Flávia Custódio sobre ser rainha de bateria da Beija-Flor: ‘é uma grande responsabilidade porque Raíssa é eterna’
Dando continuidade às entrevistas com as candidatas ao posto de rainha de bateria da Beija-Flor de Nilópolis, conversamos com Flávia Custódio, passista de 40 anos. Ela está na escola desde 1995 e hoje vive o sonho de alcançar o posto que pertenceu a Raíssa de Oliveira por 20 anos. Flávia nasceu em Nilópolis, mas atualmente mora em Realengo, se intitula dona do lar e tem em sua mãe, dona Regina, seu grande referencial de vida. A final acontece na quinta-feira.
Sua história com Beija-Flor vem antes mesmo de seu nascimento, seus avós e tios têm ligação forte com a agremiação, assim como sua mãe, que chegou na escola em 1969. Flávia diz que seu primeiro desfile foi em 1995, mas um ano antes ela conta que pisou na quadra pela primeira vez, participou dos ensaios e estava pronta para desfilar, porém, quando recebeu a fantasia viu que o peso era muito grande, ela que tinha 12 anos na época, foi convencida pelo diretor da ala a não desfilar, pois poderia passar mal.
“Eu iniciei a minha vida carnavalesca em 1995. Que foi o meu primeiro desfile. Mas a minha história com o Carnaval vem de bem antes, bem antes até mesmo de eu nascer, a minha família toda é de Carnaval. Minha mãe, o primeiro desfile dela na Beija-Flor foi 1969, esse histórico vem da minha mãe, dos meus avós, dos tios, a primeira vez que eu fui a quadra da Beija-Flor foi em 1994, eu consegui uma vaga na ala, eu ensaiei, só que quando foi pra buscar a fantasia, ela pesava mais do que eu, e aí o diretor falou que infelizmente não daria, então foi aquele banho de água fria, mas eu entendi, não teria e ele disse que eu poderia ter problema na avenida por não aguentar até o final. Permaneci, e em 1995 graças a Deus eu iniciei e tô aí até hoje. Eu tinha 12 anos”, conta Flávia.
Antes de chegar ao posto de Passista, Flávia passou pela ala das crianças, foi baianinha e ficou um longo período em ala coreografada, somente em 2019 ela estreou como passista.
“Eu iniciei como ala crianças, no ano seguinte eu fui pra Baianinha, fiquei até o carnaval de 2000 não, aí em 2001 eu ingressei na ala coreografada da Valéria Brito. Lá eu fiquei até 2018. Aí para o carnaval de 2019 eu fui fazer o teste pra ala de Passistas e onde eu me encontro no momento”, diz Flávia.
Muitos foram os desfiles inesquecíveis para Flávia, mas ela destaca que o primeiro ficou marcado em sua memória, mesmo que não tenha muitas fotos, ela diz que foi especial e se recorda de ficar admirando a queima de fogos e de estar muito emocionada por estar participando daquele momento.
“O meu primeiro ano com certeza. Eu tenho várias recordações, mas a minha maior recordação é que eu só sabia chorar, era tanta gente e aquela coisa linda, antigamente a fogos duravam muito tempo, então você ficava assim ali sem entender, vamos chorar porque isso aqui é muito bom, é gostoso de viver eu não consigo esquecer, e eu sempre gosto de de detalhar assim as minhas fantasia, quase não tenho foto, mas tenho tudo na memória, cada ano. Mas o meu primeiro ano foi inesquecível”, conta a passista.
Flávia diz que sempre teve o sonho de ser passista, mas que o tempo foi passando e ela achava que não seria mais possível, porém, a escola sempre a incentivou e abriu portas para que esse sonho se concretizasse, ela resolveu fazer o teste, passou e ama estar em todos os ensaios e sentir a comunidade.
“É o que eu já disse em outras entrevistas, não foi sempre que eu tive esse sonho, mas chegou um determinado momento da minha vida eu acho, eu comecei a botar esses sonhos pra trás, não, não dá mais pra mim, a idade já chegou, e sempre a minha escola abrindo portas, me encorajou, porque não? Vai lá tentar, por que não? E sempre que eu tentei eu obtive êxito, então eu estou muito com tudo. Eu sou muito feliz com a minha escola, eu sou feliz em ser passista, eu amo fazer aquilo ali, de estar toda quinta-feira ali. Eu adoro”, frisou a candidata.
