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Galeria de fotos: Tati Minerato no ensaio de comunidade da Porto da Pedra

Últimas vagas: Unidos de Padre Miguel recebe inscrição de componentes neste sábado

Os interessados em desfilar na Unidos de Padre Miguel devem ficar atentos, neste sábado, a agremiação fará a última etapa de inscrições de componentes para suas alas de comunidade, visando o carnaval de 2023. Quem quiser desfilar em uma das alas do boi vermelho deve comparecer na quadra da escola, na Rua Mesquita, 8, em Padre Miguel, das 11h às 16h. Necessário apresentar uma (1) foto 3×4 (recente), xerox da identidade e do CPF (visíveis), comprovante de residência e carteirinha de vacinação. Será cobrado uma taxa de R$ 50,00 (cinquenta reais). Com o pagamento da taxa, o componente receberá uma camisa da escola.

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Ala das crianças com poucas vagas

Uma das poucas agremiações a manter a tradição com a ala das crianças, a UPM ainda está com algumas vagas para os pequenos foliões. As inscrições também serão feitas no mesmo dia e horário, mas não será cobrada a taxa de inscrição. Os responsáveis devem levar documento de identificação e a documentação da criança.

No carnaval de 2023, a Unidos de Padre Miguel levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “Baião de Mouros”, que está sendo desenvolvido pelos carnavalescos Edson Pereira e Wagner Gonçalves. A UPM será a quinta agremiação a desfilar na sexta-feira de carnaval.

Barracões São Paulo 2023: Gaviões da Fiel prega a união entre as religiões em enredo educativo para o Carnaval 2023

O sol estará por nascer no momento em que os Gaviões da Fiel entrarem no Sambódromo do Anhembi para encerrar a primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Carnaval 2023 em São Paulo. Após um ciclo marcado pela superação das adversidades, a Torcida que Samba novamente aposta em um enredo didático. “Em Nome do Pai, dos Filhos, dos Espíritos e dos Santos… Amém!” é assinado pela dupla de carnavalescos André Marins, que estreia pela agremiação, e Júlio Poloni, que atuou como enredista em 2022.

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Fotos de Gustavo Lima/Site CARNAVALESCO

Reconhecido pelo trabalho vital para o resultado satisfatório dos Gaviões, depois de um pré-carnaval marcado por grande turbulência nos bastidores, Júlio Poloni conduziu a equipe do site CARNAVALESCO em um tour pelo barracão da escola, onde explicou a proposta do enredo de maneira similar à que deseja que o público receba na Avenida.

União entre os povos

Proposto por André Marins, o enredo dos Gaviões da Fiel tem como objetivo transmitir, ao longo dos quatro setores do desfile, a mensagem de que todas as religiões buscam a Deus, mesmo que a maneira de se alcançar esse objetivo seja diferente. De acordo com Júlio Poloni, a ideia é passar esse recado de maneira leve e educativa, de modo que, caso alguém se incomode com algum elemento do desfile, é sinal de que a proposta está sendo executada corretamente.

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Júlio Poloni conduziu a equipe do site CARNAVALESCO em um tour pelo barracão da escola

“Vamos fazer um Carnaval que é um dedo na ferida, é um tema polêmico, mas com poesia e sutileza, nada para chocar. É para passar aquela mensagem. A sinopse foi construída como se Deus escrevesse uma carta para seus filhos, e nós estaremos traduzindo essa carta em forma de desfile. Não estamos apontando o dedo para ninguém, mas a carapuça irá servir para quem tiver que servir. Por exemplo, uma pessoa preconceituosa tendo acesso a essa mensagem, vendo as religiões em comunhão. O que a gente pretende entregar para as pessoas é uma compreensão de que, em muitos pontos, as religiões empregam as mesmas mensagens e são baseadas nos mesmos valores. É basicamente essa mensagem que queremos passar, contra o preconceito. Para as pessoas se livrarem daquele preconceito e se abrirem para essa realidade”, definiu o carnavalesco.

Primeiro setor: Em nome do Pai

Os setores do desfile dos Gaviões serão apresentados na forma de quatro atos, onde um se comunica com o outro de maneira direta e linear. Idealizada junto com a proposta inicial do enredo, a Comissão de Frente terá a função de apresentar a mensagem do enredo como primeiro elemento dessa linha contínua.

