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Satisfeita com a troca do enredo, Vigário grava samba-enredo para álbum da Liga-RJ com alegria e uma pitada de Nordeste

Entrando outubro, mês em que as escolas no geral já iniciam as gravações dos sambas para o álbum oficial da Série Ouro, a Acadêmicos de Vigário Geral, já com samba pronto, tomava uma importante decisão e realizava a troca do enredo. Oportunidade em vista de poder colocar um carnaval na rua com mais recursos e poder fazer frente às equilibradas disputas que existem na segunda divisão do carnaval carioca. Indo para o seu quarto ano consecutivo no principal grupo de acesso da folia do Rio de Janeiro e consequentemente na Marquês de Sapucaí desde a volta em 2020, a Vigário tem se mantido sem grandes destaques em termos de resultado. Foram dois décimos lugares e um décimo primeiro. Normal para uma agremiação de grande comunidade mas que ainda está desenvolvendo melhor a sua estrutura. Mas, para 2024, a aposta vem na manutenção do que deu certo como mestre Luygui e os carnavalescos Marcus do Val, Alexandre Costa e Lino Sales e em novos contratados como o diretor Flávio Azevedo e o jovem talento vindo do carnaval capixaba Danilo Cezar, que já brilhou no último desfile pela Acadêmicos de Niterói. Sobre sua chegada na Tricolor da Zona Norte, Danilo ressaltou o carinho com que foi recebido e o espanto com o tamanho do chão da escola.

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

“Foi maravilhoso. A família Vigário é gigante, não tinha noção do tamanho do acolhimento, é uma escola com um chão muito grande, não tinha noção desse tamanho da Vigário. Quando cheguei na Praça do Catolé, desde o primeiro contato, com a presidente Betinha que é uma mãezona, desde toda a diretoria, o mestre Luygui, é uma escola muito quente. Me acolheu muito bem graças a Deus, e tento retribuir todo o dia o amor, o carinho para cada um. Em relação a desenvolver o trabalho ainda morando no Espírito Santo, inicialmente a tecnologia ajuda muito neste processo, mas às sextas-feiras vão ser os ensaios de rua da Vigário no Parque Madureira, e eu vou estar presente em tudo que eu puder e não puder também”, promete o artista.

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Com o enredo “Maracanaú: Bem-vindos ao Maior São João do Planeta”, a Vigário trouxe um samba alegre e festeiro, com muito da cultura nordestina, principalmente na sonoridade. O samba escolhido e desenvolvido através do processo de encomenda tem como autores Tem-Tem Jr, Júnior Fionda, Marcelinho Santos, Jefferson Oliveira, Silvana Aleixo, Rafael Ribeiro, Edu Casa Leme, Sérgio, Valtinho Botafogo, Romeu D’ Malandro e Marcus Lopes. Danilo falou sobre a expectativa por um alto rendimento da obra.

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“O samba é bem diferente daquele que eu cantei ano passado( na Acadêmicos de Niterói), é um samba alegre, um samba com peso, mas leveza ao mesmo tempo, fácil assimilação, com certeza os desfilantes vão cantar junto. Cada parte do samba é bem feita, é uma obra que não fica cansativa, é uma composição que tem partes muito fortes e com certeza a Sapucaí vai cantar, a Vigário vai cantar, e a gente vai para as cabeças “, acredita o intérprete.

Encomenda de samba gerou duas obras

Neste processo de trabalho para o carnaval 2024, a Vigário, como trocou o enredo já um pouco em cima do calendário, já tinha uma obra pronta para o tema anterior. Mas, segundo a presidente da escola, Betinha, a segunda composição feita pelo mesmo time de compositores acabou gerando um resultado até melhor.

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“Nós mudamos o enredo, já tínhamos um samba pronto, tivemos que fazer outro. E nós precisávamos de trocar, porque precisávamos tocar o nosso barracão, a subvenção não saiu e a gente precisava de dinheiro. Então, os seguimentos toparam e a gente caiu para dentro. Foi tudo na correria. Acho que esse samba ficou até melhor que o feito para o outro enredo”, garante a mandatária.

O diretor de carnaval Flávio Azevedo explicou que o processo de encomenda facilitou muito a vida da escola até pela confiança e conhecimento que a agremiação tem em relação aos compositores.

“Facilita porque a gente trabalha com grandes parceiros, Fionda, Tem Tem, são parceiros da escola há muito tempo, conhecem o DNA da agremiação, as entranhas de Vigário Geral, então eles conseguem dar o verdadeiro swing, o verdadeiro molho junto com mestre Luygui, Danilo, vamos levar um grande samba para a Sapucaí “, assegura o diretor.

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Mestre Luygui foi outro que confirmou a eficiência do processo de confecção da obra, garantindo que apesar do tempo curto a bateria pode participar bastante do processo, o que facilitou um melhor entendimento com a obra.

O processo do samba não demorou muito, apesar de a gente ter dois sambas por causa da mudança do enredo, mas o processo foi bem rápido. Os compositores trabalharam bem rápido, por isso ficou fácil de trabalhar. A todo momento a gente sempre estava em contato com eles, com o Danilo. Eu e ele a gente se fala praticamente todo dia, porque no meu entendimento a bateria e o carro de som tem que ter uma conexão, tem que ter uma vibe boa para o trabalho poder fluir perfeitamente. Graças a Deus a gente tem uma conexão muito boa, a gente construiu uma família na Vigário”, revela o comandante dos ritmistas de Vigário Geral.

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Para a presidente Betinha, o desafio é conseguir encontrar vagas para a comunidade desfilar já que Vigário Geral possuiu um grande contingente de interessados em cruzar a Sapucaí com a escola, uma agremiação de chão muito relevante.

“Agora já estamos no terceiro ano na Sapucaí, a escola está mais acostumada, e fica gente me xingando ainda( risos) porque eu não posso botar mais gente que o nosso contingente planejado porque senão vai estourar o tempo. Eu penso nisso também e a comunidade é grande. Graças a Deus as alas já estão todas fechadas”, explica a dirigente.

Swing Puro vai trazer um pouco do Nordeste

Com um enredo que tem São João no nome não pode faltar uma pitada nordestina. Comandando a Swing Puro desde 2020, mestre Luygui como citado acima já desenvolveu uma relação familiar com a escola. Jovem talento do carnaval carioca, o mestre já está cada vez mais à vontade com o desafio de guiar os ritmistas pela Sapucaí. Em 2023, a bateria tomou apenas um 9,9, descartado conseguindo garantir os 30 pontos. Luygui promete um trabalho bastante especial para 2024, que já vai ser sentido na gravação realizada no M&C Studios em Marechal Hermes.

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“A gente já iniciou os ensaios de rua da escola. Acho que a galera vai curtir bastante o que a gente preparou para o carnaval de 2024, o samba é muito legal, fiz algumas coisas que virou marca da Swing Puro, a gente está com umas nossas bem legais e vocês podem esperar uma bateria com pegada, com bom andamento, é um andamento que o samba proporcionou para a gente e isso é muito importante, a gente tem que respeitar o samba, o que ele pede de andamento, a sua métrica. Estamos muito focados para entregar um grande trabalho, um grande espetáculo”.

Sobre os ensaios, o diretor de carnaval Flávio Azevedo lembra que a escola já está na rua e revela que o trabalho de barracão está fluindo bem apesar das mudanças acarretadas pela troca de enredo.

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“A gente já começou os nossos trabalhos de ensaio, na rua inclusive, a bateria já estava ensaiando frequentemente, assim como ala de passistas, comissão de frente, casais. Agora o trabalho é no Parque de Madureira. Em termos de barracão e ateliê a escola está andando, até porque o ateliê a gente já trabalha desde agosto, houve a mudança de enredo e a gente só fez as alterações necessárias que tinham para fazer, e aí tivemos que trocar desenho, trocar protótipos, mas foi coisa bem rápida, os carnavalescos lideram muito bem com essa troca. E no barracão já começamos a todo vapor , já temos dois carros bem adiantados, acredito que até o final de dezembro estaremos como nosso carnaval bem encaminhado”, projeta o diretor.

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Em 2024, em seu quarto carnaval seguido no principal grupo de acesso do carnaval carioca, a Vigário Geral será a terceira escola de sexta-feira, primeira noite de desfiles da Série Ouro.

Gravação de Parque Acari conta com experiência de Leozinho Nunes para multiplicar o trabalho de jovem equipe da escola

O ano de 2024 com certeza será muito especial para a União do Parque Acari que vai estrear na Sapucaí. Fundada em 2018, a escola só perde para a Acadêmicos de Niterói o posto de caçula da Série Ouro. Tendo a responsabilidade de abrir o carnaval do principal grupo de acesso da folia carioca, a agremiação aproveitou uma oportunidade de mercado e trouxe Leozinho Nunes, com diversos anos de Grupo Especial, para reforçar os quadros da Parque Acari. Nos últimos dois carnavais, Tainara Martins foi a voz oficial da escola ao lado de outros cantores. Após a saída da São Clemente, Leozinho revelou em entrevista ao site CARNAVALESCO que a atenção e o carinho dado pelo presidente da agremiação da Zona Norte, Carlos Eduardo (Dudu).

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

“Quando eu saí da São Clemente, o presidente Dudu me ligou, mas não para me convidar para cantar na Parque Acari, e sim para perguntar se eu estava bem. E aquilo me tocou porque a gente não se fala todo dia, a gente se conhece pelo trabalho de pagode que ele me chama para fazer. Depois Deus me guiou para Acari e o projeto é muito bom. Eu agradeço muito por essa oportunidade, a Deus primeiramente, ao presidente e a toda a comunidade do Parque Acari, e eu chego para multiplicar no trabalho que a escola já vem fazendo há anos e quer alcançar vôos muito maiores. Eu chego para multiplicar isso junto com a Tainara, essa cantora maravilhosa. Vamos iniciar o trabalho na Série Ouro pensando em voos maiores, mas com toda a humildade do mundo”, projeta o intérprete.

Para a cantora Tainara Martins, a chegada de Leozinho Nunes representou uma oportunidade de aprendizado com o cantor, mais experiente no carnaval, com alguns anos de Grupo Especial inclusive.

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“Para mim é motivo de muita honra dividir com ele o microfone, pode compartilhar da sabedoria dele como intérprete, ele está há muito anos, estou aprendendo muito com ele. O Léo não só canta como tem muito carisma, a comunidade já abraçou ele, este trabalho tem tudo para dar muito certo como já vem acontecendo”, espera a profissional.

Para este grande momento de chegada a Série Ouro, o Parque Acari vai apresentar o enredo “Ilê Aiyê, 50 anos de luta e de resistência”, desenvolvido pelo carnavalesco André Tabuquine e que vai falar sobre o primeiro bloco afro do Brasil, reconhecido como patrimônio da cultura da Bahia, o movimento cultural foi fundado por Antônio Carlos, o Vovô do Ilê, em primeiro de novembro de 1974, no bairro do Curuzu, em Salvador, e tem como objetivo lutar contra o racismo, além de dar representatividade às raízes africanas, divulgando a arte em geral, como a música e dança. Durante a apresentação oficial do samba em Acari, o presidente Dudu falou sobre a responsabilidade que a agremiação tem de abrir o carnaval carioca na Marquês de Sapucaí.

