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Império de Casa Verde 2023: galeria de fotos

Mocidade Alegre 2023: galeria de fotos

‘Estamos mostrando a cultura da mulher indígena e amazonense’. Baianas da Porto da Pedra são as Donas da Terra

PP02 2De vermelho e preto, as baianas da Unidos do Porto da Pedra entraram na Sapucaí representando as donas da floresta, com um vestido com padronagem indígena. Dentro do enredo, são os cânticos sagrados delas que vão abrir os caminhos para o escritor Júlio Verne navegar pela Amazônia. Com o objetivo de se divertir e educar, as componentes querem mostrar a potência cultural da mulher amazônica.

“Essa fantasia é ver se bate no coração de cada um a importância da nossa Amazônia e dos indígenas. Todo mundo olha para os indígenas como se fossem pessoas pequenas, pobres e com nenhuma cultura. Nós estamos mostrando a cultura da mulher indígena e amazonense”, disse a presidente da ala Lindalva Mendonça, há 8 anos no cargo.

Para a líder do segmento, as baianas ficaram apaixonadas pela fantasia por conta da beleza, porém uma queixa foi recorrente. A estrutura da saia faz os babados se arrastarem no chão. Isso vai exigir atenção durante a evolução. Integrante do segmento há 23 anos, Vera Lúcia, de 68 anos, comentou sobre essa questão:

PP03 2“A fantasia está muito bonita. A gente só está com um problema. Estamos tropeçando nos babados, isso dificulta a gente rodar e fazer uma apresentação bonita”

Já Rosária Xavier, de 61 anos, contou que a fantasia está leve e acredita que ela simboliza um alerta. A baiana está no seu 26º carnaval pela vermelho e branco de São Gonçalo.

“O significado da fantasia é muito forte! É a preservação da Amazônia. Nós viemos representando as mães da terra tentando dar este alerta para as pessoas. É o nosso futuro que está em jogo. Nós temos que preservar agora para as gerações futuras, para mais tarde. Se não tiver esse cuidado, a gente não vai ter nada”, reforçou Rosária.

PP04 1O clima de confiança está presente entre as desfilantes. Um exemplo é a baiana Maria Auxiliadora de Souza, de 61 anos. Ela se considera uma baiana profissional e acredita que o enredo nesse momento é essencial.

“Nós vamos conseguir dar o nosso recado porque somos profissionais. É um enredo maravilhoso e, com ele e com o desempenho do carnavalesco [Mauro Quintaes], a gente tem tudo para chegar lá”, disse a componente que estreia esse ano na Porto da Pedra, mas faz uma maratona ao desfilar em escolas como Acadêmicos de Niterói, Cubango e União de Maricá.

As baianas desfilaram no primeiro setor do desfile chamado “Delírio Aventureiro”. O tom de vermelho compôs com o abre-alas e a ala que vinha à sua frente.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Em Cima da Hora no desfile

A bateria da Em Cima da Hora fez um bom desfile, na estreia de mestre Léo Capoeira. Um ritmo profundamente atrelado à questão africana que o enredo da escola propôs. O maior mérito musical e cultural da “Sintonia de Cavalcante” foi conectar sua musicalidade a toques de Candomblé, tais como o belo arranjo do refrão do meio, onde é feito um Alujá que é finalizado com o “Machado de Xangô”.

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A cozinha da bateria produziu um ritmo marcado pelo timbre relativamente grave, inserido nas tradições musicais da bateria da Em Cima da Hora. Marcadores de primeira e segunda tocaram com firmeza e segurança. Surdos de terceira foram o destaque musical da parte de trás do ritmo, adicionando bastante molho ao ritmo e também em bossas. Caixas de guerra ajudavam a preencher a sonoridade com bom volume, junto de repiques seguros.

Já a cabeça da bateria exibiu um naipe de tamborins que tocou com firmeza e de modo seguro, aliado a chocalhos também com boa técnica musical. O naipe de agogôs ajudou a complementar a musicalidade das peças leves, seguidos por uma ala de cuícas de qualidade.

A paradinha do refrão do meio, iniciada no verso “Minha fé ninguém calou”, foi a de maior destaque. Um Alujá potente e frenético é realizado de forma intensa pelos surdos de terceira. Um refinado toque de caixas também engloba a convenção sofisticada, numa construção musical detalhada e de invariável impacto sonoro.

Um breque na primeira deu dinamismo sonoro a “Sintonia de Cavalcante”. Depois da chamada dos repiques, tamborins fazem um toque envolvente enquanto surdos de terceiras dão balanço ao arranjo musical. Foi possível perceber ainda um outro breque, no final da segunda, contribuindo com o ritmo graças ao swing das terceiras.

Na sequência do breque da segunda, por vezes, foi exibida uma outra bossa durante o refrão principal. Uma construção integrada à musicalidade da Em Cima da Hora, aproveitando cuícas, surdos e repiques para consolidar o ritmo. Um arranjo bem concebido e que deu impacto ao ritmo.

