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Zé Paulo diz que samba de 2024 da Mocidade já lavou a alma e desabafa: ‘Tem muita gente com medo de falar coisas para o bem do carnaval’

Zé Paulo Sierra tem história na Sapucaí. Depois de nove anos na Viradouro, agora ele assumiu o microfone da Mocidade Independente de Padre Miguel, marcando o carnaval sendo a voz de um samba que se transformou em um hit, explodindo nas plataformas de áudio por todo Brasil. Com o samba da Mocidade para 2024 voando alto, o CARNAVALESCO entrevistou o cantor para saber um pouco mais sobre o samba, o ensaio técnico e a parceria com mestre Dudu.

Você acha que já pode cravar que o pré-carnaval desse ano já lavou a sua alma após o ano de 2023?

“Já! Até agora a gente e Porto da Pedra fomos as únicas que ensaiamos. Não foi debaixo de chuva, teve o problema do som, mas acho que o contexto do ensaio, comunicação com o público, a própria escola cantando, a bateria mesmo com a dificuldade de entendimento com o carro de som que não funcionava, o comportamento do carro de som, a gente fez um trabalho dentro da possibilidade. Na minha opinião, muito bom. Agora a gente tem essa segunda chance, é mais uma chance de lavar a alma de novo. Com previsão de chuva, vamos ver se realmente os ensaios vão ser confirmados, pela meteorologia caiu muita chuva a partir de sábado e domingo, mas estamos feliz para caramba, isso que importa”.

Quando que você percebeu que o samba desse ano de 2024 iria viralizar? Você teve essa percepção?

“Na verdade, a gente sempre achava que o samba poderia ter um alcance grande, uma aceitação muito boa, até porque a gente conviveu mais tempo com o samba nas eliminatórias. Mas, confesso que chegar ao ponto que chegamos: primeiro lugar no Rio de Janeiro em uma noite de Réveillon, décimo lugar no Spotify Brasil, é uma surpresa, acho que para todo mundo e um privilégio para o carnaval. A gente tem um samba como protagonista na música popular brasileira. É muito bom para a gente, mas aumenta a nossa responsabilidade. De fato é um privilégio para os sambistas”.

O departamento de marketing da Mocidade é muito elogiado, qual é o tamanho da importância desse trabalho para a Mocidade como um todo?

“Acho que o Bryan (Bryan Clem, diretor de marketing da Mocidade) comanda o departamento de marketing, que é um trabalho fundamental na projeção do que vem acontecendo. É claro que tudo acontece de maneira muito louca, porque você dorme em um dia, no dia o samba está viralizado, são coisas que a gente não vai saber explicar nunca, mas acho que o marketing da Mocidade é muito importante dentro da própria Mocidade e também para estourar essa bolha do carnaval. Eles tem muita ideia, são uns caras muito criativos, acho que isso é bastante importante para o carnaval, é uma forma de fazer marketing diferente, eles acertam em cheio”.

Você falou um pouco sobre o carro de som, vocês acham que se ajustou tudo que tem que se ajustar nesse sentido para o ensaio que vai ter agora, a expectativa de que o carro de som vai estar melhor?

“A gente vai saber no dia. É a primeira vez que a gente vai testar esse carro. Se der tudo certo, não tiver nenhum problema com chuva, de não colocar ninguém em risco, a gente vai testar esse carro no domingo. Como seremos a primeira, teremos a responsabilidade de testar o caminhão, mas acredito que a Liesa deve ter tomado as providências cabíveis. A Century é uma empresa tanto de som quanto de estúdio que é bem gabaritada no mercado, grava os melhores. Já captou o som esse ano da gente da gravação de áudio das faixas, então acredito que a gente vai ter uma condição melhor sim”.

Durante o ensaio falaram que você teve a coragem de falar que o som estava seguindo ruim. O que você pensa desse momento?

“No carnaval, isso serve para a imprensa também, tem muita gente omissa, puxa-saco, parcial e com medo de falar coisas para o bem do carnaval, e isso é muito ruim. Porque quando você emite uma opinião crítica para o bem é para o bem comum. Não tenho nada contra ninguém, acho inclusive que o Rick (Ricardo Mello, fundador da Rick Sound) já contribuiu muito para o carnaval, isso merece ser exaltado, mas é porque eu gosto do Rick, que eu tenho um carinho por ele que se tiver alguma coisa ruim a gente tem que falar, até para que ele possa melhorar também. Acredito que aquilo possa ter sido uma fatalidade e ele possa, daqui para frente, melhorar o trabalho dele. Quando eu falei do som jamais foi com o intuito de tirar ninguém. Essa parte de tirar já não cabe a quem falou, cabe a quem comanda, então se eles decidiram por isso é uma resolução deles. As coisas têm que ser faladas sim, com respeito, emitindo opinião sem ofender ninguém para que o carnaval cresça, porque é isso que a gente quer. A gente ama o evento, a gente ama o samba, o carnaval e a gente quer ver melhor sempre, então quando a gente fala alguma coisa é para melhorar, sem ofender ninguém, é claro”.

A sua relação com o Dudu ela parece estar muito bem, super tranquila. Como é que foi o seu encaixe com a bateria?

“O Dudu é um cara incrível. Além de um talento ímpar, tem essa bateria na mão. Filho de quem é, do mestre Coé. Um cara que vive Mocidade, cresceu na Mocidade, conhece muito e é muito fácil trabalhar com ele, porque é um cara que ouve muito, também ouço muito o Dudu. A gente tem uma relação boa de carinho um com o outro, é o que eu falo, a gente quer sempre o melhor do outro. Se o Dudu vê alguma coisa errada no carro de som que ele acha que pode melhorar para funcionamento da bateria ele fala com a gente. Se a gente acha que tem alguma coisa ali que pode melhorar para funcionamento… você está vendo agora aqui a gente falando coisas que a gente possa colocar até para não atrapalhar, porque o chocalho faz um movimento que a gente não quer que atrapalhe a sanfona. A gente está sempre ligado um no outro para que as coisas aconteçam da melhor forma possível. Dudu é um querido, merece tudo de bom. Bateria faz um trabalho incrível, ensaiam demais. Uma bateria que tem que ser muito respeitada, porque ainda mantém as tradições da sua fundação. É um privilégio muito grande cantar com a ‘Não Existe Mais Quente'”.

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