InícioSão Paulo'Povo pra lá de valente' da Dom Bosco vence chuva para abrir...

‘Povo pra lá de valente’ da Dom Bosco vence chuva para abrir ensaios técnicos em SP

Escola da Zona Leste não se deixou abater pelo clima desfavorável e fez apresentação contagiante e segura no Anhembi

Por Will Ferreira e fotos de Fábio Martins

A temporada de ensaios técnicos em 2024 foi inaugurada por uma escola que estreia em uma divisão: a Dom Bosco, que pela primeira vez desfilará no Grupo de Acesso I. Nesta sexta-feira, a escola de Itaquera. Com ótimo desempenho em boa parte dos quesitos, a agremiação se adaptou muito bem à forte chuva que caiu durante toda a noite – apesar de um erro bastante pontual. O evento, que já seria considerado bastante satisfatório em condições climáticas favoráveis, pode ser considerado de ótima qualidade graças ao aguaceiro enfrentado. Com o enredo “Um causo arretado de um povo pra lá de valente…O cordel de um nordeste independente”, a azul e amarelo abrirá o pelotão em que está no dia 11 de fevereiro.

Comissão de Frente

O primeiro setor de uma escola de samba costuma ser um dos que mais sofre quando a chuva cai – e ainda mais quando ela é persistente. Não foi o que aconteceu com a Dom Bosco – ao menos na noite de sexta-feira. Com movimentos mais simples (embora rápidos), todos os componentes executaram bem a coreografia proposta, sempre em sincronia. Vale destacar também o “spoiler” dado pelos integrantes: um carrinho com vários objetos que remetem ao Nordeste – como uma sombrinha de frevo e um Sol. A trupe possuía dois homens com roupas diferentes das demais componentes, todas mulheres, que vieram com vestimentais iguais: tops e shorts azuis.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Outro quesito que costuma ser com chuvas, a adequação de Leonardo Henrique e Mariana Vieira foi bastante prudente durante todo o ensaio técnico. Sem poder executar movimentos bruscos e rápidos, ambos mostraram-se bem sincronizados na defesa do pavilhão. Engana-se, porém, quem pensa que eles não fizeram giros: com predominância no sentido horário, ambos tiveram destaque ao rodar – com velocidade bastante diminuta para impedir erros. Não foram notados erros no desfraldamento do pavilhão ou com relação a ventos.

Evolução

Mesmo com a chuva, a Dom Bosco veio bastante leve para o Anhembi – e isso ficava evidente na predominância de alas que não eram coreografadas ao longo da escola. Mesmo assim, a agremiação estava bastante solta: brincando, sambando e se movimentando. Mesmo com ótimo contingente de pessoas, todos os setores estavam bem organizados e aproveitando a honra de ser a primeira escola a fazer um ensaio técnico no Anhembi em 2024. Importante destacar, também, a cobrança que o staff da escola fazia aos componentes, pedindo mais canto e movimentação a todo instante. O bom desempenho no quesito pode ser visto pelo recuo de bateria: de quando os ritmistas viraram para o box até a ala seguinte ocupar totalmente o espaço à frente, foram cerca de cem segundos – tempo exíguo para movimento tão importante.

Samba-enredo

Muito elogiado desde quando foi apresentado à comunidade e aos sambistas em geral, a obra teve boa aceitação na passarela e nos presentes no Sambódromo – ainda que poucos, concentrados sobretudo na Arquibancada Monumental (Setor B). O carro de som, novamente muito bem comandado por Rodrixo Xará, teve desempenho abrilhantado por Ariane Cuer e Yara Melo, que iniciaram o samba-enredo com versos musicados relativos ao enredo.

Harmonia

No seco, já daria para dizer que a escola teve bom canto ao longo de toda a passagem pelo Anhembi. Se pensarmos na persistente chuva que caiu durante todo o evento, entretanto, é justo dizer que Itaquera teve desempenho fantástico ao defender o samba-enredo da escola. Foi no quesito, entretanto, que aconteceu o único deslize da agremiação na noite: durante um dos apagões da Gloriosa, bateria muito bem comandada por mestre Bola, as duas primeiras alas da agremiação estavam em tempos diferentes do samba – quando o verso cantado por uma estava começando, a outra já estava no final. Embora houvesse o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira entre elas, tal situação não pode acontecer na noite do desfile. É importante destacar que, em todos os outros apagões dos ritmistas, o canto desritmado não foi notado – sendo, portanto, algo extremamente pontual.

Outros destaques

A corte de bateria tinha três integrantes: duas mulheres e um homem. Como as arquibancadas não estavam cheias por conta da chuva, todos fizeram questão de interagir com os demais componentes da escola, incentivando-os a cantar e evoluir ainda mais.

Vale destacar, também, a ala das baianas já com uma saia bufada, sempre com as cores azul e amarela da escola – ainda que não fantasiadas. Também foi possível observar alguns pontos sobre alegorias: o abre-alas é bastante extenso, e traz pessoas fazendo, ao menos, dois tipos distintos de coreografia – deixando todos curiosos a respeito.

MAIS FOTOS DO ENSAIO

- ads-

Enredo da Mancha Verde para o Carnaval 2025 surgiu com o presidente da escola e quer ‘desmistificar’ o profano

A Mancha Verde irá levar para a avenida um enredo cultural e inspirado em um documentário do canal "Futura". O tema é ideia do...

‘Todos os sambistas merecem ser tratados como estrelas’, diz integrante da Liesa, após participação de ritmistas no show da Madonna

Os 20 ritmistas, crianças e adolescentes, que participaram do show da cantora Madonna, na noite do último sábado, na Praia de Copacabana, fizeram história....

Vira, virou! Hora do resgate da Mocidade! Casal Lage emocionado com recepção na quadra: ‘Reiniciar a história’, diz Renato

O casal Renato e Márcia Lage está de volta ao carnaval. Na tarde do último domingo, na Vila Vintém, a dupla foi apresentada oficialmente...