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Com aula de canto, Beija-Flor ensaia em Nilópolis e precisa festejar seus acertos

No primeiro dia do “Encontro de Quilombos”, a Beija-Flor ensaiou na avenida Mirandela, em Nilópolis, após o treino do Paraíso do Tuitui. Penúltima a desfilar na segunda-feira de carnaval, a azul e branca viveu noite memorável: o projeto de convidar uma co-irmã para ensaiar na rua é uma dádiva, o quesito harmonia é perfeito e o samba será o impulso que a escola precisa para brigar pelo topo. * VEJA AQUI FOTOS DO ENSAIO

Para completar a noite, choveu. A água do céu caiu para testar se alguém diria que a Beija-Flor lavou a alma. Clássico clichê do carnaval, em Nilópolis, o “derreter das nuvens” não tem esse papel. Mais ainda, o fenômeno da natureza parece combustível para que cada componente cante mais. É como se molhados, o volume aumentasse e tudo vira um grande “cantando na chuva”.

“A gente vem ensaiando toda quinta-feira na quadra. Este é o segundo ensaio na rua e a gente está pensando muito na evolução e no canto. Fico muito satisfeito com esses dois pontos da escola. Daqui até o carnaval, a gente chega no ápice”, contou Dudu Azevedo, o diretor de carnaval.

E, no cantar, a Beija-Flor não vai precisar de chuva, mas de volume para seu enredo. “Brava Gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência”, de autoria dos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues e do pesquisador Mauro Cordeiro, será o tema do desfile no Carnaval 2023. A ideia é fazer uma convocação para reinvindicar a verdadeira independência do povo brasileiro. E nada mais justo que o samba ser entoado alto e forte.

Harmonia

Quesito que não gera problemas para a escola, mais uma vez, uma grande exibição da comunidade. A bateria parou algumas vezes, por uma passada inteira, para deixar o canto com os componentes, segundo Dudu Azevedo. E eles corresponderam como sempre.

Mestre-sala e porta-bandeira

Ainda que seja um ensaio para reforçar o canto, e mesmo que chova, Claudinho e Selminha Sorriso sabem ser protagonistas. Donos da pista, enquanto ela doma a bandeira molhada, ele confia na experiência de quem pode bailar sem pensar em derrapar. Apresentação segura do casal ícone do carnaval que, como sempre, recebeu bastante aplausos do público.

Samba-enredo

Samba com o DNA nilopolitano não tem outra: sucesso entre as alas. A obra, que tem cacos no meio e pontos de explosão, rendeu um ensaio forte e ajuda o componente a se engajar mais no desfile.

Evolução

Zero problema. Das alas coreografadas ao alinhamento dos passistas. Compacta, a Beija-Flor fez um ensaio organizado e tranquilo. A noite deste sábado foi mais que um ensaio. No discurso de abertura, ao pegar o microfone e desejar feliz natal, o presidente Almir, com os olhos brilhando, disse: “hoje, nós fazemos história”. Se referindo ao presidente Renato Thor e a presença do Tuiuti na Mirandela. Ideia do próprio Almir, o “Encontro de Quilombos” é um dos grandes acertos da Beija-flor. Traz uma ideia nova de como as escolas podem se relacionar, que podem se apresentar juntas além da quadra e que é possível deixar a competição um pouco de lado.

“O Almir fala da união das escolas e da gente fazer o carnaval o ano inteiro, de estar unido. Os desfiles das escolas de samba é um espetáculo que finda um ano de trabalho e, por isso, tende haver união. E ele convidou a gente para estar aqui, porque a Mirandela tem o tamanho da avenida. Não dá para convidar todas, mas para a gente é maior prazer. Essa festa do povo é muito importante para a gente”, falou Dudu Azevedo.

Bateria

Mestre Rodney tem a bateria que pediu em suas orações. Fica claro que, no bom sentido, ele tem os ritmistas na mão. O clima é o melhor possível e fica claro que eles não gostam muito quando o ensaio acaba; até a hora de devolver os instrumentos ao caminhão, eles vão batucando. Nem o público gosta quando acaba, porque precisará esperar pelo próximo ensaio para ouvir o agradável balanço da bateria soberana.

Agora, o “Encontro de Quilombos” terá mais duas datas: 7 e 21 de janeiro, com Império Serrano e Portela.

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