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Viradouro finaliza 2023 com comunidade feliz, show da bateria e promete vir com sangue nos olhos na busca pelo título

Último ensaio de rua do ano mostrou a força dos quesitos, mas acima de tudo, uma escola feliz e disposta a brigar pelo título

O ensaio de rua da Viradouro já está marcado no calendário da cidade de Niterói como parada obrigatória para quem deseja curtir um bom samba, uma bateria avassaladora e uma comunidade apaixonada por sua escola. A temporada de ensaios da vermelha e branca rumo ao carnaval 2024 vai dar uma pausa por conta das festas de Natal e réveillon e a despedida da Avenida Amaral Peixoto não poderia ter sido melhor, componentes e segmentos foram fundamentais para que o ensaio fosse mais uma vez espetacular. Um show de organização aliado a uma espontaneidade impressionante deram o tom no ensaio que ainda reforçou a qualidade do samba-enredo e o entrosamento entre Wander Pires e Mestre Ciça. Ao final do ensaio toda essa felicidade foi extravasada da melhor forma, a bateria abriu para que todos os diretores de harmonia, musas e passistas entrassem e fizessem uma grande festa, foi a coroação de uma grande noite e principalmente de um grande pré-carnaval realizado pela agremiação.

O diretor executivo da Viradouro, Marcelinho Calil, falou ao site CARNAVALESCO sobre a qualidade dos ensaios que a agremiação tem feito nesse pré-carnaval, para ele, o fato de ter a Amaral Peixoto a disposição é fundamental para isso, afinal, é possível simular exatamente a Marquês de Sapucaí e planejar tudo que deve ser feito. Marcelinho apontou também que nunca viu a escola ensaiando tão bem nessa altura da preparação, ele reforça que confia na equipe formada e na comunidade. A expectativa segundo ele é que a escola conquiste mais um campeonato para sua história.

“Melhor impossível. Eu falo isso sempre há anos, mas de fato é, muitas coisas no carnaval são imprevisíveis, mas algumas coisas de fato a gente consegue planejar, a gente realmente tem uma rua maravilhosa para ensaio, eu sei que muitas escolas não têm essa condição, mas a gente tem essa condição graças a Deus de simular muito o desfile e a gente de fato vai montando algumas coisas mesmo que superficialmente de estágios até chegar o Carnaval em fevereiro. Vou dividir por meses aí, acho que desde outubro, novembro, dezembro, enfim as coisas vêm acontecendo muito bem. Eu diria que essa escola nunca ensaiou ainda em dezembro como está ensaiando. Em todos os anos que eu estive aqui nenhum ano foi tão potente em dezembro quanto agora, a gente vem superando as expectativas, a gente tá feliz pra caramba, sabemos que temos uma equipe forte, sabemos que a gente tem um conjunto de quesitos fortes e sabemos que a gente tem uma escola feliz. A escola vem com sangue nos olhos mesmo, tanto na parte plástica, quanto na parte comportamental. Enfim, a gente vem pra buscar o título, eu não nego isso pra ninguém, o pensamento sempre vai ser esse”, finalizou Marcelinho.

Em 2024 a Viradouro levará para a avenida o enredo “Arroboboi, Dangbé”, sobre a energia do culto ao vodum serpente. Criado e desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon. Assim como no último carnaval, a escola terá a missão de encerrar os desfiles pelo Grupo Especial na segunda noite de espetáculo. O próximo ensaio de rua da vermelha e branca será no dia 07 de janeiro, novamente na Avenida Amaral Peixoto. Porém, na próxima terça a escola realizará em sua quadra a festa de Natal da comunidade.

Comissão de Frente

A comissão comandada brilhante pelos coreógrafos Priscilla Mota e Rodrigo Negri, carinhosamente chamados de “casal segredo”, esteve presente no ensaio de rua pela segunda vez nesta temporada, o grupo formado por homens e mulheres apresentou uma coreografia forte e aguerrida, com vários momentos marcantes. Priscilla contou que boa parte da coreografia oficial já seria mostrada hoje, principalmente a de andamento, porém, a de jurado seria surpresa para o dia. O casal aproveitou para destacar a importância de ensaiar na rua e assim como Marcelinho Calil, pontuou como a Amaral Peixoto valoriza o ensaio e gera um gostinho de Sapucaí. Sobre a apresentação da comissão, o único porém ficou por conta do cabelo de uma componente que ameaçou cair durante a apresentação na segunda cabine de jurado, não comprometeu a dança, mas ficou nítido o desconforto da mesma.

“O ensaio de rua pra gente é super importante. Aqui na Amaral Peixoto a gente tem na rua que ela é idêntica a Sapucaí. A gente tem dois recuos, tem toda a metragem da Sapucaí, então pra gente é fundamental mesmo quando a gente não traz o grupo, a gente dá folga pra eles, mas a gente vem pra marcar o andamento da escola exatamente como vai ser no desfile, pra hoje a gente trouxe a evolução, vamos fazer todo o andamento do desfile com a comissão, com trechinhos da coreografia oficial, não o jurado, mas dá pra gente sentir, pegar um pouquinho da energia e validar o que a gente vem ensaiando”, pontuou Priscilla.