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“Como todas as nossas co- irmãs, sempre nos dá aquele frio na barriga, ainda mais sabendo que nós somos a caçulinha do Carnaval carioca. A comunidade do complexo do Acari Amarelinho atravessa muitos percalços durante o ano, que precisa muito do poder público, mas que tem uma coisa muito boa que é a alegria das pessoas. O povo que vive aqui é muito descontraído, que gosta da cultura brasileira e, com certeza, vai abraçar a escola nessa estreia na Marquês de Sapucaí. O tamanho da responsabilidade é grande, mas para a gente que vem trabalhando o ano todo, com certeza, vamos tirar de letra e fazer um grande espetáculo. Tenho fé que vamos atravessar esse desafio com a maior tranquilidade possível”, declarou o dirigente.

Samba alegre é a receita para esquentar logo a Sapucaí

Após uma competição interna, a obra, de autoria de Jorginho Moreira, Alexandre Reis, Márcio de Deus, Professor Laranjo, Gigi da Estiva, Binho Araújo, Jr. Professor, Madalena, Odmar do Banjo, Raphael Krek e Telmo Augusto, derrotou outras oito e saiu-se vencedora. Com um enredo que tem como protagonista um bloco de carnaval da Bahia e toda a sua representatividade, a música e a alegria precisam estar presentes no samba que vai para a Sapucaí. Na gravação no M&C Studios em Marechal Hermes já se pode perceber esse frisson com introdução tendo influência da música baiana. O intérprete Leozinho Nunes falou mais sobre a expectativa em relação ao rendimento da composição que vai embalar o carnaval da União do Parque Acari.

“A faixa da Acari vai ser muito alegre, espontânea, vai ser um samba para o povo cantar, o carnaval precisa de sambas leves como esse, e junto com a minha alegria, com essa bagunça que eu faço, a Tainara , e eu disse para ela não vamos usar só a sua voz, vamos usar a expressão corporal também, vamos nos mexer muito, vamos dançar, vamos brincar com a comunidade. E ela já está se soltando muito. O trabalho vai ser muito bacana junto também ao carro de som, ao presidente Dudu e a comunidade”, projeta o cantor.

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Já a cantora Tainara Martins, a comunidade já vem chegando com muita vontade no canto e vai chegar ainda mais a partir dos ensaios e eventos.

“A faixa vai animar muito a comunidade, a escola está participando, a comunidade está comparecendo aos ensaios, está cantando, está chegando junto e queremos trazer eles ainda mais”.

Bateria fez preparação especial para a gravação

Um dos momentos de maior responsabilidade em uma preparação para um carnaval é a gravação oficial da faixa para o álbum da Liga. Se tratando de uma novidade para muitos quadros da escola e participantes do trabalho, cada agremiação busca se preparar da melhor forma. Desde o desfile passado comandando os ritmistas da União do Parque Acari , os mestres Erik Castro e Daniel Silva fizeram ensaio e apesar dos arranjos que serão percebidos na faixa, ainda vai ficar alguma coisa só para a Avenida.

“Fizemos ensaio para definir os arranjos para 2024 e aí dentro dessa reunião a gente retirou algumas coisas, não tudo, para colocar na gravação. A gravação já é o início de um processo pra gente, creio que bate uma ansiedade mas a expectativa está boa, estamos com a mente tranquila, a gente sabe a dificuldade que vai ser, sabe do compromisso, e temos uma equipe forte para chegar e fazer um trabalho bacana. A gente costuma ensaiar às quintas-feiras, às vezes também tem aos domingos quando a escola faz ensaio na rua, lá mesmo em Acari e na comunidade do Amarelinho”, explica Daniel Silva.

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Esta preparação tem envolvido a escola toda. Os diretores de carnaval Cida Lima e Xande Ribeiro revelaram durante as gravações para a faixa da Série Ouro, que o trabalho está a todo vapor com o envolvimento de todos os segmentos.

“Tivemos bastante reuniões, ensaio continua tendo e de forma árdua, estamos sempre participando, a direção de carnaval está trabalhando duro , dia e noite para a gente tentar fazer o melhor para a escola. A vontade é botar a escola na Avenida com muita garra, que é o que a gente tem”, explica Xande.

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“Fizemos um ensaio antes do dia da gravação com os cantores, Leozinho e Tainara . Estamos muito felizes por participar de todo este processo. É a gravação do álbum, depois vamos ter o ensaio técnico, nosso trabalho mais particular com a comunidade, e aí o grande desfile que para a gente é um sonho que está começando a ser realizado. Saí da Intendente Magalhães e ir para a Sapucaí. A comunidade está muito feliz. Vamos ensaiar todas as quintas-feiras com a comunidade e aos domingos vamos ter feijoadas”, conta Cida Lima.

Estreando na Série Ouro, a União do Parque Acari vai abrir a maratona de apresentações na Marquês de Sapucaí na sexta-feira de folia, dia 09 de fevereiro.

Serrinha grava faixa do álbum da Liga 2024 buscando encontrar no passado as bênçãos para caminhar em direção ao futuro

Para muito imperiano ainda dói bastante. Depois de ver um gigantesco, bonito e nostálgico desfile, ainda mais emocionante por homenagear o baluarte Arlindo Cruz, o rebaixamento da escola, para muitos de forma injusta, acabou sendo um balde de água fria. Mas se engana quem espera encontrar o Império Serrano abatido. A agremiação que esteve no Grupo Especial em quatro oportunidades nos últimos 15 anos, pouco para uma escola tão tradicional e que leva em entre suas glórias, nove títulos na elite do carnaval carioca. Por isso, a Serrinha teve que subir mais uma vez e desta vez ficar, amparada por dois excelentes carnavais nos últimos dois desfiles. De presidente novo, Flávio França, colhendo ainda os frutos da última gestão que deu uma nova repaginada para a instituição, o Império tem grande confiança em uma aposta da direção anterior que segue com muita moral entre diretoria e comunidade: mestre Vitinho. Em seu “batismo” no Grupo Especial, o comandante da “Sinfônica do Samba” gabaritou o 30, tendo apenas um 9,9, que foi descartado, garantido nota completa para a escola no quesito. Já um veterano no Império, mestre Vitinho falou sobre o sentimento que tem observado da escola neste momento em que precisa se superar mais uma vez.

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

“A Serrinha é gigante, tivemos o descenso no carnaval passado, no início ficamos bem tristes porque trabalhamos para caramba e infelizmente o resultado não veio. A gente acredita muito no nosso chão, na nossa comunidade, no meu caso, eu acredito muito no potencial dos meus ritmistas, trabalhamos bastante já há uns sete meses. Temos um belíssimo samba, traz mais confiança e dá mais gana de a gente vencer, de querer fazer acontecer no próximo carnaval, com toda a humildade. Estamos trabalhando com muita vontade e muita fome. No último carnaval não conseguimos o resultado, tivemos um descenso, porém temos confiança de que fizemos um carnaval bom, um bom desfile. E para o próximo temos um samba muito bom, nova energia, com uma galera nova na escola. E a obra está sendo muito bem elaborada para a galera que vai consumir, que possam ficar bem satisfeitos com o que vão estar escutando”, promete o diretor da Sinfônica do Samba.

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Para chegar a esse momento de respeito que adquiriu na escola, mestre Vitinho lembra que em 2020 muita gente o via com grande desconfiança, até pela idade e pelas exigências que uma escola tão raiz como o Império apresenta.

“O Império Serrano é uma família, uma escola de samba que abraça. No início muita gente ficou com receio, com o novo, tinham dúvidas se iria dar certo. Graças a Deus conseguimos fazer um bom trabalho, hoje a galera confia. E, eu sempre tive carta branca para trabalhar, o ex -presidente Sandro Avelar desde o início sempre me dava carta branca, o que é bem bacana. A gente consegue sentir o clima da comunidade, a gente pulsa por eles, então, é a junção de energias que vem dando certo, e para o próximo carnaval vai dar mais certo ainda”, assegura o mestre.

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Quem pretende seguir os passos de Vitinho na Serrinha, é o intérprete Tem-Tem Júnior. Após três desfiles defendendo as cores do Acadêmicos de Vigário Geral, e fazendo parte do carro de som do Império Serrano no último desfile como apoio do Ito Melodia, o cantor foi anunciado em março deste ano. Como intérprete oficial, Tem-Tem defendeu escolas tradicionais, como Caprichosos de Pilares, Em Cima da Hora, Unidos de Bangu, dentre outras. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, durante as gravações da faixa da Verde e Branca de Madureira em Marechal Hermes, o cantor revelou que já possuiu uma história com a agremiação que veio de família.

“Cantar no Império é diferente de tudo que eu já passei na vida. Eu cresci escutando a história do Império por ter minha família envolvida, são grandes apaixonados, grandes imperianos, meu avô é um dos poetas que mais marcou no Império, dono de ‘Lenda das sereias’, dono de ‘Cai, cai, quem mandou escorregar’, ele fazia com muito amor e junto com os parceiros dele. Eu sigo o legado e esse legado está sendo mais do que marcante, emocionante. Cantar no Império representa muito, pela minha idade, me considero jovem. Me honra muito estar representando o microfone 01 desta escola”, afirma Tem-Tem Jr.

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E pensando no futuro, o jovem intérprete que também vem fazendo fama no ramo das composições de samba-enredo, espera ficar por muitos anos na Serrinha e seguir os passos de quem venceu a desconfiança e hoje é referência para a comunidade do lado verde de Madureira.

“A Serrinha me abraçou, a diretoria tem me tratado muito bem e vem honrando com nossos compromissos. Eu pretendo ficar aqui por muitos anos. Minha vontade é fazer a história que o Vitinho vem fazendo. Ele entrou muito criticado por ser novo, e o Império tem aquela tradição raiz, mas ele mostrou que o novo pode sim se adequar ao perfil da escola e é isso que eu quero. Mudei um pouco o meu jeito de cantar, menos cacos, menos gritaria, o Império é mais raiz. Isso vem fazendo bem para o meu crescimento, não posso negar. Vivo um dos melhores momentos no meu lado profissional”, complementa o artista.

Gravação terá marcas nostálgicas da Serrinha e elementos referentes ao enredo

Trazendo para o carnaval 2024 o enredo “Ilú-ọba Ọ̀yọ́: a gira dos ancestrais”, desenvolvido pelo carnavalesco Alex de Souza, cuja a proposta é realizar uma grande louvação aos orixás em forma de xirê, o Império Serrano escolheu já no início de novembro a obra dos compositores Aluisio Machado, Carlos Senna, Andinho Samara, Jefferson Oliveira Nunes, Carlitos Ambrósio e Marcos R. Valença. Como o enredo pede, mestre Vitinho explicou que já na gravação da obra, no M&C Studios, procurou trazer toda a africanidade e espiritualidade do enredo, transformando a composição em um grande xirê.

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“Estamos levando um arranjo bacana, o samba é um xirê, nada mais justo do que fazer jus ao enredo, e na cabeça do samba a gente está fazendo um xirê, um toque para alguns orixás que são citados. Então, a todo momento que cita Ogum, Xangô, estamos fazendo alguns toques. Pode esperar grandes arranjos, vai ser um grande desfile na Marquês de Sapucaí”, revela o comandante da Sinfônica do Samba.

