Portelenses celebram volta da escola aos desfiles das campeãs
A Portela fez um belo carnaval e terminou na quinta colocação, com 269,2 pontos. Junior Scafura, diretor da escola, conversou com o site CARNAVALESCO e disse que vai esperar as justificativas das notas para saber o que aconteceu, mas comemora o fato da agremiação voltar no desfile das campeãs.

“A Portela tinha que estar no bolo, entre as seis, aí é questão de uma nota e outra nos quesitos e vamos esperar as justificativas. O mais importante é que a Portela de novo nas campeãs”, declarou Junior Scafura.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira foi o oitavo quesito a ser julgado e o casal Marlon Lamar e Lucinha Nobre tiraram quatro 10 e um 9,9. O Mestre-Sala falou da alegria de poder ajudar a escola.
“Estou muito feliz. Depois daquela catástrofe toda que aconteceu na avenida em 2020 e agora passar nesse desfile tão leve, tão convicto do resultado que a gente estava para fazer e conseguir essa nota máxima para a Portela é uma honra”.
O vice-presidente Fábio Pavão declarou que a escola queria mais, mas o acidente com um dos elementos cenográficos de um dos carros que acabou fazendo com que a Portela perdesse pontos preciosos em alegorias.
“A gente queria mais, fizemos carnaval para disputar o campeonato, mas infelizmente tivemos o acidente com o globo no viaduto, uma falha humana, das dezenas elevações que nós tínhamos, uma deu esse problema e perdemos muitos pontos em alegorias. Alegoria deveria ser o nosso quesito mais forte e acabou tirando a gente da disputa do terceiro ou quarto lugar e acabamos ficando em quinto. Foi um carnaval de altíssimo nível com várias escolas que vieram brigando para voltar nas campeãs e não retornaram, como a Mangueira, da Mocidade, Tijuca e Imperatriz. A Portela em quinto é uma boa colocação”.
Gabriel David avalia o carnaval de 2022 e já fala de novidades para o próximo
O carnaval de 2022 foi cheio de novidades, a começar pelas datas, já que os desfiles foram adiados de fevereiro para abril, em decorrência da covid-19. As escolas de samba voltaram para a Avenida, após dois anos de pandemia e apresentaram um carnaval de altíssimo nível. Até a apuração mudou de dia e, neste ano, aconteceu numa terça-feira ensolarada. Espaço onde são lindas as notas estava decorado, foi montado um pódio relevante para os campeões e também o estilo dos troféus mudou. O diretor de marketing da Liesa, Gabriel David falou ao CARNAVALESCO sobre a apuração:
“Evoluiu e tem mais para evoluir, a gente conversou com a tv Globo para dar uma limpada e não ter tanta gente em volta das mesas. Fica mais arrumado, facilita o trabalho da imprensa e não fica todo mundo espremido, lógico que vai ter gente ficando chateada, já que tem menos pessoas perto do palco, mas faz parte. A minha parte é essa, reorganizar”, explicou.
Sobre os desfiles, Gabriel também falou das novidades vistas na Sapucaí para o carnaval de 2022, como a nova iluminação que dividiu opiniões no mundo do samba. O diretor espera que as escolas se apropriem do recurso para utilizarem nos desfiles do próximo ano.
“Iluminação foi boa e o nosso objetivo é que as escolas comecem a se apropriar desse recurso, a gente deve ter mais mudanças para carnaval de 2023, mas este ano tivemos um carnaval de altíssimo nível e isso mostra um pouco do trabalho que foi feito na liga para gerar um planejamento financeiro mais interessante para as escolas, ao ponto de chegar na apuração sem poder dizer quem seria a campeã do carnaval”, afirmou.
Para os próximos passos da Liesa, que está sob nova gestão, Gabriel disse que o sambista pode esperar mudanças nos eventos previstos para o carnaval de 2023.
“Todos os eventos já programados na Liga, a gente pode esperar mudanças, como no lançamento dos sambas, lançamento de enredos, sorteio da ordem dos desfiles para 2023. Sempre vamos analisar cada situação, mas a ideia é abranger novos públicos e priorizar o sambista”, relatou.
Gabriel, que também tem grande ligação com a Beija-Flor de Nilópolis, aproveitou para parabenizar a Grande Rio, que foi campeã do carnaval e saudar a baixada fluminense.
“Salve a Baixada Fluminense, a Baixada é foda. Temos que falar sobre isso”, comemorou.
