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Em forte disputa, Gaviões da Fiel define samba para o Carnaval 2023

Os Gaviões da Fiel definiram na madrugada deste sábado o samba-enredo que levará escola rumo ao carnaval de 2023. A final contou com três obras na disputa, onde nas apresentações das parcerias, as torcidas fizeram grande festa levando muita torcida e cantando as respectivas letras. De fato, foi uma grande decisão e, ao final, era difícil apontar um favorito para levar o título. Para fazer o anúncio, houve uma reunião muito demorada para bater o martelo. Após, o intérprete Ernesto Teixeira, seguido de sua ala musical, subiu ao palco e cantou o samba vencedor. A parceria de número 14, feita pelos compositores Araken, Fabinho do Cavaco, Armênio Poesia, Nando do Cavaco, Bruno Jaú, Maestro Jota Ilhabela, Sebastian e A. Filosofia, sagrou-se campeã e terá a oportunidade de colocar seu nome no carnaval dos Gaviões da Fiel em 2023. O enredo da agremiação para o próximo desfile é intitulado como “Em Nome do Pai, dos Filhos, dos Espíritos e dos Santos. Amém!”. * OUÇA O SAMBA DOS GAVIÕES DA FIEL PARA 2023

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Fotos: Gustavo Lima/Site CARNAVALESCO

Nando do Cavaco, um dos autores do samba, falou do sentimento que é vencer nos Gaviões da Fiel e revelou que as reuniões para a composição da obra foram feitas virtualmente. “É uma emoção diferente ganhar na escola do coração. Deu um frio na barriga, demorou um pouquinho mais que o previsto. Quase uma hora de atraso. Os bastidores estavam um pouco tensos, mas graças a Deus deu tudo certo. Apesar da pandemia estar bem melhor, nós não fizemos nenhuma reunião presencial. Foi tudo online. Mas foi tranquilo de fazer, a gente traçou uma linha para a intolerância religiosa, mesmo porque é a linha que a escola vem seguindo. Apostamos em uma gravação com um intérprete muito bom e melódico que é o Zé Paulo Sierra e deu tudo certo”, disse.

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Outro compositor do samba, Armênio Poesia falou que é especial ganhar nos Gaviões da Fiel. Ele é um dos mais famosos e experientes autores de samba do carnaval paulistano. Já ganhou samba em várias escolas e contou que vencer na escola alvinegra é especial, pois o amor pelo time fala alto. “Emoção muito grande. Eu tenho uma história razoavelmente longa no carnaval. Tive a oportunidade de ganhar por diversas agremiações e, nos Gaviões, é uma emoção diferente. Eu que sou corinthiano, poder compor um samba que fala de religião e poder conseguir o amor pelo time, que é algo que a Gaviões nunca quis mascarar ou disfarçar. É como uma religião de fato. Isso ajudou muito na parte poética do samba. Também nos desafiou a seguir um caminho diferente de melodia, que hoje em dia vai muito pro óbvio. Conseguimos ir pro caminho da oração e explorar tonalidades menores”, revelou.

Araken, que também compõe a parceria, disse que a emoção é maior por ser criado na entidade e associado há muito tempo. “Eu que sou sócio, fui criado na casa e meu pai era dos Gaviões, fui criado pela velha-guarda. 23 anos tentando e ganhei três. Isso que o Armênio falou é verdade. Ou a gente viria atropelando ou ficaria só como mais um na lista. E eu não quero isso. Eu quero ver a minha escola de volta, nas cabeças. Acho que a gente foi feliz. É difícil falar. Quem vai falar vai ser a história e o carnaval. Estou estourando, com a alma lavada, com a certeza de que eu fiz um trabalho limpo. Eu espero que na quarta-feira de cinzas a gente esteja conversando e no desfile das campeãs a gente se encontre de novo”, comentou.

Identidade dos Gaviões

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Carlos Tadeu Gomes (Miranda), que compõe a comissão de carnaval, opinou sobre o samba. Segundo ele, apesar de ter sido uma escolha difícil, a comunidade dos Gaviões da Fiel vai dar conta do recado. “Gostei do samba, é empolgante, nós discutimos muito. Os três sambas eram muito competitivos, mas cada um com sua peculiaridade. Porém esse daí é o que encaixa mais com os Gaviões da Fiel no jeito melódico. Não importa horário, se vamos desfilar de manhã ou noite. O samba é aquele que bate no coração e não tem horário certo. A decisão foi quase unânime. Pelo que eu conheço dos Gaviões, vamos vir cantando bastante”, disse.

Samba diferenciado e trabalho avançado

Um dos carnavalescos responsáveis por desenvolver o enredo, Júlio Poloni é enredista e trata muito das sinopses. Segundo o artista, a agremiação tem um grande samba para 2023. “Sobre a longa reunião, essa é a parte ruim de ter três grandes sambas na final. A gente tem noção do que fez, temos um baita samba nas mãos, uma poesia que narra o enredo, uma melodia muito diferenciada e acreditamos muito no potencial dessa obra pra encerrar o desfile na sexta-feira de carnaval”, opinou.

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Segundo Júlio, o trabalho para colocar a escola na pista está a todo vapor. “Já estamos trabalhando bastante, perdendo noites de sono, os carros em plena produção, apresentamos as fantasias recentemente e temos um material muito bom. Então agora é preparar tudo na minúcia, preparar tudo bonito para conseguir entregar esse projeto que é tão maravilhoso e diferenciado”, completou.

Confiança no canto da comunidade 

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Ernesto Teixeira, intérprete dos Gaviões da Fiel, exaltou a obra, a vontade da maioria e a confiança que tem no canto da escola. “A gente tinha três grandes sambas e isso acabou dividindo opiniões. No final, prevaleceu a vontade da maioria e chegamos ao consenso de que o samba 14 vai representar os Gaviões da Fiel no carnaval de 2023. A comunidade canta qualquer samba e esse samba, até por ter a aprovação da maioria, vai ser muito bem cantado e como sempre, vai ser um dos destaques do carnaval”, disse.

Samba excelente e ideias de bossas

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O diretor de bateria da agremiação, mestre Ciro, também confia no fato de que será um dos melhores sambas do carnaval paulistano e revelou que já têm bossas para a bateria fazer. “O samba é excelente. Eu acredito que vai disputar como um dos melhores do carnaval de São Paulo. Está todo mundo super feliz com a escolha e eu acho que vamos ter muito sucesso. Sobre as bossas, a gente já conversou bastante, até porque a gente já vai gravar na quinta-feira. Então a gente tinha que estar preparado para todos os sambas que viessem a ganhar. Temos algumas coisas na cabeça e vamos trabalhar que vai ser show de bola”, comentou.

Análise dos sambas na final:

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Samba 4: Os compositores dessa obra optaram por uma letra bem reflexiva. A ideia foi levar ao pensamento de que nos dias de hoje, muito se precisa de novas atitudes. Os versos na primeira parte do samba retratam isso: “E hei de ver florir, um novo tempo. A paz a refletir ensinamentos. Todas as tribos em comunhão. A dor se rendendo à compaixão”. No fechamento dessa primeira estrofe, se dá com os dois últimos versos: “São muitos caminhos e um só destino em busca do amor divino”. Essa é a característica da obra. Levar para um apelo emocional de união entre povo e religiões. Pouco se fala de divindades e não entra no mérito de determinada fé.

Samba 9: Nessa obra, claramente os autores tiveram a ideia de escrever três refrões fortes, especialmente o principal, que apesar de curto, já mostra muito bem o que é o enredo, além de ter uma melodia para cima. “Em nome do pai sou Gavião. Meu samba é uma prece, é religião. No coração fiel a fé vai além. Amém, amém!”. O refrão do meio tem uma letra impactante e reflexiva. “Graça é calar a guerra. Ver brotar a paz por toda a Terra. É abraçar o irmão e acabar com o rancor. O preconceito vencer o amor”. Por fim, o último refrão se trata exclusivamente à religiosidade e entidades. “Sou Javé, sou Alá. Axé de Obatalá. Vivo em Francisco, em São Jorge no Congá”. Vale ressaltar que na segunda parte do samba há uma passagem crítica: “Correndo risco pelas mãos de um falso Cristo, mesmo assim resisto por um novo Xangri-lá”. Portanto, é uma obra completa. Muita história, reflexão, crítica e letra forte. Tudo que um desfile com esse tipo de enredo pede.