Um ponto que deve mexer com todo o imperiano raiz é a presença de duas vozes muito conhecidas da Serrinha. No alusivo da escola na faixa oficial da Liga RJ, Jorginho do Império e Quinzinho, ex-intérpretes do Reizinho de Madureira, gravaram suas vozes marcantes, meio que abençoando o intérprete oficial Tem Tem Jr neste novo momento da agremiação. Sobre o samba, Tem Tem, que assinou algumas obras da Série Ouro este ano em parceria, elogiou a obra que o Império vai levar para a Sapucaí projetando o crescimento durante este processo até fevereiro do próximo ano.

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“Nesse grupo deve ter uns cinco sambas meus no meu lado de ser compositor. Eu não vou diminuir minhas obras que foram feitas junto com o meu parceiro que é o Júnior Fionda. Essa obra é dele também. O Império sem dúvida tem pelo menos o Top 3 do Grupo de Acesso, sem diminuir qualquer bandeira, a safra é genial. O Império sempre vem com grandes sambas e essa obra é marcante, para ficar na história, até pelo desfile que será feito. Tenho certeza que será um grande desfile e a comunidade abraçou”, espera o cantor.

Processo de disputa facilitou o trabalho de gravação e de ensaios

Uma das últimas escolas a gravar a faixa da série Ouro, por ter sido uma das últimas a escolher o samba, o Reizinho de Madureira não dormiu no ponto e começou a preparar a comunidade antes mesmo da final realizada no início de novembro.

“A gente sabe que hoje o processo de samba-enredo está muito complicado, e quando a gente recebeu as obras fizemos uma eliminatória curta, mas trabalhamos internamente com os segmentos para as pessoas aprenderem os sambas, qual fosse o campeão a galera já estaria com o samba na ponta de língua. Internamente trabalhamos bastante os sambas da disputa para facilitar esse processo de gravação e depois de aprendizado da comunidade”, explica o diretor de carnaval do Império Serrano, Jeferson Carlos.

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Já Tem Tem foi pelo mesmo lado, ressaltando que a escola esteve unida, em uma disputa sadia que facilitou o trabalho e que vai ajudar a obra crescer cada vez mais.

“No próprio anúncio o samba foi aclamado. Estou muito feliz. É um dos sambas que lá no início me tocou, tinham grandes sambas na disputa, foi uma disputa saudável, foi correta. Vamos seguir fazendo um trabalho forte para que o samba cada vez mais se torne mais forte. Espero emocionar a cada coração imperiano e vamos fazer história”, finaliza o intérprete aproveitando um dos seus bordões.

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Para Jeferson Carlos o momento agora passada a gravação e com o samba indo para a rua é a escola dar prosseguimento ao trabalho de treinos com a comunidade que a Serrinha já vem fazendo, aproveitando cada momento para que a obra esteja cada vez mais na ponta da língua dos componentes.

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“O processo de escolha fluiu como a gente planejou, do jeito que a gente tinha organizado. Já estamos a todo vapor com nossos ensaios e a tendência é seguir toda semana a nossa preparação, sendo diversificado, na quadra, na rua, Parque Madureira, a gente vai andar conforme a necessidade, porque também contamos com a meteorologia. Se isso ajudar, a gente vai fazer na rua e no Parque. Caso algo aconteça, a gente volta para a quadra para não perdermos nosso tempo de ensaio”, conclui o diretor.

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Em 2024, o Império será a oitava agremiação a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no sábado de Carnaval, dia 10 de fevereiro, encerrando a maratona de apresentações da Série Ouro, em busca do retorno imediato ao Grupo Especial.

Debate escancara importância do carnaval em geração de emprego e renda para o município do Rio

O Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) e a Prefeitura do Rio de Janeiro organizaram o debate “Cultura Popular, Economias Criativas e Desenvolvimento Local”, na noite de quinta-feira, com presença de representantes de festas populares latino-americanas, no Palácio da Cidade. Os membros da mesa falaram sobre o impacto de festas como o carnaval para o desenvolvimento econômico-social do país e a formação de identidade nacional. O vice-prefeito do Rio de Janeiro, Nilton Caldeira, deu início ao evento celebrando a abertura de diálogo entre a Cidade Maravilhosa, o CAF e toda América Latina e apresentando um panorama do carnaval na cidade. O prefeito Eduardo Paes não pôde estar presente na reunião.

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Fotos: Matheus Vinícius/CARNAVALESCO

“A cidade do Rio recebe 5 milhões de pessoas para viver o carnaval. O impacto econômico para a nossa cidade é de R$ 4 bilhões. Turismo, Economia, Orgulho e Diversidade são os principais pilares dessa festa. São mais 46 mil trabalhadores, entre servidores, ambulantes e equipes de Sambódromo, envolvidos, além de 15 órgãos da prefeitura atuando diretamente com a Comlurb e a Guarda Municipal. Para além da época da festa, durante todo ano, dentro e fora do país, existem atividades com trabalhadores envolvidos em fantasias e alegorias dentro dos barracões, apresentações do nosso carnaval no exterior, como em Londres e Nice, que proporcionam viagens e custeio para o pessoal das escolas de samba; e toda uma estrutura educacional desde a música e adereços até oficinas para as criança de toda comunidade”, discursou Nilton Caldeira.

O evento contou com o painel “Gestores, Governos e Bancos de Desenvolvimento” em que líderes de diferentes festas populares latino-americanas demonstraram o impacto do investimento em cultura. Estiveram presentes Rafaela Bastos, presidente da Fundação João Goulart, a gerente do Carnaval de Baranquilla, Sandra Gómez, o presidente do júri do Carnaval de Montevidéu, Ramiro Pallares, a vice-ministra da Cultura da Argentina Lucrecia Cardoso, o ministro de Economia e Finanças de Barbados Ryan Straughn e Luciane Gorgulho, chefe de Departamento de Desenvolvimento Urbano, Patrimônio e Turismo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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Cria da Estação Primeira de Mangueira, a gestora pública e geógrafa Rafaela Bastos preside a Fundação João Goulart, instituto municipal responsável por criar estratégias para melhorar as políticas públicas para a população carioca. Rafaela ressaltou durante sua fala a importância de marcar o Carnaval enquanto política pública e um produto produzido por pessoas de regiões mais vulneráveis.

“Para nós pensarmos no Carnaval do Rio de Janeiro, nós temos que territorializar a informação. Entender o Carnaval, imaginá-lo com vetor da economia criativa e tê-lo como exemplo para a economia criativa é assertivo, porque eu entendo que o Carnaval também se produz e se expressa, inclusive economicamente, de maneira sistêmica. Especificamente no Carnaval, tem que pensar em tempo, ou seja, a origem das coisas, como a gente faz essa produção de conhecimento e saberes, onde fazemos, ou seja, onde se faz samba, onde se faz carnaval, quais territórios e em quais condições. O carnaval deve ser entendido como política pública, porque, na cidade do Rio de Janeiro, o desenvolvimento dele acontece em territórios vulneráveis. É também desenvolvimento humano. Isso é extremamente relevante porque, além de produzir uma cadeia produtiva com potência econômica, tem a confirmação de uma cadeia produtiva de valor, no melhor significado da
palavra, e tem também o melhor significado para a palavra ‘economia’ – a integração dos recursos que são finitos e escassos e tem a capacidade de desenvolver pessoas, serviços e territórios produzindo bem-estar social.”, destacou a presidente da Fundação João Goulart.

Durante o debate, Luciane Gorgulho, do BNDES, demarcou a relevância da economia criativa para ao Brasil e a contribuição positiva do Rio de Janeiro nos números:

“Os últimos números que temos do Brasil é que a Economia Criativa representa 2,9% do PIB e emprega quase 1 milhão de profissionais com carteira assinada. No Rio de Janeiro, como não poderia deixar de ser, a economia criativa representa 4,8% do PIB, acima inclusive de São Paulo, o que mostra a contribuição do Carnaval, das festas populares e de outras atividades culturais representam para a cidade do Rio de Janeiro”, informou Luciane.

O secretário de Desenvolvimento Urbano e Econômico do município do Rio de Janeiro Chicão Bulhões esteve presente no evento e conversou com o site CARNAVALESCO sobre o investimento da cidade no Carnaval a partir dos dados coletados no relatório “Carnaval de Dados”.

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“A primeira coisa que nós fizemos foi jogar luz sobre esse tema, com a Rafaela [Bastos] disse. O Carnaval do Rio, instintivamente, era importante, mas quando colocamos em dados mostrando que movimenta R$ 4,5 bilhões, 45 mil trabalhadores e movimenta uma arrecadação importante para a Prefeitura, obviamente a situação muda de figura. A gente passa a mostrar os dados que sustentam a importância do Carnaval para a economia do Rio. E agora temos uma nova economia do conteúdo e acredito que cada vez mais a economia criativa será central nessa nova forma de interação no dia a dia da economia”, disse o secretário.

O subsecretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico, Marcel Balassiano acrescentou que o Carnaval vai além dos números e do retorno financeiro e comentou sobre as expectativas para 2024.

“O Carnaval é cultura, festa, evento, mas é sempre importante lembrar que também movimenta economia e é desenvolvimento econômico. Obviamente este não é o principal pilar. Se não houvesse nenhum retorno econômico, por si só, pela sua ancestralidade, o Carnaval teria que existir. Mas, além disso, movimenta bilhões de reais para a economia, gera milhares de empregos. É muito importante isso ser ressaltado, principalmente, para as pessoas que por algum motivo não gostam, destratam ou falam mal do Carnaval. Tem que mostrar que fevereiro é quando a cidade mais arrecada imposto em Turismo. A expectativa para 2024 é a melhor possível. Nós passamos por esse período complicado da pandemia, mas agora é só crescente. 2023 já foi um ano que voltou a ter o Réveillon normal e o Carnaval na sua data original. O Carnaval 2024 já começa depois do Réveillon com o começo dos ensaios técnicos, fora que os ensaios de rua já começaram”, declarou o subsecretário.

Carnavais em outros países

Além do carnaval carioca, o debate abordou festas populares e carnavais de Montevidéu (Uruguai), Barbados, Argentina e Baranquilla (Colômbia). O ministro de Economia e Finanças de Barbados Ryan Straughn ressaltou a importância de apresentar o festival da colheita, por exemplo, para as novas gerações e promover esse aprendizado.

“É muito importante expor nossas crianças e nossos jovens à cultura. Nós patrocinamos iniciativas para jovens para que possamos levar a nossa cultura para as próximas gerações. A partir do festival da colheita, vemos o desenvolvimento dos jovens, não só na área da música, mas na área da tecnologia também.”, informou o ministro.

Já a gerente do Carnaval de Baranquilla Sandra Gómez falou mais sobre a identificação da cidade e do país e como isso é traduzido no orgulho de ser “carnavalero”.

“Estamos muito orgulhosos de comemorar 20 anos de Patrimônio Imaterial da Unesco. Precisamos de alianças com outras festas e outros carnavais, como o do Rio. Queremos mais que quatro dias de Carnaval, queremos incentivar o pré-carnaval e mais datas ao longo do ano. Temos muito orgulhoso de sermos ‘carnavaleros’. É muito importante que nossas danças representem nossa identidade e ultrapassem os limites da Colômbia”,  comentou Sandra Gómez.

Ao falar sobre o carnaval que dura 40 dias, o presidente do júri do Carnaval de Montevidéu Ramiro Pallares descreveu melhor a festa e relembrou a pandemia.