Substituir Raíssa de Oliveira não vai ser tarefa fácil, afinal, a rainha marcou toda uma geração ao longo desses 20 anos de reinado, Flávia conta que ao fazer a inscrição para concorrer ao posto, sentiu medo, mas que ao olhar para dentro da comunidade viu que é possível, afinal, o mais importante para ser rainha ela tem: que é o amor pelo pavilhão.
“Iinicialmente, o meu sentimento no ato que eu fui pra me inscrever foi de medo. Medo por conta de não saber como lidar, de não saber como caminhar, dar mais um passo, mas eu olhei a comunidade, porque eu cresci no meio disso, no meio da velha guarda, da baiana, da tiazinha que cuida do banheiro, da que cuida da cozinha. Não está sendo uma dificuldade, mas lógico que é uma grande responsabilidade porque Raíssa é eterna. Não é ocupar o espaço dela, substituir uma menina que se tornou mulher e que fez com que a gente acreditasse nos nossos sonhos, que é capaz conseguir, é uma honra, uma grande responsabilidade, mas é uma honra e eu sinto que é o meu momento”, conta a candidata.
Para Flávia, nada mudará caso ela vença o concurso, ela hoje enxerga a escola como uma só, onde todos os segmentos têm suas responsabilidades, enquanto muitos tem o carnaval apenas como lazer, a passista diz que leva como se fosse um trabalho e que vai continuar se dedicando de corpo e alma.
“Acredito que dentro da minha vida pessoal não vai mudar nada. E dentro da escola eu acredito que também pra mim não vai mudar muito porque eu sempre vivi com aquilo ali com responsabilidade. Por mais que as pessoas vejam o Carnaval como o seu momento de lazer, o seu momento de distração, mas também é um momento de responsabilidade. Pra mim eu levo como se fosse um trabalho. Eu não vou saber diferenciar muito assim não, ser passista, baianinha ou ser rainha tem seus pesos, mas a responsabilidade é a mesma porque é uma escola só, quando a gente tem amor pelo que a gente faz, o cargo meio que indifere um pouco”, conta.
Ao ser perguntada sobre suas referências dentro do carnaval, Flávia prontamente cita o nome de Raíssa, ela conta que viu a rainha chegar ao posto, em 2003 e acompanhou seu crescimento e amadurecimento dentro da escola, ela diz também que respeita as musas de outras agremiações, mas que dentro de Nilópolis tem muita gente boa e cita também, Sônia Capeta, Neide Tamborim e Aline.
“Sem discussão, né? Raíssa. Porque que história, que legado, que caminho lindo, porque eu vi ela chegar muito menina, se tornar mulher aos olhos do público e a cada ano crescendo, agregando e somando a escola. Ela é uma coisa que me emociona de falar. Ela como muitas outras, eu gosto de falar de dentro do meu quintal. Respeitando todas, mas dentro do meu quintal tem muitas referências. Tem Sônia Capeta, tem a Neide Tamborim maravilhosa, tem a Aline. Então essas são as minhas referências”, diz Flávia.
Flávia finaliza defendendo que dentro do carnaval ocorra mais harmonia entre as escolas, que carnaval não é espaço para briga, mas sim para disputa saudável: “acho que tá faltando um pouquinho mais de harmonia entre as escolas, um pouquinho mais. Vamos sim disputar, mas nós não vamos guerrear”, finaliza Flávia.
Jogo rápido com Flávia Custódio:
Time do coração: Flamengo
Samba-enredo predileto: “A Saga de Agotime, Maria Mineira Naê” (Beija-Flor, 2001)
Filme predileto: “A Órfã”
Comida favorita: Churrasco
Lugar inesquecível que visitou: Brasília (foi com a Beija-Flor durante o enredo de 2010)
Lugar que desejaria visitar: África
Carnaval é espaço para política: Sim
Vila Isabel abre a quadra para comunidade conhecer fantasias do Carnaval 2023 na sexta-feira
Com o samba-enredo para o ano que vem já escolhido, após a celebração em sua quadra no último domingo, a Unidos de Vila Isabel se prepara agora para apresentar ao público as fantasias que levará para a Sapucaí em 2023. Preparando-se para desfilar com o enredo “Nesta Festa, Eu Levo Fé!”, do carnavalesco Paulo Barros, a azul e branca marcou para sexta-feira, 14, a realização de seu tradicional desfile de protótipos de figurinos, outro grande evento do qual a escola não abre mão. O início está previsto para as 20h30. * OUÇA AQUI O SAMBA DA VILA PARA 2023

Com entrada gratuita a noite toda, a Vila estenderá, literalmente, um tapete vermelho em sua quadra para receber quadros de sua comunidade, de sua torcida e da imprensa na ocasião. Também passarão pelo espaço VIP, é claro, as criações de Barros. A intenção é garantir que todos conheçam aquilo que o artista e a equipe dele preparam para ilustrar o enredo sobre as festas populares de cunho religioso que mobilizam fiéis no Brasil e no mundo, aliando os símbolos dessas tradições às inovações do carnavalesco multicampeão.