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Samba 14: O samba campeão, é uma obra que se difere por focar quase que inteiramente na religiosidade. Há citações das entidades Obatalá, Ogum, Oxalá, São Jorge e Cristo, além de colocar personalidades religiosas como Chico Xavier e Irmã Dulce. Diferente das outras obras, essa tem como característica uma melodia mais lenta e cadenciada. Vale destacar o refrão do meio, que cita Aruanda e claramente faz um sincretismo religioso com as entidades São Jorge e Ogum: “Aruanda Ê! Kizomba! Nossa bandeira é religião. Nessa corrente eu sou mais um. Guerreiro de São Jorge. Mensageiro de Ogum”.

Resultado final: Claramente, a escola optou pela estratégia de 2022 e escolheu um samba melódico. As outras parcerias tinham andamentos mais acelerados e contagiantes. Porém, a letra retratada falou mais alto que o andamento que a escola quer, mesmo sendo a última agremiação a desfilar na sexta-feira.

Benção dindinha! Parceria de Noca da Portela vence samba-enredo na União da Ilha

A União da Ilha do Governador escolheu já na madrugada deste sábado o samba que vai embalar o desfile na Série Ouro em 2023 para buscar o retorno ao grupo de elite do carnaval. A parceria de Noca da Portela foi a grande vencedora com o refrão “Benção Dindinha” pegando entre a torcida e os componentes que acompanharam as apresentações na grande final. Formam esta parceria os compositores: Noca da Portela, Almir da Ilha, Diogo Nogueira, Ciraninho, Queiroga, Claudio Gaspar, Nilton Carvalho, Valter, Emerson Xumbrega e DG. No próximo carnaval, a União da Ilha vai apresentar o enredo “O Encontro das Águias no Templo de Momo”, que exaltará a alegria da própria Ilha, mas também homenageará sua madrinha centenária, a Portela. Em 2023, a União da Ilha será a sexta escola a pisar na Sapucaí na segunda noite de desfiles da Série Ouro. * OUÇA AQUI O SAMBA-ENREDO DA ILHA PARA O CARNAVAL 2023

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Fotos: Lucas Santos/Site CARNAVALESCO

O compositor Cláudio Gaspar da parceria de Noca da Portela teve a felicidade de ganhar pela primeira vez na União da Ilha. “Eu estou há 10 anos tentando e hoje finalmente consegui. A nossa escola precisava de um samba como esse, eu acho que esse era o samba que a gente precisava que ganhasse. A nossa escola vai subir. Eu amo a Ilha. Acho que a presidência teve muita competência em escolher o nosso samba”.

Também vencedor na parceria, Ciraninho, com história na Portela, lembrou da infância quando a avó morava há poucos metros da quadra da União da Ilha. “É uma grande emoção ser campeão na Ilha, porque poucos sabem, mas eu fui criado, a minha vó mora a 500 metros aqui da quadra. Então eu dei os meus primeiros passos no samba, ainda em 2003, disputa do samba aqui na Ilha, ainda com o Gilsinho defendendo os meus sambas. Nem eu era campeão na Portela, e nem ele era o intérprete da Portela. Hoje a gente retorna a esse palco para ser campeão, ao lado de mestre Noca da Portela, Almir da Ilha, que são os maiores campeões das duas escolas e do meu irmão Diogo Nogueira. Obrigado por todos os parceiros que fizeram parte dessa caminhada, que não foi de hoje, mas de 20 anos de samba. Obrigado nação insulana, que o encontro das águias traga os dois carnavais para as duas escolas”.

Desta vez em voo solo, o carnavalesco Cahê Rodrigues vai para o seu terceiro carnaval seguido na escola insulana. Ele explicou um pouco de como surgiu a ideia do enredo.

“O samba campeão vem trazendo a alegria que a Ilha sempre cantou em seus carnavais. É um sentimento que fez com que essa escola se torna-se a escola da alegria. E em relação ao enredo, quem já fez Portela carrega a Portela no coração, não tem jeito. Quando eu cheguei na Ilha eu fui descobrindo aos poucos, essa ligação do insulano com a Portela, e fui pesquisar um pouco mais. Descobri muitas histórias. Essa ligação vem lá de trás e comecei a pensar em relação ao centenário da Madrinha. Isso acontece um em um milhão, uma madrinha centenária que tem tanto carinho pela sua afilhada e a sua afilhada que tem uma gratidão eterna pela sua madrinha”, explica o artista.

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O carnavalesco também contou como lida com a pressão que uma escola do tamanho da União da Ilha recebe em relação a necessidade de voltar ao Grupo Especial.

“A gente sabe que independente da força da União da Ilha, da popularidade e grandiosidade, fazer carnaval nos grupos de acesso é sempre um desafio muito grande. Eu costumo dizer que a Ilha é uma escola do Especial que está na Série Ouro. A responsabilidade é sempre muito grande, mas a gente sempre trabalha pensando no título, só que não depende só da gente. Ficou provado no nosso último trabalho, a Ilha passou como um trator na Avenida, carnaval digno de Grupo Especial, e acabamos amargando o terceiro lugar, vai pelo ponto de vista de jurados, outras questões, e esse não vai ser diferente, 2023 a escola está se preparando para fazer um desfile superior ao que foi o último, para poder ser consagrada a campeã “.

Presidente Ney Filardi e diretor Dudu falam sobre desafio de retorno ao Especial

O presidente Ney Filardi contou à reportagem do site CARNAVALESCO sobre sua impressão em relação ao enredo escolhido pela União da Ilha para o próximo carnaval e os desafios que a agremiação encontrará em mais um ano no Acesso.

“É uma homenagem bastante propícia, juntou-se o útil com o agradável. Nada mais justo que a Ilha homenagear a sua madrinha em seu centenário. Acho perfeito com toda a humildade. Os desafios são muitos. A Série Ouro tem o Wallace que é um presidente que corre atrás, mas o último dia que as escolas do Grupo de Acesso receberam aporte financeiro foi antes do desfile em 2022. Precisamos olhar com mais carinho para as escolas da Série Ouro. Mas a União da Ilha vai fazer de tudo para colocar um carnaval altamente digno e competitivo na Avenida”, promete o mandatário.

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O presidente também aproveitou para esclarecer sobre a saída do intérprete Ito Melodia e fez questão de ressaltar sua relação pessoal com o artista. “É bastante oportuno eu ter o prazer de falar sobre esse assunto. Em momento algum eu fiquei chateado, zangado com a saída dele, porque eu sei como amigo dele o sufoco que ele passa. Os boletos chegam na casa dele como chegam na casa de todo mundo. Então, eu estou feliz que ele progrediu. Quem sou eu para estar triste com ele, as portas vão estar sempre abertas”.

Estreando como diretor de carnaval na União da Ilha e se tornando mais um profissional cumprindo dupla jornada entre Especial e Série Ouro, Dudu Falcão, também na função na Viradouro, falou um pouco de como está sua rotina depois de aceitar o novo desafio.

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“Por enquanto ainda está muito fácil porque ainda não começou os ensaios de canto, ou de rua. Mas é claro que o telefone não para, as mensagens não param, vai para um barracão, vai para o outro, mas eu estou me sentindo como na Viradouro igualmente abraçado na Ilha, está sendo prazeroso, ainda que cansativo “, explica o diretor.

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Dudu acredita que seu grande desafio na Ilha é resgatar sua essência de gigante do carnaval fazendo com que os componentes acreditem no Acesso. O diretor pretende começar ensaios de rua já em novembro e imagina de 1300 a 1500 componentes no desfile.

