Inspirado no Theatro Municipal, abre-alas da Imperatriz relembra todo o luxo e opulência de Arlindo Rodrigues
A Imperatriz Leopoldinense abriu a primeira noite de desfiles do Grupo Especial com o enredo “Meninos, eu vivi… Onde cantam Dalva e Lamartine”, recordando os grandes trabalhos de Arlindo Rodrigues. Além de homenagear o carnavalesco, a escola de Ramos também presta reverência a dois grandes nomes do carnaval carioca: a cantora Dalva de Oliveira e o compositor Lamartine Babo.
A trajetória de Arlindo Rodrigues se inicia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com o encanto provocado pelo belíssimo universo de formas e movimentos do lugar. É o que retrata o carro abre-alas da Imperatriz, que trouxe uma coroa grandiosa toda decorada com os rocailles e luminárias fascinantes do interior do Municipal.
A alegoria foi intitulada “À luz de um nobre destino – O universo fascinante do Theatro Municipal”, abrindo com muito luxo e opulência o conjunto alegórico da escola. O carro foi dividido em dois módulos. Na segunda parte, muitos espelhos decoravam a alegoria. Foi Arlindo Rodrigues quem introduziu este tipo de material no desfile das escolas de samba.
O destaque central baixo veio com uma luxuosa fantasia representando a “Folia carnavalesca” e, mais acima, o destaque central alto simbolizou “A opulência dos carnavais do Theatro”, em referência aos famosos bailes de carnaval do Municipal, dos quais Arlindo participou em seu início de carreira.
Na parte superior da alegoria, em frente ao proscênio clássico, um grupo cênico representava a dramaturgia simulando a apresentação de uma peça teatral. A ideia do carro era que esse universo majestoso guiasse o futuro carnavalesco Arlindo Rodrigues ao encontro da arte, a sua vocação.
“É uma grande homenagem ao Theatro Municipal, onde tudo começou para o Arlindo nas artes”, explica o diretor executivo da Imperatriz, João Felipe Drummond. Ele ainda completa: “A Rosa, gênia que é, usou características como os lustres, como o barroco… É uma arquitetura claramente barroca, com várias características presentes na arquitetura do Theatro”.
As composições da primeira parte do carro abre-alas eram as “Jóias do teatro”, ao redor do símbolo da escola. Já as composições da segunda parte eram os “Guardiões do esplendor”, que vinham sobre as escadas do templo das artes cariocas carregando adereços espelhados que provocaram um lindo impacto visual.
Viviane Alves, 46 anos, cabeleireira, contou a sensação de desfilar como composição no carro abre-alas da Imperatriz: “É maravilhoso! Depois da pandemia, é sensacional! A emoção chega a corroer o peito. A gente fica nervosa, mas muito feliz”.
A atendente de telemarketing, Vanessa Souza, 32 anos, confessou estar ansiosa antes do desfile. “É uma mistura de emoção com a responsabilidade de representar as jóias da coroa, que é símbolo da Imperatriz”.
Ala da Imperatriz traz a história de Xica da Silva de volta para a Sapucaí
O segundo setor da Imperatriz Leopoldinense foi denominado “Canta, Salgueiro! A revolução africana na vermelho e branco”, em alusão à marcante passagem do carnavalesco pela escola do bairro da Tijuca. Uma das alas que relembraram este período da trajetória de Arlindo foi a ala “Xica da Silva – A personagem negra em destaque”.
Arlindo Rodrigues propôs o enredo sobre Xica da Silva para o carnaval de 1963, contando a história da escrava que, alforriada, alçou à fidalguia, ingressando na alta sociedade em Diamantina, Minas Gerais. Por conta do sucesso do desfile do Salgueiro, a personagem se tornou uma notória figura do país, servindo de tema para o teatro, o cinema e para a televisão.
No carnaval de 1963 os desfiles ocorreram pela primeira vez na Avenida Presidente Vargas, mais larga e mais espaçosa do que a avenida Rio Branco, onde as escolas desfilavam até então. Dessa forma, Arlindo modificou a idealização dos trajes, aumentando o volume das fantasias para preencher melhor o espaço e assim ocupar toda a pista.
