Representatividade do enredo impulsiona vontade da União da Ilha para o desfile no Carnaval 2024
Depois do rebaixamento para a Série Ouro, ao ficar em último lugar no carnaval de 2020, a União da Ilha segue tentando retornar ao Grupo Especial. Já foram dois desfiles no Grupo de Acesso. No ano de 2022, a escola brigou firme pela vaga, mas acabou terminando na terceira posição. Já em 2023, a agremiação ficou mais afastada dessa luta, fechando a apuração no sexto lugar.

Apesar disso, os componentes da Ilha parecem estar mais confiantes para o resultado do carnaval de 2024, tendo o enredo como o grande trunfo para o tão sonhado retorno. Após o minidesfile na Cidade do Samba, a reportagem do site CARNAVALESCO conversou com integrantes da comunidade e com segmentos da escola sobre a possibilidade de voltar ao Grupo Especial em 2025.
O componente Sérgio Luiz, assistente administrativo de 44 anos, que desfilou na União da Ilha pela primeira vez em 1998, acredita muito no acesso da escola.
“Acho que nosso enredo pode ser o diferencial em relação aos outros anos que não conseguimos subir. É uma temática afro. Normalmente, a gente faz bons desfiles com esse tipo de enredo. E também tem essa pegada infantil, que a escola se dá bem. A comunidade está muito animada e empolgada para esse desfile. Acredito que a escola tem mais chances de voltar por conta disso”.

Já a desfilante Beatriz Arcieri, professora de idiomas de 58 anos, se mostra mais desconfiada para o título da Série Ouro.

“Gostaria muito que a nossa escola fosse campeã. A gente escuta muita coisa. Alguns boatos. Não sei se o nosso enredo será o suficiente para lutar contra isso. Não tenho tanta expectativa, mas tomara que dê tudo certo”.
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Thiaguinho Mendonça e Amanda Poblete, está muito feliz com a representatividade do enredo e confiante no retorno ao Grupo Especial.
“A expectativa é a maior possível. A Ilha já vem treinando, fazendo ensaios de rua excelentes. Trazendo esse canto da comunidade, que é muito aguerrida e presente. Já no primeiro ensaio, a gente podia notar que o samba estava na ponta da língua e sendo cantado a plenos pulmões por todo mundo. Um enredo com um significado tão bonito e tão necessário. Cada setor está fazendo o seu melhor, trabalhando arduamente para poder trazer a Ilha de volta ao Grupo Especial”, disse Amanda.
“Acho que a Ilha está resgatando a sua essência, que é trabalhar enredos leves, descontraídos, fáceis de cantar. Com apelo popular e, principalmente, que tenha um propósito. A Ilha traz nesse carnaval o cuidado com o povo preto, através das crianças. Se o mundo precisa de dias melhores, nada melhor do que a gente cuidar das crianças agora. Então, a gente vem educar toda a população ao tratamento de pessoas negras”, falou Thiaguinho.
A União da Ilha será a quarta escola a desfilar no sábado de carnaval, dia 10 de fevereiro, pela Série Ouro, na Marquês de Sapucaí. A escola irá levar para a avenida o enredo “Doum e Amora: crianças para transformar o mundo!”, de autoria do carnavalesco Cahê Rodrigues.
Sem receio de fechar o sábado de carnaval, Tucuruvi confia na qualidade do samba para ter sucesso em 2024
Desde quando voltou a desfilar no Grupo Especial do carnaval de São Paulo, em 2022, a Acadêmicos do Tucuruvi tenta se livrar de um incômodo número: onze. Nos dois desfiles, a escola do extremo norte da capital paulistana ficou apenas duas colocações acima das instituições que são rebaixadas para o Grupo de Acesso I no ano seguinte. Se, antes, por força do regulamento, a décima primeira colocada era a segunda agremiação a desfilar no sábado de carnaval, agora a instituição está encarregada de fechar as exibições da folia paulistana. Nada que tire a tranquilidade de Rodrigo Delduque, vice-presidente e diretor de carnaval da instituição.

