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Dedê Marinho é a nova musa da Unidos de Padre Miguel

Em uma noite de puro esplendor e ritmo, a Unidos de Padre Miguel anunciou a sua nova musa para o Carnaval 2024. Durante a emocionante final de samba da agremiação, Dedê Marinho, foi aclamada como a escolhida para representar o Boi Vermelho na avenida. A nova musa vai brilhar no carnaval com a fantasia sendo inteiramente custeada pela escola.

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Foto: Allan Duffes/Site CARNAVALESCO

Dedê teve seu talento reconhecido durante o concurso da Corte do Carnaval Carioca, onde sua presença deslumbrante e seu charme cativaram os presentes e a levaram ao título de Musa da UPM. A diretora de Carnaval, Lara Mara, expressou sua alegria e confiança na nova Musa:

“Dedê Marinho é uma jovem talentosa que encanta com sua presença e paixão pelo samba. Ela personifica a energia e a alegria que a Unidos de Padre Miguel levará para o Carnaval 2024”.

Visivelmente emocionada com a aclamação, a nova musa agradeceu à escola e à comunidade de Padre Miguel por essa oportunidade única em sua vida. “Estou honrada em representar a Unidos de Padre Miguel no Carnaval. Vou dedicar todo o meu coração e talento a essa missão e prometo brilhar com muito amor e dedicação”.

Estrela do 3º Milênio lança samba-enredo para o Carnaval 2024

O samba-enredo do próximo desfile da Milênio, com o tema “Vovó Cici conta e o Grajaú canta: o mito da criação”, foi criado por Rodrigo Shumacker, Darlan Alves, Pitty de Menezes e Cláudio Mattos. Eles foram convidados pela diretoria para essa tarefa e gravaram a obra em duas etapas nos estúdios Nenos, para a gravação dos naipes da bateria Pegada da Coruja, sob a coordenação do mestre Vitor Velloso.

Os intérpretes oficiais Grazzi Brasil e Darlan gravaram o samba na Sala Boldrini, com a participação do time de canto composto por Raquel Tobias, Serginho Maciel, Buiu Muleke Travesso, Tuca Maia, Núbia Olliveira (Nega Núbia) e Delei Martins, além dos convidados Raphael Raspada e Tamy Uchôa, sob a direção musical de Rodrigo Shumacker.

Desde 2020, a diretoria de carnaval e o departamento de Harmonia envolvem a comunidade na avaliação da letra e melodia do samba através de um treino de canto. O diretor de carnaval, Carlos Pires, explica que essa ação é a avaliação final do samba, e Wilson Olímpio da Costa, Japa, acrescenta que ajuda a identificar aspectos importantes na execução do canto.

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Foto: Divulgação

Silvão Leite, fundador e presidente, expressou sua felicidade com o novo projeto e prometeu trabalhar arduamente para apresentar um espetáculo incrível na Avenida. “Foi incrível ver a comunidade cantando, sambando, curtindo demais esse samba que trouxe uma energia diferente para o nosso povo que se jogou de corpo e alma. Estou muito feliz com esse novo projeto e vamos trabalhar muito para apresentar um lindo espetáculo na Avenida”.

Lançamento do samba-enredo

Como a composição foi feita por uma parceria convidada, a diretoria decidiu inovar e lançou um clipe antes da apresentação oficial na quadra. O clipe traz diversas referências do enredo para que todos possam identificar os elementos e personagens do mito da criação do mundo presentes na letra do samba. Murilo Lobo, carnavalesco e idealizador do enredo, falou sobre a inspiração que o trabalho trouxe para a concepção do espetáculo de Carnaval.

“Idealizamos um clipe com muitas referências do enredo para que todos possam identificar o que traz a letra do samba com elementos e personagens do mito da criação do mundo. Esperamos que todo mundo curta muito esse trabalho que vem nos inspirando a cada etapa da concepção desse espetáculo único que é o Carnaval”

Vila Isabel promove concurso de samba de quadra com entrada franca

A Unidos de Vila Isabel inicia nesta quarta-feira o Concurso de Samba de Quadra 2023. O evento acontecerá todas as quartas-feiras do mês de setembro, com entrada franca, e contará com a tradicional Roda de Banjo após as apresentações.

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Foto: Allan Duffes e Nelson Malfacini/Site CARNAVALESCO

Ao todo, foram 25 obras inscritas, criadas por compositores da agremiação: “Esse concurso é um resgate imensurável de nossa história. É uma valorização não só da memória da ala, mas também dos nossos atuais poetas, que abraçaram o projeto”, comemorou o presidente da ala de compositores, Thales Nunes.

A quadra da azul e branca do bairro de Noel fica no Boulevard 28 de Setembro, 382, em Vila Isabel.

Concurso de Samba de Quadra com Roda de Banjo
Datas: 13, 20 e 27 de setembro (quartas-feiras);
Horário: a partir das 21h30;
Local: quadra da Vila Isabel – Boulevard 28 de Setembro, 382.
Entrada franca

Império Serrano celebra os 65 anos de Arlindo Cruz com grandes nomes do samba e do pagode

A próxima quarta-feira será extremamente especial. A partir das 17h, o Império Serrano realizará uma grande homenagem a um dos seus maiores poetas: Arlindo Cruz, que vai completar 65 anos. A festa irá recordar os seus maiores sucessos do “Sambista Perfeito” nas vozes de nomes consagrados do samba e do pagode.

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Foto: Nelson Malfacini/CARNAVALESCO

Dentre os artistas confirmados estão os cantores Arlindinho, Julio Sereno, Dhema, Karinah e os grupos Pique Novo, Molejo, Clareou e Família Macabu. Os ingressos estão à venda através da plataforma Sympla (https://shre.ink/2YyA) com o preço promocional de R$ 10,00.

Esta será mais uma homenagem do Império Serrano a Arlindo Cruz neste ano. No último Carnaval, o Império Serrano levou para a Sapucaí o enredo “Lugares de Arlindo”, passeando pela carreira musical do artista, suas inspirações e religiosidade, num desfile cheio de emoção.

O evento “Império Serrano canta Arlindo Cruz – 65 anos” vai ocorrer na quadra da escola, na Av. Ministro Edgard Romero, nº 114, em Madureira, Zona Norte do Rio.