Por isso, as fantasias da ala de Xica da Silva utilizavam grandes ancas nas roupas femininas, que é uma marca da apresentação. A roupa era predominantemente vermelha e branca, com alguns detalhes em preto e dourado. A ala recebeu uma maquiagem facial branca, com direito a uma pinta na bochecha, batom vermelho e uma sombra verde, amarela e vermelha ao redor dos olhos.
Aline Lima, 43 anos, mecânica de automóveis fez sua estreia na Imperatriz Leopoldinense. “Tô amando representar Xica da Silva! Tem seu desconforto, um pouquinho, mas é normal. São dois anos longe do carnaval, voltar com essa energia é maravilhoso”.
Xica da Silva foi eternizada como símbolo maior do primeiro campeonato solo conquistado por Arlindo. Anos depois, em 1965, Xica seria destaque novamente nas criações do artista, revisitada no enredo “História do carnaval carioca”, quando Rodrigues foi outra vez consagrado como campeão.
Lucilene Alves, 53 anos, advogada, revelou o sentimento às vésperas de entrar na avenida do samba: “Uma renovação depois dessa pandemia. Todo mundo estava com uma expectativa muito grande pra isso”. Ela contou que a preparação de maquiagem foi intensa: “Desde às 14h estamos nos preparando… Fizemos um treinamento bem puxado, porque a ala é coreografada”.
Renata Rocha, 50 anos, costureira, é moradora de Ramos e revelou estar emocionada ao viver Xica da Silva no desfile da Imperatriz. “É um orgulho muito grande. Uma satisfação enorme. Não sei nem explicar. Para quem conhece toda a história de Xica é uma emoção muito grande”.
Guaraciara Campos, 53 anos, professora, disse que vale o esforço de suportar o peso da roupa: “A fantasia é um pouco pesada porque caracteriza ela (Xica da Silva) mesmo, então tem que aguentar”.
Composição da Imperatriz fala sobre homenagem ao Salgueiro em carro: ‘Não deixou se ter nossa identidade’
De volta ao Grupo Especial, a Imperatriz Leopoldinense abriu a sexta-feira de desfiles com uma homenagem ao carnavalesco Arlindo Rodrigues, bicampeão pela escola. Além de marcar época na Rainha de Ramos, o artista também conquistou quatro títulos pelo Salgueiro. O terceiro carro da Imperatriz fez uma homenagem à Academia do Samba, e a desfilante Tuane de Paula falou sobre a alegoria.
“Homenagear uma co-irmã, usar cores de outra escola não é muito normal, mas a Imperatriz conseguiu fazer esse carro, que fala sobre o Salgueiro sem deixar de ter a identidade da nossa escola. Adorei minha fantasia, leve, o carro muito bem acabado, com cores combinando. Dá pra brincar e se divertir muito”, comentou Tuane, que é composição do carro ‘A Raça Encarnada na Negritude do Salgueiro’.
“Pra gente é até estranho, porque a Imperatriz sempre foi uma escola de muita tradição, de muito verde, branco e dourado. Aí esse ano você enxerga a escola se atualizando e usando coisas que já passaram. Arlindo Rodrigues era um gênio e a gente poder representar com nosso samba e nossa voz é muito bom”, completou a enfermeira de 28 anos.
Dupla da Comissão de Frente comenta desafio de interpretar Dalva e Lamartine: ‘Muita responsabilidade’
Primeira escola a desfilar no Grupo Especial em 2022, a Imperatriz Leopoldinense trouxe um enredo em homenagem ao carnavalesco Arlindo Rodrigues. Na Comissão de Frente, que levou o ‘Trem das Lembranças’ para a Sapucaí, a Rainha de Ramos teve como personagens principais Dalva de Oliveira e Lamartine Babo, grandes nomes da música brasileira. A atriz Lana Rhodes falou sobre o processo de interpretar a cantora.
“A Dalva é um símbolo da música no Brasil. Muitas cantoras da nossa geração tinham ela como inspiração. Me emociona bastante esse papel porque eu sou mãe também e descobri um papel de mulher dela que eu não conhecia, muito doloroso e potente ao mesmo tempo. Ela foi tão importante que chegou a ser o enredo da Imperatriz em 1987. É uma potência feminina que vale ser lembrada sempre’, disse Lana.