“A primeira coisa que eu tenho que mostrar para as pessoas aqui na Ilha, é que ela de fato é uma escola gigante. Me incomoda muito olhar para o brasão da Ilha e não ver uma estrela. É um desafio muito grande, inúmeras escolas querem essa vaga. A gente precisa trabalhar muito para fazer merecer, se vai vir o título, não é uma coisa que vai estar nas nossas mãos, o que dá para fazer é trabalhar e mostrar que nós queremos esta vaga. E em relação ao samba escolhido, não pode faltar o enredo, a essência do que a gente quer homenagear e principalmente a essência da Ilha”, completou o diretor.

Marcelo Santos agora comanda sozinho os ritmistas

Agora sozinho no comando da “Baterilha”, mestre Marcelo Santos revelou que o trabalho já iniciou para o carnaval 2023. “Já estamos fazendo os nossos ensaios todas as quartas-feiras, e a galera está acreditando no projeto. Em 2022, foi um carnaval de muita aprendizagem. A gente sabe que em um carnaval competitivo, o vencedor erra muito pouco. Nós aprendemos muito com o último carnaval. Em relação ao samba campeão, tínhamos quatro grandes sambas que deram muita dor de cabeça ao presidente e aos jurados para escolher. O mais importante era que não faltasse essa alegria da União da Ilha, a União da Ilha é alegria e homenageando a nossa madrinha Portela vai ser um grande carnaval”, acredita o mestre.

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Marcelo também comentou sobre a chegada do novo intérprete da União da Ilha, Igor Vianna. “O Igor Vianna é um campeão, assim como o Ito é um grande intérprete. Nestes últimos quatro anos fui mestre com o Ito como intérprete, o Ito trabalhou com meu pai, um grande cantor, e o Igor não é diferente, é um intérprete muito musical, é um cara que vem com ideia de arranjos, e até mesmo de bossa e está dando muito certo e vai vir muitas surpresas”.

Igor Vianna assume microfone principal da Ilha e tem sua primeira final

Depois de mais de 20 anos com Ito Melodia à frente do carro de som da Ilha, neste próximo carnaval a escola terá uma novidade. Igor Vianna, que no último carnaval subiu com o Império Serrano, será a principal voz da União da Ilha para o carnaval 2023. Igor falou sobre a alegria de chegar a escola insulana e sobre a responsabilidade que terá na agremiação.

“Minha primeira final, estou muito feliz, a decisão ficou pelo presidente e jurados , é um grande samba para um grande carnaval que a Ilha está preparando. Ser campeão é sempre bom, a Ilha está preparada para isso, e respeitando todas as coirmãs, a gente vai trabalhar muito para conseguir o êxito. A União da Ilha é uma escola enorme, maravilhosa, não existe quem não goste da Ilha. Escola de Aroldo, escola de Ito, que ficou 20 anos, o peso é muito grande, mas com a ajuda dos orixás a gente está conseguindo conquistar um pequeno espaço dentro do coração de todo o insulano. E vamos fazer de tudo para que eles nos abracem como a gente já abraçou a União da Ilha”, revela o cantor.

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Igor ainda aproveitou para agradecer ao carinho que tem recebido em todos os lugares quando coloca o seu grito de guerra ” Nunca foi sorte, sempre foi Macumba”, e aproveitou para explicar o importante significado.

“Eu curti muito, porque meu grito de guerra é um grito de libertação, chamando a minha religião, é um grito tirando o que ficou por muito tempo preso dentro da gente. Não só na Ilha, mas em todo lugar que eu canto , quando eu dou meu grito de guerra e o povo cai para dentro é muito prazeroso se ver” .

Casal novo na Azul, Vermelha e Branca

Depois de perder os experientes Marlon Flores e Danielle Nascimento para o Império Serrano, a União da Ilha volta a apostar na experiência e trouxe Thiaguinho Mendonça e Amanda Poblete. A nova porta-bandeira da Ilha falou sobre a recepção que o casal recebeu da comunidade.

“É uma grande honra para nós poder fazer parte desse time maravilhoso que a Ilha montou para o próximo carnaval. A gente ficou muito feliz com a recepção que a gente teve, a forma que a escola vem apoiando nosso trabalho, esse contato nesse período de disputa é sempre interessante pra gente pois é assim que agente consegue criar mais laços, a gente acabou de chegar. As pessoas aqui nos abraçaram de forma incrível. E todo mundo pode ter certeza que a gente vai trabalhar muito, a gente já vem trabalhando muito para dar o nosso melhor na Avenida”, prometeu Amanda Poblete.

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Já Thiaguinho falou sobre a experiência que carregam do Grupo Especial, ressaltando o aprendizado que vem recebendo na União da Ilha e falou sobre a responsabilidade que o casal de mestre-sala e porta-bandeira carrega ao representar um quesito no desfile.

“Eu desmistifico sempre essa questão de o casal ser dois para uma responsabilidade tão grande. A gente tem uma equipe. Aqui do nosso lado a gente tem a Marluce Medeiros , nossa ensaiadora, temos outros apoios, tem a galera do ateliê, tem muita gente envolvida. E a questão de experiência, foi bom os tempos que eu passei no Grupo Especial, sou muito grato por tudo que eu vivi, aprendi bastante, mas acho que estou aprendendo mais com a Ilha do que colocando experiência para fora. E, aproveitar o máximo possível de sintonia que a gente já teve em todos os momentos, resgatar essa sintonia, trabalhar e agradar os jurados. É difícil, mas não é impossível e a gente está aqui para enfrentar”, afirmou Thiaguinho.

A grande final da União da Ilha começou com a apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira que dançaram ao som do samba de exaltação da escola. Baianas, passistas, musas e a bateria de mestre Marcelo Santos fizeram um show ao som de sambas históricos da Ilha como “Fatumbi”, Festa Profana”, “É hoje”, ” É Brinquedo, é brincadeira”, entre outros, e o samba de 2022 sobre Nossa Senhora Aparecida, todos na voz de Igor Vianna. As parcerias finalistas tiveram 20 minutos para se apresentar.

Como foram as parcerias finalistas:

Parceria de Noca da Portela: A primeira parceria a se apresentar trouxe o intérprete oficial da homenageada. Gilson da Portela comandou a apresentação da obra. Destaque para os dois refrões que eram as partes mais cantadas, o “Bença Dindinha” do refrão, que não se repetia, foi o que mais pegou. A torcida trouxe balões e bandeirões para dar maior imponência na parte visual.

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Parceria de Ginho: A segunda parceria a se apresentar na finalíssima da Ilha trouxe Niu Souza do carro de som da Portela para puxar o samba concorrente. A volta do refrão do meio a partir do “venho de lá” se destacava como uma parte mais melódica que foi evidenciada por um arranjo das vozes de apoio. Em termos de canto, o refrão principal se destacava na quadra. Com uma torcida um pouco mais tímida que a primeira parceria, o aspecto visual se destacou pela utilização de alguma bandeiras.

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Parceria de Marcelão: A terceira parceria a se apresentar na União da Ilha tinha como intérpretes Tinga e Wantuir, vozes principais de Vila e Tijuca respectivamente. Destaque para o canto da comunidade, em alguns momentos chaves do samba como na parte anterior ao refrão principal “Portela, um elo de paixão pra vida inteira…” e a galera sustentou o canto. No aspecto visual a parceria também se destacou com muitos balões e bandeiras, e também tinha um grande continente de torcida.

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Parceria de Marquinhus do Banjo: A última parceria a se apresentar na noite de final na Ilha teve como voz principal o intérprete Tem-Tem Jr da Vigário Geral. “Dindinha, a benção madrinha”, foi a parte que mais conquistou a torcida. O ” é” alongado do segundo refrão de um gingado animado ao trecho e deu a oportunidade de tanto os cantores como a torcida fazer coreografia. Sem ter um contingente tão grande como a primeira e terceira apresentações, a torcida fiel trouxe bandeiras e balões e pulou durante a apresentação.