Serviço
Império Serrano canta Arlindo Cruz – 65 anos
Data: 13 de setembro
Horário de início: 17h
Endereço: Av. Ministro Edgard Romero, nº 114 – Madureira, Rio de Janeiro.
Atrações: Arlindinho, Julio Sereno, Dhema, Karinah, Clareou, Pique Novo e Família Macabu
Valor do ingresso: R$ 10,00
Vendas online: https://www.sympla.com.br/evento/imperio-canta-arlindo-cruz-13-de-setembro/2132101

Público no ‘The Town’ teve aula de samba em espaço voltado para a divulgação do Rio

E quem disse que não pode ter samba na Cidade da Música? Assim, o carnaval tomou conta do espaço da Riotur no The Town, que lotou São Paulo durante as duas últimas semanas. A Corte Real do Carnaval 2024, recém-eleita através do maior Concurso já feito pela Riotur, marcou presença e animou quem passava pela aula, comandada por Carlinhos do Salgueiro.

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Fotos: Divulgação/Riotur

“Suei! Que gostoso também ter o samba aqui no The Town e poder pegar um pouquinho de Rio de Janeiro. Pra quem adora o Carnaval, como eu, é uma alegria ter esse espaço pra fazer a gente esquentar pra melhor época do ano”, conta Maria Sueli, de 56 anos, que fez parte da aula com a filha, Giovana, de 12 anos.

Acostumado a trabalhar com públicos variados e em situações inusitadas, o professor e coreógrafo ressaltou o interesse do público em tentar alguns passos.

“Foi maravilhoso. As pessoas vinham pra cá, já conheciam e mostravam samba nos pés. Depois do sucesso do Concurso para a Corte, tivemos uma visibilidade maior à imagem do samba, sobretudo em um festival com tantos ritmos. É sempre importante ter a base mãe, que é o samba, um ritmo que rege o Brasil, como palco para todos os estilos”, destaca Carlinhos do Salgueiro.

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O estande da cidade, na Rota 85, registrou um grande movimento de turistas nacionais e internacionais em busca de mais informações sobre o Rio e puderam ainda conferir o telão tridimensional com peças 3D, desenvolvidas pelo designer Felipe Reich.

Nos intervalos das aulas de samba, o espaço, que teve o verde como destaque, ressaltando as belezas naturais da cidade, mantinha o ritmo sob o comando do DJ Túlio com o melhor da música carioca.

A primeira edição do festival, que é mais uma cria bem-sucedida do Rock in Rio, teve seis dias de programação, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, entre os dias 1 e 10 de setembro.

Leandro Vieira na Bienal do Livro: ‘Fui uma criança educada por escola de samba’

A Bienal Internacional do Livro de 2023 abriu o espaço do Café Literário para o escritor e pesquisador Luis Antonio Simas, como mediador, transformar o evento em uma mesa de bar. Na sexta-feira, os convidados de Simas foram o professor e escritor Luiz Rufino, a cozinheira e sócia do bar Da Gema Luiza Souza e o carnavalesco da Imperatriz Leopoldinense Leandro Vieira. Durante uma hora de conversa, os quatro falaram sobre festa, comida, rua e carnaval tendo como ponto de partida o subúrbio carioca.

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Foto: Matheus Vinícius/Site CARNAVALESCO

“Esta mesa é composta, primeiro, por gente que pratica a cidade do Rio de Janeiro em uma perspectiva que é muito curiosa. Eu nem reparei a princípio, mas somos quatro pessoas ligadas à cidade e que vivem, trabalham e constroem suas vidas na Zona Norte do Rio de Janeiro. É uma mesa que representa a Zona Norte.”, apresentou Luis Antonio Simas.
Para introduzir o tema do papel formador das escolas de samba, o mediador citou a influência dos sambas de enredo na sua educação. Simas cita “Os sertões”, da Em cima da Hora de 1976, “Macunaíma”, da Portela de 1975, e outros baseadas na Literatura e na História.

“Eu fui uma criança educada por escola de samba. Por que eu digo isso? A primeira vez que eu ouvi falar da Guerra de Canudos não foi em sala de aula. A primeira vez foi quando ouvi o samba de enredo da Em cima da hora de 1976. A primeira vez que eu ouvi falar do Quilombo de Quariterê de Tereza de Benguela não foi em um livro didático, não foi em sala de aula. Foi em um carnaval da Unidos do Viradouro. A primeira vez que eu ouvi falar da peleja do caboclo Mitavaí contra o monstro do Macobeba não foi em uma aula de Literatura. Foi em um desfile da Unidos da Tijuca. Antes de ler Lima Barreto, a Unidos da Tijuca já tinha me contado a história da vida do Lima Barreto. Antes de ler Macunaíma, a Portela tinha ensinado para mim a sua história e a Portela me garantiu o primeiro e um dos raros 10 na prova de Português. Ao invés do livro, eu usei o samba para fazer a prova e me dei bem. De certa maneira, a escola de maneira é um fenômeno múltiplo, artístico, de ancestralidade. Nunca é demais lembrar que escola de samba é uma construção de sociabilidade das comunidades afro-cariocas do pós-abolição”, argumento Simas.

Leandro Vieira, atual carnavalesco campeão pela Imperatriz, refletiu sobre sua carreira desde a Caprichosos até hoje, o papel das escolas de samba e o impacto da criação suburbana em sua obra durante o Café Literário. O carnavalesco também comentou sobre a escassez e a necessidade de ser criativo.

“Primeiro eu queria falar da falta do entendimento das pessoas do papel da escola de samba, do entendimento da escola de samba como um lugar de pensar o país. De pensar o país através do texto, através do corpo, a partir de quem veste a fantasia, de quem se apresenta dançando e de quem se apresenta tocando. É uma pena que o Brasil não tenha compreendido tanto tempo depois o poder dos corpos que dançam, o poder dos corpos que se fantasiam e o poder dos corpos que traduzem um pensamento. Eu sempre que posso trago essa reflexão, porque cada um de nós podemos aqui, para o próximo Carnaval, apresentar o desfile de uma escola de samba e o povo que vai para rua de uma outra maneira que não a maneira espetacular, televisiva e exclusivamente festiva. É preciso entender que uma comunidade que traduz um pensamento pós-abolição de homens e mulheres pretos e pretas que se reúnem para dialogar com a sociedade de uma maneira mais ampla não pode ser pensado como exclusiva e meramente uma festa. Essa festa é uma festa que pode mais e sempre pôde mais. Ela foi o caminho para negociação de pautas populares para o reconhecimento de comunidades. Há tantas comunidades que são representadas e se agigantam a partir das escolas de samba que as representam”, expressou Leandro Vieira.

O carnavalesco complementou o seu pensamento apontando o potencial intelectual das agremiações. “Busquem entender a escola de samba como um organismo tão consciente, tão intelectual quanto qualquer outra atividade comumente associada à intelectualidade. As pessoas falam de teatro como uma atividade como atividade intelectual, mas não falam de escola de samba como uma atividade intelectual da mesma forma. Porque escola de samba é corpo e as pessoas não conseguem entender um corpo que samba, o corpo de uma passista que samba, de uma baiana que gira, como a intelectualidade do corpo”, disse Leandro Vieira.