“É onde a coisa vira, a coisa acaba. Tudo de ruim acaba na Comissão de Frente. Teremos alguns personagens representando os seguidores de religiões, e teremos oito personagens que representam os perseguidores, os preconceituosos, que existiram ao longo da história. Os religiosos representarão os perseguidos por eles. E aí o espírito de Deus vai intervir para acabar com aquilo e libertar os religiosos daquela situação. Não é o religioso de uma religião, mas sim os religiosos como um todo”, detalhou.

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As alas deste setor terão a função de encaminhar a mensagem de Deus para os Gaviões da Fiel, que terão a função de passá-la adiante.

“Nesse primeiro setor nós utilizamos um pouquinho de licença poética no nosso visual para mostrar Deus enviando seres celestiais para trazer essa mensagem para nós. Temos no carro Abre-alas o Céu se abrindo para a mensagem chegar à Terra. A gente também tem o envio do amor divino, que é a nossa Ala das Baianas, e culmina nesse carro que é o céu se abrindo, com tudo isso sendo derramado sobre a Terra. O primeiro setor finaliza no Abre-alas. A gente está falando do Pai. Então nesse primeiro setor, o Pai está mandando uma mensagem para os Gaviões da Fiel repassarem para o público. A mensagem é de respeito à diversidade, de tolerância religiosa. Uma mensagem de amor, de paz, de união. Essa é a mensagem que vamos transmitir”.

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Segundo setor: Em nome dos Filhos

Os Gaviões da Fiel, representados pela bateria “Ritimão”, viajarão pelos grandes conflitos religiosos ocorridos na história para passar a mensagem divina a qual lhes foi confiada. Dos registros bíblicos aos tempos atuais, passando pelas missões jesuítas nas Américas, o público poderá contemplar como seriam as relações humanas após o cumprimento dessa missão.

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“Teremos a bateria que irá representar a própria Gaviões da Fiel, que são os corinthianos como responsáveis por espalhar essa mensagem que chegou por meio do Pai. Teremos nas alas diversos povos que, ao longo da história, tiveram algum conflito religioso. Teremos nesse setor indígenas e jesuítas, teremos hebreus e egípcios fazendo a fuga do Mar Vermelho, teremos xiitas e sunitas, e no segundo carro teremos a representação da questão dos israelitas e dos palestinos. Esse é todo o setor. Mas aí vocês se perguntam: ‘Puxa, mas isso vai ficar pesado’. Não vai, porque nesse setor, todos esses povos conviverão lado a lado. Vai ter ali o jesuíta com o indígena dançando juntos, você vai ter os xiitas e os sunitas também caminhando lado a lado em paz. O mar Vermelho, a gente vai fazê-lo se abrindo, mas com ambos os povos passando por ele assim como o nosso samba diz que o mar se abriu para testemunhar uma nova era. E assim é nosso segundo setor, culminando no segundo carro. Na parte de cima dele, também como o nosso samba fala ‘Nos braços do Criador, era Cristo ou Oxalá?’, uma escultura representará Deus. Nos braços dele terá uma escultura de um homem negro semelhante a Jesus Cristo. Só que aí queremos provocar essa reflexão aos olhos das pessoas. ‘Poxa vida, era Jesus? Mas Jesus é negro? Não era Jesus, era Oxalá? Quem era?’. Somos todos nós, porque nos braços do Criador todos somos acolhidos, ele apoia a todos. Essa é a ideia”, explicou.

Terceiro setor: Em nome dos Espíritos

O terceiro setor do desfile mostrará que, independente do caminho que as pessoas escolhem para chegar a Deus, os elementos fundamentais são os mesmos em todas as religiões. As alas representarão as virtudes necessárias, enquanto o terceiro carro representarão as maneiras como essas religiões as alcançam.

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“Vamos ter uma fala que fala de amor, uma que fala de justiça e igualdade, outra que fala de paz e fé. Por quê? Porque são os valores que as pessoas precisam ter para chegar a Deus. Esse é o setor dos Espíritos. Falamos do Senhor no primeiro setor, dos povos, que são os filhos, no segundo setor, e nesse dos espíritos. Essas alas falam de dons espirituais que as pessoas precisam ter para encontrar Deus. Esses dons espirituais, culminando nesse carro aqui, esse carro vai ter elementos de diversas religiões. Elementos católicos, lá em cima terá Chico Xavier, fazendo referência ao espiritismo. Aqui na frente teremos uma encenação de religiões de matriz africana. Qual a ideia do setor? É mostrar que qualquer um desses caminhos que você tem para chegar a Deus, eles são válidos desde que você tenha esses valores, esses dons espirituais que foram mostrados à frente”.