Paraíso do Tuituti sem medo de careta escolhe samba-enredo da parceria de Claudio Russo para o Carnaval 2023

O Paraíso do Tuiuti escolheu o samba-enredo da parceria de Claudio Russo, Moacyr Luz, Gustavo Clarão, Júlio Alves, Alessandro Falcão, Pier Ubertini e W Correia para o Carnaval 2023. A final começou na noite de sexta-feira e o resultado saiu depois das 5h30 deste sábado. A quadra ficou lotada também para a coroação de Mayara Lima, que assumiu o posto de rainha de bateria. Para o desfile do ano que vem, o Tuiuti levará para Avenida o enredo “Mogangueiro da cara preta”, dos carnavalescos Rosa Magalhães e João Vitor Araújo. A história inédita narra a chegada dos búfalos ao Brasil, na Ilha do Marajó, e como isso se transformou em manifestação cultural. * OUÇA AQUI O SAMBA-ENREDO CAMPEÃO DO TUIUTI

“É uma vitória de muita luta, muita vontade de representar o Tuiuti. É a nossa família desde 2016. Quando chegamos aqui, a escola subiu com “Boi Mansinho” (A farra do Boi). Se Deus quiser o Boi do estado do Pará vai trazer muita sorte pra escola. Quando a gente remete ao ritmo do carimbó. No ‘é lá, é lá, é lá’, que eu acho que pegou e vai pegar no Rio de Janeiro todo. Por ser do carimbó, a gente misturou o samba com esse ritmo que é lá do Pará e que vai dar muito certo”, afirmou o compositor Claudio Russo.

“É uma vitória que representa muita coisa, estou muito feliz, ainda mais ao lado do meu parceiro Cláudio Russo, é a nossa terceira vitória aqui. Eu acho que é um samba bonito, que contagiou toda a quadra, os refrões são extremamente fortes e vai impulsionar o desfile da escola, teve uma demora pra dar o resultado, mas graças a Deus saímos campeões mais uma vez, acredito que todo mundo saiu feliz com esse resultado”, disse o compositor Julio Alves.

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A parceria campeã do samba do Tuiuti 2023. Fotos de Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

“O samba tem uma melodia linda. É diferente e graças a Deus vai para avenida”, comemorou o intérpete Tinga.

Em entrevista ao CARNAVALESCO, o presidente Renato Thor comentou, mais uma vez, ter a responsabilidade de abrir os desfiles na segunda-feira do Grupo Especial.

“Vou ser sincero, abrir a segunda-feira de carnaval é uma responsabilidade muito grande, mas o Paraíso do Tuiuti está cada vez mais se preparando para alcançar seus objetivos. Vamos encarar essa missão, nos organizar o máximo possível para realizarmos um espetáculo a altura. Com certeza, o que aconteceu no último carnaval nós vamos nos organizar o máximo para não repetir, temos perdido para nós mesmos e isso precisa acabar”, disse Thor.

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Presidente Renato Thor

O dirigente também falou sobre a coração da rainha Mayara Lima. “Ela representa a nossa comunidade, as escolas de samba. A verdadeira escola é isso que está acontecendo aqui nessa quadra, falar da Mayara é fácil, ela chegou aqui bem novinha e desde pequena já estávamos olhando pra ela, fico feliz por vê-la nesse posto”.

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Mayara Lima com Gabriel David e o presidente Renato Thor

O presidente do Tuiuti também comentou a chegada de Rosa Magalhães e Wander Pires. “Isso é para todos perceberem o que o Tuiuti deseja. Nós tivemos o Paulo Barros, agora estamos com a Rosa, que dispensa comentários, o João Vitor que é um talento, essa dupla está dando muito certo no barracão”, garantiu.

Em entrevista ao site CARNAVALESCO, Rosa Magalhães e João Vitor falaram da parceria na produção do desfile de 2023 do Paraíso do Tuiuti. Os artistas revelaram que já concluíram os protótipos das fantasias.

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Rosa Magalhães e João Vitor

“Está sendo ótimo trabalhar com o João. Ele é talentoso, muito inteligente, estamos trocando muito. Eu estou tentando passar um pouco de experiência pra ele. Sobre o enredo, a gente vai falar do Norte, mas fomos por um outro caminho que ainda não foi feito. Os protótipos das fantasias ficaram um beleza”, disse Rosa.

“Esse é ou já foi o sonho (trabalhar com Rosa Magalhães) de muitos carnavalescos. A Rosa era uma carnavalesca que eu ainda não tinha tido a oportunidade de conhecer. Agora que eu tenho contato com ela todos os dias, eu vejo como que é uma honra. É isso, uma honra e também é muito bom no futuro poder dizer que eu não trabalhei para Rosa, mas trabalhei com a Rosa Magalhães. No enredo de 2023, nós resolvemos ir por Marajó. Embarcamos nessa história linda e cheia de brasilidade. Vamos levar cultura e conhecimento para os amantes de carnaval, mas para os não apaixonados também. A ideia é mostrar essa história que começa na Índia e chega no Brasil. Terminamos nossos protótipos em tempo recorde. Nós também já temos três alegorias sendo montadas ao mesmo tempo e está tudo correndo bem”, completou João Vitor.

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Wander Pires no palco do Tuiuti

Uma das principais contratações do ano, a chegada do intérprete Wander Pires no Tuiuti foi muito festejada por toda escola. Ao CARNAVALESCO, o cantor falou da decisão de sair da Mocidade e ir para agremiação de São Cristóvão.

“O Tuiuti é a continuação de uma história. Essa história começou em 1994, mas o começo no samba em 1989. Hoje é nosso reinício. É diferente, porque o Tuiuti é muito jovem, então é diferente. Essa escola é cheia de valores e já estava pra vir desde 2017. Falei com o presidente Thor que se eu saísse da Mocidade, o Tuiuti seria a primeira escola que eu iria ouvir e como sou homem de palavra, liguei pra ele e agora estou aqui. Está sendo maravilhoso trabalhar com o mestre Marcão, minha ala musical que é incrível, relacionamento bom com os patrões. O presidente Thor me falou que nunca mais vou sair daqui”, brincou Wander Pires.

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Jeferson Carlos e Luiz Carlos Amâncio

Um dos principais quesitos de um desfile, a Harmonia, terá uma dupla no comando no Tuiuti: Luiz Carlos Amâncio terá a companhia de Jeferson Carlos. A dupla está bem alinhada sobre o trabalho que precisa ser desenvolvido até a chegada na Sapucaí.

“A gente não muda nada, só estamos fortalecendo cada vez mais o segmento de harmonia. Temos a chegada do Jeferson que veio para trabalhar junto comigo, a equipe está muito feliz e firme no objetivo de fazermos um grande carnaval. Dia 10 de outubro já vamos começar nossos ensaios. A escola terá 3.200 componentes”, revelou Amâncio.

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Equipe do Tuiuti reunida na quadra na final de samba-enredo para o Carnaval 2023

“É muito gratificante trabalhar ao lado do Amâncio, da comissão de carnaval e de todos no geral. Estamos aqui para somar e tenho certeza que vai ser um grande trabalho. O caminho é trabalhar bastante, é exaustivo e árduo. Mas vamos chegar na avenida fazendo o que a gente faz durante quatro ou cinco meses para podermos alcançar nosso objetivo”, explicou Jeferson Carlos.

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Mayara Lima reinando com a bateria do Tuiuti

Prêmio Estrela do Carnaval 2022, como melhor bateria do Grupo Especial, mestre Marcão deu detalhes do que pode vir no ritmo do Tuiuti em 2023. “Por enquanto tenho nada em mente, mas estamos pesquisando sobre o carimbó e outros ritmos. Por enquanto nenhuma bossa, nem instrumento. A partir de segunda-feira é que vamos ver o tem para fazer. Nós vamos começar a trabalhar agora em cima do samba vencedor”.