As apresentações nos módulos de julgadores ocorreram de forma correta, sem problemas evidenciados dentro da pista. A melhor exibição para julgador foi a da segunda cabine. Um bom desfile da “Sintonia de Cavalcante”, ao consolidar seu ritmo integrado à sonoridade atrelada ao tema de vertente africana da Em Cima da Hora.

‘Amazonas, um rio de história e mistérios’: Segunda alegoria da Porto da Pedra destaca o maior rio em volume de água do mundo

PP02 1No carnaval de 2023, a Vermelha e Branca apresentou o enredo “A invenção da Amazônia”, do experiente carnavalesco Mauro Quintaes. A segundo alegoria da escola, intitulada “Amazonas, um rio de história e mistérios”, destacou o Rio Amazonas, o maior do mundo em volume de água.

Dentro do enredo, a segunda alegoria do Tigre de São Gonçalo teve a missão de apresentar a história mística que envolve o Rio Amazonas, unindo civilizações, nações e seres espirituais. O carro colaborou para a mensagem de preservação à natureza do enredo da escola, como comenta a componente Eliane Farias, de São Gonçalo. “O enredo passa essa mensagem importante, devemos ter consciência, passar essa consciência para todas as pessoas e é isso que a Porto da Pedra vai passar na avenida. O Tigre será campeão”.

Visualmente, a alegoria não deixou nada a desejar. O carro apresentou um grande e esculturas bem feitas, como um índio grande na frente e alguns menores nas laterais. A saia da alegoria foi revestida de palha e com cores quentes constituindo os detalhes.

PP03 1Único destaque da escola residente do município de São Gonçalo, o educador Ton Bricio reforçou a importância da mensagem passada pelo enredo da escola. Desde 1994 frequentando a quadra da escola, o gonçalense defende a preservação da Amazônia para as gerações futuras.

“Atualmente, nós temos que pensar em todo tipo de preservação, a Amazônia é nossa, nossa riqueza, nosso poder e temos que preservar para o mundo, não só agora, mas para os próximos que virão”, ressaltou.

Porto da Pedra desde criança, a jovem Francine Montibelo também destacou a importância do enredo. Para ela, tratar de um tema importante no carnaval é fundamental para alertar a população sobre sua relevância. “Essa mensagem que a escola está passando é importante para todo mundo, uma consciência que todos devem ter e muitos não tem. Transmitir isso no carnaval é muito forte e a Porto da Pedra está sendo bem falada”.

Em Cima da Hora exalta a potência de ‘Esperança Garcia’, mas peca na parte plástica

Quarta escola do sábado de carnaval da Série Ouro, a Em Cima da Hora trouxe para a avenida o enredo “Esperança, Presente!”, em homenagem àquela que hoje é considerada a primeira advogada do Brasil: Esperança Garcia. Uma mulher negra, escravizada, que escreveu uma carta denunciando a violência e os horrores das estruturas racistas de um Brasil colonial e provinciano. O ponto alto foi a bateria de mestre Capoeira e a exibição do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. Porém, as falhas na parte plástica e na sequência das alas podem tirar décimos da agremiação, que fechou o seu desfile com 54 minutos. * VEJA AQUI FOTOS DO DESFILE

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Comissão de frente

A comissão de frente, coreografada Leandro Azevedo, desfilou representando “A Desonra desperta a justiça por grandes negros e negras”. Eram 14 pessoas ao todo, sendo dois feitores, 11 escravizados e a Esperança Garcia, personagem principal do enredo da escola. Alguns componentes estavam com os pulsos acorrentados e/ou com uma espécie de “tronco” amarrado nas costas, sendo açoitados pelo chicote dos feitores. O segmento realizou uma apresentação bem marcante, com movimentos bem sincronizados e expressivos.

MATÉRIAS ESPECIAIS DO DESFILE
* Componentes da Em Cima da Hora ressaltam a importância de representar a história de Esperança Garcia
* Passistas da Em Cima da Hora mostraram a importância da leitura na luta pela liberdade
* Baianas da Em Cima da Hora fazem homenagem para mulheres pretas

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As vestimentas dos integrantes eram “de época”, em tons pasteis e terrosos, sendo Esperança a única a vestir branco. Quando o samba-enredo dizia “Sou a palavra que arde”, a protagonista do enredo exibiu um cartaz escrito: “Carnaval também é voz pra calar a escravidão”, que é um trecho do refrão. Ao final, Esperança Garcia foi coroada pelo grupo, que colocou nela uma roupa de advogada e um cabelo ‘black power’. A ideia inicial, segundo constava no livro abre-alas, era trazer um elemento alegórico chamado de “Dos maus tratos ao empoderamento negro”, que acabou não passando pela avenida.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O primeiro casal, Jhony Matos e Jack Gomes, veio com a fantasia “Trovões da Esperança!”, em referência aos trovões do orixá Xangô, que anunciam justiça. Foi uma espécie de clamor de Esperança à sua ancestralidade religiosa. A roupa dos dois possuía as cores da Em Cima da Hora, azul e branco, além de muito brilho e pedrarias prateadas. O casal realizou uma bela apresentação, demonstrando boa sintonia ao longo dos giros e rodopios. A troca de olhares entre eles foi precisa para que a dança fosse bem executada. A exibição de Jhony e Jack em frente às cabines de jurados durou cerca de 1’50”.

