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‘Quando a sanfona chora, mandacaru aflora!’ Saiba como foi a gravação do samba-enredo da Imperatriz para o Carnaval 2023

A Imperatriz Leopoldinense promete relembrar os tempos áureos de sua grandiosa história no próximo carnaval. Focada em fazer esse resgate, a escola de Ramos apostou em grandes contratações e reforçou seu time em diversas áreas, até mesmo seu barracão foi substituído por outro que oferece melhores condições de logística para o desenvolvimento do carnaval. O enredo “O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida” está sendo desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira que está de volta a Ramos depois do campeonato conquistado na Série Ouro, em 2020.

A ideia é passear por diversas facetas do personagem Lampião através da literatura de cordel. O samba-enredo escolhido foi composto por Me Leva, Gabriel Coelho, Miguel da Imperatriz, Luiz Brinquinho, Antonio Crescente e Renne Barbosa. O site CARNAVALESCO esteve presente na gravação da faixa e conta um pouco sobre o que o torcedor apaixonado pela escola pode esperar.

O intérprete Pitty de Menezes, fará sua estreia no Grupo Especial em 2023, ele disse estar muito feliz por fazer essa estreia. Ele disse estar ansioso, mas que a Imperatriz oferece todo o preparo e que tem certeza de que será uma gravação linda. “A gente tem a doutora Isabel que nos ajuda, nos auxilia nessa preparação vocal, nos ajuda com a saúde da nossa voz, a preparação tá a todo vapor, dormi pouco porque estou um pouco ansioso. Meu primeiro ano no Grupo Especial. Estou muito feliz. Está saindo tudo certo, está dando tudo certo. A gravação vai ficar linda. E vai ser bem especial mesmo. Vai ser o grito literalmente do sonho virou realidade”, disse Pitty.

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Perguntado sobre qual é o modelo ideal de gravação, Pitty disse que é importante manter a técnica, mas que é difícil segurar a emoção numa escola como a Imperatriz e com um samba tão forte e bonito como esse, Pitty conta que nesse momento é colocar o que tem de melhor dentro do estúdio.

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“Hoje é mais técnica, mas não tem jeito, é um samba maravilhoso, é um samba muito bonito e não tem jeito, a emoção vem, a gente acaba cantando com emoção então junta um pouco da técnica com emoção, mas é ter atenção, é aquela afirmação de que olha, cheguei, tô aqui no Grupo Especial. Colocar tudo pra fora, tudo que tá dentro de mim. A musicalidade, a emoção, a técnica, é o momento de largar tudo ali dentro daquele estúdio”, conta Pitty.

Assim como algumas outras agremiações, a Imperatriz também realizou mudanças pontuais em seu samba, segundo o intérprete, as alterações foram feitas para somar ao samba, não interferiram na melodia, nem no andamento do samba.

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“Não são mudanças tão precisas, são mudanças que realmente precisavam ser mudadas e é só pra colocar o sabor, o tempero que faltava no samba. A gente pega o samba dos compositores e a escola Imperatriz tem todo um trabalho, professores de português que corrigem, então acho assim muito interessante foram pontos certeiros que tiveram que que realmente corrigir e foi só sucesso não atrapalhou na melodia, não atrapalho no andamento do samba, não atrapalhou em nada. Só veio pra somar no que já é bom”, finalizou o cantor.

O diretor de carnaval da verde e branca de Ramos, Mauro Diniz, contou ao CARNAVALESCO o que esperava da gravação, para ele, o essencial é que a faixa seja uma referência para o componente da escola, ele acredita que uma boa gravação possibilita um bom entendimento, um bom canto e consequentemente uma boa harmonia no dia do desfile.

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“A ideia da gravação é fazer aqui mais próximo daquilo que a gente vai fazer com o componente da quadra, a gente quer que o disco seja uma referência para o componente, que ele possa ouvir o disco, entender e a partir daí isso vai nos ajudar nos ensaios. Então acho que o reflexo é esse, fazer o mais próximo daquilo que a gente vai fazer na quadra e consequentemente na avenida”, disse Mauro.

André Bonatte, recém integrado a equipe de direção de carnaval, contou que as mudanças ocorridas no samba partiram após análises com vários segmentos da escola, e que a palavra final foi da presidente Cátia Drumond, ele disse também que essas mudanças foram verificadas antes mesmo do samba ser escolhido, o que facilitou bastante durante o processo de alteração.

