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Maria Mariá traz a potência do CPX para a Imperatriz Leopoldinense

Uma das maiores apostas da Imperatriz Leopoldinense para 2023, Maria Mariá brilha no pré-carnaval, provando que não se assusta com a grandiosidade do posto de rainha de bateria. A jovem, de 20 anos, faz parte da escola desde criança, quando iniciou sua carreira na ala mirim.

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Fotos: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

Com a recente promoção e a enxurrada de eventos, o site CARNAVALESCO pediu que fizesse uma análise do papel de uma rainha. Maria conseguiu sintetizar sua opinião: “(Preciso) representar todo o amor do pavilhão, principalmente por estar na frente do coração da Imperatriz, a bateria. Já era o que ditava o meu samba na época de passista, então agora mesmo que enxergo a posição com responsabilidade”.

Ainda assim, ela admite que se pressiona para dar o seu melhor na Avenida. O ensaio técnico foi uma das ocasiões em que a ansiedade pôde ser sentida. “Foi uma mistura de nervosismo e alegria. A gente sempre cria expectativa e sai tudo diferente, porque é uma coisa nova, mas foi até melhor”, comentou.

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Nascida e criada no Complexo do Alemão, Maria só acumula motivos para ter orgulho de sua trajetória. Ela estuda comunicação social na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e gosta de estar presente em debates sobre pautas sociais. Desde sua coroação, leva um pouco dessa essência para o carnaval.

Leandro Vieira, carnavalesco da Imperatriz, a presenteou com uma coroa banhada a ouro em formato de boné com a sigla CPX. Além de se emocionar com a homenagem, Maria guarda com carinho o objeto personalizado.

“Aquilo foi lindo. Para mim, é muito especial mostrar que existem várias pessoas dentro das comunidades do complexo, então é importante levar esse simbolismo para a Sapucaí. A sacada do Leandro com a minha coroa foi incrível, e eu não sabia de nada”, afirmou.

Para uma agremiação que precisava tanto de uma figura de sua comunidade em destaque, Maria não somente representa de uma ótima forma, como também tem potencial para elevar a Imperatriz Leopoldinense na luta pelo campeonato carioca.

Giovanna Alparone é a mais nova musa da Vigário Geral

Com enredo infantil, Acadêmicos de Vigário Geral segue trabalhando forte para brilhar no Carnaval 2023. A agremiação ganhou um importante reforço. Trata-se da atriz, modelo e cantora Giovanna Alparone, a mais nova musa da agremiação. Com mais de quatro milhões de seguidores nas redes sociais, Giovanna Alparone desfilará pela primeira vez na Vigario Geral na frente da ala das crianças. Giovanna, mais conhecida pela criançada como Gi, tem apenas 13 anos de idade e já coleciona mais de 13 filmes nas telas nacionais. Eufórica, ela agradeceu a oportunidade para desfilar na escola.

musa crianca

“Estou muito feliz em desfilar pela primeira vez na Vigário Geral, que vem trazendo um enredo infantil e super alegre. Estou fazendo aulas de samba com a minha amiga Egili Oliveira, rainha de bateria da escola, e já estou com o samba na ponta da língua. Será um momento inesquecível na avenida”, afirma Gi Alparone

Segundo o diretor de musas, Dhiego Gervazzoni, a chegada de Giovanna Alparone é um marco na Vigário Geral. O diretor destaca a importância dela com a criançada:

“Estamos muito felizes com a chegada da Gi em nossa agremiação. Ela possui um carinho especial pelas crianças e essa troca com a criançada é muito natural e bonita. Temos certeza que ela será um grande reforço para o nosso time de musas. Estamos alegres demais com o presente da nossa rainha Egili Oliveira e com a chegada da Gi”, comenta Dhiego Gervazzoni.

Em busca do título da Série Ouro, a Acadêmicos de Vigário Geral será a terceira escola a desfilar na Marquês de Sapucaí, sexta-feira, no dia 17 de fevereiro. De autoria dos carnavalescos Lino Sales, Marcus do Val e Alexandre Costa, a agremiação vai apresentar o enredo “A Fantástica Fábrica da Alegria”.

Independente encerra ciclo de ensaios técnicos mostrando extrema garra da comunidade

A Independente Tricolor realizou o seu segundo ensaio técnico visando o carnaval de 2023. O destaque para o treino foi a forte garra que a comunidade mostrou. O canto no ritmo de guerra do seu enredo manteve a regularidade nos três testes da agremiação. Mas, sem dúvida, foi uma grande crescente. Nesta noite a comunidade estava mais solta. Literalmente dava para notar muitos componentes gritando o hino da entidade tricolor. A comissão de frente foi outro ponto forte. Mesmo que a interpretação tenha sido complexa, a encenação se fez muito rica em detalhes. A bateria ‘Ritmo Forte’ de Cassiano Andrade e o carro de som liderado por Pê Santana, também são válidos de ressaltar. Por isso uma grande harmonia foi desenvolvida neste ensaio.

“O ensaio de hoje foi muito positivo. Nós trabalhamos nesses 10 dias toda a parte técnica da escola e tudo o que precisava para acertar o nosso andamento. Foi um ensaio realmente técnico. Nós combinamos que hoje seria o nosso desfile e no nosso desfile seria o desfile das campeãs para a gente ir com a certeza de um trabalho bem feito. A Independente hoje esgotou as possibilidades de erros e a nossa ideia agora é só desfilar”, avaliou a diretora de carnaval, Luciana Moreira.

Comissão de frente

A ala se apresentou vestindo uma roupa inteiramente branca. Desta vez, mostrou uma coreografia que deu um ar de característica diferente dos demais ensaios. Já havia sido assim na outra oportunidade. Na encenação havia 14 personagens com espadas e apenas um com dois martelos em ambas as mãos. A ala fazia vários movimentos e coreografias, mas vale destacar um ponto chave: Em determinado momento, um grupo se separava do outro e faziam olhares aparentando lutarem entre si. Esse personagem do martelo ficava no meio como se fosse algum tipo de “entidade” tentando separar, embora não fizesse o movimento para tal. Vale destacar os vários momentos em que a comissão saudou o público. Também foi grande destaque na apresentação.

IndependenteTricolor et ComissaoFre

Harmonia

De longe foi o quesito destaque da agremiação tricolor. Impressionante como a comunidade gritou o samba. Não deixaram o ritmo dos dois últimos ensaios caírem, pelo contrário. Dá para dizer que houve uma leve evolução no canto. Além do volume, foi tudo muito sincronizado. Isso se nota na bossa do refrão principal, onde o mestre Cassiano Andrade fez o apagão e a comunidade canta em uma só voz. O refrão principal se destaca. Também vale ressaltar os versos “Avante minha escola, rumo a vitória, esse é o meu lugar… Conquiste a avenida, a invasão vai começar”. É uma voz solta de libertação de quem sofreu tanto nos últimos anos e realmente pôde dar a volta por cima. As partes que se cantam “Ôoo”, cujo se localiza no refrão do meio, a entonação vai para cima também.

Luciana Moreira, diretora de carnaval falou sobre o canto da comunidade. “O nosso ponto forte é o canto. O samba emociona, toca no coração da Independente, porque é abordar o nosso carnaval em uma história de amor. A Independente é uma escola muito apaixonada. O nosso ponto forte mesmo é o canto e o amor”, disse.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal Jefferson Antony e Thais Paraguassu fez um ensaio agradável. Usaram muito os giros horário e anti-horário para depois mostrar o pavilhão. Executaram a coreografia dentro do samba, mas o primeiro movimento citado predominou o bailado. A dupla encontrou a pista seca e isso culminou totalmente para o sucesso da apresentação. Com uma estratégia de não comprometer a evolução, o casal ensaiou cercado por cinco guardiões na frente e atrás.

IndependenteTricolor et PrimeiroCasal

“Hoje foi um dia em que eu estava bem emocionada. Eu chorei na entrada, o que é muito raro acontecer. No ensaio pode, né? O que não pode é no desfile. Eu fiquei muito emocionada hoje, e com certeza foi nosso melhor ensaio. Viemos deslizando na Passarela, fazendo todas as obrigatoriedades do quesito. Viemos leves e tranquilos, exatamente como queremos vir no dia do desfile, com tranquilidade, desempenhando o nosso papel e apresentando tudo que é obrigatório pelo regulamento”, comentou a porta-bandeira

“Exatamente o que a Thais disse. Desde o início, quando começamos os ensaios, eu não tinha visto ela emocionada como hoje. Hoje foi o contrário, quando eu estou emocionado, ela não está, e quando ela está, eu não estou. Parece que um dá força para o outro, mas vê-la emocionada me deu aquela motivação a mais para entrar com garra. Entramos brincando mesmo o Carnaval, claro que com todos os movimentos obrigatórios. O que manda o regulamento, nós fizemos bonitinho, mas a gente hoje veio do jeito que esperamos estar no dia, descontraídos, alegres e com energia maravilhosa. E com essa comunidade, que não tem como não se emocionar, não vibrar e não cantar. É demais”, completou o mestre-sala.

