A Unidos de Vila Isabel informa que o ensaio de rua que aconteceria na noite desta quinta-feira, dia 07 de fevereiro, foi cancelado em virtude das fortes chuvas e o estágio de atenção decretado na cidade do Rio de Janeiro. A agremiação se compadece com as vítimas fatais e a população direta e indiretamente afetada com o temporal. O ensaio de rua no Boulevard 28 de setembro retorna normalmente na próxima semana, dia 14 de fevereiro.
Vila Isabel cancela ensaio de rua desta quinta-feira
Série Barracões: Sossego promete fazer seu maior carnaval na Série A
Por Diogo Cesar Sampaio
A Acadêmicos do Sossego surpreendeu a muitos em sua chegada a Série A em 2017. Ao apresentar um desfile em homenagem à atriz Zezé Motta, a escola do Largo da Batalha, em Niterói, conseguiu assegurar sua permanência no grupo, além de ter deixado um belo cartão de visitas. Porém, no carnaval seguinte, após enfrentar graves problemas nos bastidores para 2018, a agremiação fez um desfile muito aquém do apresentado no ano anterior, e teve como consequência, o último lugar na apuração. No entanto, a escola acabou escapando do descenso após decisão da Lierj em cancelar o rebaixamento, devido à virada de mesa no Grupo Especial.
Com uma segunda chance em mãos, o Sossego buscou reforços, mexeu em sua equipe, e apostou em jovens promessas para não repetir os erros de 2018. Entre os nomes está o do carnavalesco Leandro Valente, que estreou na função no Porto da Pedra em 2013, mas que chamou atenção nos últimos anos pelos seus mais recentes trabalhos na Tradição. Em entrevista a reportagem do CARNAVALESCO, o presidente da agremiação, Wallace Palhares, comentou a chegada do artista e de outros nomes a azul e branca de Niterói.
“O Leandro Valente é um carnavalesco maravilhoso. Ajudou demais a escola. Ideias incríveis. Um carnavalesco que trabalha em qualquer tipo de situação, a gente é muito grato por tudo que ele está fazendo. Ele está em casa, e sabe disso. O Sossego hoje, não só a presidência, acredita muito que tanto ele, como também o Guto, nosso intérprete, vão decolar. É isso que desejo para eles, que sejam reconhecidos merecidamente, até porque estão fazendo um belíssimo carnaval”, declarou Wallace.
Sobre o enredo de 2019 “Não se meta com a minha fé, acredito em quem quiser”, o presidente da Sossego afirma ter sido concebido em conjunto, pela presidência, direção e carnavalesco. Wallace ainda resalta a importância da temática e diz o que mais chama sua atenção nela.
“O enredo foi uma proposta em grupo. A gente já estava com essa ideia mesmo. Sempre temos a ideia de o Sossego mexer também um pouco com as questões sociais, com as questões individuais, a fé de cada um… A gente vive em um país laico e queremos cada vez mais dar um grito de liberdade religiosa. Queremos acreditar em quem a gente quiser, e sem sofrer interferência por isso. E o que mais me impressiona nesse enredo é que, mesmo sendo um tema já bem batido falar sobre as religiões de matriz africana no carnaval, você sempre tem gente para poder tacar pedra. Um país formado em sua maioria por negros, com uma cultura rica, e a gente sofre esse tipo de preconceito. Sempre tem uma gracinha ou alguma indireta sobre alguma coisa contra as religiões de matriz africana. Falam que é macumba, tratam de uma maneira pejorativa. Então temos de lidar ainda com essa dor de cabeça, por incrível que pareça”, afirmou.
O presidente da agremiação contou como a escola lidou com os erros do desfile de 2018, e a posição ingrata que terminou a última apuração. Ele falou também sobre como a criatividade é fundamental, ainda mais em um momento de forte crise que o carnaval carioca enfrenta, com atrasos e cortes de verba, além da total falta de apoio dos órgãos públicos da cidade do Rio à festa.
“O grande trunfo da Sossego é a comunidade que está mordida. Todo mundo da comunidade sabe o quanto foi difícil colocar o carnaval passado na rua. Nós tivemos também um corte de verba no meio do jogo, tivemos problemas com ateliê, com fantasia, com fornecedor, com o carnavalesco… E esse ano mexemos em tudo, reparamos todos os erros do carnaval anterior, trabalhamos em cima disso, para não repetir as mesmas falhas. Nós encontramos força em tudo que a gente sofreu no ano que passou, para poder dar a volta por cima. Desde março estamos trabalhando, buscando materiais alternativos. Nosso abre-alas é todo feito em copinhos reciclados de café, usamos a pintura por cima. Então a gente está respirando o carnaval, de fato, em sua essência”, garantiu.