“O carnaval de Montevidéu tem um componente de artes cênicas e atualmente nós temos 30 palcos pela cidade, com o concurso oficial. Durantes os anos foram crescendo os agrupamentos. Quando tivemos a pandemia, tivemos que parar o carnaval e não tínhamos subsídios para ajudar os nossos artistas.”, disse o presidente do júri.

A vice-ministra da Cultura da Argentina Lucrécia Cardoso ressaltou a importância de uma política interseccional entre Ministério da Cultura e Ministério do Turismo para alavancar as festas populares.

“Mais de mil cidades da Argentina tem festas populares e isso dá um panorama da economia criativa. Existe uma política pública de apoio aos festivais. Existe um trabalho interseccional entre o Ministério da Cultura e o Ministério do Turismo. Isso gera inclusão humana”, expôs Lucrécia Cardoso.

O evento se encerrou com a exibição da bateria da Mangueira e casal de mestre-sala e porta-bandeira. Além disso, os convidados puderam observar a exposição “O Carnaval que ninguém vê: o encanto da arte fotográfica na Sapucaí”, do fotógrafo Riccardo Giovanni.

Completa, Tijuca realiza primeiro ensaio de rua e mostra força da comunidade

Da comissão de frente ao último setor. Com a escola completa, a Unidos da Tijuca mostrou a força de seu chão e iniciou com o pé direito, na noite da última quinta-feira, a temporada de ensaios de rua para o próximo carnaval. Nem mesmo o forte calor em plena 21h atrapalhou os componentes e segmentos, que prometem bastante entrega na busca por um bom desempenho e do retorno ao desfile das campeãs. Na última década, a escola conquistou três campeonatos (2010, 2012 e 2014) e é, junto com a Beija-Flor, a maior vitoriosa do período.

Segundo o diretor de carnaval da agremiação, Marquinho Marino, começar os ensaios de rua em dezembro foi uma estratégia para aprimorar o canto da comunidade e tirar dúvidas dos componentes. Antes de ir para a rua, a Tijuca realizou na quadra da escola de samba, ao longo de novembro, três ensaios com a comunidade,

“Acredito que eu e o Fernando (Costa) tivemos o mesmo pensamento. Não adianta ir para a rua sem o samba dominado pelos componentes. Tivemos vários ensaios de quadra para tirar dúvidas, corrigir uma palavra errada ou uma entonação do componente um pouco diferente. Não adianta ir para a rua fazer ensaio sem ter organizado a escola – principalmente em termos de canto. Pelo o que aconteceu hoje, acredito que fizemos o certo. Agora é seguir o trabalho”, diz o diretor de carnaval.

Segundo a direção, cerca de mil componentes marcaram presença no ensaio desta quinta-feira. Para Marino, a avaliação pós-ensaio é positiva e a expectativa é que, aos poucos, até a chegada do ensaio técnico na Passarela do Samba, a escola evolua cada vez mais. Sobre o minidesfile na Cidade do Samba, que ocorreu no último sábado, ele lembra que a agremiação ainda não tinha ido para a rua.

“Eu achei muito bom. A quantidade de componentes até me surpreendeu. Muita gente se inscreveu nas alas. Primeiro ensaio, a equipe está se conhecendo ainda mais. Trabalho de quadra é uma coisa e ensaio de rua é outra. A gente foi para o minidesfile sem ter ensaiado na rua – e caso contrário, com certeza, teria sido bem melhor, mas faz parte. Tecnicamente não dá para exigir muito de um primeiro, essa não é a intenção. A intenção maior é tirar o ‘ferrugem’, voltar a cantar o samba, fazer deslocamentos. É natural cada vez mais crescer”, comenta Marino.

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O treino ocorreu na Via D1, uma das ruas próximas à quadra da escola. Em pouco menos de 700 metros, o ensaio começou por volta de 21h50 e teve uma hora de duração.

Apesar das mudanças para o próximo carnaval, quando questionado se a Tijuca viverá uma nova fase em 2024, ele ressalta que a agremiação conta com grandes nomes que participaram e marcaram o grande período vitorioso da escola, como Fernando Costa e o mestre Casagrande.

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“A Unidos da Tijuca é uma escola grande. Na última década foi a escola que mais foi campeã ou ficou entre as três primeiras. A equipe não foi modificada. ‘Ninguém desaprende a andar de bicicleta’. Casagrande e Fernando Costa, que são pilares da escola em termos técnicos, foram campeões mais do que eu. A questão é mais de dar ‘liga’ e entrosamento. Hoje eu vi uma equipe de harmonia sabendo o que fazia e fiquei muito satisfeito. Foi muito proveitoso, e a equipe do Fernando Costa está de parabéns. A cada ensaio vamos crescer – temos alguns ensaios de rua antes do técnico e vamos chegar ‘redondinhos’ na Sapucaí”, diz.

Há mais de 40 anos na Unidos da Tijuca, mestre Casagrande enxerga com positivismo as contratações feitas pela escola, em especial a de Marquinho Marino para comandar a direção de carnaval. Para ele, a logística foi um problema para a escola no último carnaval. Ele contou que a fantasia da bateria para o próximo ano já está pronta.

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“Nós jogamos juntos, e eu sei o esforço que o nosso presidente (Fernando Horta) está fazendo para colocar a Unidos da Tijuca no lugar que ela merece. Sendo sincero: Tenho mais de 40 anos de Unidos da Tijuca e vivência de carnaval e nunca peguei um barracão tão organizado como o nosso – o abre-alas já envelopado. A chegada do Marino foi algo sensacional. Não desmerecendo as outras contratações, mas a dele era o que faltava para a escola, porque é um cara muito organizado. No último carnaval eu fiquei entregando fantasia até o domingo de carnaval. Isso não é culpa da gente, é gerência, são pessoas que a escola confia. Neste ano, o presidente está tomando todas as medidas para que não aconteça o que ocorreu no ano passado: tínhamos um grande samba e enredo, mas por questões de logística a escola não ‘aconteceu’. Estou muito confiante”, comentou Casagrande.

Rainha tijucana, Lexa também participou do ensaio e deu um show de simpatia. O mestre também falou sobre a relação entre carro de som e a bateria “Pura Cadência”. Ele destaca o potencial do intérprete Ito Melodia para levantar o samba e contagiar toda a comunidade.

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“Que astral. Ele leva a comunidade. Ele consegue mexer até comigo, que sou um cara meio tímido e retraído. No final abracei ele e agradeci pelo grande ensaio. É um cara fora de série e se depender de mim vai ficar um bom tempo na Unidos da Tijuca “, contou.

O carnaval de 2024 também marcará o primeiro ano de parceria do casal de mestre-sala e porta-bandeira Matheus André e Lucinha Nobre na Unidos da Tijuca. Apesar de ser o primeiro ensaio na rua, Lucinha revela que a preparação começou em março deste ano, durante três vezes na semana. Para a dupla, o primeiro treino com a presença da comunidade fora da quadra foi positivo. A expectativa é que a experiência de Lucinha somada ao potencial de Matheus resulte em uma grande parceria.

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“Foi ótimo (o ensaio) e estamos nos preparando. Apesar de ser o primeiro ano, já fizemos um desfile juntos em Cabo Verde. Não paramos desde que terminou o carnaval e agora estamos treinando resistência, adaptando e criando coreografia. Estou muito confiante, porque a parceria está dando certo. Estou gostando muito de dançar com o Matheus, porque ele é um mestre-sala solto, livre e dança do jeito que eu gosto. A gente fica bem à vontade. Estamos ‘ralando’ bastante (risos). A coreografia de hoje é a oficial sem as adaptações que sofrerá por conta da fantasia”, diz a porta-bandeira.

“É o meu segundo ano como primeiro mestre-sala e estou dançando ao lado de Lucinha Nobre, uma grande dama do samba e que tem muita experiência para passar. Está funcionando, ela tem puxado muito a minha orelha (risos), mas a parceria tem dado muito certo. É tudo para o bem e em prol de um trabalho que está sendo feito desde março”, completa o mestre-sala.

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Elogiado pelo mestre de bateria e querido pelos tijucanos, o intérprete Ito Melodia afirma que o carro de som da escola vai levar um grande show para a Passarela do Samba e surpreenderá. Para enfatizar o entrosamento da equipe, ele fez questão que todos falassem sobre a expectativa para o desfile.

“Todos do mundo do samba podem esperar um desfile maravilhoso de garra e emoção. Vamos mudar muita coisa que estão falando da Tijuca, principalmente em respeito ao canto”, afirma Ito.

A equipe do carro de som da Tijuca também falou sobre o trabalho com Ito Melodia. Veja abaixo.

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Thiago Chafin: “Para mim é uma honra muito grande poder estar cantando com o Ito. Temos tudo para fazer um grande trabalho. Eu, como o mais antigo do carro de som – benemérito (risos) -, estou na Tijuca desde o carnaval de 2012. Posso dizer que esse é um dos melhores carros de som que eu já trabalhei. É fantástico trabalhar com esses caras. Com o nosso barracão que está belíssimo, acredito que a Unidos da Tijuca tem tudo para fazer um ótimo desfile e voltar para o Desfile das Campeãs – de onde nunca deveríamos ter saído”.

Matheus Gaucho “Certeza de um grande trabalho. O Thiagão, com ‘200’ anos de casa (risos), nos acolheu como se tivéssemos o mesmo tempo. E o Ito é um dos meus ídolos e que cresci ouvindo. Temos uma amizade e um companheirismo muito bom. Tenho certeza que a Unidos da Tijuca vai fazer um grande desfile”.

Tem-Tem Jr.: “Todo o carro de som está feliz. A rapaziada está unida e é o que importa. A união desse time é maravilhosa, um ajuda o outro. Temos tudo para dar certo e para a Tijuca ‘arrebentar’ – arrebentamos no minidesfile e vamos tirar onda na Sapucaí”.

Maninho:“Um pelo outro. Todos se ajudando e empurrando. Agora é ir para cima, porque já deu bom”.

Tuninho Jr.: “Estamos todos unidos e nos preparando, é uma rapaziada maravilhosa. Somos o time do Ito e vamos com tudo para a Marquês de Sapucaí”.

Comunidade do Salgueiro faz o ‘chão tremer’ em mais um ensaio de rua embalado pelo samba-enredo

O Acadêmicos do Salgueiro mostrou que vem muito forte em busca do tão sonhado décimo título de sua rica história, em mais um ensaio de rua realizado na Rua Maxwell, no Andaraí. Com pouco mais de uma hora de duração, os componentes cantaram o samba com grande potência, impulsionados por uma firme atuação da bateria dos mestres Gustavo e Guilherme. Outro ponto de destaque foi o casal de mestre-sala e porta-bandeira Sidcley e Marcella, mostrando a beleza e desenvoltura de costume. O treino foi acompanhado por um público bastante considerável. Muitos interagiam com os integrantes da escola e também cantavam o samba-enredo, já considerado um dos melhores do carnaval. Em 2024, o Salgueiro contará o enredo ‘’Hutukara’’, de autoria do carnavalesco Edson Pereira. A escola falará sobre a mitologia Yanomami, defendendo a preservação dos povos originários e da Amazônia. A agremiação será a terceira a desfilar no domingo de carnaval.