Evolução

A escola evoluiu de forma correta. Em algumas alas houve uma pressão por alinhamento e, em outras, os componentes dançavam livremente de um lado para o outro. O que deu para notar de concreto foi a animação dos componentes. Gritavam, pulavam e batiam no peito. O enredo fala de guerra e a comunidade comprou a ideia disso. Não é uma coreografia obrigatória, mas no verso “sou mais você Independente”, deu para ver muitos componentes fazendo o gesto característico da torcida, que é cerrar os punhos em formato cruzado.

IndependenteTricolor et Baiana

Samba-Enredo

É um hino feito totalmente para a comunidade. Como dito anteriormente, é para soltar aquela voz de libertação que estava entalada há alguns anos, após tragédias que aconteceram na agremiação tricolor. O intérprete Pê Santana é pouco comentado no carnaval paulistano, mas teve uma participação gigante nos treinos. Colocou os componentes para cima com os seus cacos e bordões. Na arrancada também foi fundamental.

IndependenteTricolor et InterpretePeSantana

“Fizemos o nosso terceiro e último ensaio aqui, ainda temos um de rua para finalizar nossa temporada antes de voltarmos ao desfile. E foi muito positivo, mais uma vez bem positivo. Vemos pela cara da nossa harmonia que o pessoal curtiu bastante, com certeza tem coisas a ajustar, é o normal, por isso que existem esses ensaios. Mas acho que estamos no caminho certo, escola é muito forte, canta forte, e que está preparada para esse desfile, nos preparamos muito para esse dia. Foi melhor em tudo, desde o primeiro, o segundo fomos mais valentes, secamos mais o coral, nós da ala musical deixamos com mais pressão, neste terceiro foi um pouco melhor ainda. Faltam algumas coisas ainda, mas já fomos melhores neste terceiro ensaio, mas estamos aí, corrigindo, temos mais um no de rua para ajustar e chegar redondinho”, avaliou o intérprete Pê Santana.

O cantor comentou do canto e disse que é o ponto chave da agremiação. “Ponto chave é o ponto forte da Independente, é o canto da escola, tem um canto forte, e tem demonstrado isso a cada ano que passa. Não só aqui, mas nos ensaios de rua, apresentações fora da comunidade, outras quadras. Tem uma característica, que é um canto absurdo, a escola canta muito mesmo, a gente vai tentar fazer valer a pena, é a nossa cereja do bolo”, finalizou.

Outros destaques

A bateria “Ritmo Forte”, regida pelo mestre Cassiano Andrade, foi outro ponto para potencializar o ritmo da escola. Os apagões foram realizados com sucesso, principalmente no primeiro refrão.

“Os pontos de melhoria do primeiro ensaio foram inteiramente resolvidos. Esse ensaio me deu uma sensação de alívio, de mais confiança para desfilar. O trabalho está pronto e feito. A bateria está muito mais segura, uma evolução do primeiro ensaio para o último muito grande. Apesar do primeiro ter sido muito legal, bom e positivo para a gente, hoje deixou a gente muito mais confiante. Todo mundo mais calmo e tranquilo, sem aquela afobação de querer saber qual vai ser a bossa e etc. É só descer a pista! O trabalho está pronto. Vamos desfilar, a escola está pronta e a bateria também. Está tudo no lugar, está legal”, disse o mestre Cassiano Andrade.

IndependenteTricolor et Ala

O mestre também falou sobre os apagões realizados e foi breve. “Com certeza! Todo mundo cantou”, completou.

Os guardiões do casal de mestre-sala e porta-bandeira faziam certas coreografias, levantando os bastões em que carregavam. Todas as alas levaram bexigões nas cores brancas.

Após pancada de chuva, Dragões canta em alto e bom som no último ensaio técnico no Anhembi

Diz a mitologia que dragões são criaturas de aparência reptiliana e imponente que, dentre diversos poderes especiais, dominam o e lançam fogo. Como será que eles, então, reagem à chuva? Ao menos a Dragões da Real, no domingo, no segundo e último ensaio técnico da agremiação no Anhembi visando o Carnaval 2023, teve desempenho bastante satisfatório: a água que caiu do céu nos primeiros vinte minutos da apresentação, além de não apagarem o fogo da Dragões, tornou-se combustível para que os componentes cantassem ainda mais forte o enredo “Paraíso Paraibano – João Pessoa, A Porta do Sol das Américas”.

Harmonia

O primeiro setor da escola, que por vezes acaba focando em coreografias diversas e não no canto, já se destacava também na condução do samba. Tal situação foi se repetindo a cada ala – e, logicamente, em cada setor. Não faltou, em momento algum, força da comunidade ao colocar o samba para frente.

DragoesDaReal et

Tal força do canto também foi reconhecida pelas arquibancadas, que cantaram a canção com força. Nas últimas grades do corredor, um reforço de peso para que os componentes seguissem engajados: Renato Remondini, popularmente conhecido como Tomate, sempre pedia mais força no canto para os integrantes – sendo que eles, como já dito, não deixaram de cantar em momento algum.

No corredor da avenida, entretanto, os staff tinham uma preocupação: o alinhamento das alas. Como o canto não era um problema, eles tinham outras situações para prestar atenção. Já no final da apresentação, por sinal, eles se organizaram para buscar algumas placas colocadas ao longo do Anhembi – leia mais na seção “Outros Destaques”. Curiosamente, uma das alas que menos cantou foi, justamente, a bateria.

Escola que costuma executar diversos sambas para esquentar os componentes na Concentração do Anhembi, Renê Sobral explicou como a agremiação lida com tais canções do passado e como utiliza tal situação para motivar os desfilantes: “Eu sou sempre a favor de cantar coisas da escola, como sambas antigos. A Dragões é uma escola jovem ainda, mas ela se renova. Tem muito samba bom que acaba caindo no esquecimento porque não é cantado. Tem sambas-exaltação, tem hino da bateria, das baianas… o que fazemos é elencar algumas coisas que são legais, que o povo vai cantar no esquenta, para a avenida, no dia do desfile. O tempo é curto, mas conseguimos colocar alguns sambas históricos da escola. Na quadra, já fazemos uma grande festa: cantamos coisas de São Paulo, Rio de Janeiro, bloco, folia, tira uma onda e, depois, fazemos o ensaio sério. É mais ou menos essa mesclada que a gente faz”, ratificou.

Klemen também destacou que o ensaio técnico foi bastante produto: “Deixamos o clima e o ritmista mais leves. Já ensaiamos o tempo inteiro, fizemos o primeiro. Então, tudo que tinha para consertar e ensaiamos já ensaiamos. Hoje foi, praticamente, foi um pré-desfile. No dia, esperem muito ritmo, muitas bossas, um show de carnaval e um show de ritmo”, destacou.

A chuva também não assustou Márcio Santana, diretor de carnaval da agremiação: “Primeira fomos premiados com um banho logo na largada. Em muitas situações, isso tiraria um pouco do ânimo dos componentes, mas para a nossa surpresa não. Acho que a água estava tão fria que eles se motivaram a pular e cantar, evoluir ainda mais para se manter quentinhos também”, relembrou.

Samba-Enredo

Bastante leve, a canção escolhida pela Dragões da Real foi, de imediato, abraçada pela comunidade. Mais do que isso: conforme o tempo passa e o carnaval vai se aproximando, ele parece render ainda melhor. Seja graças aos ajustes feitos pela ala musical da agremiação, seja pelo quanto os integrantes respondem a ele.

Mesmo elogiando a canção, Renê Sobral, intérprete da escola, pontuou que ainda podem ser feitas alterações: “Sempre tem algum detalhe que a gente sempre faz uma limpeza ou aprimorando. Nunca está 100%. Alguns erros que foram cometidos, alguns detalhes dos outros ensaios a gente tenta corrigir, porque ensaiar no Anhembi é bem diferente. Hoje, porém, a gente já vem com uma pressão de desfile oficial. Testamos o que a gente quer fazer, porém, se tivermos que fazer alguma limpeza, iremos fazer para desfilar com um grande espetáculo”, deixou no ar.

DragoesDaReal et Destaques

O rendimento da canção melhorava ainda mais quando a Ritmo Que Incendeia executava alguma convenção: a comunidade comprava a ideia dos ritmistas comandados por mestre Klemen Gioz e subia o som. O ritmista-mor, por sinal, gostou do que ouviu na passarela: “A chuva veio para abençoar, graças a Deus não atrapalhou em nada. Deu mais um gás na escola, a chuva é boa por causa disso. Como toda a bateria, toda escola, faz um primeiro ensaio técnico prontos para errar, acertar, e tudo mais. E conseguimos acertar uns detalhes que ficaram no primeiro, estamos prontos para o grande dia”, pontuou.