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“Partiram da direção de carnaval, eu com o Mauro, com da direção musical da escola, o carnavalesco, a direção executiva e a palavra final que é da presidente, claro. Então, a gente foi pontuando já durante a disputa os sambas que tinham a possibilidade de ir pra avenida e aí a gente já foi identificando nos possíveis algumas alterações que seriam pertinentes e aí quando o samba foi escolhido a coisa já estava 80% encaminhada”, destaca Bonatte.

O instrumentista Alceu Maia, produtor do álbum, falou sobre o que podemos esperar da faixa da Imperatriz, segundo ele, a presença do acordeom será marcante, ele elogiou bastante a obra da escola, destacando o fato de ter uma melodia marcante e de fácil entendimento.

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“Tem umas coisas que não são nem novidades, mas é presença do acordeom tem a ver com o enredo. Mestre Lolo fez um negócio muito bacana aí, tão legais pro disco quanto pra a avenida e a gente vai ter essa participação especial, o samba é um samba diferente, ele tem uma melodia que a galera pega muito rápido, não é bem novidade, mas tem essa coisa, vai ter uma jogada da sanfona com sete cordas bem marcantes também e é isso aí, vamos embora Imperatriz”, disse Alceu.

Firma na palma da mão! Saiba como foi a gravação do samba-enredo do Império Serrano para o Carnaval 2023

O Império Serrano está de volta ao Grupo Especial do carnaval carioca e promete emocionar o mundo samba com uma linda e justa homenagem ao cantor e compositor Arlindo Cruz, o enredo “Lugares de Arlindo” está sendo desenvolvido pelo carnavalesco Alex Souza que fará sua estreia no Reizinho de Madureira. A ideia é passear pela carreira, vida e os gostos do grande baluarte da escola.

Um dos diferenciais do samba-enredo é o seu formato. Feito em acróstico, as primeiras letras de cada verso formam o nome Arlindo Domingos da Cruz Filho no sentido vertical, o samba é de autoria de Sombrinha, Aluísio Machado, Carlos Senna, Carlitos Beto Br, Rubens Gordinho e Ambrosio Aurélio. O site CARNAVALESCO esteve presente na gravação da faixa e conta um pouco sobre o que o torcedor apaixonado pela escola pode esperar.

Wilsinho Alves, diretor de carnaval do Reizinho de Madureira, falou sobre as alterações que a escola promoveu no samba, segundo ele, essas mudanças foram necessárias pensando no público, interprete e jurados, mas que nada na melodia foi alterado. Wilsinho acredita que a obra escolhida é digna de nota dez.

“A gente fez algumas mudanças porque durante a disputa a gente já identifica nos sambas, nos três finalistas principalmente, o que a gente mudaria pra deixar mais confortável pro público, tentando ver a questão do julgamento mais pra frente. A gente fez uma mudança na segunda-feira e ontem à noite a gente resolveu fazer uma outra mudança que vai ser feita aqui na gravação. É justamente pra isso, pra melhorar a obra, pra ficar mais confortável pro canto do componente e já pensando também no julgamento, a gente tem certeza que nosso samba é digno de nota dez”, pontua Wilsinho.

Sobre a gravação, o diretor aproveitou para elogiar o mestre de bateria Vitinho, para Wilsinho o trabalho que ele vem desenvolvendo na Sinfônica do Samba deve ser reverenciado. Ele aproveitou para destacar que confia muito na parte melódica do samba e que isso vai ser um diferencial na faixa do Império.

“O que o Vitinho prepara é sempre muito legal, ele é um cara que faz coisas maravilhosas, as paradinhas e bossas dele são sempre inovadoras. Ano passado já foi assim e ele está preparando uma um lance bem legal de partido alto pro samba. Eu acho que é valorizar muito a questão da melodia do samba, o arranjo de cordas que valorize toda essa linha melódica que o samba segue e que sem dúvida nenhuma é o samba que do CD vai ser o que mais vai brilhar na questão melódica”, finalizar Wilsinho.

Completamente identificado com o Império Serrano, mestre Vitinho fará sua estreia no Grupo Especial no próximo carnaval, durante a gravação da faixa oficial do CD, Vitinho disse que não programou muita coisa especial, para ele, o samba deve brilhar para que a comunidade ouça, aprenda e cante com empolgação. Porém, Vitinho preparou um arranjo em homenagem a Arlindo Cruz, com toques de partido alto e pagode.