Entretanto, apesar da crise, o Sossego promete fazer seu maior carnaval na Série A até agora. Com carros maiores e mais volumosos, a escola pretende causar um impacto visual. Para isso, recorrerá também a efeitos de Parintins em suas esculturas. Quanto aos números, o abre-alas, apesar de não ser acoplado, chegará a mais de 25 metros de comprimento. Já no quesito altura, chama atenção a escultura principal do segundo carro, que representa o santo católico não canonizado Jesús Malverde, que chega a medir mais de 11 metros e contará com movimentações.
“O Sossego vem se estruturando. É complicado você chegar da Intendente de Magalhães. Até você ganhar uma estrutura leva tempo. Diferente das escolas que estão há mais tempo na Série A e já conseguiram chassis, a gente ainda está procurando se estruturar. Mais uma vez conseguimos chassis novos, estruturamos e colocamos o carnaval mais para cima (se referindo à altura dos carros e das esculturas para o próximo desfile). O que mais dificulta é isso, ainda mais em um ano de corte. Mas nós nos programamos cedo, começamos o carnaval em março e penamos. Trabalhamos muito para poder colocar na rua um carnaval com maior grandiosidade. Todas as alegorias tem movimento. A gente até brinca que no carnaval do Sossego é o Festival de Parintins, tudo tem que se mexer. Embora o terceiro carro ainda não tenha um movimento, eu já estou atiçando a equipe de Parintins para colocar movimento nele”, disse Wallace.
E esse maior investimento em estrutura, em plena crise do carnaval, só pode ser possível também graças ao apoio recebido pela escola da prefeitura de Niterói. A administração do município, através da Neltur, foi responsável por dar um aporte financeiro de 4 milhões de reais para as agremiações da cidade, sendo desse total R$ 500 mil destinados para o Sossego.
“A verba que a Sossego recebeu da Prefeitura de Niterói faz uma diferença. A situação poderia estar melhor se a Prefeitura do Rio não fizesse esse corte covarde, e sempre no meio do jogo. A gente começa a fazer carnaval e é surpreendido já quase no fim dos preparativos de que ia ter corte. A ajuda da Prefeitura de Niterói é muito bem vinda, o governo da cidade está visando fortalecer cada vez mais as escolas que vem de lá para o Rio, para poder honrar o nome de Niterói, e eu só tenho a agradecer”, assegurou.
Polêmica com escultura
Na semana passada, a Acadêmicos do Sossego se viu envolvida em uma polêmica, após o vazamento de uma foto de uma das esculturas que a agremiação levará para o desfile de 2019. Na escultura é representada a figura de um demônio com a cara do prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB). Após a rápida repercussão nas redes sociais, a escola emitiu uma nota negando qualquer intenção de retratar o prefeito, apesar da semelhança.
Durante a visita ao barracão da agremiação pela reportagem do CARNAVALESCO, novamente, o presidente Wallace Palhares rechaçou a ideia de que a escola tinha a pretensão de retratar Crivella como um diabo.
“Peço perdão pela maneira de falar, o tom meio jocoso, mas eu até costumo falar para o pessoal do barracão, quem tem medo de cagar não come. Carnaval é liberdade poética. É para botar a cara mesmo, falar das mazelas da sociedade, do descaso dos governantes… Eu não mandei fazer Crivella. As pessoas estão associando… Se ficou parecido lamento muito, tenho muito pesar”, disse o presidente.
Wallace ainda garantiu que a Sossego já está preparada caso seja judicialmente impedida de desfilar com a escultura de Crivella como demônio. Apesar de não revelá-lo, o presidente garante que há um “plano B”:
“A escola tem um plano B sim. A gente pensa em tudo. Se a escola for proibida de levar a escultura para a avenida, mesmo que a ela não seja uma representação do prefeito propriamente, a escola está preparada para isso”, falou.
Entenda o desfile
A Sossego levará para Sapucaí em 2019 cerca de 1800 componentes, divididos em 22 alas e 4 carros alegóricos. O presidente da escola destrinchou um pouco do que será apresentado em cada setor do desfile.
Setor 1: “O primeiro setor a gente vem falando da razão e da emoção, ambas no âmbito da fé. A primeira alegoria é um barco da humanidade, numa menção de que todos nós estamos no mesmo barco, seguindo a mesma direção, não importa a sua religião”.