Mestre-sala e Porta-bandeira

A exibição de Rubens de Castro e Janny Moreno pode, tranquilamente, ser dividida em duas partes – cada uma com a apresentação em duas cabines de jurados. Nas duas primeiras, a dupla teve giros mais lentos, além de girar um pouco menos que o normal. O motivo era a chuva, forte e que caía insistentemente nos primeiros vinte minutos do ensaio técnico. Ambos, por sinal, estavam dançando bastante próximos mesmo no começo da exibição.

DragoesDaReal et PrimeiroCasal

As dificuldades iniciais foram retratadas por ambos em entrevista ao CARNAVALESCO logo após o encerramento da apresentação do casal. “Vou falar uma coisa para quem está lendo a matéria: a única coisa que a gente arrumou foi o sorriso na chuva. Sabe por quê? Foi perfeito. Eu sou chato, ela é chata, mas nós conseguimos executar, com inteligência emocional, todos os movimentos obrigatórios e pré-dispostos para a gente. Então, o único momento que tivemos que arrumar foi o sorriso na chuva, já que eu engasguei com a água”, pontuou Rubens, com um bom humor que se repetiu ao longo de toda a entrevista. Janny aproveitou para relembrar outros trabalhos realizados: “Nós ensaiamos na última quarta-feira e tivemos algumas coisas para arrumar. E, também, tivemos ensaios específicos – foi lá que nós arrumamos tudo. Hoje, enfrentamos um pouco de chuva e dificuldade, mas deu para corrigir”, destacou.

Vestidos majoritariamente de pretos com alguns detalhes em prateado, uma das características mais marcantes dos primeiros momentos de Rubens e Janny foi o spray d’água que saía do pavilhão, sobretudo quando ele era girado. Tal curiosidade, entretanto, em nada atrapalhou a apresentação.

DragoesDaReal et PrimeiroCASAL 2

Quem mais sofreu com o spray, por sinal, foi Rubens, que divertiu-se lembrando de um momento curioso: “Não atrapalha! Houve um momento engraçado em que um desses sprays d’água entrou direto na minha garganta. Pela primeira vez na minha nova parceria com a Janny, eu venho cantando e interpretando o samba o tempo todo. E eu tive que parar em uma passagem do samba para desengasgar. Eu sou assim, nós somos assim, somos o Casal Sorriso, casal da melhor idade, dos quarenta anos”, riu. Janny continuou no momento leve: “Para mim foi tranquilo, já que eu não sinto, eu jogo o spray d’água”, riu.

Exibição que, por sinal, ficou ainda melhor a partir da terceira cabine. Bem mais soltos, sem chuva e com a passarela cada vez mais seca, o casal teve ainda mais destaque – incluindo uma apresentação perfeita quanto à sincronia, giros, desfraldamento de pavilhão e graciosidade no quarto setor.

Há uma explicação: com a chuva, a fantasia ficou mais pesada – e, com a chuva parada, pouco a pouco, o tecido foi perdendo peso e o próprio corpo adaptou-se. “Com a chuva, o pavilhão molha e fica mais pesado. Roupa, pavilhão… tudo pesa mais. O vento te faz perder o controle, tem que ter o controle das rajadas de vento, paradas mais leves. O que mais mudou na chuva é a questão de dar um giro e pegar o pavilhão. Não fizemos isso com a chuva: Paramos e nos concentramos antes de pegar. Com a chuva, tudo muda: o peso do pavilhão, da saia, da nossa roupa, os movimentos para ter cuidado com o chão. Essas foram as únicas mudanças”, pontuou Janny, comparando os efeitos da água e das rajadas de vento.

Rubens também teve que fazer adaptações na dança por conta da chuva: Vou complementar com uma mudança particular minha: eu voltei a dançar com ela como se ela estivesse com a fantasia. A saia dela estava tão pesada que causou isso, então eu esperei a saia dela se movimentar para poder sair rodando e fazer os movimentos de perna, giro e etc. Quando eu falo de inteligência emocional, eu falo disso: respeitar o nosso limite, do parceiro e das questões técnicas da dança. E, da minha parte, o empecilho é uma obrigação: passa a ser minha obrigação tomar cuidado com o giro dela. Estar pronto para pegar na mão dela caso seja necessário, para dar uma sustentação necessária. Afinal de contas, eu sou o cavalheiro da dança”, explicou.

De quebra, Rubens e Janny interagiam em diversos momentos com o samba, fazendo passos e movimentos conforme determinados versos eram executados.

Comissão de Frente

Tradicionalmente com coreografias bastante longas e tripés grandiosos, ao menos nos ensaios técnicos esse segmento da Dragões da Real veio bem mais compacto que em anos anteriores. Com uma coreografia simples, marcando cada verso em uma única passada do samba, os integrantes fizeram algo que poucas comissões de frente fizeram nos ensaios técnicos: um ato especial ao chegar nas cabines de jurados.

DragoesDaReal et ComissaoFrente

Também é interessante destacar as roupas utilizadas pelo segmento. Ao todo, foram três combinações diferentes, sendo que nem uma delas era utilizada por um único componente – ou seja, eram sempre por dois ou mais. Fica a dúvida se as fantasias serão distintas também na noite do desfile.

Em determinado momento da coreografia, todos os integrantes ficam paralisados por alguns segundos, algo bastante raro em comissões de frente. Também é importante destacar que eles, curiosamente, também encerraram o desfile, já que os bailarinos voltaram para brincar no final da exibição da Dragões.

Evolução

A imensa pancada de chuva que caiu nos primeiros vinte minutos da apresentação da Dragões da Real, como não poderia deixar de ser, impactou no andamento de toda a escola. No primeiro setor, focado em coreografias, o cuidado para evitar quedas ou escorregões, como não poderia deixar de ser, foi o principal foco – o que, é claro, impacta na cronometragem.

Houve um detalhe entre o casal de mestre-sala e porta-bandeira e a ala subsequente que chamou atenção: por vezes, abria-se um espaço considerável entre eles – que perdurava por um tempo, sumia e, depois, voltava. Fica a dúvida se tal espaço se deu por conta de alguma surpresa que será instalada no local, mas é necessário relatar o que foi visto.

DragoesDaReal et DiretorHarmonia

O recuo da bateria, se não foi perfeito, foi algo próximo disso. Vindo logo atrás do carro abre-alas, os ritmistas adentraram o espaço logo na primeira fresta possível, em movimento bastante rápido e claramente bem ensaiado. A corte da bateria soube ocupar bem o espaço deixado até que a ala seguinte chegasse. Foram cerca de oitenta segundos para que todo o processo acontecesse – número bem mais em conta quando comparadas a outras coirmãs, mas, ainda assim, bastante respeitável.

Renê destacou que a chuva também obriga mudanças também no carro de som: “Automaticamente, a chuva atrapalha o folião em si por conta do peso da chuva. Para nós, que cantamos e já temos experiência, não atrapalha muito. Porém, tentamos dar uma pressão a mais porque o barulho da chuva abafa o canto da escola e abafa o barulho da bateria. Temos que, realmente, dar uma pressão a mais para ele entender que colabora e é importante para o desfile da escola”, pontuou.

DragoesDaReal et Baianas

Tais ajustes já estão na mira de Márcio Santana: “É claro que é sempre possível aprimorar a técnica, mas eu acho que aquilo que era o objetivo principal nós alcançamos, que é a chegada ao ápice do envolvimento da imersão da comunidade para com o samba e para o enredo. Quando você tem uma comunidade envolvida, todo mundo imbuído do mesmo sentimento, vivendo e vestindo o samba, é tudo mais fácil. Acredito que estamos 90% prontos. Os 10% são sempre aqueles ajustes finos finais”, comentou.

Outros destaques

– Em alguns lugares do Anhembi, sobretudo em um espaço destinado a um dos camarotes, diversas frases motivacionais foram colocadas para que os componentes se motivassem. Elas também tinham um motivo mais do que especial: desejar forçar para Tia Cidinha, baluarte da escola que está hospitalizada.

– Sobre Tia Cidinha, Márcio Santana também demonstrou imenso carinho: “Falar da Cidinha é difícil, porque ela é um pouco mãe de todo mundo. A voz até embarga, não tem como. Ela é mãe de uma comunidade inteira, não apenas do presidente. Sem dúvida nenhuma, a comunidade se vestiu ainda mais forte, se colocou ainda mais guerreira, porque sabia que desde o nosso esquenta o céu também estava chorando a ausência dela hoje. Mas não vai chorar no dia do desfile, porque ela estará com a gente”, emocionou-se.

– Durante a pancada de chuva citada no texto, o volume de água era tão grande que a água não escoava. Tal qual uma pista de automobilismo, as pessoas planavam na passarela.

– Um dos destaques da Ritmo Que Incendeia foi uma alteração na bateria, explicada pelo próprio mestre Klemen Gioz: “Foi uma parada da segunda bossa, a bossa lá de baixo. Fizemos um acerto para ficar mais tranquilo de execução. Os ritmistas executarem melhor. E não vamos ter problema com nota ou jurado”, comentou.