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Tuiuti fez uma grande exibição com seus componentes nas apresentações dos sambas históricos

André Gonçalves, diretor de carnaval do Tuiuti, explicou como está o trabalho da escola para o Carnaval de 2023. “Hoje, encerramos nossos protótipos. A partir de segunda-feira vamos iniciar a produção das nossas fantasias. No nosso barracão já está funcionando a ferragem, carpintaria. A ferragem já está entregando nossos carros prontos. O que eu tenho hoje é um trabalho avançado, estamos trabalhando todos os dias até sábado no barracão sem parar. Agora é alcançar o objetivo que não alcançamos esse ano. A partir do dia 10 iniciaremos nossos ensaios na quadra e na segunda semana de novembro já estaremos ensaiando na rua. A gente não faz carnaval pra se manter e sim para campeonato. Continuaremos e vamos insistir nesse trabalho. Esse ano estamos com uma turma toda renovada. Montamos um grupo com a direção de carnaval, harmonia e também os dois carnavalescos que são super profissionais. Vamos tentar pegar o erro e consertar, mas continuo falando que a gente faz carnaval para competir”, afirmou.

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André Gonçalves, diretor de carnaval do Tuiuti

Pelo segundo ano consecutivo, Raphael e Dandara, seguem como primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira do Tuiuti. Agora, a dupla vestirá fantasias desenhadas por Rosas Magalhães e João Vitor.

“É uma responsabilidade muito grande entrar numa fantasia desenhada pela professora e pelo João, esse talento maravilhoso. Já estamos trabalhando juntamente com a nossa coreógrafa Karine Dias. Estamos trabalhando bastante para poder estar a altura da fantasia”, disse Raphael.

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Raphael e Dandara, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira do Tuiuti

“Eu fiquei feliz quando vi. Geralmente, eu preciso de um tempo para assimilar, mas foi uma fantasia que gostei de cara. Mas estou muito empolgada pra ver ela saindo do papel”, revelou Dandara.

Coroação de Mayara Lima na final

A noite foi muito especial para todo mundo que aprecia o samba legítimo no pé e o protagonismo dos sambistas. Mayara Lima, uma das principais personagens do Carnaval 2022, foi coroada nova rainha de bateria do Tuiuti para o desfile do ano que vem. Coube ao diretor de marketing da Liesa, Gabriel David, colocar a coroa na jovem.

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Mayara Lima, já coroada, com Gabriel David e o presidente Renato Thor

O Tuiuti caprichou na festa. A quadra ficou lotada e o público presente foi brindado com um grande show da escola, que foi feito antes das apresentações do três sambas finalistas. A ala de passistas, comandada por Alex Coutinho e Jorge Amarelloh, representou bem demais a maioria dos sambas históricos. A turma da comissão de frente, dos coreógrafos Lucas Maciel e Karina Dias, também caprichou nos movimentos. Sem falar nas musas do Tuiuti, Mari Mola, Fernanda Florentino e Escarlet Cristina, que deram espetáculo de samba no pé. Duas rainhas do Grupo Especial e de comunidade, Bianca Monteiro (Portela) e Evelyn Bastos (Mangueira), marcaram presença, além de Carlinhos Salgueiro.

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Musas do Tuiuti, Mari Mola, Fernanda Florentino e Escarlet Cristina, que deram espetáculo de samba no pé

Análise das apresentações dos sambas na final

Parceria de Eli Penteado: A parceria contou com um número razoável de torcedores, a grande maioria com bandeiras e balões coloridos. Zé Paulo Sierra foi o responsável por liderar o comando do samba, a atuação do intérprete foi um ponto alto na apresentação. O samba foi cantado de maneira satisfatória, não só pela torcida, mas também pelos componentes presentes na quadra e por vários segmentos da escola. Durante os refrões principais, o samba crescia e contagiava toda a quadra, principalmente, na parte “Ninguém segura a manada do Tuiuti”. Porém, foi possível notar alguns torcedores cantando com menos empolgação nos minutos finais da apresentação.

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Parceria de Igor Leal: A segunda parceria da noite se apresentou com Evandro Malandro no comando do microfone principal. A presença dele fez com que o samba rendesse bem durante toda a apresentação, a torcida foi menor em comparação com a das outras parcerias, porém, o canto foi uniforme. Todos estavam com bandeiras nas cores da escola, amarela e azul, além de cordas que formavam laços, fazendo alusão ao enredo da escola e também a uma parte do samba que diz para jogar o laço no boi. O refrão principal foi a parte mais cantada.

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Parceria de Claudio Russo: A turma vencedora pisou forte na quadra. Tinga, o mister final (quando ele está dificilmente perde), deu seu tradicional show na condução da obra. A última parceria da noite começou sua apresentação com bastante garra, antes mesmo da contagem oficial a torcida já cantava o samba à capela. O samba foi cantado com muito entusiasmo pelos torcedores, que levaram balões e bandeiras nas cores da escola, a parceria recorreu também a pirotecnia para chamar atenção do público, fumaça de hidrogênio e fogos de artifícios fizeram parte do show. O refrão que homenageia o ritmo do carimbó animou a todos. Vale destacar que a torcida foi a maior da noite. Foi possível observar vários integrantes da harmonia da escola cantando o samba com muita empolgação. Sem dúvida, foi a apresentação mais empolgante da noite. Uma obra com a cara do Paraíso do Tuiuti.

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O Paraíso do Tuiuti abrirá a segunda-feira de carnaval do Grupo Especial, dia 20 de fevereiro.

Mayara Lima é coroada rainha de bateria do Paraíso do Tuiuti: ‘serei uma eterna passista’

A final do concurso de samba enredo do Paraíso do Tuiuti nesta sexta-feira estará marcada para sempre na vida de Mayara Lima, além da escolha do hino que a escola levará a para avenida no próximo carnaval, a noite também foi marcada pela coroação da sambista como rainha de bateria da escola, muito emocionada, Mayara sambou ao lado dos ritmistas de mestre Marcão e esbanjou a sincronia que a fez viralizar no último carnaval, quando ainda era princesa e viu seu vídeo sambando ganhar proporções jamais imaginadas antes. As rainhas de bateria da Mangueira, Evelyn Bastos, e da Portela, Bianca Monteiro, estiveram presente para prestigiar a coroação de Mayara, elas, que também são oriundas da comunidade, ficaram bem emocionadas.

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Fotos: Magaiver Fernandes/Site CARNAVALESCO

Durante a coroação, o presidente Renato Thor falou sobre a importância de Mayara para a escola e desejou que a rainha seja muito feliz, durante seu discurso, o presidente destacou ainda a mãe de Mayara, figura fundamental para que ela chegasse até aqui. Thor ainda convidou Gabriel David, diretor de Marketing da Liesa, para subir ao palco e coroar a rainha. Ele se mostrou grato e desejou um ótimo reinado para a musa.

“A coroação da Mayara representa a nossa comunidade, representa as escolas de samba, representa que a verdadeira escola é isso que está acontecendo aqui nessa quadra, falar da Mayara é fácil, ela chegou aqui bem novinha e desde pequena já estávamos olhando pra ela, fico feliz por vê-la nesse posto. Procuramos investir no segmento, hoje é um dia histórico, estamos aqui coroando a nossa rainha, todos sabem que meu trabalho é árduo, manter essa escola no Grupo Especial não é fácil, buscamos sempre o título e não só permanecer, acredito que fortalecendo a equipe, ficamos próximos disso. Gostaria de chamar a mãe da Mayara, Márcia, sei que sem ela, a Mayara não estaria aqui hoje. Eu como presidente convidei o Gabriel David para coroar a Mayara, agradeço o trabalho incansável dele na Liesa e também na coirmã Beija-flor de Nilópolis”, disse o presidente.

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Mayara também falou sobre esse momento, disse que é a concretização de um sonho e espera poder retribuir todo o carinho da comunidade, ela conta que passa um filme pela sua cabeça, da época em que sua mãe a levava para as escolas.

“Eu estou muito feliz, hoje é um dia muito especial pra mim, passa um filme na minha cabeça e em relação a minha trajetória no mundo do samba, minha mãe levando pra escola mirim quando eu era nova, hoje a ficha ainda custa cair de que estou sendo coroada como rainha, então realmente passa um filme e eu fico muito feliz”, conta Mayara.

