Presidente da Liga-SP fala no ‘Entrevistão’ sobre a mudança do dia das campeãs e regulamento de 2020
Por Gustavo Lima
Paulo Sérgio Ferreira, Serginho, é o atual presidente da Liga das Escolas de Samba de
São Paulo, o gestor irá para o décimo primeiro carnaval a frente da principal entidade do carnaval paulistano, tendo seu mandato válido até julho de 2021. Ele conversou com a equipe do CARNAVALESCO para a série “Entrevistão”, e contou sobre algumas melhorias que pretende fazer na estrutura do Sambódromo do Anhembi, mas que ainda depende da privatização ou não para poder realizar. Também prevê a Fábrica do Samba I pronta no mês de outubro.
Por que a decisão de chamar a imprensa para uma plenária sobre regulamento de carnaval?
“Eu acho que a Liga está fazendo um papel não de transparência para que não fique só aqui dentro da casa, mas que realmente passe não só para os veículos de comunicação, mas também para os admiradores, o sambista que gosta do carnaval e ele tire as suas dúvidas também dentro do julgamento. De repente, ele está vendo a apuração, vem uma nota e pelo menos ele vai ter alguma noção dos critérios, das mudanças e que a escola não foi penalizada à toa, todo material que a escola pegou é o mesmo que foi para o julgador, então nós estamos falando a mesma língua. O carnaval de São Paulo está dando um pulo maior, acho que a gente realmente precisa que o carnaval seja julgado da melhor maneira possível, isso vai engrandecer bastante o espetáculo, independente da escola que vai ganhar, e a agremiação que faça o melhor carnaval seja merecedora do título”.
A Liga está em uma evolutiva, apresentando muitas propostas para o crescimento do carnaval. Já tem algumas ideias que possam melhorar ainda mais?
“Eu acho que nós precisamos manter um pouco a nossa cultura. Provavelmente, a gente vai tentar cada vez mais que não se mude critério e nem regulamento durante dois anos, mas às vezes algumas condições também de avenida fazem a gente mudar essas questões. Nós não somos donos da razão, procuramos entender o carnaval da melhor maneira possível, e essas mudanças são só feitas dentro do que acontece, dentro das modernizações, novidades e inovações que está acontecendo dentro da pista”.
Qual foi o motivo de mudar para sábado os desfiles das campeãs?
“Na realidade é uma luta imensa que a Liga está tentando há anos e conseguimos a liberação da Rede Globo. Sexta-feira para nós é um dia útil aqui na capital, toda sexta-feira é caótica, é terrível na questão do trânsito. A pessoa trabalha o dia inteiro, chega em casa tarde e muitas vezes não vai ter vontade nenhuma de ir para avenida assistir os desfiles. A mudança maior é pra que realmente a gente consiga atrair um número maior de público colocando os desfiles das campeãs no sábado”.
Na questão estrutural do Sambódromo do Anhembi, você pensa em alguma mudança ou reforma?
“Nós dependemos muito da ação de privatização ou não, ainda tem esse impasse do governo e enquanto tiver essa discussão, fica mais difícil, mas nós gostaríamos muito de mexer na iluminação do Sambódromo. É um dos sonhos nossos, e também a questão das cabines e torres de julgadores, é outro sonho nosso tirar aquelas torres de jurados. Queremos mexer na iluminação para que o espetáculo ganhe uma cara mais de show no dia dos desfiles”.
Existe algum projeto de ação popular para os preços dos ingressos?
“Na realidade nós temos há cinco anos o mesmo valor, a Liga está até subsidiando alguns valores. Nós estamos segurando os valores dos ingressos, mas os fornecedores não estão segurando os trabalhos deles . Não está previsto nenhuma ação, e só de manter o preço realmente já é um ganho para o sambista e para as pessoas que vão frequentar o Sambódromo”.
Há alguma previsão para conclusão das obras da Fábrica do Samba?
“A previsão é pra outubro, a gente tem as eleições, mas a licitação já saiu. Nós temos mais um mês para a abertura dos envelopes, é uma obra que se chegar rapidamente, se conclui em cinco meses já em 80%. A promessa é que realmente no mandato do prefeito a obra seja concluída, porque o mais difícil é ter a verba, mas o valor já está concluído”.