Em entrevista para o CARNAVALESCO, o diretor abordou detalhes sobre “Ifá”, enredo do Zaca para o carnaval 2024, que será apresentado no sétimo (e último) horário do sábado de carnaval (10 de fevereiro). Na foto, ele está ao lado de Joilma Araújo, presidente da Velha Guarda da agremiação.
Samba aclamado
Para muitos, a escola terá o melhor samba-enredo de todo o carnaval 2024. A qualidade da obra foi muito destacada pelo diretor durante a entrevista. “Falando de Ifá, não poderia ser diferente. Além de ser uma filosofia de vida, é a primeira religião do mundo. Para nós, é muito gratificante ter esse enredo e, principalmente, uma obra dessas – que a parceria acertou na veia”, contou. Os compositores da obra são Macaco Branco, Carlos Bebeto, Djalma Santos, Chiquinho Gomes, Dr. Marcello Medeiros e Denis Moraes.
A obra possui uma característica bastante evidente: o grande número de palavras em idiomas africanos. Na visão do diretor, o enredo está muitíssimo bem explicado na canção. “Quanto à adaptação com a escola, fomos pela linha de poder explicar bem o enredo, o que significava cada palavra, cada item, cada ponto, cada situação, cada vírgula que os nossos babás nos direcionavam. A escola foi abraçando com muita força de vontade. É uma África diferente, falamos através da religião. Tenho certeza que o Tucuruvi vem forte, vem firme, porque está todo mundo bem empenhado em cantar o samba”, afirmou, aproveitando para elogiar o canto da comunidade.
Horário atrapalha?
Ao ser perguntado sobre o impacto de fechar a série de apresentações do Grupo Especial, Delduque desconversou. “Mais uma vez, é nas mãos de Ifá e de Exu. Para muitos, não é bom ser a última a desfilar. Se Exu quis assim, está tranquilo para nós. Vamos em busca do nosso sonho”, finalizou, destacando o trabalho para obter o título.
Grandes nomes do samba contam como passarão a virada de ano e quais são seus desejos para 2024
Chegamos ao último dia do ano. Podemos dizer que 2023 representou um grande momento para o carnaval do Rio de Janeiro. As escolas de samba apresentaram mais um grande espetáculo na Marquês de Sapucaí. Após uma disputa de alto nível, a Imperatriz Leopoldinense se sagrou campeã do Grupo Especial. A escola voltou a conquistar o título depois de um jejum de 22 anos, deixando a comunidade de Ramos eufórica e mostrando que ainda é uma potência. Diversas outras agremiações fizeram belos desfiles e podem se orgulhar do trabalho apresentado. Também marcante foi o novo rebaixamento do Império Serrano, o que muitos consideram injusto até hoje. E o retorno da Porto da Pedra ao grupo de elite, após 11 anos de afastamento.
O ano vai se aproximando do final e, com isso, o carnaval de 2024 começa a bater em nossas portas. Faltam pouco mais de 40 dias para a folia. Ao mesmo tempo em que os artistas celebram a virada do ano, agradecendo por sua saúde e paz, também já pensam no carnaval que está por vir, desejando sucesso em mais um trabalho. Como é costume do povo brasileiro, eles têm seus rituais específicos para o momento, como o uso de roupas de determinada cor, e também a realização de pedidos e orações. Mas se engana quem pensa que a virada é só de celebração para os sambistas. Muitos passam o dia se preparando para se apresentar em diversos shows espalhados pela cidade do Rio de Janeiro.
A reportagem do site CARNAVALESCO conversou com alguns nomes importantes da nossa folia para saber como eles irão passar a virada de ano e qual é a importância desse momento.
Cris Caldas, porta-bandeira da Vila Isabel
“A minha virada do ano vai ser num cantinho no meio da natureza, bem isolada, cercada de muito verde, longe de toda agitação que a gente já vive diariamente. Vamos aproveitar esse momento pra descansar bastante, relaxar e ficar em paz. E também porque, quando voltarmos, vamos entrar na rotina de 100% carnaval, afinal fevereiro já é logo ali. Vestimos sempre roupa branca, faz parte do nosso ritual de todo ano. Tomamos banho de ervas e sempre mentalizamos coisas boas para o ano que vem. À meia noite estouramos uma champanhe. Acredito que a virada do ano significa mudança. Renovação. Esperança de coisas melhores, pra mim, pro próximo e pro mundo”.