Setor 2: “No segundo carro, e no segundo setor como um todo, a gente faz uma alusão ao narrador do enredo. É um enredo que é até bem diferente, que não traz um protagonista, mas sim um narrador que é o Jesús Malverde. Um personagem um pouco polêmico, um santo não reconhecido pela Igreja Católica, que é saudado pelos narcotraficantes do México. Sendo assim, a gente traz o seguinte questionamento: Jesus Cristo é também saudado por vários traficantes, como São Jorge também é, e as pessoas tem fé mesmo assim. A gente quer isso: a liberdade religiosa”.
Setor 3: “Logo na terceira alegoria trazemos o templo do “Budalorixá”. A gente faz uma brincadeira do que seria a religião do brasileiro. Um país onde a maioria se diz católico, mas tem um Buda ou uma Shiva dentro de casa, ascende um incenso, e quando aperta a situação vai a um terreiro de Umbanda ou de Candomblé”.
Setor 4: “No último setor a gente traz na última alegoria o que seria um terreiro quebrado e um anjo. Um anjo que seria do mal, que aponta para os outros, que critica a religião do próximo, que alega que só a dele que está certa, que a verdade dele é absoluta… A gente traz essa reflexão no último setor. Carrascos da fé, colonizadores com embarcações chegando para catequizar o índio, forçando a esses nativos a adotarem uma fé que não é dele. A gente retrata tudo isso nesse último setor, fechando o desfile”.
Beija-Flor faz festa com todos os intérpretes neste sábado
A ala de compositores da Beija-Flor de Nilópolis realiza uma grande festa nesta sexta-feira, dia 8 de fevereiro, a partir das 22h. A agremiação da Baixada Fluminense receberá todos intérpretes do Grupo Especial na ‘’Noite dos Campeões de Samba-Enredo’’. Além da apresentação de cada cantor da elite do carnaval carioca acompanhado pela bateria da azul e branca, o evento ainda conta com um show do Cordão da Bola Preta. A quadra da escola fica na rua Pracinha Wallace Paes Leme, 1025, em Nilópolis. O ingresso custa R$ 15.
Serviço:
Noite dos Campeões de Samba-Enredo
Sexta-feira, dia 08 de fevereiro
Local: Quadra da Beija-Flor – Rua Pracinha Wallace Paes Leme, 1025, Nilópolis
Horário: 22h
Atrações: Todos os intérpretes do Grupo Especial e Cordão da Bola Preta
Entrada: R$ 15
Portela vai ocupar Museu de Arte do Rio com atividades culturais neste sábado
O Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, abrigará, neste sábado, um dia inteiro de atividades com a Portela. A programação, que começa às 9h30, inclui debate, sessão de autógrafos, oficina de percussão, exibição de filmes e roda de samba. A entrada é gratuita.
A abertura do MAR de Oswaldo Cruz e Madureira, como o evento foi batizado, reunirá em um debate o presidente Luis Carlos Magalhães, a carnavalesca Rosa Magalhães, o escritor Vagner Fernandes e o presidente do Conselho Deliberativo e membro da comissão de Carnaval da agremiação, Fabio Pavão. O tema será o enredo de 2019, que homenageia a eterna cantora Clara Nunes.
Parceria entre o Departamento Cultural da agremiação e a Secretaria Municipal de Cultura, a ocupação portelense no MAR vai terminar com uma grande roda comandada pelo grupo Samba dos Crias, formado por integrantes da Portela, nos pilotis do prédio.
Mais do que uma celebração da história, dos sambas e dos grandes nomes da Portela, o evento servirá também para que o público conheça um pouco mais dos projetos sociais e culturais mantidos pela maior campeã do carnaval carioca.
O Museu de Arte do Rio (MAR) fica na Praça Mauá 5. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3031-2741.
Confira a programação completa:
9h30– Debate sobre o enredo com Luis Carlos Magalhães, Rosa Magalhães, Vagner Fernandes e Fábio Pavão
Local: Pavilhão de exposições
10h30– Lançamento e sessão de autógrafos do livro “E Vai Rolar a Festa…”, de Rosa Magalhães
Local: Pavilhão de exposições
11h– Visita mediada à exposição “O Rio do samba: resistência e reinvenção”
Local: Pavilhão de exposições
12h às 14h – Intervalo
14h– Visita mediada à exposição “O Rio do samba: resistência e reinvenção”.