O carnavalesco nasceu no bairro da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, seu formou na Escola de Belas Artes da UFRJ e decidiu levar a estética suburbana para os desfiles das escolas de samba. Além da Caprichosos de Pilares, em 2015, e da Imperatriz Leopoldinense, em 2020, 2023 e 2024, ele construiu seis carnavais pela Estação Primeira de Mangueira, em que foi campeão duas vezes, e foi vencedor da Série Ouro também pelo Império Serrano em 2022.

“Eu gosto da escola de samba porque sou um homem do subúrbio. O gosto que tenho, o artista que sou é um artista forjado nas ruas do subúrbio, pela música do subúrbio, pela comida do subúrbio, pelas minhas tias suburbanas, pelos meus primos e primas suburbanos, pelo território que vivo ainda hoje. Eu não seria o artista que sou, eu não produziria a visualidade que produzo e não teria os argumentos que tenho para fazer o carnaval que apresento, se eu não fosse um homem desse meio. E a única coisa que eu fiz ao longo de dez carnavais foi tratar o subúrbio com visualidade. O desfile da Mangueira de 2017 é uma devoção à moda suburbana. O desfile do Império Serrano sobre o Besouro foi uma construção à moda suburbana. O Lampião da Imperatriz é à moda suburbana. Foi no subúrbio que eu conheci o meu país. O que eu tenho feito nos meus carnavais é fazer valer imagens que continuam frescas e vivas na minha memória. Quem assiste um desfile meu, seja para o Império, seja para a Mangueira, seja para Caprichosos ou agora para Imperatriz Leopoldinense, assiste um pedaço do subúrbio que desfila, assiste um pedaço de cores suburbanas que desfilam. O subúrbio é a imagem que está na minha retina há 40 anos”, explicou Leandro.

Luis Antonio Simas pergunta ao carnavalesco da Imperatriz sobre inventividade a partir da escassez no carnaval e Vieira explica como criar beleza a partir disso.

“Essa ideia de lidar com a escassez e ainda assim gozar a vida eu acho que é de todos nós. Todos nós somos insatisfeitos com aquilo que nos traz infelicidade. É do humano não se conformar com aquilo que é ruim. No carnaval, é uma questão de não se conformar em produzir algo ruim, com a possibilidade de fazer algo que seja inferior. Diante das dificuldades para um artista, para alguém ligado à produção visual, é preciso buscar caminhos para produzir beleza e satisfação. É isso que eu faço ao longo do meu trabalho, é um pouco disso que fiz ao longo das dificuldades que foram aparecendo para a produção estética”, argumenta o artista.

A esta fala, o mediador Simas acrescenta um comentário sobre o erro de se pensar que não se pode festejar mesmo na pobreza.

“O Beto Sem Braço dizia que quem espanta a miséria é a festa. Isso é interessante. As pessoas têm uma certa ideia, que eu acho perigosa, preconceituosa, que a festa é um sinônimo de alienação. E não é sinônimo de alienação. A boa comida, o prazer de servir as pessoas, até a tradição dos grandes gurufins, essas celebrações são interessantes. Essa ideia de transgredir a nossa precária produção pela invenção de mundos novos na culinária, nas rodas de capoeira, no fenômeno educativo, na saia da baiana que gira, tudo isso se fundamenta na construção de sociabilidade que ocorre, essencialmente, na rua”.

Em suas considerações finais, Leandro Vieira fala sobre criar e celebrar mesmo nos momentos difíceis. “Essa ideia de fazer sorrindo o que a maioria das pessoas fazem aborrecidas eu acho que tem a ver com um aprendizado que a vida nos impõe. Quando o Simas fala sobre festa enquanto alienação, eu lembro de uma vez conversei com Milton Cunha sobre as pessoas durante a pandemia que falavam ‘não sei quantas pessoas mortas e vocês falando de carnaval’, ‘o desemprego e vocês falando de carnaval’, ‘a situação do país como está’. As pessoas têm a falsa impressão de que nós fazemos carnaval porque a vida vai bem e, na verdade, ninguém nunca fez carnaval porque a vida é boa, senão estaríamos sempre adiando o carnaval com a expectativa da vida boa. Nós fazemos o carnaval porque a vida não é boa. Nós fazemos carnaval porque cremos e sabemos diariamente que a vida não é boa. A vida da maior parte dos brasileiros é marcada pela escassez. E nós fazemos carnaval, nos alegramos por determinadas situações porque nós somos inconformados. Nós fazemos carnaval, produzimos beleza, comemos, dançamos, brincamos porque somos inconformados por um sistema que muitas vezes nos oprime e nos coloca em posições que a gente não se conforma. E, por sermos inconformados, insistimos na festa com a expectativa de que ela nos alegre e ocupe os lugares daquilo que nós não temos”, concluiu Leandro Vieira.

CARNAVALESCO acompanha eliminatória da Mangueira e analisa sambas concorrentes para o Carnaval 2024

A Mangueira realizou em sua quadra, na noite desse sábado e madrugada deste domingo, a eliminatória em chave única do concurso de samba-enredo para o Carnaval de 2024. Como parte da série “Eliminatórias”, a reportagem do site CARNAVALESCO esteve presente e acompanhou essa nova fase da competição promovida pela vere e rosa. Os classificados voltam ao palco no próximo sábado, dia 16 de setembro.

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No ano que vem, a Mangueira será a quarta escola a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí na segunda de Carnaval, dia 12 de fevereiro, pelo Grupo Especial. A agremiação levará para Avenida o enredo “A negra voz do amanhã”, que homenageia a cantora Alcione. O desfile terá a assinatura dos carnavalescos Guilherme Estevão e Annik Salmon.

Parceria de Thiago Meiners: A primeira parceria da noite foi dos compositores Thiago Meiners, Beto Savanna, Índio da Mangueira, Michel Pedroza, Wilson Mineiro e Julio Alves. Abrir a noite de apresentações com a quadra ainda fria é uma tarefa árdua para os compositores, mas eles conseguiram driblar e realizar uma ótima apresentação, mostrando ser uma das obras favoritas para ser o hino da Mangueira. A torcida veio numerosa com inúmeras bandeiras e com o samba na ponta da língua. O interprete da atual campeã, Pitty de Menezes veio mostrando que está em uma fase absurda e conduziu muito bem a obra. Tiveram vários pontos de destaque durante a apresentação: o refrão de cabeça que era bastante cantado pela torcida, a chamada para o refrão de cabeça que é fortíssima “Onde o samba é devoção, nasci pra te defender. Quem veste verde e rosa é sentinela de erê”. E outro ponto de grande destaque é a melodia do samba com suas inúmeras variações melódicas, como por exemplo: na primeira parte do samba “A voz forte e grave que não falha, instrumento de batalha, em seu timbre, em seu tom”. Apresentação forte da parceria.