Quarto setor: Em nome dos Santos

O desfile dos Gaviões da Fiel se encerra com a celebração dos povos pela mensagem recebida de Deus. As alas representarão as principais referências das religiões, findando no último carro, que trará representantes dessas diversas etnias e homenageará àqueles que tiveram suas vidas marcadas pela propagação da palavra de Deus.

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“As alas fazem homenagens a figuras, a personagens que são consideradas pedras fundamentais de suas religiões. Então aqui vamos falar de Abraão, de Maomé, de Jesus, de Buda, que são personagens que inspiram todos esses valores que a gente está pregando no desfile. Diversas religiões, mas a mesma mensagem, mesmos valores. Aqui à frente desse carro teremos uma procissão ecumênica de todas as religiões, e aqui vamos ter a Irmã Dulce na frente, como mais um símbolo desse novo tempo, dessa mensagem, e nesse carro todo vão ter várias pessoas, de várias etnias, de várias nações, celebrando religiosamente em comunhão. Aí é o desfecho do nosso desfile. A gente espera que a nossa mensagem seja útil e que fique clara”, concluiu Júlio Poloni.

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Ficha técnica
Enredo: “Em Nome do Pai, dos Filhos, dos Espíritos e dos Santos… Amém!”
Alegorias: 4
Alas: 14
Componentes: 1700
Ordem de desfile: Sétima a desfilar na sexta-feira, dia 17 de fevereiro

Dandara Mariana e Rebecca Alves, musas do Salgueiro, se emocionam e encantam a comunidade em ensaio no morro

As musas Dandara Mariana e Rebecca Alves deram um show no ensaio, na noite de quinta-feira, na comunidade do Salgueiro. Com muita energia, simpatia e samba no pé elas mostraram o porque de serem musas da Academia do Samba.

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Foto: Reprodução redes sociais

Dandara se mostrou muita emocionada em estar mais uma vez pisando na quadra onde a escola foi fundada, em entrevista para o site CARNAVALESCO, falou da alegria e a honra de ser musa e a importância de ensaiar na comunidade.

“Emocionante uma escola com muita tradição, mostra respeito e valoriza a comunidade. É um presente. E ter esse contato com eles saber das raízes da sua escola não é só uma questão de vir e está bonita. O carnaval vai muito além disso envolve uma comunidade que trabalha o ano inteiro para desfilar. A costureira do carnaval, por exemplo, ela tem uma outra profissão, é você entender o carnaval como cultural e emocionante”.

Sua fantasia para o desfile ainda é uma surpresa para ela que ressaltou a alegria do carnaval em que tudo é permitido desde que tenha respeito e o importante é ser quem você e ser feliz.

“O carnaval é o momento da gente ser livre, se libertar das amarras, extravasar. Ser quem você é o que gostaria de ser sem julgamentos, o momento de fantasiar a vida, só não vale matar roubar o resto está liberado”.

Já Rebecca Alves é cria da escola onde está há 14 anos e foi da ala de passista por 10 anos, seu avô foi da harmonia e comandante da ala de passistas do Salgueiro. Ela não conteve a felicidade de voltar para o quintal de casa.

“É uma felicidade muito grande ensaiar aqui é aonde nasceu a escola uma energia muito boa sambar nessa quadra. Eu sou cria daqui o Salgueiro para mim é tudo, meu avô foi daqui é minha segunda casa, e hoje eu estar aqui como musa é continuar esse legado dele”.

A musa não escondeu o jogo, falou da sua grande expectativa para o desfile de 2023 e nos confidenciou qual será sua fantasia e que se for pecado sambar vai se permitir a pecar muito neste carnaval.

“O tema da minha fantasia é ‘amores efêmeros’ estou muito feliz com ela, já está pronta só aguardando o dia do desfile para dar meu sangue na avenida”.

As duas se acabaram no “caldeirão do Salgueiro”, próximo ao fim do ensaio Dandara assumiu chocalho da ‘Furiosa’, enquanto Rebecca sambava e bailava à frente da bateria.

