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Mancha Verde mostra grande desempenho na plasticidade e entra como favorita ao título

Escola se destacou em praticamente todos os quesitos e a comunidade pode sonhar com a terceira taça.

A Mancha Verde, atual campeã do carnaval paulistano, mostrou que pode defender o título e conquistar o seu tricampeonato. Houve vários destaques, como o casal de mestre-sala e porta-bandeira, carro de som, bateria, harmonia e, principalmente, a plasticidade. As alegorias e fantasias que a agremiação alviverde levou para o Anhembi foram impecáveis, principalmente os carros alegóricos. Deve-se atentar a cada detalhe em cada material. Destaque também para os apagões que a ‘Puro Balanço’ fez e a comunidade respondeu de forma satisfatória, mostrando uma harmonia apurada. O único problema notório foi a evolução, que houve uma aceleração no final devido á uma paralisação que teve no recuo de bateria após a entrada da batucada. O desfile terminou com 1h04. * VEJA FOTOS DO DESFILE

Comissão de frente

A dança representava mais puramente o xaxado, onde cangaceiros faziam a dança com as armas nas mãos. A ala foi encenada repleta desses personagens. O que diferia era a aparição de Luiz Gonzaga tocando sanfona e Marinês com o instrumento do triângulo. Além disso, o personagem Padim Ciço evoluía junto com a comissão fazendo espécie de rezas e, para fechar, a presença de Lampião e Maria Bonita, que são os maiores símbolos da dança do xaxado. As vestimentas tiveram como predominância o marrom característico da época nordestina de Lampião.

Mestre-sala e porta-bandeira

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcelo Silva e Adriana Gomes desfilaram representando o sol do sertão, fizeram um desempenho gigante. Pista molhada, chuva caindo, vento forte – e nada impediu a dupla de apresentar um bailado digno do histórico dessa parceria. Pelo contrário. Esses percalços engrandeceram o desfile.

Analisando em frente a cabine do recuo de bateria, o casal realizou os giros horários e anti-horários de forma sutil. Após, optaram por mostrar a sua elegância, sorrindo para o público. Marcela cortejou Adriana beijando sua mão e arrancou aplausos da torcida alviverde.

Harmonia

A comunidade cantou forte neste desfile. Embalados pelo carro de som e bateria ‘Puro Balanço’ que tiveram um ótimo rendimento nesta noite, os componentes da Mancha Verde tiveram um desempenho totalmente satisfatório no quesito. Responderam de forma clara os quatro apagões feitos pela bateria e voltaram no tempo correto.

As partes mais cantadas do samba foram o refrão principal e os últimos versos. O rendimento da obra foi inesperado. A comunidade, junto à bateria e carro de som, fez o samba crescer, visto que a canção tem uma melodia para baixo.

Enredo

A escola contou a história do xaxado de uma forma lúdica, porém sem deixar as histórias fatídicas de lado. Uma prova disso é alguns acontecimentos da história de Lampião estiveram presentes no desfile. O contraponto foi o mascote ‘Manchão’, que teve uma escultura tocando sanfona na última alegoria. Então essa ambiguidade mostrada pela agremiação alviverde na avenida foi o diferencial no quesito.

Dentro do desenho na pista, se imaginava uma abertura de abre-alas já representando o xaxado, por mais que a comissão de frente tivesse feito. Entretanto, a escola optou por levar a Caatinga como abertura para os setores, onde foi o local de sucesso da dança nordestina.

Evolução

Talvez tenha sido o único quesito falho da Mancha Verde. Por algum motivo a escola ficou parada após fazer o recuo de bateria. O abre-alas estagnou e a escola parou por 2 ou 3 minutos. Isso conta bastante no tempo final. Tal feito fez com que os componentes fossem obrigados a fazer aquela correria no final e, por isso, o tempo foi terminado no limite.

A Mancha Verde deixou os seus componentes evoluírem tranquilamente dentro de suas alas. Não cobraram tanto alinhamento e os deixaram solto. A participação do departamento de harmonia foi realmente para cobrar o canto da comunidade. Todas as alas foram leves para a pista.

Samba-Enredo

Comandado pelo intérprete Fredy Viana, o carro de som soube lidar com o samba perante a comunidade. Fredy Viana tem o estilo de colocar energia nos componentes e soube fazer isso com maestria novamente. Vale destacar que a Mancha teve uma estratégia mudada para 2023, pois escolheram uma obra com a melodia mais cadenciada, diferente de 2020, onde se ouvia a harmonia fluir e empolgar de ponta a ponta da avenida.

Porém, diferente do que se viu em ensaios técnicos, o samba rendeu de uma forma inesperada. Andamento lá no alto o desfile inteiro.

Sobre a letra, além de falar do xaxado é cantado em primeira pessoa. Passa a visão de um Lampião ‘engraçado’ e um nordeste bastante feliz e dançante.

Fantasias

A forma como a Mancha Verde elaborou e dividiu as vestimentas foi uma grande sacada. Todas as alas tinham seu adereço de cabeça o formato de chapéu nordestino, típico do Nordeste e que todos conhecem. Só que em cada um deles, tinha uma representação diferente. O material usado era bastante agradável para desfilar e tinha um contraste favorável ao espetáculo.

Apesar de haver um equilíbrio entre leveza, beleza e qualidade as alas 3, que é a ‘Farmacopéia do Cangaço” e a ala 7, “Lampião, o rei do cangaço”, se destacaram pela estética e a forma propícia que se dá ao integrante para desfilar.

Alegorias

A primeira alegoria representou a Caatinga com sua fauna e flora. Tinha uma cor quase inteira verde e esculturas de animais com esqueletos e rostos de pessoas simbolizando a natureza.

O segundo carro alegórico foi simbolizando o Cangaço em Serra Talhada com o Lampião. A alegoria mostrou ao público a dança do xaxado, que é o enredo da escola. O carro tinha como principal elemento a escultura de Lampião no alto do carro, que vale destacar o realismo do rosto que tinha. Extrema semelhança com o cangaceiro.

A terceira alegoria vem representando o sertanejo através do Padim Ciço e sua fé. Na cor toda em marrom, o carro tinha uma escultura do padre no centro e alto, além de anjos nas partes laterais. Vale destacar o piso do carro, que tinha tecido que parecido com um tapete de tão luxuosa.

A última alegoria faz uma homenagem à Luiz Gonzaga. No carro há festa junina e o mascote da escola, o ‘Manchão’ tocando sanfona com o chapéu nordestino. A escultura do ‘Rei do Baião’ se mexia bastante, tanto o rosto dele como os braços com a sanfona. Uma grande forma de fechar os desfiles.

Como já era esperado, a plástica da Mancha respondeu. O quesito alegoria foi um dos destaques da escola. Mais do que acabamento e beleza, os carros da agremiação têm vida. Muitas pessoas dançando e encenando.

Outros destaques

A bateria ‘Puro Balanço’, regida pelo mestre Guma, teve um grande desempenho nesta noite. Sobretudo pelos quatro apagões realizados, onde a comunidade respondeu. Todos eles feitos no refrão principal. As fortes caixas da bateria se destacaram.

A rainha de bateria Viviane Araújo deu show. Sambou perfeitamente na pista molhada, interagiu com o público e dançou no ritmo das bossas. O Anhembi foi à loucura.

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