– O espírito de fraternidade entre as escolas tomou conta de Márcio Santana ao falar do ponto-chave do ensaio: “Vou falar especificamente da Dragões. O envolvimento, comprometimento de uma comunidade inteira. Sabemos as grandes dificuldades que estamos vivendo no pós-pandemia. Inúmeras quadras de coirmãs vazias, o samba tendo que ser resistência porque ainda fomos apedrejados. Enquanto comunidade, eu fico muito feliz que eu estou vendo meu povo junto. Minha comunidade é chamada de “Gente Feliz” e é uma família muito unida, e sem dúvida nenhuma a gente tem mostrado isso. De modo geral, dos ensaios técnicos, eu acredito que a Liga teve um desafio gigantesco porque esse efetivamente é o nosso primeiro Carnaval pós-pandemia. O Carnaval de Abril fechou um ciclo, ele não pode ser considerado efetivamente o carnaval que desejávamos. Este sim é o carnaval do renascimento, do ressurgimento do samba como modus culturais que move essa cidade. Sem dúvida nenhuma estamos no caminho certo, vamos nos fortalecer cada vez mais e daqui a pouco tem um lindo espetáculo representado por todas essas comunidades, não só a da Dragões. Com certeza mostraremos ao mundo que São Paulo tem muito samba. Que a gente se empenha, se dedica e que a gente vive isso aqui o tempo todo. É paixão demais”, finalizou.

Colaboraram Fábio Martins, Gustavo Lima e Lucas Sampaio

Canta forte e vibrante da comunidade marca o ensaio técnico do Tatuapé

A Acadêmicos do Tatuapé realizou no domingo seu terceiro ensaio técnico no Sambódromo do Anhembi, em preparação para o Carnaval 2023. Com destaque para a ambientação proporcionada por um conjunto homogêneo, a Academia da Zona Leste encerrou sua passagem aos 56 minutos com grande tranquilidade. A Tatuapé será a segunda escola a desfilar no dia 17 de fevereiro, pelo Grupo Especial, com o enredo “Tatuapé Canta Paraty! Do Caminho do Ouro à Economia Azul. Patrimônio Mundial, Cultura e Biodiversidade. Paraty Cidade Criativa da Gastronomia”.

Comissão de Frente

Não é de hoje que a comissão de frente da Tatuapé parece focar apenas no essencial para cumprir os requisitos do regulamento e garantir a nota 10. A escola conseguiu desenvolver um time muito coeso em todos os segmentos ao longo dos anos, priorizando o sucesso do coletivo, mas ao mesmo tempo sem correr grandes riscos em determinados quesitos.

Tatuape et Comissao

Há uma protagonista na qual a ausência da fantasia dificulta compreender a função dela na história. Quatro dançarinos carregavam leques com uma espécie de véu saindo da ponta deles, e os outros dez carregavam um tipo de capa com hastes nas mãos que davam um efeito similar ao de asas quando os braços abriam. A coreografia ocorre ao longo de uma passagem do samba, e todos os atores interagem entre si fazendo movimentos com esses adereços.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Ensaio técnico deve ser sempre encarado como uma oportunidade de se preparar para alcançar o mais próximo possível da perfeição. O que Diego do Nascimento e Jussara de Sousa apresentaram no ensaio deste domingo foi tão próximo desta utopia que deixou certa sensação de lamento ao vê-los se afastando ao partir para analisar outros quesitos. Uma dança hipnotizante, com movimentos rápidos e muita vontade de fazer a diferença. Diego e Jussara se encaravam como se estivessem conectados um ao outro pelo olhar. Talvez o mais surpreendente não era algo visível, mas sim audível. Em dados giros realizados, a dupla segurava a mão um do outro após um impacto deveras forte. É preciso mais que treino para chegar a esse nível de interação. Confiança no trabalho um do outro é o elemento que define o alto nível do que apresentaram neste último ensaio. O tradicional pavilhão da Academia da Zona Leste parece estar nas mãos do melhor casal possível.

Tatuape et CsalPrincipal

O casal encerrou o treinamento demonstrando orgulho e sensação de dever cumprido. Diego fez uma análise positiva do desempenho da dupla. “Hoje foi o último jogo-treino. Nós estamos saindo muito felizes com o resultado. Não só o nosso, mas como o da escola por inteiro, porque toda a proposta que queria apresentar foi apresenta e agora é partir para a final do campeonato”, declarou o mestre-sala.

A Tatuapé precisou encarar um começo de ensaio ainda com resquícios da forte chuva que caiu sobre a Dragões da Real, mas Jussara demonstrou estar no controle da situação que vier pela frente. “Acho que é uma preocupação de todos os casais. A gente está muito próximo do grande dia e trouxemos o nosso bom e velho All-Star na mochila, porque nessa época é mês de chuva. A gente já vem preparando para isso. Graças a Deus eu nunca peguei a chuva com o pavilhão molhado, mas dá para levar”, disse a porta-bandeira.

Tatuape et CasalPrincipal

Questionados se estão prontos para repetir o grande desempenho do ano anterior, o casal garante que o foco é total para o dia do desfile oficial. “A gente ensaia e se prepara para isso. Ontem, por exemplo, que era o nosso dia de descanso nós fomos ensaiar porque está chegando o grande dia. Acho que está tudo pronto. É vir concentrado, focado, alegre, feliz e entrar para fazer o que a gente sabe e aguardar o resultado dos jurados”, afirmou Diego.

“A gente vem seguidos de ensaios muito intensos aqui no Anhembi, na quadra, fora da quadra, nossos específicos e é justamente para isso. Mais um ano ajudaremos a nossa escola mais uma vez a fazer o maior e melhor desfile das nossas vidas”, finalizou Jussara.

Harmonia

Um cantar, forte e contagiante. Não há nada mais agradável de se presenciar do que uma comunidade enorme tão apaixonada como a da Tatuapé. Todos os componentes parecem querer dar o melhor de si para alcançar os objetivos da escola, e dão o seu melhor na hora de defender o samba. São centenas de atores cantando de forma uníssona, e atuando em suas alas como parte fundamental do espetáculo. Uma saudação especial para a ala das Baianas. As sagradas mulheres da escola cantavam tão vigorosamente quanto todas as demais alas, e encaravam o público como lenda das sereias que seduzem os marinheiros. Foi como se exercessem um campo gravitacional que induzia quem estava de fora a entrar na Avenida e dançar com elas.

Tatuape et CelsinhoMody

Evolução

A frente da escola apenas parou na hora do recuo da bateria, como de costume. No mais, a Tatuapé demonstrou novamente o porquê de a escola possuir uma das mais competentes direções de harmonia do carnaval de São Paulo. Um andamento fluído do início ao fim, com alas compactadas e sem perder o foco do que realmente importa. O fechar dos portões aos 56 minutos, um acima do tempo mínimo previsto de desfile, diploma o trabalho altamente competente de um time entrosado.

Membro da direção de carnaval, Eduardo Santos saiu da Avenida contente com o que viu e com recebeu de retorno do restante da equipe. “Nossa análise é sempre muito prejudicada, pois não conseguimos ver o todo. Não estamos de cima para ver como fluiu a escola, mas vamos nos baseando nos detalhes que vimos, e aquilo que estão comentando com a gente. Até onde conseguimos entender foi um ensaio muito legal, melhor que o do dia 26 de janeiro, e o nosso objetivo era exatamente esse. Sempre comentamos com nossos componentes, nosso povo, que esse ano só iríamos fazer dois ensaios técnicos, e que no dia 26 teria que ser um ensaio muito bom, e foi. No dia 5 de fevereiro teria que ser melhor, e foi. E agora queremos que nosso desfile oficial no dia 17 seja melhor do que os dois juntos. E se Deus quiser vamos conseguir fazer, estamos trabalhando muito para isso. Nosso componente, nosso povo, está muito ciente da necessidade que temos de fazer um grande desfile, um grande trabalho e certeza que iremos conseguir”, declarou.

Tatuape et Passista

Ao avaliar as melhorias realizadas em relação ao outro ensaio, Eduardo acredita que as falhas observadas foram sanadas neste domingo. “Pequenos ajustes, mais ali de harmonia do que qualquer outra coisa. Mas pequenos ajustes que funcionaram, vimos pelo menos isso que procuramos corrigir, pequenas falhas que aconteceram, dessa vez não aconteceram mais. É assim que é, nome disso é ensaio, ensaio é isso, para a gente corrigir, treinar o que vamos apresentar no dia do desfile, para corrigir pequenas falhas e estamos felizes da vida, pois conseguimos fazer um ensaio muito bom”.

Ao falar a respeito do ponto chave do ensaio, o diretor citou uma justa homenagem realizada pela escola a um dos fundadores da Acadêmicos do Tatuapé, Álvaro Casado.