“O ensaio não é importante só para comissão, ele é válido para a escola como um todo, precisa estudar muito bem esse andamento, a nossa entrada para cabine de julgamento, a nossa saída para entrada do casal, então é importante nesse sentido, além de pegar a energia dessa Amaral Peixoto que é muito bacana pra gente entrar no clima do carnaval”, disse Rodrigo.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Nunca é demais elogiar o bailado de Julinho e Rute, experientes e extremamente entrosados, a dupla realizou mais um ensaio impecável, giros precisos, encontros certeiros e coreografia na medida certa, sem perder a espontaneidade que o quesito pede. O casal pontuou a importância da realização do ensaio de rua, disse que a coreografia oficial já está sendo ensaiada e destacou que a dança é primordial para eles.

“Chegamos ao último de 2023, já muito perto do Carnaval. E hoje não vai ser diferente dos outros, a gente vai fazer a coreografia oficial, o que a gente usa é esse ensaio também não só o ensaio da comunidade, mas um ensaio nosso também, a gente sempre faz a coreografia por mais uma coisa mude, aperfeiçoe, mas a gente aproveita também pra ser mais um dia de ensaio pra gente”, disse Rute.

“Coreofrafia marcada é uma preocupação que a gente sempre tem, graças a Deus, porque eu e Rute somos um casal tradicional, a gente gosta da dança tradicional, por mais a gente crie algo nosso. Realmente que tenha contexto com a dança tradicional do mestre-sala e porta-bandeira, que a gente cria alguma coisa, a gente sempre tem a preocupação de não fugir totalmente as características, mas também que a gente consiga dar uma pincelada em alguma coisa relativa ao enredo, ao samba enredo, mas é uma pincelada, só pra dar uma uma cereja, vamos dizer assim. Mas graças a Deus acho que a gente está no caminho certo. É óbvio que nunca está tudo pronto, fica pronto literalmente no carnaval. Mas a gente está muito feliz com o que a gente preparou até agora e vem ensaiando”, pontuou Julinho.

Samba-Enredo

Como de costume nesta temporada, o samba composto por Claudio Mattos, Claudio Russo, Julio Alves, Thiago Meiners, Manolo, Anderson Lemos, Vinicius Xavier, Celino Dias, Bertolo e Marco Moreno foi um dos grandes destaques da noite. O hino da escola passou de forma avassaladora e se manteve bem durante todo momento, mas na parte “ê alafiou, ê alafiá!”, até o final da estrofe e nos dois refrãos o nível conseguia atingir o ápice, mérito total de Wander Pires e seu carro de som que a cada ensaio demonstram estar mais à vontade na condução dessa obra.

Harmonia

A apaixonada comunidade da vermelha de niterói tem dado verdadeiros espetáculos nos ensaios de rua da agremiação, neste último não foi diferente, o canto impressionou e foi possível ouvir de longe, da primeira até a última ala o nível do canto não oscilou em nenhum momento, porém, o que mais impressiona é a forma como o componente tem demonstrado estar feliz, todos brincam e cantam com extrema leveza. Para os diretores de harmonia Marcos Mendes e Jeferson Coutinho, tudo isso é fruto da valorização que cada diretor passa para os componentes, a escola valoriza muito sua comunidade, sendo assim, o que se vê na pista é uma troca de carinho e generosidade.

“O trabalho que a gente vem fazendo em quadra com essa integração da harmonia com a comunidade, puxa a comunidade pra gente, trata eles bem e faz com que eles ensaiem felizes. Daí chega aqui e é muito mais fácil o nosso trabalho”, pontuou Marcos Mendes.

“É o que o Marquinho falou, a escola valoriza muito o componente, faz com que ele realmente sinta o protagonista do desfile e do processo. Enquanto harmonia nós deixamos a comunidade totalmente sendo a extensão da escola, eles se sentem assim, nós treinamos exaustivamente, terças ensaios setorizados que culmina nesse ensaio de Amaral Peixoto que sempre é válido frisar, nos dá uma condição diferenciada da gente conseguir aliar a técnica com a evolução, com a harmonia de canto, harmonia de cordas. A escola realmente tá feliz, nós temos um samba aqui que impulsiona, a crítica vem falando também que é um samba realmente de guerra como o nosso enredo pede. É isso, a escola finaliza 2023 com um ensaio de rua de alto nível, vibrante, uma escola feliz, comunidade feliz e vamos dar um descansinho 2024 a gente voltar zero bala pra se Deus quiser a gente brigar mais uma vez por esse título”, disse Jeferson Coutinho.

Evolução

A comunidade da Viradouro sabe exatamente como desfilar e o trabalho realizado pela escola é de se admirar, não se vê afobação, alas emboladas ou qualquer tipo de problema que poderia acarretar em perda de pontos. Os componentes entram, evoluem de forma organizada, leve, espontânea e saem como a maior naturalidade. No ensaio desta noite não foi diferente, todas as alas foram extremamente compactas, organizadas e leves, tais características foram vistas até mesmo nas alas coreografadas, que exigem um pouco mais de atenção do desfilante. Alguns elementos foram utilizados para demarcar o espaço das alegorias no desfile oficial e nenhum problema foi observado.

Outros Destaques

Destacar a bateria de mestre Ciça é o mesmo que chover no molhado, mas nunca é demais elogiar o trabalho que vem sendo desenvolvido por ele na escola, no próximo ano, como o mesmo prometeu, vai ter muita macumba na avenida, neste último ensaio a Furacão Vermelho e Branco brincou de desfilar, os ritmistas estavam soltos e tudo fluiu com muita naturalidade, até mesmo as bossas mais complicadas.

No final do ensaio a rainha de bateria Erika Januzza caiu no samba ao lado da tia do mestre-sala Julinho, uma imagem muito bonita e que refletiu o que foi o ensaio da Viradouro, a energia lá no alto, com muita vibração e alegria.

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