No começo do ensaio, o diretor de carnaval Wilsinho Alves fez um forte discurso para os componentes. “Hoje, comunidade, a gente tem que evoluir ainda mais. Semana passada senti a gente ainda um pouco preso. É claro, foi nosso primeiro ensaio de rua. Mas hoje, mais do que o canto, que foi muito bom semana passada, e a gente será melhor. Quero mais evolução, mais Salgueiro nessa avenida. Ninguém pode querer mais esse título do que o Salgueiro. Esse tem que ser a mentalidade. Estamos disputando com grandes escolas. E só vamos ganhar esse carnaval se a gente for muito melhor que os outros. Avante, Salgueiro”. Essa foi a senha para que os desfilantes fizessem um grande ensaio.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Os integrantes da comissão de frente não se apresentaram no ensaio. Então, coube ao primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira do Salgueiro, Sidcley Santos e Marcella Alves, abrir o treino. Ambos continuam mostrando porque formam uma das melhores duplas do carnaval. Eles dominam todos os aspectos da dança. Em uma apresentação clássica, com breves momentos coreográficos, Sidcley e Marcella bailaram sempre exibindo muita leveza, fluidez e segurança. Os dois utilizaram muito bem o espaço da pista, e trocaram muitos sorrisos e olhares, mostrando ótima conexão em movimentos
limpos e singelos.

Harmonia

Os salgueirenses cantaram com muita força a obra musical, que é considerada por muitos como a melhor do próximo carnaval. O volume de canto se mostrou uniforme por praticamente todo o contingente. Algumas poucas alas cantaram com menos potência na parte final do cortejo, por conta da distância do carro de som, mas nada que preocupe. O destaque maior fica por conta do refrão principal ‘’Ya temí xoa! Aê, êa!/Ya temí xoa! Aê, êa!/Meu Salgueiro é a flecha pelo povo da floresta/Pois a chance que nos resta é um Brasil cocar!’’, que é uma grande explosão. O falso refrão no final da obra também se mostra bem potente ‘’Napê, nossa luta é sobreviver!/Napê, não vamos nos render!’’. O carro de som conduziu com firmeza o samba durante todo o treino. O intérprete principal Emerson Dias teve que deixar o ensaio em sua metade, pois não estava se sentindo bem. O cantor de apoio Charles Silva assumiu o microfone número um e teve ótimo desempenho.

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Charles falou sobre essa experiência no ensaio dessa quinta-feira. “Sempre que a gente canta em uma escola da magnitude do Salgueiro é diferente. Experiência maravilhosa. A gente sabe que o Emerson é um dos grandes nomes do carnaval. Estamos juntos há muito tempo, desde 2014. Já sei o que ele gosta, a ideia, o clima. A gente só tenta executar o trabalho que a gente vem ensaiando. Vamos com tudo”.

O diretor musical Alemão do Cavaco também avaliou o segundo ensaio do Salgueiro. “O ensaio é feito para a gente acertar as coisas. Descobrir o que precisa melhorar. O que está bom demais, a gente mantem. Não sei quem inventou esse negócio de que, no segundo ensaio de rua, tudo tem que estar 100%. Se fosse assim, não precisaria ensaiar mais até o carnaval. Mas a gente já percebe que muita coisa já está no lugar. São coisas que a gente vai pontuar, arrumar, melhorar, mas não tem nada de absurdo. Porque a bateria já vem construída há anos com o comando dos mestres e dos diretores. O carro de som vem com músicos excelentes. A gente se dá muito bem em termos musicais e entendimento. Agora a gente vai buscar se o andamento é esse, se pode ser um pouco mais ou um pouco menos. Se a gente segue com essa cadência de harmonia ou segura um pouco a mão. Esses ensaios servem pra isso. Acho que está tudo dentro dos conformes. Estou feliz. Temos certeza absoluta que até o carnaval estaremos tocando de olhos fechados. Se Deus quiser, com muita concentração e respeito, mas tendo certeza que tudo vai fluir”.

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Evolução

A vermelho e branco da Tijuca mostrou uma evolução muito competente e bem cadenciada por todo o trecho que percorreu na Rua Maxwell. A escola estava compacta. Não foram observados grandes espaçamentos entre as alas. O ritmo de desfile foi constante, sem correrias ou pausas longas. Como de costume nos últimos anos, Carlinhos do Salgueiro traz uma ala coreografada: a ala do maculelê. Homens e mulheres apresentaram uma dança bem forte e expressiva, ao mesmo tempo em que entoavam o samba com firmeza. De forma geral, os desfilantes mostraram muita alegria e garra no cortejo, impulsionados pela obra musical.

Wilsinho Alves fez sua análise do ensaio. “A avaliação é a melhor possível. A escola vem evoluindo a cada semana. Mas de semana passada pra hoje, a sensação é de que está tudo dando certo. Eu sempre falo que não tem escola pronta ainda em novembro. Mas a gente vem se aproximando do que queremos para o desfile”.

Samba-enredo

Outro ponto que é praticamente garantia de que o Salgueiro terá sucesso na Sapucaí. A obra tem grande qualidade de letra, que traduz muito bem o sentimento de abandono e a necessidade de socorro do povo Yanomami e da Amazônia. A melodia é muito bonita, valorizando o samba e propiciando um forte canto, como se fosse um clamor, e uma evolução potente. O time de canto conduziu a obra no tom certo e a bateria impulsionou o canto dos componentes com seu show de ritmo e bossas.

Mestre Guilherme falou sobre os testes que ainda vem fazendo, junto com mestre Gustavo, para a atuação da bateria. ‘’Como falei em outras oportunidades, estamos em momento de passar algumas coisas. A gente fez uma mudança, estamos trabalhando o andamento. Crescemos um pouco hoje pra sentir, pra ver como que ia sair. Tanto no carro de som, quanto nas nossas bossas. Acho que foi um acerto. Mas agora vamos ouvir, analisar o que a gente gravou. Esse é o processo de ensaio. Foi muito bom hoje, ritmo, andamento, apesar de ter sido um pouco diferente, carro de som. Todos na mesma sintonia. Agora é escutar e sentar de novo com meu irmão, com a diretoria do carro de som, e continuar trabalhando, porque nosso principal foco é o dia do carnaval”.

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O diretor Wilsinho Alves falou sobre a responsabilidade de desfilar com um grande samba-enredo. “A responsabilidade é para que a gente faça tudo para que o samba renda. Não podemos ofuscar o brilhantismo do samba. Ele vai, obviamente, impulsionar o desfile do Salgueiro. Então, todo mundo vai ter que trabalhar pelo samba. Já que temos o melhor samba do carnaval, com todo respeito às outras agremiações, vamos trabalhar para que o rendimento dele seja potencializado. A bateria vai tocar para o samba, sem egoísmos. O andamento será o que o samba pede. O carro de som vai respeitar o samba. A comunidade já tem cantado muito o samba. Todo mundo quer desfilar com o samba do carnaval. Eu já desfilei algumas vezes. A gente sabe o que pode render no futuro’’.

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Outros destaques

Como não poderia ser diferente, a rainha de bateria Viviane Araújo atraiu muitas atenções por onde passava. Diversas pessoas que acompanhavam o ensaio se amontoavam para tentar tirar fotos ou gravar a musa desfilando. Ela se mostrou muito solícita, atendendo vários pedidos de registros por parte dos populares.

Comunidade comparece em peso e canta muito o samba em primeiro ensaio de rua com deslocamento da Mangueira

Após o alto desempenho no minidesfile que já havia calado muitas críticas de quem desconfiava do rendimento do samba-enredo que vai homenagear a cantora Alcione, a Estação Primeira de Mangueira realizou na noite de quinta-feira o seu segundo ensaio de rua, este mais efetivo com deslocamento dos segmentos, visando a preparação para o desfile de 2024. Realizado na Avenida Estação Primeira, localizada próximo a estação de trem/metrô Maracanã, a agremiação contou com grande participação da comunidade e do público que acompanhou o treino por pouco mais de uma hora com muita festa e alegria. O contingente da escola foi um ponto positivo, mostrando o quanto o mangueirense está entusiasmado com o desfile em celebração a vida e obra de sua rainha.A cantora Alcione, que completa 50 anos de carreira, será a grande homenageada do enredo “A Voz Negra do Amanhã”, criado e desenvolvido pelos carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estevão, que estiveram presentes neste primeiro treino. A dupla escolheu como base para a narrativa os caminhos percorridos pela cantora na construção de seu amanhã. Em 2024 a Verde e Rosa será a quarta escola a pisar na avenida no segundo dia de desfiles do Grupo Especial.

Juntos na direção de carnaval da Mangueira para o próximo carnaval, Amauri Wanzeler e Júnior Cabeça estavam bastante agitados durante o tempo todo no ensaio. Isso para que tudo pudesse sair perfeito. A dupla falou sobre a intenção da Verde e Rosa de seguir nessa rotina de ir para a rua duas vezes na semana até o desfile em fevereiro. Para Júnior Cabeça, o crescimento do samba não é uma novidade para quem acompanhou as disputas e o trabalho desenvolvido na quadra pós a escolha da obra.

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

“A partir de hoje nós damos o pontapé inicial na rua direto, e nós vamos até o carnaval com os ensaios às quintas e aos domingos, sem parar, direto. Para nós o minidesfile não foi uma surpresa, a gente já tinha sentido a energia na final de samba, a gente confiava na qualidade do nosso samba e mais ainda na parte musical da nossa escola. A gente sabia desse crescimento, sabia o que esse samba poderia produzir e o que ele ia entregar para gente. Nós já estávamos esperando tudo aquilo que foi feito na Cidade do Samba, sábado passado. E após o mini desfile no domingo nós tivemos um ensaio de rua que foi melhor ainda do que a apresentação do mini desfile, para gente agora é só crescimento, continuar trabalhando com o pé no chão, continuar trabalhando com a comunidade que eu tenho certeza que o resultado vai ser o melhor possível”, projeta o diretor.

Amauri Wanzeler vai pelo mesmo caminho ressaltando a importância da escola trabalhar duto até fevereiro.

“Vamos até o carnaval quinta e domingo, e terça-feira é só ensaio de bateria e passistas, e quinta e domingo a escola toda até o carnaval. A gente vai botando um tijolinho de cada vez , vamos construir o nosso castelo. Cada ensaio é uma construção, a gente ensaia quinta e domingo, quarta-feira a gente se reúne e faz uma avaliação como foram nosso dois ensaios e a gente vai buscando aperfeiçoar, trabalhar em cima dos nossos próprios erros, ensaio é para isso”, esclarece o profissional.

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Amauri também fez questão de dar ênfase ao fato de o mangueirense está feliz de por homenagear um grande artista do Brasil, e principalmente, sua baluarte, sua majestade.

“É muito fácil para o componente ter energia e cantar, pular, a Alcione é realmente nossa grande rainha. Ela já sendo o enredo da escola fica muito mais fácil e prazeroso cantar Alcione, é muito bom”, conclui o dirigente.

Repetindo a dobradinha do ano passado que rendeu um grande desempenho, até mesmo pela grande condição do samba-enredo 2023, os intérpretes Marquinho Art’Samba e Dowglas Diniz trabalham agora com uma obra que não teve o apelo do carnaval passado, quando foi apontada por muita gente com o grande samba-enredo daquela safra. Porém, para a dupla a obra do próximo carnaval está crescendo no momento certo e o ensaio de rua é um ponto decisivo neste processo.