“Nos emocionamos o desfile todo. Cada ala que passa cantando muito, se dedicando a nossa escola, evoluindo bastante, fazendo o tapete das alas. Tudo isso é muito emocionante. Hoje tivemos uma emoção especial aqui, lá na concentração. Passamos a faixa de baluarte da nossa velha guarda, para o Seu Álvaro Casado, que é uma pessoa super importante para nossa escola. É um dos fundadores, foi casado com a irmã do Osvaldo Vilaça, o Mala que foi o fundador da escola. Hoje conseguimos passar essa faixa para ele, baluarte da velha guarda, foi muito emocionante, todo mundo ficou bastante comovido. Seu Álvaro já tem mais de 90 anos, e veio para cá, foi muito bacana, legal. No todo da escola procuramos manter esse equilíbrio, Tatuapé sempre vem com um desfile muito equilibrado, não tem um ponto alto, um ponto baixo, a gente procura ter equilíbrio em tudo que estamos fazendo”, concluiu.

Samba-Enredo

Os sambas escolhidos pela Tatuapé são fruto de um concurso com regras rigorosas de composição. Com a liderança de Celsinho Mody, um dos melhores intérpretes em atividade no Brasil, as obras ganham uma vida radiante, sempre se destacando nas safras anuais, e desta vez não foi diferente.

Tatuape et Comunidade

O samba funciona perfeitamente na proposta do enredo de servir como uma espécie de guia turístico ao longo de uma viagem por Paraty. Causa uma imersão que leva o imaginário a viajar pela cidade histórica, conhecendo suas belezas naturais, história e demais atrações turísticas. Está na ponta da língua de todos os componentes e funciona de forma irretocável como trilha sonora para um desfile como o que ocorrerá no dia 17.

Sempre recebendo com muito carinho os vários pedidos de fotos dos fãs ao final dos ensaios, Celsinho mais uma vez saiu satisfeito da Avenida e avaliou positivamente o desempenho do quesito no ensaio.

“Estou muito feliz. Nós melhoramos pelo menos uns 150% em relação ao outro ensaio. Nós estabelecemos um padrão ainda mais técnico para essa interpretação, e conseguimos cumprir com a nossa meta. Sempre trabalhamos com metas de determinados aspectos de ajustes. Conseguimos enquadrar todos, e estou muito feliz. Quero agradecer a todos os integrantes da minha ala. Dos cantores aos músicos de harmonia. A nossa diretora musical, ao nosso consultor técnico, Fernando Baggio. Agradecer a todos eles, eu estou muito feliz mesmo e satisfeito. Estou tranquilo, a voz está inteira. Graças a Deus, um passeio”, declarou.

Tatuape et MestreHigorRainhaMadrinha

Em relação as melhoras observadas se comparado com os ensaios anteriores, o cantor ressaltou os acertos preparados para serem aplicados na Avenida no domingo. “A escola cantou mais. Tínhamos alguns ajustes técnicos, mas muito mais pelo nosso gosto musical, preciosismo entre o canto e a bateria, e o canto da escola conseguimos ajustar. Ajustamos na quadra e testamos aqui, e deu tudo certo. Do que a gente precisava melhorar 150% conseguimos, e agora buscaremos 300% pela equipe”.

Celsinho Mody é uma das grandes estrelas da atualidade e não é por acaso. Se não bastasse o talento que possui para cantar, o artista é um apaixonado pelo Carnaval que reconhece a importância das pessoas para fazer da festa o que ela é. Ao citar o ponto chave do último ensaio, Celsinho destacou justamente este elemento do espetáculo.

“O que eu mais gostei é o seguinte. Carnaval é alegria, e a Tatuapé está conseguindo aliar a técnica com um povo desfilando solto, sambando dentro das alas e cantando livre. É o que a gente quer, queremos ver as pessoas felizes. Dentro do critério de julgamento, viremos buscar o campeonato, mas as pessoas estão felizes. Se o povo está feliz, nós estamos felizes”, concluiu.

Outros destaques

A ambientação proporcionada pelo conjunto do ensaio da Acadêmicos do Tatuapé permite não apenas o componente na pista, mas também o público se sentir imerso na história que a escola está propondo. A bateria “Qualidade Especial” novamente apostou em várias bossas impecáveis, e os apagões na primeira parte do samba ecoam como um grito de celebração.

Tatuape et MestreHigor

A Acadêmicos do Tatuapé demonstrou nesta temporada de ensaios técnicos que o susto ocorrido durante o desfile de 2022, e que quase custou a presença da escola no Grupo Especial, está superado. Seria loucura imaginar um time tão competente e determinado fora da elite do carnaval paulistano. Se o enredo for bem contado e a plástica cumprir seu papel, a comunidade da Zona Leste poderá chegar na terça de carnaval com o otimismo do tão esperado resultado nas alturas.

Colaboraram Fábio Martins, Gustavo Lima e Will Ferreira

Comissão de Frente impactante é destaque do último ensaio técnico da Mocidade Unida da Mooca

As primeiras palavras de Rafael Falanga, presidente da Mocidade Unida da Mooca, à escola antes do ensaio técnico realizado no domingo no Anhembi poderiam deixar a escola menos afeita a aspectos mais técnicos – na Concentração, ele falou que “era só mais um ensaio” e que “era dia para se divertir”, entre outras frases nesse sentido. Mesmo assim, a agremiação teve uma apresentação bastante competente ao cantar o enredo “O Santo Negro da Liberdade”, tema da instituição para o carnaval 2023.

Comissão de Frente

Para explicar a apresentação dos componentes, é necessário explicar o enredo. A escola cantará a história de Francisco José Chagas, popularmente conhecido como Chaguinhas, cabo do exército que liderou um movimento que cobrava da então corte portuguesa o pagamento de cerca de cinco anos de salários atrasados para os militares nascidos no Brasil, além da igualdade de direito entre os nativos e os portugueses.

Nascido em São Paulo, ele foi condenado à morte por enforcamento. Após três tentativas frustradas (sendo que, em uma única, a corte já garantia o perdão), ele foi executado à pauladas. Pela bravura demonstrada em combate e pelas cordas arrebentadas, ele passou a ser venerado como um santo pelos locais.

É a encenação do momento final da vida de Chaguinhas o mote da comissão de frente da agremiação. Após ele interagir com nativos e carrascos portugueses, ele é encaminhado ao local onde deveria ser enforcado – e, após se “livrar” da pena, ele retorna ao convívio com os locais. O personagem, entretanto, retorna ao local e, após mais uma corda arrebentada, cai em um chão falso após simulações de pontapés sofridos.

O grande momento da coreografia, bastante extensa e que pouco dialoga com o samba, é a aparição, no alto de um tripé, de outro ator representando Chaguinhas, aparecendo em meio à fumaça.

Em frente às cabines de jurados, sempre acontece a ascensão de Chaguinhas, em momento muito bem calculado pelo staff da escola – tal qual a dança, que foi executada sem erros e com a passarela seca, sem chuva. O único contratempo observado foi visto já nos metros finais do desfile: no momento mais chamativo da comissão de frente, a fumaça não apareceu.

Harmonia

O samba-enredo claramente foi muito bem aceito pela comunidade da escola, que mostrou muita força ao cantar a história proposta pela escola. Mas, mais do que isso: a ala musical foi responsável direta pela boa execução da música.

A Chapa Quente, comandada por mestre Dennys, executou cinco apagões ao longo de todo o desfile (os dois últimos já nos últimos metros da passarela), todos com boa resposta dos componentes, que cantavam ainda mais forte após o movimento.

Os ritmistas, por sinal, garantiram um andamento bem mais cadenciado que o esperado por muitos: o enredo, tocante e bastante emotivo, poderia ser tocado de maneira pouco mais acelerada, mas a bateria manteve-se mais tranquila, garantindo o canto limpo e claro de todos os componentes.

Duas alas bastante importantes em toda e qualquer escola e que nem sempre são sinônimo de canto forte executaram bem a função: a das baianas e a de passistas. Em tal quesito, o ponto negativo foi a terceira após o segundo carro: se evoluíam bem, com pompons laranjas, faltou força ao cantar o samba-enredo.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Fantasiados, mas sem os esplendores (parte de cima do vestuário de um componente de escola de samba) e majoritariamente na cor vermelha, com detalhes dourados, Patrick Vicente e Graci Araújo tiveram exibição bastante segura no último ensaio técnico da MUM antes do carnaval.

Sem girar muito, a dupla buscou a eficiência em cada um dos movimentos feitos – e conseguiu chegar ao objetivo desejado. Ao girar, o casal se movimentava no sentido horário.

Os giros em menor número não apagam, de jeito algum, a boa apresentação de Patrick e Graci. Muito sorridentes, graciosos e interagindo muito bem com o público, ambos também executavam movimentos de acordo com o momento em que O samba está na passarela.

Destaque para a apresentação de ambos na terceira cabine de jurados, em que Patrick desfraldou o pavilhão em momento e maneira impecáveis. Ambos, durante toda a apresentação, também se mostraram bastante sincronizados.