Parceria de Gilson Bernini: Segunda parceria da noite foi composta pelos compositores Gilson Bernini, Xande de Pilares, Cadu, Edinho Gomes, Kiosque Raiola e Jorginho Bernini. Contando com uma torcida grande com inúmeras bandeiras assim como o primeiro samba, a obra mostrou que tem condições de chegar longe na disputa, realizando uma apresentação boa do início ao fim. Serginho do Porto e Ito Melodia levaram muito bem o samba, junto com os outros cantores no palco. Possui uma estrutura diferente com três refrãos que foram bem cantados pela torcida. Mas é inegável que o refrão de cabeça mexeu mais com a galera que estava lá. A parte do refrão “Ê Maranhão… Ê Maranhão” também foi um outro destaque na apresentação, assim como o primeiro verso do refrão do meio “Sou do vento de ‘mamãe’, sou ventania”. O desfecho desse mesmo refrão passou muito bem “É melhor me respeitar cada um com sua fé”.

Parceria de Lequinho: A quarta parceria da noite foi composta pelos compositores Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Fadico, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim. A torcida também foi outra que marcou grande presença com bandeiras grandes. Tinga com sua excelência de sempre foi quem conduziu o samba. O palco deu um show, não deixando cair em nenhum momento.O segundo refrão foi um espetáculo, passando bem demais. O refrão principal, assim como nos sambas anteriores foi bastante cantado pela torcida. Um outro ponto de destaque foi na chamada para o refrão de cabeça “Ela é Odara, Deusa da Canção, negra voz orgulho da nação”. Lequinho e parceria estão buscando chegar bem longe na disputa e pela apresentação forte não deixou dúvida que isso é possível.

Parceria de Fábio Martins: A quinta parceria foi composta pelos compositores Fábio Martins, Jean Amaral, Michel Alegria, Marcelo Pastor, Romeu D’malandro e Fagundinho Gaspar. A torcida veio em número menor comparando com as anteriores, mas fizeram bonito cantando bastante o samba e com inúmeras bandeiras tremulando para todos os lados. Pixulé e Grazzi Brasil deram conta do recado no palco, defendendo muito bem o samba. O refrão principal é um dos melhores da safra e isso ficou visível hoje na quadra. A melodia é muito bonita e correta também. A obra possui algumas variações melódicas como por exemplo “Traz na herança a vontade de vencer, tecendo compaixão amor de mãe”. Outro ponto de destaque da obra é a preparação para o segundo refrão, com uma senhora chamada “Meu tesouro, meu torrão”. A segunda parte realça bem a riqueza poética. Fábio Martins e parceria podem sim sonhar em chegar longe na disputa, pois fizeram um samba de qualidade.

Parceria de Moacyr Luz: Nono samba que se apresentou nessa noite foi composto pelos compositores Moacyr Luz, Pedro Terra, Gustavo Louzada, Karinah, Compadre Xico e Valtinho Botafogo. Outro samba que trouxe uma torcida apaixonada com inúmeras bandeiras. Evandro Malandro e Nina Rosa foram bem demais na condução do samba. A apresentação foi muito boa e contou com alguns destaques como por exemplo a cabeça que já começa bem ” A voz, negra voz, tem o sangue verde e rosa”. O segundo refrão é curto e potente. O início da segunda, assim como aconteceu no início da primeira, é outro ponto de destaque. O refrão de cabeça foi muito cantado pela torcida que se manteve animada o tempo todo. Moacyr e parceria nunca entram para brincar e irão brigar até o fim.

Parceria de Samir Trindade: Décimo samba da noite foi composto pelos compositores Samir Trindade, Lacyr D’Mangueira, Rômulo Presidente, Thiago Portela, Cristiano David e Vinicius Fernandes. A torcida fez uma festa danada na quadra com muitas bandeiras assim como as outras. A sintonia entre palco e torcida foi absurda e foi a obra que mais levantou a galera hoje. Igor Sorriso e Quinzinho foram os responsáveis por conduzir o palco e fizeram muito bem o trabalho. No palco tinha uma pessoa trajada de Alcione. O refrão de cabeça foi berrado pela galera. O segundo refrão também foi muito cantado. A levada foi outro destaque e isso foi notável pelas pessoas que acompanhavam. A chamada para o refrão de cabeça era forte também “Quem pisou na passarela é um pedaço de mim, todo mundo sabe ao longe pelo som do tamborim”. A apresentação foi muito forte do início ao fim mostrando ser um dos grandes favoritos.

Parceria de Jocelino: Penúltimo samba desse noite foi dos compositores Jocelino, André Karta Markada, Garrido, Ubaldo dos anjos, Sandro Nery e Rogério Garrafa. A torcida veio grande e fez um barulho danado com inúmeras bandeiras. Wic Tavares com sua bela voz e Leandro Santos foram bem na condução. O samba tem uma melodia diferente do habitual, difícil de pegar em algumas partes, mas isso não foi um problema para a torcida que lá estava e nem para o palco, fazendo com que o samba obtivesse uma regularidade. A letra chama atenção pela riqueza de detalhes. O grande destaque da melodia está na parte “Quero te envolver nas fitas” e acaba de envolvendo mesmo de tão bom que fica cantar essa parte.

Parceria de Bete da Mangueira: A última parceria foi dos compositores Bete da Mangueira, Ronie Oliveira, Márcio Bola, João Carlos, Giovani, Jotapê e participação especial de Karen Silva. A torcida da parceria também fez bonito agitando bandeiras para todos os lados. O intérprete da União de Maricá, Matheus Gaúcho, deu conta do recado na condução do samba. O obra é animada, principalmente, por conta do refrão do meio e do refrão de cabeça. Melodicamente o samba rende mais na segunda parte, onde tem algumas variações interessantes como por exemplo no verso “pra te aplaudir mais uma vez a brilhar na avenida”. É a grande surpresa dos sambas classificados.

CARNAVALESCO acompanha eliminatória do Salgueiro e analisa sambas concorrentes para o Carnaval 2024

O Salgueiro realizou em sua quadra, na noite desse sábado e madrugada deste domingo, a primeira eliminatória em chave única do concurso de samba-enredo para o Carnaval de 2024. Como parte da série “Eliminatórias”, a reportagem do site CARNAVALESCO esteve presente e acompanhou essa nova fase da competição promovida pela vermelha e branca da Tijuca. Ao todo, doze parcerias se apresentaram e cada uma teve direito a três passadas, sendo a primeira sem bateria e as demais com os ritmistas. O anúncio de quais obras irão seguir na disputa será feito nas redes sociais da agremiação no começo da semana. Quem se classificar, volta ao palco no próximo sábado, dia 16 de setembro.