“A preparação foi muito bonita da escola, foi muito emocionante toda comunidade cantando demais nos ensaios. Isso aumenta ainda mais a responsabilidade, mas deixa a gente muito feliz por saber que tem uma energia boa no nosso trabalho. Eu tive uma pesquisa de imagens dela, porque os vídeos são poucos, então eu me prendi mais às fotografias para trabalhar nessa Comissão de Frente”, completou a atriz de 35 anos.
Dalva de Oliveira foi enredo de Arlindo Rodrigues com a Imperatriz em 1987, quando a escola ficou na 6ª posição. Assim como a cantora, Lamartine Babo também foi tema do Carnaval da Imperatriz, em 1981, também assinado por Arlindo. Lourenço Marques, de 22 anos, que também é assessor de imprensa da escola, falou sobre a emoção de dar vida ao compositor.
“É muito incrível esse presente que eu recebi, de representar essa figura tão importante que é o Lamartine. É até curioso que algumas pessoas falam que eu lembro um pouco ele. É um grande desafio e pressão, porque eu sou assessor de imprensa e estou na Comissão de Frente, que vale 50 pontos”, comentou Lourenço.
“Mas apesar de ser assessor de imprensa, eu sou Imperatriz, torço para a escola. Sabe lá quando que vou ter essa oportunidade de novo. A preparação foi muito difícil porque existem pouquíssimas imagens e vídeos de Lamartine. Eu achei alguns raros vídeos de entrevista dele, então tentei pegar um pouco o jeito dele falar”, encerrou.
Série Barracões: Mangueira reverencia seus grandes baluartes e aposta em desfile leve e emocionante na busca por mais um campeonato
A Estação Primeira de Mangueira tem o costume de homenagear em seus sambas-enredos ícones da música e da cultura brasileira, recentemente foi campeã com o enredo sobre Maria Bethânia, em 2016, no passado inúmeros foram os enredos de sucesso em homenagens prestadas, como a Chico Buarque, em 1998, Carlos Drummond de Andrade, em 1987, Dorival Caymmi, em 1986, e em 1984 com o super campeonato de inauguração do Sambódromo da Marquês de Sapucaí, homenageando Braguinha, fora o emocionante desfile sobre Nelson Cavaquinho, em 2011. Para o próximo carnaval essa tradição estará de volta. A verde e rosa voltou para dentro de sua riquíssima história e resolveu levar à avenida a vida e obra de Cartola – o seu maior compositor; Jamelão – seu maior cantor; e Mestre Delegado, o grande mestre-sala da escola. O enredo “Angenor, José e Laurindo” é de autoria do campeoníssimo carnavalesco Leandro Vieira.

Em visita do site CARNAVALESCO ao barracão da Verde e Rosa, o artista explicou que o enredo nasceu durante a pandemia, quando precisou se ausentar da escola, a vontade dele de celebrar o povo da Mangueira e de reverenciar as pessoas de carne e osso que construíram e constroem a escola a cada dia fez com que ele chegasse nos nomes de Cartola, Jamelão e Delegado.
“O enredo nasce dessa vontade de festejar a Mangueira, o enredo chegou pra mim no período da pandemia, um período em que eu e todo mundo da Mangueira ficamos privados do convívio da própria Mangueira, então isso de você ficar privado de uma coisa que faz parte da sua rotina me fez falta, a partir daí foi nascendo essa vontade de festejar e abraçar a Mangueira, então eu achei que a melhor forma de celebrar a Mangueira seria juntando três pilares do que é uma escola de samba, que é a poesia traduzida pela composição, o canto coletivo e os corpos que dançam, na busca pela personificação desses três pilares eu encontrei o corpo de Cartola, Jamelão e Delegado” conta Leandro.
Ao colocar no título do enredo o nome de batismo desses três gênios, Leandro escolheu nesta homenagem lembrar que antes de se tornarem ícones não só da Mangueira, mas de todo o carnaval, eles eram de carne e osso, criados no Morro e acima de tudo, apaixonados pelo samba e pela Mangueira, afinal, poucos são os sambistas que carregam o peso de uma instituição no corpo e na história.
“Acho que o de mais interessante da biografia e da história desses três é notar o quanto eles eram apaixonados pela comunidade que eles representavam, o quanto os três estavam a serviço da comunidade e o quanto os três eram excelentes e símbolos de excelência naquilo que realizavam, então assim, é muito interessante você se deparar com um tipo de sambista que os três traduzem no corpo o que é a Estação Primeira de Mangueira, eles trazem no corpo, existem alguns sambistas que se transformam na materialização da instituição, é o caso deles”, destaca Leandro.
