Compositores: Leandro Lima, Wagner Rosa, Robson Silva, Ewerton Zéo
Intérprete: Zé Paulo Miranda
Sou a voz do canto negro de uma nação
Cheguei com fé, respeito e tradição
Mas será que o samba ainda está em nossas mãos?
“Visual virou quesito”!
Valorizam o mais bonito por ter muito mais dinheiro
Poesia pra escanteio!
“Brancas mãos” de entendedores
Com os seus falsos valores invadiram os terreiros
Mas resiste à “nova escola”
Fundada por “quilombolas” cantando com pés no chão
Hoje a desfilar na passarela
Em respeito à sua história ergo o meu pavilhão
É o girar da baiana, o verso de um partideiro
Samba é arte, é cultura, a paixão do brasileiro
Entre letras, melodias, crias de um compositor
Vai levando alegria a um povo sofredor
Barato tecido, folclore negro colorido
A estampa do sorriso, vou brincar o carnaval
Cortejam Afoxés e Maracatus, bailam jongueiros, Lundus
Samba de Caboclo, na ginga, capoeira
Tamborim, viola a tocar a noite inteira
Nem rock, nem “soul” vão ocupar o seu lugar
Em reverência aos heróis da liberdade
Eu canto aos santos, deuses e orixás
Fiz “apoteose das mãos” e nessa luta não estou sozinho
“Ao povo em forma de arte”, devolvi o estandarte
Das origens negras ao som de Martinho
Ora yê yê ô, Império da Tijuca!
A resistência é sua luta!
O samba de quilombo é uma raiz
Hoje a Formiga vem cantar feliz!