiu o acesso para o Grupo Especial por duas vezes com a Estácio de Sá. O carnaval foi o grande responsável por unir o casal, eles falam sobre como é dividir uma vida a dois e conciliar com o lado profissional.
“Não é fácil, qualquer relacionamento passa por dificuldades, ainda mais quando você passa praticamente 24 horas do dia ao lado da pessoa que você escolheu pra ser seu companheiro, mas por um lado nós temos o positivo, fazer a parceria com a pessoa que você tem total intimidade facilita no diálogo para chegar em um resultado, não existe entre nós nenhum tipo de vaidade pra chegar numa ideia final, se vai prevalecer a ideia de um, ou se vai prevalecer a ideia de outro, quase sempre com a nossa afinidade e amadurecimento profissional a gente já chega num resultado muito fácil, os pensamentos são muito parecidos, a vantagem é essa, a intimidade de poder dialogar de igual pra igual”, comenta Tarcísio.
Proposta visual do Desfile:
No campeonato de 2020 a Viradouro se destacou com uma plástica impecável, as fantasias fugiram do óbvio e os carros se diferenciavam um dos outros, cada setor tinha seu próprio conceito e estética, projetando o próximo desfile, os carnavalescos contam que a abertura da escola é muito forte, se no último carnaval o abre-alas foi o maior da história da escola, o deste ano já vai superar essa marca.
“A gente mantém a leveza dos figurinos, mas a proposta desse carnaval é totalmente diferente do último, vamos manter alguns atributos que eu e o Tarcísio trouxemos da nossa trajetória, cada setor tem sua plasticidade, uma temática diferente e um uso de colorimetria diferente. A gente manteve as cores quentes que são características da Viradouro, a gente acredita que cada ano é um ano e a pesquisa é fundamental pra isso, conseguimos tanto nas alegorias e fantasias fazer um apanhado de fotos da época para poder usar de inspiração” conta Marcus.
O abre-alas da escola promete retratar o momento em que o Rio de Janeiro está saindo das trevas e entrando na luz, é quando o período da Belle Époque toma conta do Estado, pensando nos efeitos de luz e movimento a ideia é que o carro cause bastante impacto.
“O nível dos carros é bem igualitário, nós não temos uma alegoria que esteja acima das outras, a gente tentou dar uma unidade para todas elas, é claro que a gente acaba se debruçando um pouco mais sobre a abertura da escola, o abre-alas é o cartão de visitas, tem que ter o impacto, então esse ano a Viradouro vem com o maior abre-alas da história dela, maior até que o do último ano, estamos usando um material não comum no carnaval para a forração, que é um tecido furta cor de bolsa, nós conseguimos juntos com a iluminação um resultado bem diferenciado, qualquer cor que jogue em cima desse cima, ele capta e expande, então a iluminação é completamente diferente”, pontua Tarcísio.
O presidente da Viradouro, Marcelinho Calil, costuma dizer nas redes sociais que esse é o maior e mais belo conjunto de fantasias da história da escola, para 2020 ele já havia dito isso e na avenida se confirmou, o público ficou encantado e os juraram distribuíram notas 10, para esse ano, a pesquisa e a criatividade foram fundamentais na construção das fantasias.
“A gente se debruçou em uma pesquisa sobre o carnaval de 19 e sobre os artistas que deram linguagem para essa época, então toda essa linguagem rebuscada de moda estará presente, nós criamos muitos materiais no barracão, o período pandêmico fez a gente ativar a criatividade, já que a ausência de material foi enorme, então tudo isso trouxe um ar muito artesanal para as nossas fantasias e que trouxe esse resultado positivo que o nosso presidente costuma falar, nós sentimos isso já na festa de protótipos, foi uma festa bem fechada, mas a gente conseguiu ver a comunidade bastante emocionada com o que foi apresentado”, pontua Tarcísio.

Entenda o Desfile:
A Unidos do Viradouro será a quinta escola a desfilar na Sapucaí pelo Grupo Especial na sexta-feira, 22 de abril. A escola contará 3.600 componentes, distribuídos em 6 setores, serão seis alegorias, dois tripés e um elemento cênico da comissão de frente.
Setor 1: “O primeiro setor aborda a retirada do luto da cidade, a população acredita que realmente vai ter o carnaval, então a gente prenuncia a chegada do carnaval de 1919 com um baile pré carnavalesco no clube dos Democráticos, que é a grande sociedade que dá título ao enredo”.
Setor 2: “O segundo setor é o momento que as grandes sociedades e os blocos de sujo tomam a rua com a irreverência contra a espanhola, a gente faz referência ao Chá da Meia Noite, às perucas que foram muito alugadas durante o carnaval, já que as mulheres que tiveram a gripe perderam os cabelos, o Bloco da Viúvas Espanholas, que foram as mulheres que perderam seus maridos por conta da gripe, vamos abordar mesmo essa irreverência para mostrar que apesar de tudo, o carnaval venceu”.
Setor 3: “O terceiro setor é o carnaval da Avenida Central, que é o carnaval mais elitista da cidade, vamos fazer menção a grandes entidades que desfilaram lá, como o primeiro desfile do Cordão do Bola Preta, o bloco do Eu Sozinho, a Batalha das Flores no coreto J. Carlos, esse setor é um setor mais do carnaval da elite mesmo”.
Setor 4: “ No quarto setor a gente traz uma homenagem a linha de frente, nós pegamos especificamente um baile, que aconteceu no Liberty Club, nesse baile os heróis da Cruz Vermelha que vieram ajudar durante a pandemia foram homenageados, então a gente revive esse baile, estaremos homenageando todos os profissionais que se dedicaram durante a pandemia”.
Setor 5: “O nosso quinto setor representa a negritude, a Pequena África, que era um carnaval que era excluído, mas que foi de suma importância, porque foi exatamente nesse ano que o samba se tornou o maior ritmo do carnaval, e o surgimento dos oito batutas, esse desfile que acontecia ali na Praça Onze. Os blocos que desfilavam ali já levantavam a questão da igualdade racial e respeito ao samba, então é um setor bem forte e a gente faz uma referência às tias baianas, como Tia Bibiana e Tia Ciata. Vamos trazer neste setor a cura espiritual para o samba”.
Setor 6: “Nosso último setor é solar, é a nossa quarta-feira de cinzas, é quando os Niteroienses de 19 vieram pro Rio de Janeiro e por coincidência o local mais quente do carnaval de Niterói era no Barreto, existia nessa época o carnaval de Barca, então as pessoas viam de Niterói nas Barcas, elas eram decoradas e ali já era uma grande festa, um grande carnaval, e nesta quarta-feira de cinzas eles vieram se encontrar com os cariocas e viver esse último dia de carnaval, nós faremos esse encontro entre as duas cidades e esses reencontros que a pandemia nos separou, queremos promover no final do desfile o abraçaço, o beijaço, como diz o samba, é o momento de dizer carnaval te amo e na vida és tudo pra mim”.