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Samba-Enredo

O carro de som foi liderado por Igor Pitta, ao lado de 3 cantores de apoio, 2 cavacos e 2 violões. Os intérpretes conduziram bem o samba-enredo da escola na pista, procurando manter a empolgação da comunidade de Cavalcanti. A obra da Em Cima da Hora foi composta em parceria por Gilmar L Silva, Julio Cesar, Marcio de Deus, Moisés Santiago, Orlando Ambrosio, Richard Valença, Rogério de Cavalcante e Serginho Rocco.

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Harmonia

A Em Cima da Hora apresentou oscilações no canto ao longo da avenida. Em geral, a escola entoava com mais vigor o refrão principal “Ainda que seja o lugar do folião…”, mas diminuía a intensidade no decorrer do samba-enredo. Destaque para o bom canto da ala 3, intitulada “Ojuobá”. Por outro lado, a ala 5 “Fazenda de Algodões” deixou a desejar em harmonia, passando com vários integrantes sem cantar boa parte do samba.

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Evolução

A escola de Cavalcanti realizou sua evolução de forma dinâmica, com a comissão de frente se apresentando na frente do primeiro módulo de julgamento já na segunda passada do samba. A ala que veio atrás da bateria desfilou com certos espaços em seu miolo, abrindo pequenos buracos na pista. A penúltima ala da Em Cima da Hora, dos Ciganos, também apresentou o mesmo problema de evolução. A bateria saiu do recuo com 42 minutos. A partir de então, a escola passou a desfilar em ritmo mais cadenciado até concluir a sua apresentação.

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Enredo

O enredo “Esperança, Presente!” conta a história de uma mulher que, após ter sido separada do marido e sofrer diversas agressões, escreveu uma carta relatando os abusos e pedindo ajuda ao governo da capitania do Piauí, em 1770. Em ato de extrema coragem e resistência, Esperança clamou por justiça diante da série de violências que ela, suas companheiras e filhos vinham sofrendo. O texto é considerado o primeiro habeas corpus do Brasil, cuja autora, Esperança Garcia, foi reconhecida em 2022 pela Ordem dos Advogados do Brasil como a primeira advogada brasileira.

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De acordo com o carnavalesco Marco Antônio Falleiros, no primeiro setor do desfile da Em Cima da Hora foi traçado um paralelo entre a primeira advogada do Brasil e Xangô, orixá da justiça. Esperança é representada como braço firme e verbo vivo em defesa das negras e negros escravizados. A trajetória de vida de Esperança foi relatada no segundo setor, que vai do afastamento de sua família, passando pelas terríveis violências sofridas até a redação de sua carta.

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Por fim, o setor final abordou a relação de Esperança Garcia com a Literatura Afro-Brasileira, realizando uma diplomação simbólica como advogada que lutou e resistiu contra o racismo, machismo e as desigualdades sociais. Entretanto, além do elemento alegórico da comissão de frente que não desfilou conforme previsto no roteiro de desfiles, algumas alas da escola vieram fora da ordem proposta pelo carnavalesco. Um exemplo foi a ala dos passistas, “O poder da leitura e da escrita”, que não estava logo atrás da bateria, conforme o roteiro.

Alegorias

O carro abre-alas da azul e branco de Cavalcanti foi chamado de “O meu canto é por Justiça! Eu me chamo Esperança!” e mostrou a relação entre Esperança e Xangô, representado pelo destaque central Edimilsom Araújo. Mais acima, a destaque Janaína Guerra vestida de “Fogo da Justiça”. As composições da escada simbolizavam as “Obás de Xangô” e as composições das laterais eram as “Filhas de Xangô”. Búzios e chifres de marfim decoravam o carro que tinha as cores vermelho, dourado e branco.

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A segunda alegoria da Em Cima da Hora ganhou o nome de “Onde o verbo me invade, sou palavra que arde! A Resistência da Esperança!”. O cotidiano de trabalho e as violências sofridas por Esperança foram retratados no carro, que trazia como destaque o “Capitão do mato” e como composições os “Escravos da fazenda”. E por fim, o terceiro carro alegórico levava o mesmo nome do enredo: “Esperança, Presente!”. A alegoria exaltou a figura da grande homenageada Esperança Garcia, deixando a mensagem de que ainda é tempo de evocar a justiça com sabedoria. Um grande buraco na parte superior da alegoria deixava as ferragens e a madeira de revestimento aparente. A velha guarda da escola desfilou na parte frontal do carro.