“Passamos um período de restrições (com a pandemia) e esse enredo foi escolhido para externar nosso sentimento de festejar. Para mim, e acho que para todo mundo, esse vai ser o primeiro ano em que estaremos livres daquele sentimento que rezamos tanto para terminar. O sentimento é celebrar a festa, se divertir e brindar”, afirmou Barros na escolha do samba.
Em 2023, a Vila será a terceira escola a desfilar na Segunda-Feira de Carnaval, em 20 de fevereiro. A agremiação está em busca de seu quarto campeonato — o último foi em 2013.
Leitores apontem parceria de Moisés Santiago favorita para vencer no Salgueiro
A parceria de Moisés Santiago, Líbero, Serginho do Porto, Celino Dias, Aldir Senna, Orlando Ambrósio, Gilmar L Silva e Marquinho Bombeiro foi apontada por 68,3% dos votos dos leitores como a favorita para vencer a disputa de samba-enredo do Salgueiro para o Carnaval 2023. * OUÇA AQUI OS SAMBAS FINALISTAS
A parceria de Moisés Santiago, Líbero, Serginho do Porto, Celino Dias, Aldir Senna, Orlando Ambrósio, Gilmar L Silva e Marquinho Bombeiro ficou com 20,6% e a parceria de Pedrinho da Flor, Arlindinho, Demá Chagas, Leonardo Gallo, Gladiador, Vanderlei Sena, Ramon Quintanilha e Renato Galante com 11,1%.

A Academia do Samba vai definir nesta terça-feira, véspera de feriado, o hino oficial para o carnaval 2023. Depois de receber 19 inscrições em setembro, três parcerias chegam à grande final do concurso: Pedrinho da Flor, Moisés Santiago e Marcelo Motta. Em 2023, o Salgueiro vai levar para a Sapucaí o enredo “Delírios de um paraíso vermelho”, desenvolvido pelo estreante na Academia, o carnavalesco Edson Pereira, que busca realizar uma valorização da liberdade de expressão mostrando que o paraíso cada um é que constrói o seu.
O Salgueiro busca sua décima conquista no Grupo Especial e em 2022 ficou na 6º colocação. O esquenta da grande final realizado pelo site CARNAVALESCO começa às 21h e a partir da meia noite, cobertura total da disputa e da festa da escola pelas redes sociais.
Animado com a disputa de sambas, o presidente André Vaz projeta, a partir da escolha de um grande samba-enredo, a busca do Salgueiro pelo título do carnaval que não vem desde 2009.
“Desde que a gente entrou aqui, desde o primeiro dia, o intuito sempre foi disputar o carnaval, esse é o DNA da escola, é o DNA do Salgueiro e vamos trabalhar para que cada dia possa melhorar. O carnaval hoje está muito disputado, então a gente tem que estar muito bem em todos os quesitos, samba, harmonia, todos os quesitos, para que a gente possa buscar esse título tão sonhado”.
Em sua primeira final como diretor de carnaval do Salgueiro, Julinho Fonseca comentou o que na sua opinião não pode faltar no samba vencedor. “No início da disputa, o Salgueiro foi até um pouco criticado pela safra, mas a proposta é outra, a tendência é outra, então o enredo é super diferente de tudo que já passou no Salgueiro. O samba hoje tem que estar dentro do enredo, dentro da melodia que a gente está precisando, andamento, tudo tem que ter a cara do Salgueiro e qualquer uma das finalistas que for escolhida está pronta para ir para a Avenida”.
Em 2023, o Salgueiro será a quinta escola a pisar na Sapucaí na primeira noite de desfiles do Grupo Especial.