Estrela do Carnaval 2022: Rosas de Ouro vence três categorias e integrantes exaltam a importância da premiação

A Sociedade Rosas de Ouro não conseguiu uma colocação que gostaria no carnaval de 2022. A agremiação da Brasilândia ficou em 9° lugar. Porém, não deixou de ser um desfile grandioso. Por determinado tempo durante a apuração, a Roseira chegou entre as cinco melhores colocadas, o que levaria a escola ao desfile das campeãs. Com o enredo “Sanitatém”, que falava dos diversos tipos de curas, o carnavalesco Paulo Menezes ousou e se destacou pela crítica em seu desfile. Ainda era uma época tensa de pandemia e as vacinas era o único tipo de cura. Diante do negacionismo que vivíamos dentro do nosso país naquele momento, na última alegoria houve uma dura crítica ao até então presidente da república. Essa encenação vinha com uma pitada de humor. Causou uma reação gigante no público e muitas pessoas gritaram “fora presidente”. Por sair da bolha de um carnavalesco, Paulo foi contemplado com o Estrela do Carnaval.

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O artista falou sobre a sensação de ganhar o prêmio, a importância da comunidade, o trabalho para 2023 e a vontade de vencer novamente. “É o segundo carnaval, mas é o primeiro solo. No primeiro carnaval solo você ganhar o prêmio de melhor carnavalesco é um incentivo para cada vez melhorar mais, apesar que não estou começando. Tenho uma estrada grande, mas cada prêmio que a gente ganha, é um incentivo para nós. Esse prêmio mostra que estou no caminho e cada vez tenho que fazer melhor. É um misto de felicidade muito grande, pois quando a gente recebe um prêmio, é um reconhecimento de um trabalho. Esse trabalho não é só meu. Não poderia ganhar o prêmio de melhor carnavalesco se eu não tivesse toda uma escola por trás, uma comunidade, esse prêmio foi devido ao desfile que fizemos. E esse desfile eu devo a escola, devo a comunidade, então, esse prêmio não é só meu, é meu, da escola, da comunidade, e de todo o Rosas de Ouro. Para 2023 a escola está linda, alegorias, fantasias são lindas, escola está em uma ‘vibe’ muito boa. A gente espera chegar aqui e ganhar outra vez esse prêmio e ganhar o campeonato”, disse.

Um hino de respeito

O samba-enredo 2022 da Roseira é uma obra-prima. É daqueles que quanto mais você ouve, melhor fica. Fala de “saudade de te abraçar”, onde na época que foi escolhido, devíamos manter o distanciamento social. A cura através da religiosidade é o foco da letra. Passa por diversas fés, como matriz africana, xamãs, cristã e indígena. O contexto geral do samba é a súplica por todo tipo de crença. Também é citado a ciência e a medicina como saber e esperança. Por fim, a obra se encerra com um verso que todos os sambistas sabem: “entenda que o samba também tem o dom de curar”.

Os compositores são: Godoi, Luciano Godoi, Diego Nicolau, André Ricardo, Marcelo Adnet, Douglas Chocolate, Jacopetti, Cacá Mascarenhas, Liso, Antonio Júnior, Hudson Luiz, Andréia Araújo.

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Godoi, um dos autores, contou como é ter sua obra reconhecida como a melhor do carnaval. “Para gente é muito gratificante. O carnaval de 2022 foi muito difícil com uma pandemia. A escola até pensou em mudar de enredo, queria falar dos 50 anos, mas foi um samba tão forte, um enredo tão forte que a escola optou por trazer para a avenida e, aqui, foi uma aula. Uma comoção muito grande, todo mundo cantando no Anhembi e a escola flutuou. O nono lugar às vezes não demonstra o que foi aquele grande desfile e, para nós ganhar o Estrela do Carnaval, que é um dos principais prêmios da mídia carnavalesca, é muito legal. A gente teve sorte de ganhar a maioria dos prêmios da imprensa especializada. Falo em meu nome e de toda a parceria que fizemos esse samba juntos”, declarou.

O compositor contou um fato inusitado. Devido à pandemia, os compositores tiveram que tomar as devidas precauções e não puderam se reunir. Foi uma obra inteira feita online. “Somos uma parceria grande de 11 pessoas. Foi feito entre setembro e outubro de 2020, que era o auge da pandemia. A gente não se encontrou nenhuma vez. Foi um samba inteiro feito por WhatsApp. A gente se reuniu cinco ou seis vezes online, tinha dia que saía muita coisa e tinha dia que não saía nada. Depois foi fluindo, quando acabou a gente ficou emocionado, gravamos e foi aquela comoção na internet. Claro que a gente queria muito o título, mas é muito honroso para gente ser condecorado com esses prêmios”, completou.

Bateria com Identidade e o segundo Estrela do Carnaval seguido

A bateria regida por mestre Rafa, mostra uma ousadia fora do comum. O diretor é fascinado por bossas, apagões e paradinhas. É uma das batucadas mais modernas do carnaval paulistano e, sem dúvida alguma, é uma das melhores que a Rosas de Ouro já teve ao longo de sua história.