Fantasias

Segunda ala a desfilar, as baianas da Em Cima da Hora vieram vestidas de “Labaredas do Fogo da Justiça!”, trazendo o oxé (machado duplo) de Xangô. Três componentes da ala vieram sem o chapéu, comprometendo a uniformidade das baianas. A ala “Resistência Negra” passou pela avenida sem nenhum chapéu, sem três costeiros e com algumas camisetas aparentes embaixo da fantasia. Já na ala “Piauí, Bandas Esquecidas – Trabalho no chão duro e na terra batida” eram as bermudas dos integrantes que estavam aparecendo por debaixo do tecido amarelo.

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Outros destaques

A rainha Anny Santos e o rei Jorge Amarelloh sambaram à frente da bateria Sintonia de Cavalcanti. Jorge, vestia a fantasia “A Santa Fé que Engana”, em tons de branco e prata com um grande costeiro que imitava asas. Anny, desfilou trajada de “Laços Africanos”. Raissa Oliveira veio como rainha da escola à frente do carro-abre alas, fantasiada de “Justiça”, em dourado e marrom. A Em Cima da Hora esquentou com o antológico samba de 1976, “Os Sertões”, escrito por Odeor de Paula.

É nossa hora de vencer’: Componentes da Porto da Pedra destacam preparo do Tigre na busca pelo título da Série Ouro

PP04‘Porto da Pedra, é nossa hora de vencer’, o trecho do refrão do samba-enredo do Tigre de São Gonçalo demonstrou na avenida a expectativa da comunidade gonçalense na disputa pelo tão sonhado retorno ao Grupo Especial. No carnaval de 2023, a Vermelha e Branca apresentou o enredo “A invenção da Amazônia”, do experiente carnavalesco Mauro Quintaes.

Em entrevista ao site CARNAVALESCO, componentes da Unidos do Porto da Pedra comentaram sobre a expectativa pelo título da escola. O gonçalense Waldeir Mota, desde 2010 no Tigre, acredita que, além da escola estar preparada, o título seria histórico para São Gonçalo após as recentes enchentes que atingiram a cidade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

PP03“Chegou o nosso momento, foi um ano de superação para todas, mas particularmente para nossa escola, a gente sabe da situação das enchentes em São Gonçalo, tivemos perda de pessoas, de amigos, mas estamos aqui com tudo mesmo assim. Com todo respeito que temos às co-irmãs que passaram ontem, algumas com alguns problemas, mas estamos na torcida para que tudo dê certo para a Porta da Pedra e que todas sejam julgadas com pé de igualdade.”, afirmou.

O sentimento de Waldeir é compartilhado por seu colega de ala, Felipe Rodrigues. Há 2 anos desfilando na Vermelha e Branca, o gonçalense acredita que a força do samba-enredo somada a parte plástica conduzirão o Tigre ao Grupo Especial.

PP02“A expectativa é a melhor de todas, estamos todas felizes, com a expectativa lá em cima que a gente vai subir hoje, com certeza. Esse ano vai, a escola tá muito linda, o samba é muito bom e temos um prefeito maravilhoso que ajudou muito a escola esse ano”, ressaltou o gonçalense.

Confiante no título, a gonçalense Paula, além de ser torcedora do Tigre, mora na rua da quadra da escola, no bairro Porto da Pedra, em São Gonçalo. Para ela, o entusiasmo da comunidade da Vermelha e Branca nos ensaios foi determinante para o desempenho apresentado na Marquês de Sapucaí.

PP01“A Porto da Pedra tá linda é esse ano vamos subir se Deus quiser. Estamos com muita garra e com o samba na ponta da língua. Os ensaios foram muito entusiasmantes”, enfatizou Paula, que desfila desde 2016 na escola.

Pela primeira vez como passista da Porto da Pedra, Francisca Fernandes apontou um trunfo na busca pelo acesso da Porto da Pedra: o fato de ser pé quente. Há anos frequentando a quadra da escola, Francisca confia que “chegou a hora de vencer”.
“É a minha primeira vez na ala de passistas, antes saía na comunidade, e acredito que sou pé quente e a Porto da Pedra já chegou campeã. É a hora de vencer, a hora da comunidade do Porto da Pedra vencer”, destacou.

Bateria da Ponte desmistifica termos racistas

Ponte01 4Com a fantasia “Vagabundos, vadios e malandros”, a bateria da Unidos da Ponte buscou desmistificar estes termos que eram usados como estereótipos raciais e religiosos. Com a vestimenta, os ritmistas ressaltaram a mensagem de respeito e combate à intolerância religiosa que foi destacada ao longo do enredo “Liberte nosso sagrado”. A roupa trouxe manchetes de notícias da época que destacavam perseguições contra os praticantes de religiões afro-brasileiras.

Em entrevista ao site CARNAVALESCO, os ritmistas da bateria da Unidos da Ponte comentaram sobre a importância do enredo, a mensagem da fantasia e definiram o que é, para eles, o segredo para ser um bom malandro.