“O andamento pra gravação é 138. Não tem muita coisa de especial, então é só mostrar mais o samba mesmo. Lógico que a gente fez um arranjo, o que lembra o Arlindo, o partido alto, o pagode, tudo isso lembra o Arlindo. A gente tá com coisa boa pro desfile, mas hoje é mais atenção, hoje é mais mostrar o samba, fazer algumas coisas só pra dar um brilho a mais no samba, mas o mais importante é o samba pra comunidade aprender e todo mundo curtindo o material que a Liesa está disponibilizando para todos. As mudanças não mexeram em nada pra atrapalhar, só melhorar ainda mais ainda essa linda obra do Império”, disse Vitinho.

O produtor Alceu Maia falou sobre o que podemos esperar da faixa do Império Serrano, segundo ele, o samba terá um andamento mais lento, focando realmente na obra. Ele ainda afirmou que o agogô, marca registrada do Império, terá destaque. Alceu aproveitou para destacar a força e energia de Ito Melodia, que estreia na escola nesse carnaval.

“O Jorge Cardoso fez o arranjo, valorizou a história do agogô, que é uma tradição da escola, e tá vindo com andamento maravilhoso, com andamento mais lento. A gente sempre comenta que cada samba tem o seu andamento mais bacana pra você cantar. Então tem os sambas que ficam assim mais agradáveis de se ouvir em certos andamentos pra não ficar muito corrido, sem entender a mensagem, entender as palavras da música. Então veio com esse andamento mais bacaninha, mais adequada, eles souberam escolher muito bem isso e Ito Melodia é energia pura, ele é bom demais”, conta Alceu.

Visão Geral Do Aplicativo Pixbet Brasil | Aposta Em Dispositivos Android e iOS

Pixbet Brazil Apps – Apostas em Dispositivos Android e iOS

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Muitos sites de apostas que operam no Brasil provêm de empresas estrangeiras. Eles não estão adaptados à região e muitas vezes oferecem apostas em esportes que não são populares entre os locais. Neste contexto, destaca-se uma jovem empresa chamada Pixbet, que iniciou suas operações em 2021. Este site de apostas concentra-se exclusivamente no Brasil e em seu público. O futebol e os esportes cibernéticos são uma grande parte do alinhamento, assim como uma ampla gama de probabilidades no vôlei, tênis e basquete.

Apesar de sua curta vida, a Pixbet app já encontrou seu público. Tanto os jovens progressistas quanto os indivíduos de meia idade jogam aqui. Muitos deles usam dispositivos móveis para conectar-se à plataforma.

Como Baixar o Aplicativo Pixbet

Uma ferramenta útil para apostar de seu smartphone é o oficial Pixbet app. O Pixbet apk para Android está disponível para download hoje. O aplicativo iOS ainda está em desenvolvimento, mas os usuários com dispositivos Apple podem utilizar plenamente a versão móvel do site.

Para baixar Pixbet com segurança, os jogadores são aconselhados a usar somente links das fontes da empresa. O mais confiável de todos é o site de apostas. Um jogador que acessa o site a partir de um dispositivo Android vê um link de download aparecer.

Para implementar o Pixbet baixar, não é necessário ativar o download a partir de fontes desconhecidas nas configurações. A empresa colocou seu software diretamente no aplicativo Google Play, o que a distingue de seus concorrentes. Para baixar, basta clicar no botão “Instalar” e aguardar que o pacote de arquivos seja desempacotado. Os requisitos mínimos do sistema para utilizar o programa:

Android 7.0+ versão do sistema operacional;
1 GB de RAM;
CPU de 1,2 GHz;
Pelo menos 37 MB de memória livre

Como Começar a Usar O Pixbet

Os jogadores que previamente criaram uma conta no site principal de apostas Pixbet podem usar seus antigos detalhes de login. Se você não tiver um perfil, é fácil criar um no aplicativo. Um recém-chegado entra com os dados básicos sobre si mesmo no formulário:

Número CPF individual;
Nome, sobrenome e data de nascimento;
Local de residência permanente;
E-mail;
Número de telefone celular;
Apelido;
Senha.

