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Alexandre Louzada fala do enredo da Beija-Flor e diz: ‘Se conseguir empretecer minha arte ficarei muito orgulhoso’

Diretor de carnaval, Dudu Azevedo, avisou que a azul e branco ainda não pensa em divulgar data para entrega de samba

A Beija-Flor de Nilópolis reuniu a imprensa, na tarde deste sábado, em um encontro virtual, para explicar o enredo “Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor” que apresentará no próximo carnaval. O diretor de carnaval, Dudu Azevedo, avisou que a azul e branco ainda não pensa em divulgar data para entrega de samba-enredo. A sinopse, elaborada pelo jornalista João Gustavo Melo, será apresentada neste domingo, às 18h, em um vídeo nas redes sociais.

“A Beija-Flor está toda voltada para cuidar da sua comunidade. Não sabemos se vai ter carnaval ou não. A sinopse que vamos lançar é para o próximo carnaval, quando será não sabemos. Estamos fazendo isso em respeito aos profissionais do carnaval. Não temos calendário de entrega de samba-enredo para os compositores. A gente não quer pedir para nenhum compositor ir para estúdio, porque ainda pode ser local de grande risco. Vamos aguardar para ver o que faremos. Temos algumas datas pré-definidas, mas tudo só poderá caminhar quando a gente tiver mais informações sobre a data do carnaval. A nossa disputa será na quadra e feito por live. Sou defensor de disputa de samba-enredo e não por samba gravado. Penso em um palco com dois cantores e respeitando todas normas sanitárias. É uma ideia inicial que ainda será amadurecida”, explicou Dudu.

Bianca Behrends, diretora cultura da Beija-Flor, foi escolhida para representar o discurso da escola de Nilópolis. O carnavalesco Alexandre Louzada abordou a questão da representatividade.

“Foi uma honra muito grande estar na Beija-Flor para viver esse momento. Fui arrebatado por este tema. O enredo partiu de anseio de nossa comunidade e de toda comunidade do carnaval cobrando a Beija-Flor por essa bandeira que ela levantou em toda história. As pessoas vão perceber que o enredo abre para contribuições. Só pelo título do enredo já vem recebendo várias ideias. Temos um caminho prévio. Não vamos apagar com borracha o passado, mas o enredo vem iluminar coisas que foram mal contadas na história. Eu mesmo estou aprendendo, confesso, em cada capítulo e pensamento que é citado nas obras dessas pessoas que são os pilares de cada setor da Beija-Flor. Ainda não pensamos no fechamento. A Beija-Flor resgata no final do desfile o compositor Cabana que é muito importante para escola e para o samba. A representatividade cultural da população negra do Brasil vai estar representada desde o início. Não é um enredo cronológico. Terá o quilombo, Abdias Nascimento e outras ideias e pensamentos. Como branco sei que tenho que empretecer meu pensamento. É se colocar numa posição humildade e estudar a melhor maneira de fazer isso”, afirmou Alexandre.

Louzada falou também sobre os personagens que vão ser citados no enredo. Ele citou que o enredo ainda está sendo construído e que está na fase inicial.

“É difícil de enxugar o enredo. Posso citar que teremos Ruth de Souza, Haroldo Costa, Emicida, vou usar também imagens de pessoas da Beija-Flor. As pessoas que construíram a história da Beija-Flor vão ser homenageadas. A Selminha fez o pedido dela. Ainda estamos no primeiro setor do enredo e creio que vamos construir da melhor maneira possível. Não será só uma homenagem, ele vai revelar verdades, mudar as nossas cabeças. O enredo traz as vozes da Beija-Flor. Se conseguir empretecer minha arte ficarei muito orgulhoso”.

O carnavalesco da Beija-Flor afirmou que o episódio do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Machado, estará no enredo nilopolitano.

“Quando fiz Áfricas aprendi muito. É preciso ter cautela. As coisas mudam, os conceitos também. Vou estar antenado com toda comunidade e os movimentos negros. Queremos que a Beija-Flor seja a voz. Não adiantar romancear sem ter fundamento”.

O diretor de carnaval da Beija-Flor frisou que o enredo da agremiação estará o tempo inteiro em produção.

“Durante a pandemia, a gente recebeu muitos pedidos de enredo e que falavam da intelectualidade negra, muito antes do caso do George Floyd nos Estados Unidos. O enredo é um processo que está em constante produção. Uma das ideias é ter uma consultoria de pessoas, o tempo inteiro, para realizar o debate e a validade do sentimento. Isso dentro de casa, com as nossas personalidades negras, e vamos buscar fora também”.

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