Ponte03 2Lucas Batista, de 25 anos, é um dos diretores de bateria da Unidos da Ponte. Ele explicou que a fantasia traz uma mensagem sobre o preconceito vivido por todos aqueles que cultuam as religiões afro-brasileiras.

“A fantasia vem representando todo preconceito e a intolerância, assim como no enredo, que as religiões de matriz africana vem sofrendo ao longo dos anos. No terno, trazemos termos como ‘ladrão’, ‘roubo’, coisas que as pessoas falavam sobre quem frequentava a religião. Viemos também com algumas manchetes estampadas, que mostram pessoas que foram perseguidas e presas apenas por cultuar religiões de matriz africana”, contou o diretor de bateria.

Ponte04 2Para ser um bom malandro é preciso levar a vida com muito bom humor e jogo de cintura para enfrentar os problemas. Assim foi a definição feita por Lucas. Já na bateria da escola de samba, ele contou que o segredo para ser um malandro é a dedicação.

“Ser um malandro é levar a vida com bom humor, de um jeito irreverente, passando pelos problemas da vida da melhor maneira possível, com muito jogo de cintura e sempre sorrindo. O segredo para o malandro se dar bem na bateria da Unidos da Ponte é muito ensaio, atenção, mas, também, divertimento. A gente aqui está trabalhando, mas estamos, também, nos divertindo. Vamos entregar um desfile muito bom, assim como foi no ano passado”, disse Lucas, um dos diretores da Unidos da Ponte.

Ponte05 2Lucas Batista também contou o que achou da fantasia. Para ele, a roupa deste ano, além de representar uma importante mensagem, é leve e facilita o trabalho dos ritmistas ao longo da Passarela do Samba – o que Lucas definiu como ‘um exemplo a ser seguido’.

“Achei a fantasia bem legal, bem leve e maravilhosa. Não tem esplendor e é isso que a gente precisa. Uma fantasia leve para poder tocar. A fantasia é o sonho de todo ritmista; facilita a visão do diretor, está confortável e todas as escolas deveriam seguir igual”, comentou.

O diretor também falou da importância do carnaval como um meio de mensagem e quebra de preconceitos e paradigmas.

“Carnaval é sempre um veículo de informação. Através do carnaval as pessoas vão buscar informação. O combate à intolerância religiosa é fundamental, assim como o combate a qualquer tipo de preconceito. Espero que a Unidos da Ponte consiga passar a mensagem. Deixe em paz todo mundo que quer cultuar qualquer religião”, completou.

Junior Guedes, estreante da Ponte aos 41 anos, contou que para ser um malandro é preciso postura. O ritmista também falou sobre o que, para ele, é o necessário para o ‘malandro’ da bateria fazer um bom desfile na Marquês de Sapucaí.

“Inteligência, galanteio, consciência, postura, saber chegar e saber sair, ser amigo de todo mundo e usar sempre um bom palavreado de um verdadeiro malandro. eu sou meio suspeito pra falar. Em questão de malandro, ele sempre sobressai e, no samba, na boêmia, ele sempre sobressai e não vai ser diferente. Nós vamos entrar com o pé direito aqui na avenida pra fazer o melhor desfile que podemos entregar”, revelou o ritmista da Unidos da Ponte.

A ritmista Janaína Muniz,de 45 anos, também estreante na agremiação, ressaltou que a fantasia da bateria é uma referência a uma das entidades do terreiro.

“A fantasia fala do malandro, que também é uma das entidades do terreiro, dentro do enredo que fala sobre a Mãe Menininha, que começou a reunir esses pedaços de objetos sagrados que foram roubados para montar esse acervo. Uma luta contra essa intolerância religiosa”, destacou Janaína Muniz.

A fantasia, segundo ela, era um pouco quente por conta do clima, mas muito leve para facilitar o desfile na Passarela do Samba. Ela também falou da importância do enredo para os dias atuais.

“Ela tá bem leve. Achei muito linda. Ela é um pouco quente, mas isso é por conta do verão, está tudo bem tranquilo. Esse tema é muito importante, porque estamos vivendo um momento de virada de governo e combate contra tudo isso”, comentou.

A Unidos da Ponte foi a segunda escola de samba a desfilar neste sábado de carnaval.