Presidente da Viradouro parabeniza Grande Rio pelo título: ‘Fez um desfile muito bonito e mereceu’
Após a terceira colocação no Grupo Especial em 2022 o presidente da Viradouro, Marcelinho Calil, respondeu sobre o resultado dos desfiles deste ano. “A Grande Rio estava há muitos anos buscando o título. Fez um desfile muito bonito e mereceu. Sou bom ganhador e tenho que ser ótimo perdedor. Vi que a Grande Rio tinha feito bom desfile e que a gente ficaria no bolo de cima. Ficamos nas primeiras colocações”, disse o presidente Marcelinho Calil.
Sobre os quesitos em que a Viradouro foi penalizada ele prefere esperar as justificativas dos jurados.
“Quero perder assim ficando nas cabeças e tendo apresentado grande trabalho. Análise melhor só quando saírem todas justificativas”.
Histórico! De rebaixada a campeã! A guinada da Grande Rio em três carnavais
O carnavalesco Renato Lage era um antigo sonho da diretoria da Grande Rio. Entretanto a tricolor de Caxias sempre tinha as portas fechadas pelas seguidas renovações do “mago” com o Salgueiro. A oportunidade finalmente veio após o desfile de 2017, quando Renato optou por deixar a Academia do Samba. O encontro de Renato com a Grande Rio foi cercado de expectativa. Afinal era um carnavalesco com o perfil ideal da Grande Rio. Será que finalmente viria o campeonato de Caxias?
Nem o mais pessimista torcedor da escola imaginou o que estaria por vir pela frente. O enredo escolhido foi uma homenagem ao comunicador Abelardo Barbosa, o Chacrinha. Com mais um samba de gosto duvidoso a escola até tinha um barracão competitivo e quesitos fortes. Os coreógrafos da comissão de frente, por exemplo era a badalada dupla Priscila Motta e Rodrigo Negri. Entretanto com um desfile caótico a escola não conseguiu colocar sua última alegoria na avenida, estourou o tempo e aquilo que era o sonho do primeiro campeonato virou um pesadelo do temido rebaixamento.
Na apuração o temor se confirmou. A escola foi muito penalizada em enredo e evolução e com os cinco décimos perdidos pelo estouro do tempo de desfile, acabou na 12ª colocação. No Carnaval 2018, em virtude do não rebaixamento em 2017, 13 escolas desfilaram e as duas últimas foram rebaixadas. Em uma disputa décimo a décimo com a São Clemente, acabou na zona de descenso ao lado do Império Serrano. A Grande Rio desfilaria no acesso em 2019.
Ocorre que pelo segundo ano seguido, mas desta vez sem qualquer justificativa plausível, a Liesa decidiu virar a mesa novamente. Império Serrano e Grande Rio foram salvas e o desfile de 2019 teria 14 escolas, já que a Viradouro ganhou a Série A e voltaria para o Especial. Ao fim da plenária que rasgou o regulamento daquele desfile, o presidente de honra Helinho de Oliveira ainda debochou: “Quem tem padrinho não morre pagão”.
2019 marca início da reconstrução mas escola lida com rejeição
A virada de mesa após o desfile de 2018 causou revolta e indignação entre os sambistas. E a Grande Rio que já era uma escola taxada erroneamente de escola de artistas e sem fundamento sofreu com uma rejeição enorme do mundo do carnaval, em virtude de ter liderado a virada de mesa.
Internamente a escola iniciou uma profunda reformulação. Praticamente todos os quesitos da escola foram trocados. Na direção de carnaval sai Dudu Azevedo e chegou Thiago Monteiro. O intérprete Emerson Dias rumou para o Salgueiro e Evandro Mallandro o substituiu. A porta-bandeira Veronika Lima foi dispensada e a segunda, Taciana Couto, foi promovida à primeira. Os coreógrafos Priscilla Motta e Rodrigo Negri foram para a Mangueira e o casal Hélio e Beth Bejani foi contratado. Thiago Diogo deixou a bateria e o jovem diretor Fafá assumiu o lugar, apenas os carnavalescos Renato e Márcia Lage foram mantidos. Era uma nova Grande Rio, cercada de desconfianças.
A escolha do enredo da Grande Rio para o Carnaval 2019 foi polêmica. Tentando limpar a barra com a opinião pública, anunciou o tema “Quem Nunca…? Que Atire a Primeira Pedra”. O tiro saiu pela culatra. Ao invés de conseguir se desculpar causou ainda mais indignação, pois soou como outro deboche da escola. O samba foi encomendado aos experientes André Diniz e Cláudio Russo, mas nem isso fez a escola ter um bom desempenho na avenida. Com um desfile mediano, a escola terminou apenas na 9ª colocação. Qual seria o futuro da agremiação de Caxias?