Local: Pavilhão de exposições
14h30– CineSamba – Serão exibidos os filmes do projeto Por Telas e o documentário originado a partir da criação do Perímetro Cultural de Oswaldo Cruz
Local: Auditório
14h30– Oficina de surdo com integrantes do Samba dos Crias (é necessário inscrição prévia)
Local: Auditório
15h30– Debate com a produtora Cecília Rabello, idealizadora do Por Telas, vereador Reimont e o diretor cultural da Portela, Rogério Rodrigues, um dos idealizadores do projeto do Perímetro Cultural
Local: Auditório
16h30– Encerramento com a roda Samba dos Crias
Local: Pilotis
Beija-Flor dá o tom nas feijoadas carnavalescas do Windsor Barra
Os tamborins da Rede Windsor começam a esquentar o carnaval 2019 a partir do próximo dia 09 de fevereiro, quando acontece a já tradicional feijoada pré-carnavalesca do Windsor Barra. Neste ano, o evento traz pela primeira vez a participação especial da Escola de Samba Beija-Flor. Atual campeã do carnaval carioca e detentora de 14 títulos na Sapucaí, a escola também já está confirmada para a feijoada carnavalesca do hotel, no dia 02 de março.
Como atrações principais, a escola de samba, que está comemorando seus 70 anos, trará vários destaques. Entre eles a rainha da bateria Raíssa Oliveira, a musa da escola Charlene Costa, além do intérprete Nego Lindo e do mestre de bateria Rodney. Exclusivamente na feijoada pré-carnavalesca teremos a presença especial da Selminha Sorriso e Claudinho (1º casal de mestre sala e porta bandeira).
As surpresas, no entanto, não param por aí. A celebração, que promete durar das 13h às 19h, contará com a Roda de Samba Prefácio, o Bloco Carnavalesco Cordão da Bola Preta, além de uma exposição de fantasias da Beija-Flor e um DJ que animará a festa entre os intervalos das atrações. Os foliões se surpreenderão ainda com uma decoração especial, produzida pela decoradora Patrícia Zimermann, e contarão também com um Kid’s Club, customização de camisetas, espaço para make up e massagem relaxante entre um samba e outro.
O Bloco de Carnaval Cordão da Bola Preta, promete ainda transportar os foliões do Windsor Barra para o melhor carnaval raiz do Rio de Janeiro, com marchinhas e samba enredos campeões que ainda tocam forte os corações e mexem com as lembranças dos amantes da festa.
Dentro do salão, outro destaque será o já renomado Buffet de Feijoada completo, um dos carros-chefes da gastronomia da Rede Windsor, acompanhado de uma mesa variada de sobremesas e caipirinhas de vários sabores.
“As nossas feijoadas carnavalescas fazem parte do calendário da cidade durante a folia. Já são muitos anos nos quais ajudamos a abrir as comemorações com a feijoada pré-carnavalesca e a feijoada oficial do carnaval do Windsor Barra. Uma das coisas que mais atrai nossos foliões é o ambiente familiar e alegre, além da culinária de alto nível e da fartura bem própria do Carnaval. Temos um público fiel de famílias inteiras que sempre nos dão a honra de se divertir nos nossos eventos carnavalescos. Além, é claro, dos turistas que já chegam no Rio sabendo do sucesso das nossas feijoadas”, afirma Kátia Araújo, gerente de eventos da Windsor Hoteis.
Mais informações e reservas em: http://windsorhoteis.com/
Serviço
Windsor Barra Hotel
Av. Lúcio Costa, 2630, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – RJ.
+55 (21) 2195-5000
[email protected]
Feijoada Pré-Carnavalesca
Dia 09/02 das 13h00 às 19h00
Preço: 350,00
Feijoada Carnavalesca
Dia 02/03 das 13h00 às 19h00
Preço: 430,00
Reservas
Telefone: (21) 2195-5000
[email protected]
Parcelamento em até 3x sem juros no cartão de crédito. Pagamento em cartão, dinheiro ou depósito bancário. Crianças de 06 a 10 anos de idade pagam 50% do valor individual. Crianças a partir de 11 anos de idade pagam valor integral.
Menu
FEIJOADA COMPLETA: Carne seca, costela, lombo, paio, linguiça, pé, orelha, rabinho, língua.
ESTAÇÃO DE CALDO DE FEIJÃO: Torresmo picadinho, cebolinha e salsinha, molho de pimenta.
ESTAÇÃO DE QUENTES: Linguiça aperitiva, costelinha aperitiva, pastel de queijo, broa de fubá com recheio de carne seca e queijo coalho, bolinho de aipim, frango grelhado, legumes ao vapor e fettuccine com alho e óleo.
ESTAÇÃO DE FRIOS: Alface, tomate, palmito, cenoura com passas, queijo coalho com azeitona e orégano, salada russa, caponata de berinjela, beterraba com laranja.
SELEÇÃO DE BEBIDAS: Cerveja nacional, refrigerantes, água, batidas, caipirinhas diversas e capiroska.