Mancha Verde mostra grande desempenho na plasticidade e entra como favorita ao título

A Mancha Verde, atual campeã do carnaval paulistano, mostrou que pode defender o título e conquistar o seu tricampeonato. Houve vários destaques, como o casal de mestre-sala e porta-bandeira, carro de som, bateria, harmonia e, principalmente, a plasticidade. As alegorias e fantasias que a agremiação alviverde levou para o Anhembi foram impecáveis, principalmente os carros alegóricos. Deve-se atentar a cada detalhe em cada material. Destaque também para os apagões que a ‘Puro Balanço’ fez e a comunidade respondeu de forma satisfatória, mostrando uma harmonia apurada. O único problema notório foi a evolução, que houve uma aceleração no final devido á uma paralisação que teve no recuo de bateria após a entrada da batucada. O desfile terminou com 1h04. * VEJA FOTOS DO DESFILE

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Comissão de frente

A dança representava mais puramente o xaxado, onde cangaceiros faziam a dança com as armas nas mãos. A ala foi encenada repleta desses personagens. O que diferia era a aparição de Luiz Gonzaga tocando sanfona e Marinês com o instrumento do triângulo. Além disso, o personagem Padim Ciço evoluía junto com a comissão fazendo espécie de rezas e, para fechar, a presença de Lampião e Maria Bonita, que são os maiores símbolos da dança do xaxado. As vestimentas tiveram como predominância o marrom característico da época nordestina de Lampião.

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Mestre-sala e porta-bandeira

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcelo Silva e Adriana Gomes desfilaram representando o sol do sertão, fizeram um desempenho gigante. Pista molhada, chuva caindo, vento forte – e nada impediu a dupla de apresentar um bailado digno do histórico dessa parceria. Pelo contrário. Esses percalços engrandeceram o desfile.

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Analisando em frente a cabine do recuo de bateria, o casal realizou os giros horários e anti-horários de forma sutil. Após, optaram por mostrar a sua elegância, sorrindo para o público. Marcela cortejou Adriana beijando sua mão e arrancou aplausos da torcida alviverde.

Harmonia

A comunidade cantou forte neste desfile. Embalados pelo carro de som e bateria ‘Puro Balanço’ que tiveram um ótimo rendimento nesta noite, os componentes da Mancha Verde tiveram um desempenho totalmente satisfatório no quesito. Responderam de forma clara os quatro apagões feitos pela bateria e voltaram no tempo correto.

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As partes mais cantadas do samba foram o refrão principal e os últimos versos. O rendimento da obra foi inesperado. A comunidade, junto à bateria e carro de som, fez o samba crescer, visto que a canção tem uma melodia para baixo.

Enredo

A escola contou a história do xaxado de uma forma lúdica, porém sem deixar as histórias fatídicas de lado. Uma prova disso é alguns acontecimentos da história de Lampião estiveram presentes no desfile. O contraponto foi o mascote ‘Manchão’, que teve uma escultura tocando sanfona na última alegoria. Então essa ambiguidade mostrada pela agremiação alviverde na avenida foi o diferencial no quesito.

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Dentro do desenho na pista, se imaginava uma abertura de abre-alas já representando o xaxado, por mais que a comissão de frente tivesse feito. Entretanto, a escola optou por levar a Caatinga como abertura para os setores, onde foi o local de sucesso da dança nordestina.

Evolução

Talvez tenha sido o único quesito falho da Mancha Verde. Por algum motivo a escola ficou parada após fazer o recuo de bateria. O abre-alas estagnou e a escola parou por 2 ou 3 minutos. Isso conta bastante no tempo final. Tal feito fez com que os componentes fossem obrigados a fazer aquela correria no final e, por isso, o tempo foi terminado no limite.

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A Mancha Verde deixou os seus componentes evoluírem tranquilamente dentro de suas alas. Não cobraram tanto alinhamento e os deixaram solto. A participação do departamento de harmonia foi realmente para cobrar o canto da comunidade. Todas as alas foram leves para a pista.

Samba-Enredo

Comandado pelo intérprete Fredy Viana, o carro de som soube lidar com o samba perante a comunidade. Fredy Viana tem o estilo de colocar energia nos componentes e soube fazer isso com maestria novamente. Vale destacar que a Mancha teve uma estratégia mudada para 2023, pois escolheram uma obra com a melodia mais cadenciada, diferente de 2020, onde se ouvia a harmonia fluir e empolgar de ponta a ponta da avenida.

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Porém, diferente do que se viu em ensaios técnicos, o samba rendeu de uma forma inesperada. Andamento lá no alto o desfile inteiro.

Sobre a letra, além de falar do xaxado é cantado em primeira pessoa. Passa a visão de um Lampião ‘engraçado’ e um nordeste bastante feliz e dançante.

Fantasias

A forma como a Mancha Verde elaborou e dividiu as vestimentas foi uma grande sacada. Todas as alas tinham seu adereço de cabeça o formato de chapéu nordestino, típico do Nordeste e que todos conhecem. Só que em cada um deles, tinha uma representação diferente. O material usado era bastante agradável para desfilar e tinha um contraste favorável ao espetáculo.

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Apesar de haver um equilíbrio entre leveza, beleza e qualidade as alas 3, que é a ‘Farmacopéia do Cangaço” e a ala 7, “Lampião, o rei do cangaço”, se destacaram pela estética e a forma propícia que se dá ao integrante para desfilar.

Alegorias

A primeira alegoria representou a Caatinga com sua fauna e flora. Tinha uma cor quase inteira verde e esculturas de animais com esqueletos e rostos de pessoas simbolizando a natureza.