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Foto: Anderson Borde/Divulgação Salgueiro

No ano que vem, o Salgueiro será a terceira escola a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no domingo de Carnaval, dia 11 de fevereiro, pelo Grupo Especial. A agremiação levará para Avenida o enredo “Hutukara”, que pretende fazer um alerta em defesa da Amazônia e em particular dos Yanomami, que sofrem efeitos da ação de garimpeiros na sua região. O desfile terá a assinatura do carnavalesco Edson Pereira, que fará seu segundo trabalho consecutivo na Academia do Samba.

Parceria Helinho 107: A primeira obra a se apresentar na eliminatória salgueirense foi assinada por Helinho 107, Edson Junior, Alexandre Araujo, Candido Bugarin, Edu Cuíca, Rodrigo Porto, Bruno Dias e Soares. O intérprete Pixulé, voz oficial da Paraíso do Tuiuti, foi quem defendeu o samba e conseguiu ressaltar a característica aguerrida da composição. O refrão principal, com os versos “Ya nomaimi! Ya temi xoa!/Ya nomaimi! Ya temi xoa!/Sou a voz da urihi, guerreiro/A chama que arde da flecha Salgueiro”, foi o ponto alto da obra. As expressões indígenas não foram empecilhos para que este trecho fosse o mais cantado do samba. Quanto aos torcedores, eles vieram com bandeiras nas cores da escola, além de um adereço de mão com balões vermelhos, brancos e dourados. Apesar de animados, o ponto negativo é que pode se observar vários sem entoar a obra por diversos momentos da apresentação.

Parceria de Ian Ruas: O samba composto por Ian Ruas, José Carlos, Caio Miranda, Sonia Ruas Raxlen, David Carvalho e Gabriel Rangel foi o segundo a se apresentar na quadra. O intérprete Victor Cunha defendeu a obra ao lado de Nêgo, voz oficial da União da Ilha do Governador, e a dupla mostrou segurança na condução. Ao longo da apresentação, o destaque foi o refrão principal, com os versos “Ya nomaimi! Ya temi xoa!/Em Hutukara, arco é ligeiro/Um povo a sorrir, um povo a sonhar/Renasce no chão do meu Salgueiro”. Com bandeiras vermelhas e brancas, a torcida demonstrou empolgação, porém teve canto irregular, ficando forte somente durante os refrões.

Parceria de Moisés Santiago: De autoria de Moisés Santiago, Serginho do Porto, Gilmar L. Silva, Aldir Senna, Orlando Ambrósio, Marquinho Bombeiro, Wilson Mineiro e Gigi da Estiva, o terceiro samba a se apresentar na eliminatória salgueirense foi defendido por um time estrelado de cantores. Entre os nomes presentes nele estavam Marquinhos Art’Samba e Wantuir, além de Serginho do Porto que também é um dos compositores. O samba teve um excelente rendimento na quadra, tendo como ponto alto o refrão principal, com os versos “Êêô! Ahêa! Ahêa! Nharu êá!/Tronco forte é minha aldeia, Salgueiro! Êô êá!”, e o trecho de subida para ele, cujo versos são “Ya temi xoa! Yanomami eu sou!/Livre pra sonhar, onde o céu não desabou/Por um brasil-cocar/O elo da nação/É hutukara em manifestação”. Vale mencionar ainda o show promovido pela torcida. Um grupo, caracterizado de índios, performou durante a apresentação e realizou diversas coreografias fazendo alusões a rituais indígenas. Eles foram acompanhado pelos demais torcedores, que traziam como adereço de mão um bastão com galhos e folhas.

Parceria de Leandro Thomaz: Na sequência, a quarta obra a se apresentar na eliminatória salgueirense foi a composta por Leandro Thomaz, Grazzi Brasil, Filipe Zizou, Myngauzinho, Marcelo Lepiane, Claudio Gladiador, Telmo Augusto e Micha. A condução ficou a cargo do intérprete Thiago Acácio, que foi acompanhado por Grazzi Brasil. A dupla soube explorar todas as variações melódicas presente no samba, sem deixar que ele ficasse arrastado. A torcida, que veio ornamentada com bandeiras nas cores da agremiação, mostrou animação e fez até coreografias. Em relação ao canto, ele foi predominante mais forte no refrão principal, com os versos “Ya temi xoa, Ya temi xoa/É o grito que ecoa aos que tentam nos calar/Yanomami é o legado brasileiro/Que se mantém de pé nas raízes do Salgueiro”. Outro trecho que funcionou bem durante a apresentação está na primeira estrofe do samba, sendo o que antecede o refrão do meio, cujo os versos são “Aê Aê Aê… O espírito ancestral sobrevoa a floresta/Aê Aê Aê… É a fúria animal que o corpo manifesta”.

Parceria de Pedrinho da Flor: A quinta obra a se apresentar foi a de autoria de Pedrinho da Flor, Marcelo Motta, Arlindinho Cruz, Renato Galante, Dudu Nobre, Leonardo Gallo, Ramon Via13 e Ralfe Ribeiro. Defendido pela dupla de intérpretes Tinga e Pitty de Menezes, o samba teve um excelente desempenho na quadra. Ornamentada com bandeiras diversas, todas na cor vermelha, a torcida vibrou e cantou o tempo inteiro. O destaque foi o refrão principal, com os versos “Ya temi xoa! Aê, êa!/Meu Salgueiro é a flecha/Pelo povo da floresta/Pois a chance que nos resta/É um Brasil cocar!”, entoado a plenos pulmões. Vale mencionar ainda o trecho de subida para ele, com os versos “Napê, nossa luta é sobreviver!/Napê, não vamos nos render!”, que também eram cantados fortemente.

Parceria de Marcelo Adnet: Assinado por Marcelo Adnet, Benjamin Figueiredo, Rodrigo Gauz, Patrick Soares, Gilberth Castro, Edson Daffeh, Vagner Silva e Bruno Papão, o sexto samba a se apresentar na eliminatória salgueirense foi conduzido por Wictoria e Chitão Martins. A torcida veio com bandeiras nas cores do Salgueiro e manteve forte vibração ao longo de toda a apresentação, no entanto a maioria só cantou durante os refrões. Vale destacar como ponto alto especialmente o refrão do meio, com os versos “É magia Yanomami, pinta a pele, cor de sangue/Desliza, rasteja, saber ancestral/Os olhos na caça, instinto animal/É magia ianomami, pinta a pele, cor de sangue/Aê aê arererê, fartura, festança e a dança no entardecer”, como a parte mais entoada da obra. Já o destaque negativo ficou para a queda de rendimento que ocorria no começo da segunda estrofe, sendo este o trecho menos cantado.