SOBREMESAS: Pudim de clara, pudim de leite, quindim, manjar branco, doce de leite, doce de banana, canjica, arroz doce, cuscuz, ambrósia, maria mole, bolo de milho, bolo de aipim, cocada preta, cocada branca, pé de moleque, frutas frescas fatiadas, além de tortas de limão e chocolate.
Estacionamento: Estacionamento disponível no local, sujeito à disponibilidade.
Série Barracões: Mauro Quintaes revela que Dragões da Real terá uma cara nova no desfile de 2019
Por Matheus Mattos
Vice-campeã do carnaval de 2017 e uma das favoritas para 2019, a Dragões da Real
recebeu a reportagem do CARNAVALESCO no barracão para contar mais detalhes
sobre o enredo: “A Invenção do Tempo. Uma Odisseia em 65 Minutos”. O experiente
carnavalesco Mauro Quintaes afirma que o tema trabalhado proporciona uma estética
nova para agremiação.
“A proposta da Dragões para esse carnaval era mudar um pouco a cara, não pejorativamente falando, mas a escola sempre teve uma pegada mais infantil, com
desenhos mais leves, talvez, a palavra certa seria densa. A estética da Dragões não
era muito densa. Eu trago para escola uma leitura mais realista, o fã da Dragões vai
entender que mudou um pouco. A gente até brinca que a escola faz 18 anos e é como
se ela tivesse adquirindo a sua maturidade. Eu espero que a gente possa agradar e
ser premiado”.
Contratado recentemente, Mauro revela que já tinha pensado e desenvolvido um
enredo, mas durante a reunião com os dirigentes se sentiu atraído por um dos temas
propostos, o mesmo que foi escolhido.
“Quando eu cheguei na Dragões tivemos uma reunião onde cada um trouxe o seu
enredo. Eu tinha um em mente muito bom, os diretores da escola também tiveram
ótimas ideias e o Chico, nosso Diretor de Marketing, trouxe um enredo sobre o tempo.
O tema foi muito bem aceito, achei legal também, criamos um texto, montamos um
corpo e trabalhamos em cima disso”.
O carnavalesco confessa também que o processo de pesquisa foi bem extenso e que
se sentiu surpreendido da forma como o ser humano é dependente da hora.
“A gente está tão envolvido com o tempo que não percebemos o quanto ele pode ser
prejudicial. Essa coisa de ter um horário pra acordar, uma hora pra almoçar, isso se
repete o dia todo e às vezes estende isso pro final de semana, onde deveria ser um
espaço pra lazer. Evidente que nem todo mundo é assim, eu por exemplo acordo tarde, chego tarde aqui no barracão, vou embora mais tarde ainda. Eu nunca deixo faltar nada em termos de produtividade mas horário não é o meu forte. Eu vejo que tem pessoas que é sufocada pelo tempo, se vê obrigado a almoçar tal hora, acordar tal hora, e isso me deixou um pouco angustiado”.
O desfile será dividido em cinco setores, onde cada parte traz diferentes características artísticas. Dentre elas, Mauro acredita que o terceiro setor será o ponto alto da Dragões da Real.
“Eu gosto muito porque é o setor mais popular, que nisso aí o meu amigo Paulo Barros é mestre. Ele entende que o telespectador precisa ter uma leitura imediata da coisa,
ele tem que bater o olho e dizer ‘olha ali o fulano, olha o Batman, olha o super-homem’, como o desfile é muito dinâmico você não tem tempo pra pensar, ele vai passando e você tem que entender. Por isso eu acho que o carro três representa esse tipo de leitura, você vai ter personagens, vai ter momentos onde qualquer um vai poder identificar, sendo ele bem informado ou não”.
Dragões da Real está com barracão praticamente finalizado
Diante de um cenário de dificuldades financeiras, prazos curtíssimos e difícil procura
de bons profissionais, a escola de samba tricolor surpreende pela organização. O
carnavalesco Mauro Quintaes adianta o cronograma do barracão e ateliês de
fantasias.
“Nós estamos em Janeiro né, das cinco alegorias eu tenho três já embaladas. Estou terminando a forração do abre-alas e estou construindo o carro dois. O nosso tripé da comissão de frente também está pronto, tem detalhes que só vou fazer lá na frente. Em questão das fantasias, 70% já estão fechadas, tenho uma equipe que cuida exclusivamente disso, que é o Ronny Potolski e o Danilo Dantas, eles tem essa responsabilidade de visitar ateliê, vê as necessidades de material, etc. Então estamos muito tranquilos em relação a isso. Posso afirmar que mais de 75% do carnaval já está pronto”.
