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Exposição celebra o legado e a carreira da carnavalesca Rosa Magalhães

    Divulgação 3O projeto multi-plataforma Carnavalize inaugura dia 8 de fevereiro, a partir das 17 horas, a exposição “Uma delirante celebração carnavalesca: o legado de Rosa Magalhães” que homenageia uma das mais importantes carnavalescas da história das escolas de samba. Reunindo um time diverso de artistas das mais diferentes áreas, entre o carnaval e as artes institucionalizadas, que pensam a importância e a personalidade do universo artístico construindo pela carnavalesca em seus desfiles ao longo de mais de trinta anos de carreira.

    Com curadoria do pesquisador e escritor Leonardo Antan, a mostra conta com mais de trinta artistas confirmados, entre carnavalescos e profissionais das escolas de samba, assim como artistas plásticos e fotógrafos do universo contemporâneo das artes visuais, que dialogam em tornos de núcleos temáticos que exploram a poética artística da homenageada.

    Os convidados realizam diversas releituras do universo de Rosa Magalhães, marcando a importância e reverberação de seu trabalho no universo da folia por várias gerações. Entre os carnavalescos, se destacam nomes como Jorge Silveira e Jack Vasconcelos que produzem objetos inéditos para a exposição. Já nas artes plásticas, do time de artistas plásticos, nome consagrados como Leila Danziguer e Thiago Santana mostrarão as obras “Balangandãs” e “Refino”, que dialogam sobre a História do Brasil.

    O carnavalesco Fernando Pamplona, responsável por levar a artista ao carnaval, também será homenageado pela exposição, um desenho de sua autoria para um enredo do Salgueiro em 1990 está entre a lista de obras. Completam o time extenso, profissionais que trabalharam com a homenageada em diversas funções, como aderecistas, figurinistas e projetistas, além do coreógrafo Fábio de Mello, responsável por marcantes Comissões de Frente na década de 1990, e de Lícia Lacerda, com quem Rosa dividiu a assinatura dos seus desfiles na década de 1980. Por fim, um último destaque da mostra será a exibição de figurinos da Portela para o carnaval deste ano, dentro do enredo “Na moderníssima Madureira, sempre hei de ouvir cantar um sabiá”, em homenagem a Clara Nunes.

    O curador acredita na importância cultural e artística do carnaval: “É vital eventos que busquem valorizar as escolas de sambas entre as instituições e os espaços artísticos, ainda mais num período de crise para os desfiles. Homenagear Rosa Magalhães fala de sua importância não só na folia, mas nas artes plásticas como um todo, visto sua atuação em diversas manifestações, como a TV, o teatro e diversas outras linguagens. Mais do que carnavalesca, ela é um dos maiores nomes em atividade da arte brasileira”, diz Leonardo que é mestrando em Artes na UERJ.

    A iniciativa faz parte da proposta multi-plataforma do Carnavalize em resgatar a história da folia e presta homenagem a diversas personalidades da festa. Nos últimos anos, já foram realizados os eventos “Fernando Pinto Maravilha: um Ziriguidum tropicalista” e “O requinte que carnavalizou a história: Arlindo Rodrigues em um dia de glória”, que reuniram uma roda de conversa e uma efêmera exposição sobre dois grandes carnavalescos na Casa de Estudos Urbanos.

    A exposição irá ocupar três galerias do Centro Municipal Hélio Oiticica entre os dias 8 de fevereiro e 27 de abril, contando com palestras e ativações no período. Para realizar a exposição, o grupo realizou um financiamento coletivo que contou com o apoio de apaixonados por carnaval do Brasil inteiro.

    A abertura da exposição acontecerá no dia 8 de fevereiro a partir das 17 horas, reunindo os artistas da mostra e a homenageada, que aproveitará para autografar seus livros lançados pela editora NovaTerra, como o mais recente “E vai rolar a festa”, sobre seu trabalho nos espetáculo de abertura e encerramento dos Jogos Pan-americanos 2007 e as Olimpíadas de 2016.