Terá transmissão para os desfiles do acesso e campeãs?
“Nós estamos negociando com algumas emissoras, mas se não tivermos sucesso, nós vamos fazer pelos canais da Liga. Todos estão acompanhando os ensaios técnicos nas redes sociais, estão gostando e nós vamos tentar dar uma aprimorada para que a gente tenha uma qualidade melhor no dia dos desfiles em questão de transmissão”.
Barracões: União da Ilha aposta em alegorias opulentas e desfile interativo para sonhar alto
É senso comum que o desfile de 2019 da União da Ilha merecia um resultado melhor. Mesmo assim a escola julgou ser necessário fazer uma mudança radical em seu estilo de fazer carnaval. Laíla foi contratado para ser um espécie de CEO artístico e sua principal mudança está justamente no DNA de desfiles que consagraram a escola. Ele montou uma comissão de carnaval com os experientes Fran Sérgio e Cahê Rodrigues, mesclados com os jovens Anderson Netto, Allan Barbosa, Larissa Pereira e Felipe Costa. Eles são oriundos da escola mirim Cavalinhos Marinhos da Ilha. E o recado que será dado na avenida é cristalino: esqueçam as características estéticas históricas da União da Ilha.
Cahê falou que a mudança no DNA estético da Ilha para este carnaval será o grande diferencial do desfile de 2020 da escola.
“O mais interessante e diferente desse carnaval é a Ilha deixar um pouco de lado sua marca histórica e preocupada com o momento que o país vive, leva uma mensagem forte para a avenida. Uma temática crítica, que adota um caminho de crônica. Esteticamente também é bem diferente do DNA da escola. Acredito que será um choque para todos ao verem a escola cruzando a avenida. O componente vai vestir uma roupa diferente. As alegorias tem um volume diferente. São grandes cenários e a movimentação humana é muito importante. Serão responsáveis por contar histórias em cima dessas alegorias. O grande barato dessa pesquisa foi ter a presença de quatro jovens apaixonados pela Ilha, que integram nossa comissão. Eles colocam muito do torcedor, a preocupação deles em trazer soluções, acabou agregando à nossa criação”, explica.
Fran Sérgio aborda o aspecto crítico do enredo. Ele deixa claro que quem for para o desfile da Ilha esperando irreverência ou galhofa vai ter uma surpresa. A crítica não é engraçada, mas sim séria.
“É uma crítica incisiva, não é lúdica. O enredo da Ilha está acontecendo. É menos irreverente e mais sério, mas com uma certa leveza, pois é a Ilha. Todo dia vemos na televisão as encruzilhadas da vida. Para carnavalizar, a gente foi para o original, como o enredo pedia. As alas são personagens. O médico, professor, camelô. Carnavalizamos o personagem e o resultado ficou interessante. É uma Ilha diferente, pomposa, grande”, alerta.
‘Enredo nasceu no coração do Laíla’
Cahê Rodrigues foi contratado para formar dupla com Fran Sérgio e os jovens da comissão. Ele explica que o enredo foi sugerido pelo próprio Laíla. Segundo o artista a vivência do diretor de carnaval na infância e juventude em comunidades carentes foi o fator que fez o enredo acontecer.
“A ideia nasce no coração do Laíla. Quando cheguei aqui já havia um desenho de ideias. Ele colocou para nós as experiências dele de vida em uma comunidade. Ele descreveu para a gente, fomos captando e a comissão se juntou para colocar no papel um projeto baseado nesses relatos. Dessa maneira nasceu o nosso enredo. O título também é dele. O maior desafio foi tentar desvendar a mente dele. A partir do pedido dele e através das condições da escola, criamos esse tema. A Ilha não terá luxo, plumas em fantasias. O nosso caminho é mais teatral, tanto nos carros quanto nos figurinos. É um carnaval de alegorias suntuosas, no sentido do tamanho. Teremos os atos que o Laíla gosta, principalmente nos carros. Para mim tem sido uma experiência nova trabalhar ao lado dele. O Laíla é um dirigente que luta pelo artista. Isso nos traz muita segurança e evita certos desgastes pra o carnavalesco”, conta Cahê.