É importante que todos os dados sejam reais e escritos sem erros. Ao solicitar a retirada dos ganhos, é muito provável que você seja solicitado a verificar seus dados pessoais. A verificação deve ser realizada após uma mensagem do serviço de segurança. Como parte disso, os funcionários responsáveis são solicitados a enviar:

Fotografias da primeira e última páginas de seu passaporte ou outro documento pessoal;
Recibos de contas de serviços públicos recebidos nos últimos 3 meses;
Em alguns casos, é necessário selar com um passaporte aberto.

A verificação das informações pelos representantes do site de apostas não leva mais do que 1-2 dias. Uma vez concluído o procedimento, o jogador pode retirar seus ganhos sem qualquer restrição.

Bônus No Aplicativo Pixbet

A empresa não seguiu o caminho dos concorrentes que atraem os jogadores com bônus de apostas longas. Pixbet não oferece uma oferta inicial no depósito, mas dá aos usuários a chance de ganhar 12 reais diariamente na forma de uma aposta livre. A única exigência é fazer uma previsão gratuita sobre um evento oferecido pelo site de apostas.

Pixbet atrai os recém-chegados às custas dos jogadores já registrados. O bônus de indicação é de longo prazo e equivale a 10% do depósito de cada indicação.

Características do Pixbet

A linha da empresa inclui apenas aquelas disciplinas que são populares no Brasil. No total, o site de apostas oferece probabilidades em 20 esportes e ciberesporte. É dada uma atenção especial ao futebol, com um alinhamento profundo para todas as divisões locais.

Os esportes cibernéticos não podem competir com o futebol em termos de cobertura, mas o volume de apostas nesta direção é enorme. No total, a Pixbet publica odds em 10 esportes virtuais, e os melhores spreads estão em CS:GO.

Além das apostas esportivas, o aplicativo também inclui cassinos. A seção de jogo inclui caça-níqueis licenciados, jogos ao vivo, jogos de batidas e raspadinhas, diferentes tipos de jogos de cartas e roleta.

Como Fazer UM Depósito E Retirar Dinheiro

A empresa não fornece aos jogadores uma ampla gama de sistemas para a realização de transações financeiras. Os depósitos podem ser feitos através de transferências bancárias PIX e o valor mínimo é de apenas 1 real. Uma forma alternativa de fazer um depósito é através de moedas criptográficas (a partir de 20 reais).

A única opção para receber pagamentos é através do sistema PIX. Os jogadores podem fazer pedidos de transferência de tão pouco quanto R$10 e os fundos são creditados em sua conta dentro de algumas horas.

Vantagens do Pixbet

Há várias razões pelas quais você deve confiar na Pixbet e usar seu aplicativo para smartphone:
A existência de uma licença de Curaçao, que é válida no Brasil;
Apoio a sistemas de pagamento populares no Brasil;
Condições transparentes para a retirada dos ganhos;
Interface de fácil utilização;
A capacidade de receber notificações sobre o início dos eventos, etc.

A Pixbet é uma empresa com condições de jogo justas e transparentes. Não há nenhum pacote de boas-vindas no aplicativo, mas há uma opção de receber o frebet diário sem depósito. Dezenas de milhares de usuários já desfrutaram da conveniência de apostar através do aplicativo Android. O Pixbet baixar app não está disponível atualmente para dispositivos iOS. A empresa oferece uma alternativa – login para o recurso móvel através de qualquer navegador de smartphone. O site adaptável funciona corretamente a partir de Chrome, Safari, Opera.

Em novo livro, Leonardo Bruno narra o nascimento do pagode e a história do LP De pé no chão, de Beth Carvalho

De pé no chão é um disco fundamental para a história da música brasileira, a certidão de nascimento do movimento que ficou conhecido como pagode carioca. O samba, surgido no início do século XX com os bambas do Estácio, sofreu uma marcante transformação quando, em 1978, Beth Carvalho trouxe do subúrbio um suingue diferente para embalar seu décimo primeiro álbum. É essa a história que o jornalista, escritor e roteirista Leonardo Bruno narra no novo lançamento da coleção O Livro do Disco, da Editora Cobogó.

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Foto: Divulgação/Maju Azevedo

Nos anos 1970, o gênero musical mais identificado com a cultura nacional vivia seus dias de glória no mercado fonográfico. Artistas reconhecidos como “sambistas”, como Martinho da Vila, Clara Nunes, Paulinho da Viola, Alcione e Beth Carvalho, pela primeira vez se tornaram sucesso de vendas em todo o país. Beth, que iniciou sua carreira nas rodas da bossa nova, não era exceção: lançava discos anualmente, tocava nas rádios e participava de programas de TV. Mas logo ficou claro que isso não a faria deixar de olhar para a frente. “Como se tivesse uma visão num ângulo de 360 graus”, escreve o autor, ela “conseguia admirar os antecessores, prestigiar os companheiros de geração e ainda projetar o que viria pela frente. Sua mira sempre foi múltipla: antes e depois; retrovisor e dianteira; memória e projeção; ontem e amanhã”.