Serviço:
Final de Sambas GRES Acadêmicos do Salgueiro
Data: 11 de outubro, terça-feira
Horário: a partir das 20h30
Valor: R$ 50 (pista); mesas com 04 lugares R$ 50; camarotes a partir de R$ 800 (laterais)
Classificação: 18 anos
Local: quadra do Salgueiro (Rua Silva Teles, 104 – Andaraí)
Valeska Reis é a nova musa do Império Serrano para o Carnaval de 2023
O Império Serrano anunciou que Valeska Reis passa a integrar o time de musas da escola. Após fazer história na folia paulistana, onde foi rainha de bateria do Império de Casa Verde por 11 anos, ela chega em terras cariocas para estrear na Marquês de Sapucaí defendendo as cores do Reizinho de Madureira. Valeska visitou a quadra da escola, em Madureira, e citando o verso de um dos sambas históricos da escola, “Sou Império, sou patente/Só demente que não vê”, falou sobre sua chegada numa agremiação tão tradicional e acolhedora como o Império Serrano, além de ressaltar a homenagem em vida a Arlindo Cruz, enredo do Carnaval 2023.

“Meu pai me trouxe ao mundo das escolas de samba e, lá de São Paulo, me falou sobre o Império Serrano. Conheço a história, sempre ouvi muito os sambas e, por ser uma escola genuinamente negra, eu me sinto em casa. É uma honra chegar nesta escola tão tradicional e tão cheia de história no carnaval do Brasil e que ainda fará uma grande homenagem ao Arlindo Cruz, dando as flores em vida”, disse Valeska.
A beldade será apresentada neste sábado, 15 de outubro, durante a final da disputa de samba-enredo para o Carnaval de 2023. Valeska também revelou que se doa de corpo e alma ao samba e pretende estar presente na vida social da escola.
“Quem conhece a minha história, sabe que gosto de me doar muito, ser presente, me envolver de verdade. Peço licença aos bambas da casa, baianas, passistas, velha guarda e musas para dizer que estou chegando para somar, fazer parte desta família tão bonita e respeitada no mundo do samba. Estou chegando de corpo, alma, coração e muito samba no pé. Não vejo a hora de riscar esse chão da Serrinha”, finalizou Valeska.
Em 2023, o Império Serrano abrirá os desfiles do Grupo Especial, no dia 19 de fevereiro, com o enredo “Lugares de Arlindo”, de autoria do carnavalesco Alex de Souza.
Salgueiro escolhe samba-enredo nesta terça para desfile no Carnaval 2023 com estreia de carnavalesco Edson Pereira
A Academia do Samba vai definir nesta terça-feira, véspera de feriado, o hino oficial para o carnaval 2023. Depois de receber 19 inscrições em setembro, três parcerias chegam à grande final do concurso: Pedrinho da Flor, Moisés Santiago e Marcelo Motta. Em 2023, o Salgueiro vai levar para a Sapucaí o enredo “Delírios de um paraíso vermelho”, desenvolvido pelo estreante na Academia, o carnavalesco Edson Pereira, que busca realizar uma valorização da liberdade de expressão mostrando que o paraíso cada um é que constrói o seu. * OUÇA AQUI OS SAMBAS FINALISTAS
O Salgueiro busca sua décima conquista no Grupo Especial e em 2022 ficou na 6º colocação. O esquenta da grande final realizado pelo site CARNAVALESCO começa às 21h e a partir da meia noite, cobertura total da disputa e da festa da escola pelas redes sociais.
* LEIA AQUI: Compositores finalistas do Salgueiro se preparam para grande decisão
Animado com a disputa de sambas, o presidente André Vaz projeta, a partir da escolha de um grande samba-enredo, a busca do Salgueiro pelo título do carnaval que não vem desde 2009.
“Desde que a gente entrou aqui, desde o primeiro dia, o intuito sempre foi disputar o carnaval, esse é o DNA da escola, é o DNA do Salgueiro e vamos trabalhar para que cada dia possa melhorar. O carnaval hoje está muito disputado, então a gente tem que estar muito bem em todos os quesitos, samba, harmonia, todos os quesitos, para que a gente possa buscar esse título tão sonhado”.
* LEIA AQUI: Presidente André Vaz garante Salgueiro forte para disputa de título em 2023
Em sua primeira final como diretor de carnaval do Salgueiro, Julinho Fonseca comentou o que na sua opinião não pode faltar no samba vencedor.