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Mestre Rafa, emocionado, falou sobre levar o prêmio Estrela do Carnaval. “Estou feliz demais. É um prêmio que quando eu era pequeno, tinha as festas, eu sonhava levar para a bateria da Rosas de Ouro e não tinha conquistado. Na minha gestão a gente vai e conquista. Temos mais de 50 anos de escola e a bateria só começou a ganhar prêmios só de cinco anos pra cá. Ficamos 46 anos sem ganhar prêmio nenhum. Todo prêmio que eu ganho, pode ser do site que for, eu valorizo mesmo e dou o maior valor para a equipe”, disse.

Irresistível! Paixão salgueirense toma conta de ensaio no morro com energia especial da comunidade para o Carnaval 2023

O Salgueiro subiu o morro, na noite de quinta-feira, para encontrar a comunidade e fazer uma apresentação épica na “quadra resistência” de sua história. Se em 1953 Geraldo Babão (cantor e compositor salgueirense e um dos fundadores da escola) desceu o morro cantando “Vamos balançar a roseira/Dar um susto na Portela, no Império, na Mangueira/Se houver opinião, o Salgueiro apresenta uma só união”. Agora, o caminho foi inverso, a Vermelho e Branco subiu o morro para exaltar a resistência, resgatar suas raízes e celebrar o maior nome do carnaval, Joãozinho Trinta.

A importância do ensaio na comunidade também foi ressaltada pelo presidente da escola, André Vaz, que não escondeu o orgulho. “É importante e tem muita emoção ensaiar aqui. É onde tudo aconteceu, onde o Salgueiro nasceu. É mais um ensaio que trouxemos para dentro da comunidade, para que a escola sinta essa energia e que a gente possa levar para avenida. O Salgueiro vem muito forte, estamos caladinhos, nosso barracão imenso, fantasias lindas e o samba crescendo dia a dia. A comunidade abraçou o samba e a causa e vamos fazer um belo carnaval”, garantiu.

Comissão de Frente

O grupo fez várias interpretações durante a apresentação, mostrando um entrosamento perfeito entre seus componentes, não deixando de mostrar uma força incrível mesmo eu um espaço menor para sua apresentação. Patrick Carvalho, coreógrafo da comissão de frente, está prometendo levar a Sapucaí ao delírio com a historia a ser contada na avenida. Após sair do local onde se apresentou para o público a comissão continuou a sua caminhada pela quadra fazendo coreografias para os demais presentes.

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Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O casal Sidclei e Marcella Alves mostrou a sintonia de sempre fazendo uma linda apresentação com passos marcados e bailando pela quadra como se estivessem na apresentação oficial. Bastante giros, dançaram bem, causando uma excelente impressão a todos que os assistiam.

Harmonia e Samba-Enredo

Com um samba crescendo e ganhando corpo em cada ensaio, a comunidade está afiada com a letra na ponta da língu. A emoção e alegria de estar pisando na quadra do morro foi dita pelo intérprete Emerson Dias, que ressaltou a importância de estarem ali dentro do coração da escola.

“A energia que a gente tem aqui dentro é inigualável. São as raízes, como o próprio nome da quadra diz, onde a escola foi criada. A gente esta aqui, pegando essa energia e esse axé. Sempre que tem o ensaio aqui a gente sai de alma lavada. Nossos ensaios tem sido cada vez mais animados, mais quentes, o povo cantando cada vez mais de verdade. Parafraseando meu amigo Ito Melodia, eles incorporaram mesmo este samba e estão cantando como nunca. Ouso dizer que nesses cinco anos de Academia do Samba, desde que voltei, esse é um dos cantos mais fortes, se não for o mais forte”, garantiu o cantor salgueirense.

Evolução

O espetáculo maior ficou por conta do chão da escola. Muitos subiram a pé para este dia especial, outros que moram por ali desceram e se reuniram para dar um show de samba no pé, no coração e na alma. A energia que emanou da quadra foi espetacular. Cada componente respondendo aos comando do intérprete e quando a ‘Furiosa’ começou a tocar, aí a quadra veio abaixo, uma mistura de satisfação e felicidade.