A chegada de Mayara ao posto de rainha de bateria é muito simbólica, afinal, ela passou por todas as etapas dentro de uma escola de samba até chegar nesse cargo, foi da ala de crianças, passista, musa, princesa e agora rainha, com aprovação unanimidade da comunidade da agremiação de São Cristóvão e de todo povo do samba, Mayara ainda sintetiza que pretende representar todas as meninas que sonham chegar nesse posto.

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“Em relação a questão de uma menina da comunidade vir a frente da bateria é muito importante pra mim, representa demais, porque eu sempre digo que meu maior intuito é poder representar meninas, que assim como eu, também sonham, vão sonhar ou sonharam em ser rainha de bateria, fico feliz de poder representar nossa arte, nossa cultura, sempre vou ser uma eterna passista”, pontua Mayara.

Mayara revelou que ser rainha do Tuiuti é muito especial e que ser a rainha do Mestre Marcão é ainda mais emblemático, segundo a própria, ele foi o primeiro mestre de bateria que ela viu quando pisou em uma escola de samba e guardou em pensamento que um dia seria rainha de bateria de uma escola comandada por ele.

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“O primeiro mestre que eu tenho como referência é o mestre Marcão, é até emocionante pra mim, é uma coisa de louco, a primeira vez que eu pisei numa escola de samba ele era o mestre, depois que eu passei a entender de fato como funcionava, o que era o carnaval, eu pensava que seria incrível ser rainha de bateria desse mestre, com as reviravoltas que o mundo da hoje eu estou aqui numa escola incrível, com um mestre incrível e uma bateria maravilhosa, ninguém sabe dessa ligação, é algo muito pessoal minha, nunca expus, é algo muito meu, é a realização de um sonho, de passista a rainha de bateria do mestre Marcão”, fala Mayara emocionada.

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Sobre o seu primeiro desfile como rainha, ela disse estar bem tranquila, que não gosta de se precipitar e deixa a emoção falar mais alto.

“Por incrível que pareça eu estou tranquila, eu vou esperar antes de criar expectativas, eu sou uma pessoa muito calminha, não gosto de me precipitar, sou muito cautelosa pra tudo na minha, gosto de emoções, gosto de sentir o frio na barriga, vamos ver como vai ser”, finaliza Mayara.

  • Colaborou Walter Farias

Leitores apontam parceria de Marquinhus do Banjo favorita para vencer na União da Ilha

A União da Ilha realiza sua final de samba-enredo para o Carnaval 2023 nesta sexta-feira. A escola levará para Avenida o enredo “O encontro das águias no templo de Momo”, desenvolvido pelo carnavalesco Cahê Rodrigues. São quatro obras na decisão. Para os leitores do site a parceria de Marquinhus do Banjo, Gugu Candongas, Paulinho Poeta, Júnior Nova Geração, Rafinha da Ilha, Romeu, Mikaia, Bigode, Arlindinho Cruz e Igor Leal foi considerada favorita para vencer. Ela recebeu 53,7% dos votos, seguida da parceria de Noca da Portela, Almir da Ilha, Diogo Nogueira, Ciraninho, Queiroga, Claudio Gaspar, Nilton Carvalho, Valter, Emerson Xumbrega e DG com 25,4%.

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A parceria de Marcelão, Marinho, Carlinhos Fuzileiro, Deco, Rony Sena, Lobo JR, Geraldo M Felício, Thiago Mainers, Claudio Mattos e Marco Moreno ficou com 16,4%. E a parceria de Ginho, Serginho Versador, Silvana, Niu Souza e Daniel ganhou 4,5%.

Sambas finalistas:

– Marquinhus do Banjo, Gugu Candongas, Paulinho Poeta, Júnior Nova Geração, Rafinha da Ilha, Romeu, Mikaia, Bigode, Arlindinho Cruz e Igor Leal 
– Noca da Portela, Almir da Ilha, Diogo Nogueira, Ciraninho, Queiroga, Claudio Gaspar, Nilton Carvalho, Valter, Emerson Xumbrega e DG 
– Ginho, Serginho Versador, Silvana, Niu Souza e Daniel 
– Marcelão, Marinho, Carlinhos Fuzileiro, Deco, Rony Sena, Lobo JR, Geraldo M Felício, Thiago Mainers, Claudio Mattos e Marco Moreno

Quadra da Unidos da Tijuca passa por transformação com projeto dentro da temática do enredo

Quem chega na quadra da Unidos da Tijuca se surpreende com a beleza em que o lugar se transformou, é como se fosse uma extensão da Baía de Todos os Santos, tema do enredo da escola para o carnaval do próximo ano. O chão virou um grande mar, o teto lembra o céu, no palco tem a presença uma igrejinha baiana e até mesmo a reprodução de uma nau portuguesa pode ser vista em um dos camarotes, esses e outros detalhes serão conhecidos pelo público no dia 15 de outubro, data da semifinal do concurso de samba da agremiação.

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Fotos: Luan Costa/Site CARNAVALESCO

O projeto da quadra temática é de Marcelo Augusto, artista de 48 anos, sendo 36 de carreira e com vivência em vários países ao redor do mundo. Antes de tudo, ele é um apaixonado por carnaval e pelas escolas de samba. Contou que logo aos 12 anos, levado por sua avó, já estava dentro de um barracão contribuindo com sua arte, desde então sua relação com o carnaval se intensificou, teve passagens pela Beija-Flor de Nilópolis, onde trabalhou com grandes profissionais, como Laíla e Xangai, seu trabalho mais reconhecido e premiado foi a da comissão de frente do Paraíso do Tuiuti, em 2018, ao lado de Patrick Carvalho e Jack Vasconcelos, hoje carnavalesco da Unidos da Tijuca.

“Eu comecei numa escola lá atrás, com 12 anos de idade, minha avó pegava a cadeirinha de praia dela com o isopor e o lanchinho, ela foi a maior incentivadora da minha arte, imagina um garoto de 12 anos fazendo uma pintura de arte dentro de uma escola de samba. Eu sou cria do carnaval, mas tive a oportunidade de trabalhar com outros grandes artistas mundo afora, já expus no Louvre, já rodei 83 países, são vivências, porque arte é arte em qualquer lugar do planeta, acredito que vamos vivendo experiências, não faço nada diferente lá fora do que faço aqui dentro, o carnaval me proporcionou muito conhecimento e tive a oportunidade de trabalhar com grandes mestres, toda experiência vai embasando a gente artisticamente e dando o olhar do artista brasileiro, através da nossa arte a gente chega a lugares que nunca imaginamos chegar, eu pude trazer a Madona para o morro da Providência e foi muito bacana”, conta Marcelo.

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Por sua afinidade com o carnaval e com o incentivo de sua patrocinadora, surgiu a oportunidade de levar sua arte novamente para uma escola de samba, a escolhida foi a escola do Borel, a partir daí ele entrou em contato com o diretor de carnaval da escola, Fernando Costa, que prontamente pediu que ele fosse ao barracão para uma conversa inicial, a princípio todos gostaram do projeto, mas havia uma dúvida se o presidente Fernando Horta iria embarcar, porém, Marcelo conta que tudo fluiu bem e se sentiu muito honrado pela confiança de todos em seu trabalho.

“Eu gostaria novamente de fazer uma pintura de arte para uma escola de samba, eu recebi o convite da Colorgin e dentro da agenda que tenho com eles eu trouxe esse projeto pra Tijuca, eu entrei em contato com o Fernando Costa, a gente veio e desenvolveu esse projeto pra cá. Quando eu trouxe a proposta a galera que trabalha com o Horta há muitos anos disse que ele não iria aceitar, mas acabou que a ideia da quadra partiu dele, porque eu fui levar uma proposta para o carnaval, que seria uma empreitada junto com a Sherwin-Williams, acredito que seria muito legal investir no que é o maior espetáculo a céu aberto do planeta. A quadra hoje é tombada pelo IPHAN, quando você mexe numa estrutura dessas que é o patrimônio da escola, dos componentes, da comunidade, tudo acontece na quadra, a escolha do hino, o pavilhão é exaltado”, pontua o artista.