“No início da disputa, o Salgueiro foi até um pouco criticado pela safra, mas a proposta é outra, a tendência é outra, então o enredo é super diferente de tudo que já passou no Salgueiro. O samba hoje tem que estar dentro do enredo, dentro da melodia que a gente está precisando, andamento, tudo tem que ter a cara do Salgueiro e qualquer uma das finalistas que for escolhida está pronta para ir para a Avenida”.
Em 2023, o Salgueiro será a quinta escola a pisar na Sapucaí na primeira noite de desfiles do Grupo Especial.
Serviço:
Final de Sambas GRES Acadêmicos do Salgueiro
Data: 11 de outubro, terça-feira
Horário: a partir das 20h30
Valor: R$ 50 (pista); mesas com 04 lugares R$ 50; camarotes a partir de R$ 800 (laterais)
Classificação: 18 anos
Local: quadra do Salgueiro (Rua Silva Teles, 104 – Andaraí)
Lorena Raissa sobre ser rainha da Beija-Flor: ‘Muita gente acha que é só sambar, mas é levar o amor pelo pavilhão’
Caçula entre as finalistas do concurso que vai eleger a nova rainha de bateria da Beija-Flor, Lorena Raíssa de 15 anos, é filha de Aline Souza, que já foi grande passista da Beija-Flor. Lorena tem ainda 15 irmãos, seis no mundo do samba. A jovem passista contou ao site CARNAVALESCO um pouco de sua trajetória no mundo do samba. A final do concurso acontece na quinta-feira. As outras duas candidatas vão ser entrevistadas na terça e quarta.
“Eu nasci em 2007, e quis vir ao mundo em pleno ensaio técnico, quatro ônibus tiveram que parar para eu nascer na maternidade. Em 2013, eu fui o pequeno Beija-flor em uma coreografia, acho que até do Patrick Carvalho. Em 2014 eu entrei na ala das passistas, foi no enredo sobre o Boni. Em 2015, o falecido tio Laíla me colocou em um Abre-alas e foi uma coisa incrível para mim, uma emoção pois eu já pequeninha desfilando no carro Abre-alas. Era um dos meus maiores sonhos naquele momento. Passaram-se esses anos dentro da escola, em 2022, esse ano, eu fui representando Mercedes Batista no baile de passistas, no Terceiro Baile dos Passistas, e esse ano estou aqui no concurso de rainha de bateria, uma das finalistas”, conta a jovem postulante.
Lorena revelou que o seu desfile inesquecível pela escola foi em 2018 no enredo “Monstro é aquele que não sabe amar (Os Filhos Abandonados da Pátria Que Os Pariu).

“Para mim o desfile mais inesquecível foi 2018. Eu vim na ala dos Passistas, só que na ala dos passistas mirins em frente da ala das crianças. Foi pelo título, mas eu não sei explicar direito, teve algo diferente ali, sempre é emocionante estar pisando na Avenida, entrar em todos os anos, é emocionante, mas naquele ano para mim, eu senti que tinha um sentimento diferente. Fomos campeãs e foi incrível”.
Consciente da responsabilidade que carrega, Lorena explicou o que em sua opinião representa ser passista e ser comunidade da Beija-Flor.
“Muita gente acha que é só sambar, mas é levar o amor pelo pavilhão. O samba, o carnaval, para algumas pessoas, ainda é mal visto, falam que é uma coisa muito adulta, que criança não pode participar, que fica feio, e usam algumas palavras inadequadas, mas o passista tem que levar o samba, mostrar que é uma cultura, uma dança, além de tudo, mostrar o que é amor pelo samba, pelo pavilhão e pela arte. Ser comunidade não precisa nascer ali dentro para ter amor pela Beija-Flor. A Beija-Flor recebe com muito carinho qualquer um. Para ser comunidade é você querer mesmo estar ali dentro, comunidade é o grupo de amados, um grupo de pessoas que amam, um grupo que está ali um por todos e todos por um e amar o pavilhão. Comunidade é estar ali sempre em todo o ensaio de quinta-feira, é tudo isso e mais um pouco”, define Lorena.
A jovem passista, claro, pensa em como será sua vida se vencer o concurso, mas revela que pretende não deixar que muitas coisas mudem, para continuar agindo com todos da mesma forma que sempre agiu.
“Claramente vai mudar algumas coisas na minha trajetória, mas eu não mudaria nada, deixaria tudo do jeito que está, falar com cada pessoa do mesmo jeito, e ser quem eu sou, que é o que mais as pessoas querem de mim. Acho que só vai mudar algumas coisinhas”.