“Essa comunidade que vai levar o Salgueiro para vitória. Esse ensaio serve para todos conhecerem nosso samba, os novos segmentos trazer mais eles para o samba e pegar essa energia maravilhosa no meio da quadra, onde tudo começou. Me sinto maravilhado, cheguei aqui e desde da subida até a quadram, todo mundo falando comigo e parabenizando pelo que está sendo feito, pelo que estão vendo na internet. O amor por essa escola é surreal. Aqui é uma coisa completamente diferente de onde já passei, o pessoal abraça a causa, abraça o samba, canta com vontade”, disse Julinho Fonseca, diretor de carnaval do Salgueiro.

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O Salgueiro será a quinta escola a desfilar no domingo de carnaval, com enredo “Delírios de um Paraíso Vermelho”, de autoria do carnavalesco Edson Pereira, e que homenageia Joãosinho Trinta.

Pesquisador conta como descobriu a existência de Rosa Maria Egipcíaca, enredo da Viradouro para o Carnaval 2023

O pesquisador Luiz Mott, autor do livro “Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil”, vem contribuindo com o carnavalesco Tarcísio Zanon para contar a vida de Rosa Maria Egipcíaca na Marquês de Sapucaí. Pioneiro na descoberta da existência dessa história, ele contou detalhes da sua pesquisa que vem sendo a base do enredo da Viradouro.

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Foto: Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO

Em entrevista ao CARNAVALESCO, Mott relembrou o primeiro contato dele com documentos históricos que comprovavam a existência da homenageada pela Vermelho e Branco de Niterói.

“Na verdade, ninguém tinha conhecimento da Rosa até que eu descobri o processo lá em Portugal”.

Luiz Mott também revelou o que mais o impressionou quando teve contato com a história da mulher negra tema do enredo da Viradouro.

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”O que mais me impressionou foi essa adaptação. Ela foi de escrava a uma santa adorada pela população do Rio de Janeiro. De modo que a escravidão, apesar de muito cruel, havia brechas, havia espaços para a escrava se tornar uma senhora”.

Sobre o fato da vida de Rosa Maria Egipcíaca não ter sido contada nos livros de história, o pesquisador falou em “falta de conhecimento”.

”Ninguém teve acesso ao processo. Não foi uma censura. Foi falta de conhecimento mesmo”, citou.

‘Barroca é resistência por um novo amanhã!’ Escola muda identidade, aposta em enredo indígena e promete investir forte na estética

Iniciando a Série Barracões São Paulo, a equipe do site CARNAVALESCO visitou o barracão do Barroca Zona Sul e conheceu o projeto da escola para o carnaval de 2023. O enredo da agremiação tem como título “Guaicurus”, nome de um povo indígena que a verde e rosa irá homenagear. O carnavalesco da Barroca Zona Sul, Rodrigo Meiners, contou todo o desenvolvimento do tema e a projeção do desfile.

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Fotos: Gustavo Lima/Site CARNAVALESCO

“O enredo da Barroca Zona Sul é ‘Guaicurus’, que é uma homenagem aos povos originários do Brasil. Esse povo indígena foi escolhido porque muita gente conhece a história da guerra do Paraguai, da questão da divisão territorial da região centro-oeste, mas pouca gente dá importância para esse povo. Guaicurus era um povo indígena que vivia naquela região e que foi usado como exército do Brasil na Guerra do Paraguai, justamente por conhecer, dominar e conhecer os animais daquela região, principalmente os cavalos. Pelo fato de os Guaicurus serem os índios cavaleiros, o tempo de locomoção deles na guerra, ajudou muito a vitória do Brasil. A gente traz a história desse povo que ficou esquecida nessa divisão territorial e na parte histórica e, no final, a gente faz uma comparação e associação com os tempos atuais de que se os povos indígenas ainda não resistissem na região pantaneira, o Pantanal hoje não existiria mais. Se lá atrás os Guaicurus foram fundamentais para o Pantanal pertencer ao Brasil, hoje os Cadiuéus e outros povos indígenas são importantes para o Pantanal ter diversidade de fauna, flora, biodiversidade e ainda ser um ambiente verde, de mata e de floresta”, contou.

O trabalho de pesquisa

Um dos maiores desafios de um carnavalesco é criar uma sinopse que atenda todos os requisitos para a escola e uma pesquisa satisfatória para o desenvolvimento de alegorias e fantasias. Além disso, é importante que toda a comunidade entenda o que a sua agremiação está levando para a avenida. Desde que Rodrigo chegou no carnaval paulistano, em 2019, ele só teve que trabalhar com enredos afro. De acordo com o artista, a dificuldade com uma temática diferente foi natural.