E foi esse amanhã que ela vislumbrou quando recebeu um convite para ir pela primeira vez à sede do Cacique de Ramos – bloco fundado em 1961 por um grupo de jovens da Zona Norte carioca. O convite, no entanto, não foi para um ensaio, mas para uma reunião informal que ocorria depois do futebol, às quartas-feiras. Beth logo percebeu que o que acontecia ali era diferente. “Conhecia muita roda de samba. Mas o pagode, sem microfone e uma mesa com todo mundo em volta cantando sem compromisso, nunca tinha visto”, disse a cantora. O que mais a impressionou foi que aquela turma criava instrumentos de percussão e os tocava com as mãos diretamente no couro, sem o uso de baquetas. Se até então o samba era baseado no tripé cavaco, pandeiro e tamborim, o som do Cacique apresentou o tantã, o repique de mão e o banjo. Era um som tribal e original, com muito suingue e raízes fincadas na África.

O resto é história – e música, muita música. Leonardo Bruno conta dos bastidores dos encontros do Cacique aos desafios das gravações em estúdio que deram origem a um LP que dividiu águas e rompeu barreiras. Pois De pé no chão, repleto de faixas antológicas como “Vou festejar”, “Goiabada cascão” e “Agoniza, mas não morre”, vai muito além de ilustrar a trajetória de Beth Carvalho. Esta é também a história do pagode como movimento cultural – que, segundo o pesquisador Nei Lopes, “tem o mesmo peso da revolução da bossa nova”.

Documento precioso para quem quer entender a segunda metade do “século do samba”, o LP De pé no chão abriu uma porta para a reinvenção do gênero – e foi dela que saíram Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Fundo de Quintal, Jovelina Pérola Negra, Almir Guineto e muitos outros. Depois desse disco, nunca mais se batucou do mesmo jeito.

‘Pensamos em algo mais ligado ao consumidor final, tecnicamente e musicalmente bacana’, diz Alceu Maia, produtor do álbum dos sambas-enredo 2023

Desde 1985 produzindo arranjos para o disco de samba-enredo oficial da Liesa, o músico e produtor musical Alceu Maia teve, mais uma vez, a oportunidade de dirigir a produção e organização do álbum, sempre muito esperado pelo mundo do carnaval e por simpatizantes do gênero. Alceu é cavaquinista,violonista e compositor de música popular brasileira. Já gravou com diversos artistas da música brasileira, no mundo do samba, os mais notórios, Martinho da Vila, Clara Nunes, Chico Buarque, Leci Brandão, Alcione, Cartola, Zeca Pagodinho, Nelson Cavaquinho, Jorge Aragão, entre outros.

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Fotos: Lucas Santos/Site CARNAVALESCO

Sobre as faixas oficiais que foram gravadas pelas escolas de samba do Grupo Especial para o álbum oficial e para serem disponibilizadas nas plataformas digitais, Alceu Maia disse estar muito orgulhoso por ter a oportunidade de mais uma vez dirigir os trabalhos, já que produziu em conjunto com outros músicos em anos anteriores.

“Desde 1985 eu produzo arranjos para o disco. Antes, eu já tocava cavaquinho. Aqui é uma família, o Mário Jorge hoje está em uma função diferente, mas também já produziu há muito tempo. O Magro também é o coordenador do estúdio, curte muito esse trabalho, tem o Bessa (Leonardo Bessa) também. Todo mundo vibra muito, a gente não tem ninguém que não curta samba e samba-enredo aqui, inclusive, as meninas que trabalham na produção, na parte mais burocrática. Eu tenho muitos amigos compositores, eu mesmo já ganhei samba-enredo na São Clemente em 1990”, relembra o produtor.

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Com muitos anos acompanhando e participando da produção do disco oficial das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro, Alceu apresenta algumas memórias de como eram as gravações e explica que este a ano a ideia é não tentar reproduzir o clima do “ao vivo”, em sua opinião, impossível para o estúdio.

