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Comissão de Frente impactante é destaque do último ensaio técnico da Mocidade Unida da Mooca

MUM também teve canto bastante forte da comunidade; recuo da bateria é ponto de destaque para a agremiação

As primeiras palavras de Rafael Falanga, presidente da Mocidade Unida da Mooca, à escola antes do ensaio técnico realizado no domingo no Anhembi poderiam deixar a escola menos afeita a aspectos mais técnicos – na Concentração, ele falou que “era só mais um ensaio” e que “era dia para se divertir”, entre outras frases nesse sentido. Mesmo assim, a agremiação teve uma apresentação bastante competente ao cantar o enredo “O Santo Negro da Liberdade”, tema da instituição para o carnaval 2023.

Comissão de Frente

Para explicar a apresentação dos componentes, é necessário explicar o enredo. A escola cantará a história de Francisco José Chagas, popularmente conhecido como Chaguinhas, cabo do exército que liderou um movimento que cobrava da então corte portuguesa o pagamento de cerca de cinco anos de salários atrasados para os militares nascidos no Brasil, além da igualdade de direito entre os nativos e os portugueses.

Nascido em São Paulo, ele foi condenado à morte por enforcamento. Após três tentativas frustradas (sendo que, em uma única, a corte já garantia o perdão), ele foi executado à pauladas. Pela bravura demonstrada em combate e pelas cordas arrebentadas, ele passou a ser venerado como um santo pelos locais.

É a encenação do momento final da vida de Chaguinhas o mote da comissão de frente da agremiação. Após ele interagir com nativos e carrascos portugueses, ele é encaminhado ao local onde deveria ser enforcado – e, após se “livrar” da pena, ele retorna ao convívio com os locais. O personagem, entretanto, retorna ao local e, após mais uma corda arrebentada, cai em um chão falso após simulações de pontapés sofridos.

O grande momento da coreografia, bastante extensa e que pouco dialoga com o samba, é a aparição, no alto de um tripé, de outro ator representando Chaguinhas, aparecendo em meio à fumaça.

Em frente às cabines de jurados, sempre acontece a ascensão de Chaguinhas, em momento muito bem calculado pelo staff da escola – tal qual a dança, que foi executada sem erros e com a passarela seca, sem chuva. O único contratempo observado foi visto já nos metros finais do desfile: no momento mais chamativo da comissão de frente, a fumaça não apareceu.

Harmonia

O samba-enredo claramente foi muito bem aceito pela comunidade da escola, que mostrou muita força ao cantar a história proposta pela escola. Mas, mais do que isso: a ala musical foi responsável direta pela boa execução da música.

A Chapa Quente, comandada por mestre Dennys, executou cinco apagões ao longo de todo o desfile (os dois últimos já nos últimos metros da passarela), todos com boa resposta dos componentes, que cantavam ainda mais forte após o movimento.

Os ritmistas, por sinal, garantiram um andamento bem mais cadenciado que o esperado por muitos: o enredo, tocante e bastante emotivo, poderia ser tocado de maneira pouco mais acelerada, mas a bateria manteve-se mais tranquila, garantindo o canto limpo e claro de todos os componentes.

Duas alas bastante importantes em toda e qualquer escola e que nem sempre são sinônimo de canto forte executaram bem a função: a das baianas e a de passistas. Em tal quesito, o ponto negativo foi a terceira após o segundo carro: se evoluíam bem, com pompons laranjas, faltou força ao cantar o samba-enredo.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Fantasiados, mas sem os esplendores (parte de cima do vestuário de um componente de escola de samba) e majoritariamente na cor vermelha, com detalhes dourados, Patrick Vicente e Graci Araújo tiveram exibição bastante segura no último ensaio técnico da MUM antes do carnaval.

Sem girar muito, a dupla buscou a eficiência em cada um dos movimentos feitos – e conseguiu chegar ao objetivo desejado. Ao girar, o casal se movimentava no sentido horário.

Os giros em menor número não apagam, de jeito algum, a boa apresentação de Patrick e Graci. Muito sorridentes, graciosos e interagindo muito bem com o público, ambos também executavam movimentos de acordo com o momento em que O samba está na passarela.

Destaque para a apresentação de ambos na terceira cabine de jurados, em que Patrick desfraldou o pavilhão em momento e maneira impecáveis. Ambos, durante toda a apresentação, também se mostraram bastante sincronizados.

A dupla contava com guardiões, que, além de destacar a presença de Patrick e Graci, fortaleciam o canto do setor.

Samba-Enredo

Canção bem elogiada por componentes, público geral e crítica, a canção foi muito bem defendida pelos intérpretes Gui Cruz e Clayton Reis. O carro de som como um todo, por sinal, mostrou bastante competência desde antes do início do ensaio técnico, com sambas de quadra muito bem executados e que tocaram os componentes da MUM.

Prova disso é a resposta dos componentes aos apagões da Chapa Quente, cantando ainda mais forte que o normal.

Evolução

A primeira parte da escola (popularmente conhecida como “Cabeça”) veio bastante coreografada – o que garante uma Evolução bastante dinâmica. Depois de tal setor, entretanto, a agremiação, aparentemente, marcou “apenas” algumas partes específicas do samba-enredo, liberando a dança e o bailado dentro das alas. Os componentes responderam positivamente a tal atitude.

Calcanhar de Aquiles de diversas escolas de samba em 2023 e de maneira histórica em São Paulo, a entrada da bateria no recuo merece atenção especial da agremiação. Os ritmistas fizeram algo próximo de dois movimentos: no primeiro, se posicionavam; depois, entravam no local. Se a corte ocupou bem o espaço, a ala de passistas que vinha na sequência teve evolução um tanto quanto morosa. No corredor da passarela destinado a credenciados e à imprensa, a reportagem do CARNAVALESCO notou alguns staffs pedindo mais velocidade e outros com semblante de reprovação. A agremiação ficou cerca de dois minutos e meio parados para que os ritmistas se postassem em seus respectivos lugares.

Outros destaques

– Quando a sirene tocou para indicar o começo do ensaio técnico, a escola não estava cantando samba algum. Depois, iniciou uma canção executada na quadra da instituição – algo proibido pelo regulamento. Só depois o samba-enredo foi executado.

– O céu, que ficou nublado durante todo o ensaio técnico, basicamente desabou minutos depois da apresentação.

– Após o encerramento do ensaio técnico, houve bastante comemoração da escola na dispersão.

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