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Julgadores questionaram problemas de afinação no canto e cacos no desfile da Tijuca

De forma surpreendente, todos os julgadores do quesito “Harmonia” tiraram décimos da Unidos da Tijuca no Carnaval 2022. Confira abaixo o que cada jurado disse na sua justificativa.

desfile tijuca 2022 100

Ao tirar 0,2 décimos, Bruno Marques citou “afinação geral do canto bastante imprecisa durante todo o desfile, tanto das linhas melódicas quanto dos contracantos (alguns destes inclusive fora do tom). Iso se agravou com a recorrência do problema em quase todos os refrões e voltas à cabeça da forma. A persistência e relevância do problema causaram despontuação maior”.

Para a julgadora Deborah Weiterschan Levy, que tirou 0,1 décimo, “a escola apresentou imprecisões de afinação do canto em passagens da melodia, bem como nos “cacos” e comentários ao longo de todo o desfile, prejudicando o conjunto harmônico.

Jardel Maia Rodrigues também tirou 0,1 décimo e comentou: “Falta de igualdade do canto do samba pelos componentes de algumas alas. Faltou vibração e alguns só cantavam o refrão. Alas penalizadas: 04 aos 27 min, 05 aos 28 min, 23 aos 48 min e 26 aos 51 min”.

O jurado Rodrigo Lima tirou 0,1 décimo e apontou: “Com problemas de afinação recorrentes no seguinte trecho da letra do samba: ‘Alto céu’ e ‘um lugar’ e por não se tratar de um fato isolado a escola teve uma despontuação mínima”.

Mirian Orofino Gomes também tirou 0,1 décimo citando: “problemas de afinação no canto em alguns momentos do desfile. No começo do desfile, o canto dos intérpretes auxiliares resultou num conjunto vocal muito interessante, mas após algum tempo o intérprete principal iniciou várias chamadas de animação (cacos) que prejudicaram a beleza do samba-enredo”.

Jurados retiram décimos em sambas de Mocidade e Grande Rio por repetição de melodia e tom baixo em alguns versos

O quesito samba-enredo tirou décimos de dois dos sambas mais elogiados no pré-carnaval. As obras que embalaram os desfiles de Mocidade e Grande Rio, perderam respectivamente dois e três décimos, ambas nos mesmos dois jurados, com a principal justificativa de repetição de melodia ou pouca variação melódica em alguns trechos das músicas. Em relação à agremiação de Caxias, vencedora do carnaval, o quesito foi o único que a escola perdeu pontuação fazendo com a Grande Rio terminasse com 269,9 no quadro geral. Samba foi o quarto quesito lido, momento em que a Beija-Flor, que gabaritou esta avaliação, chegou a ficar à frente da campeã.

desfile mocidade 2022 127

O jurado Clayton Fábio Oliveira, do módulo 1, deu 9,9 para a Mocidade e Grande Rio. Na justificativa para a Verde e Branca de Padre Miguel, Clayton tirou meio ponto da melodia e criticou o tom baixo do início da cabeça do samba. “(Melodia – 0,1 ) O tom baixo para a pronúncia das palavras nos três primeiros versos da primeira estrofe fica evidente no retorno do segundo refrão quanto o cantor é coberto pelo arranjo, tornando difícil a compreensão da letra”, justificou Clayton.

Já em relação à campeã do carnaval de 2022, Clayton criticou uma semelhança melódica que encontrou entre o refrão principal e o verso “as sete chaves vêm abrir meu caminhar”, alegou Clayton. “(Melodia – 0,1) À partir do vigésimo nono verso a linha melódica da estrofe é muito semelhante a melodia do refrão final e não deixa claro a passagem entre as partes”

Outro jurado que retirou pontuação das duas escolas no quesito foi Felipe Trotta. Para a Grande Rio, Felipe chegou a dar um 9,8 criticando a repetição de frases melódicas como “Fala Majeté” e a modulação da segunda parte do refrão do meio.

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“Melodia – Há no samba uma frase melódica que aparece diversas vezes produzindo a sensação de que a melodia não evolui, sempre apoiada na mesma frase (‘Fala Majeté’, ‘Caboclo, andarilho, mensageiro’, ‘O Ifá nas entrelinhas do odus’, ‘malandro da encruzilhada’, ‘Laroyê, laroyê, laroyê’). Essa sensação é reforçada pela pouca variação de acordes do samba, apesar de umas poucas inclinações breves. (-0,1) Apesar disso, o trecho que teria função de contraste (‘Sou capa preta, Tiriri… até ‘…amei a lua, Marabô, Alafiá’) tem uma modulação mal resolvida, resultando em uma afinação imprecisa e pouco clara (-0,1)” , escreveu Felipe.

Em relação ao samba da Mocidade, Felipe Trotta retirou um décimo criticando a repetição de uma estrutura de acordes considerando que o fato contribuiu para que o samba ficasse, segundo ele, sem contrastes no canto e repetitivo.

“A melodia do samba está construída em cima de uma mesma sequência de três acordes fundamentais (Im, IVm, V) , tendo apenas uma parte diferente, depois do primeiro refrão. Mesmo quando vai pro modo maior e o refrão principal, a mesma estrutura de acordes é mantida (I, IVm, V). O resultado é que a música fica ‘plana’, durante todo o desfile, sem contrastes no canto e repetitiva”, alegou Felipe.

Os jurados Alessandro Ventura, Alfredo Del-Penho e Alice Serrano não retiram pontuação dos dois sambas.