    No mesmo dia acontece também a abertura de “O rei que bordou o mundo: poéticas carnavalescas da Acadêmicos do Cubango”, que revela o processo criativo por trás do desfile que homenageou Bispo do Rosário em 2018. A mostra conta também com curadoria de Leonardo Antan.

    Confira os nomes confirmados na exposição:

    Alessandra Cadore, André Rodrigues; André Wonder; Andrea Vieira; Antônio Vieira; Bill Oliveira; Cláudia Laux; Divina Luján; Eduardo Fonseca; Fábio de Mello; Fernando Pamplona; Gabriel Haddad; George Maragaia; Guilherme Camilo; Herbert de Paz; Jack Vasconcelos; João Vitor Araújo; Jorge Silveira; Júlia Tavares; Leila Danziger; Lícia Lacerda; Leonardo Bora; Maria Andrea Tujillo; Mauro Leite; Osvaldo Carvalho; Penha Vieira, Rafael Gonçalves; Roberta Paiva; Rosa Magalhães; Samuel Abrantes; Sérgio Rodrigues; Thiago Avis; Thiago Santana; Thiago Santos; Thiago Ortiz; Wigder Frota; Yuri Reis

    Serviço

    Abertura da exposição
    “Uma delirante celebração carnavalesca: o legado de Rosa Magalhães”
    Dia 08/02/2018 – A partir das 17h
    Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica
    Rua Luís de Camões, 68 – Praça Tiradentes

    Vila retoma ensaios comerciais neste sábado

    Final de Samba Vila IsabelEduardo Hollanda 19A semana será especial na Unidos de Vila Isabel! Neste sábado, dia 09 de fevereiro, a partir das 22h, a azul e branca retoma os seus ensaios comerciais rumo ao Carnaval 2019. O evento conta com uma roda de samba como abertura e a apresentação de todos os segmentos da agremiação na sequência. O intérprete Tinga comanda o time de canto da Vila e entoa os grandes sambas da história da escola. A entrada custa R$ 10. Camarotes podem ser adquiridos através do telefone: (21) 2578-0077. A quadra da Vila fica no Boulevard 28 de setembro, 382.

    Fã de Clara Nunes possui itens raros sobre a cantora e vibra com homenagem feita pela Portela

    Por Philipe Rabelo

    clara nunes homenagem 3O ditado popular a primeira impressão é a que fica define a sensação de entrar no apartamento de Kennedy Meirelles, fã e colecionador de itens da cantora Clara Nunes, que é enredo da Portela no Carnaval 2019. No chão são mais de 100 itens espalhados, entre eles, revistas, discos de vinil e CD’s, que formam um verdadeiro tapete na sala de estar. Em uma das paredes há uma televisão de 70 polegadas exibindo clipes, entrevistas e programas especiais falando da vida profissional e pessoal de Clara Nunes. E na outra parede, em frente à televisão, estão pendurados dois quadros. Uma pintura de J. Vieira feita em 2000, trazendo a imagem de Clara como na capa de seu último LP, Nação, de 1982, vestida de branco com um arranjo de flores na cabeça. Ao lado deste está emoldurado um dos discos de ouro da cantora que, segundo Kennedy, ela não chegou a receber.