A dupla contava com guardiões, que, além de destacar a presença de Patrick e Graci, fortaleciam o canto do setor.

Samba-Enredo

Canção bem elogiada por componentes, público geral e crítica, a canção foi muito bem defendida pelos intérpretes Gui Cruz e Clayton Reis. O carro de som como um todo, por sinal, mostrou bastante competência desde antes do início do ensaio técnico, com sambas de quadra muito bem executados e que tocaram os componentes da MUM.

Prova disso é a resposta dos componentes aos apagões da Chapa Quente, cantando ainda mais forte que o normal.

Evolução

A primeira parte da escola (popularmente conhecida como “Cabeça”) veio bastante coreografada – o que garante uma Evolução bastante dinâmica. Depois de tal setor, entretanto, a agremiação, aparentemente, marcou “apenas” algumas partes específicas do samba-enredo, liberando a dança e o bailado dentro das alas. Os componentes responderam positivamente a tal atitude.

Calcanhar de Aquiles de diversas escolas de samba em 2023 e de maneira histórica em São Paulo, a entrada da bateria no recuo merece atenção especial da agremiação. Os ritmistas fizeram algo próximo de dois movimentos: no primeiro, se posicionavam; depois, entravam no local. Se a corte ocupou bem o espaço, a ala de passistas que vinha na sequência teve evolução um tanto quanto morosa. No corredor da passarela destinado a credenciados e à imprensa, a reportagem do CARNAVALESCO notou alguns staffs pedindo mais velocidade e outros com semblante de reprovação. A agremiação ficou cerca de dois minutos e meio parados para que os ritmistas se postassem em seus respectivos lugares.

Outros destaques

– Quando a sirene tocou para indicar o começo do ensaio técnico, a escola não estava cantando samba algum. Depois, iniciou uma canção executada na quadra da instituição – algo proibido pelo regulamento. Só depois o samba-enredo foi executado.

– O céu, que ficou nublado durante todo o ensaio técnico, basicamente desabou minutos depois da apresentação.

– Após o encerramento do ensaio técnico, houve bastante comemoração da escola na dispersão.

Arretada! Imperatriz faz ensaio de rua forte nos quesitos de comunidade e reforça posição de protagonista no Carnaval 2023

Por Cristiano Martins e Raphael Lacerda

Nem o temporal parou a Rainha de Ramos. No ensaio de rua, na tarde de domingo, a rua Euclides Faria virou uma Marquês de Sapucaí, destacando a força do chão da escola, o poder do samba enredo – que contagiou o público presente – e reforça a ideia que a Imperatriz Leopoldinense com o enredo “O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida”, irá, neste carnaval, brigar pelo campeonato. A agremiação será a quarta escola a desfilar no próximo dia 20.

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Fotos de Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

A presidente da Imperatriz, Cátia Drummond, e o diretor de carnaval, André Bonatte, em entrevista ao CARNAVALESCO, falaram sobre o balanço do pré-carnaval da escola de samba.

“Balanço super positivo. A escola está mostrando que está se organizando e vai fazer um grande carnaval. A Imperatriz vem gigante em busca do campeonato. Tem sempre alguns acertos a se fazer. O que está bom pode ficar melhor, é sempre assim”, disse a presidente da escola.

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“A gente fica satisfeito. A sensação é que a escola está pronta. Tem mais quinze dias pela frente e temos mais um ensaio de rua domingo que vem. Eu acho que a escola está pronta, se chegarmos lá e não errar, temos tudo para quarta-feira feira de cinzas estar comemorando”, revelou o diretor de carnaval.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O casal Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro se apresentou com muita conexão. Destaque para o momento em que o desfile chegou em frente ao Batalhão dos Bombeiros de Ramos, onde foi simulada a cabine dos julgadores. Lá, houve uma apresentação mais completa, repleta de carisma, muita dança, troca de olhares, sorrisos e sincronia. Nem o asfalto molhado por conta da chuva foi capaz de atrapalhar o casal.

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“Eu, particularmente, gosto de tentar chegar na perfeição, então quanto mais você ensaia fica mais próximo de alcançar essa perfeição. Não é hora de relaxar, o corpo pede a gente precisa, mas seguramos um pouco para não ter nada perto do desfile e vamos cuidando dos detalhes para que no dia seja perfeito”, disse a porta-bandeira.

“Na perfeição a gente sempre tenta chegar, estamos fazendo esse ensaio de rua justamente para isso, para que nosso corpo fique cada dia mais em sintonia com a nossa coreografia com o que vamos apresentar na avenida, eu acho que perfeição nem na quarta-feira feira de cinzas, mas se chegarmos próximo dela, estaremos comemorando”, completou o mestre-sala.

Comissão de Frente

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Cantando muito forte ao longo de todo o ensaio, a comissão de frente deu um show com muito sincronismo nas coreografias e nos passos. O ensaio da escola de samba foi aberto com grande imponência pelo grupo.

Harmonia

O chão da escola veio forte e tornou o ensaio de rua um dos melhores deste ano. Cantando cada verso do samba com muita vontade, se torna difícil destacar apenas uma única ala. Todas cantaram cada verso do samba – que foi entoado com ainda mais força ao longo das bossas. Juntamente com a comunidade, a Imperatriz demonstrou um pouco do espetáculo que será apresentado no Sambódromo. Destaque para o intérprete Pitty que durante uma bossa mais ‘nordestina’, foi à frente da bateria da escola, destacando o ótimo entrosamento entre carro de som e ritmistas.

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“Maravilhoso. O ensaio é isso aí: a gente vir para treinar e fazer a parte técnica do desfile. A comunidade vem, também, para se divertir. Todo mundo está muito leve e cantando muito. Fizemos com muito amor e a comunidade ‘desceu’ toda, abraçou a escola e está cantando demais. Não só quem desfila, mas as pessoas de fora também. Pudemos ver o pessoal das casas e dos prédios, todos, saindo para torcer para a Imperatriz. A Imperatriz fez um pré-carnaval muito forte, com ótimos ensaios e um barracão maravilhoso. Sempre tem alguma coisa para acertar, mas são detalhes mínimos. A Imperatriz está no caminho certo para colocar a mão nesse caneco e trazer para Ramos. Sobre essa bossa em que eu vou à frente da bateria, é muito sensacional. Tudo com o mestre Lolo fica muito fácil, ele dispensa comentários. A gente não ‘batizou’ essa bossa ainda não, mas eu chamaria de ‘Forró xaxado’. A gente vai fazendo o som nordestino”, declarou o intérprete.

Evolução

A evolução do ensaio ocorreu de forma perfeita, sem qualquer erro e dentro do tempo previsto. O estilo da rua Euclides Faria deu muita liberdade para a escola desfilar. Um dos pontos interessantes foram as ruas transversais que se tornaram o primeiro e o segundo recuo da bateria. Destaque para a direção de harmonia, que conduziu o desfile de forma impecável.

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Samba-Enredo

Não é novidade que o samba pegou na comunidade. É um samba muito alegre e com uma ótima melodia. Ainda assim, o chão da escola mais uma vez surpreendeu cantando cada verso do samba-enredo. Destaque para todos do carro de som, que foram fundamentais para tornar o ensaio leve e incrível. Na pegada adotada pelos ritmistas e vocais, a leopoldinense cangaceira promete conquistar toda a Marquês de Sapucaí.

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Outros destaques

A rainha Maria Mariá, à frente da “Swing da Leopoldina”, esbanjou carisma, dando atenção a toda comunidade e com muito samba no pé. A bateria, por sua vez, foi impecável e caprichou nas bossas.

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“A escola vem em uma crescente, graças a Deus, estamos trabalhando o ano todo, pegamos esse samba e fizemos um bom trabalho em cima. Hoje posso dizer que nossa bateria junto com o samba e da comunidade que nos abraçou está 100% e tudo dando certo vamos fazer um excelente desfile. Agora não tem o que acertar, é só brincar e se divertir, mas levando tudo a sério, porque o trabalho está pronto, vamos usufruir de todo nosso esforço dentro da avenida”, ressaltou o mestre Lolo.

Brilho no olhar segue intenso! Comunidade canta forte e bateria da espetáculo no último ensaio de rua da Viradouro

Por Gabriel Gomes e Rhyan de Meira

A Unidos do Viradouro realizou seu último ensaio de rua, na Avenida Amaral Peixoto, Centro de Niterói, na noite de domingo. O forte canto da comunidade e o espetáculo proporcionado pela bateria “Furacão Vermelho e Branco” de Mestre Ciça, foram os grandes destaques da apresentação da escola. Nem mesmo a falta de energia do meio para o final da Avenida foi capaz de conter a empolgação dos niteroienses e gonçalenses. Agora, a Vermelha e Branca mira sua atenção no ensaio técnico a ser realizado no próximo sábado. No carnaval 2023, a Unidos do Viradouro terá a missão de encerrar os desfiles do Grupo Especial com o enredo “Rosa Maria Egipcíaca”, do carnavalesco Tarcísio Zanon.