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Em entrevista, Fernando Costa, diretor de carnaval da Tijuca, contou que as primeiras conversas com Marcelo já foram animadoras, mas que o projeto inicial não era da quadra temática, que só surgiu depois, ele acredita que os componentes podem se sentir mais próximos do enredo, além do orgulho em ver a quadra remodelada e mais bonita, ele disse ainda que os comentários nas redes sociais são ótimos e que o componente da Tijuca está mordido por conta do resultado do último carnaval.

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“As coisas foram acontecendo, eu não conhecia o Marcelo, ele entrou em contato falando que tinha um patrocínio, pedi pra ele ir até o barracão pra gente conversar pessoalmente, o projeto inicial não tinha nada a ver com a quadra, era uma outra coisa, levei ele até o presidente e durante o papo surgiu a ideia de fazer algo na quadra, queríamos alguma coisa dentro do enredo, ele fez o projeto e a gente aprovou. Ele já fez coisas que nem estavam no projeto inicial, ele é um cara muito profissional, super conhecido, o trabalho dele é super importante, tem vários projetos espalhados por aí. Ele é de carnaval e isso já ajuda, as ideias foram surgindo e até o dia 15 tem mais coisa pra fazer. Eu acho que a quadra nova aproxima mais, eu mostro fotos e as pessoas doidas, acredito que a autoestima volta, o componente vê e anima, os comentários nas redes sociais são ótimas, depois do resultado deste ano estão todos mordidos, passamos um ano sendo massacrados, mas na avenida mostramos nosso valor”, disse Fernando.

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Para o próximo carnaval, as histórias e belezas da Baía de Todos-Os-Santos formam o tema da Unidos da Tijuca, através do enredo “É onda que vai… É onda que vem… Serei a Baía de todos os santos a se mirar no samba da minha terra”, do carnavalesco Jack Vasconcelos, Marcelo conta que começou a estudar o enredo para poder encaixar o projeto de arte dentro dele e que a primeira coisa que pensou foi em fazer a ligação entre os portugueses que chegaram na costa brasileira, com o presidente Fernando Horta, que é português, o artista conta também que fez uma pintura em homenagem ao português, como forma de reconhecimento.

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“Quando lançou o enredo eu fui pesquisar pra entender a proposta e fiz a ligação, nós temos um português na escola e estamos falando de um lugar que foi onde os portugueses chegaram, como posso fazer o português comprar a ideia, então fiz no camarote dele a caravela, onde a primeira Vela é a vela da Tijuca, é a nau portuguesa, ele é o comandante deste barco, tenho muito carinho e respeito, fiz uma homenagem pra ele também com a pintura na parede, eu acho que homenagens devem ser feitas em vida, é importante reconhecer. Quando ele viu o projeto ficou doido e falou pra gente ir dentro”, disse Marcelo.

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Foto: Trino Produções/Divulgação

Marcelo conta que o projeto todo ainda não foi finalizado e que algumas surpresas serão reservadas para a final do concurso de samba enredo, para ele, a revitalização da quadra pode ser um fator determinante para trazer de volta o orgulho do torcedor tijucano, que viu em 2022 a escola ser alvo de vários boatos no pré-carnaval e que mesmo assim chegou na avenida e apresentou um belíssimo desfile, ele aproveitou para exaltar a equipe artística da escola e acredita que em 2023 a Tijuca retornará aos anos de glórias.

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Foto: Trino Produções/Divulgação

“A gente tinha um provisionamento de uma data para fazer a inauguração, mas eles acharam mais bacana guardar pra semifinal e final, inclusive pra final vai ter mais coisa, terá algumas coisas diferentes, tem coisa guardada, uma cartada final, é onde vamos escolher o hino para 2023. A Tijuca não se contentou com o resultado desse ano e promete vir de uma forma avassaladora para o carnaval 2023, o projeto é muito bacana, o Jack é um cara iluminado naquilo que se propõe a realizar, o Horta tá trazendo um equilíbrio pro time, tá compondo o quadro artístico da escola. Vamos fazer o barulho mostrando na prática, sem forçar, o burburinho que teve nas redes sociais por conta da quadra nova, vi os tijucanos orgulhosos com a quadra sendo revitalizada, ainda mais dentro do enredo e acredito que isso possa fazer diferença no carnaval para 2023”, disse Marcelo.

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Foto: Trino Produções/Divulgação

Em números gerais, Marcelo conta que foram gastos mais de 300 sprays de tinta e que somente no piso foram mais de 300 litros de produtos, entre tintas e seladoras, a lavagem do chão durou cerca de 12 horas para que tudo pudesse ficar da melhor forma, ele destaca que se preocupou muito em não colocar o símbolo da escola no piso no chão, para ele, pisar no pavilhão é algo contraditório e foge do objetivo principal, que é reverenciá-lo, portanto, o objeto dele é que os passistas e casais de mestre-sala e porta-bandeira se sintam no mar, outra preocupação foi com os produtos utilizados, para evitar escorregões dos componentes.

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Foto: Trino Produções/Divulgação

“A gente tá vivendo uma questão aqui no Rio de Janeiro que é a chuva, esse mês choveu quase todos os dias, o que acabou me atrapalhando porque ainda tem um pedaço da área externa que é onde eu vou fazer a parte do piso, então meio que deu uma pausa, mas o trabalho todo foi em 9 dias, é o meu estilo, estar inspirado e querer executar, transformar o lugar me motiva, as vezes fico dois, três dias direto, tenho minha equipe que me acompanha ao longo dos anos, são artistas também que participam, pra mim é importante que essa galera esteja comigo. Através de uma conquista de uma, é importante oportunizar os outros, é isso que vai fazendo o fomento, que torna o trabalho referencial. Agradeço ao presidente da Sherwin-Williams, pelo apoio, é importante que tenha essa parceria, só no piso foram mais de 300 litros de produtos, entre tintas e seladoras, foram 12 horas de lavagem no piso, essa proposta da gente trazer o mar no chão, é algo diferente, não queríamos o pavilhão no chão, a maioria das escolas tem o pavilhão no chão, acho até um pouco contraditório. Existiu todo um tratamento para evitar que ocorra quedas, conseguimos tratar bem o piso, através da tinta que é em escala industrial, pra quem tá frequentando, os passistas, a Denadir e os outros casais se sentirem confortáveis, se sentindo num mar. Foram também 300 latas de spray no total, além da parte das plataformas que me permite ficar no alto”, finalizou o artista.

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Foto: Trino Produções/Divulgação

A volta do orgulho tijucano comentado por Fernando Costa e pelo Marcelo pode ser refletido nas redes sociais da escola, sempre que uma parte da quadra é mostrada, os comentários são diversos e extremamente positivos, é o caso de Giovanna Brammer, torcedora da escola que costuma frequentar a quadra mesmo sendo moradora de São Paulo, para ela, ver a quadra se adequando ao enredo tem sido revigorante e um estímulo a mais para a Tijuca reviver seus melhores anos.

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“Sou torcedora da Tijuca desde 2010 e acompanho a quadra desde 2013, a primeira sou de São Paulo, então tem essa essa distância, essa dificuldade de conseguir ir pra escola sempre e tudo mais, mas sempre que posso e vou ao Rio passar pela Tijuca. A quadra nova eu vi uma parte dela quando fui na primeira eliminatória, o chão ainda não estava pronto, mas eu acompanhei todo o processo pelas redes sociais, por fotos de amigos meus que são tijucanos, é revigorante, sabe? É um ar novo, parece que é uma escola nova, é uma escola diferente depois de tantos anos, desde 2017 que a gente tem passado por tantas dificuldades, acho que agora é um start novo, o carnaval de 22 foi uma lavagem de alma pra gente, ter sido tão respeitado novamente, acho que esse ano a Tijuca com a quadra nova, com o enredo bom, o enredo novo, o enredo com temáticas africanas, coisas que a gente não falava há muito tempo, me despertou assim a gente tá de volta, sabe? A gente está voltando ao que era em 2010, algo que éramos a potência. Então, assim, até presunçoso da minha parte, talvez, mas me dá esse ar novo, me dá essa cara. Está tudo bem. A gente está no caminho. Então, a quadra nova tem sido revigorante pra mim que sou torcedora e acho que é um status de que a gente está tentando voltar com tudo e se Deus quiser voltaremos”, disse Giovanna.