Sobre referências no samba no pé, Lorena revelou que tem algumas meninas e mulheres.
“Tenho muitas meninas, muitas mulheres maravilhosas, mas para mim é a Raíssa (Oliveira), a minha mãe, a minha irmã Lorrayne e a Mayara Lima. Minha mãe foi uma das primeiras passistas da Beija-Flor”, conta a jovem passista.
A mãe Aline Souza, citada como referência de samba no pé por Lorena, é também a grande inspiração que a jovem tem no mundo do samba, em quem se espelha.
“A minha mãe, posso te dizer que a minha mãe é minha maior referência no carnaval. Nasceu ali dentro, foi criada ali dentro e está trazendo os filhos, os netos a passar por tudo que ela passou e vir ao mundo do samba como ela”.
Por fim, ao ser perguntada sobre o que poderia mudar no carnaval como um todo, Lorena Raíssa acredita que as pessoas do samba deveriam melhorar um pouco alguns comportamentos.
“Eu acho que o que podia melhorar eram as pessoas se unirem mais. Muita gente ‘ ah estou desfilando aqui, mas eu vou falar daqui’, ‘ah estou desfilando aqui mas vou falar mal de lá, porque o meu aqui está melhor’. Eu acho que deveria se unir mais e todos mostrarem o que querem de verdade entregar para o público que é a cultura do samba e do carnaval”.
Jogo rápido com Lorena Raíssa:
Time do coração: Flamengo
Samba-enredo predileto: “O monstro é aquele que não sabe amar” (Beija-Flor 2018)
Filme predileto: “Era uma vez”
Comida favorita: Estrogonofe
Lugar inesquecível que visitou: Cristo Redentor
Lugar que desejaria visitar: Disney
Carnaval é espaço para política: Sou muito nova para pensar nessas coisas
Luto no ritmo! Morre Cláudio Cardoso, diretor de bateria
Faleceu nesta segunda-feira, Cláudio Cardoso, o popular ex diretor e mestre de bateria Claudinho Meião, vítima de um infarto fulminante. Responsável pela formação musical de inúmeros ritmistas cariocas, tendo atuado inclusive como professor na escolinha Tamborim Sensação, entre outras oficinas, era conhecido pela simpatia, sorriso escancarado e jeito boa praça. Não se incomodava de compartilhar seus conhecimentos rítmicos e fazia disso uma maneira de estreitar relações, difundindo toda sua bagagem musical por onde passou.

Atuou de forma proeminente como diretor de bateria de escolas como Unidos da Tijuca, Mangueira e Cubango. Também chegou a ser Mestre de Bateria de duas escolas de samba, sendo elas Acadêmicos da Abolição e Arranco do Engenho de Dentro.
O legado musical deixado por Cláudio Cardoso, assim como cada lição de ritmo, é simplesmente eterno. Felizes foram aqueles que tiveram o privilégio e a honra de poder absorver parte de sua inestimável musicalidade. Seu ouvido diferenciado tinha uma percepção sublime em relação aos timbres graves. Devido a isso era um dos mais renomados afinadores de surdo do carnaval carioca.
Todo seu talento musical e vocação pro ritmo tiveram reconhecimento ao longo dos anos, permitindo que o ex mestre atuasse como um dos julgadores do prêmio Troféu Bateria, distribuído por gente envolvida nas mais diversas agremiações, avaliando as baterias de forma detalhada naipe a naipe. Deixamos nossos sinceros sentimentos a toda sua família e amigos nesse momento de dor profunda, bem como estendemos nosso carinho a seu irmão de ritmo, que atuou fazendo dupla na regência de baterias, Henrique Bilucka.
Ouça o samba-enredo do Paraíso do Tuiuti na versão oficial para o Carnaval 2023
Compositores: Alessandro Falcão, Cláudio Russo, Gustavo Clarão, Julio Alves, Moacyr Luz, Pier Ubertini e W Correia
Intérprete: Wander Pires
Cadê o boi?