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Fotos de Gabriel Gomes e Rhyan de Meira/Site CARNAVALESCO

A comunidade da Viradouro mostrou logo no esquenta a garra que iria apresentar durante todo o ensaio, com os sambas de 2019, 2020 e o exaltação da escola. Após o terceiro lugar do último carnaval, a Vermelha e Branca provou, além do chão e da bateria, que tem fortes trunfos na busca pelo campeonato em 2024, como o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho e Rute, e um bom samba-enredo. A comissão de frente não se apresentou no ensaio de rua do último domingo. O coreógrafo Rodrigo Negri, porém, estava presente na Amaral Peixoto.

“A gente finda esse ciclo na Amaral Peixoto da melhor maneira, com um ensaio arrebatador, tecnicamente em alto nível e, mais do que isso, emoção, escola, comunidade, sentimento. A gente chegou nessa reta final no ápice, que é o desejo e o que a gente programa no trabalho durante o ano inteiro. Agora é confirmar isso no próximo sábado e, consequentemente, no desfile oficial também. Quanto à preparação, a escola está pronta para disputar mais um título”, afirmou o presidente da Viradouro, Marcelinho Calil.

Harmonia

O quesito harmonia, sem sombra de dúvida, foi um dos principais destaques da Unidos do Viradouro no ensaio de rua. Com muita garra, os componentes da escola cantavam uniformemente o samba-enredo. O desempenho do carro de som comandado pelo intérprete Zé Paulo, completamente entrosado à “Furação Vermelho e Branco”, de mestre Ciçam contribuíram para a fluidez e animação no canto da escola. Em certos momentos, a bateria realizava um apagão no “Eu sou a Santa que o povo aclamou” do samba, o que era perfeitamente sustentado pelo chão da Viradouro.

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Com a forte chuva e ventania ocorrida em Niterói horas antes, parte da Avenida Amaral Peixoto, do meio para o final, ficou às escuras, sem energia elétrica, durante a passagem da escola. Porém, nenhum obstáculo foi capaz de contar o canto e força da comunidade niteroiense e gonçalense, que não deixou o desempenho cair em nenhum momento.

“Balanço é o melhor possível. Estamos desde outubro/novembro ensaiando. Hoje é aquele ensaio que a gente se despede da nossa comunidade e da nossa avenida. O que a gente fez aqui, nós vamos fazer lá (no ensaio técnico da Sapucaí) com um tesão a mais. Seria ignorância nossa achar que não há nada para melhorar. Sempre buscamos dentro da gente e dentro do nosso trabalho melhorar para não chegar acomodado. É claro, se chegar a 10/15 dias de um desfile e falar que tem muita coisa para ajustar é um problema. Nós não temos muita coisa para ajustar. Agora é só lapidar, chegar lá e fazer o melhor desfile das nossas vidas”, ressaltou o Diretor de Carnaval da escola, Dudu Falcão.

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Evolução

Em evolução, a Unidos do Viradouro manteve o alto nível de desempenho apresentado em harmonia. Os componentes da escola evoluíram de maneira fluída e correta por toda a extensão da Amaral Peixoto. As alas das escolas estavam perfeitamente distribuídas, sem apresentar espaçamentos. A ala de passistas da Vermelha e Branca, comandados por Valcir Pelé e vestidos nas cores da escola, foram destaque positivo no quesito, com muita animação, simpatia e samba no pé. A primeira ala coreografada da escola, sob os comandados do consagrado coreógrafo Márcio Moura, também se apresentou bem e recebeu aplausos na pista.

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Samba-Enredo

Composto por Claudio Mattos, Dan Passos, Deco, El Toro, Jefferson Oliveira, Lucas Neves, Luis Anderson, Marco Moreno, Thiago Meiners e Victor Rangel, o samba-enredo da Unidos do Viradouro confirmou no ensaio porque foi eleito o melhor de 2023 pelos leitores do site CARNAVALESCO. Com característica melodiosa, o que casou perfeitamente com a voz do intérprete Zé Paulo, a obra demonstrou muita valentia ao ser cantada pela comunidade da Vermelha e Branca. O refrão principal do samba e o trecho “Eu sou a santa que o povo aclamou” foram cantados a plenos pulmões pela comunidade niteroiense e gonçalense.

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“A gente tem um baita local de ensaio que se aproxima muito com o que a gente tem na Sapucaí. O público compareceu bastante e a gente tem a chance de ter o contingente da escola quase 100% aqui. Hoje foi mais um passo e sábado que vem tem nosso ensaio técnico valendo. No desfile, acontecem coisas que no ensaio não acontecem. A escola por si só já sabe o que tem que fazer. É só pedir para que os deuses do carnaval estejam ao nosso lado para que a gente possa fazer um grande trabalho”, comentou o intérprete Zé Paulo.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Sempre bem vestidos, dessa vez no vermelho e branco da escola, o experiente casal da Viradouro, Julinho e Rute, provou, mais uma vez, porque é considerado um dos principais do carnaval carioca. No ensaio de rua, o casal se apresentou de maneira correta e esbanjou sincronia na dança. Além dos fortes giros de Rute, o casal apostou em momentos de alusão direta ao samba-enredo da escola, como na parte do “Senti a alma daqueles, os mais oprimidos” e do “Meu samba é manifesto”, no qual ambos erguiam os punhos.

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“Balanço super positivo, vai ser mais um carnaval diferenciado. O último carnaval foi pós pandemia e este ano está sendo um carnaval diferente. Está sendo um carnaval onde a escola sabia o que ia acontecer e todo mundo se preparou. Sempre tem o que aprimorar”, afirmou Julinho Nascimento.

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“Por conta do último carnaval ter sido em abril, o nosso tempo de descanso foi menor. A gente também teve uma ânsia de voltar a ensaiar mais cedo e a gente voltou mais cedo. Hoje estamos no ritmo final, mas com muita ânsia porque o carnaval realmente voltou. Vamos pra avenida e trazer o campeonato de novo pra Niterói”, completou Rute Alves.

Outros Destaques

Show à parte, a bateria “Furacão Vermelho e Branco”, de mestre Ciça, proporcionou um verdadeiro espetáculo ao público presente na Avenida Amaral Peixoto. Durante a apresentação no ensaio, a bateria apresentou diversas bossas e novidades, o que sugere surpresas para o desfile oficial. A principal delas, ocorria no refrão do meio do samba-enredo da Vermelha e Branca, com a presença de atabaques: Em certo momento, ritmistas da escola se abaixavam e só permaneciam em pé os que tocavam atabaques; Em outro momento, a ala de chocalhos, juntamente com os atabaques, iam para frente da bateria e se apresentavam junto a rainha de bateria, Érika Januza.

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Por falar na rainha de bateria da escola, Érika Januza seguiu a sua linha de homenagens na fantasia. Dessa vez, o homenageado foi o mestre de bateria da escola, Ciça, um ícone do carnaval e da Vermelha e Branca. A rainha se fantasiou de “caveira”, apelido dado a Ciça pelos ritmistas e como o mestre ficou conhecido no mundo do samba.

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“Choveu muito aqui em Niterói, várias árvores caíram aqui no entorno da Amaral Peixoto. É nosso ensaio de encerramento de rua e semana que vem esperamos fazer um grande ensaio técnico na Sapucaí, no campo de jogo, com certeza estará todo mundo lá. A Viradouro vem para disputar título, respeito às coirmãs, mas é uma escola que está sempre pronta para disputar o título. Temos pequenos ajustes para fazer, terça-feira antes do ensaio técnico, faremos alguns ajustes. Ajustar é sempre bom, até no dia do desfile mesmo, na concentração”, comentou mestre Ciça.

A Unidos do Viradouro será a sexta e última escola a desfilar na Segunda-Feira de carnaval do Grupo Especial. A Vermelha e Branca levará para avenida o enredo “Rosa Maria Egipiciáca”, do carnavalesco Tarcísio Zanon. No próximo domingo, a escola realizará seu ensaio técnico na Marquês de Sapucaí.

Unidos da Tijuca faz um ensaio de rua emocionante no Borel

Aos pés do Morro do Borel, a Unidos da Tijuca fez um emocionante ensaio de rua como um resgate às suas origens. A escola evoluiu na São Miguel, rua da quadra antiga onde hoje funciona o seu Instituto de Cidadania. A comunidade desceu o morro para acompanhar de perto a bateria “Pura Cadência” e sua rainha Lexa, o casal Matheus André e Denadir Garcia e os intérpretes Wantuir e Wic Tavares. Todos os segmentos estavam presentes, da comissão de frente aos passistas mirins. Foi um ensaio de afeto, com todos os componentes cantando forte e grande participação do público.