“O ensaio de rua para a gente é muito importante, porque a gente bota em prática tudo aquilo que a gente está fazendo na quadra desde a escolha de samba, no ensaio de canto, por exemplo. Também traz um pouco da proximidade da escola com a comunidade, porque a gente consegue encontrar toda escola, o morro desce, e a gente consegue trabalhar o canto da escola junto com as bossas, é muito importante para a gente esse ensaio técnico que a gente faz na rua. Agora é trabalhar ainda mais para elevar o patamar desse samba que é um samba maravilhoso, que a comunidade canta aguerrido , pois é uma forma da comunidade retribuir o amor que a Alcione tem pela Estação Primeira de Mangueira, a gente retribui cantando”, entende Dowglas Diniz.

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“Esse praticamente é o nosso primeiro ensaio, fizemos ensaio lá em cima próximo a quadra no domingo, mas foi ensaio parado, hoje foi ensaio andando. A expectativa está muito positiva e o samba está sendo muito bem cantado pela comunidade e pelo carro de som. Mas ainda tem algumas coisas para serem ajustadas, mas vamos chegar no fino trato se Deus quiser”, acredita o cantor Marquinho Art’Samba.

Dowglas também vê neste início de trabalho uma comunidade ainda mais aguerrida e cantando, segundo o artista, mais do que no carnaval passado quando proporcionou um verdadeiro sacode na Avenida.

“Só pelo enredo da Alcione, a comunidade já está tendo um gás a mais para cantar o samba, acho que a comunidade está cantando mais do estava cantando no último carnaval, fico muito feliz com essa evolução, não só nossa do time de cantos, da bateria, como do canto da escola, a energia e a garra que todos estão cantando esse samba, abraçaram esse samba”, entende Dowglas.

Para Marquinho Art’Samba, ver o canto e a participação do componente nos ensaios é um incentivo a mais para seu trabalho.

“É o combustível a mais ver esse comunidade cantando junto coma gente, é o mangueirense cantando junto com a gente, é uma gratificação muito grande e o nosso samba está aí, tem que respeitar”, pede o experiente cantor.

Bateria promete trazer toda a musicalidade que cerca Alcione

Após muitos elogios e os 40 pontos chancelados pelo júri em 2023, Rodrigo Explosão e Taranta Neto seguem a frente da “Tem Que Respeitar Meu Tamborim” já apresentando muito daquilo que pode ir para a Sapucaí. Rodrigo explica que o processo desenvolvido pela dupla em dezembro será de testar aquilo que serve ou não para o desfile.

“Estamos trazendo as bossas que estávamos ensaiando, vendo na rua o que vai encaixar o que não vai, o que vale a pena a gente levar, o que a gente acha que não vai ter necessidade. No ensaio de rua, a gente junto com a escola, temos essa atmosfera que é céu aberto, está a escola toda, vem o calor do público, podemos ver o que vai causar impacto ou não de bossa, até para ajudar a escola, as vezes tem bossa que prejudica o canto, estamos estudando isso tudo. Já estamos começando a fazer as convenções até para o ritmista começar a pegar confiança, estamos entrosando junto com o carro de som. Tudo é um processo, as bossas são todas de acordo com canto, escola, carro de som e bateria. Tem pausas que a gente entrega para escola e volta através da bossa. Tiramos esse dezembro só para esse processo de ver o que vamos levar ou não, a partir de janeiro a gente decide e vamos lapidando as bossas e vendo se vai encaixar ou não vai”, esclarece Rodrigo.

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Já mestre Taranta Neto procurou ressaltar a energia que o ensaio de rua traz para os seguimentos em geral e principalmente para o trabalho da “Tem Que Respeitar Meu Tamborim”.

“É bom para a gente sentir os instrumentos no aberto, apesar que nós já estamos ensaiando aqui as terças-feiras, só a bateria e o carro de som. Mas, é sempre bom para a gente ouvir como está o canto da escola no geral, a gente teve um saldo muito positivo do mini desfile, só que ali era um número reduzido. Hoje é que começa mesmo para a agente ter noção de como está tudo. Até de como a comunidade vai se sair junto com as bossas da bateria. E por estar falando de Alcione com certeza vai ser diferente, e também porque a comunidade, em geral, até quem não tinha o samba como seu preferido, ou não gostava, essas próprias pessoas já estão chegando mais junto da escola, isso é importante para a gente ver a rua cheia, as crianças, todo mundo usufruindo desse espaço que a gente tem para ensaiar. É uma energia que vamos carregar até o carnaval e vai ser positiva para a gente”, projeta o profissional.

Sobre o enredo que obviamente tem muito de musical, afinal de contas estamos falando de uma das maiores cantoras da música brasileira, a ideia da bateria é trazer um pouco mais da sonoridade característica da região ao qual a Marrom teve sua origem.

“A gente está começando a fazer o Boi de Maracanã, é uma coisa da cultura dela, a cultura maranhense, e a gente conseguiu adaptar a matraca e o pandeirão. Nem todos os instrumentos a gente consegue adaptar para a bateria, as vezes e outra levada, outro andamento, tem coisas que não encaixam. Mas, conseguimos encaixar isso, estamos tocando alguns instrumentos para fazer a levada de outros, para a gente caracterizar não só o Boi de Maracanã, mas também trazer para dentro da bateria da Mangueira “, define mestre Rodrigo Explosão.

Casal quer trazer nova roupagem para desfile 2024 e brigar por excelência

Grandes apostas para o carnaval 2024 e inseridas no perfil de contratações da Mangueira nos últimos anos, principalmente na reformulação que foi realizada para o carnaval 2023, a dupla de coreógrafos Lucas Maciel e Karina Dias, vindos depois de um excelente trabalho no Tuiuti, já se mostra bastante à vontade com a nova agremiação. Karina revela que a cada passo do processo desenvolvido para o próximo desfile, uma ficha caía sobre o fato de estar trabalhando em uma escola tão tradicional como é a Mangueira.

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“Acho que já caíram várias fichas, acho que o mini desfile foi um bom termômetro para a gente, foi uma energia muito bacana, deu para sentir o que é o peso da Mangueira, o que é estar na Mangueira, o que é representar a Mangueira, porque o resultado, o retorno da comunidade, da própria direção está sendo muito positivo. Acho que estamos no caminho certo”.

A comissão de frente neste ensaio já mostrou uma coreografia bastante interessante, vigorosa, dançante, parecida com o que foi mostrado no mini desfile. Para Lucas Maciel o ensaio de rua também serve para fazer com que os bailarinos sintam toda a energia da escola.

“É super importante esta conexão entre comissão e comunidade, isso traz a gente mais para perto da escola, do componente, do morro, e para os bailarinos é mais essa vivência do que é estar na Mangueira , energia de sentir o que significa a Mangueira”, entende Lucas.

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Uma das apostas mais festejadas da escola para o carnaval passado foi a chegada da porta-bandeira Cintya Santos, após a saída da histórica Squel Jorgea. Com grande expectativa da comunidade e do mundo da samba, a dupla Matheus Olivério e Cintya nas notas acabou tendo um desempenho inesperado após receber apenas um 10 e outros três 9,9. Já com o 2023 no passado, Matheus e Cintya estão focados em conseguir a excelência em 2024.

“Estamos na reta final da coreografia, desde agosto, agora o trabalho está pronto, estrutura já montada, estratégia já preparada, cuidamos de todos os erros passados, deixamos eles lá em 2023 e a outra parte é focando no trabalho para 2024, mas com uma estratégia montada, esse é o mais importante, a gente precisava disso, de estratégia, nunca faltou suporte, a Mangueira dá um suporte absurdo para o casal, somos muito assistidos, não falta nada para a gente, a Guanayra cuida como mãe dos filhos dela, e a gente como filhos da Mangueira, estamos aí para representar “, entende o mestre-sala.

“É um novo casal. Somos novos juntos, vamos para o segundo ano, mas assim, tem mais leveza, o furacão, não sei se dizer para vocês se vai continuar ou não, o vigor, vou deixar isso um ponto de interrogação, mas é um casal que vocês verão que está buscando a nota, é o que quero que vocês vejam, o trabalho a gente não teve folga, o casal está em busca dos 40 pontos e vem com uma pegada diferente”, revela Cintya Santos.

Muito aplaudidos em sua apresentação para o público que lotou as calçadas da Avenida Estação Primeira em uma noite de quinta, a dupla vê o ensaio de rua como um momento também de comunhão que o mangueirense, união com a comunidade e crescimento como equipe da escola como um todo.

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Eu amo ensaio de rua, para mim é muito importante esse calor humano, essa união da comunidade com o seguimento, que o casal é sozinho, é o casal e a coreógrafa, então é um momento de recarregar as energias, estar com a comunidade e ver o andamento da escola”, explica a porta-bandeira.

Estamos no nosso morrão, nossa casa, trazer a Mangueira para a rua é sempre um ritual de ir em busca do extraordinário. A Mangueira causa em qualquer canto e em qualquer lugar, não tem como a gente fazer menos que uma apresentação daquelas, sempre dando o nosso melhor e aqui na rua não vai faltar isso. Não vai faltar entrega, amor e carinho por essa comunidade e a gente está pronto para isso, para fazer um grande desfile”, promete Matheus Olivério.

Projetando um grande carnaval em 2024, esperando repetir nos quesitos de chão o sacode de 2023, a Mangueira já começa sua temporada de ensaios ao ar livre trabalhando duas vezes por semana. Com isso, a agremiação volta para a rua no próximo domingo dia 10.

Unidos de Padre Miguel grava a faixa oficial da Liga-RJ rogando a Padim Ciço que o milagre venha na quarta-feira de cinzas

A Unidos de Padre Miguel vai buscar, mais uma vez, em 2024 um feito que tem batido na trave nos últimos anos. Desde 2013 de volta ao principal Grupo de Acesso do carnaval carioca, a agremiação já colecionou cinco vice-campeonatos, mais um terceiro e um quarto lugar. Com desfiles nos últimos anos que deixaram de queixo caído muitos sambistas, não devendo a apresentações do Grupo Especial, pelo tamanho e pela beleza de alegorias, ou pelos sambas que vem trazendo a Sapucaí, a escola aposta no enredo o enredo “O Redentor do Sertão” que, apoiado na figura de Padre Cícero, vai viajar no imaginário místico popular do povo sertanejo. A narrativa está sendo desenvolvida pelos carnavalescos Edson Pereira e Lucas Milato e trará luz às emoções do sertanejo, evidenciando a ligação de suas histórias de vida com as benfeitorias e obras do padre.

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

Renovado para o carnaval de 2024 e uma das grandes apostas da agremiação desde o último desfile, o cantor Bruno Ribas vai comemorar 21 anos de carreira quando a Unidos entrar na Sapucaí. Durante a produção da faixa oficial para o álbum da Série Ouro, o cantor convidou diversos intérpretes renomados do carnaval carioca para de maneira simbólica colocar a voz no coro do samba do Boi Vermelho da Zona Oeste. Entre os participantes, Neguinho da Beija-Flor, Tinga, Ito Melodia, Emerson Dias, Wantuir, Marquinho Art’Samba, Serginho do Porto, Leozinho Nunes, além de Clovis Pê e o compositor Lequinho. Bruno falou sobre a emoção pelo momento em que está vivendo.

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“Muita luta, muita dedicação, muita paciência. Acho que paciência é tudo e gratidão. Gratidão a Deus, aos orixás, gratidão aos meus amigos, aos meus familiares, ao mundo do samba que me atura, porque muitas vezes eu sei também que eu não agradei a todo mundo. Eu gosto de fazer samba, eu gosto de cantar o que tenho na minha realidade. A minha realidade é o carnaval. Eu abdiquei de muita coisa na minha vida para me dedicar ao samba. E hoje estou fazendo a maioridade porque realmente é um amor incondicional a essa profissão e ao carnaval”, revela o cantor.