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“Eu nunca havia feito um enredo indígena. Todos os meus enredos foram de matriz africana, desde a Mocidade Unida da Mooca até os que eu fiz na Barroca. Desenvolvendo pela primeira vez um enredo indígena, a dificuldade se mistura muito. O que foi real e o que foi lenda. Existem vários relatos sobre os Guaicurus e como eles surgiram, mas a gente sempre fica em dúvida do que é uma lenda, mito e do que realmente é verdade. A gente escolheu uma linha completamente histórica para contar o que aconteceu exatamente na formação territorial do Brasil e não a origem do povo em si. Aí sim é um fato registrado e não uma possível lenda. A gente segue do começo ao fim do nosso enredo, o livro do Darcy Ribeiro, que foi um dos grandes pesquisadores e historiador do Brasil que deu muita voz. Ele chegou a viver a cultura indígena, foi ao Pantanal e conversou com os povos”, disse.

Um enredo próprio

O tema é de autoria própria do artista. Será a primeira vez que o carnavalesco irá colocar em prática um enredo de sua cabeça. A diretoria acreditou no trabalho e deu carta branca para o desenvolvimento. Rodrigo contou como surgiu a ideia.

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“Eu consumo carnaval 24 horas por dia nos meus tempos livres. Eu assisto desfiles de escolas de samba, treino ilustração, escrevo algumas coisas e vou guardando. Assistindo o desfile do Salgueiro de 1998 do carnavalesco Mauro Quintaes, o enredo era Pantanal. Os Guaicurus foram citados. Isso me despertou uma curiosidade. O porque os Guaicurus foram citados e não qualquer outro povo indígena. Pesquisando quem era, montei esse enredo. Quando eu monto um enredo sem direcionamento, faço de maneira muito aberta. Por exemplo, eu faço um texto, tive a ajuda do meu irmão, Thiago Meiners, que é compositor e do Marcão, diretor de carnaval da escola. Ele sempre trouxe os enredos e esse ano gentilmente ele acreditou que a minha ideia fosse a melhor e assumiu essa responsabilidade de levar o tema para a avenida. Juntamente com eles, eu comecei a fechar o enredo. Quando eu faço lá atrás sem uma escola definida e sem um projeto, é muito aberto. Quando a Barroca aceitou, as mudanças foram essas. Encaixar toda essa história sem perder os pontos de desfile do carnaval de São Paulo, que são quatro alegorias e mínimo de 1600 componentes”, afirmou.

Escola com uma proposta diferente

Antes mesmo de Rodrigo Meiners assumir o posto de carnavalesco da agremiação, a Barroca Zona Sul já havia subido com um tema afro, levando um tema de Oxóssi. Após a subida para o Grupo Especial, a verde e rosa de Jabaquara levou para o Anhembi a homenagem à Tereza de Benguela e, no carnaval de 2022, a agremiação homenageou a entidade Zé Pilintra. Agora, a escola irá virar a chave completamente, levando para a avenida um tema indígena. O carnavalesco contou sobre esse desafio da Barroca para o próximo desfile e o significado de encerrar um novo ciclo para a comunidade.

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“Eu cheguei em 2020 fazendo Tereza de Benguela e 2021 e 2022 com Zé Pilintra, mas a escola já vinha com essa questão do afro antes. O mais difícil para a escola nem é sair do afro, e sim sair da questão religiosa. Se você parar para pensar, em 2022 foi uma entidade religiosa da Umbanda e querendo ou não, tem matriz africana. Tereza de Benguela é um tema afro e até mais para trás a escola tem o enredo do pescador trazendo Nossa Senhora. O enredo não é religioso. Ele é histórico, indígena e não vai entrar nessa questão religiosa e muito menos afro. Foi uma surpresa para a comunidade. Foi uma surpresa até mesmo para os amantes do carnaval. Todo mundo esperava que a Barroca viesse novamente nessa linha e a escola decidiu mudar. A gente fez um grande desfile, ficou em uma colocação respeitável, não corremos risco de cair para o Acesso, ficamos mais perto do desfile das campeãs novamente, igual em 2020. Como a escola já vinha com essa questão de enredos semelhantes, a gente decidiu mudar. Essa questão do Zé Pilintra encerrou esse ciclo, porque é uma entidade muito importante. A Barroca acredita muito. Fez parte da retomada da escola do carnaval de bairro até o Especial de novo. Fizemos isso até em forma de agradecimento para mudar completamente o que a escola vai cantar e mostrar esteticamente”, declarou.