Na sinopse do enredo, Leandro destaca que Cartola, Jamelão e Delegado representam todo o Morro de Mangueira, lá diariamente nascem milhares de talentos, como diz um trecho da sinopse: “Engana-se quem pensa que os habitantes do Morro de Mangueira morrem sem ter o que deixar como herança, assim como estão enganados aqueles que pensam que, os que lá nascem, estão desprovidos de bens. […] Lá, nascem ricos daquilo que o dinheiro não compra, e nós, quando privados da arte que brota a granel nos corpos da favela, ficamos mais pobres”.
Proposta do desfile:
Leandro não tem o costume de falar sobre as propostas visuais de seus desfiles, para ele, isso pode criar uma expectativa desnecessária em torno da escola, o mesmo vale o número de elementos alegóricos que a escola levará para a avenida, segundo ele, isto é irrelevante para a qualidade artística, porém, ele afirma que está trabalhando para que a agremiação esteja linda no desfile e conta que o resgate do verde e rosa, é o grande trunfo.
“Eu estou tentando fazer a Mangueira bonita, acredito que a cor é o grande trunfo para o próximo ano, talvez o mangueirense ache que está bonito só pela escola estar toda verde e rosa”, afirma o carnavalesco.
Para Leandro, montar um desfile de escola de samba é pensar artisticamente a apresentação dessa escola na avenida,sempre apontando para um futuro que ele acredita que deve ser um caminho melhor para os desfiles, para ele, esse modelo de regulamento não é o mais claro, em diversas oportunidades Leandro já afirmou ser contrário do engessamento das escolas e na uniformidade das mesmas, o que tornou todas iguais para atender as necessidades do julgamento.
Pensando nisso, Leandro projeta mudanças no desfile da Mangueira, a principal delas, o retorno do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus Olivério e Squel Jorgea, para a frente da bateria, prática comum no passado, mas que nos últimos anos foi pouco utilizada.
“Pensando esse roteiro de desfile, pensando nessa apresentação que aos meus olhos deve ser sempre potencializada em termos de emoção, eu mudei algumas coisas na estrutura do desfile da Mangueira, nosso ensaio técnico mostrou de alguma forma isso, então assim, o casal que não está na frente da escola, como todo mundo costuma, isso é uma coisa antiga, vir a frente da bateria, mas foi convencionada para atender a uma expectativa de desfile que o casal viesse na frente da escola junto com a comissão. Estou tentando experimentar situações que de alguma forma trazem mais emoção, espontaneidade e tiram a Mangueira dessa rigidez”, destaca Leandro.

Seguindo a linha de um desfile mais solto, alegre e brincante, Leandro diz que a ala das crianças vem maior que nos últimos anos, o que proporciona um canto diferente, já que o canto da criança é diferente do adulto, outra iniciativa interessante é o projeto de mestre-sala e porta-bandeira infantil ao longo do desfile.
“Queremos alas que evoluam de uma maneira mais livre e menos militarizada, a abertura do desfile da Mangueira ficará marcada por uma ala, se bem que eu não gosto dessa história de ala, nem dizer quantas alas são porque por exemplo, na abertura do meu desfile de 250 componentes, é difícil comparar com as outras escolas, por isso eu acredito que a evolução de uma escola é pensamento artístico, eu tenho a felicidade de montar o roteiro de desfiles da Mangueira, e aí pensar a Mangueira que não quer só se apresentar bem para falar do enredo que escolheu, é uma escola que quer pensar como ela se comporta na avenida, como ela pode desfilar de uma maneira mais emocional e menos fria”.
A Mangueira será a segunda escola a pisar na avenida pelo Grupo Especial no primeiro dia de desfiles, sexta-feira, dia 22 de abril. Homenageando três dos seus maiores baluartes, a Verde e Rosa busca o topo do carnaval carioca mais uma vez.