Fran Sérgio comentou com a nossa reportagem outra inovação trazida por Laíla para o desfile da escola em 2020 que deu o que falar. A falta de uma sinopse nos primeiros meses de projeto. Somente agora com a virada do ano que o texto do enredo da Ilha foi conhecido.
“Essa foi uma proposta do Laíla, antigamente era assim. Mas isso foi permitido pelo fator desse enredo. Eu e Cahê fomos em comunidade e trazíamos o tempo todo sucatas para montar o nosso carnaval. Eu achei muito positivo construir esse texto no final do processo. O enredo é assim e essa história deu certo por isso”, avalia.
Mulher negra gestante será fio condutor
Uma jovem mulher, negra e grávida, moradora de uma comunidade. Esse é o perfil da personagem criada para ser o fio condutor do desfile da Ilha em 2020. Fran Sérgio explica que a decisão se deu devido ao fato de a Ilha possuir muitas componentes mulheres. Ele diz que o enredo é uma mensagem necessária mediante aquilo que o Brasil passa e deixou claro que não há qualquer traço de semelhança com a Beija-Flor.
“Não tem nada da pegada da Beija-Flor de 2018. É outra visão. É mais direto, original. É um carnaval que eu nunca fiz, uma virada estética na minha carreira. O espírito desse carnaval é tudo aquilo que a gente passa no dia a dia. O que estamos passando no carnaval nos joga para esse tipo de temática. As dificuldades são muito grandes, o apoio é quase zero. É bem inerente a tudo que estamos vivendo, todas as escolas. É triste mas necessário. Como a condutora é uma mulher negra, pobre, da favela, a participação feminina permeia todo o enredo. A Ilha tem muita mulher como componente. O tempo inteiro essa mulher se faz presente de várias formas”, explica.
Cahê reforça que a presença dos componentes da Ilha terá papl decisivo no funcionamento do desfile. Segundo ele o sucesso da apresentação da escola no domingo de carnaval passa diretamente pela atuação dos componentes no desfile.
“A grande estrela desse carnaval é o componente. A força e a atitude deles é que poderá ser o diferencial. Por isso o Laíla acabou com qualquer ala comercial e até as composições serão doadas. Todo esse gigantismo precisa das pessoas para tudo acontecer”.
Comissão mescla experiência e juventude
Dentre as muitas criações bem sucedidas de Laíla nesses 50 anos de carnaval certamente uma delas é a comissão de carnaval. Um grupo de artistas divide o projeto. Foi assim que ele mudou o patamar da Beija-Flor e é dessa maneira que ele pensa a estrutura artística da Ilha. A união de quatro jovens com dois consagrados carnavalescos, tudo coordenado por ele.
“É uma comissão diferente das que eu já trabalhei. Os meninos são cria da escola, e trabalham na escola mirim. Estão começando, nunca tinham entrando em um barracão. Estamos passando nossa experiência, eu, Cahê e o Laíla. Está sendo muito gratificante e o casamento está muito bom. Hoje temos uma escola bem feliz. A equipe de barracão da Ilha é fantástica. Entre o Cahê e eu não há divisão de funções. O projeto é concebido a quatro mãos e tanto ele quanto eu entramos nesse consenso, com o Laíla coordenando tudo. No fim é um somatório”, explica Fran Sérgio.
Cahê Rodrigues aposta na cabeça da escola para impactar público e jurados. Ele fala sobre o desafio que é para o artista conseguir agradar a comissão julgadora e o público que está em casa e também na avenida.
“Nunca será possível agradar a todos. O carnaval é essa magia de tudo acontecer na hora, por mais que você tenha projeções. Eu confio muito na entrada da Ilha. Da comissão de frente ao abre-alas as pessoas irão se identificar. Ali tem a síntese do nosso enredo e s pessoas irão se ver. Temos um desfile com momentos e temas muito necessários, que precisam ser mostrados, uma vez que falamos das dificuldades dos moradores de comunidade e um final que mesmo em meio a todas essas mazelas, o ser-humano se reconstrói, busca novos caminhos e fechamos com uma mensagem para cima, aí sim com a cara da Ilha”.