Bruna Santos, porta-bandeira da Mocidade
“Nesse ano, a virada será aqui em casa, com toda minha família. Vamos comemorar juntos. E depois da meia-noite, estarei fazendo um show, me apresentando no clube do Fluminense, com a minha Mocidade. Todo ano passo a virada de branco e com acessórios dourados. Pra mim, esse momento representa novas oportunidades, novas chances. Espero que 2024 seja um ano iluminado como foi esse ano que vai acabar”.
Júnior Schall, diretor de carnaval da Portela
“Vou passar a virada de ano no Rio de Janeiro, na região da Tijuca, com a minha esposa e um grupo de bons amigos apaixonados por carnaval. Por conta da energia que desejamos e precisamos captar e compartilhar, eu sempre busco usar roupa branca. Bebida é bem tranquilo, não consumo álcool. Mas a comida é uma provação. Adoro doces, mas preciso segurar a onda. A rabanada é algo ‘dos deuses’, devia até ter um dia especial. Não tenho superstição, mas a crença poderosa na gratidão e em toda positividade que você emana. A questão do branco vem daí, pulsar boa energia. A virada é um marco simbólico que precisa se tornar, de fato, um ponto de virada real para aquilo que é necessário para a nossa evolução. Agradecer sempre, fazer uma reflexão honesta, refazer os caminhos para evoluir. É pra isso que estamos aqui. E pra comer algumas rabanadas também, afinal é uma comemoração”.
Fafá, mestre de bateria da Grande Rio
“Minha virada de ano será com a bateria da Grande Rio, mais uma vez. Às vezes, eles são até minha primeira família. A gente vai tocar no Hotel Nacional, entre outros lugares. Pra mim, sempre é uma honra estar ao lado deles. Geralmente uso roupa branca para pedir bastante paz para o meu próximo ano. Um minuto antes da virada, faço uma oração para Nossa Senhora Aparecida, agradecendo por mais um ano de vida, com muita saúde e aprendizado. O momento da virada representa a lembrança de tudo que você fez de bom e também de ruim, para que a gente aprenda com os erros e não os cometa no próximo ano. É um momento de agradecimento por você estar bem, por poder estar trabalhando. E mentalizar tudo aquilo que você quer para o ano que começa”.
Mauro Quintaes, carnavalesco da Porto da Pedra
“Vou passar minha virada de ano no Hotel Windsor para assistir a queima de fogos. Sempre estou com uma pessoa que está me fazendo bem, geralmente uma companheira ou uma amiga. Precisamos ter ao nosso lado pessoas que agregam positivamente nesse momento. Estarei vestindo roupa amarela. Alguém um dia me disse que era legal passar assim e estou seguindo. Sempre faço uma oração para os que se foram, para os que estão precisando, que são próximos de mim. Pedindo todas as graças possíveis para que a gente possa enfrentar essa última etapa do carnaval. O momento da virada representa a celebração das amizades, das vitórias e das conquistas. Da consolidação da minha carreira, já que faço 40 anos de carnaval. Só tenho a agradecer”.
Alcione revela emoção ao ser enredo da Mangueira no Carnaval 2024
A cantora Alcione, que completa 50 anos de carreira, será a grande homenageada do enredo “A Voz Negra do Amanhã”, criado e desenvolvido pelos carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estevão. A dupla escolheu como base para a narrativa os caminhos percorridos pela cantora na construção de seu amanhã. A rainha do palácio da Estação Primeira de Mangueira, Alcione está radiante em ter sido escolhida como enredo para o Carnaval 2024. Ao CARNAVALESCO, ela explicou ficou honrado quando soube da homenagem.