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Diretoria e segmentos da Mangueira avaliam o que não pode faltar no samba que vai embalar o desfile da Verde e Rosa em 2023

Com a final de samba da Estação Primeira de Mangueira batendo na porta do mundo do samba, o site CARNAVALESCO perguntou a alguns integrantes da diretoria mangueirense e para alguns segmentos do que precisa ter o samba que será escolhido para ser a trilha sonora do desfile da Verde e Rosa em 2023 que vai apresentar o enredo “As Áfricas que a Bahia canta”. Para a presidenta Guanayra Firmino, a obra tem que ter o jeito único da escola, representar o modo de ser Mangueira. * OUÇA AQUI OS SAMBAS FINALISTAS

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

“O que não pode faltar é um samba com a cara da Mangueira. E o que o mangueirense pode esperar é muita garra, muita emoção, muita surpresa também”.

Já para o diretor de carnaval, Amauri Wanzeler, a palavra de ordem é a garra que todo o mangueirense tem quando desfila pela agremiação.

“O que não pode faltar no samba da Mangueira é a garra do mangueirense, a garra da sua comunidade e a gente vai ter uma final de samba muito bonita, com muita festa, muita alegria, após a pandemia a gente vai voltar a ter alegria nesta quadra, o calor humano de sua comunidade, uma expectativa muito grande com relação ao desfile da Mangueira 2023, esse enredo é maravilhoso e nossos carnavalescos estão desenvolvendo”.

O carnavalesco Gui Estevão acredita que a obra deve sintetizar a alegria do enredo focando na mensagem dos cortejos negros, trazendo também o forte enfoque no feminino.

“O que não pode faltar é animação, porque isso é o termometro principal do enredo da Mangueira, e acima disso tudo, amensagem forte dos cortejos negros, a importância da formação social e como isso tudo é consolidadado pela mão das mulheres, mas eu tenho a felicaidade de dizer que osa sambas que estão na Mangueira, contemplam isso muito bem, a safra realmente incorporou o espírito do enredo, que vença o melhor”, avalia Guilherme.

A carnavalesca Annik Salmon elogiou a safra e acredita que o samba escolhido vai retratar bem o enredo e será elogiado pelo mundo do samba.

“Os compositores esse ano arrebentaram, são muitas obras boas, todos estão perfeitos, com letras que conseguiram abordar o que a gente colocou na sinopse, com melodias bacanas, e assim já tem o samba campeão e perfeito”, entende a carnavalesca.

Bateria preparada para o desafio do desfile de 2023

De volta ao comando da bateria “Tem Que Respeitar Meu Tamborim”, agora ao lado de Taranta Neto, mestre Rodrigo Explosão, campeão com a escola em 2016, revela que houve uma grande reformulação na bateria durante esse início de preparação para o próximo carnaval, visando selecionar os melhores para representar o grupo tão tradicional de ritmistas do Grupo Especial.

“Estamos começando a fazer um processo, ano passado ficamos bastante tempo sem tocar, e foi um ano bem complicado até na nossa volta. Agora começamos a ensaiar mais cedo, era muita gente voltando a bateria, que estava querendo desfilar, abrimos um processo com a bateria praticamente nova, quem estava dentro não tinha cadeira cativa, abrimos seleção para todo mundo e enxugamos, e colocamos o que tínhamos de melhor. Hoje nós achamos que o que de melhor nós temos, está dentro da bateria. E nós começamos a fazer um processo de evolução, daqui a pouco vamos ter escolha do samba, e aí que a gente continua esse processo todo”, explica Rodrigo.

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Fotos: Lucas Santos/Site CARNAVALESCO

Outro fato que o mestre considera importante, é o entrosamento com o carro de som, Marquinhos Art’Samba segue na escola agora dividindo o microfone oficial com Dowglas Diniz, cria do morro da Mangueira e com passagem até mesmo na bateria da Verde e Rosa.

“Não poderia estar melhor (o entrosamento). O Marquinhos e o Dowglas, que também é oriundo da bateria da Mangueira, então fica tudo mais fácil, Marquinho é nosso amigo para caramba, e no carro de som tem o Digão também e o Vitor Arte, que é da casa, então não poderia ter aliança melhor esse ano”.

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Já Marquinhos Art’Samba falou sobre sua relação com o agora também intérprete oficial da Mangueira. “A minha relação com o Dowglas já dura quase cinco anos, não tem nenhum problema, o Dowglas me chama de pai, daí eu acho que eu não preciso dizer mais nada. É uma coisa bem natural, ele é mais jovem, tem um ímpeto um pouco lá na frente, mas isso não atrapalha em nada, e eu não vejo pra ele nenhum motivo para mudança do estilo, porque eu já tenho esse estilo, já é o meu estilo, e ele tem o estilo dele e isso não atrapalha”.

Tuiuti abre nesta sexta-feira calendário das finais de samba para o Carnaval 2023; público aponta parceria favorita

O Paraíso do Tuiuti define nesta sexta-feira, a partir das 21h, o samba vencedor para o Carnaval 2023. Três obras estão classificadas para decisão. No ano que vem, a agremiação vai levar para a Avenida o enredo “Mogangueiro da cara preta”, dos carnavalescos Rosa Magalhães e João Vitor Araújo. A história inédita narra a chegada dos búfalos ao Brasil, na Ilha do Marajó, e como isso se transformou em manifestação cultural. A quadra do Tuiuti fica no Campo de São Cristóvão, 33, bairro de São Cristóvão. A entrada custará R$ 30 e só será vendida na hora do evento. * OUÇA AQUI OS SAMBAS FINALISTAS 

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O site CARNAVALESCO preparou uma cobertura especial. Nosso esquenta começa a partir das 21h, e a transmissão da final meia noite com muito conteúdo em texto, vídeos e fotos. Além da definição do hino que a escola levará para o próximo carnaval, acontecerá também a coroação de Mayara Lima como rainha de bateria.

* LEIA AQUI: Compositores falam da emoção e expectativa de disputar final de samba-enredo no Tuiuti

Renato Thor, presidente da agremiação, contou o que não pode faltar no samba campeão e também o que o torcedor pode esperar da escola para o carnaval 2023, para ele, o samba campeão deve ter a essência da escola, além de garantir nota boa, como vem ocorrendo desde 2016, para o próximo ano ele espera repetir o feito de 2018, quando o Tuiuti terminou no segundo lugar do Grupo Especial.

* LEIA AQUI: Mayara Lima assume posto de rainha de bateria do Tuiuti e fala sobre coroação: ‘expectativa enorme, mal consigo dormir’

“Não pode faltar a essência do Paraíso do Tuiuti, em termos de samba enredo estamos bem, temos gabaritado desde 2026, perdi um décimo esse ano. Podem esperar mais um belíssimo carnaval, mais empenho e mais dedicação, nos últimos dois anos temos perdido para nós mesmo, carnaval não é mais para amador, tô procurando mais uma vez colocar a mão nesse volante, mostrar que sabemos fazer e repetir 2018”, disse o presidente.

Público aponta parceria favorita

Com 45,5% dos votos, a parceria de Eli Penteado, Bujão, Régis, Wagner Zanco e Almeida Sambista foi eleita a favorita pelos leitores do site como a favorita para vencer. Em segundo lugar ficou a parceria de Claudio Russo, Moacyr Luz, Gustavo
Clarão, Júlio Alves, Alessandro Falcão, Pier Ubertini e W Correia com 40,3%. A parceria de Igor Leal, Inácio Rios, Rafael Prates, Neto, Evandro Santos e Sormany Justem recebeu 14,4%.