Jurados não aprovaram desenvolvimento do enredo da Mangueira e citaram falta de coesão narrativa

Dos cinco julgadores do quesito “Enredo” quatro tiram décimos da Estação Primeira de Mangueira. Apenas Nilton Santos da Silva deu nota 10 para o trabalho de Leandro Vieira. Veja abaixo todas justificativas.

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Ao tirar dois décimos da Mangueira, a julgadora Carolina Vieira Thomaz disse: “o vasto universo da vida e das obras dos baluartes foi pouco aprofundado/explorado. Além das homenagens a Cartola e Jamelão terem sido mais trabalhadas do que a homenagem ao Delegado, não sendo abordados aspectos da sua vida pessoal. A repetição de mesmos elementos, como os chapéus das alas 10 e 16 e das alas 5, 14 e 20, dificulta a percepção da mensagem individual de cada uma. Ainda, na na 19, não fica clara a intenção pretendida por sua fantasia”.

O julgador Johnny Soares também tirou 2 décimos e comentou: “Retira-se 0,1 décimo pelo desequilíbrio na narrativa em relação à importância dos 3 homenageados. O setor 3 apresenta a ala 10 abordando a infância de Jamelão, porém o mesmo não ocorre nos setores 2 (Cartola) e 4 (Delegado). A infância e ocupação desempenhadas pelos dois antes da vida artística só é representada na belíssima e criativa comissão de frente. Como a proposta do enredo é conferir o mesmo peso às 3 personalidades a existência de uma ala que reforça um aspecto do homenageado apenas contradiz a promessa original e compromete a coer~encia da roteirização. Retira-se também 0,1 décimo pela falta de um desfecho para o enredo, que termina de forma abrupta com a alegoria 4, sem unir no final a trinca da trindade mangueirense que dá título ao desfile, enfraquecendo a coesão do enredo”.

O julgador Arthur Gomes também penalizou a Verde e Rosa em dois décimos. “Desconta-se 0,1 décimo pela incoerência na roteirização do desfile. A proposta de interligar as trajetórias individuais e artísticas de um poeta, um cantor e um mestre-sala desenvolveu-se de forma irrregular, pela ausência de alas que tratassem da infância de Cartola e Delegado, assim como foi feito em relação a Jamelão, na ala 10. Desconta-se mais 0,1 pela incoesão da narrativa, ao se encerrar de forma repentina o cortejo, sem um fechamento que integrasse os três setores anteriores, fazendo com que a homenagem a eses artistas parecessem quadros independentes, dificultando o entendimento da relação entre o todo e as partes”.

Para Marcelo Figueira, que também tirou 0,2 décimos da Mangueira, “o enredo não foi desenvolvido de forma que deixasse clara a influência dos três baluartes mangueirenses na trajetória de vida de atuais moradores da comunidade da escola. A bela homenagem aos três personagens não demonstra que os seus legados tornem o povo de Mangueira em potências criativas e artísticas. Restou clara a falta de uma conclusão à narrativa que se inicia com a exposição das legítimas tradições mangueirenses, seguidas das três celebrações, para se chegar ao entendimento acima”.

Julgadores explicam motivo de tirarem décimos da bateria da Viradouro

Os julgadores Mila Schiavo e Rafael Barros Castro, do quesito “Bateria”, tiraram 0,1 (1 décimo) cada da bateria da Viradouro, comandanda por mestre Ciça, no desfile do Carnaval 2022.

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Ao tirar 0,1 (1 décimo), a julgadora Mila Schiavo disse: “No módulo 1 houve oscilação no andamento da bateria. A percepção é que o grupo de vocalistas estava acelerando e houve desencontro entre o andamento da bateria e o “naipe vocal”.

Já no segundo módulo, o julgador Rafael Barros Castro também tirou 0,1 da bateria de Ciça e citou: “A acentuação rítmica das caixas com os seus acentos característicos que configuram o “swing” peculiar da bateria ficaram sem o referido destaque”.

O jurado Philipe Galdino não tirou nenhum décimo, mas citou que a bateria da Viradouro passou pelo módulo 1 e não se apresentou. “Sei que não existe essa obrigação, mas gostaria de ter tido a oportunidade de apreciá-la melhor”.

Apuração do Especial na TV Globo marca 28 pontos de audiência no Rio de Janeiro

A transmissão da apuração das notas das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro marcou 28 pontos de audiência, com 54% de participação. Sendo mais 10 pontos (+56%) de audiência e mais 16 pontos de participação no comparativo com a média da faixa das quatro terças-feiras anteriores. A apuração, que consagrou a Grande Rio como campeã do carnaval carioca, resultou na maior audiência desta faixa (16h03 às 18h39) desde 20 de fevereiro de 2022, e às terças, foi a maior audiência da faixa desde 2 de novembro de 2021.

mari milton

Deputado envia solicitação ao governador para que Império Serrano desfile no sábado das campeãs

O deputado estadual Dionisio Lins, líde do Progressistas, enviou solicitação na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para que o governador Cláudio Castro “atue em acordo com a Prefeitura do Rio” para que a campeã da Série Ouro, ou seja, o Império Serrano possa estar no desfile das campeãs, no próximo sábado, na Marquês de Sapucaí.

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Em março deste ano, Dionísio Lins foi autor da lei que transformou a a quadra do Império Serrano em patrimônio imaterial do Rio de Janeiro. A decisão visava preservar o espaço como polo para o samba e a cultura no Estado. Em dezembro de 2021, o Império Serrano já havia sido declarado como patrimônio imaterial e cultural do Rio de Janeiro.

O Império Serrano apresentou em 2022 o enredo “Mangangá”, sobre o capoeirista baiano Besouro.venceu a Série Ouro e está de volta ao Grupo Especial. A Verde e Branco perdeu apenas um décimo na apuração.