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Fotos de Matheus Vinícius/Site CARNAVALESCO

“Foi um resgate do que acontecia há anos ali na comunidade. Nos anos 90, eu ensaiava aqui toda terça-feira, foi maravilhoso voltar e ver o olhar de alegria da comunidade do Borel e dos componentes em ter a escola ensaiando ali novamente. Acredito que muitos nunca tinham vindo aqui, conhecer a raiz da nossa escola. Foi um sentimento de felicidade mútuo, foi uma noite memorável para a nossa escola. Hoje, não foi um ensaio para ver problemas ou soluções. Hoje, foi um ensaio para nos divertirmos, lavarmos a alma e tomarmos um banho de Axé. E foi isso que aconteceu aqui na comunidade. Temos mais um ensaio de rua, nesse sim, procuramos fazer o que vamos fazer no desfile, testamos coisas novas, mas a escola está pronta e vem novidade no dia do desfile. A comunidade vai ficar muito feliz com o que vão ver”, comentou Fernando Costa, diretor de carnaval.

Comissão de frente

A comissão de frente de Sérgio Lobato apresentou a coreografia que exibiu nos ensaios técnico e de rua. Os 15 componentes faziam movimentos que lembravam navegação e os orixás citados no enredo. Os passos apresentados são firmes e encantam pela agilidade. Vale ressaltar que, em determinado momento, uma das dançarinas é elevada pelos outros componentes e faz uma performance.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Matheus André e Denadir Garcia já comprovaram a sintonia enquanto primeiro casal. Eles estão muito confortáveis com o bailado e a confiança entre os dois é confirmada pelas trocas de olhares e pelo constante sorriso no rosto. Eles se apresentaram com o apoio e a energia do público que os aplaudia pelos rodopios e pelos cortejos.

Harmonia

Como o ensaio foi mais em casa do nunca, a escola inteira estava cantando o samba em sua integralidade. Um destaque sempre nos ensaios da Tijuca é o trecho “Ó pai, ó! É carnaval!”. Os componentes cantam com força essa parte e levantam os braços. Além disso, o entrosamento entre Wantuir e Wic Tavares no comando do carro de som evidencia o domínio que eles têm sobre o samba.

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“Ensaiar no Borel é chegar e pisar no chão original. Nós estamos na Francisco Bicalho emprestado. A escola foi fundada aqui, aqui que é a sede da Unidos da Tijuca, aqui que é a comunidade do Borel que a gente tanto fala. Para nós, é satisfação e prazer estar junto com a comunidade. É uma felicidade só. Eu tenho certeza absoluta que esse ano não vai ser igual àquele que passou. Depois de fazer um maravilhoso desfile, encantar a Sapucaí e ficar em nono, a gente tem certeza que esse ano vai ser diferente porque a gente merece. O carnaval está bonito, o samba é maravilhoso, o barracão é sensacional, as fantasias são fantásticas. Eu espero um bom resultado no carnaval desse ano com toda certeza. Faltar acertar pouca coisa. Eu acho que agora é só entregar as fantasias”, disse o intérprete Wantuir ao site CARNAVALESCO.

“Não tem pré-carnaval melhor que o da Tijuca. Vir aqui na nossa casa, no Borel, na nossa real comunidade. Ensaiar aqui é mais que muito emocionante, aqui tem muita gente que já não tem mais possibilidade de desfilar e consegue resgatar memórias. Nós também trazemos as crianças mais novas para dentro da nossa história do carnaval. Para mim é mais que importante isso aqui. Tinha que existir sempre, porque aqui é a nossa verdadeira casa. Eu estou muito feliz de vir aqui e cantar para minha comunidade. Eu acho que, nos nossos ensaios, a gente vem se encaixando e se entendendo e agora é dar tudo certo no dia. Que o Papai do Céu nos abençoe, mãe Iemanjá nos ilumine, mãe Oxum nos proteja e Xangô faça a justiça. Que façamos um ótimo desfile, porque, graças a Deus e aos nossos guias, estamos muito entrosados enquanto escola. A Unidos da Tijuca tem um lema que é ‘Família tijucana’ e, de fato, isso aqui dentro faz toda diferença. Somos família com conversa, diálogos, toda família briga, mas sempre pelo melhor. Aqui na Tijuca, a gente se sente à vontade para fazer o nosso trabalho”, refletiu a cantora Wic Tavares.

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Evolução

Durante cerca de uma hora, a agremiação dominou a rua São Miguel. Os componentes partiram de frente da antiga quadra e foram em direção ao cruzamento com a rua Santa Carolina, onde as alas se dispersaram e a bateria e o carro de som fizeram o caminho de volta para quadra com direito aos espectadores seguirem atrás dos ritmistas. Um espaço grande foi aberto entre a ala de passistas e a “Pura Cadência” para que a rainha de bateria Lexa evoluísse, cumprimentasse os admiradores, sambasse com as crianças e a comunidade.

Samba-enredo

O Borel em peso aprendeu a cantar o samba da Tijuca de 2023. Uniformemente, todos os componentes presentes no ensaio de rua estavam com o samba na ponta da língua. A musicalidade da composição de Júlio Alves, Cláudio Russo e Tinga colabora para que certos trechos sejam mais fáceis de decorar, por exemplo, a segunda parte do samba.

Outros destaques

O aniversariante do dia, mestre Casagrande, conduziu a “Pura Cadência” com muita emoção e vontade de mostrar que a Unidos da Tijuca é uma escola de comunidade. A cantora Lexa deu um show à parte de carisma, permitindo tirar fotos e sambar com o público.

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“Ensaiar no Borel significa uma emoção muito grande. Hoje, eu estou emocionado porque são 27 anos que a gente não ensaia aqui na comunidade e, hoje, a receptividade que tivemos aqui foi um negócio incrível. É o meu aniversário. Eu cheguei aqui e já tinha uma festa que os ritmistas e o pessoal da comunidade fizeram, um almoço. Não consegui nem falar direito no microfone de tanta emoção que foi. Eu queria agradecer demais ao meu presidente [Fernando Horta]. Nesses últimos carnavais, ficaram falando que nossa escola não é de comunidade, não é de favela. Nossa escola é de comunidade, a gente sabe de onde é oriundo. Eu queria deixar isso bem claro para as pessoas que falam da Unidos da Tijuca. A Unidos da Tijuca é uma escola de morro, é uma das escolas mais antigas do carnaval carioca e merece muito respeito. Tem o ditado: ‘Respeite quem pôde chegar onde a gente chegou’. A escola está aí mostrando que tem uma comunidade muito forte. Quem esteve presente hoje viu o povo na rua. Mais uma vez, eu enalteço a figura do meu presidente. Tinham pessoas aqui que nunca tinham visto o ensaio da Unidos da Tijuca por falta de oportunidade de ir onde nós ensaiamos no Centro, no Santo Cristo. Hoje, foi demais! Bateria toda emocionada. Eu vi pessoas que desfilavam comigo na década de 1980 e 1990 que não desfilam mais, mas estavam super emocionadas. Como diz nosso enredo, a gente sai hoje daqui com um axé muito grande, um axé muito forte. Que Nossa Senhora Aparecida nos abençoe, porque hoje foi muito legal. Muitas crianças, o morro desceu. Nós estamos muito bem ensaiados. A escola está cantando muito. O samba está funcionando, vimos que a escola não para um minuto. As alas estão muito bem ensaiadas. Eu acho que vamos ser uma surpresa muito grande. Esse ano, não estão batendo na gente porque sabem que estamos muito bem. Muito bem de barracão e muito bem de fantasia. Eu que vivo o barracão da escola todos os dias, 12 horas por dia, eu vejo e vivo o carnaval da Unidos da Tijuca e sei o que ela tem, o potencial que ela tem para voltar nas campeãs. Ser campeã ou não é consequência de fazer um grande desfile. Hoje a gente sabe que tem uma grande potência. Temos quesitos que nos favorecem muito a fazer um grande desfile. Eu acho que tem acertar um pouco a parte musical, falta aquela pegada ainda de desfile, mas isso no dia a gente tem um carro de som muito bom, o Wantuir e a Wic. O pai é um monstro cantando. Na Avenida, ele se transforma. Ele gosta de jogar. Eu costumo dizer que o Wantuir é o jogador que gosta de jogar no dia e, no dia, eles joga demais. A Wic também. Eles estavam emocionados, estavam muito bem e super animados. Eu quero que eles estejam assim no dia como eles estavam hoje aqui. Se eles estiverem assim, vai ser difícil segurar a Tijuca”, declarou mestre Casagrande.

Na rua São Miguel, há o Instituto das Irmãs Oblatas Santíssimo Redentor. Esse instituto de projeto social, hoje, abriu as portas e algumas senhoras ficaram na porta acompanhando a escola passar. A rainha de bateria foi até elas, sambou e as reverenciou. Posteriormente, os cantores do carro de som animaram as idosas no caminho de volta à quadra.

A Unidos da Tijuca será a quarta escola a desfilar no domingo, 19 de fevereiro. Com o enredo “É onda que vai… É onda que vem… Serei a Baía de Todos os Santos a se mirar no samba da minha terra”, a agremiação irá falar do estado da Bahia, sua religiosidade e sua história.