Poetas tem um modo diferente de enxergar a vida e se expressar. Walter Rosa, ídolo de Martinho da Vila e um dos mais iluminados poetas da história portelense, não era diferente. Ao contrário. Adorava burilar as palavras, construir frases com uma engenharia original, e arrancar a admiração de seus interlocutores.

Por isso, gostava de ser sempre o último a se dirigir ao público. Nasceu para encerrar pronunciamentos com chave de ouro.

Era assim também nos programas de rádio. Deixava que os companheiros das Escolas coirmãs dessem o seu recado e, então, fechava a roda.

Uma noite, na Rádio Nacional, aproveitou o tempo de sua breve participação para anunciar o falecimento da mulher de um compositor:

– … e assim sendo, senhores ouvintes, cumprimos o doloroso dever de informar que a Francelina, senhora esposa de nosso estimado companheiro, Zé Manéu… Azedou.

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