Parceria de JC Couto: O sétimo samba a se apresentar na quadra da vermelha e branca da Tijuca foi o de autoria de JC Couto, Eduardo Katata, Carlinhos Petisco, Machadinho, Gilsinho Oliveira, Jordão, Juliano Centeno e Gabriel Machado. O intérprete Leozinho Nunes, voz oficial da São Clemente, foi o responsável por conduzir a obra, que teve um desempenho apenas morno na quadra. O trecho de maior rendimento foi o refrão principal, com os versos “Auê, auê de um sonho acordar/Uma só nação, sem coroa e de cocar/A verdade é nossa cara/Pinta a pele de vermelho/Resistência não se cala, Salgueiro…”. Com bandeiras vermelhas, a torcida, apesar de pequena, não fez feio. Eles vibraram e pularam o tempo inteiro. Os momentos de canto mais forte ocorreram justamente durante o refrão principal.

Parceria de Tico do Gato: O samba assinado por Tico do Gato, R. Gêmeo, Sandro Compositor, Silvio Mesquita, Cesar Nascimento, Oscar Bessa, Tiãozinho do Salgueiro e Raphael Richaid foi o oitavo a se apresentar. O intérprete Nino do Milênio comandou o microfone principal e conduziu com segurança a obra, sabendo valorizar o desenho melódico, sem deixar que ela ficasse arrastada. A torcida veio com bandeiras nas cores da escola e mostrou grande empolgação, tendo os seus momentos de maior canto durante os refrões. Entre os dois, o refrão principal, com os versos “Um Brasil verdadeiro, vermelho/Desperta no sonho do meu Salgueiro/A luta da nobreza sem brasão/É flecha pra tocar seu coração”, foi o de melhor desempenho.

Parceria de Manu da Cuíca: Dando prosseguimento na eliminatória salgueirense, o nono samba a se apresentar foi o composto por Manu da Cuíca, Luiz Carlos Máximo, Buchecha Bil-Rait, Belle Lopes, Fabiano Paiva e Rodrigo Alves. Tendo o intérprete Bico Doce no comando do microfone principal, a obra teve um bom desempenho. Apesar da melodia acelerada em alguns trechos, não houve prejuízo para o canto. Mesmo sem nenhum tipo de adereço ou ornamentado, os torcedores deram conta do recado. Eles cantaram e dançaram o tempo inteiro, além de arriscarem algumas coreografias. O destaque da obra na apresentação foi o refrão do meio, com os versos “Ya nomaimi, dá aroari/Aqui é povo de Omama/Yãkoana, waitheri”, que mesmo formado basicamente por expressões indígenas, se mostrou de fácil assimilação, sendo fortemente entoado.

Parceria de Fred Camacho: A décima obra a se apresentar na quadra da Academia do Samba foi a composta por Fred Camacho, Paulo César Feital, Guinga do Salgueiro, Diego Nicolau, Fabrício Fontes, Daniel Rozadas, Claudeci Taberna e Francisco Aquino. O intérprete Evandro Malandro foi quem conduziu o samba, tendo a companhia de Diego Nicolau, um dos autores. Para a apresentação, a parceria trouxe uma faixa com os dizeres “Yanomami eu sou, guerreiro! Só vive meu sonho quem sabe sonhar”, retirada do refrão principal. Além disso, toda a torcida veio com bandeiras estampadas com a frase “Avante Salgueiro de pele vermelha e branco cocar”, que também foi retirada refrão principal da obra. Apesar de bastante vibrantes, foi possível observar diversos torcedores sem cantar o samba ou cantando apenas durante os refrões. Vale destacar o refrão do meio, com os versos “Ó mãe natureza que me viu nascer/Dou a minha vida pra te defender!”, que mesmo simples se mostrou de grande funcionamento na quadra.

Parceria de Rafa Hecht: A obra de autoria de Rafa Hecht, Samir Trindade, Thiago Daniel, Clairton Fonseca, Michel Pedroza, Ribeirinho, Cléo Augusto e Domingos Os foi a décima primeira a se apresentar na eliminatória salgueirense. O intérprete Wander Pires comandou o microfone principal e soube explorar muito bem as variações melódicas do samba. Um ponto de destaque foi o refrão do meio com os versos “Ê xawara, eles não sabem, não conhecem a raiz/Choram mães Yanomami, lágrimas na terra/Um céu de fogo que deixou cicatriz/Ê xawara, eles não sabem, não conhecem a raiz/Se o céu desabar, teu povo segura/Contra a ganância napë, bravura”. Quanto aos torcedores, eles vieram com bandeiras diversas, todas nas cores da escola. Em número reduzido, pularam e vibraram o tempo inteiro, no entanto o canto só ocorria de maneira mais forte nos refrões.

Parceria de Xande de Pilares: Encerrando a maratona de apresentações, o décimo segundo samba da eliminatória salgueirense foi o de Xande de Pilares, Claudio Russo, Betinho de Pilares, Jassa, Jefferson Oliveira, Miguel Dibo, Marcelo Werneck e W Correa. O intérprete Igor Sorriso, da Mocidade Alegre, é quem conduziu a obra e contou com apoios luxuosos de nomes como Igor Vianna e Leonardo Bessa, além do próprio Xande de Pilares. O samba de característica melodiosa e animada teve bom rendimento na quadra, tendo o seu maior destaque com o trecho “Êê curumim auê/Livre pra viver por minha alma e meu nome/Êê curumim auê/Meu povo originário não pode morrer de fome” que antecede o refrão principal. Em relação a torcida, com bandeiras vermelhas estilizadas, eles vibraram e dançaram o tempo inteiro. O canto pode ser mais forte.

Parcerias de Lucas Macedo e Claudio Mattos se destacam em noite de eliminatória na Viradouro para o Carnaval 2024

A Unidos do Viradouro fez na noite do último sábado, em sua quadra, mais uma etapa da eliminatória de samba-enredo para o Carnaval 2024. O site CARNAVALESCO, através da série “Eliminatórias”, esteve presente. Abaixo, você pode conferir a análise de cada apresentação.

Ao todo, sete parcerias se apresentaram e uma delas será cortada. O anúncio das obras que seguem na disputa será feito na próxima segunda-feira, às 18h, nas redes sociais da agremiação. Já a etapa seguinte do concurso ocorrerá no sábado que vem, dia 16 de setembro.