Estética para o próximo carnaval é o ponto alto

A Barroca Zona Sul, foi uma das escolas que mais investiram em alegorias no último carnaval. Foi a agremiação com a maior escultura em um abre-alas. Nos demais carros, houve uma grande abrangência do colorido e cuidado com a estética. Segundo Meiners, a imponência promete ser maior ainda, pois o enredo pede tal investimento.

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“Quando a gente traz um enredo mais histórico e tem coroa portuguesa, espanhola, Dom Pedro e tudo isso dentro de um tema indígena, o visual precisa enriquecer. A gente não pode falar disso usando palha e tecido estampado, que são coisas usadas mais em enredos afro. Precisa trazer um luxo maior nas alegorias e fazer um investimento nessas questões de peças. Não que o enredo afro seja mais barato. Depende muito do material que você vai usar. Mas esteticamente falando, um enredo histórico traz mais possibilidades de fazer um requinte mais trabalhado. A gente aposta muito nisso. É claro que nossas alegorias não são todas para esse lado histórico, mas o fato de ter quase que dois setores que contam essa parte de essa parte de países e coroas, dão um grande visual no setor da escola, tanto em alegoria quanto em fantasia. A Barroca Zona Sul vai vir vestida de uma maneira que não vem há muito tempo em termos de modelagem, forma e tamanho de costeiro. É um carnaval imponente visualmente falando. Bem mais do que foi em 2022. Em 2023 vamos levar para o Anhembi um carnaval com os mesmos tamanhos, até pela questão do reaproveitamento do chassi que vamos fazer de um carnaval para o outro, mas com um acabamento ainda mais apurado”, contou.

Conheça o desfile

Setor 1: “O primeiro setor da escola é o aparecimento dos Guaicurus na escola. É quando Aleixo Garcia, colonizador, foi fazer uma expedição em busca de explorar os índios do Canadá, americanos, região do Peru e, na volta, ele passa pelo Rio Paraguai. Quando ele tenta aportar, é atacado pelos Guaicurus. Aí que o povo começa a aparecer na história do Brasil e da América como um todo. Essa é a nossa abertura. O surgimento dos Guaicurus na América”.

Setor 2: “O nosso segundo setor é do início dessas batalhas e confrontos entre coroas e países para a determinação geográfica da América. Influência da coroa portuguesa e da família real”.

Setor 3: “O terceiro setor é são as batalhas em que os Guaicurus foram fundamentais para o Brasil vencer essas guerras e se tornar o maior país territorial da américa, com mais biodiversidade, fauna e flora. Os Guaicurus foram fundamentais para o Brasil na Guerra de São Salvador e do Paraguai.

Setor 4: “O nosso quarto setor é o Pantanal, que é a morada dos indígenas e Guaicurus. É a região em que os Guaicurus se colocaram em risco e grande parte exterminados pelo Pantanal. Grande parte do amor que o povo tem pelo Pantanal, que eles se sujeitaram a participar dessas guerras, a fazer acordo com Dom Pedro e coroa portuguesa justamente para não largarem a região nas mãos dos colonizadores e exploradores e, nos tempos de hoje, políticos.

Sabrina Sato reina à frente da ‘Swingueira de Noel’ no ensaio de rua da Vila Isabel

O tradicional ensaio de rua da Unidos de Vila Isabel no Boulevard 28 de Setembro contou com mais um atrativo na noite dessa quarta-feira. A rainha de bateria, Sabrina Sato, deu um show de animação e samba no pé ao reinar à frente da bateria Swingueira de Noel, liderada pelo mestre Macaco Branco.

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Foto: Diego Mendes/Divulgação Vila Isabel

Com muita simpatia, a apresentadora retribuiu o carinho do público com entrega total ao samba-enredo da agremiação. Os espectadores lotaram as calçadas e mostraram já conhecer a obra musical, assinada pelos compositores Dinny da Vila, Kleber Cassino, Mano 10, Doc Santana e Marcos, oriundos do Morro dos Macacos. A escola vai levar para a Sapucaí neste ano o enredo “Nessa festa, eu levo fé!”, do carnavalesco Paulo Barros.

Quem também arrancou muitos aplausos foi o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Jackson Senhorinho e Bárbara Dionísio, assim como passistas, membros da velha-guarda e componentes de ala, além do carro de som liderado pelo intérprete Tinga.

A Vila Isabel volta a ensaiar na próxima quarta-feira (25), com concentração a partir das 20h em frente à Basílica Nossa Senhora de Lourdes, que fica no Boulevard 28 de Setembro, 200, em Vila Isabel.