“Esse disco foi feito no início em uma versão simples, era cavaquinho, voz e batucada. Os instrumentos de escola de samba eram gravados em estúdio. Depois de um tempo, foi para o Teatro de Lona, na Avenida Ayrton Senna, na Barra. Foi uma outra concepção de gravação, tipo uma mini bateria, coro de 30 pessoas, cavaquinho, violão, e uma concepção de tentar reproduzir um clima de ao vivo. Depois voltamos para o estúdio, e depois a gente fez na Cidade do Samba alguns anos e que era também nessa concepção de disco ao vivo. As escolas levavam 300, 500 pessoas para coro. E agora a gente voltou para o estúdio, tem alguns anos, e a coisa é completamente diferente. A gente não pode jamais querer fazer um disco de estúdio que reproduza o som da Avenida, o clima da Avenida. Nem você gravando na Cidade do Samba você consegue dar aquele clima, porque hoje em dia tem as exigências técnicas de um disco, de um áudio. Se você for gravar um disco ao vivo, coloca os microfones na batucada, na voz do cantor, não vai ficar legal. O disco ao vivo nunca é completamente ao vivo, porque a voz do cantor é gravada em estúdio, o coro é gravado em estúdio. Em estúdio é impossível você colocar o clima da Avenida e vice e versa”, explica o produtor.

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Mário Jorge e Alceu Maia

Complementando ainda sobre a concepção do disco, Alceu conta que a ideia é organizar o produto de uma forma que chegue mais limpo para o consumidor final, valorizando o aprendizado do samba.

“Esse ano a gente pensou em fazer alguma coisa mais ligada para o consumidor final mesmo. Aquele cara que eu brinco que é o sambista de início de ano, que compra o disco em dezembro, vai até acabar o carnaval, aí o disco fica lá na coleção. Essa paixão que o sambista consumidor tem, ele quer ouvir o samba, quer curtir o samba, conhecer para cantar o samba da escola dele, outros gostam de samba-enredo, querem ouvir todos os sambas”.

Alceu revela que houve uma conversa com as escolas para que a letra e a melodia fossem as grandes valorizadas no álbum, mais do que outros aspectos.

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“A gente sentiu uma necessidade, passei isso para a galera e o pessoal aceitou, de fazer as introduções mais rápidas. Porque às vezes eram coisas lindas, bem criativas, mas que faziam que demorasse para começar o samba propriamente dito. E, hoje em dia, a agilidade é muito grande. E para a gente se acostumar a essa velocidade da internet, a gente está fazendo com introduções pequenas. Em relação às bossas, é para valorizar mais o samba. A primeira a gente está vindo com menos chamadas, menos cacos, para o samba ficar mais limpo. E os mestres de bateria são super criativos, e a gente bateu um papo com eles para diminuir um pouquinho. Às vezes os mestres faziam coisas muito criativas, muito bacanas no disco, mas que não iam para a Avenida. Porque no disco se errar, faz de novo, na Avenida perde ponto. Eles compreenderam isso, fizeram coisas criativas, bacanas, uma vez só no samba, na segunda passada, e para valorizar a música que os compositores fazem com tanto carinho, e para valorizar os compositores que vão ver seus sambas sendo cantados ali e na Avenida”, esclarece Alceu.

Por fim, o produtor musical entende que o disco é um produto com bastante qualidade musical. Alceu contou também que tem recebido um boa avaliação dos profissionais das escolas que participam das gravações.

“Basicamente, ter as introduções menores para a música fluir mais rápido, a valorização da música, do samba-enredo, e a primeira vez já vem sempre na pancada, desde o início do samba já com bateria completa. A primeira passada do samba a gente vai colocar menos coro, para o pessoal poder aprender mais a música. A intenção foi fazer uma coisa tecnicamente e musicalmente bacana . Os comentários dos mestres, diretores de carnaval, pessoal que vem, diretores musicais das escolas, estou feliz que eles estão dando muita força por ter conseguido fazer isso, porque eles também curtiram a ideia. Achei bacana que eles abraçaram também”, finaliza Alceu.

Vila Isabel anuncia as semifinalistas do concurso para musa da comunidade

Quatro participantes estão mais próximas do sonho de desfilar como musa da comunidade da Unidos de Vila Isabel no Carnaval 2023. Após apresentação realizada durante o ensaio dessa semana, Ana Karolina, Carolane Silva, Dandara Barreto e Kauany da Glória conquistaram as juradas e garantiram vaga na semifinal.