Com recursos escassos e sem previsão de chegada de subvenção pública, Cahê elogia a postura do presidente Djalma Falcão, que não poupou esforços segundo ele para não mexer em nada do projeto original.
“Eu não sei como o Djalma está fazendo mas tem se mostrado um presidente muito parceiro. Até agora não recebemos um não. Tudo que foi proposto está sendo feito. A escultura, o movimento, o grosso já foi feito. Agora como a escola buscou esses recursos, o presidente está sendo um super-herói. Ninguém teve salário atrasado, o barracão não parou um segundo. A ordem agora é finalizar. Reciclamos bastante material do ano passado. Nosso enredo permite. Nosso abre-alas tem muita coisa de doação da comunidade, funcionários, a própria comissão. Mas tudo que nós criamos está dentro do orçamento”, disse.
Conheça o desfile
A União da Ilha irá desfilar com 32 alas, 05 alegorias e 02 tripés. O carnavalesco Fran Sérgio explica aos internautas do site CARNAVALESCO como será o desenvolvimento do desfile da tricolor insulana.
Abertura – As Encruzilhadas da Vida
“O enredo fala de tudo que passamos para ter uma vida melhor, não somente na comunidade. Os caminhos que encontramos na vida para melhorar, a busca por um emprego, eventuais dificuldades”.
Setor 1 – Entre becos, ruas e vielas
“Trazemos a comunidade carente. A condutora do enredo é uma grávida negra, ela está nessa abertura. Como vai ser o futuro desse filho com tudo que está acontecendo no Rio, nessa cidade tão abandonada? Ela conversa com um poderoso. ‘Senhor estou aqui, o que vou fazer?’. Nosso abre-alas é acoplado, com encenações daquilo que acontece no dia-dia da favela”
Setor 2 – A sorte está lançada
“Ela começa a contar, minha gente trabalha, acorda cedo, antes do sol levantar. O brasileiro, o carioca está lutando por dias melhores. O povo está sempre buscando a solução, construindo esse país”.
Setor 3 – Salve-se quem puder
“Ela questiona: meu filho não vai ter escola, não vai ter hospital se ficar doente? Não tem segurança, desemprego, como eu vou fazer? Ela está sempre nessa conversa com um poderoso, um patrão, alguém que tem o poder de resolver seus problemas”.
Setor 4 – Terra de Deus dará
“A gente fala realmente que o povo está largado, abandonado. A hipocrisia e a ganância dos poderosos”.
Setor 5 – Hoje é o dia da comunidade
“A única coisa que salva o ser-humano é a solidariedade. Encerramos com a festa na favela, vamos mostrar tudo o que tem de bom nas comunidades. É uma mensagem de esperança que fecha o nosso desfile”.
A União da Ilha do Governador será a sexta escola a desfilar no domingo de carnaval com o enredo ‘Nas encruzilhadas da vida, entre becos, ruas e vielas, a sorte está lançada: Salve-se quem puder!’.
Unidos da Tijuca promove último ensaio de rua nesta quinta-feira
A partir de 21h desta quinta-feira todos os segmentos e integrantes de alas da comunidade da Unidos da Tijuca estarão cantando pela última vez, no ensaio de rua, o samba criado para contar o enredo que abordará a temática Arquitetura e Urbanismo no desfile da escola. O ensaio acontece na Via D, localizada atrás da quadra da agremiação.
Durante aproximadamente 72 minutos, os tijucanos apaixonados, entoarão os versos do hino de 2020 a plenos pulmões, incentivados pelo público que sempre acompanha o treino. Cerca de 3.500 componentes irão evoluir sob o comando da equipe de Harmonia.
A Unidos da Tijuca será a quarta escola a desfilar na segunda de carnaval do Grupo Especial com o enredo “Onde Moram Os Sonhos” de desenvolvimento do carnavalesco Paulo Barros.