Parceria de Igor Leal: A primeira obra a se apresentar nesta eliminatória foi a de autoria de Igor Leal, Gustavo Clarão, Inácio Rios, Márcio André, Arlindinho Cruz, Diogo Nogueira, Igor Federal, Rubinho, Vaguinho e Vitor Lajas, com as participações especiais de Márcio André Filho e Daniel Katar. Os responsáveis por conduzir o samba foram os intérpretes Evandro Malandro e Fredy Vianna, ambos demonstraram um ótimo entrosamento e desde o início a obra foi tomando conta da quadra, apesar de não estar numerosa, a torcida se fez presente com bandeiras e bexigas, houve também a presença de um grupo performando com uma cobra de pelúcia, em referência clara ao enredo. O samba possui um padrão diferente do que temos visto ultimamente, apesar disso, se mostrou muito correto e casou bem com a bateria, o refrão do meio e o principal foram as partes mais cantadas. Houve adesão por parte de alguns harmonias.

Parceria de Diego Thekking: O segundo samba a se apresentar foi composto por Diego Thekking, Roberto Doria, Claudinho Manhães, Adilson Couto, Thyaguinho Reis, Silvio Henrique, André Couto, Dr Diogo Valente, Thiago Dal Bello e Jandré. A obra foi defendida pelo intérprete Thiago Acácio. Antes mesmo do início da apresentação a torcida que ocupou a quadra entoou alguns versos da obra, principalmente “Vai começar o Inakidan da Viradouro”, no geral foi uma apresentação correta, no início a torcida cantou com empolgação, mesmo sem a presença da bateria. Com o passar do tempo foi possível perceber que o samba caiu de rendimento, principalmente na segunda parte. Mesmo assim alguns harmonias cantavam a obra.

Parceria de Claudio Mattos: Dando sequência às apresentações, o terceiro samba da noite foi assinado por Claudio Mattos, Claudio Russo, Julio Alves, Thiago Meiners, Manolo, Anderson Lemos, Vinicius Xavier, Celino Dias, Bertolo e Marco Moreno. A parceria contou com uma equipe de peso, a começar pelos intérpretes Tinga e Pitty de Menezes, os cantores conduziram o samba com maestria, esbanjaram entrosamento e muito vigor no palco. A apresentação foi uma verdadeira avalanche, a torcida ocupou todo o espaço destinado a ela, todos com balões coloridos e bandeiras, os componentes cantaram com muita alegria, antes mesmo do início já foi possível ouvir alguns versos sendo entoados. A adesão na quadra foi unânime, todos os harmonias, componentes, diretoria e pessoas nos camarotes embarcaram no samba, o envolvimento da bateria também foi nítido. Destacar uma parte do samba é tarefa difícil, mas pode-se falar do pré refrão que antecede o principal, nesse momento a quadra pulsava.

Parceria de Renan Gêmeo: O samba de autoria dos compositores Renan Gêmeo, Raphael Richaid, Rodrigo Gêmeo, Bebeto Maneiro, Paulo Cesar Portugal, Marcelo Adnet, Bello, Silvio Mesquita, Carlinhos Viradouro e Ricardo Neves foi o quarto na ordem de apresentações. Assim como a parceria anterior, os cantores responsáveis por conduzir o samba foram fundamentais, Gilsinho, Nino do Milênio e Daniel Silva mostraram muita energia e levantaram o público. No geral, a apresentação foi extremamente correta, a obra passou com bastante energia, muito por conta da numerosa torcida que cantou com vigor, bandeiras e papéis picados foram utilizados, os brincantes mostraram estar com o samba na ponta da língua, muitas crianças estavam presentes e também cantavam. A adesão da comunidade foi mediana, com alguns harmonias cantando e outros não.

Parceria de Dudu Nobre: A obra assinada por Dudu Nobre, Samir Trindade, Victor Rangel, Deiny Leite, Valtinho Botafogo, Fabrício Sena, Felipe Sena e Jeferson Oliveira foi a quinta a se apresentar e contou com Igor Sorriso com intérprete, a numerosa torcida contribuiu para que o samba passasse com muita valentia, a parceria investiu em papel picado, o que causou um impacto positivo na apresentação, visto que os componentes se animavam com facilidade, a parceria levou também um grupo fantasiado de que formou uma grande cobra. No geral, a apresentação foi positiva, com todo destaque para o verso “Se me desafiar é guerra”, presente no refrão, ele foi cantado a plenos pulmões não só pela torcida, mas também por boa parte da quadra.

Parceria de Lucas Macedo: O sexto samba a passar nesta noite de eliminatória foi o da parceria de Lucas Macedo, Diego Nicolau, Richard Valença, João Perigo, Cadu Cardoso, Marquinhos Paloma, Orlando, Ambrósio, Lico Monteiro e Silas Augusto. A presença de Zé Paulo Sierra como intérprete desse samba causou uma enorme comoção na quadra, afinal, o cantor ficou por anos como a voz oficial da Viradouro. Sem dúvida, a presença dele foi fundamental para que a apresentação fosse um sucesso. A torcida foi enorme e cantou com muita empolgação, a adesão na quadra foi total, foi possível ver vários harmonias empolgados, assim como ritmistas e diretoria. A apresentação foi valente do início ao fim e em alguns momentos emocionou.

Parceria de Mocotó: A sétima e última obra a passar pelo palco da Unidos do Viradouro foi a da parceria de Mocotó, Peralta, Alexandre Fernandes, André Quintanilha, Bira do Canto, Rodrigo Deja, Reinaldo Guimarães, Ronilson, Henrique Vianna e Luiz Mata, com participação especial de André Diniz. Coube a Bruno Ribas e Emerson Dias conduzirem o samba, a dupla deu um show e o samba passou como um furacão pela quadra, a torcida desde antes da apresentação começar já entoava os versos que antecedem o refrão principal. O samba se destacou como um todo e a adesão do público presente foi completa, inclusive dos harmonias, diretoria e ritmistas. A parceria usou leds coloridos e papel picado para causar um bom visual, mas o destaque foi o canto uniforme e com muito vigor de todos.

‘Saiu de moda celebridade como rainha de bateria’, afirma Evelyn Bastos

Formada em Educação Física e História, Evelyn Bastos ocupa há uma década o posto de rainha de bateria da Estação Primeira de Mangueira. Nascida e criada na comunidade da Zona Norte do Rio, a beldade possui uma ligação com a agremiação que vem de família. A avó paterna, por exemplo, desfilou durante anos como baiana da verde e rosa; enquanto a materna foi passista da escola. Já sua mãe, Valéria Bastos, reinou à frente dos ritmistas entre 1987 e 1989.