Diante de todos os assuntos revelados, cria-se uma expectativa muito forte na
agremiação. Sobre isso, Mauro diz:
“A expectativa sempre atrapalha. Quando você gera uma grande expectativa e ela está um décimo abaixo do esperado, você já decepciona. Eu não me preocupo com isso, a direção da escola também não se preocupa com isso. O presidente Tomate deixa claro que classificação não é o mais importante, importante é você construir um bom trabalho, gerar tranquilidade, gerar economia pra escola e dar o retorno que o público e o componente estão esperando”.
Carnavalesco acredita que julgamento do carnaval de São Paulo é peculiar
Mauro defende que o jurado precisa ter “bom senso” antes de avaliar o quesito e que
pequenos defeitos não podem atrapalhar negativamente a estrutura ou influenciar o
critério sobre o restante do desfile.
“Eu acho que o resultado positivo no carnaval de São Paulo depende de uma série de
fatores, o julgamento daqui precisa ser estudado porque é muito peculiar, alguns
pontos avaliados que nem são tão importantes artisticamente falando. Falta um bom
senso do jurado em olhar um espelhinho caído numa alegoria imensa e avaliar que aquilo não irá atrapalhar em nada. Eu tiro como exemplo o tempo que fiquei na Peruche onde eu entrei com vários problemas nas alegorias, mas a forma estava muito bonita, o julgador colocou na súmula ‘apesar de pequenos problemas a plástica merece 10’. Acho quando se tem uma plástica forte ela supera esse rigor no julgamento. Fora isso acredito que São Paulo está numa projeção muito boa, porém afirmo que não existe nenhuma comparação com o carnaval de São Paulo e com o do Rio, são coisas totalmente diferentes, duas festas com espaços diferentes de apresentação, com estética diferente”.
Conheça o desfile da Dragões da Real
1° SETOR
“A gente abre com um convite ao espectador a entrar na mecânica do tempo, o nosso abre-alas é a mecânica de um relógio. É como se tivéssemos trazendo o folião pra dentro dessa máquina com a presença da figura do Deus Cronos. Em cada setor do desfile da Dragões eu to trabalhando com uma estética diferenciada. Trabalho com steampunk na abertura”.
2° SETOR
“No segundo setor eu falo das invenções que foram feitas para que se pudesse contar
o tempo, então eu trago as máquinas, as ampulhetas, relógio, tudo aquilo que foi criado para que o homem pudesse controlar o tempo”.
3° SETOR
“No carro três eu falo do grande anseio da comunidade em querer manipular o tempo, passado, presente e futuro, a máquina do tempo pra ser mais objetivo. Aqui eu trago uma leitura mais POP, trago uma máquina do tempo mais popular e trago esse
elemento em cada continente do mundo, como se o componente estivesse viajando pelo mundo. Uma coisa que foi muito difícil porque o carro alegórico tem 20 metros, mas a gente conseguiu com sucesso. Então esse vai ser o setor de leitura imediata, temos a figura do Einstein, guerreiros medievais, Indonésia, e sempre com a parte teatral, que é uma figura da Dragões há muito tempo.
4° SETOR
“Depois eu falo do homem sendo escravizado pelo tempo, que é entre aspas uma parte mais dramática, ‘somos escravos da hora’ o samba pontua muito bem, e aí eu trago o carro baseado na estética do filme Metrópolis, onde o Fritz Lang foi um visionário e aí eu achei por bem trazer essa estética dos personagens, esse setor tem mais a cara dos anos 20.
5° SETOR
“Eu fecho com tempo mais importante pra nós que trabalhamos com carnaval, que são os nossos 65 minutos. Tudo aquilo que é visto antes, tudo que se passa anteriormente vai se resumir no mais importante tempo que a gente ta levando. Então a síntese de todo esse trabalho de um ano ta ali nesse pequeno espaço de tempo pra ser
mostrada, e dali sim tira-se a conclusão de que se ela vai ser coroada com sucesso ou não. Então eu tenho nesse enredo que o tempo mais importante pra nós que fazemos carnaval são os nossos 65 minutos”.
Ficha técnica
2.700 Componentes
21 alas
5 alegorias
1 tripé de Comissão de Frente
230 Ritmistas
65 baianas
História do carnavalesco Mauro Quintaes
“Eu entrei no carnaval pelas mãos do Max Lopes, que era amigo pessoal do meu
pai. Na época eu era funcionário do metrô do Rio de Janeiro, saia todo dia às 17h. Eu
já era projetista nível 1, passava no barracão da Vila Isabel todo dia e como os
funcionários da época não tinham um nível universitário, eu acabei me destacando
porque já cursava arquitetura.