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Sobre sua relação com a Unidos de Padre Miguel, o intérprete projeta um casamento duradouro. “A maior satisfação disso hoje é estar fazendo samba com total liberdade na Unidos de Padre Miguel. A escola que eu me encontro, a escola que pretendo ficar 50 anos, se der tempo, se papai do céu deixar, fico mais 50 anos e faço minha história aqui dentro e não quero mais sair daqui, chega de ficar rodando, está bom para caramba”, garante Bruno Ribas.

Quem também parece apostar nessa relação duradoura é o diretor de carnaval da Unidos de Padre Miguel, Cícero Costa. Para o dirigente, a escola pensou alto quando trouxe Bruno para o último carnaval. Cícero espera que a comemoração da carreira de Ribas em 2024 possa acontecer em paralelo com o inédito e tão sonhado acesso da Unidos.

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“Espero que essa data não seja só uma coincidência. Espero que ele possa comemorar esses 21 anos de Sapucaí, e a Unidos também possa comemorar esse tão sonhado título, com muita humildade, respeito às irmãs, porque não é fácil, a gente sabe da luta das escolas de samba para colocar o carnaval na rua, principalmente as escolas do acesso. Ter um intérprete como o Bruno, com a experiência dele no Especial na Unidos só mostra como a gente pensa grande, não é falta de humildade pensar grande, mas a Unidos a cada ano quer se estruturar, quer sempre o melhor para a escola, para a comunidade, para que a gente chegue na Avenida e dê o nosso melhor”.

Mestre Dinho vai guardar alguma coisa para o desfile

“Meu Boi Vermelho, o milagreiro vem/Traz o milagre pra Vila Vintém/De toda maneira na quarta feira/Que os Anjos digam amém” são os versos que compõem o refrão principal da obra da escola para o carnaval 2024 e já trazem todo o desejo de que este milagre, este acesso tão esperado, finalmente se concretize no próximo carnaval. No comando da bateria da Unidos de Padre Miguel há mais de dez anos, mestre Dinho tem participado deste árduo processo em que a agremiação está envolvida na busca do objetivo principal que é chegar ao Grupo Especial. Tendo gabarito os 40 pontos em 2023, no próximo carnaval a ideia é manter a excelência. Para a gravação do álbum da Liga-RJ, Dinho revelou que não colocou tudo que vai levar para a Sapucaí.

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“Fizemos ensaio, já estamos desenvolvendo umas duas bossas e temos mais duas para colocar e como aqui a gravação é mais uma coisa comercial, é o efeito do álbum, a gente só vai colocar duas e o restante vamos levar para a rua. O enredo pede e vamos colocar uma zabumba, tem triângulo, vamos trabalhar com esses efeitos também. É uma intenção bem comum da cidade que vai ser retratada também. Vamos procurar integrar com o samba. Já estamos ensaiando toda a terça-feira bateria e às sextas-feiras já vamos para a rua com a comunidade. Os ensaios de bateria já vêm desde antes da escolha do samba. O trabalho está suave”, explica o comandante da “Guerreiros”.

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A obra escolhida como hino oficial da vermelha e branca da Vila Vintém na fina da escola em setembro deste ano foi a de autoria de Cláudio Russo, Thiago Vaz, W.Corrêa, Richard Valença, Orlando Ambrósio, Miguel Dibo, Lico Monteiro e Cabeça do Ajax. Bruno Ribas falou mais sobre a relação que vem tendo com a Unidos de Padre Miguel e aproveitou para elogiar o samba de 2024, que segundo o artista é um dos melhores dessa safra entre todos os grupos.

“A nossa relação só se reforça, aquela coisa do casamento que a cada dia a gente tem uma conversa, a cada dia a gente tem algum tratado e a cada dia a gente vai melhorando e tudo, graças a Deus só cresce essa relação. É um samba que já se fala por todo o mundo do samba como uma das melhores obras que o próximo carnaval apresenta. Nós fizemos uma gravação de excelência, um samba que vai ser cantado com muito carinho, com muita dedicação”, promete Bruno.

Em janeiro, treinos na Guilherme da Silveira

Mesmo antes das gravações em Marechal Hermes, a Unidos de Padre Miguel já havia iniciado seus treinos de canto na quadra na Vila Vintém. Hoje, os componentes já foram para a rua e os ensaios vêm acontecendo na Rua Lomas Valentinas, próximo da sede da agremiação. O diretor geral de harmonia Marcelo Marques explicou mais sobre o cronograma de preparação da escola para o próximo carnaval.

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“Nós começamos o trabalho bem devagar, de formiguinha, com a direção de harmonia, direção da escola, duas semanas antes da gravação e em seguida já começamos os trabalhos com as alas, com a comunidade que foi fundamental para em seguida irmos para a rua. Para a gravação houve alguns acertos, muito bate papo com a direção de carnaval, com mestre Dinho, teve mudanças na letra e em algumas tonalidades, e dessa forma fizemos com que a gravação fosse muito produtiva. Já estamos trabalhando no ‘Ponto Chic’ os ensaios e em janeiro vamos para a Guilherme da Silveira”, revela o harmonia.

O diretor de carnaval, Cícero Costa, complementou Marcelo apostando em um trabalho que possa fazer com que a Unidos de Padre Miguel chegue já com bastante força no ensaio técnico em janeiro.

“O samba já está na boca da comunidade, começamos nossos ensaios de rua, dentro da comunidade, e agora é treinar, fazer bastante ensaio, para que no nosso ensaio técnico, a gente já mostre o nosso cartão de visita, a força da comunidade, dar o nosso melhor”, acredita o dirigente.

No ano que vem, o Boi Vermelho será a quinta escola a cruzar o Sambódromo da Marquês de Sapucaí no sábado de Carnaval, dia 10 de fevereiro.

Mesclando juventude e experiência em dupla de cantores na gravação oficial, Maricá quer surpreender em estreia na Sapucaí

Vice-campeã geral da Série Prata em 2023, e terceira escola mais jovem do grupo, perdendo apenas para União do Parque Acari e Acadêmicos de Niterói, a União de Maricá já está dando o que falar pela estrutura que tem apresentado em suas atividades neste primeiro ano desfilando na Sapucaí, tanto na final de samba-enredo como na estrutura de barracão. A escola apostou também no investimento na mão-de-obra, trazendo nomes experientes como o diretor de carnaval Wilsinho Alves, que também comanda a direção de carnaval do Salgueiro e do diretor de Harmonia, Júnior Cabeça, que na Estação Primeira de Mangueira divide a direção de carnaval com Amauri Wanzeler. Outro nome experiente, ainda que jovem na idade, é do intérprete Nino do Milênio, que em 2023 foi a voz oficial da Mocidade no Grupo Especial. No próximo desfile, Nino vai dividir o comando do carro de som da Maricá com o jovem Matheus Gaúcho. Matheus está na escola desde a criação e participou de todos os desfiles da agremiação.

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

“Será minha estreia na Sapucaí como intérprete oficial. Já sou cantor de apoio na Sapucaí há bastante tempo, mas a expectativa para esse momento é a melhor possível. O Nino é um grande cantor, uma das grandes revelações da nova geração, grande nome do samba recente, estamos trabalhando em uma sintonia bacana, tem o Jotapê que é o nosso diretor musical e já foi cantor do carro de som e hoje nos ajuda muito. A minha relação com o Nino é a melhor, muito fácil de trabalhar, muito tranquilo. Quando você consegue conciliar o profissional com o pessoal é ótimo, então estamos prontos para fazer um grande trabalho. A expectativa da União de Maricá é fazer um grande trabalho, brigando por fazer uma grande estreia, um grande desfile”, projeta o cantor.

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Já Nino, esteve na Série Ouro, recentemente, em 2022, pela Sossego. Com passagens por Paraíso do Tuiuti, Inocentes de Belford Roxo, Unidos de Bangu, além da Mocidade já citado anteriormente, entre outras, o intérprete vem acompanhando os processos da Maricá e vê com a gravação o projeto para o desfile de 2024 ganhar uma cara.

“Estou muito feliz, a gente está com um grande samba, agora mais a vontade na escola, já conheci todo mundo, já estou adaptado graças a Deus, e a partir desta gravação o projeto vai encorpando. Nossos ensaios às sextas-feiras tem tido um bom contingente e tem sido bem legal, o nosso ensaio de rua deve começar em janeiro, muito feliz. Vou fazer um grande trabalho e mostrar que a União de Maricá vai vir com tudo”, promete Nino.

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O samba que vai representar a escola no Carnaval 2024 é de autoria de Rafael Gigante, Vinicius Ferreira, Junior Fionda, Camarão Neto, Victor do Chapéu, Jefferson Oliveira, Marquinho Abaeté e André do Posto 7. Já adaptado à União de Maricá, Nino do Milênio procura focar no presente, em desenvolver um grande trabalho e projetar a escola surpreendendo a todo mundo em sua estreia na Sapucaí.

“Eu posso dizer que eu já gosto muito da escola, a cada dia que passa vou me apaixonando cada dia a mais pela escola, eu costumo me tornar um torcedor, a escola que eu estou eu me torno de corpo e alma, eu já me sinto um maricaense, e se Deus quiser e depender do nosso trabalho Maricá vai estar nas alturas”, deseja o intérprete oficial.

Gravação vai trazer um pouco mais do clima do enredo

Através do enredo “O esperançar do Poeta” a escola vai homenagear compositores que retratam a vida do povo negro através do samba e da esperança, em especial o compositor Guaracy Sant’Anna, mais conhecido como Guará. O desfile está sendo desenvolvido pelo carnavalesco André Rodrigues. Pensando em posicionar o torcedor da Maricá e o amante de samba em geral já na intenção do tema que a Vermelha e Amarela vai levar para a Sapucaí, o diretor musical da agremiação, Jotapê, explica que a faixa oficial para a Liga RJ, gravada no M&C Studio, em Marechal Hermes, musicalmente traz elementos que fazem alusão ao enredo.

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“O enredo faz uma homenagem ao compositor, e tem uma homenagem dentro da narrativa para o Guará, é um momento muito especial da escola, a estreia na Sapucaí, e trazer esta temática para aquela rapaziada que faz parte do carnaval e tem função primordial que é fazer o samba, e o nome é escola de samba, é muito legal para a gente. Nós tentamos então trazer isso para a gravação da faixa, trazendo momentos do enredo que remetesse a grandes sambas, ao partido alto, tem algumas convenções bem legais que fazer parte do arranjo que a gente tenta trazer essa essência do compositor, essa relação deles com o samba, a essência do Guará. A intenção da União de Maricá na faixa é emocionar, tocar o coração daquele cara que gosta do samba raiz, do samba-enredo de verdade”, esclarece o músico.

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Com jornada dupla para o carnaval 2024, o diretor de carnaval Wilson Alves, é mais um nome para fortalecer a equipe da União de Maricá. Também ocupando o mesmo cargo no Salgueiro, o dirigente compareceu à gravação do samba para o álbum com as escolas da Série Ouro e revelou a reportagem do CARNAVALESCO que a escola procurou planejar todos os passos deste processo, inclusive realizando uma gravação anterior, particular da agremiação.