Grande Rio olha pra dentro, vira a chave e readquire o respeito
Após o desfile de 2019 Renato e Márcia Lage deixam a Grande Rio e acertam com a Portela. A tricolor de Caxias seguindo sua estratégia de renovação de quadros com jovens anuncia Leonardo Bora e Gabriel Haddad como novos carnavalescos, após dois brilhantes carnavais da dupla na Cubango no grupo de acesso. Depois de muitos anos a Grande Rio voltaria às origens e optaria por um enredo de matriz africana, uma homenagem a Joãozinho da Goméia.
Bastou optar por um enredo com densidade cultural para a Grande Rio voltar a ter um grande samba. A obra da escola foi aclamada por público e crítica. O enredo elogiado por todos os especialistas e a Grande Rio pisaria na avenida em 2020 com o respeito do mundo do samba readquirido. No desfile o que se viu foi um banho de cultura, como cita um samba alusivo da escola. O título não veio por um triz. Empatada em pontos com a Viradouro, perdeu o carnaval no desempate pela segunda vez (a outra foi em 2006 para a Vila Isabel). Mas o caminho para o campeonato estava pavimentado.
‘Dando um banho de cultura’, Grande Rio finalmente é campeã do carnaval
Após o desfile de 2020 o mundo parou. A pandemia de Covid-19 devastou o planeta com mortes e sofrimento. O carnaval foi cancelado, as agremiações fecharam quadras e barracões. A incerteza sobre o futuro angustiava a todos. Em junho de 2020 a Grande Rio anunciou um novo enredo de temática africana. Exu seria contado pela escola na avenida quando fosse possível haver carnaval.
Novamente a escola escolheu um dos grandes sambas de 2022 e foi apontada pela maioria da crítica especializada como uma das favoritas ao título. O favoritismo se confirmou na avenida e a Grande Rio produziu o maior desfile de sua história, dominando as adversárias e deixando a avenida aclamada por público e crítica. O primeiro campeonato da escola aconteceu apenas três carnavais após o rebaixamento de 2018 e o retorno à antiga identidade da escola foi decisivo para o título.
Luiz Cláudio, vice-presidente da Mocidade: ‘Teremos medidas internas para não acontecer o que houve esse ano’
Por Leonardo Damico e Philipe Rabelo
A Mocidade Independente de Padre Miguel era vista como uma das favoritas antes mesmo de entrar na avenida. Durante o desfile, a escola teve problemas com um dos carros alegóricos, que atrapalhou a evolução e harmonia, onde a agremiação foi bastante penalizada. Dessa forma, terminou em oitavo lugar, com 268,2 pontos. Em entrevista para o site CARNAVALESCO, Luiz Cláudio, vice-presidente da Mocidade, declarou que tomará medidas internas para que o que aconteceu este ano, não se repita mais.

“Teremos medidas internas para não acontecer o que houve esse ano, mas de qualquer forma, quero deixar meu agradecimento para todos os “Independentes”, temos uma torcida muito próxima da diretoria, da escola e, isso é muito bom. Eles criticam quando tem que criticar e elogiam quando tem que elogiar. Podem ter certeza que em 2023 a Mocidade vai vir mais forte do que nunca”, começou Luiz Cláudio.
“Quando se fala em Mocidade, fala em entrar para ganhar. Sem dúvidas nenhuma é uma frustração enorme, mas ao mesmo tempo, a gente vai corrigir nossos erros, não vamos fugir das nossas responsabilidades e vamos enfrentar o carnaval de 2023 com todo amor e carinho que todo “Independente” merece”. finalizou Luiz Cláudio.

O presidente da Mocidade, Flávio Santos, comentou a classificação e declarou que achava que seria pior, que acabou ficando no lucro por conta dos problemas que tiveram.
“Surgiu uma esperança de estar nas campeãs, mas diante do tudo que aconteceu, acho que ficamos no lucro. Achava que seria um pouco pior pelo que aconteceu na avenida. Ano que vem vamos buscar onde erramos para melhorar e buscar o campeonato”.

Wander Pires, intérprete da escola também falou sobre a apuração: “Problemas acontecem, Infelizmente aconteceu no lugar errado, no momento errado e na cabine errada. Sabíamos que a gente tinha errado em evolução, estamos tristes por não estar nas campeãs, mas nosso plano é fazer um grande carnaval em 2023”.