Foi assim que eu entrei na equipe do Max e fiquei nove anos trabalhando com ele. Houve alguns desentendimentos dentro da Viradouro, escola na qual estávamos trabalhando, e o Max acabou saindo e eu fiquei pra trabalhar junto ao Joãosinho 30, ano em que chegamos a um 3° lugar. Em seguida resolvi trilhar uma carreira só, e pude assinar o meu primeiro carnaval no Grupo Especial com a Caprichosos do Pilares e no mesmo ano estava realizando um trabalho paralelo em uma escola do Grupo 3, que na época ninguém conhecia que era a Porto da Pedra.
Na época as escolas do Especial podiam convidar agremiações dos níveis abaixo para compor o Grupo de Acesso, fizemos um belo carnaval e subimos. Em menos de um ano saímos do grupo três e chegamos no Grupo Especial com a Porto da Pedra. Após isso fiquei quatro anos no Salgueiro, voltei pra Viradouro, passei também pela Mocidade Independente de Padre Miguel, Rocinha, São Clemente, Mangueira, Império Serrano e Unidos da Tijuca no Rio de Janeiro.
Passei também por algumas escolas de São Paulo, como a Tom Maior e Peruche. Após o desfile do Martinho da Vila na Peruche, eu recebi bastantes convites de escolas do Grupo Especial de São Paulo e acabei fazendo a opção pela Dragões da Real, que é uma escola diferenciada em termos de estrutura, organização e retidão no pagamento, desde o faxineiro até o carnavalesco. Optei por só ficar em São Paulo porque acredito que é um mercado bom a ser explorado”.
Projeto de lei na Câmara garante reconhecimento das escolas de samba pelo Estado brasileiro
Foi protocolado na última segunda-feira, na Câmara dos Deputados, Projeto de Lei que faz com que o Estado brasileiro reconheça as escolas de samba como “manifestação da cultura nacional”, exigindo que o Poder Público garanta a livre atividade das entidades e a realização de seus desfiles carnavalescos. É o Projeto de Lei 256/19, de autoria da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). A autora ressalta a importância artística, cultural e social das escolas de samba.
“O Carnaval é uma manifestação que celebra a diversidade da cultura brasileira”, lembra a parlamentar. Segundo a justificativa do Projeto de Lei, os desfiles de escola de samba consolidaram os espaços de afirmação da cultura negra e também do protagonismo das classes populares.
A matéria destaca ainda a relevância da cadeia produtiva do carnaval para a economia brasileira. “As escolas de samba são de inegável importância cultural e social, mas também econômica. São milhares de empregos gerados nas oficinas dos barracões, nos ateliês de costura, no segmento de música e sonorização, entre tantos outros, refletindo também no comércio, na hotelaria e no conjunto do setor de serviços”, destaca Maria do Rosário.
Apenas em 2018, o Brasil recebeu cerca 400 mil turistas internacionais e teve movimentação de 10,69 milhões de viajantes internos, gerando R$ 11,14 bilhões para a nossa economia. O Projeto de Lei 256/19 terá a sua tramitação definida pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
Você pode conferir a íntegra do projeto no link: https://bit.ly/2WM8Gg4
Exposição celebra o legado e a carreira da carnavalesca Rosa Magalhães
O projeto multi-plataforma Carnavalize inaugura dia 8 de fevereiro, a partir das 17 horas, a exposição “Uma delirante celebração carnavalesca: o legado de Rosa Magalhães” que homenageia uma das mais importantes carnavalescas da história das escolas de samba. Reunindo um time diverso de artistas das mais diferentes áreas, entre o carnaval e as artes institucionalizadas, que pensam a importância e a personalidade do universo artístico construindo pela carnavalesca em seus desfiles ao longo de mais de trinta anos de carreira.
Com curadoria do pesquisador e escritor Leonardo Antan, a mostra conta com mais de trinta artistas confirmados, entre carnavalescos e profissionais das escolas de samba, assim como artistas plásticos e fotógrafos do universo contemporâneo das artes visuais, que dialogam em tornos de núcleos temáticos que exploram a poética artística da homenageada.
Os convidados realizam diversas releituras do universo de Rosa Magalhães, marcando a importância e reverberação de seu trabalho no universo da folia por várias gerações. Entre os carnavalescos, se destacam nomes como Jorge Silveira e Jack Vasconcelos que produzem objetos inéditos para a exposição. Já nas artes plásticas, do time de artistas plásticos, nome consagrados como Leila Danziguer e Thiago Santana mostrarão as obras “Balangandãs” e “Refino”, que dialogam sobre a História do Brasil.