Ainda na infância, Evelyn deu início a trajetória no mundo do samba desfilando pela Mangueira do Amanhã, agremiação mirim da verde e rosa. Lá, atuou em diferentes funções até chegar ao posto de rainha de bateria em 2004. Aos 11 anos, migrou para escola mãe e se tornou a passista mais jovem a desfilar pela Estação Primeira. Posteriormente, atuou como destaque de chão e no ano de 2012 venceu um concurso do extinto programa “Caldeirão do Huck”, da Globo, representando a Mangueira. No ano seguinte, conseguiu mais uma façanha, só que dessa vez em outra competição, tendo sido eleita a Rainha do Carnaval de 2013. Depois de tantos sucessos, ela acabou sendo alçada ao cargo à frente da “Tem Que Respeitar Meu Tamborim”.

“Quando eu chego em 2014 para ser rainha de bateria da Mangueira existia uma preferência, até do público carnavalesco, por rainhas celebridades. Isso acontecia por diversos motivos. Era algo que a gente respeitava, mas que nós, meninas da comunidade, queríamos muito que isso mudasse. Teve um momento, um pouco antes do Carnaval de 2016, que me marcou muito. Eu estava dentro de um táxi, conversando com o motorista, e ele falou que adorava a rainha de bateria da Mangueira, que adorava a Gracyanne. Ou seja, na cabeça dele, a rainha ainda era a Gracyanne Barbosa. Na hora, não corrigi, não falei que era eu, porém fiquei pensando, fazendo uma narrativa sobre aquilo na minha cabeça. Ali me caiu uma ficha do quão difícil era para as meninas de comunidade fazer com que as pessoas te reconhecessem enquanto rainha de bateria de uma escola de samba até mesmo em um período que já se fala de Carnaval. Afinal, isso aconteceu por volta de janeiro. Foi a partir daí que comecei a falar muito”, analisou a rainha de bateria mangueirense durante participação no programa do YouTube “Resenha CARNAVALESCO”.

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Fotos: Léo Queiroz/Divulgação

Com o tempo, Evelyn Bastos não passou só a ser reconhecida pelos admiradores da festa, como também se tornou um dos nomes mais populares dentro e fora da bolha carnavalesca. Tendo isso em vista, ela se transformou em uma espécie de referência para diversas meninas de comunidade que nos últimos anos passaram a ganhar mais espaços dentro das escolas, chegando a alcançar até mesmo o posto de rainhas de bateria.

Atualmente, metade das agremiações do Grupo Especial possuem pratas da casa reinando à frente dos ritmistas. Dessas, Evelyn é quem está por mais tempo no cargo, seguida de Bianca Monteiro, da Portela, que fez sua estreia no posto no desfile de 2017. A lista ainda conta com Giovana Angélica, da Mocidade Independente de Padre Miguel; Mayara Lima, da Paraíso do Tuiuti; Maria Mariá, da Imperatriz Leopoldinense; e Lorena Raíssa, da Beija-Flor de Nilópolis.

“Vi uma matéria, não tem muito tempo, que trazia um levantamento mostrando que o público prefere atualmente rainhas de comunidade. Isso soou como música para os meus ouvidos. Foi ai que fiquei pensando. Realmente, estamos em um outro conceito, um novo momento, uma nova era. As pessoas esperavam, tinham na cabeça delas, aquela beleza e o encanto de uma Luma de Oliveira, que dificilmente vai se repetir. Pode pegar qualquer celebridade, a mais incrível do mundo, e botar na frente de uma bateria que você não vai ter como comparar com a Luma. Ela era um fenômeno, algo que acontece de 100 em 100 anos, que entrou para história. As pessoas ficaram muito tempo tangendo alguém a Luma de Oliveira e nunca deu certo. Acho que até por isso saiu de moda celebridade como rainha de bateria. As famosas continuam sendo bem-vinda, porque o Carnaval é isso, é plural e tem que ser assim”, declarou Evelyn.

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Diante das mudanças no cenário da folia carioca, a beldade não descarta uma representatividade ainda mais abrangente entre as rainhas de bateria nos próximos anos. Uma delas é a possibilidade de terem mais mulheres trans no cargo. Hoje em dia, no Carnaval do Rio, o único caso é o de Thalita Zampirolli, na Unidos de Padre Miguel, na Série Ouro.

“Talvez chocaria a sociedade em geral. Se bem que tem um público do Carnaval que, não sei como, insiste em ser conservador em alguma vertente da vida deles. Isso é muito confuso para mim. Por mais que a gente respeite as diversas opiniões, é muito estranho ser pró movimento carnavalesco e ao mesmo tempo ter um conservadorismo morando em você. Não deveria chocar ter uma rainha trans em uma escola de samba. Em São Paulo já tem, no acesso do Rio também. Acredito que mais cedo ou mais tarde, como parte desse progresso, a gente também tenha uma no Grupo Especial do Rio, por que não?”, avaliou.

Além dos compromissos como rainha de bateria, Evelyn Bastos também ocupa, desde 2022, a presidência da Mangueira do Amanhã. Na ocasião, ela foi convidada pela presidenta da escola mãe, Guanayra Firmino, para assumir o comando da agremiação mirim ao lado do eterno mestre-sala Marquinhos. Indo para o segundo desfile da sua gestão, a beldade não esconde os desafios que enfrenta no posto, mas ressalta a importância de se investir nas crianças e adolescentes da comunidade.

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“As escolas mirins, assim como agremiações das séries Ouro, Prata e Bronze, não tem um local adequado para fazer Carnaval. A gente passa um sufoco muito grande, já cansei de ir de madrugada para Via Binário resolver problemas causados por essa falta de estrutura, de localidade. Essa é uma problemática que a gente deveria dar uma atenção maior, porque quando se fala em desfile de criança, é o futuro da festa que está em jogo. Se a gente não alimenta, não fomenta, não investe no mirim, vamos estar fadados a não ter Carnaval daqui a X anos. Além disso, existe uma burocracia extremamente exacerbada que envolve crianças no Carnaval e que precisa ser revista. A gente precisa ter uma regularização, tem todo um cuidado maior por se tratarem de menores de idade, mas não precisa ser do jeito que está. Vou dar o meu exemplo, minha primeira vez desfilando foi em 1998 na Mangueira do Amanhã. Tinha quatro anos e vim do lado da minha mãe. No meu processo de crescimento, sendo uma criança um pouquinho maior, não enfrentei essa burocracia toda”, relatou Evelyn.

No ano que vem, a Estação Primeira de Mangueira será a quarta agremiação a passar pelo Sambódromo da Marquês de Sapucaí na segunda-feira de Carnaval, dia 12 de fevereiro, segundo dia de apresentações do Grupo Especial. A verde e rosa terá como enredo “A Negra Voz do Amanhã”, uma homenagem a cantora Alcione. O desfile contará com a assinatura da dupla de carnavalescos formada por Annik Salmon e Guilherme Estevão.