O mogangueiro, o mandingueiro de oyá
Meu tuiuti não tem medo de careta
Traz o boi da cara preta do estado do Pará
Num mar de tempestade e ventania
Foi trazendo especiarias que o barco naufragou
Nós moscada, cravo, iguarias
No caminho para as índias a história eternizou
O marinheiro se perdeu na madrugada
O mogangueiro correu para o igarapé
A curuminha entoou uma toada
Enquanto abria se a flor do mururé
E nesse encontro entre o rio e o oceano
A grande ilha que cultiva o carimbó
Dizem que bichos ainda falam com humanos
Há muitos anos na ilha de Marajó
É! Batuqueiro no samba de roda curimbó
Quero ver você cantar como canta o curió
Okê caboclo onde vai a piracema?
Rio acima segue o voo de uma juriti pepena
Há mão que modela a vida
No barro marajoara
E o búfalo que pisa
Esse chão do parauara
Chama o mestre damasceno
Pra entoar esta canção
Das cantigas da vovó
Do tempo da escravidão
É lá! É lá! É lá!
Canoeiro vive só morená
É lá! É lá! É lá!
Mas precisa de um xodó
Compositores finalistas do Salgueiro se preparam para grande decisão
Após 19 obras iniciarem o processo de escolha do samba-enredo da Academia para 2023, agora só restam três hinos sonhando em ocupar esse posto no próximo carnaval. O enredo “Delírios de um paraíso vermelho” está sendo desenvolvido pelo recém chegado carnavalesco Edson Pereira. Pedrinho da Flor, Moisés Santiago e Marcelo Motta encabeçam as parcerias finalistas. O site CARNAVALESCO conversou com um representante de cada uma dos três grupos para saber como anda a ansiedade para a grande final e sobre o que veem de mais especial em suas obras. * OUÇA OS SAMBAS FINALISTAS

Na parceria de Pedrinho da Flor estão também Arlindinho, Leonardo Gallo, Gladiador, Vanderlei Sena, Ramon Quintanilha, Renato Galante e o compositor vitorioso pelo Salgueiro Demá Chagas que faleceu recentemente. Leonardo Gallo falou sobre a sensação de concorrer em mais uma disputa de samba.
“Está sendo diferente, indescritível porque é muita emoção. Cada disputa é diferente. E essa está tendo um sabor, porque é depois da pandemia e o povo abraçar da forma que abraçou, igual agora na nossa passagem. Não tenho palavras, é muito emocionante. E o nosso samba ele fala na essência do Salgueiro. A gente já começa com ” avistei na subida da ladeira o paraíso “, então já é o morro do Salgueiro. O paraíso é no morro e a nossa escola em si. E o refrão arrebatador”, acredita o poeta.
Com Marcelo Motta também estão os compositores Fred Camacho, Guinga do Salgueiro, Getúlio Coelho, Ricardo Neves, Fabrício Fontes, Ralfe Ribeiro e Francisco Aquino. Ralfe Ribeiro contou um pouco da sua história como compositor no Salgueiro.
“Salgueiro é a minha escola do coração. Sempre parecer ser a primeira vez. A minha história aqui já vem de dois campeonatos, já tenho dois sambas na Avenida. Com esse enredo maravilhoso, nós gostamos bastante da história que o carnavalesco desenvolveu para a gente contar. Nosso desenvolvimento foi muito bom. E sobre o nosso samba acho que a parte que mais vai emocionar é na saída de segunda quando a gente fala ‘quem vendeu a eternidade /que descanse em paz, tô por conta do pecado/ hoje eu quero é mais’ a gente quer brincar, quer festejar do nosso jeito, a gente quer festejar do jeito que o Salgueiro sempre fez na Avenida e com respeito total a toda forma de viver”, entende Ralfe.
Já a parceria de Moisés Santiago também conta com a participação de Líbero, Serginho do Porto, Celino Dias, Aldir Senna, Orlando Ambrósio, Gilmar L Silva e Marquinhos Bombeiro. O compositor Serginho do Porto acredita que são grandes obras concorrendo e espera que a sua seja a escolhida pela diretoria.
“Para mim é uma emoção muito grande. Há dois carnavais que a gente vem aqui, sempre indo para as finais, e a gente espera se Deus quiser conseguir ganhar o concurso de sambas-enredo. Mas, a gente sabe que a gente fez um trabalho, esse trabalho não depende da vitória nossa, depende da vitória da diretoria. E se ela achar que esse é o samba que vai para a Avenida, só temos a agradecer “, explicou o compositor.
O Salgueiro vai realizar a grande final para escolha do samba que vai embalar o seu desfile de 2023 nesta terça-feira, dia 11 de outubro, na quadra da escola localizada na Rua Silva Teles.