“Eu nunca pensei em ser em enredo da minha escola. Para mim, isso é o máximo que um artista pode querer alcançar, é ser em enredo de uma escola de samba, principalmente da Estação Primeira de Mangueira. Estou muito feliz, muito orgulhosa, por mim, pela minha família, pelo meu estado, que é o Maranhão, e por todos os meus amigos. A Mangueira é uma instituição séria, maravilhosa, então fico muito lisonjeada, honrada de ser enredo dessa escola”.
Perguntada sobre o que não pode faltar no desfile de 2024 da Mangueira, a Marrom contou que as “coisas do Maranhão”, sua terra natal, estarão na exibição da Verde e Rosa.
“Não pode faltar alegria, o prazer de desfilar. É isso que o mangueirense tem. As coisas do Maranhão eu sei que os carnavalescos estão cuidando disso, que a Mangueira não vai deixar de fora, mas agora cabe ao desfilante que ama essa escola, que veste com orgulho o verde e rosa, dar o seu melhor. Então, não pode falar é a felicidade e o charme do mangueirense”.
A cantora disse que aprovou o samba-enredo composto em sua homenagem.
“Eu me senti muito especial, muito vaidosa de ter sido convidada para essa gravação. Nossa Senhora, fazer parte da gravação do samba-enredo da Estação Primeira é tudo para mim. Eu estou muito orgulhosa, muito feliz de participar e mais ainda com o resultado”.
O suspense ficou por conta da posição em que estará no desfile da Mangueira.
“Ainda vai ser conversado. Até o momento, não sei onde eu venho. Agora, uma coisa que eu garanto é que eu venho, de qualquer forma. Em relação a minha posição de desfile, não tenho preferência, onde a Mangueira me colocar estou bem. O importante é desfilar”.
Por fim, Alcione deixou claro que a Mangueira entrará na Avenida na busca pelo título do Grupo Especial.
“O mangueirense é uma pessoa especial, que pertence a uma escola especial. Eu sempre achei o seguinte: antes da mangueira passar, ninguém sabe quem ganhou o Carnaval. É com esse espírito que nós vamos para a Avenida”.
Barracões Acesso 2 SP: Primeira da Cidade Líder levará ao Anhembi a história centenária da Portela através de seus baluartes
A centenária águia altaneira inspira a Primeira da Cidade Líder para o desenvolvimento de seu desfile para o carnaval 2024. Após os bons resultados obtidos nos anos anteriores, a escola da Zona Leste se prepara para levar ao Sambódromo do Anhembi a história da maior campeã do carnaval carioca através do enredo “Salve ela! A Majestade do Samba Portela!”, assinado pelo carnavalesco Ewerton Visotto.

Contar a história tão vencedora de uma agremiação que esteve presente em todas as fases daquele que hoje é conhecido como “o maior espetáculo da Terra” é um desafio que requer criatividade, afinal como dizia Monarco: “Se for falar da Portela hoje não vou terminar”. O caminho escolhido pela Líder é narrar a jornada da comunidade de Oswaldo Cruz e Madureira através de seus baluartes desde a fundação até chegar nos tempos atuais. A equipe do site CARNAVALESCO esteve presente no barracão da Primeira e conversou com Ewerton e o vice-presidente Rodrigo Minuetto sobre os preparativos para o desfile.
A sede de conhecimento da Primeira da Líder
A repercussão do desempenho da Primeira da Cidade Líder no desfile anterior sobre os 70 anos de outra escola carioca, o Salgueiro, foi positiva. O samba foi aclamado como um dos melhores de 2023 e na Avenida a história de uma das entidades mais vanguardistas do carnaval foi contada de maneira digna. A Líder gostou de beber da fonte de conhecimento proporcionada por essa experiência, e de acordo com Ewerton Visotto, surge daí a vontade de falar novamente de uma gigante agremiação.