    A paixão de Kennedy pela “Sabiá” começou quando ele tinha 9 anos e ouviu a música “Juízo Final” pela primeira vez, dentro de um Ford Galaxie branco, a caminho da Região dos Lagos, onde costumava ir com os pais e a irmã. Em 1981, comprou o primeiro vinil de Clara, Claridade, de 1975. Após iniciar a conhecer melhor a carreira da cantora, se viu surpreendido pela perda. Em 2 de abril de 1983 Clara Nunes faleceu após passar 28 dias internada na clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, por complicações durante uma cirurgia estética para eliminar varizes nas pernas. De acordo com uma reportagem do Correio Braziliense, nos 30 anos da morte da cantora, as investigações afirmaram que Clara teve uma reação alérgica a algum componente da anestesia geral, resultando na dilatação dos vasos sanguíneos, o que ocasionou um edema no cérebro.

    clara nunes homenagem 7As notícias da internação e da morte estão plastificadas e fazem parte do acervo do colecionador, que continuou conhecendo a vida de Clara Nunes por meio de algumas coincidências. No dia em que a “Guerreira” faleceu, Kennedy tinha apenas 11 anos e estava brincando no Aterro do Flamengo. Quando se deu conta, estava de frente com o cortejo que levava o corpo da cantora para o cemitério São João Batista, após ter sido velado na quadra da Portela. Kennedy não chegou a ir ao enterro, mas a família do colecionador tem um jazigo no mesmo cemitério, onde estão enterrados os pais e a irmã, inclusive, foi a partir do cemitério que a coleção começou a ganhar força.

    “Pode parecer estranho, mas eu ia para o cemitério no Dia de Finados, pois sabia que lá estariam outros fãs da Clara e conseguiria encontrar conteúdo e pegar informações de onde encontrar itens, conhecer pessoas, parentes e amigos da cantora. A cada disco que eu encontrava pelo caminho, parecia que era uma obra nova da Clara lançada para mim. Ela foi se revelando aos poucos”, explicou.

    clara nunes homenagem 8Como não existiam muitas peças nas lojas, Kennedy formou a maior parte da sua coleção com artigos encontrados em sebos, brechós, vendedores ambulantes que trabalham nas calçadas do Rio, principalmente, nos bairros da Gloria, Praça XV, Copacabana e Centro. A coleção dele tem aproximadamente 2 mil itens, entre revistas, CD’s, discos, fitas cassetes, recortes de jornais, fotografias, quadros e cerca de 8h de conteúdo audiovisual. Em 2016, a caminho do trabalho em Copacabana, Kennedy passou pela galeria dos antiquários, na Rua Siqueira Campos, e decidiu entrar. Subindo a escada rolante, viu de relance dois discos de ouro pendurados na parede de uma loja que alugava e consertava equipamentos. Ao se aproximar, carregava consigo o pensamento: ‘imagina se fosse um disco da Clara?’. E na frente da loja viu o selo da gravadora Odeon, única gravadora que assinou contrato com a cantora. Entrou no estabelecimento e confirmou suas expectativas, aquele disco era mesmo de Clara. O disco ao lado era em homenagem a Raul Seixas. Não pensou duas vezes ao adicioná-lo a sua coleção e, como bom colecionador, Kennedy não revelou o valor que pagou pelo disco que, para ele, é incalculável.

    Você deve estar se perguntando como esse disco foi para ali. Para essa questão, Kennedy tem apenas uma hipótese: “Assim que comprei o disco liguei para alguns conhecidos e perguntei como aquilo estava fora do acervo do museu. Este disco de ouro é por conta do LP Nação, lançado em 1982. Provavelmente, a gravadora fez o disco de ouro na mesma época para dar à Clara no ano seguinte, mas, com o falecimento, não chegaram a entregar”, explica. A gravadora Odeon acabou fechando as portas em 1995.

    ‘Ouvir Clara Nunes é uma meditação’

    clara nunes homenagem 9A música que mais marcou Kennedy Meirelles foi “Tristeza pé no chão”, do compositor Armando Fernandes e interpretada por Clara com tamanha maestria, que lhe rendeu o título de campeã do 5º Festival de Música Popular Brasileira de Juiz de Fora, em 1972. Ele explica que essa música ao ser lançada não tinha grandes expectativas, mas acabou surpreendendo a crítica. Clara Nunes tinha influência e contato com nomes consagrados da era do rádio. Ela dizia gostar de ouvir as cantoras Dalva de Oliveira, Elizeth Cardoso, Ângela Maria e Carmen Costa. “Elizeth é meu espelho, minha referência. Em dias chuvosos, ponho para tocar discos com Elizeth. É uma grande honra ser amiga dela”, falou a cantora em entrevista à Rádio Jornal do Brasil AM, em 1973.