“A gente faz muitos ensaios e reuniões, até porque a gente já começou os ensaios da comunidade, fazemos as sextas-feiras, a gente também já tinha feito uma gravação da União de Maricá, desta obra vencedora da final, para saber os caminhos que poderiam ser tomados, e para a gravação oficial a gente já sabia o caminho que íamos tomar. Tudo bem organizado e definido antes, as características, a entonação, as bossas que o mestre Paulinho vai fazer, que ele preparou, então já estava tudo alinhado pelas reuniões e ensaios que a gente tem feito”, conta o diretor de carnaval.

Da Intendente para a Sapucaí, mestre Paulinho é mais um que vive essa estreia

“Maricá é meu país, meu país é Maricá”, o verso final do refrão de baixo do samba que procura expressar toda a relação da escola com o município em que sua comunidade reside. Na escola desde 2022 como mestre de bateria comandando a Maricadência, Paulinho Steves conta as horas para realizar a estreia no templo sagrado do carnaval carioca. Segundo mestre da história da União de Maricá, em dois anos desfilando na Série Prata, seguindo o critério do descarte da menor nota, os ritmistas de Paulinho Steves não perderam nenhum décimo. O comandante da “Maricadência” falou sobre o tamanho do novo desafio.

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“Estou aqui desde 2022 e o sonho que se sonha junto é um ‘mix’ de energia que nos leva mais motivados para esta batalha, este desafio. Graças a Deus a gente conseguiu subir para a Série Ouro. É muita emoção que a gente está sentindo, o começo de um trabalho. É o primeiro desfile da escola na Marquês de Sapucaí, é meu primeiro desfile como mestre na Avenida. Mas, estamos com a energia lá em cima para este momento, com muita positividade e agora é se dedicar ao trabalho”, entende Paulinho.

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Em sua primeira gravação para o álbum da Série Ouro, o diretor de bateria revelou ao site CARNAVALESCO que preferiu simplificar o trabalho, valorizando a melodia do samba, mas deixando alguns surpresas, e introduzindo bossas e convenções pertinente ao ritmo, à obra e as características da agremiação.

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“Tudo que eu converso com a minha bateria, tudo que eu proponho para os meus ritmistas da Maricadência, tem que partir de transferir a nossa energia, afinal a bateria é o coração da escola, então a gente tenta passar a vibração da escola para o mundo do samba. Eu preparei um conjunto de bossas bem criativo e com bastante pulsação, explorando as características da escola, a energia da Maricá, da comunidade, e toda a positividade do enredo. Vamos ter algumas surpresas na faixa, vai ter uma ‘pagodão’, o couro vai comer”, promete o profissional .

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Em 2024, a União de Maricá irá desfilar pela primeira vez na Marquês de Sapucaí, pela Série Ouro, sendo a sexta escola a passar pela Avenida no primeiro dia de desfiles.

Sobre a regência de Léo Capoeira e Tinguinha, Em Cima da Hora grava samba com a cara da escola para o álbum da Liga-RJ

Conhecida pela sua irreverência e pela sua predisposição a desenvolver temas populares em seus carnavais, a Azul e Branca de Cavalcante vai levar para a Marquês de Sapucaí no ano que vem o enredo “A Nossa Luta Continua!”. Será uma ode ao trabalhismo no Brasil, contra a precarização do trabalho, reafirmando a luta da classe operária. O samba desenvolvido através de encomenda faz juz a algumas obras que a agremiação já levou para a Avenida como no carnaval de 1984, reeditado recentemente em 2022, com o icónico refrão “Não é tão mole andar de pingente no trem”, ou o mais famoso de todos “os sertões” de 1976 com o “os jagunços lutaram até o final defendendo Canudos naquela guerra fatal”. Agora, espera-se que o “Não é mole não, não é mole não, desfilar a fantasia, ver brilhar meu barracão” faça o mesmo sucesso e possa render à Em Cima Da Hora uma colocação melhor que os dois 13º lugar que a agremiação conseguiu em dois desfiles na Série Ouro, desde o retorno a Marquês de Sapucaí. Para isto, o protagonismo está com dois talentos do carnaval carioca e que já vem brilhando no Grupo de Acesso: mestre Léo Capoeira e o intérprete Rafael Tinguinha.

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

Pela primeira vez em voo solo, após dividir o microfone com Lucas Donato, na Lins Imperial nos dois últimos carnavais, com o rebaixamento da escola, Tinguinha recebeu o convite para comandar o carro de som da Em Cima Da Hora. O intérprete, durante as gravações do álbum da Liga RJ, se disse muito feliz pelo carinho que recebeu de componentes, diretoria e comunidade.

“A recepção foi maravilhosa, a melhor possível. Estou muito feliz de ter recebido esse convite da Em Cima Da Hora, uma escola forte, uma escola de nome, e toda a escola me recebeu muito bem, os segmentos, a comunidade, a apresentação no dia 15 com o lançamento do samba foi ótima, me ajudou a ficar ainda mais por dentro de tudo que está acontecendo em relação ao termômetro da escola, em relação a mim, e fazendo essa troca com a comunidade, que eu já agradeço, a todo mundo de Cavalcante por ter me abraçado, tanto fisicamente, quanto na internet desde o anúncio pela escola”, conta o cantor.

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O jovem cantor tem em seu DNA a veia sambista trazida do espetacular Tinga, ao qual inclusive usa o apelido e fez adaptação ao “Solta o Bicho” do pai, com o grito de guerra com “O bicho tá solto”. Se obviamente, Tinguinha tem em quem se espelhar em casa, o intérprete já dá seus passos sozinho, mostrando sua personalidade, não só por estar sozinho dessa vez comandando o microfone de uma escola tradicional como a Em Cima da Hora, mas pela sua participação em disputas de samba com diversas parcerias, nem sempre no grupo de Tinga. Gravando rapidamente e com muita qualidade musical, Tinguinha contou à reportagem do site CARNAVALESCO que não tem muito mistério em seus cuidados com a voz, o descanso é o grande segredo.

“Eu faço aula de canto e acho que não tem muito mistério não, descansar é o principal, dormir bastante para poder estar com a voz limpinha e poder fazer o melhor, tacar o couro no samba(risos)”, explica Tinguinha.

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Sobre o samba desenvolvido para o carnaval 2024, o cantor tem boa expectativa para o desfile. O obra tem a cara da escola como citado acima e quem ouvir a faixa oficial da LIga Rj vai poder perceber que a composição ganhou bastante destaque e potência na voz do cantor.

“O mundo do carnaval pode esperar um verdadeiro ‘sambão’, e a força que o samba está, ele tem umas passagens de destaque melódicas, é muito melodioso, é muito bonito, mas ao mesmo tempo ele mostra uma força que impressiona, vocês podem esperar um grande trabalho na nossa gravação, vamos levar para a Sapucaí um grande samba. Podem esperar um ‘desfilão’, e conta com a presença de todo mundo, vamos agregar a comunidade para cair dentro com a gente nos ensaios, tenho certeza que vamos fazer um grande desfile”, promete Rafael Tinguinha.

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Léo Capoeira prepara ainda surpresas para a Sapucaí

Pelo segundo ano consecutivo à frente da Sintonia de Cavalcante depois de passagens por Unidos de Bangu e União do Parque Curicica, mestre Léo, também com passagens como diretor em escolas do Grupo Especial, busca agora ter estabilidade para dar uma cara à bateria da Em Cima Da Hora. Em termos de resultado, a proposta é manter o trabalho que rendeu quatro notas 10 no desfile de 2024. Léo Capoeira se disse muito satisfeito com a gravação.

“A gravação mais uma vez foi muito produtiva, estamos tendo a possibilidade de mostrar o nosso trabalho, a nossa cara, e ficamos a vontade para colocar no álbum aquilo que a gente tem de ideia. E é positivo para a gente divulgar até o nosso trabalho para a galera que às vezes mora em outro estado, que não consegue vir sempre. Mais uma vez a expectativa é muito positiva pelo resultado final do álbum, dessa gravação, a gente se organizou da melhor forma”, conta o profissional.

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O samba esse ano veio através do formato de encomenda produzido pelos poetas Richard Valença, Lucas Macedo, Aldir Senna, Orlando Ambrósio, Serginho Rocco, Luís Caxias, Marquinho Bombeiro, Julio Cesar e Marcio Lêleko. Já mais familiarizado com a obra e dando início ao trabalho, Léo Capoeira na gravação da Série Ouro preferiu simplificar um pouco mais e dar destaque ao ritmo, andamento propriamente dito. Para o desfile, ainda haverá muitas surpresas.

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“O samba chegou um pouquinho em cima, mas optamos por trabalhar bastante a base, o ritmo, por isso a gente não sujou muito, não fizemos tantas coisas, mas o que a gente deixou na gravação já dá um estalo para o desfile e para o carnaval, ensaio técnico, desfile, já vai ter algumas outras situações já. Temos para a ideia do desfile a colocação de duas bossas. Estamos ensaiando todo sábado no portão quatro do Parque Madureira, de 18h30 até 20h30 ou 21h, debaixo do viaduto de Rocha Miranda”, esclarece o comandante da Sintonia de Cavalcante.

Escola aposta em equipe recém formada para o carnaval 2024

De diretoria nova para o Carnaval 2024, a Em Cima da Hora já anunciou os reforços dos intérprete Rafael Tinguinha, do carnavalesco Rodrigo Almeida , do casal de mestre-sala e porta-bandeira Marcinho Souza e Winnie Lopes, da coreógrafa da comissão de frente Luciana Yegros, além do diretor de Harmonia Wanderson Sodré. O vice-presidente e diretor de carnaval Gustavo Barros falou mais sobre os profissionais que a Azul e Branca de Cavalcante trouxe para produzir o desfile de 2024.

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“Conseguimos formar uma equipe para o carnaval muito forte. Trouxemos a Luciana Yego para a comissão de frente, campeã com a Ilha e Viradouro no grupo de acesso, Léo Capoeira renovado, nosso casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcinho e Winnie, Marcinho já passou na Sapucaí com Estácio de Sá, Sossego. Tinguinha chegando para somar conosco. O Vanderson Sodré também chegando na Harmonia, então, estamos montando um time de muita qualidade, Rodrigo Almeida nosso carnavalesco que está montando esse enredo com muito trabalho, muita dedicação, a gente montou uma equipe de carnaval muito forte para conseguir colocar a Em Cima Da Hora de fato no patamar que ela merece”.

Gustavo também elogiou o samba, em seu resultado final e no processo de confecção através da encomenda que segundo o diretor apresentou uma obra com a cara da Em Cima Da Hora.

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“Esse ano o nosso carnaval vem falando sobre os trabalhadores, é uma homenagem a classe operária, o trabalho está a todo vapor, as fantasias já estão em reprodução, nosso samba foi feito por uma equipe de compositores capitaneada pelo Orlando Ambrósio, Richard Valença, Serginho Rocco. Atendeu o que a gente queria, a nossa expectativa para o samba-enredo. A expectativa é a melhor possível para o nosso carnaval. Fizemos no dia 15 de novembro o aniversário da escola, apresentamos o nosso samba oficialmente e será um carnaval com muitas surpresas para 2024”, promete o dirigente.

Em 2024, a Em Cima Da Hora será a segunda escola a pisar na Sapucaí na segunda noite de desfiles da Série Ouro.