Após 25 anos Grupo Especial volta a ter uma campeã inédita
O título da Grande Rio no Carnaval 2022 encerra um tabu de 25 anos no Grupo Especial. Foi em 1997 a última vez que uma escola conquistou pela primeira vez na elite do carnaval. Na ocasião a Unidos do Viradouro celebrou o histórico campeonato com o enredo ‘Trevas, Luz! A explosão do universo’. Foi o último campeonato de Joãosinho Trinta no Grupo Especial.
A Grande Rio poderia ter conseguido o título mais cedo mas bateu na trave quatro vezes. A primeira delas foi em 2006, quando perdeu o título para a Vila Isabel. No ano seguinte um bi-vice, sendo derrotada pela Beija-Flor. Em 2010 novo segundo lugar, com o campeonato ficando com a Unidos da Tijuca. Em 2020 o quarto vice-campeonato, quando a Viradouro conquistou o caneco.
O hiato atual entre duas campeãs inéditas representa o maior da história dos desfiles iniciados em 1932. Os 25 anos entre a primeira conquista da Viradouro em 1997 e a da Grande Rio em 2022 superam em muito os 16 anos entre a primeira conquista do Salgueiro em 1960 e a da Beija-Flor em 1976. O primeiro título do Império Serrano em 1948 aconteceu 11 anos após a primeira e única conquista da Vizinha Faladeira em 1937. A Grande Rio é a 15ª escola a ganhar o Grupo Especial e se junta a Estácio de Sá, Prazer da Serrinha, Recreio de Ramos e Vizinha Faladeira com um título.
Rebaixamento interrompe sequência de 11 anos da São Clemente no Grupo Especial
A São Clemente teve um desfile muito acidentado na homenagem a Paulo Gustavo e acabou punida pelo julgamento do Grupo Especial em 2022. Além da tristeza que se abate sobre toda escola que cai, no caso da preta e amarela de Botafogo interrompe uma sequência de 11 anos desfilando no Grupo Especial.
A escola sempre teve de lutar contra o estigma de iôiô, aquela que sobe e cai no ano seguinte. A São Clemente conseguiu interromper essa sequência desfilando na elite entre 1987 e 1991. A sequência de cinco desfiles consecutivos foi por muitos anos a maior da história da escola. Foi justamente o período onde nasceram os enredos críticos da escola.
Depois disso jamais a São Clemente conseguiu engatar dois desfiles seguidos no Especial. A história mudou em 2011. Campeã do Grupo A no ano anterior se beneficiou de não haver rebaixamento em razão do incêndio da Cidade do Samba. Se estruturou e engatou 11 anos na elite, com direito a desfiles muito elogiados pela crítica. Com um novo rebaixamento é preciso que a São Clemente se reinvente para voltar.
‘O julgamento precisa ser revisto’, declara Tinga, intérprete da Vila Isabel
A Vila Isabel era uma das favoritas para ganhar o carnaval do Grupo Especial do Rio de Janeiro. A escola homenageou Martinho da Vila, mas acabou terminando em quarto lugar, com 269,3 pontos. Após o resultado, o intérprete Tinga conversou com o site CARNAVALESCO e se mostrou insatisfeito com as notas que a agremiação recebeu.

“Não tem muito o que fazer. A gente vê pra cá achando uma coisa e no final é totalmente diferente daquilo que a gente viu, que a gente acha. As coisas acontecem no carnaval dessa forma e a gente não pode fazer nada”, começou o intérprete.
“Acho que o julgamento precisa ser revisto porque tem coisas que não batem. A Vila tem que perder ponto? Tudo bem. A Vila perde ponto onde tem que perder, mas onde as outras escolas tem que perder, não perde, aí não adianta, chega no final e as contas não batem. Fica complicado”, declarou o intérprete Tinga.
A bateria “Swingueira de Noel”, comandada por Mestre Macaco Branco gabaritou o quesito e levou os 50 pontos e declarou ter ficado feliz por ter recebido nota máxima.

“Fiquei muito feliz pela nota máxima da bateria e pudemos ajudar a escola a voltar no desfile das campeãs. É um orgulho imenso por representar nossa comunidade e tê-los vibrando pelas nossas notas. Sabemos que precisamos melhorar em alguns quesitos para conseguir o campeonato, mas agradeço a Deus por ter feito um bom trabalho”.
Moisés Carvalho, diretor de carnaval da Vila Isabel, falou sobre as notas da escola e disse que vai esperar pelas justificativas das notas.
“Agora não tem como fazer nada. Vamos esperar pelas justificativas para saber o que aconteceu. Vamos esperar as justificativas para fazer alguma avaliação”.