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Tuiuti faz ensaio em Nilópolis e dá show com destaque para bateria e o casal

'Encontro de Quilombos', criado pela Beija-Flor, é formoso por natureza. Não é uma competição de quem ensaia melhor, mas sai da caixa, ao chamar outra escola para ensaiar na rua, junto de seu povo

Na estreia do Encontro de Quilombos 2022, evento promovido pela Beija-Flor, o Paraíso do Tuiuti se apresentou na Avenida Mirandela, em Nilópolis. Escola que abrirá os desfiles da segunda de carnaval, a agremiação levou o clima de São Cristóvão para a Baixada e contou com interações e respostas positivas do público, principalmente, durante as apresentações do casal de mestre-sala e porta-bandeira e da bateria. * VEJA AQUI A GALERIA DE FOTOS

Em 2023, o Tuiuti levará para a avenida o enredo “Mocangueiro da Cara Preta”, de autoria da dupla Rosa Magalhães e João Vitor Araújo. No samba, diz que o Tuiuti não tem medo de careta e, aparentemente, também não tem medo de jogar fora de casa. Esse seria o termo, caso o assunto fosse futebol. Ainda a respeito dos gramados, sob analogia, era como se o Paraíso fosse o time visitante em um amistoso longe da pegada de competição.

Claro que eles não saíram de São Cristóvão até Nilópolis para fazer qualquer coisa. O Tuiuti foi um belo visitante com 15 ônibus, cerca de 1.500 pessoas e muita vontade de sambar. O público viu uma escola com astral lá no alto, canto afiado e desfilando rainhas pela avenida Mirandela, já que, além da badalada majestade da bateria Mayara Lima, a recém-coroada Rainha do Carnaval 2023, Mari Mola, também veste as cores do Tuiuti.

“Eu acho que todas as co-irmãs deveriam promover evento como esses. Foi maravilhoso para o Tuiuti (estar aqui). Nós viemos fazer um ensaio com a grande Beija-flor de Nilópolis”, disse André Gonçalves, diretor de carnaval do Tuitui, comemorando o desempenho da escola.

Harmonia

Cantando o samba de ponta a ponta, o Tuiuti não teve aquele apoio do público, que está acostumado ver quando ensaia em casa. Mas, os componentes fizeram questão de tentar ensinar para quem estava assistindo. De tanto que essa escola canta, difícil não motivar o pessoal da grade a pular e cantar, pelo menos, o refrão.

Quando não tinha gente cantando, aparecia logo um harmonia para chamar a atenção. A vontade era tanta que, até durante as apresentações da comissão da frente, uma bailarina gritava “vamos cantar, gente”. Isso que é vontade de ganhar 10 no quesito.

Comissão de frente

Os bailarinos liderados pelos coreógrafos Lucas Maciel e Karina Dias estão com a sincronia em dia. O ato foi apresentado com bastante vigor, mostrando que energia e preparo não faltará ao quesito no desfile. A marcação dos passos foi tão precisa, que assistir foi uma tarefa satisfatória e confortável. Belo número.

Mestre-sala e porta-bandeira

Raphael, rei da Mirandela, por onde passava, tinha um grupo que o tietava. Dandara, inspirada, recebeu um “como ela gira certinha”, da jovem que a assistia bailar com a leveza de sempre. Se tem uma coisa que não faltou ao casal, foi simpatia aos nilopolitanos. Tudo bem que não faltou nada, mas o carisma merece destaque.

Quanto a danca, vem o melhor: Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane, despistam e juram que vêm mudando as coreografias conforme os ensaios acontecem e a oficial ainda não está tão definia. Na noite deste sábado, tiveram dancinhas com as mãos, movimentos com a cabeça, meio carimbó meio dança indiana. Um surto. Tudo muito bem marcado e uma coreografia incrível. Tão legal, que deveriam pensar em levar para o desfile.

Samba-enredo

A melodia ajuda no andamento do samba. Bom de cantar, fica fácil do componente não parar nenhum minuto. Mais ainda, algumas partes favorecem que o componente evolua com coreografia, nada muito ensaiado, mas que ajuda a tirar do conforto de apenas balançar enquanto canta.

Evolução

Com continente reduzido, em relação ao que apresentam em São Cristóvão, a escola não encontrou dificuldades para evoluir na Mirandela. Bom trabalho da equipe, que pôde se divertir junto com os componentes.

Bateria

A bateria do mestre Marcão não mediu esforços para levantar o público. Entre paradinhas e bossas, eles arrumaram um paradão; foi uma passada deixando apenas o canto da escola, que correspondeu a missão dada. Um verdadeiro show em plena sintonia com o carro de som, liderado por Wander Pires.

Outros destaques

Primeiro, o registro de que se Wander Pires está feliz, o carnaval está feliz. Grande apresentação do cantor, que conduz um samba feito sobre medida para sua consagrada voz.

Segundo, as rainhas em estado de graça. Mayara Lima é um fenômeno e, se ela não sabia, descobriu que tem fãs em Nilópolis. Influenciadora, carismática e plena no que faz. E Mariana Ribeiro, a Mari Mola, que esteve no meio da escola com a faixa de rainha do carnaval, foi de um lado para o outro saudando o público e convidando todo mundo para cair no samba com o Tuiuti.

Diferente do que o carnaval está acostumado a ver, o “Encontro de Quilombos” vai além de convidar uma escola para se apresentar na quadra e cantar alguns sambas. O evento criado pela Beija-Flor é formoso por natureza. Não é uma competição de quem ensaia melhor, mas sai da caixa, ao chamar outra escola para ensaiar na rua, junto de seu povo. A prova disso, foram os 15 ônibus do Tuiuti e uma pista lotada de gente para ver o pessoal de São Cristóvão dar um show.

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