Último fim de semana antes do carnaval será repleto de atrações na Portela
A Portela preparou uma programação especial para o último fim de semana antes do carnaval. Encerrando a temporada de ensaios com escolas coirmãs, a Azul e Branco receberá o Salgueiro nesta sexta-feira, a partir das 21h, no Sextou Portela. Ritmistas, intérpretes, passistas, baianas e outros segmentos vão se apresentar ao som de sambas-enredos clássicos e do hino da Portela para o desfile, “Guajupiá, Terra Sem Males”. Os ingressos custam R$ 20.
No sábado, a maior campeã do carnaval promoverá a Maratona da Folia, reunindo o Império Serrano, o bloco Cacique de Ramos e o cantor Marquinhos Sensação em 12 horas de festa. A abertura será com o grupo Samba dos Crias. A entrada é R$ 20. Quem for fantasiado estará concorrendo a um par de convites para o Camarote Portela, na Marquês de Sapucaí, para os desfiles do domingo de carnaval.
Para quem gosta de uma autêntica roda de samba, a dica é o Quintal da Portela, neste domingo, a partir das 14h, com Serginho Procópio, Luciano Bom Cabelo e novos talentos do samba carioca. O público entra de graça até as 16h. Depois deste horário paga apenas R$ 10.
A programação será encerrada com o último ensaio de rua da Portela, na Estrada Intendente Magalhães, a partir das 18h. A concentração acontece na UPA de Madureira.
A Portela fica na Rua Clara Nunes 81, em Madureira. O telefone para mais informações é 3217-0983.
Da Tijuca para Niterói: Carlinhos Salgueiro vai ser destaque na Série A
Acostumado a brilhar na Sapucaí, Carlinhos do Salgueiro está, literalmente, se reinventando neste Carnaval. Após passar os últimos anos interpretando personagens emblemáticos nos desfiles da vermelha e branca, o coreógrafo, que este ano virá sambando à frente de seus dançarinos, está motivado e recebeu aceitar o convite para desfilar na Série A defendendo as bandeiras de duas agremiações de Niterói: Acadêmicos do Cubango e Acadêmicos do Sossego.
“Eu estou muito motivado e feliz por terem se lembrado de mim. É um desafio para mim porque estou tendo que conciliar tudo sem deixar de atender os meus compromissos com o Salgueiro. Já estive na Cubango, que é uma escola muito querida e voltar será um prazer. Já na Sossego, estou empolgadíssimo pois será um desfile de muitas surpresas”, adianta o coreógrafo que pretende participar do ensaio das escolas no próximo domingo, na Amaral Peixoto.
Para suportar a maratona deste ano, Carlinhos vem se preparando há quatro meses com treinamento aeróbico, além de uma dieta especial e aulas de samba.
“Estou sempre cuidando de todo mundo e acabei me descuidando de mim então resolvi me dedicar 100% a este personagem que vou interpretar: o sambista Carlinhos. Estou sendo muito disciplinado em tudo para fazer jus aos convites que vieram. Sou muito detalhista e exigente com meu trabalho e acho que o público merece, até mesmo pelo carinho com que me tratam, ver um grande show na Avenida. Aviso que não vou vir sambando só na frente dos jurados não, quero sambar do início ao fim”, revela o coreógrafo.
Beija-Flor marca seus últimos ensaios antes do desfile de 2020
Cada vez mais perto de cruzar a Sapucaí no Carnaval de 2020, a Beija-Flor de Nilópolis reúne novamente sua comunidade para seu ensaio de quadra nesta quinta, 13, a partir das 21h. Na sede da azul e branco, ninguém fica parado ao som do intérprete Neguinho da Beija-Flor e da bateria dos mestres Rodney e Plínio.
São presenças confirmadas, além da comunidade nilopolitana, a rainha de bateria Raíssa de Oliveira e o casal de mestre-sala e porta-bandeira Claudinho e Selminha Sorriso. Em 2020, a Beija-Flor conta o enredo ‘’Se essa rua fosse minha’’, desenvolvido pelos carnavalescos Alexandre Louzada e Cid Carvalho. A Beija-Flor será a última a desfilar na Segunda-feira de folia.