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Fotos: Diego Mendes/Vila Isabel

Em uma disputa bastante acirrada, as candidatas mostraram ter muita simpatia, samba no pé e, principalmente, identificação com a comunidade. Elas foram avaliadas por um júri totalmente feminino, formado pelas musas Dandara Oliveira, Gabi Martins, Paula Bergamini e pela segunda porta-bandeira Bárbara Dionisio.

Todas as classificadas terão a oportunidade de vivenciar mais uma experiência ao lado dos principais segmentos durante o próximo ensaio de canto da agremiação, que acontece na quarta-feira, na quadra do Boulevard 28 de Setembro. Já a semifinal do concurso está prevista para o dia 30 de novembro.

No próximo ano, a azul e branca do bairro de Noel será a terceira escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval com o enredo “Nessa festa, eu levo fé”, desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Barros.

Veja as semifinalistas

Dandara Barreto DM
Candidata Dandara Barreto
Carolane Silva DM
Candidata Carolane Silva
Ana Karolina DM
Candidata Ana Karolina
Kauany da Gloria DM
Kauany da Glória

Diego Nicolau apresenta o samba-enredo do Arranco para o Carnaval 2023

Compositores: Junior Fionda, Niltinho Tristeza, Antônio Carlos, Rafael Pereira, Marcelinho Santos, Alex Magno, Rogério Santa Cruz, Gigi da Estiva, Tem-Tem Jr, João Afonso, Vinicius Sarciá, Valtinho Botafogo e Diego Nicolau
Intérprete: Diego Nicolau

Meu chão… Foi terra batida
Quinhão fundamento
Pedaço de África Engenho de Dentro
Raiz ancestral no destino de ifá
O sangue malê no meu corpo alufá
O ponto é reza cantada
Axé de macumba
Quizombeiro da folia
Onde a arte fecunda

Mãe baiana ê mãe de semba
Pemba e samborê
Canto de arengueiro
Pulsa a marcação, nasce uma bandeira
Pai na certidão de mangueira

E das bandas do Estácio, Benedito e Ismael
Verde e rosa de Arturzinho e Cartola menestrel
Era dia de Oxóssi, batucada a noite inteira
Salve Paulo, Heitor, Caetano… Madureira!

Dos nossos cordões ô saudade
Enfeitava os barracões, fantasia a liberdade
Carnaval em sinfonia nas encruzas do brasil
Cada casa, cada santo, cada bamba que surgiu
Sou verso luzindo na alvorada
Teu surdo infindo eterna morada
Hei de voltar pro meu canto, raiz floresceu
Adeus, escola de samba, adeus
Venceu, a escola de samba venceu

Nas contas do opelé
Em cada caminho de fé
Me guia ô me guia
Arranco é quilombo de zé
É terra regada de axé
Onde a voz do samba é alforria

Obá obá
Do subúrbio e da favela
Obá obá
No terreiro de Espinguela
(Me chamam de Zé Espinguela)

Camarote Super Vip será o palco do Cacique de Ramos na Sapucaí em 2023

Pelo terceiro ano, o Super Vip promete agitar a Sapucaí no Carnaval 2023 levando para a avenida o conceito “o refúgio do samba na Sapucaí”. Além do palco oficial do Cacique de Ramos, o Camarote conta com palco Maria Bonita que traz o DJ Lucas Marge e muitas surpresas.

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“Além de termos a Roda de Samba e Bateria do Cacique de Ramos todas as noites no Camarote, passarão pelo nosso palco nomes como Arlindinho, Pretinho da Serrinha e o clássico Fundo de Quintal para trazer para o Super Vip o que o Samba tem de melhor”, revela Dil Melo, empresária e organizadora do Camarote.

O Camarote tem como rainha, a modelo estonteante, Juh Campos, Miss Amazonas e Rainha de Bateria. Atrações confirmadas: Todos os dias roda de samba e bateria do Cacique, DJ e convidados especiais: 17/2 – Pretinho da Serrinha, 18/2 – A definir, 19/2 – Arlindinho, 20/2 – A definir e 25/2 – Fundo de Quintal.

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Dil Melo: empresária e idealizadora do Camarote Super Vip

O que o Camarote Super Vip oferece para os foliões: Open Bar, Buffet Premium, Drinkeria, Espaço Beauty, Espaço Barber, Spa, Transporte, Meeting Point no Rio Othon Palace, Kit Folião com camisa/abadá, Customização dos abadás, Roda de Samba, DJ, Shows e acesso à frisa para assistir aos desfiles de pertinho.