    Daí pode-se afirmar que vozes marcantes e potentes foram uma inspiração para Clara. Quando questionado sobre a voz da “Guerreira”, Kennedy responde com convicção: “O que eu mais gosto da voz dela é o vibrato, a extensão da voz é única. Confesso que, às vezes, me emociono quando ouço”, afirmou.

    clara nunes homenagem 2O colecionador relata que ouvir Clara Nunes é uma espécie de meditação, é o momento que destina a pensar na vida. Além da voz, Clara também tinha na família um pai violeiro e era a caçula de 7 irmãos, todos já falecidos. Kennedy acabou conhecendo Maria, irmã de Clara, apelidada de Dindinha. Foi ela que passou a tomar conta da, então pequena cantora, órfã aos 6 anos de idade. Kennedy teve dois encontros com Dindinha. O primeiro deles, em 2001, quando foi até Acari para a inauguração da Vila Olímpica Clara Nunes, onde a conheceu. O outro encontro foi uma surpresa que aconteceu no antigo apartamento dele, em 2004, no bairro de Copacabana, na Rua Belfort Roxo. Um amigo em comum levou Dindinha até a casa de Kennedy, junto dela estava Márcio Guima, sobrinho de Clara e também cantor. Kennedy descobriu algum tempo depois que este prédio havia abrigado a residência da cantora assim que ela veio morar no Rio de Janeiro nos anos 60.

    O colecionador conta que só foi a Paraopeba (MG), cidade onde nasceu Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, no ano de 2011, quando o museu em homenagem à “Sabiá” foi inaugurado. Após a morte de Clara, Paulo Cesar Pinheiro, marido da “Tal Mineira” enviou todos os pertences dela para a casa de Dindinha. Como havia muito material, tudo aquilo ficou guardado no sítio de uma amiga da família por aproximadamente 30 anos, até que o museu foi aberto com um acervo de aproximadamente 6 mil peças, na cidade de Caetanópolis, que só se tornou um município independente de Paraopeba em 1954, doze anos após o nascimento de Clara.

    Cantora de um milhão de discos

    clara nunes homenagem 4Clara Nunes chegou a se apresentar com Vinicius de Moraes e Toquinho em um espetáculo chamado “Poeta Moça e Violão”, no ano de 1972, registrado em disco. Neste show, Clara foi elogiada por Vinicius e apontada como um dos maiores nomes da música popular brasileira. “O timbre, a qualidade do tecido da voz dela me encantava de saída e eu senti que um dia nós deveríamos trabalhar juntos. Realmente é a primeira vez que isso acontece, para grande contentamento meu. É com prazer enorme que eu trago para vocês Clara Nunes. Eu gostaria que vocês tivessem o sentimento que eu tenho quando eu ouço ela cantar. Acho uma das maiores cantoras brasileiras do momento e uma das que tem mais possibilidade de fazer uma grande carreira, um grande caminho na canção popular do Brasil”, disse Vinicius na época.