O carnavalesco Fernando Pamplona, responsável por levar a artista ao carnaval, também será homenageado pela exposição, um desenho de sua autoria para um enredo do Salgueiro em 1990 está entre a lista de obras. Completam o time extenso, profissionais que trabalharam com a homenageada em diversas funções, como aderecistas, figurinistas e projetistas, além do coreógrafo Fábio de Mello, responsável por marcantes Comissões de Frente na década de 1990, e de Lícia Lacerda, com quem Rosa dividiu a assinatura dos seus desfiles na década de 1980. Por fim, um último destaque da mostra será a exibição de figurinos da Portela para o carnaval deste ano, dentro do enredo “Na moderníssima Madureira, sempre hei de ouvir cantar um sabiá”, em homenagem a Clara Nunes.
O curador acredita na importância cultural e artística do carnaval: “É vital eventos que busquem valorizar as escolas de sambas entre as instituições e os espaços artísticos, ainda mais num período de crise para os desfiles. Homenagear Rosa Magalhães fala de sua importância não só na folia, mas nas artes plásticas como um todo, visto sua atuação em diversas manifestações, como a TV, o teatro e diversas outras linguagens. Mais do que carnavalesca, ela é um dos maiores nomes em atividade da arte brasileira”, diz Leonardo que é mestrando em Artes na UERJ.
A iniciativa faz parte da proposta multi-plataforma do Carnavalize em resgatar a história da folia e presta homenagem a diversas personalidades da festa. Nos últimos anos, já foram realizados os eventos “Fernando Pinto Maravilha: um Ziriguidum tropicalista” e “O requinte que carnavalizou a história: Arlindo Rodrigues em um dia de glória”, que reuniram uma roda de conversa e uma efêmera exposição sobre dois grandes carnavalescos na Casa de Estudos Urbanos.
A exposição irá ocupar três galerias do Centro Municipal Hélio Oiticica entre os dias 8 de fevereiro e 27 de abril, contando com palestras e ativações no período. Para realizar a exposição, o grupo realizou um financiamento coletivo que contou com o apoio de apaixonados por carnaval do Brasil inteiro.
A abertura da exposição acontecerá no dia 8 de fevereiro a partir das 17 horas, reunindo os artistas da mostra e a homenageada, que aproveitará para autografar seus livros lançados pela editora NovaTerra, como o mais recente “E vai rolar a festa”, sobre seu trabalho nos espetáculo de abertura e encerramento dos Jogos Pan-americanos 2007 e as Olimpíadas de 2016.
No mesmo dia acontece também a abertura de “O rei que bordou o mundo: poéticas carnavalescas da Acadêmicos do Cubango”, que revela o processo criativo por trás do desfile que homenageou Bispo do Rosário em 2018. A mostra conta também com curadoria de Leonardo Antan.
Confira os nomes confirmados na exposição:
Alessandra Cadore, André Rodrigues; André Wonder; Andrea Vieira; Antônio Vieira; Bill Oliveira; Cláudia Laux; Divina Luján; Eduardo Fonseca; Fábio de Mello; Fernando Pamplona; Gabriel Haddad; George Maragaia; Guilherme Camilo; Herbert de Paz; Jack Vasconcelos; João Vitor Araújo; Jorge Silveira; Júlia Tavares; Leila Danziger; Lícia Lacerda; Leonardo Bora; Maria Andrea Tujillo; Mauro Leite; Osvaldo Carvalho; Penha Vieira, Rafael Gonçalves; Roberta Paiva; Rosa Magalhães; Samuel Abrantes; Sérgio Rodrigues; Thiago Avis; Thiago Santana; Thiago Santos; Thiago Ortiz; Wigder Frota; Yuri Reis
Serviço
Abertura da exposição
“Uma delirante celebração carnavalesca: o legado de Rosa Magalhães”
Dia 08/02/2018 – A partir das 17h
Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica
Rua Luís de Camões, 68 – Praça Tiradentes
Vila retoma ensaios comerciais neste sábado
A semana será especial na Unidos de Vila Isabel! Neste sábado, dia 09 de fevereiro, a partir das 22h, a azul e branca retoma os seus ensaios comerciais rumo ao Carnaval 2019. O evento conta com uma roda de samba como abertura e a apresentação de todos os segmentos da agremiação na sequência. O intérprete Tinga comanda o time de canto da Vila e entoa os grandes sambas da história da escola. A entrada custa R$ 10. Camarotes podem ser adquiridos através do telefone: (21) 2578-0077. A quadra da Vila fica no Boulevard 28 de setembro, 382.