Feijoada da Ilha recebe Grande Rio no domingo

No domingo, a União da Ilha do Governador promove mais uma edição da “Feijoada da Ilha” que acontece todo mês. Com entrada gratuita, a partir das 13h, a escola recebe a co-irmã e atual campeão do Carnaval, Acadêmicos do Grande Rio.

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A abertura do dia ficará por conta do grupo Samba Enredo de Raiz cantando os melhores sambas antológicos do carnaval carioca, além do show dos segmentos insulanos com a apresentação da bateria do mestre Marcelo Santos, sambas inesquecíveis na voz do intérprete oficial, Igor Vianna e o de 2023, e sua equipe do carro de som, apresentação dos casais de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, show de Passistas, Baianas, Velha Guarda e muito mais. A festa terá algumas surpresas que estão sendo preparadas pela diretoria da União.

O prato de feijoada custa apenas R$25,00 e a mesa R$20,00 (antecipado). Para mais informações, basta entrar em contato pelo telefone (21) 98009-8449. A quadra da União da Ilha fica na Estrada do Galeão 322, Cacuia, na Ilha do Governador.

Sou Rosa Maria, imagem de Deus! Saiba como foi a gravação do samba-enredo da Viradouro para o álbum do Carnaval 2023

“Eis a flor do seu altar, sua fé em cada gesto/No cantar da Viradouro, o meu samba é manifesto/Sou Rosa Maria, imagem de Deus” são os trechos mais cantados do samba da escola para 2023 e fazem parte do refrão principal. A história de Rosa Maria Egipcíaca é o enredo do próximo carnaval da Viradouro, desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon. Com a missão de encerrar os desfiles do ano que vem, na Marquês de Sapucaí, a vermelho e branco de Niterói escolheu o samba da parceria de Claudio Mattos, Dan Passos, Marco Moreno, Victor Rangel, Lucas Neves, Deco, Thiago Meiners, El Toro, Luis Anderson e Jefferson Oliveira. O site CARNAVALESCO esteve presente na gravação da faixa e pôde acompanhar os bastidores.

Comandante da Furacão Vermelho, o mestre Ciça revelou alguns detalhes de como está sendo o andamento e a criação das bossas com o novo samba. Para a gravação a bateria tocou em 140 BPM, já nos ensaios e no desfile está entre 143 e 144 BPM. O mestre falou sobre as bossas que vão ser feitas pela bateria.

“Sobre as bossas fizemos uma específica só para a gravação, mas tem outra situação para colocar em prática também. Até o carnaval com certeza irão surgir mais coisas, pois vamos ter tempo para trabalhar nisso”, diz Ciça.

Todas as escolas estão se preparando para o desfile do próximo ano e a Viradouro não é diferente. Mestre Ciça também contou ao CARNAVALESCO sobre como está sendo esse processo e o pós escolha de samba.

“Quando a escola escolhe o samba, a gente prepara ele juntamente com os arranjos que fizemos e vamos melhorando. O samba escolhido é muito bom, mas quando lançarmos ele que conseguiremos ver se tudo o que foi feito aqui está funcionando para a faixa”.

Falar sobre Rosa Maria Egipcíaca é emocionante, mas para mestre Ciça, além do enredo trazer essa emoção, ele também ressalta que a técnica se faz muito presente no samba-enredo da temática. “É um samba de qualidade, técnico e agora vamos ficar acompanhando a evolução dele nos ensaios, pois ele vai crescendo gradativamente e a comunidade cantando é o que mais importa para a gente”, explica.

Arranjador e um dos responsáveis pela gravação da faixa, Victor Alves explicou sobre o diferencial da gravação da Viradouro.

“Colocamos cavaquinho, bandolim para dar mais ênfase no samba e acho que irá se destacar bastante na avenida. Vai ter participação especial, só não posso revelar ainda”.

Diretor musical da Viradouro, Hugo Bruno, revela o que precisou ser feito no samba para a gravação da faixa.

“Fizemos a introdução com o cavaquinho, bandolim e a bateria. A Unidos do Viradouro nunca tinha feito isso. Foi acordado juntamente com o mestre Ciça e também foi feito um ensaio antes da gravação da faixa para os ajustes”.