    A previsão foi correta, pois Clara Nunes foi a primeira cantora brasileira a bater o recorde e vender mais de 100 mil discos, em 1972. Mas foi em 1974 que ela estourou com o LP Alvorecer, que vendeu mais de 500 mil copias. De acordo com Kennedy, depois de 74, todos os discos da cantora já saiam com tiragem mínima de 250 mil exemplares. O disco Claridade, de 1975, fez a gravadora Odeon ficar fechada para dar conta de prensar os discos, que chegaram a vender mais de 1 milhão de cópias, com todas as músicas veiculadas nas estações de rádio do país. A capa da Revista O Cruzeiro, de 14 de janeiro de 1978, que está na coleção de Kennedy, estampa o título “Clara Nunes a cantora de um milhão de discos”. A Rolling Stones publicou que ao longo da carreira de Clara, outros 3 discos também ultrapassaram essa marca: Canto das Três Raças (1976), Guerreira (1978) e Nação (1982).

    clara nunes homenagem 10Com tamanho sucesso, o que mais incomodou Kennedy e outros fãs foi a falta de menções da imprensa sobre a cantora após a morte, ainda mais na época que não havia internet que permitisse o acesso às imagens e músicas de Clara Nunes, de acordo com demanda de cada fã. “Chorei várias vezes ao ver que a ela não era lembrada por programas como o Vídeo Show, por exemplo. Era certo que no dia do aniversário e de falecimento eu assistia televisão na esperança de ver um pouco mais da história dela, assistir umas imagens, vê-la cantar, matar um pouco da saudade, mas muitas vezes não tinha nem um comentário”, lembrou.

    Cerca de 15 anos após a morte, a gravadora relançou os discos de Clara Nunes, só que dessa vez em CD, ação tomada a pedido de Marisa Monte, segundo Kennedy. Clara passou a ser homenageada sobretudo com peças de teatro, e retornou para as escolas de samba como Lins Imperial, que a homenageou em 2001, com o enredo O canto da Guerreira, de Jorge Caribé. Vizinha Faladeira foi campeã do Grupo de Acesso em 1990 com o enredo Clara Nunes, o canto de um povo, assinado por Jorge Nova. Em São Paulo, a portelense também recebeu homenagens no Sambódromo do Anhembi no ano de 2005, pela Mocidade Alegre. O enredo Clara, Claridade… O Canto de Luz no Ylê da Mocidade, assinado por Zilkson Reis conquistou o
    terceiro lugar.

    “Na Madureira Moderníssima, Hei Sempre de Ouvir Cantar Uma Sabiá”

    Para os fãs ainda faltava a homenagem máxima vinda de Madureira. “Eu nem acreditava que haveria esse enredo, quando soube fiquei muito feliz. A sensação é de fechar um ciclo”, explicou Kennedy. A Portela já havia trazido Clara Nunes em 1984, com Contos de Areia e foi campeã do carnaval junto com a Mangueira. No entanto, o enredo tratava de Natal, Paulo da Portela e Clara Nunes. A cantora, além de só ter desfilado pela Portela, é a principal voz do samba exaltação Portela na Avenida, composto em 1981 pelo marido, Paulo Cesar Pinheiro, em parceria com Mauro Duarte.

    clara nunes homenagem 5A inspiração veio da sala de estar do casal. Havia uma Nossa Senhora Aparecida com um manto azul e branco, junto dela a pomba do Espirito Santo. Com a criatividade o manto tomou lugar da bandeira da agremiação, a pomba virou águia e as procissões foram comparadas aos desfiles na Avenida.

    Apesar de ser muito ligada ao samba, sobretudo, pela atuação na escola de Madureira, Clara Nunes se intitulava uma cantora de música popular e interpretava vários ritmos. De acordo com a cientista social Rachel Rua Baptista Bakke, podem ser traçados paralelos entre a trajetória artística e religiosa de Clara Nunes com a identidade musical brasileira: “Ela caminha progressivamente do bolero e da música romântica, de forte influência estrangeira, em direção a estilos cada vez mais tidos como brasileiros, marcha-rancho, samba-canção, bossa nova, forró e, principalmente, samba”, explicou no artigo Tem orixá no samba: Clara Nunes e a presença do candomblé e da umbanda na música popular brasileira.