“A ideia surgiu de aprender com gigantes. A gente teve uma experiência em 2023 bastante assertiva com os 70 anos de Salgueiro em que a comunidade comprou a ideia, cantou, foi a campo e a gente enriqueceu com isso entendendo sua vanguarda. Para 2024 a gente vai fazer com o mesmo gabarito, com o mesmo teor, agora com os 100 anos de Portela entendendo sua tradição. A Portela trouxe essa questão para a escola com o seu centenário. Como que ela funciona, como não funciona e como ela cresceu nesse cenário todo, respeitando o carnaval que veio da rua até chegar nesse profissionalismo que está hoje. A gente quer aprender com os gigantes e a Portela está nos ensinando a trabalhar em cima desse crescimento. A expectativa era alta, e a aceitação da comunidade foi muito grande. Conseguimos surpreender com essa dinâmica de trazer ‘Salve ela, a Majestade do Samba Portela’. Trabalhando esse enredo para 24, a gente espera atender uma expectativa muito grande não apenas de quem é da comunidade, mas do carnaval como um todo”, declarou o carnavalesco.
A história da Portela contada através dos baluartes
A Portela foi fundada em 11 de abril de 1923 por Paulo da Portela, Antônio Caetano e Antônio Rufino, originalmente como um bloco chamado Conjunto Carnavalesco Oswaldo Cruz, passando a ter o atual nome nos anos 1930. O azul e branco do pavilhão portelense é em homenagem a Nossa Senhora da Conceição, padroeira da escola, e a águia foi escolhida como símbolo por Caetano por ser em sua visão “a ave que voa mais alto”. O desfile parte dessas simbologias para referenciar aos primeiros baluartes que serão o fio condutor do enredo.
“A gente trabalhou a questão dos ícones da Portela nesses cem anos, com as suas referências a cada ano trabalhado. A gente vem dividindo a escola nesse cenário, trabalhando essa construção em quatro tempos. Desde a inspiração, que é a questão do manto sagrado da padroeira até chegarmos a Clara Nunes lá na ponta. Ela vem nessa divisão de personagens da Portela que marcaram a escola e que a gente vem contando nesse cenário todo. A gente fala de Monaco, de Clara Nunes, de Paulo, Caetano e Rufino, que estão no começo da letra do samba. Natal, Candeia, Tia Surica, Paulinha da Viola, Manacéia e entre outros. A gente tenta fazer um apanhado de todos os grandes baluartes da Portela, que são muitos”, explicou Ewerton.
“No início, a gente conta a fundação da Portela através de Paulo, Caetano e Rufino. Paulo da Portela, o grande mestre de tudo isso, chega em Madureira com a irmã e com a mãe, e vai morar em Madureira, na Estrada do Portela, onde tem a ideia da fundação. Logo em seguida, a gente conta do Natal, que foi um grande precursor para as coisas acontecerem na Portela também. A gente, em seguida, também fala de Candeia, que foi um grande poeta da Portela, consagradíssimo. Logo em seguida a gente também passa por Clara Nunes, Monarco, que foi o presidente de honra há alguns anos atrás. E a gente finaliza fazendo uma menção ao centenário da Portela, a esses baluartes e aos enredos. Não dá pra citar todos, mas a gente vai tentar citar os mais importantes, os que fizeram mais história. São 100 anos, 22 títulos, a maior campeã do carnaval carioca. Imagine para gente como foi destrinchar a forma de falar da Portela. Para nós foi bem difícil, então a gente escolheu alguns baluartes para contar esse determinado período de que eles fizeram história na Portela”, detalhou Rodrigo Minuetto.
“É uma celebração que a gente pretende trazer dessa essência da alegria da Portela com o que a Líder propõe na Avenida. Ninguém é Líder por acaso, então venha! Vamos cantar e vamos acontecer! A gente destaca esses principais momentos, a influência da Portela nesse carnaval brasileiro, essa alegria contagiante, as cores vibrantes. A gente propõe fazer jus a essa grandiosidade que a Portela tem buscando encantar agora o público do Anhembi. A gente vem ousando aprender com essa gigante que com 100 anos de história permitiu que a gente buscasse entender como ela fez história e como a gente pode construir a nossa. Essa é a linha do pensar”, completou o carnavalesco.
O carinho da Portela com a homenagem da Líder
Quando uma escola de samba é homenageada por outra, é inevitável que hajam questionamentos a respeito da forma como ela irá reagir e se comportar diante dessa homenagem. Os portelenses não apenas receberam a homenagem de maneira positiva como também se demonstraram animados e dispostos a participar do desfile da Primeira da Cidade Líder, algo que Rodrigo fez questão de destacar.