Serviço:
Ensaio na Quadra da Beija-Flor de Nilópolis
Data: Dia 13 de fevereiro, quinta-feira
Horário: A partir das 21h
Atrações: Ensaio geral rumo ao Carnaval de 2020
Preço: R$ 20 (entrada) | Camarote para (15 pessoas) R$ 1,5 mil
Local: Quadra da Beija-Flor de Nilópolis – Rua Pracinha Wallace Paes Leme, 1025, Nilópolis
Informações: (21) 3743-0340/ 21 99086-8047
Maiores de 18 anos
Salgueiro realiza ensaio de comunidade desta quinta na quadra do Raízes
O circo do Sagueiro vai passar e, esta semana, a escola que em 2020 vai falar sobre a trajetória de mais de um século de Benjamin de Oliveira pede passagem e sobe o Morro do Salgueiro para realizar mais um ensaio com a sua comunidade na quadra do Raízes, onde toda a trajetória da Academia começou.
“Ensaiar no morro nos traz aquela carga extra de energia que a gente precisa para entrar na Sapucaí ciente da responsabilidade que temos enquanto representantes de toda uma comunidade, por isso, é sempre um treino que a gente espera muito fazer”, diz Jomar Casemiro, diretor geral de Harmonia da agremiação.
Com a presença de todos os segmentos , o treino tem concentração marcada para as 20h e vai contar também com algumas das personalidades que marcarão a homenagem ao primeiro palhaço negro do Brasil, entre eles o trio formado por Ailton Graça, Helio de La Peña e Nando Cunha.
“Estou chegando de São Paulo direto para o ensaio. Este ano não tive muita oportunidade de estar junto com a escola porque assumi o compromisso de presidir uma agremiação por lá, mas o ensaio no morro e na Conde de Bonfim são um compromisso impossível de faltar”, diz Aílton.
Estreante na escola, Helio de La Peña, que tem participado ativamente dos ensaios e já conquistou as baianas da escola , também confirmou presença e já confessou que está ansioso para o desfile.
“Tia Glorinha e as baianas me mimam de uma forma que não dá pra esperar chegar as quintas feiras para o ensaio. Estamos vivendo um momento ímpar com esse desfile”, confessa o ator.
De casa lotada, primeira noite do Show de Verão da Mangueira é marcado por emoção
Por Victor Amancio
Em sua décima sétima edição, o Show de Verão da Mangueira, realizada na noite desta terça-feira, no Vivo Rio, teve a presença dos mangueirenses Leci Brandão, Chico Buarque, Maria Bethânia, Péricles e dos sambistas Pretinho da Serrinha e Mart’nália. Em uma noite mágica e com a casa lotada em verde e rosa, o show não só emocionou o público presente, mas também a cantora Leci Brandão que foi as lágrimas após terminar sua interpretação de “Apesar de Você”, música de Chico Buarque. O público em delírio gritou o nome da cantora e, em seguida, contra o atual presidente Jair Bolsonaro.
O momento mais emocionante da noite ficou por conta das cantoras Maria Bethânia e Leci Brandão que cantaram juntas o samba de 2019 da agremiação. Bethânia com sua interpretação ímpar levou o público ao delírio e Leci, novamente emocionada, ao cantar o trecho que a cita no samba-enredo.
Mart’nália fez uma linda homenagem, emocionada, a madrinha do samba: Beth Carvalho. Cantando “Andanças”, uma das maiores músicas da saudosa Beth, a filha de Martinho da Vila conseguiu tocar o coração do torcedor da escola. Péricles, que fez parte do carro de som da Mangueira em 2018, cantou Cartola. O cantor deu sua interpretação para uma das maiores composições do país: “As rosas não falam”.
O fim da festa ficou por conta dos segmentos da escola, o intérprete, Marquinhos Art’Samba; o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Matheus Oliverio e Squel Jorgea, a rainha, Evelyn Bastos e a bateria sob o comando de mestre Wesley.