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O segundo carro alegórico foi simbolizando o Cangaço em Serra Talhada com o Lampião. A alegoria mostrou ao público a dança do xaxado, que é o enredo da escola. O carro tinha como principal elemento a escultura de Lampião no alto do carro, que vale destacar o realismo do rosto que tinha. Extrema semelhança com o cangaceiro.

A terceira alegoria vem representando o sertanejo através do Padim Ciço e sua fé. Na cor toda em marrom, o carro tinha uma escultura do padre no centro e alto, além de anjos nas partes laterais. Vale destacar o piso do carro, que tinha tecido que parecido com um tapete de tão luxuosa.

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A última alegoria faz uma homenagem à Luiz Gonzaga. No carro há festa junina e o mascote da escola, o ‘Manchão’ tocando sanfona com o chapéu nordestino. A escultura do ‘Rei do Baião’ se mexia bastante, tanto o rosto dele como os braços com a sanfona. Uma grande forma de fechar os desfiles.

Como já era esperado, a plástica da Mancha respondeu. O quesito alegoria foi um dos destaques da escola. Mais do que acabamento e beleza, os carros da agremiação têm vida. Muitas pessoas dançando e encenando.

Outros destaques

A bateria ‘Puro Balanço’, regida pelo mestre Guma, teve um grande desempenho nesta noite. Sobretudo pelos quatro apagões realizados, onde a comunidade respondeu. Todos eles feitos no refrão principal. As fortes caixas da bateria se destacaram.

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A rainha de bateria Viviane Araújo deu show. Sambou perfeitamente na pista molhada, interagiu com o público e dançou no ritmo das bossas. O Anhembi foi à loucura.

Erros graves em evolução comprometem melhor desfile plástico da história da Unidos de Bangu

Por Diogo Sampaio

Com alegorias gigantescas e fantasias de fácil leitura, a Unidos de Bangu realizou nesta segunda noite da Série Ouro o seu melhor desfile plástico da história. Aliado a parte visual, o samba defendido com maestria pelo carro de som e o canto empolgante da comunidade poderiam ter credenciado a escola para disputa do título. No entanto, uma série de erros graves em evolução, como a abertura de buracos e o embolamento de alas, prejudicou de forma significativa a apresentação, que terminou com 53 minutos. * VEJA FOTOS DO DESFILE

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Comissão de Frente

Intitulada de “A Força do Vulcão”, a comissão de frente da Unidos de Bangu, assinada pelo coreógrafo Fábio Costa, trouxe a morada de Aganjú. Trata-se do local de onde o Rei de Oyó lança suas labaredas por justiça. Com componentes vestidos com figurinos dourados e com plumas vermelhas na cabeça, o ápice da coreografia acontecia quando do alto do elemento cenográfico simbolizando uma pedreira surgia a figura de Xangô e fogos de artifício saiam da roupa.

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Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Com uma fantasia chamada “Xangô… A Força do Vulcão”, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Anderson Abreu e Eliza Xavier, deu um verdadeiro espetáculo na Avenida. Em seu quarto desfile defendendo o pavilhão principal da vermelha e branca da Zona Oeste do Rio, a dupla apresentou uma dança com passos coreografados, fazendo referências a ritmos africanos, com gestos velozes e precisos.

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Os movimentos ousados realizados por Eliza com o primeiro pavilhão levantaram o público, como quando ela rodava a bandeira por cima da própria cabeça. O vento durante as apresentações na primeira e terceira cabines de jurados causaram dificuldades para o casal, que soube se sair bem das situações.

VEJA ABAIXO MATÉRIAS ESPECIAIS DO DESFILE
* Abre-alas da Unidos de Bangu levou para a avenida a Morada de Aganjú
* Bateria da Bangu traz ritmo e religião em sua fantasia e reforça luta contra a intolerância e valorização das religiões de matriz afro
* Valorização à ancestralidade das baianas está presente na fantasia da ala para 2023 na Bangu
* Último carro da Unidos de Bangu levou para avenida as festas juninas e o sincretismo religioso

Harmonia

Aliada a parte plástica, a harmonia foi um dos grandes pontos altos do desfile da Unidos de Bangu. Em todas as alas, era possível constatar componentes cantando forte e empolgados. Entre aquelas que se sobressaíram estão as alas “Bela Oyá” e “A Força do Oshê”. O canto alegre e solto na velha guarda, que representava “Os Obás de Xangô”, também foi um dos pontos altos.

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Enredo

Sob o título “Aganjú… A visão do fogo, a voz do trovão no Reino de Oyó”, a Unidos de Bangu trouxe para Marquês de Sapucaí a história de uma qualidade de Xangô, o orixá da justiça. A ideia da agremiação foi trazer uma leitura diferenciada do tema, explorando fatos e lendas relacionadas que pouco foram mostradas na Avenida.