“Além de tudo isso eu queria falar da recepção que a Portela fez para a nossa escola lá no Rio de Janeiro. Foi uma coisa sensacional. O presidente Fábio Pavão, o vice-presidente Junior Escafura, o diretor de carnaval Higor Machado, o Felipe do financeiro, a Nilce Fran. Muita gente nos recebeu muito bem quando fomos até lá pedir para fazer o enredo sobre a Portela. Algum tempinho atrás nós fomos visitar eles lá na Feijoada e a gente foi muito bem recebido. Fomos com o nosso casal, cantamos samba lá no palco. Fizemos umas entrevistas com personalidades da Portela como a Tia Surica, o próprio presidente Fábio Pavão deu uma entrevista para nós. De verdade, está todo mundo muito empolgado. Eles confirmaram a presença. Se bobear, a galera vai vir toda de lá para desfilar a gente. Está todo mundo muito empolgado não só aqui na escola, mas a galera de lá também está todo mundo muito empolgada para participar. O presidente Fábio Pavão disse que vem para participar do nosso desfile, então a gente está muito feliz com essa recepção que eles tiveram com a gente. Então é isso, vamos arrebentar se Deus quiser”, exaltou.
“Não é só uma homenagem. É mais um respeito e amor a essa escola de samba pelo que ela contribuiu. De novo, a gente está aprendendo com os gigantes. O desafio está aí. O que encantou a gente foi a receptividade deles, até em permitir que a gente cantasse o samba lá. Foi esplendoroso a ponto de serem convidados para o desfile e aceitarem vir aqui ficar com a gente”, concluiu Ewerton.
Ficha técnica
Enredo: “Salve ela! A Majestade do Samba Portela!”
700 componentes
2 alegorias
13 alas
Ordem de desfile: Oitava escola a desfilar no dia 3 de fevereiro de 2024 pelo Grupo de Acesso 2
Fé no milagreiro! Componentes da Unidos de Padre Miguel garantem que estão sentindo um clima especial para o Carnaval 2024
A comunidade da Unidos de Padre Miguel está cheia de esperança e determinação para conquistar o tão sonhado título na Série Ouro no Carnaval 2024. Com o enredo “O Redentor do Sertão”, que celebra o Padre Cícero no ano de seu 180º aniversário, a escola se prepara para ser a quinta a entrar na avenida no sábado, 10 de fevereiro.
Wallace Ramos, de 18 anos, desfila pela primeira vez na escola como componente da bateria. Com os olhos brilhando, ele expressou sua emoção pelo enredo deste ano.
“Tenho certeza que 2024 tem que ser o nosso ano, e acho que esse enredo vai ser nossa grande vitória. É um samba pra cima, que convida todo mundo a cantar e sentir a energia”.

A escola brilhou, mais uma vez, ao se apresentar para o público, na Cidade do Samba, nos minidesfiles, que agora viraram uma nova tradição do carnaval carioca.
“A UPM sempre vem com essa vontade de gritar o tão esperado grito de campeão, e se Deus quiser, 2024 será o nosso ano,” disse Jéssica Ferreira, a porta-bandeira da Unidos de Padre Miguel. “Estou apaixonada pelo samba que foi criado, ele é simplesmente maravilhoso. A repercussão tem sido incrível, e nosso carnavalesco, junto com a comissão de carnaval, tem feito um trabalho maravilhoso”, completou.

O enredo deste ano é uma homenagem poética à figura do Padre Cícero, entrelaçando fé, cultura e história em um espetáculo que promete capturar os corações dos jurados e do público. A narrativa, inspirada na literatura de cordel, não é apenas uma celebração religiosa e cultural, mas também um reflexo da própria essência da UPM: uma comunidade unida pelo amor e a paixão pela agremiação.
“Nós, da UPM, somos uma família unida e guerreira, e essa garra e amor pela escola são nosso maior diferencial. Vamos lutar com tudo que temos para fazer desse enredo um marco na história do carnaval e para finalmente conquistar o título que tanto almejamos”, disse a porta-bandeira.