    Clara Nunes também deu voz a obra de muitos compositores. Feira de Mangaio, de Sivuca e Glorinha Gadelha, foi uma das músicas mais tocadas em 1979. A cantora gravou composições de Nelson Cavaquinho, Dorival Caymmi, Caetano Veloso, Chico Buarque, Candeia, Cartola, além dos já citados Toquinho e Vinícius de Moraes. Emplacando cerca de 3 ou 4 músicas de sucesso por ano, chegou a lançar discos no Japão, Argentina, Luanda, Portugal, Itália e Canadá. Todos estão na coleção de Kennedy, assim como o álbum de fotografias inéditas do show Clara Mestiça que chegou nas mãos do colecionador.

    clara nunes homenagem 1Ele também tem as filmagens dos ensaios do show Sabiá Sabiou que não chegou a acontecer. Clara recebeu uma série de homenagens póstumas. De programas especiais na TV Globo e coletâneas reeditadas, a inúmeros CD’s como Clara com vida (1995), que trazia uma série de duetos póstumos da “Sabiá” com nomes da música como Chico Buarque, Elba Ramalho, Gilberto Gil, João Bosco, João Nogueira, Marisa Gata Mansa, Martinho da Vila, Milton Nascimento, Nana Caymmi, Paulinho da Viola, Roberto Ribeiro, Ângela Maria e Alcione, que além dessa participação, lançou em 1999 um álbum chamado Claridade (homônimo do lançado por Clara em 1975) em que interpretava as músicas de Clara Nunes.

    Para 2019, a expectativa do desfile da Portela é bem alta para os fãs da cantora. Kennedy confessa que o samba que mais tinha gostado acabou sendo eliminado durante a disputa, mas acredita que o escolhido funcionará muito bem na Avenida. Para o colecionador, a carnavalesca Rosa Magalhães é “um espetáculo e virá contando a história dela de maneira brilhante”. Com o enredo “Na Madureira Moderníssima, Hei Sempre de Ouvir Cantar Uma Sabiá” os fãs se sentem representados: “Estamos em festa, agora é momento de reverenciar a nossa Guerreira”, afirmou Kennedy.

    São Clemente apresenta nova musa durante ensaio: ‘Quero viver a rotina da escola’

    musa saoclemente2019Em mais um ensaio rumo ao Carnaval 2019, a São Clemente aproveitou a noite de quadra cheia para apresentar a nova musa para a comunidade. Thayna Freitas, de 28 anos, é Tenente da Polícia Militar e fará sua estreia pela escola da Zona Sul.

    No primeiro encontro com a comunidade da Preta e Amarela, a beldade caiu no samba ao lado da rainha de bateria Raphaela Gomes e não escondeu a alegria de ter o lugar garantido na Sapucaí. O objetivo maior, no entanto, é se adaptar ao famoso “estilo família” da agremiação.

    “Eu estou muito feliz de fazer parte da São Clemente e quero muito viver a rotina da escola. Sempre ouvi falar do clima da escola e agora estou vendo de perto. É realmente muito especial. É diferente. Quero ser uma musa presente, meu dia a dia será aqui na quadra”, disse Thayna.

    O presidente Renato Almeida Gomes também festejou a integração da mais nova componente com a escola: “Ela entendeu de cara como funciona aqui na São Clemente. Musa tem que estar aqui, tem que somar, tem que fazer parte. Estamos muito felizes”, acrescetou.

    A São Clemente será a primeira escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval. Com o enredo “E o samba sambou”, a escola contará com a nova musa à frente do quinto carro da agremiação.

    Beija-Flor ensaia em Copacabana no próximo domingo

    arte Beija na PraiaJá virou tradição no calendário pré-carnavalesco da cidade do Rio de Janeiro! Neste domingo, dia 10 de fevereiro, a Beija-Flor de Nilópolis ‘’invadirá’’ mais uma vez a Zona Sul da cidade. A azul e branca de Nilópolis realiza o seu habitual desfile na Avenida Atlântica, Copacabana. Todos os componentes da Deusa da Passarela participam do cortejo. A concentração está marcada para as 14h, em frente ao Posto 6, e o ensaio vai até o Posto 3. Desta vez ele terá um caráter um pouco diferente dos últimos anos. A Beija-Flor será a quinta escola a desfilar no domingo de folia e contará na Avenida um enredo em homenagem aos seus 70 anos de história.