Água, Café, Pequeno Príncipe, Carolina de Jesus, Adoniran: Sete escolas abrem primeiro dia do Grupo Especial de São Paulo
Chegou a hora do Grupo Especial do carnaval de São Paulo dar as caras no Sambódromo do Anhembi, depois de dois anos, nesta sexta-feira (22) teremos sete escolas abrindo os trabalhos. Os desfiles prometem grandes emoções com seus temas envolventes que iremos contar um pouquinho na matéria. Em geral são escolas lutando pelo seu primeiro título na história, apenas a Mancha Verde já foi campeã, e foi recente em 2019, assim como a Tatuapé que foi bicampeã em 2017 e 2018.
A briga será interessante no carnaval de São Paulo como o site CARNAVALESCO tem mostrado em suas redes sociais em ensaios técnicos e também nas visitas dos barracões, mas agora é a hora da verdade. Segue um pouco sobre cada escola e o que trará para a pista em 2022.
Tucuruvi – 22h30
De volta para o Grupo Especial com o vice-campeonato do Acesso, a Tucuruvi vai abordar uma reflexão sobre a essência do carnaval. O enredo é: ‘Carnavais….De lá pra cá, o que mudou? Daqui pra lá, o que será?’, ou seja, relembrar os tempos do carnaval disputado na Tiradentes, o que está acontecendo hoje, suas prioridades, e mirar o que está sendo plantado para o futuro.
O carnaval foi desenvolvido por Dione Leite e Fernando Dias. Terá a missão de abrir a elite paulistana, já com essa semente plantada para refletirmos.
Sobre a escola, caiu em 2019, após 2018 que não disputou devido a incêndio no ateliê que perdeu suas fantasias. Pois ficou na elite de 1998 até 2019, e chegou ao seu melhor resultado ao ser vice-campeão em 2011, faltou pouco, exatos 0,25!
Fundação: 1976
Melhor resultado: Vice-campeão do Grupo Especial em 2011
Títulos: Segunda divisão (1986), Terceira Divisão (1980) e Quarta Divisão (1978)
Colorado do Brás – 23h35
A agremiação chega ao terceiro ano consecutivo no Grupo Especial, e desta vez com seu carnavalesco André Machado trouxe um enredo de suas raízes: ‘Carolina: A Cinderela Negra do Canindé’. Vai homenagear a escritora negra, Carolina Maria de Jesus, com presença de sua filha, e promete fortes emoções.
Nos anos na elite, ficou em 11ª e 12ª lugar, manteve a escola, mas querem algo mais e por isso buscaram um enredo caseiro, afinal Carolina de Jesus era do Canindé, bairro vizinho do Brás.
Fundação: 1975
Melhor resultado: 11ª lugar no Grupo Especial em 2019
Títulos: Terceira Divisão (1979, 2000 e 2013) e Quinta Divisão (2011)
Mancha Verde – 00h40

A terceira escola a entrar no Anhembi será a Mancha Verde, escola oriunda da torcida organizada do Palmeiras e que foi campeã em 2019. Para buscar o bicampeonato, terá o enredo ‘Planeta Água’. Vai saudar Iemanjá, e a importância da água em todas as esferas da vida.
O carnaval começou a ser desenvolvido por Jorge Freitas, mas Paolo Bianchi assumiu o projeto. A Mancha vem de três resultados positivos no carnaval, um terceiro lugar em 2018, o título em 2019 e no último carnaval foi vice-campeão.
Fundação: 1995
Melhor resultado: Campeão do Grupo Especial em 2019
Títulos: Primeira Divisão (2019), Segunda Divisão (2014 e 2016), Terceira divisão (2002), Quarta divisão (2001), Blocos Especiais (1997 e 1998) e Grupo Especial de Escolas Desportivas (2006 e 2007)
Tom Maior – 1h45
A Tom Maior terá o carnavalesco Flávio Campello, bicampeão do carnaval, para desenvolver um enredo curioso: ‘O Pequeno Principe no Sertão’. A junção do livro tão famoso e lido pelo mundo, do francês Antoine de Saint-Exupéry, junto com o cordel de Josué Limeira que adaptou para a realidade do sertão.
A escola bateu na trave do título inédito em 2018, ficando em quarto lugar, mas em 2017 e 2019 ficou na 12ª colocação com risco de queda. Já em 2020, último ano, ficou no 8ª lugar e sonhou em voltar no desfile das campeãs.