Os componentes, ao serem questionados, definem com unanimidade que o diferencial da escola é a união e o acolhimento. Roberta Ribeiro é professora, tem 44 anos e desfila há cinco anos na vermelha e branca da Vila Vintém. Ela explica que mesmo não sendo da região, a escola abraçou ela.

“Mesmo não sendo da Vila Vintém, uma vez que você entra na UPM, você aprende a amar o samba e se torna parte dessa grande família. A escola tem uma forma única de acolher todos, não importa de onde você venha. A verdadeira força da UPM está na garra e no coração da comunidade. Todos aqui estão comprometidos uns com os outros, e essa união e dedicação são o que nos diferenciam”, afirmou.
Erika do Nascimento, enfermeira de 49 anos, sente que o carnaval de 2024 é um momento especial para a Unidos de Padre Miguel. “Nos ensaios, dá para ver e sentir que estamos perto de ganhar. Esse enredo é nossa vida agora. Cada passo que a gente dá, estamos mais perto de realizar nosso sonho de chegar no Grupo Especial. A gente quer muito vencer, e a força da nossa comunidade é o que nos empurra para frente,” diz Erika, compartilhando a ansiedade e a esperança que sente.

O tempo está passando rápido, e a empolgação para o carnaval só aumenta. À medida que se preparam para desfilar, eles levam consigo não só o orgulho da escola, mas também o coração e a esperança de toda a Vila Vintém. Caso se concretize a vitória da escola, assim como preveem os fãs, a letra ficará como o milagre alcançado na memória de todos.
“Meu Boi Vermelho, o milagreiro vem, Traz o milagre pra Vila Vintém, De toda maneira na quarta feira, Que os Anjos digam amém”.
Superliga Carnavalesca participa de evento na Colômbia
A gestão de Pedro Silva à frente da Superliga Carnavalesca do Brasil vem rendendo bons frutos, não somente nos avanços que a entidade que organiza os desfiles das Séries Prata, Bronze e grupo de Avaliação tem mostrado com eventos, até então inéditos para as 81 escolas que integram a instituição, mas também na construção de parcerias institucionais e corporativas.

A convite da organização da 66ª Feria de Cali, evento que acontece desde 1950, o gestor está na cidade colombiana para conhecer o festival que é o evento cultural mais importante da região e reúne, anualmente, milhares de pessoas ao longo dos 5 dias de realização. É uma celebração da identidade cultural da região, famosa pela maratona de salsa, pelos desfiles a cavalo e pelas festas dançantes.
“Está sendo uma troca de experiências necessária, construtiva, educadora. A música e a dança também são fortes elementos dentro da cultura e arte colombiana, assim como são no Brasil, e a salsa, sem dúvida é ponto de referência em comparação ao samba não apenas no aspecto cultural, mas também social, pois é um ritmo popular inserido em todas as camadas da sociedade colombiana, principalmente em suas comunidades carentes”.
Segunda maior cidade negra da América Latina, Cali é conhecida como a capital mundial da salsa. O local onde acontecem as apresentações chama-se “salsódromo”, por onde passam cerca de 200 mil pessoas por noite. Segundo Pedro, toda a construção do evento, é muito similar ao Carnaval da Intendente Magalhães, principalmente por conta da atmosfera popular.
“A chegada da Superliga à Colômbia a convite da Secretaria de Cultura de Santiago de Cali, com o apoio da RioTur, promove uma conexão entre as culturas de Brasil e Colômbia, exaltando a força da arte latino-americana e, esta conexão entre as duas festas, chama à semelhança a infraestrutra, público e principalmente impacto e comportamento social. Sem dúvida voltaremos ao Rio de Janeiro com ótimas lembranças na bagagem, deixando também um pouquinho da nossa arte e vivência, concretizando essa feliz união entre nossos povo através da arte”, diz Pedro.
Além do gestor, integram também a comitiva brasileira, Patrícia Ramos e Tati Rosa, representando o carnaval carioca através da Riotur, e Kaxitu Campos, presidente da Federação Nacional do Samba (Fenasamba).