    Liesa abre venda presencial de ingressos para o desfile das campeãs

      sambodromo2017 11Na quinta-feira, a partir das 10h, na Rua Salvador de Sá (atrás do Setor 11 da Passarela do Samba), começa a venda de ingressos para o Sábado das Campeãs, sem ser por cartão de crédito. A comercialização acontece no estande Bradesco/Liesa.

      VENDA DE CADEIRAS INDIVIDUAIS PARA O DESFILE DAS CAMPEÃS

      Também na quinta-feira, das 9h às 10h (horário de Brasília), será realizada a venda/reserva de ingressos das cadeiras individuais do setor 12, para o Sábado das Campeãs, com valores variando entre R$ 70 (meia entrada) e R$ 140 (inteira). A venda é exclusiva para a região metropolitana do Rio de Janeiro, com a Liesa repetindo o sistema de venda através de linhas telefônicas. Cada comprador pode adquirir até quatro ingressos. O pagamento dos ingressos, somente em dinheiro, será feito dia 8 de fevereiro, sexta-feira, das 10h às 16h, na Central Liesa de Atendimento e Vendas (Rua da Alfândega, 25 – lojas B e C, no Centro do Rio).

      Veja como é fácil efetuar a compra:

      # ligue para o número de telefone indicado (3032-0012);

      # no atendimento será solicitado o número do CPF do interessado/tenha-o em mãos;

      # após a validação do número do CPF, é solicitado ao comprador a quantidade de ingressos desejados, de um até o máximo de quatro. Se desejar adquirir ingresso de meia-entrada, o comprador deverá informar esse desejo, lembrando que terá direito a adquirir apenas 1 (um) ingresso pessoal e intransferível.

      ATENÇÃO: quando do pagamento, não será permitida a substituição do ingresso reservado com valor integral por ingresso de meia-entrada.

      # confirmada(s) a(s) quantidade(s) desejada(s), será fornecido ao comprador uma senha individual e o comprador deverá se dirigir para efetivar a pagamento dos ingressos, dia 08 de fevereiro, na Central Liesa de Atendimento, na Rua da Alfândega, 25 – lojas B / C, das 10h às 16h.

      IMPORTANTE: Somente o titular do CPF poderá efetuar a retirada dos ingressos.

      MEIA-ENTRADA: A retirada dos ingressos de meia-entrada só poderá ser efetuada pelo próprio beneficiário com a devida comprovação do respectivo direito, pois o ingresso será nominal, pessoal e intransferível.

      ATENÇÃO: Conforme determinam, e observado o disposto nas leis (Federal) nº 10.741/2003, (Estadual) nº 3.364/2000, (Estadual) 4.240/2003, (Municipal) nº 3.424/2002 e o DECRETO FEDERAL 8.537 DE 05/10/2015, a compra de meia-entrada é direito pessoal e intransferível. Por essa razão, sua aquisição deverá ter origem por meio de uma ligação específica, que irá gerar um ingresso personalizado (com nome e CPF), conforme anteriormente descrito. Cabe registrar que os portadores de ingressos de meia-entrada deverão dirigir-se às roletas de acesso existentes nos setores 08 (lado par) e 09 (lado ímpar), onde funcionários especialmente designados farão a conferência do ingresso com a documentação do portador, quando de seu acesso à Passarela.

      ATENÇÃO: Nos dias de Desfiles os funcionários das roletas, especialmente designados, nos setores 08 / lado par e 09 / lado impar, farão a conferência da identificação do ingresso de meia-entrada com a documentação do portador, quando do seu ingresso à Passarela.