Fundação: 1973
Melhor resultado: 4ª lugar no Grupo Especial em 2018
Títulos: Segunda divisão (1995 e 1999) e Terceira divisão (1992)
Vila Maria – 2h50
Outra escola que busca o título inédito é a Vila Maria, e com o carnavalesco Cristiano Bara também trouxe uma reflexão, mas em relação ao futuro depois da pandemia. O enredo é: ‘Mundo Precisa de Cada Um de Nós. A Vila é Porta-Voz’. Visando essa reflexão, a agremiação da zona norte repensa a vida ao longo dos anos e outros desafios que o ser-humano já passou.
Em seis anos consecutivos no Grupo Especial, a escola tem mantido resultados no meio de tabela, mas chegou no 4ª lugar em 2019 e no 5ª nos anos de 2016 e 2020. Mas pelo discurso interno quer algo mais!
Fundação: 1954
Melhor resultado: Vice-campeão do Grupo Especial em 2007
Títulos: Segunda Divisão (1968, 2001 e 2014) e Terceira divisão (1998)
Tatuapé – 3h55
Bicampeã seguido recentemente, a Acadêmicos do Tatuapé do carnavalesco Wagner Santos desenvolveu o enredo: ‘Preto Velho. Conta a saga do café num canto de fé’. A ideia é um Preto Velho, entidade religiosa africana, narrar a história do café no Brasil.
Desde 2016, a escola vem brigando nas cabeças do carnaval. Foi vice em 2016, bicampeão em 2017 e 2018, depois teve o 7ª lugar atípico em 2018. Para em 2020 ser 4ª lugar, brigando pelo título até a reta final. A agremiação da zona leste cresceu de uns tempos para cá e quer continuar o ritmo!
Fundação: 1953
Melhor resultado: Bicampeão do Grupo Especial em 2017 e 2018
Títulos: Primeira Divisão (2017 e 2018), Segunda Divisão (2003), Terceira divisão (2010), Quarta divisão (1996), Quinta Divisão (1993) e Grupo de Seleção (1985)
Dragões da Real – 5h
Outra escola que tem batido na trave recentemente e busca o título inédito teve o retorno do carnavalesco Jorge Silveira que trouxe um enredo muito paulistano: ‘Adoniran’. É isso, a escola cantará Adoniran Barbosa através das suas músicas, que traziam relatos da cidade de São Paulo e de sua vida.
A escola mais jovem do Grupo Especial, a Dragões não quer saber para a idade, de apenas 22 anos. Já foi vice-campeã duas vezes em 2017 e 2019, e no Grupo Especial só ficou do 7ª lugar para cima, muitas vezes voltando para o desfile das campeãs.
Fundação: 2000
Melhor resultado: Vice-campeã do Grupo Especial em 2017 e 2019
Títulos: Segunda Divisão (2011), Terceira divisão (2004), Quarta divisão (2003) e Quinta divisão (2001)
‘Terminamos o desfile com uma energia maravilhosa’, declara diretor de carnaval da Império da Tijuca
A Império da Tijuca pisou na Sapucaí decidida a brigar pelo título. A escola veio com o enredo “Samba de Quilombo: a resistência pela raiz”. As primeiras alas da escola, além dos segmentos e casal, cantaram demais o samba. A agremiação passou fluidez e cadência. Um dos pontos altos também foi a desenvoltura do intérprete Daniel Silva.

O casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira esbanjaram elegância, sincronismo e um lindo bailado. Foram impecáveis. Renan e Laís representaram alguns pilares da formação do G.R.A.N.E.S Quilombo, como a resistência e a proteção. Ao final do desfile, deram uma breve entrevista para o site CARNAVALESCO, mas demonstraram felicidade com o trabalho realizado: “Estou muito feliz porque foi um desfile muito planejado e deu tudo certo”, disse Laís.

A escola terminou a apresentação aos 54 minutos e sem sustos. O ponto negativo ficou por conta de algumas falhas de acabamento das fantasias e nos carros alegóricos. Ainda assim, era possível ver o olhar de satisfação nos componentes e diretores.
“Ainda estou em êxtase. Dois anos sem desfile, foi cansativo pra colocar o carnaval na avenida, mas terminamos com uma energia maravilhosa. Espero que terça-feira venha coisa muito boa”, declarou Luan Teles, diretor de carnaval.