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Tanto as fantasias e alegorias conseguiram transmitir com clareza a história que estava sendo contada na Avenida. No entanto, a inversão na posição de algumas alas no último setor pode trazer perda de pontos. No Roteiro de Desfiles, o grupo cênico “Festa Junina” e os compositores desfilariam após a terceira alegoria, mas na prática ambas vieram na frente dela.

Aliás, ainda com relação ao quesito, uma curiosidade é que desde o retorno da escola para a Marquês de Sapucaí, em 2018, este foi o terceiro enredo de temática negra que ela apresentou. O primeiro foi logo no ano da volta ao Sambódromo: “A travessia da Calunga Grande e a nobreza negra do Brasil”, do carnavalesco Cid Carvalho. Já o segundo, “Memória de um Griô: a diáspora africana numa idade nada moderna e muito menos contemporânea”, em 2020, foi desenvolvido por Bruno Rocha.

Evolução

O grande ponto fraco da Unidos de Bangu. A agremiação cometeu erros neste quesito do começo ao fim do desfile. Por conta do desacoplamento das duas partes que formavam o abre-alas, alguns clarões foram abertos. Além disso, por duas vezes se foram um buraco entre a bateria e ala de passistas, que vinha à frente, bem na altura dos módulos um e dois de julgamento.

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Outro ponto problemático neste quesito foi o ritmo irregular da escola. A vermelha e branca começou a apresentação de maneira mais lenta e apertou o passo do meio para o final, o que fez com que algumas alas se embolassem e outras abrissem espaçamentos entre os componentes.

Samba-Enredo

O samba-enredo composto por Júnior Fionda, Tem-Tem Jr, Marcelo Adnet, Marcelinho Santos, Orlando Ambrósio, Domingos PS, Dudu Senna, Fábio Turko e Diego Nogueira teve um excelente desempenho no desfile oficial. Em sua estreia na escola, o intérprete Pixulé teve uma performance segura comandando o microfone oficial e mostrou entrosamento com a bateria comandada por mestre Laion Jorge. Aliás, as bossas e paradinhas executadas pelos ritmistas levantaram o público presente no Sambódromo e serviu de combustível para que o samba “pegasse” nas arquibancadas e frisas.

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Fantasias

Tricampeão no Carnaval do Espírito Santo, o carnavalesco Robson Goulart já havia atuando na folia carioca em escolas como a Inocentes de Belford Roxo em 2005, a Unidos da Ponte em 2006 e a Independente da Praça da Bandeira nos anos de 2010 e 2011. No entanto, neste retorno assinando o desfile da Unidos de Bangu, fez o seu melhor trabalho em terras cariocas. Um exemplo disso foi o conjunto de fantasias: simples, sem uso de materiais caros e de fácil leitura. Entre os figurinos de maior destaque valem ser mencionados os da bateria, chamado de “Ritual do Ajerê”, e do ala 14, denominado “Agrado aos Ibejis”. Ambas utilizavam o recurso da estamparia, que toque diferenciado as indumentárias.

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Alegorias e Adereços

Assim como outras agremiações da Série Ouro, a Unidos de Bangu apostou no gigantismo em seu conjunto alegórico. A agremiação já abriu a apresentação com um pede passagem intitulado de “A Força e Coragem no Reino de Oyó”, com uma grande escultura de um leão simbolizando a coragem e determinação do orixá.

Na sequência, o abre-alas, de nome “O Império do Senhor do Fogo… A Chama da Renovação”, retratou a morada de Aganjú e o fogo que ilumina, purifica e queima todas as mazelas da humanidade. Uma escultura gigante do orixá provocou impacto na abertura do desfile.

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A segunda alegoria, chamada “Oferendas e Ritos – Kabecilê Kaô, Xangô Menino”, deu prosseguimento as grandes proporções neste quesito. No entanto, pequenos problemas de acabamento na parte traseira, assim como um destaque que estava descalço pode provocar alguns descontos.

Nomeada de “Sincretismo à Xangô – A Festa da Renovação”, a terceira alegoria trouxe a relação feita pelos adeptos de religiões afro-brasileiras entre Xangô e santos católicos, dando destaque aos festejos para Aganjú realizados no mês de junho. Assim como a segunda, ela apresentou algumas falhas, como um buraco na cabeça de uma das esculturas do alto, na parte traseira. Nada, porém, que diminuísse o impacto visual positivo dela.

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Todavia, não foram só essas falhas que podem causar perda de pontos para agremiação. Um problema com acoplamento do abre-alas, antes mesmo da linha de início do desfile, fez com que ele passasse com duas partes soltas por toda Avenida. Com isso, a vermelha e branca totalizou quatro carros, um acima do limite. Tal fato deve acarretar em penalização para escola.

Outros Destaques

Fazendo seu segundo desfile à frente dos ritmistas da Unidos de Bangu, a rainha de bateria Wenny Isa, de apenas 13 anos, se mostrou mais solta e à vontade na função. Com uma fantasia intitulada “Isô, a Chama da Justiça”, nas cores vermelha e amarela, ela atraiu as atenções por onde passou e interagiu com o público das frisas.