      Outras Informações:
      Central LIESA de Atendimento e Vendas
      Rua da Alfândega, 25 – lojas B e C, Centro do Rio
      Tel: (21) 2233-8151

      Gabriel David diz que escolas vão decidir fazer ou não ensaio técnico e que Liesa sempre arcou com custos

        beijaflor gravacao2019 19Filho de Anísio Abraão David, patrono da Beija-Flor, o jovem Gabriel David, integrante do conselho da escola, está cada vez mais ativo nos assuntos relacionados ao carnaval. Na noite desta segunda-feira, ele participou do programa Bar Apoteose, da TV Paticumbum, e comentou a possibilidade do retorno dos ensaios técnicos no Sambódromo para o Carnaval 2019.

        “Do ponto de vista técnico, eu não acho uma coisa tão importante. Tem outras formas que saem mais barato e você tem a mesma percepção técnica. Mas do ponto de vista que o carnaval é uma festa cultural, que da voz ao povo, o ensaio técnico não pode deixar de acontecer. Precisa acontecer. O que existe na realidade é que por conta do pouco tempo e da crise a Liga vai pontuar para todas escolas quais vão querer ou não fazer os ensaios”, disse Gabriel David.

        Segundo ele, a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) desistiu de arcar com os custos dos ensaios técnicos e a responsabilidade ficou com as escolas de samba.

        samba final beija 5“A Liesa sempre arcou com os custos dos ensaios técnicos, deu dinheiro para escolas e ela parou de fazer isso. Ela não previu os problemas que poderiam acontecer e que vieram acontecer. Não se preparou e não preparou as escolas. É equivocado colocar a culpa nas escolas. Na verdade, a culpa é da Liesa. É muito fácil como Beija-Flor falar que vou para o ensaio técnico, mas como Império Serrano pode significar uma ala a menos ou a mais na Avenida. A Liga não tem visão de futuro. Não sabe onde aquilo vai. Não tem planejamento. Não é dinâmica. Lá é tudo muito devagar. Se o prefeito da uma declaração esculachando o carnaval, a Liga tem obrigação de ir lá e responder. A gestão das escolas também tem sua parcela de culpa. “.

        Limpeza do Canal do Mangue previne alagamentos no Sambódromo

          tapa buracoA Fundação Rio-Águas iniciou a limpeza do Canal do Mangue e do Rio Papa-Couve, próximos ao Sambódromo, para prevenir alagamentos durante os desfiles no carnaval, que este ano será em março. No total, estima-se que 1.150 metros cúbicos de sedimentos sejam retirados na extensão de 8,5 quilômetros do canal e sua foz, que interferem diretamente no escoamento dos ralos, o que evitará o transbordamento do curso d’água no entorno da passarela Marquês de Sapucaí. O trabalho será feito por 18 funcionários da Prefeitura, que utilizarão oito equipamentos, dentre eles uma escavadeira hidráulica, uma retroescavadeira e seis caminhões basculantes.

          No Canal do Mangue os serviços seguem até o final de fevereiro. Será executada a dragagem do canal, no trecho entre o monumento Zumbi dos Palmares até a altura da sede da Cedae, na Avenida Presidente Vargas. O Rio Papa-Couve receberá limpeza manual da Avenida Presidente Vargas até a entrada da Avenida do Sambódromo, desassoreando toda galeria. Neste trecho, os trabalhos serão finalizados na primeira quinzena do mesmo mês.

          Sambódromo recebe Operação Tapa-Buraco

          A Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente (Seconserma) também já iniciou os preparativos da cidade para o carnaval. Ontem, técnicos trabalharam na manutenção da pista da Avenida Marquês de Sapucaí. Foram desobstruídos ralos e aplicadas quatro toneladas de asfalto na Operação Tapa-Buraco da Passarela Professor Darcy Ribeiro, nome oficial da avenida.